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A territorialização do monopólio e a monopolização do território na fronteira agrícola o estado de Goiás

CAPÍTULO VI. AS NARRATIVAS DOS CAMPONESES POSSEIROS DENUNCIAM A VIOLÊNCIA DA OCUPAÇÃO DO CAPITAL NA

Foto 1 Confinamento de engorda de gado de corte nelore Mozarlândia GO

1.4 A territorialização do monopólio e a monopolização do território na fronteira agrícola o estado de Goiás

As transformações que ocorreram no final do século XX, principalmente com o fim do socialismo no leste europeu, consolidaram o fortalecimento do capitalismo, que passou a desenvolver novas estratégias de operar em termos mundiais, por meio de ações organizadas, com o objetivo de comandar a economia. [...] ―A novidade que trouxe foi a presença, no plano mundial, de monopólios formados em países emergentes, ao lado de processos de ascensão internacional de setores das burguesias nacionais com o apoio dos Estados‖ (OLIVEIRA, 2014, p.17).

Diante disso, a agricultura foi inserida nesse processo de mundialização, ou seja, capturada pelas grandes empresas nacionais e mundiais, uma vez que o capital financeiro apropriou das commodities agrícolas, transformando as atividades do setor agropecuário em setor industrial controlado por grandes empresas produtoras de sementes, agroquímicos e maquinários e também por meio da compra de terras nos países emergentes ou periféricos.

A monopolização do território se baseia na forma de como as empresas exercem o poder e o controle para apropriar da renda da terra. Desse modo, as grandes empresas atuam e operam nos mercados das bolsas de mercadorias em escala mundial. Por isso:

A monopolização do território é desenvolvida pelas empresas de comercialização e/ou processamento industrial da produção agropecuária, que sem produzir no campo, controlam através de mecanismos de subordinação, camponeses e capitalistas produtores do campo. As empresas monopolistas atuam como players no mercado futuro das bolsas de mercadorias do mundo, e, às vezes controlam a produção dos agrotóxicos e fertilizantes. Este processo gera o controle monopolístico do território (monopolistic control of the territory), ou seja, as empresas monopolizam a circulação das mercadorias sem precisarem territorializar os monopólios. Isto também, quer dizer, que se abrem possibilidades para o estabelecimento de alianças de classes entre aqueles que produzem de fato, em geral nacionais, e, aqueles que fazem estas mercadorias circularem pelo mundo. Assim, os proprietários de terras e os capitalistas aliam-se a empresas mundiais de diferentes setores sejam nacionais ou estrangeiras. (OLIVEIRA, 2016, p. 233).

As estratégias geopolíticas das empresas baseiam-se na sua capacidade de controlar o território, mas também os seus recursos e o que nele é produzido, assim, pelo poder econômico passa a operar no mercado financeiro por meio das bolsas de valores em vários lugares do planeta.

Novas alianças são formalizadas entre as classes, aqueles que de fato produzirem – proprietários e empresas nacionais, e os que controlam a circulação das mercadorias. Desse modo, proprietários de terras e capitalistas se aliam às grandes empresas mundiais de diversos setores, sejam elas empresas nacionais ou estrangeiras.

Para colocar a questão do território no centro do debate, é preciso atentar para as relações de poder que coordenam as ações no território, que são determinadas pelas instituições, como o Estado que exerce o seu papel de condutor, mediador e articulador entre o público e o privado, tais como empresas nacionais e internacionais.

O capital não tem fronteira, se reestrutura na perspectiva neoliberal de se impor pelo poder financeiro, exercendo o controle e definindo as suas operações de negócios por meio da compra de terra, apropriação de matéria-prima e expropriação da produção agropecuária.

Dessa maneira, o território tem se reestruturado conforme a dinâmica do capital. Os diferentes sujeitos que compõem o território estão centrados nas relações de poder, que são manifestadas pelos conflitos que surgem a partir dos interesses de classes. O projeto neoliberal e as corporações financeiras impõem seus negócios/lucros acima dos interesses da coletividade.

