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Capítulo 3. As táticas das correntes trotskistas no Brasil

1. Socialismo

Durante muitos séculos, o conceito de socialismo vem sendo usado por diferentes forças sociais e em diferentes contextos históricos. Afirmar-se socialista e adotar práticas concentradoras de riqueza, como as políticas neoliberais, pode ser, dentro de algumas concepções teóricas, uma prática coerente. Pode-se apoiar uma política concentradora de riqueza sob o pretexto de um pragmatismo político e, ao mesmo tempo, dizer-se socialista e procurar compensar esse desequilíbrio adotando práticas filantrópicas. Pode-se também até mesmo acreditar que um sistema baseado nas leis do mercado seja mais eficiente, distributivo e democrático. Tudo isso pode ser afirmado com um certo grau de coerência teórica, mas quando confrontado com a situação real, com a realidade concreta da sociedade, cai por terra, mostrando seu viés ideológico. Marx e Engels demonstraram-no muito bem ao explicitar a diferença do socialismo científico face às doutrinas socialistas burguesas, pequeno-burguesas e utópicas no Manifesto do Partido Comunista, e também ao confrontar, na Ideologia Alemã, a filosofia alemã impregnada pelo idealismo hegeliano com a concepção do materialismo histórico baseado na dialética materialista.

O pressuposto básico em que se assenta a ciência marxista é o de que toda formação social é caracterizada pelas condições nas quais ela produz e reproduz (num processo contínuo) sua subsistência, pela organização da produção e reprodução social. A história da sociedade humana está ligada à sucessão de diferentes modos de produção. Em última instância, a contradição

entre as forças produtivas e as relações de produção cria a possibilidade102 de uma revolução social. Essa, por sua vez, dependerá do desenlace da luta de classes.103 Como disse Marx e Engels, a luta de classes é o motor da história:

“Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora aberta, ora disfarçada: uma guerra que sempre terminou ou por uma transformação revolucionária de toda a sociedade, ou pela destruição das duas classes em luta”.104

As principais características do marxismo são: a) a defesa do socialismo como uma possibilidade histórica presente no capitalismo, e não como um projeto idealista e arbitrário; b) a necessidade, para se poder instaurar o socialismo, de substituir a estrutura econômica, baseada na propriedade privada dos meios de produção (na separação entre o trabalhador e os meios de produção e no mercado) por outra estrutura econômica, baseada na propriedade coletiva dos meios de produção (na unidade entre o trabalhador e os meios de produção e no planejamento democrático da economia); e c) a necessidade da luta de classes e da revolução política para realizar a transição ao novo modo de produção.

O socialismo que norteia o programa trotskista está, desta forma, no campo teórico marxista. Pode-se até chegar a questionar a eficiência da tática trotskista (baseada nas reivindicações transitórias) na transição ao socialismo; mas, ao

102 Utilizamos o termo “possibilidade” porque a contradição entre as forças produtivas e as relações

de produção não engendra por si só a transição para uma nova forma de sociedade. Vale sempre lembrar que o conceito “modo de produção” é uma abstração que caracteriza a predominância das relações de produção capitalistas em uma formação social concreta, que comporta em si outras formas de relações de produção. Por isso dizemos que cabe, portanto, à luta de classes – que se dá no âmbito dessa formação social – o “destino” da história. Ver Louis Althusser e Étienne Balibar,

Para leer El capital. Buenos Aires, Siglo Veintiuno, 1969.

defender que o processo histórico resulta do desenvolvimento das forças produtivas e da dinâmica da luta de classes e que se necessitaria de uma ruptura com a ordem social burguesa (baseada na propriedade privada), a tradição trotskista insere-se sim no campo marxista.

Algumas das principais correntes trotskistas brasileiras continuam reafirmando a validade da teoria da revolução permanente. Reafirmam também o programa elaborado por Trotsky para a Quarta Internacional, assim como sua pressuposição de que estaria aberta uma situação pré-revolucionária dada a estagnação das forças produtivas. Essas correntes continuam atuando informadas pela problemática marxista, haja vista o que dissemos acima. Em contrapartida, uma corrente brasileira de origem trotskista passou a adotar alguns pressupostos e algumas bandeiras que estão aquém do marxismo revolucionário.

As correntes que ainda reivindicam o programa trotskista são O Trabalho e o PSTU.

