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Campo de Investigação e Sujeitos

CAPÍTULO 2 DIRETRIZES TEÓRICO-METODOLÓGICAS

2.5 Campo de Investigação e Sujeitos

O Maranhão é uma das 27 unidades federativas do país, e está localizado na Região Nordeste. O estado faz divisa com três estados brasileiros: Piauí (leste), Tocantins (sul e sudoeste) e Pará (oeste), além do Oceano Atlântico (norte). Segundo o site do governo do estado do Maranhão, o estado possui uma área de 331.937,450 km², e é dividido em 217 municípios, é o segundo maior estado da região Nordeste, atrás apenas da Bahia, e o oitavo maior do Brasil. Com uma população em torno de 7.153,262

76 habitantes, é o 11º estado mais populoso do país. Entre os municípios com população superior a cem mil habitantes estão: São Luís, Imperatriz, São José de Ribamar, Timon, Caxias, Codó, Paço do Lumiar, Açailândia e Bacabal. No que se refere ao PIB, é o quarto estado mais rico da Região Nordeste, e o 17º mais rico do Brasil. Dentre as principais atividades econômicas estão os setores industrial, de serviços, o extrativismo vegetal do babaçu, a agricultura de commodities como soja, mandioca, arroz e milho, e a atividade pecuária. Possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, com 0,687 pontos.

São Luís é a capital do estado do Maranhão. Segundo o site da prefeitura de São Luís, é a única capital brasileira fundada por franceses, no dia 8 de setembro de 1612, foi, posteriormente, invadida por holandeses, e por fim, colonizada pelos portugueses. A cidade está localizada na ilha de Upaon-Açu no Atlântico Sul, que fica entre as baías de São Marcos e São José de Ribamar, no Golfão Maranhense. No ano de 1997, o centro histórico de São Luís foi declarado patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO.

Com uma população estimada em aproximadamente 1.108,975 habitantes, São Luís é a cidade mais populosa do Maranhão e o quarto da Região Nordeste. O IDH de São Luís, segundo dados das Nações Unidas de 2010, é de 0,768, acima da média brasileira, o 3°

melhor IDH entre as capitais da região Nordeste do Brasil e o 4° entre todos os 1.794 municípios da região. Na capital maranhense está o Porto de Itaqui, que está estrategicamente localizado mais próximo dos grandes centros importadores de produtos brasileiros como Europa e Estados Unidos, o que permite economia de combustíveis dos navios, e redução do prazo de entrega dos produtos brasileiros. Porto de Itaqui é o segundo maior porto do país, além de ser um dos mais movimentados e bem estruturados para o comércio exterior.

O campo de investigação desta pesquisa é o Curso de Licenciatura em Música de da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Essa IES pública foi escolhida por sua importância histórica e social, é uma das maiores universidades do estado, juntamente com a UFMA, possui o primeiro curso de licenciatura em música do Maranhão, e oferece esse mesmo curso tanto na modalidade presencial, quanto na modalidade EaD.

Começo contando um pouco da história dessa IES e sobre a sua organização. Em seguida, apresento o curso e os sujeitos.

A UEMA surgiu a partir da Federação das Escolas Superiores do Maranhão (FESM), criada pela Lei nº 3.260, de 22 de agosto de 1972. O objetivo dessa lei era agrupar, coordenar e integrar as instituições de educação superior do estado do Maranhão,

77 as quais, até então, funcionavam isoladamente. A antiga FESM era, inicialmente, constituída por quatro faculdades de ensino superior: a Escola de Administração, a Escola de Engenharia, a Escola de Agronomia e a Faculdade de Caxias. No ano de 1975, a FESM incorporou também a Escola de Medicina Veterinária de São Luís e, por fim, em 1979, a Faculdade de Educação de Imperatriz. A FESM veio a se transformar na Universidade Estadual do Maranhão – UEMA pela Lei nº 4.400, de 30 de dezembro de 1981, tendo o seu funcionamento autorizado pelo Decreto Federal nº 94.143, de 25 de março de 1987, atuando como uma autarquia de regime especial, pessoa jurídica de direito público na modalidade multicampi.

