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Juliana Ayres de A. Bião Teixeira - DNPM/BA, Tel: (71) 3444-5573, E-mail: juliana.teixeira@dnpm.gov.br Osmar Almeida da Silva – DNPM/BA, Tel.: (71) 3444-5572, E-mail: osmar.silva@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL – 2011

As reservas lavráveis brasileiras de vanádio (V), em metal contido, correspondem a 175 mil toneladas de V2O5,

com teor médio de 1,34%. O município de Maracás no Estado da Bahia concentra a principal reserva de vanádio no Brasil, a qual ocorre associado a ferro e titânio.

Em 2011, as reservas mundiais, em termos de metal contido, corresponderam a 13,8 milhões de toneladas (Mt), sendo que as reservas brasileiras representaram 1,27% deste total. As maiores reservas no mundo, que estão sendo lavradas, estão localizadas na China (5,1 Mt), Rússia (5,0 Mt) e África do Sul (3,5 Mt). Em 2011, a produção mundial de minério, em que o vanádio ocorre como coproduto ou subproduto, atingiu 59,5 mil t, representando um crescimento de 3,30% em relação ao ano anterior. A África do Sul, China e Rússia abastecem o mercado mundial com 97,48% do total produzido. Não existe produção de vanádio no Brasil na forma de metal.

Tabela 1 Reservas e produção mundial

Discriminação Reservas (103 t) Produção (t)

Países 2011 (p) 2010 (r) 2011 (p) %

Brasil 175 - - -

Estados Unidos da América 45 - - -

China 5.100 22.000 23.000 38,66

África do Sul 3.500 19.000 20.000 33,61

Rússia 5.000 15.000 15.000 25,21

Outros países ... 1.600 1.500 2,52

TOTAL 13.820 57.600 59.500 100

Fonte: DNPM/DIPLAM; USGS-Mineral Commodity Summaries 2012.

(1) reserva lavrável. (vide apêndice); (r) dado revisado; (p) dado preliminar; (...) dado não disponível; (-) nulo. Até o ano-base 2008 foram utilizados os dados de reservas medida + indicadas. A partir de 2009, os dados são das reservas lavráveis.

2 PRODUÇÃO INTERNA

Não há registro no país de produção de minério/concentrado de vanádio. Está previsto para 2013 o início da produção comercial de 5 mil toneladas/ano de ferro-vanádio, no município de Maracás (Bahia), pela Largo Mineração Ltda.

3 IMPORTAÇÃO

O país importou 1.180 t da liga ferro-vanádio, no valor de US$ 24,9 milhões, sendo 41% proveniente da Áustria, 32%, África do Sul, 17%, República Tcheca, 3%, China e 2%, Rússia.

Os compostos químicos importados somaram 405 t, sendo 385 t de pentóxido de vanádio e 20 t de outros óxidos e hidróxidos de vanádio e vanadatos, que representou um desembolso total de US$ 5,8 milhões, sendo oriundos dos seguintes países: China (27%), Países Baixos (21%), Estados Unidos (21%), África do Sul (18%) e Alemanha (6%).

4 EXPORTAÇÃO

O Brasil exportou um total de 74 t da liga ferro-vanádio, por US$ 1,4 milhões. 5 CONSUMO INTERNO

O aço contendo vanádio é especialmente forte e duro e possui uma melhor resistência ao choque e alta resistência à corrosão. O consumo de liga ferro-vanádio no Brasil, em 2011, atingiu 1.106 t, uma queda de 20,94% em relação ao ano anterior. O uso principal do vanádio é na indústria dos aços especiais, principalmente na forma da liga de ferro-vanádio, sendo utilizado na fabricação de estruturas de aviões de grande porte, gasodutos, tubo de oleodutos, ferramentas de melhor qualidade por serem mais resistentes, dentre outros.

A liga de ferro-vanádio apresenta conteúdo de vanádio (V) de até 80% do peso, dependendo da sua utilização, para que o aço adquira propriedades que assegurem um aumento da temperabilidade, de ligamento, de redutibilidade de peso, de dureza, de resistência à abrasão e à temperatura, de tenacidade, da ductilidade, da soldabilidade e da maleabilidade. Os compostos químicos de vanádio têm aplicações como agentes catalisadores em processos que envolvem a indústria petrolífera, da química, da fibra e da borracha sintéticas. A indústria química utiliza o vanádio no processo de fabricação de anidrido moleico e de ácido sulfúrico. Atualmente, o metal é aplicado como inibidor de corrosão em circuitos de depuração de gases. Os concorrentes do vanádio como elementos de ligas de aço são: nióbio (Nb), manganês (Mn), molibdênio (Mo), titânio (Ti) e tungstênio (W). A platina (Pt) e o níquel (Ni) podem substituir compostos de vanádio como agente catalisador em alguns processos químicos. Para a indústria aeroespacial, não há substituto aceitável para o vanádio. A indústria de aviação consome 15% do suprimento mundial de vanádio através da liga de titânio-vanádio, para a construção de aeronaves.

