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4 ESTABELECIMENTO DE DIRETRIZES PROVISÓRIAS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES PARTICIPANTES E DESCRIÇÃO DOS GRUPOS FOCAIS

4.1.1 EMATER/RS-ASCAR

4.1.1.6 Sessão de Grupo Focal

A primeira sessão de grupo focal ocorreu no Rio Grande do Sul, na EMATER/RS-ASCAR em setembro de 2012. Com a presença de onze técnicos extensionistas de diferentes regiões do estado, a sessão de grupo focal transcorreu com amplo debate sobre as questões levantadas, apresentação de casos regionais

(exemplos da prática extensionistas nas diferentes regiões), constatações verbais do descompasso entre a ação de campo da extensão rural e o ritmo da percepção organizacional quanto aos impactos dessas ações, entre outros, em um espaço de aproximadamente 02h30min. Convém mencionar que o espaço físico cedido para a sessão de grupo focal, além de acolhedor, oferecia todas as condições para que os participantes se sentissem à vontade.

A pesquisa foi realizada durante um evento (seminário) onde eram apresentadas e debatidas as produções acadêmicas dos colaboradores da EMATER/RS, que passaram por programas de pós-graduação. O evento reunia extensionistas e outros profissionais da instituição de todo o território gaúcho.

Após a autoapresentação do pesquisador e de uma breve explanação sobre a pesquisa, foi apresentada a técnica de grupo focal. Desse momento em diante, cada participante fez sua apresentação.

Para cadenciar os trabalhos foi solicitado que a cada fala, o participante, antes de argumentar, deveria falar seu nome visando facilitar a identificação na gravação e posteriormente na transcrição.

A cada pergunta, as trocas de experiências entre os técnicos enriquecia o trabalho e surpreendia os próprios extensionistas, na medida em que muitas experiências foram vivenciadas individualmente e não compartilhadas, portanto, ficava evidente a informalidade e individualidade do conhecimento.

Convém ressaltar que em vários momentos os extensionistas anotavam o que os colegas falavam, sobretudo acerca dos procedimentos adotados em determinadas situações.

Cabe enfatizar que os extensionistas manifestaram elogios à organização no que tange a sua infraestrutura nos escritórios municipais, segundo os quais, facilita sobremaneira as atividades de campo. Sobre a estrutura tecnológica, destacaram que facilita o acesso e a disseminação do conhecimento e amplia as possibilidades de contatos. Outro aspecto mencionado, diz respeito à composição do corpo diretivo da organização, que segundo os extensionistas, parece mais focado e preocupado com as questões da instituição.

Ficou evidente a definição de alguns processos que constituem o fluxo informacional na organização. Para os extensionistas não há dúvidas de que a empresa tem conhecimento sobre cada atividade de campo, uma vez que essas são descritas nos projetos e no sistema de registro de atendimentos da extensão rural.

Os extensionistas também mencionaram haver clareza no tocante aos encaminhamentos das demandas surgidas a partir do seu público de atendimento. Segundo os técnicos, o extensionista deve se reportar ao seu gerente regional, que por sua vez, encaminha a solicitação. Também pareceu claro haver conhecimento, por parte dos extensionistas sobre as rotinas e requisitos à participação desses em processos de capacitação. Outro aspecto relevante mencionado pelos técnicos durante a sessão de grupo focal consistiu na descrição das técnicas e métodos aplicados nas ações de campo, todos, segundo os extensionistas, concernentes às diretrizes organizações as atividades executadas.

Por fim, houve uma intensa troca de endereços de email para posteriores contatos. O pesquisador coletou, no documento TCLE o email de cada um dos participantes, com o compromisso de mantê-los informados acerca da evolução da pesquisa.

Com a instituição, EMATER/RS, manteve-se o compromisso de que após a conclusão da pesquisa (com a defesa da tese), o pesquisador retornará à organização para apresentar os resultados.