Então, desse ponto de vista, o território ―... é um espaço onde projetou um trabalho, seja energia e informação, e que, por consequência, revela relações marcadas pelo poder. O

espaço é a ―prisão original‖, o território e a prisão que os homens constroem para si‖ (RAFFESTIN 1980, p. 143-144).

No que concerne a esta questão do uso do território, pode-se afirmar que ―A partir desse ponto de vista quando quisermos definir qualquer pedaço do território, deveremos levar em conta a interdependência e a inseparabilidade entre a materialidade, que é a natureza, e o seu uso, que inclui a ação humana, isto é, o trabalho e a política.‖ (SANTOS e SILVEIRA, 2005, p. 247).

O território se torna dinâmico em razão das ações e das relações humanas, que são responsáveis pelo processo de transformação dirigida pelo Estado, pelo setor privado e pela sociedade. Assim, se concretiza a territorialidade com funções específicas para o uso do território. A infraestrutura do território é a base para a realização das atividades econômicas que congregam diferentes ordens de exploração capitalistas em conformidade com as condições dadas pelos países, tais como adesão irrestrita ao projeto neoliberal.

Deve-se pensar o território como resultado de fatores sociais e políticos, numa perspectiva crítica relacionada e integrada às diferentes condicionantes que estão em curso, como a apropriação e o controle de recursos naturais com o objetivo de concentração da riqueza.

A análise desses fatores nos coloca diante de uma situação complexa e de difícil explicação, haja vista que há o encontro e a continuidade dos velhos e dos novos arranjos na esfera econômica. Corporações financeiras redefinem suas estratégias de ações, orientadas pela produção do conhecimento, que acompanha as transformações socioespaciais degradação ambiental, expansão urbana, acirramento das desigualdades sociais. (SAQUET, 2007).

O território torna-se o centro das relações sociais e de conflitos, devido às variadas formas de ocupação e exploração, o que envolve a disputa pela terra, a exploração agrícola, o uso da água, e do minério, tudo isso com a presença atuante das empresas em nível de mundo. ―O poder visa o controle e a dominação sobre os homens e sobre as coisas. Pode-se retomar aqui a divisão tripartida em uso na geografia política: a população, o território e os recursos‖ (RAFFESTIN, 1980, p. 58).

Nessa análise, a terra está no centro da questão, pois há um esforço de compreender o território no movimento concreto das relações de poder estabelecido por sujeitos que correlacionam interesses de cunho político e econômico. No outro extremo dessa luta desigual, há a classe trabalhadora, assalariados ou camponeses.

Pode-se aqui ressaltar que a expropriação dos recursos naturais torna-se um trunfo para as empresas do setor agroindustrial que estão investindo na compra e no arrendamento de

terras no Brasil para produção de grãos. A Região Centro-Oeste e o MATOPIBA são consideradas significativas, pelo fato de oferecerem terras com baixos preços, posição geográfica e logística, além da abundância de recursos hídricos indispensáveis para atividade agrícola.

O processo de territorialização do capital no campo configura nova estratégia de exploração moderna da terra. Os arranjos e a implementação de infraestrutura e renovação dos métodos tecnológicos do setor produtivo são as condições criadas para a realização do trabalho no território.

A expansão das atividades econômicas impostas pelos empresários do capital financeiro evidentemente contraria aos interesses do campesinato, já que as relações sociais estruturadas pelos sujeitos do campo sofrem com a desarticulação pressionada pelo uso capitalista da terra.

Assim, a partir das relações que estão sendo estabelecidas com a intervenção arbitrária do capital, o território tende a acumular lucro e renda, em movimento contrário aos interesses dos povos camponeses, o que faz surgir conflitos da luta de classes no campo.

A força e o poder do capital conta com o apoiado do Estado, que lhes dão as condições e as facilidades, ou mesmo conivência com as ações que interpelam e violam os direitos dos trabalhadores que já estão na terra. Em síntese, o Estado advoga em prol das empresas e dos latifundiários a expandirem ainda mais seus interesses.

As metas e os planos das corporações econômicas estão vinculados às ações globais, operadas pelas empresas em várias partes do planeta. Dessa maneira, o território passa a exercer novas ações no âmbito local, com regulação e normas jurídicas para o seu uso mediado pela relação local e mundial.

