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4.1. Captura-recaptura para Avaliação da Sensibilidade dos Sistemas de Vigilância

4.1.2. Sensibilidade do SVIG-TB, das DDO e do VigLab-Tuberculose para os casos de

central e tuberculose miliar

Tendo em conta que as DDO apenas incluem os casos de tuberculose pulmonar, do sistema nervoso central e miliar, decidiu-se analisar também a sensibilidade dos três sistemas de vigilância apenas para estas três formas de tuberculose.

Assim, na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, em 2003, foram declarados às três fontes de dados em análise 1463 casos de tuberculose pulmonar, tuberculose do sistema nervoso central e de tuberculose miliar (SVIG-TB=1441 casos; VigLab- Tuberculose=670 casos; DDO=813 casos) (figura 13). Verificou-se que 28,4% (415/1463) dos casos de tuberculose foram declarados em simultâneo às três fontes de dados, e que nenhum caso de tuberculose foi notificado apenas pelo sistema DDO.

Figura 13 – Escalas rectangulares com a distribuição proporcional dos casos de tuberculose pulmonar, tuberculose do sistema nervoso central e de tuberculose miliar por fonte de dados na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003 (adaptado de Marshall, 2005).

na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo – Contributo Epidemiológico Resultados e Discussão

Seguindo o critério aplicado anteriormente, foi seleccionado o mesmo modelo log-linear utilizado no ponto 1 deste capítulo, que incluiu igualmente a independência das três fontes (A+B+C) e a interacção entre o SVIG-TB e as DDO (A*C) e entre o VigLab- Tuberculose e as DDO (B*C), conforme salientado na tabela 7.

Com base no modelo final utilizado, o número de casos de tuberculose estimados foi de 1497 (IC95%=1481-1520), ou seja, verificou-se que não foram declarados às três fontes de dados 34 casos de tuberculose pulmonar, tuberculose do sistema nervoso central e de tuberculose miliar na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003 (tabela 7).

Tabela 7 – Modelos log-lineares aplicados ao SVIG-TB, ao VigLab-Tuberculose e às DDO, e número estimado de casos de tuberculose pulmonar, tuberculose do sistema nervoso central e de tuberculose miliar na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, em 2003

Modelo Casos não

detectados Casos estimados AIC* G2** IC95% A+B+C 12 1475 96,96 50,71 1468-1485 A+B+C+A*C+B*C 34 1497 50,25 0,00 1481-1520 A+B+C+A*C 24 1487 77,27 29,02 1475-1505 A+B+C+B*C 13 1476 76,61 28,35 1469-1487 A=SVIG-TB; B=VigLab-Tuberculose; C=DDO

*AIC=critério de informação de Akaike; ** G2=deviance

Quando as fontes de dados foram analisadas em separado, a sensibilidade do SVIG-TB foi estimada em 96,3%, das DDO em 54,3% e do VigLab-Tuberculose em 44,8%. A sensibilidade das três fontes de dados em conjunto foi estimada em 97,7% (tabela 8).

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Tabela 8 – Sensibilidade do SVIG-TB, das DDO e do VigLab-Tuberculose na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003

Fonte de dados Casos observados Sensibilidade IC95%

SVIG-TB 1441 96,3% 94,8-97,3

DDO 813 54,3% 53,5-54,9

VigLab-Tuberculose 670 44,8% 44,1-45,2 As três fontes em conjunto 1463 97,7% 96,3 - 98,8

4.1.3. Sensibilidade do SVIG-TB, das DDO e do VigLab-Tuberculose

para os casos de tuberculose com teste de susceptibilidade aos

antituberculosos

Conforme o diagrama apresentado no ponto 7 do capítulo 3 do material, população e métodos, foram declarados às fontes de dados em análise 923 casos com resultado do teste de susceptibilidade aos antibióticos (TSA) para a infecção pelo complexo

Mycobacterium tuberculosis (SVIG-TB=872 casos; VigLab-Tuberculose=728 casos;

DDO=514 casos) (figura 14), constituindo 52,5% (923/1758) do total de doentes notificados na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003.

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Figura 14 – Escalas rectangulares com a distribuição proporcional dos casos de tuberculose com cultura positiva para a infecção pelo complexo Mycobacterium tuberculosis por fonte de dados na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003 (adaptado de Marshall, 2005)

Foi aplicado o mesmo modelo log-linear utilizado no ponto 1 deste capítulo, que incluiu, portanto, a independência das três fontes (A+B+C), a interacção entre o SVIG- TB e as DDO (A*C) e entre o VigLab-Tuberculose e as DDO (B*C), conforme salientado na tabela 9.

Com base no modelo final seleccionado, o número estimado de casos de tuberculose com TSA para a infecção pelo complexo Mycobacterium tuberculosis foi de 939 (IC95%=931-951), ou seja, houve 16 casos de tuberculose que realizaram o TSA, na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003, mas que não foram declarados às três fontes de dados em análise (tabela 9).

Tendo em conta a sensibilidade para os três sistemas de vigilância em conjunto (ponto 1.1 deste capítulo), que indicou que foram observados 95,0% do total de casos de

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tuberculose existentes na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003, podemos inferir que, dos 16 casos com resultado de TSA não declarados às três fontes de dados, 15 foram casos de tuberculose observados, cuja informação sobre o resultado do teste de susceptibilidade aos antituberculosos não foi registada nas bases de dados. O caso remanescente pertencerá ao universo dos 92 casos de tuberculose não detectados pelos três sistemas de vigilância.