O PSTU, partido influenciado pelas concepções de Nahuel Moreno, adota o programa trotskista. Como dissemos, dentre as principais premissas deste, está a aposta na eminência de uma crise revolucionária que seria oriunda de uma crise estrutural do capitalismo. É nesse contexto que vemos o partido adotar entre seus princípios a defesa incontinente da independência de classe, tanto na ação direta dos trabalhadores quanto na intervenção institucional, e, o que mais nos interessa,

a defesa do socialismo, que só poderia se dar pela via revolucionária e através da “expropriação das grandes empresas”.105

A corrente O Trabalho, ligada ao dirigente francês Pierre Lambert, também adota caminho semelhante. Mantém o programa, defende a independência de classe e coloca a questão da propriedade privada no centro da discussão sobre a revolução socialista. Também continua na perspectiva da revolução socialista, considerando impossível de se aplicar o socialismo pelas vias eleitorais.106

As diferenças entre o PSTU e O Trabalho não estão colocadas nesta questão de qual socialismo defendem. Ambos defendem o programa trotskista, assim como o socialismo marxista. As principais diferenças entre ambos ocorrem no nível da tática política que adotam, assim como da política de alianças que almejam. Toda essa discussão será retomada no item posterior.

Em um sentido oposto às duas primeiras correntes, a Democracia Socialista sofre ao longo dos anos 90 uma transformação radical em seu programa. Como explicitamos no capítulo anterior, a corrente cria, no início dessa década, uma nova estratégia revolucionária. Buscando um caminho para alcançar o socialismo, caracterizado por eles como uma “democracia socialista”,107 a corrente desenvolveu a “estratégia de pinça”, que consistia em um duplo movimento,

105 Cf. Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, Cartilha de apresentação. Brochura de

apresentação do partido [ac. 2000]. Vale ressaltar que o partido reivindica ao todo, nessa cartilha, seis princípios. Além dos dois primeiros citados, teríamos: a defesa da mobilização permanente dos trabalhadores como princípio fundamental; o internacionalismo, contra a teoria de que o socialismo poderia existir em um único país; a “democracia operária”, colocada como “livre participação das bases operárias, populares e estudantis”; e a defesa da luta contra as opressões racial, sexual e de gênero.

106 Cf. Júlio Turra, dirigente nacional da corrente O Trabalho e membro da CUT. Entrevista

coordenado pelo partido revolucionário, que deveria avançar nas instituições burguesas e, ao mesmo tempo, nos movimentos populares. Este duplo movimento visava a ruptura com o Estado, considerado pela corrente como sendo essencialmente burguês.

Importante notar é que, nesse primeiro momento, a corrente deixava claro que a estratégia de pinça tinha por objetivo principal a socialização dos meios de produção.108 Deixava evidente também que essa tarefa não necessariamente ocorreria de forma pacífica.109 Também vale frisar, como explicitamos no capítulo

anterior, que, mesmo defendendo esses dois pressupostos, a nova estratégia já abandonava a tradição trotskista por distinguir etapas diferentes, como, por exemplo, a constituição de um bloco antimonopolista composto pelos “trabalhadores assalariados, pela pequena-burguesia urbana e rural e setores médios do capital”.

Entretanto, nos anos 90, a Democracia Socialista passa por uma série de mudanças circunstanciais em sua trajetória que terão influência direta em sua formulação programática e até, em certa medida, em sua instrumentação teórica.

107 Ver nota 83 do capítulo anterior.

108 Por exemplo, ao criticar o que chamava de “erro social-democrata ou reformista”, Juarez

Guimarães – então editor do jornal Em Tempo – vai dizer:

“ [o erro] estaria em centrar os objetivos e a dinâmica do movimento dos trabalhadores no sentido de conquistar o poder via um deslocamento da correlação de forças no interior do Estado burguês. O equívoco básico desta visão é o de encarar a máquina do Estado burguês como se ela fosse neutra, em querer fazer de uma estrutura construída para oprimir e alienar o poder aos trabalhadores um instrumento chave para a transformação social.

No plano da economia, o desdobramento deste erro consiste em encarar a luta de classes a partir de uma ótica distributivista, abandonando qualquer perspectiva, em futuro previsível, de socialização dos meios de produção [...]”. Em “A estratégia da pinça”, op. cit.

109 Entre os principais elementos da estratégia de pinça, está, por exemplo, a preocupação com a

questão militar. Propõe uma luta pela “deslegitimação, divisão ou neutralização” do aparelho militar burguês e, ao mesmo tempo, uma acumulação do movimento operário e popular no campo militar,

No final da década de 1980 e durante a década seguinte, o PT lograria alcançar três governos consecutivos na capital gaúcha, Porto Alegre, sendo que a Democracia Socialista esteve representada nas duas últimas: com o vice-prefeito Raul Pont (na gestão de 1993-1996) e com sua eleição como prefeito na gestão seguinte (1997-2000). A Democracia Socialista deparava-se agora com uma situação nova na sua história como corrente e na própria história do partido: ser colocada à prova não mais como oposição e, sim, como governo, como gestor de um ramo administrativo do Estado burguês. Agrega-se a essa provação, a vitória eleitoral de Olívio Dutra para o governo estadual do Rio Grande do Sul, em 1998, cujo vice era Miguel Rosseto, membro da Democracia Socialista e que depois viria a se tornar ministro do governo Lula.