Inicialmente, a UEMA contava com três campi, São Luís, Caxias e Imperatriz, e sete unidades de ensino, sendo elas: a Unidade de Estudos Básicos; a Unidade de Estudos de Engenharia; a Unidade de Estudos de Administração; a Unidade de Estudos de Agronomia; a Unidade de Estudos de Medicina Veterinária; a Unidade de Estudos de Educação de Caxias; e a Unidade de Estudos de Educação de Imperatriz. Posteriormente, a UEMA foi reestruturada e reorganizada pelas leis nº 5.921, de 15 de março de 1994, e 5.931, de 22 de abril de 1994, alterada pela Lei nº 6.663, de 04 de junho de 1996. No início, a IES estava vinculada à Secretaria Estadual de Educação, mas, após uma reforma administrativa do Governo do Estado do Maranhão, em 1999, a SEDUC mudou para Gerência de Estado de Desenvolvimento Humano – GDH. A UEMA se desvinculou da GDH com a Lei Estadual nº 7.734, de 19 de abril de 2002, que alterou novamente a administração pública estadual. Sendo assim, a IES passou a integrar a Gerência de Estado de Planejamento e Gestão.

Em 31 de janeiro de 2003, com a Lei nº 7.844, o governo estadual sofreu uma nova reestruturação. Foi criado o Sistema Estadual de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o qual UEMA passou a ser vinculada, integrando-se à Gerência de Estado da Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Desenvolvimento Tecnológico – GECTEC.

Atualmente, a UEMA integra a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Ensino Superior e Desenvolvimento Tecnológico – SECTEC.

Segundo o site da própria UEMA, são objetivos da IES, conforme consta em seu estatuto, aprovado pelo Decreto nº 15.581, de 30 de maio de 1.997, promover o ensino superior com graduações e pós-graduações; atuar na comunidade com extensões acadêmicas e na pesquisa científica, com a difusão do conhecimento, a produção do saber e de novas tecnologias, buscando sempre interagir com a sociedade, com vistas ao

78 desenvolvimento socioeconômico, político e cultural do estado do Maranhão. Segundo o estatuto da UEMA, a IES se organiza em observância aos seguintes critérios e princípios:

 Unidade do patrimônio e administração;

 Estrutura baseada em departamentos, vinculados a centros, tão amplos quanto lhes permitam as características dos respectivos campos de atividades;

 Indissociabilidade das funções de ensino, pesquisa e extensão, vedada a duplicação de meios para fins idênticos ou equivalentes;

 Descentralização administrativa e racionalidade de organização, com plena utilização de recursos materiais e humanos;

 Universidade de campo, pelo cultivo das áreas fundamentais do conhecimento humano, estudados em si mesmos ou em função de ulteriores aplicações e de áreas técnico-profissionais;

 Flexibilidade de métodos e critérios, com vistas às diferenças individuais dos alunos, peculiaridades regionais e às possibilidades de combinação dos conhecimentos para novos cursos e programas de pesquisa;

 Liberdade de estudo, pesquisa, ensino e extensão, permanecendo aberta a todas as correntes de pensamento, sem, contudo, participar de grupos ou movimentos partidários; e,

 Cooperação com instituições científicas, culturais e educacionais, públicas e privadas, nacionais e internacionais, para a consecução de seus objetivos.

A atuação da UEMA na educação superior está distribuída entre os seguintes níveis:

 Graduação - Cursos Regulares de Graduação Bacharelado e Licenciatura;

 Programas Especiais – Cursos de Licenciatura ministrados pelo Programa Darcy Ribeiro, na modalidade presencial e regular;

 Cursos de Licenciatura ministrados pelo Núcleo de Tecnologias para a Educação – UEMANET, na modalidade ensino a distância;

 Curso de Formação Pedagógica de Docentes para as disciplinas de Ensino Médio e Educação Profissional em nível técnico;

 Sequenciais de Formação Específica – Presenciais; e,

 Pós-Graduação - Stricto Sensu e Lato Sensu.

Atualmente, a UEMA possui 118 cursos de graduação e 19 cursos de pós- graduação, sendo quatro de especialização, 13 de mestrado e dois de doutorado. O quadro

79 pessoal da IES possuía em 2021 cerca de 800 docentes e 586 servidores administrativos.

