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3. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA: CONSTRUINDO E EXECUTANDO A PESQUISA

3.3 SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA

Como os participantes da pesquisa seriam os professores de Educação Física da DRE de um munícipio do interior de São Paulo, na primeira semana de março de 2014 comentei com a PCOP de Educação Física que precisávamos estipular alguns critérios de seleção para a participação destes professores no Programa de Formação Continuada. Deste modo, estipulamos que para participar do Programa os participantes deveriam:

- aceitar, voluntariamente, participar da pesquisa;

- ministrar aulas de Educação Física às turmas do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e/ou Ensino Médio na rede pública estadual de ensino pertencente a DRE do munícipio em que a pesquisa estava sendo ofertada;

- ministrar ou ter ministrado aulas de Educação Física às turmas do Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e/ou Ensino Médio na rede pública estadual de ensino, em cujas turmas tenham ou tinham alunos com deficiência física, intelectual ou sensorial (auditiva ou visual) regularmente matriculados e frequentando estas aulas; ou seja, os professores precisavam ministrar ou ter ministrado aulas simultaneamente para alunos com e sem deficiência.

A seleção por participantes que ministravam aulas de Educação Física especificamente no Ensino Fundamental anos finais, levou em consideração que nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) estas aulas, no âmbito da SEE/SP, são ministradas, na maioria das vezes, por professores regentes sem formação na área da Educação Física.

Já nos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º) 110 e no Ensino Médio existe a obrigatoriedade da Educação Física ser ministrada por profissionais com formação (licenciatura) nesta área do conhecimento. Assim, outro critério de seleção estipulado para esta pesquisa foi que os participantes apresentassem formação acadêmica (licenciatura) em Educação Física.

Diante dos critérios de seleção dos participantes do Programa expliquei à PCOP que seria interessante realizar o levantamento do número de professores que ministravam aulas de

110O Ensino Fundamental era dividido em duas etapas: da 1ª a 4ª série (antigamente chamada de primário) e da 5ª

a 8ª série (chamado de ginásio). Com o Projeto de Lei nº 3.675/2004, o Ensino Fundamental continuou em duas etapas, mas foi ampliado de oito para nove anos, passando a abranger os primeiros cinco anos (chamados anos iniciais do Ensino Fundamental), desenvolvido usualmente em classes com um único professor regente. Já o segundo ciclo corresponde aos quatro anos finais do Ensino Fundamental (6ª, 7ª, 8ª e 9ª ano), nos quais o trabalho pedagógico é desenvolvido por uma equipe de professores especialistas em diferentes disciplinas (BRASIL, 2006b).

Educação Física na rede pública estadual de ensino no munícipio em que aconteceria a pesquisa. Além disso, ressaltei que era necessário saber quantos destes professores ministram aulas simultaneamente para alunos com e sem deficiência.

Propus-me a realizar este levantamento, bem como divulgar nas escolas públicas estaduais a proposta do Programa de Formação Continuada, porém a PCOP de Educação Física apontou que não seria necessário, pois ela mesma se responsabilizava pelo contato com as direções das escolas, via notificação circular, informando, orientando e convidando os professores de Educação Física a participarem do Programa.

A PCOP enfatizou que o número de professores de Educação Física que ministram aulas, simultaneamente, para alunos com e sem deficiência na rede pública estadual de ensino do munícipio em questão, era significativamente amplo, de tal modo que teria um número considerável de participantes, porém não soube me informar com exatidão este número.

Desta maneira, resolvi conversar com o PCOP de Educação Especial retratando a situação. Ele permitiu que eu verificasse documentos da DRE sobre o número de escolas da rede pública estadual de ensino que apresentam alunos com deficiência matriculados. Por meio da verificação destes documentos realizei um levantamento do número aproximado de professores de Educação Física da rede pública estadual de ensino do munícipio (84) e do número de professores de Educação Física que ministram aulas simultaneamente para alunos com e sem deficiência (aproximadamente 42).

No projeto originalmente apresentado à DRE, estipulei o número limite de 30 vagas para a participação no Programa de Formação Continuada. Se tivesse este número ou um número maior que 15 participantes o grupo de professores seria subdividido em dois para que as reflexões, discussões e vivências fossem possíveis para todos. Tal opção surgiu em função de pesquisadores que escrevem sobre o trabalho com grupos de pessoas (VAUGHN; SCHUMM; SINAGUB, 1996; MORGAN, 1997; GOMES, 2005; GATTI, 2005) recomendam que, em geral, para projetos de pesquisa, o ideal é não trabalhar com mais de dez participantes e sim com o número de participantes variando entre seis e dez membros. Gatti (2005, p. 22) afirma que “grupos maiores limitam a participação, as oportunidades de troca de ideias e elaborações, o aprofundamento no tratamento do tema e também os registros”, como eu já havia elucubrado.