VANÁDIO

O mercado para o metal está em expansão devido ao crescimento do consumo dos aços especiais, dentre eles os aços contendo a liga ferro-vanádio.

Tabela 2 Principais estatísticas - Brasil

Discriminação Unidade 2009 (r) 2010 (r) 2011 (p)

Produção Liga Ferro-vanádio (t) - - -

Importação

Semimanufaturados:

Liga Ferro-vanádio (t) 523 1.422 1.180

(10 3 US$-FOB) 13.215 30.286 24.932 Vanádio e suas obras, desperdícios,

etc. (t) - - - (10 3 US$-FOB) - - - Compostos Químicos: Pentóxido de divanádio (V2O5) (t) 170 258 385 (10 3 US$-FOB) 2.180 3.893 5.289

Outros óxidos, hidróxidos de vanádio e vanadatos (t) 41 62 20 (10 3 US$-FOB) 834 1.108 480 Exportação Semimanufaturados: Liga Ferro-vanádio (t) 19 23 74 (10 3 US$-FOB) 212 367 1.410 Compostos Químicos: Outros óxidos, hidróxidos de vanádio e vanadatos

(t) - 21 -

(10 3 US$-FOB) - 41 -

Consumo Aparente (1) Liga Ferro-vanádio (t) 504 1.399 1.106

Preço médio

Pentóxido de divanádio (V2O5)2

(exportação) (US$/t-FOB) 12.823,53 15.089,15 13.737,66

Liga Ferro-vanádio3 (exportação) (US$/t-FOB) 11.157,89 15.956,52 19.054,05 Liga Ferro-vanádio3 (importação) (US$/t-FOB) 25.267,69 21.298,17 21.128,81 Fonte: DNPM/DIPLAM; MIDC/SECEX.

(1) produção + importação – exportação; (2) preço médio FOB base importação; (3) preço médio FOB base comércio exterior; (r) dado revisado; (p) dado preliminar; (-) nulo.

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS

O início da produção comercial de 5 mil t/ano de vanádio em ferro-liga (contendo 80% de V) pela Largo Mineração Ltda, localizada no Município de Maracás-BA está previsto para 2013. Segundo a Largo Mineração, estima-se uma produção média anual de 9,2 Kt de pentóxido de vanádio para os cinco primeiros anos de produção. Os trabalhos de terraplanagem em Maracás começaram em junho de 2012.

Estudos geológicos confirmarão a existência de prováveis reservas de platina e paládio associadas, tendo sido investidos US$ 6 milhões em pesquisa mineral e US$ 10 milhões em aquisição de imóveis rurais. Projeta-se um investimento de US$ 270 milhões a ser aplicado na continuidade da pesquisa mineral, desenvolvimento da mina, planta e logística. O teor médio da mina é de 1,34% para uma reserva de 13,1 Mt do minério. Até então, o maior teor já descoberto era de 0,4%, nas minas da África do Sul. Quando o projeto atingir a plena produção, vai gerar 450 empregos diretos e 3.200 indiretos.

A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) lançou edital de concorrência pública para a jazida de Fe-Ti-V de Campo Alegre de Lourdes/BA, em 2008, que teve como vencedora a empresa Largo Mineração. As pesquisas desenvolvidas pela CBPM resultaram em um recurso mineral estimado em 133 Mt, 50% Fe, 21% TiO2, e 0,75% V2O5, o

qual encontra-se em fase de reavaliação pela Largo Mineração. 7 OUTROS FATORES RELEVANTES

Foi concluído em fevereiro de 2012 o programa de perfuração da Largo Mineração que atualizará os dados dos recursos minerais, com grandes possibilidades de expansão dos recursos. A Largo Resource anunciou que contratou consultoria especializada em mineração e finanças para produzir a avaliação preliminar econômica do Projeto Vanádio de Maracás, que irá explorar um cenário de incremento da produção com base nos estudos de expansão dos recursos minerais, abordando o potencial do projeto para um possível aumento da capacidade de produção em 50%, delineando os parâmetros deste cenário revisado. O resultado deste trabalho será divulgado a partir de abril de 2013.