O ingresso dos estudantes à UEMA ocorre através de um exame vestibular próprio, o PAES (Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior). Para o ingresso no curso de Licenciatura em Música é necessário, além do vestibular, um teste de habilidade específica (THE), que tem o objetivo de comprovar se os candidatos possuem as habilidades e conhecimentos específicos na área de Música.

A UEMA também possui na sua estrutura um núcleo dedicado exclusivamente ao ensino a distância, o UemaNet (Núcleo de Tecnologias para Educação da Uema). O Núcleo é responsável pela estruturação e coordenação de todos os cursos da IES na modalidade EaD, além de servir como apoio a várias outras atividades e ações pedagógicas que necessitem de suporte tecnológico. A UemaNet atua em diversos níveis de formação, desde cursos de nível técnico profissionalizante, passando pelo ensino superior e pela pós-graduação, até cursos de formação continuada. Esse núcleo possui em suas instalações um estúdio de gravação de áudio e vídeo profissional, além de laboratórios de informática e um auditório multimidia. O núcleo está subordinado diretamente à Reitoria da UEMA e foi criado pela Resolução 239/2000 do Conselho Universitário (Consun). Dentre as várias licenciaturas na modalidade EaD, a UEMA oferece o curso de Licenciatura em Música a distância, além do curso presencial.

O surgimento do Curso de Licenciatura em Música da Universidade Estadual do Maranhão modalidade presencial foi resultado de uma iniciativa incomum de várias instituições de ensino de Música do Brasil. De forma geral, os cursos superiores de Música se originaram de desdobramentos dos antigos cursos de Educação Artística, como ocorreu, por exemplo, em universidades como UNIRIO, UFMA, UFPI e UFAM. No entanto, muitos outros cursos de Música surgiram a partir da incorporação de conservatórios musicais ou de escolas de música pelas IES, como, por exemplo: UFRJ, UFMG, UFG, UFBA, UFRGS e UFRN.

O Curso de Licenciatura em Música da Universidade Estadual do Maranhão modalidade presencial é essencialmente um curso de formação de educadores musicais voltado para o ensino fundamental e médio. O curso está vinculado ao Centro de Educação e Ciências Exatas e Naturais (CECEN). O curso tem como objetivo atender às urgentes demandas do estado do Maranhão por professores de Música, as quais são potencializadas pela obrigatoriedade do ensino de Artes nas escolas de educação básica.

Apesar do projeto pedagógico do curso priorizar a formação musical para o ensino escolar, o curso não se limita a esse fim, pois a preparação profissional do educador

80 musical também deve abarcar experiências em espaços não formais, como igrejas, empresas etc. Apesar da UEMA ser uma universidade relativamente jovem, a IES tem muita tradição em cursos voltados para as ciências exatas e, principalmente, agrárias.

Nesse contexto, o curso de Licenciatura em Música da UEMA surgiu em meio a necessidades muito particulares, pois o estado do Maranhão, em especial a capital, São Luís, possui uma diversidade cultural ímpar, principalmente no que se refere ao cenário musical.

O curso de Música da UEMA foi o primeiro a surgir no Estado e hoje conta com dois, pois, posteriormente, a UFMA também criou o seu curso de Música. A fundação do curso foi uma iniciativa do então secretário de estado da Cultura, prof. Bel. Antônio Francisco Sales Padilha, e suas atividades tiveram início em 2005. Uma das características das primeiras turmas do curso de Música da UEMA foi a presença de professores advindos da Escola de Música do Estado do Maranhão ‘Lilah Lisboa de Araújo’ (EMEM), que vinha em busca de formação superior em Música. Hoje, o curso de Música possui cerca de 300 alunos, em sua maioria moradores da região metropolitana de São Luís.

Os sujeitos desta pesquisa são os professores do referido curso. O corpo docente atual do Curso de Licenciatura em Música da UEMA é formado por 12 professores, sendo nove professores efetivos e três professores substitutos. Não foi traçado um perfil dos sujeitos no intuito de não identificá-los.