Destarte, com a possibilidade da participação de aproximadamente 40 professores de Educação Física, logo cogitei a necessidade de realização de dois grupos. Destaco que sempre ressaltei aos responsáveis pela DRE, bem como no projeto inicial, que as datas e horários para os encontros do Programa deveriam ser estabelecidos em parceria entre DRE, pesquisadora e

participantes a fim de viabilizar o acesso de um grande número de professores de Educação Física.

Nesta perspectiva, cogitei sobre a possibilidade de realizar os encontros no Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) ou Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo(ATPC)111 dos professores de Educação Física, porém, segundo a DNP, a proposta seria inviável em função dos professores de Educação Física se reunirem para o HTPC e/ou ATPC em diferentes escolas e em diferentes horários.

Diante disso, em conversas com a DNP e com a PCOP de Educação Física da DRE, estas sugeriram que os encontros do Programa de Formação acontecessem semanalmente (toda quarta-feira) das 19:00 as 21:00 horas no auditório da DRE, o qual contava com amplo espaço, ótima iluminação, cadeiras e recursos tecnológicos (data show, caixa de som, computador, microfone, dentre outros equipamentos).

Os professores de Educação Física poderiam realizar sua inscrição para participar do Programa de Formação de três maneiras:

- no endereço eletrônico da SEE/SP (todo professor da rede estadual de ensino já recebe no início do ano letivo um login e uma senha para acompanhar o que consta neste ambiente virtual);

- entrar em contato com a PCOP de Educação Física via ligação telefônica; - entrar em contato com a PCOP de Educação Física na DRE.

Em qualquer uma das três opções, o professor deveria apenas evidenciar a sua disponibilidade em participar do Programa de Formação Continuada e emitir informações a respeito do seu nome completo, endereço eletrônico (e-mail) e telefone para contato.

Para estimular a participação dos professores de Educação Física no Programa de Formação Continuada, a DRE mencionou a oferta de certificação, a qual acumula pontos para a progressão continuada dos professores; porém, a aquisição e validação do certificado só seria possível com 75% de frequência por parte de cada professor nos encontros propostos pelo Programa. A certificação seria expedida pela própria DRE. Os professores que porventura desistissem de participar não sofreriam penalização alguma, apenas não receberiam a certificação.

111O HTPC é fruto de uma conquista histórica dos professores das diversas áreas do conhecimento da grade

curricular do Ensino Fundamental e Médio do Estado de São Paulo e surgiu da necessidade de existência de um espaço no horário de trabalho do professor para que pudessem ocorrer discussões sobre os processos de ensino e aprendizagem dos alunos (OLIVEIRA, 2006). Atualmente, o HTPC foi substituído pela sigla ATPC que significa Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo. Essa substituição ocorreu em função deste horário contar como hora aula (50 minutos) e não como hora relógio (60 minutos).

Entretanto, para minha surpresa e também da PCOP de Educação Física, não houve um número significativo de inscrições para participar do Programa de Formação Continuada, uma vez que dos 42 professores de Educação Física sete realizaram a inscrição. Deste modo, optamos por divulgar por mais duas semanas a sua oferta e, novamente, me ofereci para realizar a divulgação nas escolas estaduais da rede pública de ensino, mas não foi permitido, sem que fossem esclarecidos os motivos da não permissão.

Finalizado este período de inscrição (abril de 2014), contávamos com a inscrição de oito participantes. Então, foram agendados data e horário para o primeiro encontro do Programa de Formação Continuada intitulado Construção de saberes sobre a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física. Neste primeiro encontro compareceram apenas dois participantes, o que resultou em sérias preocupações para a continuidade da pesquisa.

Expliquei, brevemente, a pesquisa para os dois participantes que compareceram. Os mesmos comentaram que gostariam de participar, porém entenderam que precisaríamos de um número maior de professores participando. Então, solicitei a estes participantes que deixassem seus endereços eletrônicos (e-mail) e números telefônicos para contato, pois contataria os outros seis professores que se disponibilizaram em participar do Programa e, em seguida, entraria em contato oferecendo uma devolutiva sobre a possibilidade ou não da continuação da pesquisa.

Assim, requeri a PCOP de Educação Física os contatos dos seis possíveis participantes do Programa e conversei com os mesmos via ligação telefônica. Três participantes comentaram que iriam participar e que no próximo encontro estariam presentes. Os outros três declararam que não tinham certeza.