A conexão entre o mundial e local extrapola as relações diretas e indiretas, que vão se adequando com as novas exigências do mercado e do comércio, portanto, a modernização do território é prioridade para adequação da exploração das empresas que vão se instalar e, por isso, precisam das bases de infraestrutura.

As bases estruturais, no que se refere à infraestrutura e a modernização do território para a escoação da produção agrícola e pecuária do Centro-Oeste e das demais regiões brasileiras, estão assentadas num projeto estratégico de viabilização dos fluxos por rotas de saída para a comercialização dos produtos agrícolas. Isso reflete a capacidade atual da mobilidade no território brasileiro para atender às demandas de consumo nacional e global (Mapa 5).

Pode-se observar no Mapa 5, as principais rotas da escoação da produção agrícola no território brasileiro, e a logística para a fluidez e mobilidade, fator fundamental para a

integração das regiões produtoras. O Brasil ocupa posição geográfica estratégica no cenário internacional.

Desse ponto de vista, a Região Centro-Oeste é também um fator relevante para a agricultura capitalista, bem como a porta de entrada para o agronegócio em direção à região do MATOPIBA. Assim, o escoamento da produção agropecuária brasileira se dá pelos portos marítimos e portos secos, das rodovias, hidrovias e ferrovias.

Finalmente, creio que a ideia-força da acumulação de capital em múltiplos setores – agricultura, cadeias agroindustriais, mercado de terras sistema de crédito -, sob patrocínio do Estado, retornará ao centro do debate das políticas públicas no Brasil dos anos 2000, agora como estratégia econômica principal do comercio exterior, mas também como pacto da economia política, no sentido clássico das classes associadas politicamente, para captura do excedente econômico e particularmente da renda fundiária agrícola e mineral. [...] (DELGADO, 2012, p. 92-93).

O Cerrado, dominado pelo capital, reforça a sua expansão desde os anos 2000. A acumulação de capital se deu a partir das condicionantes dos setores que envolvem a agricultura, as cadeias agroindustriais e o mercado, enfim, tudo isso transformou Goiás na rota do agronegócio. Além da agricultura, geradora dos excedentes econômicos em consequentemente, a renda fundiária da terra, surgiu o mercado de terras, que se tornou a ―bola da vez‖ na fronteira agrícola.

Os mercados integrados ao setor agroindustrial operam de forma articulada com as empresas que estão se instalando e controlando os territórios da produção agrícola no Cerrado. A diversificação das atividades produtivas da agricultura capitalista anda numa direção rápida e desagregadora da produção do campesinato.

A relação entre a monopolização e a expropriação do território está presente nas novas formas em que o capital financeiro atua no campo. Aqui, é necessário definir quais são as classes marcadas e classificadas como estorvo, que atrapalham o desenvolvimento do setor agrícola, na ótica dos capitalistas.

Esses grupos são os camponeses, os indígenas e os quilombolas, que são desterritorializados para dar lugar ao progresso moderno do século XXI, centrado numa violência que se reproduz no processo de ocupação e formação do espaço agrário brasileiro. Tais violências ainda estão presentes como uma das condicionantes evolutivas herdadas da barbárie que formou a sociedade brasileira, fundamentada no estupro, no assassinato, na expropriação da terra e na desterritorialização dos povos indígenas, camponeses e quilombolas.

A situação fundiária brasileira se apresenta de forma desigual, como se vê na alta concentração da terra nas mãos de poucos. A maioria dos camponeses possuem pequenas

propriedades, enquanto a maior parte das terras são dominadas por poucos latifundiários, que hoje controlam a produção e intensifica a desterritorialização dos povos do campo.

Assim, as terras destinadas à produção mercadológica estão voltadas para terras de negócio, negando a condição camponesa de terra para o trabalho. ―A propriedade familiar não é propriedade de quem explora o trabalho de outrem; é propriedade direta de instrumentos de trabalho por parte de quem trabalha; não é propriedade capitalista; é propriedade do trabalhador‖ [...] (MARTINS, 1980, p. 59).