A partir dessas experiências a corrente implanta um novo modo de gestão governamental, voltado para o objetivo de democratizar o acesso às decisões administrativas do Estado burguês: a “democracia participativa” através do mecanismo denominado “orçamento participativo”.

O orçamento participativo consiste na organização de diversos setores da sociedade em conselhos locais, orientada a partir das administrações municipais (no exemplo inicial de Porto Alegre), para a discussão do orçamento do município. A princípio, esta tese tem alguma influência da concepção trotskista de gestão a partir dos “conselhos operários” (ou soviets, no termo trotskista).

como “táticas de massa contra a repressão, estruturas de autodefesa, criação de redes e estruturas ao abrigo da repressão policial, etc”. Idem, ibidem.

A tese da democracia participativa é apresentada por seus artífices como sendo uma alternativa à dicotomia predominante entre as esquerdas e os liberais, identificada pela oposição Estado versus mercado. Essa tese se opõe tanto à teoria do Estado mínimo, e de melhor eficiência do sistema “administrado” pelo mercado, quanto às políticas de grande parte da esquerda mundial de volta ao Estado centralizador, de tipo keynesiano. Colocam a estratégia política da democracia participativa como sendo uma forma alternativa a essa dicotomia. A participação popular teria condições de pressionar o poder legislativo a ir em direção às medidas antiliberais, de caráter estatizantes, e, ao mesmo tempo, exerceria o poder de fiscalização das ações da burocracia de Estado.110

É possível indicar algumas questões em relação à proposta do orçamento participativo. Sabemos que as assembléias locais realizadas pelos municípios, em nome do orçamento participativo, decidiam, na maioria das vezes, sobre menos de 10% do orçamento total do município, sendo que a partir de 2000, com a implantação pelo governo Fernando Henrique Cardoso da Lei de Responsabilidade Fiscal, essa porcentagem ficou cada vez mais restrita e submetida à política econômica geral do Governo Federal. Além do que, o sistema de distribuição fiscal no Brasil é muito concentrador, conferindo grande poder à federação em detrimento dos estados e municípios.111 Assim, numa situação em que temos uma federação pautada essencialmente pelo monetarismo e pela

110 Cf. Raul Pont, A estrela necessária. Porto Alegre, Veraz, 2002. Ver especialmente o texto

“Teses sobre as experiências de governo local e a luta pelo socialismo”, pp. 97-109.

111 A União Federal fica com 70,5% dos impostos e contribuições e com 62,3% dos tributos

disponíveis; aos governos estaduais compete 23,6% e, por sua vez, os municípios ficam com apenas 3,9% da competência tributária e com 14% das receitas disponíveis. Cf. Ibidem, p. 60.

ortodoxia fiscal, a proposta da democracia participativa corre o risco de se tornar mero legitimador das decisões das instâncias superiores.

Há, ainda, outro impasse na questão do orçamento participativo. Com a implantação da Constituição Federal de 1988, a legitimidade do orçamento participativo esbarra constantemente nas decisões das Câmaras Municipais e das Assembléias Legislativas, devendo ser aprovada numa segunda instância, sob risco de ilegalidade.

A partir de 2001, a Democracia Socialista também exerceu um papel importante na organização do que veio a ser conhecido como Fórum Social Mundial. Com a participação de várias entidades ligadas aos movimentos sociais, ambientalistas, religiosos, pacifistas, pela autodeterminação dos povos, etc, o Fórum, em suas diferentes versões, foi marcado por uma heterogeneidade de propostas. Mas em todas elas, uma peça política e de propaganda muito valorizada foi a experiência do orçamento participativo, cuja proposta era democratizar os mecanismos de decisões do Estado entre os diversos setores da “sociedade civil”. Podemos ver que grande parte das lideranças políticas que compunham o Fórum buscavam um mundo mais “civilizado”, mais “humanizado”; seu próprio slogan era: “um outro mundo é possível”. Mas nunca deixaram claro se esse outro mundo seria um mundo socialista, no sentido marxista do termo.

Essa experiência, plural e heterogênea, facilitou a aproximação de quadros da Democracia Socialista, como também da organização Internacional a qual é ligada, com setores representativos do catolicismo progressista e da teologia da

libertação. Podemos ver que o próprio jornal Em Tempo, durante a campanha eleitoral de 1998 e mais ainda na de 2002, já apresenta uma mudança em sua concepção teórico-programática. Passam a falar cada vez menos em “luta de classe” para falar em “cidadania”; usam cada vez mais o termo “solidariedade”, não uma solidariedade de classe para unir os trabalhadores, mas uma solidariedade (no sentido cristão do termo) para unir os “homens”.

Podemos ver um exemplo claro da mudança ocorrida nas concepções da corrente em um artigo de sua liderança internacional, Michael Löwy, assinado conjuntamente com o ideólogo da teologia da libertação, Frei Betto. Intitulado “Valores de uma nova civilização”, o artigo visa atacar a concepção mercadológica neoliberal predominante em nossa época. Afirma: “o mundo não é uma mercadoria”. Propõe, então, uma alternativa baseada no resgate dos valores da Revolução Francesa – liberdade, igualdade e fraternidade112 - somados aos

valores da democracia (leia-se participativa, como o orçamento participativo) e do “socialismo” (entendido como a composição de uma “civilização da solidariedade”).113

Essa mudança conceitual e programática foi assimilada pelas próprias lideranças nacionais. Por exemplo, em um texto intitulado “Atualidade de um

112 Diriam sobre este conceito: “é a tradução moderna do velho princípio judaico-cristão: o amor ao

próximo. É a substituição das relações de competição, concorrência feroz, guerra de todos contra todos – que fazem do indivíduo, na sociedade atual, um homo nomini lupus (um lobo para os outros seres humanos) –, por relações de cooperação, partilha, ajuda mútua, solidariedade”. Michael Löwy e Frei Betto, “Valores de uma nova civilização”, em Em Tempo, n. 323, maio de 2002.

programa socialista”, assinado por Raul Pont, Heloísa Helena, João Machado e Joaquim Soriano, seria afirmado:

“...tudo o que reforça a consciência e a auto-organização dos trabalhadores, desenvolve os valores da igualdade, da democracia autêntica, da cooperação e da solidariedade, contrapõe-se à lógica do mercado e da concorrência caminha na direção do socialismo.”114

Em um debate realizado na Unicamp às vésperas das Eleições de 2002, Joaquim Soriano também assumiria essa mudança ocorrida no interior da corrente:

“E para o PT, convergiram muitas organizações de tradições diferentes, muitas que eram

inteiramente novas no nosso cenário. Por exemplo, os cristãos revolucionários. Conhecíamos cristãos que diziam: somos cristãos, revolucionários!

Conseguimos [referindo-se à Democracia Socialista], no passar dos anos, uma grande

química, através do Michael Löwy, com a teologia da libertação. Hoje em dia, na nossa corrente

temos muitos cristãos revolucionários. E, mais recentemente, mais grupos petistas de cristãos revolucionários aderem à nossa corrente. Ficamos muito felizes com isso!

Nós nos convencemos do ateísmo da revolução permanente e muito pouco da revolução permanente. Eles nos convenceram da crença da fé? Não. Então, para organizarmos uma corrente

política com potência, para vivermos, militarmos num partido como o PT, precisamos desenvolver algo que é muito raro na esquerda, que é aprender a conviver com o que é diferente.”115

114 “Atualidade de um programa socialista”, vários autores. Texto publicado no “2º Caderno de

Teses”, do processo de Eleições Diretas – Secretaria de Organização Nacional do PT, São Paulo, 2001. Reproduzido em Raul Pont, op. cit., pp. 113-125.

115 Extratos da fala de Joaquim Soriano no debate “As esquerdas e as Eleições de 2002”,

organizado pelo Centro de Estudos Marxistas (Cemarx)-Unicamp e realizado no dia 17 de setembro de 2002, no auditório do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp. (Acervo Cemarx)

Ao contrário da proposta anterior de ruptura com o modo de produção baseado na propriedade privada passa-se a propor uma democratização da propriedade. Por exemplo, no texto já citado de Löwy e Betto propõe-se uma “democracia social” na qual “as grandes opções sócio-econômicas, as prioridades de investimentos, as orientações fundamentais da produção e da distribuição, são democraticamente discutidas e decididas pela própria população, e não por um punhado de exploradores ou pelas supostas ‘leis do mercado’”.116 Por sua vez, eles falariam apenas em uma “redução radical dos direitos dos proprietários capitalistas” através da “ampliação radical dos direitos dos trabalhadores sobre as empresas privadas”.117 Isto evidencia que não enfatizam mais a questão da expropriação da burguesia.

Ao falarem de “democracia social”, visualizam para o futuro uma forma de governo auto-gestionada por conselhos populares, mas não enfatizam a questão da ruptura com o modo de produção, muito menos da destruição do Estado burguês. O mesmo acontece quando falam em “ampliação ou redução de direitos”, pois os mesmos são parte constitutiva da superestrutura jurídico-política burguesa. E esse é um ponto crucial. Não há mais a preocupação, como visualizamos no texto do Juarez Guimarães, com a superestrutura jurídico-política burguesa. Erram ao não estabelecer como inimigos do socialismo os membros favorecidos pelo sistema de organização estatal, como o próprio corpo burocrático-administrativo do Estado burguês.

116 “Valores de uma nova civilização”, op. cit., p. 9.