Nesta conversa, comentei sobre a pesquisa, seus objetivos, a importância da participação deles, que na pesquisa seriam utilizados nomes fictícios para manter a identidade e integridade dos mesmos e que a participação no Programa contribuiria para sua formação profissional. Mesmo assim, os participantes comentaram que não participariam. A justificativa mencionada pela não participação foi em função do Programa não acontecer no HTPC e/ou ATPC; mencionaram, ainda, que “os professores já trabalham feito escravos e ainda são obrigados a ficar fazendo cursinhos”.

O pensar evidenciado por estes professores de Educação Física, quiçá, esteja relacionado, entre outros fatores, a quase inexistência de tempo na rede pública estadual de ensino para os professores gerenciarem seu aperfeiçoamento profissional, o que é compreensível. Discussões e análises a respeito da importância em investimentos no

aperfeiçoamento e/ou na formação profissional do professor de Educação Física serão apresentados e discutidos no capítulo referente a apresentação, discussão e análise dos dados desta pesquisa.

Mesmo contanto com a possibilidade de participação de cinco professores de Educação Física e não 40 como esperado, há de se esclarecer que as questões que foram se descortinando durante a realização da pesquisa significaram um novo redimensionamento dos propósitos da pesquisa, mas não de percurso.

Deste modo, para a efetivação da pesquisa preferi dar continuidade ao Programa de Formação Continuada com os cinco professores de Educação Física em função da receptividade da DRE, no que diz respeito à proposta de realização da mesma e, também porque cinco me pareceu um número bastante interessante, não pelo caráter quantitativo, mas pela qualidade representativa no que diz respeito ao universo das possibilidades de saberes que vislumbrava. Afinal, uma só observação bem feita ou uma única experiência bem conduzida é suficiente para chegar a conclusões válidas, uma vez que não é a quantidade de fatos que leva ao conhecimento, mas sim as análises cuidadosas dos dados (CALDEIRA, 2001).

Entretanto, destaco que foram impostas muitas questões dificultosas para sua efetivação, como se pode perceber nas descrições propostas nos itens pertinentes aos procedimentos para coleta de dados (sintetizadas no Quadro 1) e para a seleção dos participantes. Tais foram as dificuldades que cogitei em não dar continuidade à pesquisa, sobretudo, em função de contar com a participação de apenas cinco professores de Educação Física.

Contudo, acredito que o conjunto de saberes, pensamentos e atitudes de cada professor caracteriza sua postura e, está só é válida quando implica em assumir compromissos. Cinco professores de Educação Física assumiram o compromisso de sair de suas residências e por três horas para discutir, refletir e vivenciar temáticas educacionais relacionados à a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física, esperando que estas ações pudessem contribuir em suas práticas pedagógicas cotidianas.

Isso me fez elucubrar que enquanto pesquisadora e, sobretudo, professora de Educação Física, devo ter a ciência que construir e cultivar práticas pedagógicas inclusivas no seio das experiências dos professores não é tarefa simples e nem tampouco fácil, tanto em função da complexidade e do dinamismo próprios da instituição escolar quanto das demandas sociais que a envolvem, tão dinâmicas e complexas como a própria escola.

Além disso, por mais respeitoso que seja o contato ou o relacionamento entre pesquisador e professores, sei que, de certo modo, os objetivos propostos nesta pesquisa são um tanto quanto invasivos. Afinal, segundo Cruz (2008), adentrar nas concepções e práticas dos professores para observar, discutir e analisar aquilo, que na ótica de quem pesquisa, não esteja, talvez, adequado ou não esteja ocorrendo conforme o esperado e, ainda, apontar o que deveria ser feito, torna-se incômodo e constrangedor, tanto para quem é observado, quanto para quem observa.

Com estes discernimentos, e no ímpeto, quiçá, de contribuir com a construção de saberes sobre a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física, se cinco professores assumiram o compromisso de enfrentamento e possibilidades de discursos e práticas pedagógicas mais inclusivas, “quem seria eu na fila do pão”112 a desistir?

Não obstante, penso que se eu tivesse transitado nas escolas da rede pública de ensino, isto é, tivesse conversado pessoalmente com os responsáveis pelas direções e supervisões das escolas estaduais sobre a pesquisa e, ainda, informado, orientado e convidado os professores de Educação Física a participar da mesma, talvez, um número maior de professores de Educação Física participasse do Programa. Mas, infelizmente, isso não foi permitido.

Cruz (2005) em sua tese de doutoramento, que trata da formação continuada de professores de Educação Física em ambiente inclusivo, menciona que para a participação significativa dos professores em sua pesquisa foi de fundamental importância, enquanto pesquisador, transitar na rede pública de ensino, pois houve, assim, um envolvimento maior entre pesquisador, participantes e contextos, bem como, possibilidade de maior divulgação e esclarecimento de informações pertinente à pesquisa.