Os dados do gráfico retratam fielmente a distribuição desigual e concentrada, uma vez que o número de imóveis rurais com dimensões de 1 a 100 hectares representa a maioria das propriedades rurais, mas ocupa pequena área do território nacional, ou seja, a área ocupada pelas pequenas propriedades é menor. Enquanto as médias e grandes propriedades, entre 500 e 100.000 hectares ocupam uma área maior, apesar de possuir o menor número de imóveis rurais, isto reforça o argumento de que o Brasil possui uma estrutura fundiária concentrada.

Houve, inicialmente, certa dinâmica na economia, que se alterou em função das levas de fluxos migratórios de vários estados do país para trabalharem nas lavouras. Mas, à medida que a agricultura foi ocupando espaço, houve como consequência o esvaziamento do campo, saída forçada devido à pressão do capital sobre as terras dos camponeses.

A concentração da propriedade privada da terra é o principal fator do aprofundamento da desigualdade social no campo, e também responsável pela proliferação dos intensos conflitos por terra em todo o território nacional. Ao analisar a situação que se encontra a estrutura fundiária brasileira (Gráfico 4) na atualidade, permite-se averiguar e constatar a distribuição.

Gráfico 4 – Brasil – Número de imóveis e área ocupada por classes de área – 2014 (%)

Fonte: IBGE/2014 – Elaboração: JESUS, José Novais de, 2020

Terra, capital, tecnologia, pesquisa e mercado deram a esse modelo agrícola um novo cenário, com bases tecnológicas de grande capacidade, até mesmo de desenvolver cultivos adaptados às condições edafoclimáticas do Cerrado. Encontram-se aqui todos os elementos fundamentais para apropriação e exploração do Cerrado, seguindo orientação economicista e predatória, pois não se leva em conta a biodiversidade do bioma, nem sequer o modo de produzir da agricultura camponesa.

É bom que se diga que a introdução de métodos modernos na agricultura resultou na substituição do modo de vida camponês, cuja produção, nas pequenas unidades agrícolas, estava centrada na diversificação, nos laços de solidariedade entre a vizinhança e na relação de respeito com a terra e com a natureza.

A terra, como recurso natural, está sob a égide do controle de quem controla o poder econômico, que, por sua vez, também controla os meios de produção, condicionando o controle da terra à monopolização do território. Todo esse modus operandi são as bases das condicionantes para a acumulação do lucro, que se dá pela exploração do trabalho assalariado e da expropriação da natureza, ou seja, são lucros obtidos por meio das mercadorias produzidas no solo, mediante o capital investido, em conformidade com o tipo de solo e o tipo do produto produzido na terra.

As empresas do setor agroindustrial se instalam no território e passam a comandar toda a estratégia do controle de produção. Essa lógica está em sintonia com as demandas do capital internacional. ―A territorialização dos monopólios atua, simultaneamente, no controle da propriedade privada da terra, do processo produtivo no campo e do processamento industrial da produção agropecuária e florestal (silvicultura)‖ (OLIVEIRA, 2015, p. 30).

Entretanto, não se pode olvidar de que esses arranjos da exploração da terra trazem, na sua essência, as péssimas condições de trabalho que são submetidos os trabalhadores assalariados, ou seja, a violação de direitos que ainda permanece na propriedade capitalista da terra.

[...] sua exclusão e rejeição pelo capital, sancionada pela política pública, conduzem a uma sistemática e desumana destruição pessoal e social de seus diversos segmentos, compostos por ―boias-frias‖, ―posseiros‖, ―parceiros‖ ―pequenos proprietários‖, comunidades silvícolas, etc., num processo surdo e violento de negação dos direitos humanos fundamentais. (DELGADO, 2012, p. 71).

Os monopólios estão organizados por diferentes setores, como o sucroenergético, de celulose e do setor agrícola responsáveis pela desagregação do campesinato. Alguns estados se destacam com a expansão da ocupação em área plantada de soja e cana colhidas no Brasil. A fronteira agrícola de Goiás tem demonstrado a sua relevância no cenário econômico nacional e em termos mundiais.

