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O continuum da desigualdade de gênero no âmbito do encarceramento de mulheres A relação direta das mulheres com o sistema de justiça criminal é recente. De acordo com Zaffaroni

ENCARCERAMENTO DE MULHERES NO ENCADEAMENTO DAS PRÁTICAS PENAIS E DESIGUALDADES DE GÊNERO

2.2 O continuum da desigualdade de gênero no âmbito do encarceramento de mulheres A relação direta das mulheres com o sistema de justiça criminal é recente. De acordo com Zaffaroni

(2009), o poder patriarcal responsabilizou-se, historicamente, pelo controle das mulheres, de modo que ao sistema punitivo restava controlar os homens jovens e adultos. Nesse viés, elas foram as que permaneceram, sob a autoridade do poder patriarcal, no âmbito privado, ou doméstico, como prefere Susan Moller Okin (2005), enquanto os homens dominaram o espaço público. Conforme explica Flávia Biroli (2014, p. 32), “na modernidade, a esfera pública estaria baseada em princípios universais, na razão e na impessoalidade, ao passo que a esfera privada abrigaria as relações de caráter pessoal e íntimo”. De acordo com essa diferenciação, o espaço da mulher seria, “naturalmente”, o privado, já que os estereótipos de gênero atribuem às mulheres uma série de papéis, dentre eles a “dedicação prioritária à vida doméstica e aos familiares”, os quais “colaboraram para que a domesticidade feminina fosse vista como traço natural e distintivo, mas também como um valor a partir do qual outros comportamentos seriam caracterizados como desvios” (BIROLI, 2014, p. 32).

Ocorre que a dicotomia público/doméstico e a consequente reclamação de que a mulher exerça os papéis que lhe são “naturais”, embora amplamente problematizada por estudos feministas – e aparentemente obsoleta –, continua a reverberar em muitas práticas sociais, inclusive no modo como as mulheres são vistas pelo sistema de justiça criminal, conforme veremos a seguir. Por ora, é importante destacar que foi em meados da década de setenta, na esteira dos movimentos feministas e também da crítica do modelo androcêntrico de ciência, que surgiu o tema da mulher no contexto do direito penal, tanto na condição autora como na de vítima de crimes (BARATTA, 1999; RAMOS, 2012).

Contestou-se, nesse momento, a “ausência da mulher nos estudos da linha tradicional” e também o

“claro reducionismo biológico e psicológico patente nas primeiras tentativas de estudar a mulher que comete crimes”, que costumava a distorcer “suas experiências transgressivas de modo a enquadrá-la nos estereótipos dominantes” (MATOS; MACHADO, 2012, p. 34).

Atualmente, diversas pesquisas têm se dedicado a analisar as razões da massiva criminalização das mulheres e a forma como as instituições do sistema penal perpetuam estereótipos de gênero comuns na sociedade. Aline Cruvello Pancieri, Bruna Banchik Silva e Luciana Peluzio Chernicharo (2014) apresentam vários dados relevantes para se entender a relação entre as mulheres e o tráfico de drogas. Segundo elas, a organização do tráfico, embora possa variar dependendo do local, apresenta, em geral, complexas estruturas de hierarquias, de modo que há diferentes graus de participação e importância. Nesse sentido, as pesquisas apontam que também vige, nesse sistema, a divisão sexual do trabalho77, onde as mulheres são aquelas que ocupam as posições subalternas, as quais

77 Sobre o tema, ver: HIRATA, Helena. Mudanças e permanências nas desigualdades de gênero. Divisão sexual do trabalho numa perspectiva comparativa. São Paulo: Friedrich Ebert Stiftung Brasil, out. 2015. Disponível em: http://library.fes.de/

são também as mais selecionadas pelo sistema punitivo. Ou seja, “encontram-se no cárcere somente aquelas pertencentes à categoria dos excluídos, sendo que os verdadeiros donos do lucrativo negócio ficam intocáveis e jamais são presos” (PANCIERI; SILVA; CHERNICHARO, 2014, p. 13).