VERMICULITA

Daniel Pollack – DNPM/GO, Tel.: (62) 3230-5252, E-mail: daniel.pollack@dnpm.gov.br 1 OFERTA MUNDIAL – 2011

A vermiculita [(Mg, Fe+2, Al)3 (Al, Si)4 O10(OH)2 4H2O] é um mineral do grupo das micas, com propriedade de alta

expansividade, o que a torna de amplo uso na indústria e agricultura. A produção mundial em 2011 cresceu 7,3% em comparação com o ano anterior. Os três maiores produtores concentraram 72,8% da produção mundial e incrementaram as suas produções em torno de 2,8%. A líder mundial na produção de vermiculita foi a África do Sul, com 33,8% da produção mundial, seguida pela China, com 22%, e Estados Unidos da América (EUA), com 16,9%. O Brasil manteve o mesmo patamar de produção do ano anterior, figurando em 2011 na 4ª colocação, à frente da Rússia, na 5° posição. A participação mundial do Brasil aumentou de 9,1% em 2010 para 9,3% em 2011.

Com relação às reservas mundiais de vermiculita, somente Brasil, além de África do Sul e EUA, tiveram dados disponíveis.

Tabela 1 Reserva e produção mundial

Discriminação Reservas (103t) Produção(t)

Países 2011(p) 2010(r) 2011(p) %

Brasil(1) 15.800 49.976 54.970 9,3

África do Sul 14.000 198.000 200.000 33,8

China - 120.000 130.000 22,0

Estados Unidos da América 25.000 100.000 100.000 16,9

Rússia - 25.000 25.000 4,2 Austrália - 13.000 15.000 2,6 Índia - 13.000 14.000 2,4 Egito - 12.000 6.000 1,0 Uganda - 4.000 20.000 3,4 Outros países 15.000 16.000 26.000 4,4 TOTAL(1) 69.800 550.976 590.970 100

Fonte: DNPM/DIPLAM e USGS – Mineral Commodity Summaries 2012. (1) Reservas lavráveis de minério; (p) dadopreliminar; (r) dado revisado.

2 PRODUÇÃO INTERNA

Em 2011, os estados de Goiás (84%), Pernambuco (8,2%), Paraíba (6,7%) e Bahia (1,1%) foram responsáveis pela produção de 54.970 t de vermiculita beneficiada. A produção aumentou 10% comparada com a do ano de 2010, em grande parte devido ao inicio da produção no Estado da Paraíba. O processo de extração da substância no país é executado a céu aberto, parcial ou totalmente mecanizado, ocorrendo uma sazonalidade de maior produção nos meses secos.

A vermiculita é um mineral hidratado, produto da alteração de micas, mais comumente a biotita. Além desta, outros minerais comumente associados à vermiculita são: hidrobiotita, apatita, anfibólio, flogopita, diopsídio, clorita, amianto, talco e minerais argilosos. Tem sua gênese por intemperismo, em zonas de falhas ou por alteração hidrotermal de piroxenitos, peridotitos, dunitos, carbonatitos e anfibolitos em baixa temperatura (a vermiculita é instável acima de 350°C).

Os depósitos de vermiculita ocorrem principalmente dentro das zonas de complexos máfico-ultramáficos e carbonatitos. Segundo Birkett & Simandi (1999) e Simandi et al. (1999), destacam-se os depósitos de Libby (EUA), considerado o maior do mundo, e de Palabora (África do Sul).

3 IMPORTAÇÃO

Os dados de comércio exterior da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) agrupam as importações de vermiculita não expandida com os dados de clorita não expandida. Entretanto, esses dados correspondem integralmente à vermiculita não expandida, devido ao Brasil não ter comércio exterior de cloritas. Houve um acréscimo de 31% na quantidade importada em 2011, mas que correspondeu a um aumento de 100% no valor total com relação a 2010, porque o preço médio aumentou 52,8%, cotado a US$ 1.101,60/t (FOB). Apesar disso, as quantidades ainda são muito baixas, tendo somado apenas 32 t, correspondendo a um dispêndio total de US$ 35.116,00, sendo que os principais países de origem das importações foram Reino Unido (82%), Japão (8%) e Itália (8%).

4 EXPORTAÇÃO

Os dados disponibilizados pela SECEX também correspondem integralmente às exportações de vermiculita não expandida, apesar de agrupadas com os dados das cloritas não expandidas. Em 2011, as exportações cresceram 432,8% em valor e 247,4% em quantidade com relação ao ano anterior. Foram exportadas 36.232 t, totalizando uma receita de US$ 12.929.532,00, a um preço médio de US$ 356,85/t (FOB). Os principais países de destino das exportações foram EUA (22,8%), Holanda (15,6%,) e França (15,4%).

VERMICULITA