4.1.2 CATI/SP

A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI, é um órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo. Criada em 1967, teve sua reestruturação ou reorganização defina em 1997, através do decreto estadual nº 41.608, de 24 de fevereiro de 1997, que apresenta, dentre outros aspectos, suas novas finalidades, conforme segue:

 Promover o desenvolvimento rural sustentado do Estado de São Paulo;  Adaptar, difundir e transferir tecnologias de produção agropecuária;

 Capacitar e treinar profissionais, produtores e trabalhadores ligados aos agronegócios;

 Fiscalizar e controlar a qualidade dos insumos agropecuários e dos produtos e subprodutos de origem animal e vegetal;

 Garantir a boa qualidade sanitária das espécies vegetais e animais utilizadas nas cadeias produtivas paulistas;

 Garantir sementes, mudas e matrizes de superior qualidade ao setor agropecuário;

No que tange sua estrutura organizacional11, principalmente relativo ao papél

da divisão de extensão rural, são apresentadas suas atribuições gerais, conforme o artigo 64 do decreto nº41.608:

 Coordenar, acompanhar e avaliar a programação de assistência técnica e extensão rural desenvolvida pela rede da CATI;

 Gerar, adequar e validar tecnologias às condições da agricultura do Estado de São Paulo;

 Estudar e aprimorar metodologias de assistência técnica e extensão rural;

 Propor sistemas integrados de produção e comercialização para o setor agrícola;  Acompanhar e avaliar programas e projetos técnicos especiais, em nível estadual e regional;

 Identificar as necessidades de pesquisa científica e tecnológica das áreas de produção animal e vegetal, recursos naturais e sócioeconomia rural;

 Coordenar a programação e execução de testes para validação e desenvolvimento de tecnologias agropecuárias;

 Manter intercâmbio técnico e científico com instituições públicas e privadas, nacionais, estrangeiras e internacionais, que atuam nas áreas de ensino, pesquisa, assistência técnica e extensão rural;

 Conciliar os sistemas de produção agropecuária com a conservação dos recursos naturais renováveis;

 Estudar e propor programas, projetos e atividades em educação agroambiental;  Estudar, acompanhar e avaliar atividades voltadas ao desenvolvimento rural sustentado.

4.1.2.1 Missão

Promover o desenvolvimento rural sustentável, por meio de programas e ações participativas com o envolvimento da comunidade, de entidades parceiras e de todos os segmentos dos negócios agrícolas.

4.1.2.2 Sessão de Grupo Focal

A segunda sessão de grupo focal ocorreu em Campinas/SP na sede da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI/SP), em outubro de 2012. Com a presença de dezessete técnicos extensionistas de diferentes regiões do estado. A

11 Para maiores detalhes sobre a estrutura organizacional da CATI, consultar:

sessão de grupo focal se desenrolou em clima positivo e participativo. Desde o início da sessão procurou levar ao limite os argumentos que surgiam a cada estímulo feito pelo pesquisador, ou seja, a passagem de uma pergunta para outra ocorreu apenas no momento em que não havia mais nada para ser falado pelos participantes. A sessão de grupo focal na CATI/SP teve duração aproximada de 03h00min.

Em todas as falas dos participantes havia um exemplo prático da atividade de campo. Semelhante ao observado na sessão realizada na EMATER/RS ficou evidente haver um descompasso entre a ação de campo da extensão rural e o ritmo da percepção organizacional quanto aos impactos dessas ações, e a aprendizagem que cada atividade da extensão rural oferece aos atores.

A pesquisa foi realizada durante um evento (seminário) que debatia aspectos relacionados à Citricultura no Estado de São Paulo, reunindo representantes de várias regiões. Com o objetivo de aproveitar essa concentração de técnicos na sede da CATI/SP. A sessão de grupo focal ocorreu no final do primeiro dia do evento.

Iniciada a sessão de grupo focal, ocorreu a apresentação do pesquisador e uma breve explanação sobre a pesquisa. Desse momento em diante cada participante fez sua apresentação e teve início o debate.

Para cadenciar os trabalhos foi solicitado que a cada fala, o participante, antes de argumentar, devesse se identificar visando facilitar a identificação na gravação e posteriormente na transcrição.

