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Stropharia cubensis Psilocybe cubensis

O texto abaixo é extraído do livro Retorno à Cultura Arcaica (Nova Era), de Terence McKenna:

“Há talvez dezenas de milhares de anos, os seres humanos vêm utilizando cogumelos para fins de adivinhação e indução do êxtase xamanista. Pretendo demonstrar que a interação entre homens e os cogumelos não é uma relação simbiótica estática, e sim dinâmica, através da qual pelo menos

uma das partes consegue atingir níveis culturais mais elevados. O impacto das plantas psicoativas sobre o aparecimento e a evolução dos seres humanos é um fenômeno que até agora não foi examinado, mas que promete esclarecer não só a evolução dos primatas, mas também o surgimento das formas culturais peculiares ao Homo sapiens.

Há um fator oculto na evolução dos seres humanos que não é nem o elo perdid o nem a finalidade imposta pelos céus. Minha teoria é que esse fator oculto na evolução dos seres humanos e que teve à tona a consciência humana em um primata bípede dotado de visão binocular tem a ver com um laço de realimentação com alucinógenos vegetais.

Trata-se de uma noção que ainda não foi amplamente explorada, embora uma forma muito conservadora dela apareça em Soma: de R. Gordon Wasson. Ainda que ainda não comente o surgimento da natureza humana nos primatas, Wasson sugere que os cogumelos alucinógenos foram o agente causal do aparecimento de seres humanos espiritualmente conscientes e da gênese da religião.”

A ausência de clorofila impede os cogumelos de se alimentarem utilizando a energia solar, o que impele a espécie a desenvolver outros métodos de vida, atuando como parasitas em outros animais e plantas ou habitando matéria em decomposição. Os fungos também agem quimicamente no ar, de forma diferente das plantas com clorofila, eles absorvem o oxigênio e exalam ácido carbônico, agindo nesse ponto da mesma forma que os animais, aos quais se assemelham em composição química. No continente americano há o Cubensis; que nasce no estrume do zebu, cogu do zebu assim chamado. Zebu é uma raça de boi.

Segundo Sangirardi Jr, essa espécie de fungo tem sido empregada na América Central desde muito antes da chegada dos espanhóis que trouxeram o gado bovino. Para ele, poderiam proliferar no estrume do búfalo americano e do gamo, animais considerados sagrados pelos maias.

Este Cogumelo é muito conhecido aqui no Brasil, notavelmente em regiões de pasto de gado. Seu princípio ativo é a psilocibina, a parte inferior do chapéu é escura e sua cor é um tom dourado escuro.

Terence Mackenna, um xamã e botânico que morava no Hawaii, em seu livro “Alucinações Reais”, conta como consegue reproduzir o cogumelo no seu laboratório de plantas de poder, afirmou:

“- A psilocibina está intimamente ligada com a serotonina. A serotonina torna possível ao cogumelo as funções cerebrais do universo mental.

O mais interessante é como nasce o cogumelo. Imagine agora um zebu pastando. As plantas ingeridas vão para aquela biomáquina, que é o seu processo digestivo, e vira depois estrume. Depositado o estrume na terra, fica por conta do Universo. Vem a chuva irrigando o estrume, e em seguida o Sol com seus raios dourados, energizando. Desta alquimia natural, nasce o cogumelo.

Numa das vezes que ingeri o cogumelo, dentro de um ritual xamânico, estabeleci contato com um ser, que intuí ser o elemental. Tive a visão de um elemental bastante gordo, cheio de barrigas, bonachão, bastante sorridente, passando-me que possuía os registros da Mãe Terra e das manifestações da natureza.

Senti uma profunda conexão com a natureza, podia observar as mais sutis formas de vegetação, e tive a compreensão que esta planta não pode ser ingerida em centros urbanos. Dizem os erveiros que os cogumelos não devem ser tomados de forma sistemática. Eles dizem que o cogumelo aparece em seu caminho, quando é necessário. Quando você quer procurá-lo, mas não é para ser, você não o encontra. Um mateiro explicou-me a utilização da seguinte maneira:

‘-Ta vendo aquele cogumelo lá? ( referindo a um cogumelo de outra espécie). Aquele a gente não come, porque faz mal. Aquele outro às vezes a gente usa prá botar numa salada. E este ( referindo-se ao stropharya), este é o seguinte: às vezes a gente ta com a cabeça cheia de problemas, e não consegue arrumar as idéias. Então a gente come este que é prá entender como resolve.’

Alguns que estudam botânica mágica acreditam que este cogumelo veio de Órion. Se o cogumelo veio de outro planeta, não posso afirmar, porém parece que ao ingerí-lo estabeleci uma conexão com algo que não era deste planeta.

Suas visões são bastante fortes, não senti o tempo passar, não senti fome. Quando tocava maracás, eu via labaredas de fogo saindo dos mesmos. A acuidade auditiva e visual foi bem amplificada e nessa vivência recebi um insight que proporcionou uma grande transformação em minha vida.”

Armazenamento

Os cogumelos podem ser armazenados em mel, onde parece que se perde um pouco de força para o mesmo, e seco, lembrando que deve ser seco sem a presença do sol diretamente para não degradar a subtância ativa do cogumelo, seco à sombra, ou em túnel de vento (pode ser feito com um ventilador e cartolina), e colocados em recipiente onde não haja troca de ar, um método muito utilizado é usando sílica, em pedra ou em gel, que retira a umidade.

Dosagem / Uso

Dosagem varia muito da idade do cogumelo e da sensibilidade da pessoa aos constituintes do cogu.

Cogumelos novos, 1-3 cogus para uma trip branda; 3-6 cogus para uma trip forte e 6-8 cogus para uma trip muito forte, levando em consideração que isto são cogumelos pequenos. Tem-se como pequeno, menor que o fundo duma garrafinha Max Willian caçulinha, hehe.

Para preparar seus cogumelos pique eles ao máximo e os coloque em uma xícara e despeje água não fervente em cima deles, abafe até que o liquido esfrie e tome.

Pode-se ainda espremer os cogus com um garfo, para extrair ao máximo (e também maceralos como em uma caipirinha quando colocar a água).

Outra maneira é comendo, in natura, com doce de leite, ou ainda incorporar em suas vitaminas favoritas.

Os cogumelos secos devem ser consumidos neste estado, pois o chá se perde muito (eu ainda prefiro o chá), uma dica para driblar o seu gosto é congelar eles antes da ingestão.

Identificando

Este, achado em Cuibá, Brasil

O Stropharia atende a 3 requisitos básicos, e indiscutíveis, que devidamente comprovados a chance de se estar consumindo o cogumelo errado é quase que nula.

Ele frutifica geralmente nas redondezas da bosta dos bois.

Ao notar se vê a cor meio que alaranjada saindo do meio para as extremidades, como na foto ao lado! Possuem anel abaixo do chapéu (parte superior), este anel pode cair se o cogumelo for mais velho.

E o essencial ao quebrar as haste dentro de alguns minutos depois, ele deverá ficar Roxo!, Alguns dizem que a velocidade a qual ele fica roxo é um indicativo de potencialidade, já peguei cogus que somente ao entrar em contato com o ar ficarão negros de tão roxo, mas já estavam bem velhos difíceis de identificar até.

Vale lembrar que as cores do chapéu, tamanho e semelhança com a foto acima, pode mudar de região para região, temos muitas espécies de Stropharia no Brasil, porém as 2 últimas características são base das espécies.

Segundo o erowid, dosagens de cogumelos secos.

Uma correta identificação é necessária para que não ocorram acidentes graves.