Tabela 9 – Modelos log-lineares aplicados ao SVIG-TB, ao VigLab-Tuberculose e às DDO e número estimado de casos de tuberculose com cultura positiva para a infecção pelo complexo Mycobacterium

tuberculosis na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003

Modelo Casos com

cultura positiva não detectados Casos com cultura positiva estimados AIC* G2** IC95% A+B+C 7 930 88,83 42,85 925-936 A+B+C+A*C+B*C 16 939 49,98 0 931-951 A+B+C+A*C 11 934 70,55 22,57 928-943 A+B+C+B*C 8 931 73,67 25,69 926-939 A=SVIG-TB; B=VigLab-Tuberculose; C=DDO

*AIC=critério de informação de Akaike; ** G2=deviance

Quando as fontes de dados foram analisadas em separado, a sensibilidade do SVIG-TB foi estimada em 92,9%, das DDO em 54,7% e do VigLab-Tuberculose em 77,5%. A sensibilidade das três fontes de dados em conjunto foi estimada em 98,3% (tabela 10).

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Tabela 10 – Sensibilidade do SVIG-TB, das DDO e do VigLab-Tuberculose nos casos de tuberculose com cultura positiva para a infecção pelo complexo Mycobacterium tuberculosis na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003

Fonte de dados Casos com cultura positiva observados Sensibilidade IC95% SVIG-TB 872 92,9% 91,7 - 93,7 DDO 514 54,7% 54,0 – 55,2 VigLab-Tuberculose 728 77,5% 76,6 – 78,2 As três fontes em conjunto 923 98,3% 97,1 – 99,1

4.1.4. Sensibilidade do SVIG-TB, das DDO e do VigLab-Tuberculose

para os casos de tuberculose multirresistente

Conforme será apresentado em detalhe no ponto 3.4 deste capítulo, foram declarados aos três sistemas de vigilância em conjunto 55 casos de tuberculose multirresistente na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003, constituindo 6,0% (55/923) do total de casos de tuberculose que realizaram o teste de susceptibilidade aos antituberculosos. Na tabela 11 e na figura 15 indicam-se os casos multirresistentes observados nas três fontes de dados em apreciação.

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Tabela 11 – Distribuição dos casos multirresistentes observados pelo SVIG-TB, DDO e VigLab- Tuberculose

Fonte de dados Casos com teste de susceptibilidade aos antituberculosos Casos multirresistentes observados N (%) SVIG-TB 872 49 (5,6%) DDO 514 29 (5,6%) VigLab-Tuberculose 728 50 (6,9%) As três fontes em conjunto 923 55 (6,0%)

Figura 15 – Escalas rectangulares com a distribuição proporcional dos casos de tuberculose multirresistentes por fonte de dados na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003 (adaptado de Marshall, 2005)

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Analisando a proporção de casos multirresistentes observados, em relação aos 939 casos com teste de susceptibilidade aos antituberculosos estimados (ponto 1.3 deste capítulo), pode inferir-se que um dos 16 casos com teste de susceptibilidade aos antituberculosos não detectados pelos três sistemas de vigilância era multirresistente. Esta constatação foi reforçada quando se aplicou o modelo log-linear utilizado nos pontos anteriores deste capítulo (A+B+C+A*C+B*C), conforme apresentamos na tabela seguinte.

Tabela 12 – Modelos log-lineares aplicados ao SVIG-TB, ao VigLab-Tuberculose e às DDO e número estimado de casos de tuberculose multirresistente na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003

Modelo Casos multirresistentes não detectados Casos multirresistentes estimados AIC* G2** IC95% A+B+C 1 56 27,48 0,18 55-59 A+B+C+A*C+B*C 1 56 29,30 0,00 55-60 A+B+C+A*C 1 56 29,30 0,00 55-60 A+B+C+B*C 1 56 27,48 0,18 55-59 A=SVIG-TB; B=VigLab-Tuberculose; C=DDO

*AIC=critério de informação de Akaike; ** G2=deviance

Seguindo o critério de informação de Akaike (AIC), em que o modelo a seleccionar deve ser o que apresenta o respectivo valor mínimo, pode escolher-se o modelo A+B+C ou o modelo A+B+C+B*C para os casos de tuberculose multirresistente. Em qualquer destes dois modelos verificou-se a independência das três fontes de dados. Em todo o caso, todos os modelos log-lineares utilizados confirmaram a não-detecção de um caso de tuberculose multirresistente, ou seja, podemos inferir que houve um caso de tuberculose multirresistente que não foi clínica e/ou laboratorialmente diagnosticado, ou que não foi registado nas bases de dados dos três sistemas de vigilância em apreciação.

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A sensibilidade do SVIG-TB para a tuberculose multirresistente foi estimada em 87,5%, das DDO em 51,8% e do VigLab-Tuberculose em 89,3%. A sensibilidade das três fontes de dados em conjunto foi estimada em 98,2% (tabela 13).

Tabela 13 – Sensibilidade do SVIG-TB, das DDO e do VigLab-Tuberculose nos casos de tuberculose multirresistente na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em 2003

Fonte de dados Casos multirresistentes observados Casos multirresistentes não observados Sensibilidade IC95% SVIG-TB 49 7 87,5% 83,1-89,1 DDO 29 27 51,8% 49,2-52,7 VigLab-Tuberculose 50 6 89,3% 84,8-90,9 As três fontes em conjunto 55 1 98,2% 93,2-100,0

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