• Nenhum resultado encontrado

Utilização dos indicadores do Manual de Avaliação das

4.3 Mensuração e aproveitamento do Capital Humano do Corpo

4.3.2 Utilização dos indicadores do Manual de Avaliação das

Por determinação do Ministério Público as IES são obrigadas a responder ao documento de avaliação oficial para reconhecimento dos cursos que oferece. Neste contexto, todos os gestores da IES A disseram que os indicadores do Manual de Avaliação das Condições de Ensino servem para subsídio de tomada de decisão das ações gestionárias (Quadro 11). Já na IES B, alguns gestores dizem que os indicadores da avaliação do INEP não são utilizados diretamente nas decisões políticas da IES (cf. gestores 2, 6 e 7 – Quadro 11); e na IES C os gestores parecem não aceitar os indicadores de avaliação do INEP e não os consideram pertinentes como subsídio para a gestão da IES (cf. gestores 3, 5 e 7- Quadro 11). Ao que parece, as IES B e C respondem ao formulário de avaliação apenas para prestar contas ao MEC e por ser uma obrigatoriedade legal, sem preocupar-se com a possível contribuição que estes podem oferecer à gestão de suas Faculdades.

Quadro 11 – Utilização dos indicadores do Manual de Avaliação das Condições de Ensino do INEP para subsidio da gestão da IES, na visão dos gestores entrevistados

(continua)

IES Gestor Resposta

A 1 “Temos um sistema na IES, o Syscore, que foi montado de acordo com o Manual. Em tudo ele subsidia. Não respondemos apenas porque o MEC cobra, mas também pelos diagnósticos feitos por meio dele.”

A 2 “Subsidia a gestão ajudando no banco de competências.” A 3 “A IES busca fazer o que o MEC determina.”

A 4 “Tem sido fundamental. É a bíblia nossa. É utilizado sim.”

A 5 “O Syscore foi construído com os indicadores do INEP e está funcionando, embora existam algumas coisas no manual que eu não concordo, por exemplo, a exigência dos índices de titulação. Nem sempre o melhor titulado é o que dá melhor aula.[...] O manual é utilizado para tomada de decisões e na grande parte de infra-estrutura tudo isso serve como balizador.”

A 6 “Totalmente. As decisões são tomadas em função do Manual. A gente sempre vê o que o MEC leva mais em consideração para poder adaptar, mas tudo por conta do Manual.” A 7 “Ele está disponível on line para todos. Ele é nossa grande inspiração, é nossa bíblia.

Utilizamos sempre. Temos um conselho Acadêmico que se reúne mensalmente e aí discutimos tudo sempre a luz das normas do INEP.”

B 1 “É mais para a mantenedora isso. Ele serve como subsídio para a mantenedora saber em que parte que ela tem que investir. Um dos pontos mais visíveis são os investimentos que estão sendo feitos na infra-estrutura e biblioteca em função das avaliações do MEC.”

B 2 “Existem aí dois aspectos bem distintos, um é de infra-estrutura que nesses formulários ele registra tudo que existe na instituição e vale ponto na biblioteca (a quantidade de volumes e títulos), laboratórios específicos ou não . Então eu acho que isso aí exige das IES a manutenção e a atualização da Infra-estrutura. Nas políticas institucionais não são utilizados diretamente. São utilizados da seguinte forma: uma reunião que eu tenha com a mantenedora ou uma direção de projeto que tenha reunião com a mantenedora, a gente fala para a mantenedora que a legislação e inclusive os formulários do MEC exigem, então é de uma forma indireta mas sempre que necessário. Por exemplo a gente tinha uma vaga para deficiente físico ali fora, o MEC recomendou que tinha duas ou três, então foi feito.”

B 3 “Vamos dizer, talvez pela IES ser uma instituição em desenvolvimento, o que vale é a intenção do Coordenador, se ele quer fazer um projeto pedagógico e avaliar e tal ele faz, mas em função da correria é uma coisa que se vai deixando. Tudo depende da pessoa que está a frente, quando as pessoas que estão a frente são de alta

rotatividade a coisa vai sendo deixada. Por exemplo eu estou aqui há um ano e quatro meses, mas já estou de saída. Não há continuidade.”

B 4 “Não sei informar com certeza”

B 5 “Não tenho conhecimento do manual. Eu trabalhava até então somente na parte administrativa e estava fora da parte pedagógica.”

B 6 “Necessariamente não sei se interfere tanto. Uma vantagem que tem é que ele levanta muitos dados que tem que ser organizados. Na rotina do dia-a-dia isso ajuda. Vai disciplinando informações. As questões que são levantadas no formulário eletrônico são de utilidade para quem quer conhecer um pouco a instituição. Só vejo um sentido para isso. Para as políticas institucionais ninguém recorre ao formulário eletrônico, usa outros critérios.”