Enfim, diante da confirmação da participação de cinco professores de Educação Física no Programa de Formação Continuada em conversas com a DNP e a PCOP de Educação Física foi estabelecido que seriam realizados 13 encontros semanais (quarta-feira) com duração média de três horas (das 19:00 as 21:00 horas), de abril a julho de 2014, perfazendo um total de 40 horas113.

Gomes (2005), Gatti (2005), Sampieri, Collado e Lucio (2006) sinalizam que a delimitação do número de encontros/sessões de um grupo de pesquisa está atrelada aos objetivos a serem pesquisados. Segundo estes autores, o número de encontros/sessões

112“Quem é aquele na fila do pão” é uma expressão de cunho popular, geralmente, remetendo-se àquele que, se

até na fila do pão (contexto social cotidiano e bairrista) é desconhecido, não tem importância social. Entretanto, mesmo não tendo importância social tem lugar determinado na fila e, ainda, uma função específica.

utilizados deve ser suficiente para responder aos objetivos propostos na pesquisa, podendo ser reduzido ou ampliado.

Deste modo, não existe um número considerado adequado, porém isso não significa que o pesquisador não deva planejar antecipadamente. O planejamento no número de encontros/sessões é essencial para a consecução dos objetivos de qualquer pesquisa, mas eles poderão ser alterados de acordo com o transcorrer da mesma (GOMES, 2005; GATTI, 2005; SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006).

No momento, em função dos objetivos propostos para esta pesquisa, o estabelecimento de 13 encontros semanais me pareceu suficiente e também não tinha a opção de mais encontros em função do cronograma estipulado pela DRE. Estes encontros, então, seriam baseados em discussões, reflexões e vivências de temáticas educacionais relacionados à inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física.

Mesmo previamente determinado que o foco do Programa giraria em torno de temáticas pertinentes ao escopo da Educação Física, inclusão e deficiência, quem selecionaria os temas disparadores das discussões, reflexões e vivências seriam os cinco professores participantes do Programa, sobretudo, porque ao utilizar os entendimentos da pesquisa-ação “o objeto de pesquisa não é construído isoladamente pelo pesquisador, mas se apresenta como resultados de discussões e debates com os parceiros sociais da pesquisa a ser iniciada” (DIONNE, 2007, p. 52).

Entretanto, “mesmo que a pesquisa seja definida em parceria com atores do meio, não se deve acreditar que o pesquisador perderá parte de sua autonomia (aceitando-se o fato de sua implicação com os atores sociais para modificar a situação)” (DIONNE, 2007, p. 52). O autor destaca que é preciso sempre considerar as expectativas iniciais do projeto, pois assim a validade do objeto de pesquisa é continuamente questionada no andamento da intervenção.

Logicamente, “isso não significa que a pesquisa deva ser entregue aos imprevistos das circunstâncias e dos temperamentos, porque a pesquisa é principalmente validada em função de sua eficácia, de sua capacidade de desencadear a mudança” (DIONNE, 2007, p. 52). Para isso, o pesquisador deve planejar, organizar e mostrar os caminhos que pretende seguir para a realização da pesquisa, mas sempre compreendendo que os “parceiros sociais”114 tem autonomia para escolher os caminhos mais viáveis de acordo com seus interesses (DIONNE, 2007).

O pesquisador precisa, deste modo,

planejar a sequência das ações previstas. Essa operação se inscreve no cronograma de intervenção. Toda ação tem um objetivo principal, o de modificar uma ou várias situações iniciais em situações desejadas. A avaliação da ação se prevê nesta etapa. Os critérios gerais da avaliação serão estabelecidos em função da situação desejada. Quanto mais a situação é modificada se aproximar da situação desejada, tanto mais a ação será satisfatória. Isso não quer dizer que não possam existir modificações importantes no decorrer da ação (DIONNE, 2007, p. 62).

Diante do exposto, percebo que o Programa de Formação Continuada para os professores de Educação Física, de um lado, poderia e deveria ser planejado conforme os objetivos iniciais estipulados; e, por outro, que sofreria adaptações quanto ao seu escopo em função dos interesses dos próprios professores, sem por isso comprometer a qualidade da pesquisa e das ações que ela desencadearia.

Deste modo, acredito ser necessário descrever a organização ou detalhamento das fases da constituição da pesquisa por meio do Programa de Formação de professores, as quais estão expostas a seguir.

3.4 DETALHAMENTO DAS FASES DO PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA: