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6 COLETA DE DADOS, RESULTADOS E ANÁLISES

6.5. Resultados da triagem

6.5.1 Análise estatística

6.5.1.1 Software e tipos de serviço

Os grupos (Tabela 2) foram criados por um método aglomerativo em que cada observação começa em seu próprio grupo e em cada passo um grupo é unido ao outro. A metodologia é melhor descrita no relatório do Anexo C. Os grupos foram formados principalmente por apresentarem características comuns quanto à prestação de serviço.

Tabela 2 – Grupos de escritórios de acordo com o agrupamento por serviços oferecidos

Fonte: Autor (2019)

Grupo 1 – É o grupo que menos faz projetos de objetos e paisagismo, muitos fazem projetos de interiores e muitos fazem projetos residenciais, todos fazem projetos comerciais e uma quantidade razoável faz projetos corporativos. Pouquíssimos fazem projetos industriais e urbanos. É o grupo de escritórios mais comum em termos de serviços oferecidos e provavelmente trabalham pouco com projetos de pequena escala.

Grupo 2 – Poucos fazem projetos de objetos. É o grupo que mais faz projetos

industriais, urbanos e paisagísticos e principalmente muitos fazem projetos institucionais. Todos do grupo fazem projetos residenciais, muitos fazem projetos

comerciais e um considerável número faz projetos corporativos. Esse grupo se destaca por ter o maior número de escritórios que fazem projetos de maior escala em geral e por oferecerem a maior gama de tipos de serviço.

Grupo 3 – Poucos fazem projetos de objetos e é o grupo com menor número de

escritórios que fazem projetos de interiores, residenciais, comerciais, institucionais e

poucos fazem projetos corporativos. Nenhum escritório faz projeto urbano. É o segundo

grupo que mais faz projetos paisagísticos. Por característica, é provavelmente o grupo que

menos oferece serviços ou possuem mais restrições do tipo de serviço oferecido.

Grupo 4 – É o grupo que mais faz projetos de objetos, todos fazem interiores e muitos fazem projetos residenciais, todos fazem projetos comerciais e coorporativos e pouquíssimos fazem projetos institucionais, urbanos e paisagísticos. Não fazem projetos

industriais. Por característica e número, é o grupo que provavelmente tem grande foco em

projetos comerciais e ambientes de trabalho, mas que também se destaca por fazer objetos ou produtos de pequena escala.

Grupo 5 – Esse grupo quase não faz projetos de objetos. Muitos fazem projetos de interiores, todos fazem projetos residenciais, um considerável número faz projetos comerciais, são os que menos fazem projetos corporativos e pouquíssimos fazem projetos

institucionais, industriais e paisagísticos. Não fazem projetos urbanos. No geral, esse se

caracteriza por poucos escritórios trabalharem com grandes escalas, ou escalas muito pequenas no nível do objeto e projetos específicos, como o de paisagismo. Pode ser considerado um tipo mais comum de escritório e se aproxima bastante do Grupo 1, com a diferença de que este tem um foco maior no projeto comercial, enquanto o Grupo 5 faz mais residenciais.

Todos os grupos estão próximo de 70% do número de escritórios que fazem administração e gerenciamento de obras, tendo isso como uma característica em comum.

A análise dos grupos sobre os tipos de serviços que prestam em relação aos softwares pode ser observada no Gráfico 10 de barras. Fica evidente que o AutoCAD é o software mais utilizado principalmente pelos grupos 1, 2, 3, 5. No grupo 3 aparece abaixo dos 50%, justamente no conjunto de escritórios que parece ter menor número de tipos de serviços oferecidos.

Gráfico 10 – Softwares usados pelos escritórios por grupo

O SketchUp aparece como o segundo software mais utilizado por grupo também nos grupos 1, 2, 3 e 5. Já no grupo 4, o SketchUp parece ultrapassar o AutoCAD, lembrando que este grupo faz projetos que vão desde a pequena escala até a escala dos projetos corporativos ou para fins comerciais.

Softwares voltados à representação gráfica, como o Photoshop, Corel, ou para renderização de imagens, como o Lumion e Vray, tiveram grande representatividade nos grupos 1, 2 e considerável aparição no grupo 5. É interessante observar que, nesse caso, o Photoshop (editor de imagens) está bastante presente no primeiro grupo, enquanto no grupo 5 os renderizadores são mais utilizados. No grupo 3 e 4 os mesmos softwares de representação e renderização não atingiram a marca dos 20%.

Outro software de considerável utilização é o Revit que aparece acima dos 30% nos grupos 1, 2 e 5. O grupo 5 tem como destaque o fato de ser o grupo que mais usa o Revit e, coincidentemente, é o grupo que por classificação tem como característica marcante um grande número de escritórios que fazem projetos residenciais. Uma consideração a ser feita é de que os grupos 3 e 4 são justamente aqueles que menos utilizam o Revit. Enquanto o grupo 3 tem como característica ter mais escritórios que fazem projetos paisagísticos, o grupo 4 possui vários escritórios que fazem projetos de interiores. Coincidentemente, durante o questionário de triagem, vários escritórios mencionaram que o uso do Revit e do ArchiCAD (que possui uma semelhança ao Revit como software BIM) não eram muito propensos para projetos de interiores nem paisagísticos, enquanto o SketchUp, por exemplo, foi bastante mencionado como software utilizado para projeto de interiores. Não por acaso, o SketchUp aparece bastante mencionado no grupo 4. Essa observação pode ser baseada no argumento de que existem certas preferências por softwares de acordo com o tipo de projeto que é desenvolvido pelo escritório. Quanto ao uso de software voltados à programação, como o Grasshopper, a baixa quantidade de usuários não permitiu inferir sua relação com o tipo de serviço oferecido e o uso de softwares destinados à programação textual ou à programação visual. Mais adiante serão apresentados os resultados e as análises dos escritórios que apresentam algum nível de computabilidade paramétrica ou algorítmica conforme as classificações de Vasconselos e Sperling (2017) e Kotnik (2010).