Na medida em que as perguntas eram feitas ficava evidente que há no estado de São Paulo significativa interação entre os atores, extensionista rural e produtor, havendo uma mútua relação de confiança. Outro aspecto percebido diz respeito à liberdade de atuação do extensionista rural no que tange ao atendimento às demandas dos produtores ou das comunidades que atende/assiste.

Relacionado com o tempo total da sessão, cada pergunta feita pelo pesquisador era respondida por todos os participantes, e muitas vezes, em um exercício de pergunta e resposta entre eles. Isso ocorreu, sobretudo quando eram explicitados os exemplos das práticas locais e regionais, em que o participante que apresentava o exemplo, o descrevia em detalhes, respondendo perguntas dos seus colegas. Esse comportamento foi percebido pelo pesquisador como um indício de que na instituição CATI/SP, o compartilhamento de experiências é limitado. Nessa sessão, foi comum os extensionistas anotarem as falas dos colegas, principalmente

relativas aos procedimentos adotados em determinadas situações, entre outros aspectos que lhes interessava durante as manifestações.

Outro fator observado ficou por conta do interesse dos participantes nas manifestações dos técnicos mais jovens (pouco tempo de empresa) e dos mais experientes. Esses últimos, ao falarem de suas experiências, recebiam total atenção dos demais, fato que não ocorria quando acontecia o inverso.

De forma geral, os técnicos extensionistas expressaram alguns aspectos caracterizados como limitantes e potencializadores da atividade de campo da extensão rural paulista, enaltecendo os novos direcionamentos seguidos pela instituição, exemplificando que, mesmo com o encerramento de projetos cujos volumes financeiros foram expressivos, a organização seguiu na busca de novas fontes de financiamento, garantindo sua sustentabilidade financeira.

Na opinião dos extensionistas, a estrutura local e regional da organização carece de algumas melhorias, contudo, no momento não compromete o desenvolvimento das atividades. Outro aspecto importante mencionado diz respeito ao continuado processo de capacitação pelos quais os técnicos passam em que a empresa investe e incentiva a participação de seu corpo funcional em eventos técnicos e científicos, feiras, cursos de graduação e pós-graduação. O grupo participante da sessão de grupo focal era bastante heterogênio em termos de tempo de trabalho na empresa, composto de veteranos e novatos. Os técnicos mais experientes e conhecedores das rotinas da empresa possuem maior conhecimento acerca dos processos internos, sobretudo os relativos ao fluxo de informações na organização. Outro aspecto evidenciado pelos participantes, diz respeito ao seu papel e postura no relacionamento com as instituições parceiras, sobretudo prefeituras municipais. Semelhante à EMATER/RS, a CATI possui sistemas informatizados para registro de atendimentos dos técnicos nas atividades de campo.

No final da sessão, os participantes se mostraram interessados nos resultados da pesquisa, ao ponto de se anteciparem ao pesquisador, oferecendo seus dados de email e outros contatos, para manterem-se informados sobre a evolução da pesquisa. Como ocorrido no Rio Grande do Sul, foi selado o compromisso de o pesquisador, após a conclusão da pesquisa (com a defesa da tese), retornar à organização para apresentar os resultados.

4.1.3 EMATER/PR

Criado em 1956, o serviço público de extensão rural paranaense, passou por algumas mudanças de caráter nominal organizacional. Em 1977 foi criada a EMATER/PR, tendo seu regime jurídico modificado em 2005, quando nasceu o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural.

Ciente de que a cada ano os desafios da extensão rural se torna maiores, a EMATER/PR definiu em seu Planejamento Estratégico (2009, p.17/18), um conjunto de competências essenciais aserem desenvolvidas junto à população rural, devendo ser traduzidas em políticas orgainzacionais, conforme segue:

4.1.3.1 Missão

Promover o desenvolvimento rural sustentável.

4.1.3.2 Visão

Ser reconhecida como instituição essencial ao desenvolvimento rural sustentável. 4.1.3.3 Valores       