[...] O processo de territorialização do monopólio nos setores da cana-de-açúcar e plantio de florestas deriva, também, da relação entre o capital nacional e estrangeiro que, há muito tempo, apresentam-se entrelaçados. O processo de mundialização do capital soldou em outro patamar econômico e político esta relação. (OLIVEIRA, 2014, p. 31).

Existe certa articulação entre o capital e do setor público, com políticas que amparam e criam condições normativas e jurídicas para permitir as ações das empresas ligadas às

commodities do seguimento agroindustrial.

A diversificação da produção é outro fator que precisa ser observado e analisado para entender as frentes de atuação das empresas e suas opções por determinado setor, como se pode observar no setor canavieiro ou produção sucroenergético, que ganha elementos novos com a sua expansão no Centro-Oeste, em especial o estado de Goiás, que vem se destacando nos anos recentes.

A produção de etanol no país tem aumento exponencialmente com o aumento dos plantios de cana-de-açúcar nas Regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Aqui, vale destacar o aumento dos plantios de cana-de-açúcar no Cerrado goiano, principalmente na região do sudoeste do estado.

Nesse complexo econômico que é o agronegócio brasileiro, com forte presença do capital financeiro, a agricultura ficou vinculada à dependência das articulações do mercado mundial. As empresas do setor sucroenergético estão operando em diversas regiões brasileiras destinadas ao cultivo da cana-de-açúcar, com ênfase na produção de etanol, açúcar e produção de energia. O fortalecimento desse setor no estado de Goiás se expande com os investimentos de capital público e privado de empresas estrangeiras.

O avanço tecnológico e a mecanização da produção se integraram ao processo de rapidez e mobilidade de circulação de capitais nos países considerados chave, ou de prioridade máxima, para instalação das unidades industriais nos diversos países do mundo. De fato, formou-se, assim, uma grande organização para a exploração da terra, do trabalho e da renda, elementos essenciais para a acumulação do lucro.

A produção capitalista internacional foi possível, portanto, graças aos avanços tecnológicos na área da informática e das comunicações. Segundo técnicos do banco Mundial, está ocorrendo a morte da localização geográfica. Esses avanços na área tecnológica viabilizaram a possibilidade de comunicação e integração entre as unidades industriais em diferentes partes do mundo. O processo resultou em abertura de filiais, aquisições, fusões, associações etc., criando assim as empresas mundiais [...]. (OLIVEIRA, 2014, p. 21).

As fusões ocorrem com o objetivo de fortalecer as empresas e melhorar a capacidade de competição frente às diversas concorrentes que atuam no mercado. A competitividade internacionalizada obriga as empresas a tomar decisões conjuntas para não perder mercados. Diante desses acontecimentos, em termos globais, as fusões se justificam devido aos mecanismos que muito contribuíram para fazer com que empresas pudessem agir mundialmente.

Tais mecanismos são fomentados pelos avanços tecnológicos e pelas modernizações no campo da informática, criando novas dinâmicas na área da comunicação e a integração mundial entre as empresas e suas filiais.

Os rearranjos decorrentes das crises econômicas forçaram os grandes blocos econômicos à uma estratégia de como reorganizar a economia do ponto de vista internacional, ou seja, a integração dos mercados e das ações do capital que passam a operar mundialmente. Essas decisões impactaram decisivamente nas ações políticas dos estados nacionais com a implementação das políticas neoliberais, precisamente nos anos 1990.

As principais mudanças que ocorrem no espaço rural, com financiamentos e incentivos para a produção de etanol e açúcar, trouxeram grandes empresas controladas por grupo de megaempresas, nacionais e transnacionais, que atualmente estão monopolizando o território pelo o uso da terra e apropriação da renda.

Quando se compara Goiás com outras regiões brasileiras que também produzem etanol, é possível ver que o estado já ocupa posição de destaque no cenário nacional. As grandes extensões de terra que são destinadas ao plantio precisam ser vistas e analisadas numa perspectiva crítica em relação às consequências desse processo de produção, pelo fato de não distribuir renda.

As inovações tecnológicas no mundo da produção alteraram a dinâmica e a mobilidade do capital, bem como as formas de monopolização e centralização, onde houve a necessidade da fluidez da crescente imobilização do capital produtivo, sob a forma de capital fixo.