B 7 “Sempre se pauta também no manual para andar afinado com a filosofia do MEC, mas não prioritariamente.”

B 8 “Preenchemos os formulários. A partir do momento que a comissão do MEC sinaliza como incorreta, a instituição toma as providências. Nós prec isamos dessa visão do INEP. Nós não conseguimos ver o que de errado, ficamos muito tempo na instituição e não conseguimos enxergar. O manual é utilizado pela mantenedora desta forma.” C 1 “Sobre o formulário quem vai informar melhor é a professora Terezinha que é quem

preenche esses formulários e acompanha os reconhecimentos de cursos.”

C 2 “A Assessoria da Direção Geral é quem responde a esses formulários. Existe o apoio das coordenações, mas a assessoria é quem fica encarregada de fazer o preenchimento. Acredito que não. A IES procura melhorar sempre, mas não em função do manual mas pela exigência do mercado e pelo que a Direção Geral almeja, mas não em função dos parâmetros do MEC. Normalmente responde pro formalidade.”

C 3 “Ele não subsidia, ele impõe. Subsidiar é você ter informações ou critérios tão agradáveis que possa ser uma novidade para o coordenador. Outra coisa é você ter critérios absolutamente inadequados que já foi discussão dentro do próprio INEP. Então ele não subsidia, ele impõe. O pree nchimento é feito pela assessoria da direção que é quem faz todos os reconhecimentos. A parte burocrática não é feita pelo coordenador. Ele é respondido por imposição.”

C 4 “Aquele manual é muito bom, ele é um parâmetro, você seguindo aquelas instruções e lançando os valores você tem de verificar a adequação da IES como um todo, infra- estrutura, corpo docente e dados curriculares, aos padrões que o MEC estabelece como sendo os ótimos. A direção tem todo um projeto de avaliação institucional e ela usa como subsidio muitas vezes esse manual do MEC.

C 5 “Esse é um negócio muito delicado para lhe responder. Eu vou lhe dizer o seguinte: o manual em si não ajuda muito. O que ajuda um pouco, mas também não muito são os

relatórios das comissões verificadoras. Quer dizer, quando chega o relatório a gente analisa cuidadosamente, vamos a todos os detalhes do relatório de avaliação e algumas vezes esses relatórios tem ajudado a gente a melhorar a gestão. Mas os relatórios nós analisamos com todo o cuidado, já os form ulários a gente responde os formulários com as informações que temos a gente vai respondendo aos formulários, mas não acho, na minha opinião pessoal e dos nossos coordenadores também, não acho que os formulários sejam significativos.

C 6 “Eu acho que o manual ele está preparado para a gestão, então alguns pontos específicos são parâmetros para a gestão da IES. Nós trabalhamos com o instrumento, não para responder ao MEC, mas de acordo com nossa realidade.”

C 7 “Eu acho que o objetivo dele na avaliação do docente parece que tem várias situações que ele está fora da realidade, no caso de direito. Um exemplo, a IES é nova, quando você pede reconhecimento, eles exigem que os docentes tenham mais de cinco anos de experiência profissional na IES, senão dão pontuação negativa. Isso não pode, pois se ela é nova, como ter mais de cinco anos?. É impossível cumprir isso. O que eu achei interessante foi eles mesclarem tempo de magistério com tempo de experiência docente. Isso foi muito bom. O investimento que a instituição faz não parece ser para atender de imediato uma fiscalização.”

Fonte: Pesquisa de campo

Ao serem obrigadas a responder ao instrumento de avaliação, todas as IES utilizam-se de indicadores de mensuração da competência do docente para fins de reconhecimento de seus cursos e para o processo de seu credenciamento, como demonstrado no Quadro 10. Embora haja uma resistência por parte dos acadêmicos em aceitar a avaliação do conhecimento do docente para aferir valor a uma instituição, este é um dos principais indicadores do desempenho acadêmico de uma IES.

Aliada a este indicador, a avaliação das IES é realizada também por meio de outros aspectos intangíveis como o Capital Humano do corpo docente, a experiência dos servidores técnico-administrativos, o registro de marcas e patentes, entre outros, e pela aferição de aspectos tangíveis, como infra-estrutura, laboratórios e biblioteca.

Com certeza se a instituição possuir as melhores instalações físicas, mas não tiver docentes competentes e qualificados não conseguirá oferecer a qualidade desejada em seus serviços educacionais.

4.3.3 Importância da experiência profissional do docente fora da docência para