As autoras (2014, p. 8) ressaltam o crítico papel que a lei de drogas (Lei nº 11.343/2006) desempenha nesse cenário. Isso pois, “além de não diferenciar o tráfico do uso de drogas em situações concretas, também não diferencia as diversas categorias de comerciantes existentes no mercado ilícito das drogas”. Dessa forma, pessoas presas e enquadradas em crime de tráfico poderão ser condenadas a duras penas, sendo que sua função na rede poderia ser de menor importância, e, inclusive (ou em razão disso), facilmente substituída. Ademais, deve-se destacar que há margem para larga interpretação pela polícia, no momento da prisão, em relação ao enquadramento como usuário ou traficante.

Quanto ao cárcere, se o masculino já é marcado por “condições hobbesianas de sobrevivência”

(WERMUTH; NIELSSON, 2019), a situação é sensivelmente preocupante no que diz respeito às mulheres78, eis que, historicamente, as prisões foram organizadas tendo em vista o público masculino – veja-se que apenas em 2010 a Assembleia Geral da ONU aprovou as Regras para o Tratamento de Mulheres Presas (Regras de Bangkok), enquanto que as Regras Mínimas para o Tratamento do Preso existem desde 1957. Apesar disso e de alguns avanços legislativos em relação ao tema, as prisões não se encontram adequadas às necessidades das mulheres, de modo que muitas “vivem gestações, partos e maternidades precárias, e suas crianças formam parcela invisível da população prisional”79 (BRAGA, 2015, p. 531).

Em pesquisa denominada Criminalidade e prisão feminina: uma análise da questão de gênero, Marlene França (2014) explica que as mulheres presas, em sua grande maioria, conviveram com situações precoces de violência que perduraram até a fase adulta, sendo que a prisão representa

“apenas” mais uma a qual são submetidas, fator também apontado por Pancieri, Silva e Chernicharo (2014). Os processos de estigmatização sofridos pelas presas demonstram que são submetidas a (no mínimo) uma dupla penalização: não apenas por conta do delito que culminou na sua prisão, mas também em razão de romperem com o papel que, historicamente, a elas foi relegado – o de serem submissas e passivas. Ao cometerem crimes, elas estão assumindo um lugar “pertencente” aos homens, ou seja, de agressores e violadores da ordem (FRANÇA, 2014).

Quanto àquelas que são mães, a situação é ainda mais dramática, pois são consideradas perversas e irresponsáveis: são irreconciliáveis as “exigências e performances” designadas ao papel de ser mãe com a vida no crime, “ainda que perversamente se aceite conciliá-lo com a vida na prisão”80 como explica Braga (2015, p. 527-528). De forma que “O entrelaçamento dos universos da prisão e da maternidade produz um exercício da maternidade no registro do sacrifício e da disciplina”, o que se insere no “projeto mais amplo de domesticar o desvio e o desejo feminino, criminal e sexual”. A representação “criminosa” é a que se sobrepõe sobre o que mais aquela mulher pode ser – como, por exemplo, mulher, mãe, etc. Em razão disso, “A subjetividade da presa é reduzida ao seu crime e o interrogatório é seu único momento de fala “na Justiça”, uma fala pautada, engasgada, limitada ao que lhe foi perguntado, se lhe for perguntado” (BRAGA, 2015, p. 529).

Ante esse cenário, mostra-se necessário pensar o encarceramento massivo de mulheres no encadeamento das políticas criminais repressivas e da estruturação androcêntrica das instituições de controle. Isso pois, historicamente, as mulheres foram controladas muito mais pelo sistema de controle informal (família, casamento, igreja, escola, etc.) do que pelo sistema formal, de modo que o sistema prisional e penal como um todo está “adaptado” pelos homens e para homens. Daí resultam várias consequências, algumas das quais apresentamos brevemente até aqui. Ademais, a partir do momento em que as mulheres passam a ser massivamente criminalizadas, isso não se dá apenas na via da violação da lei penal, como também na representação da transgressão dos “seus papéis” na sociedade.

Nesse contexto, que, embora – e é importante salientar – analisado de forma breve e limitada, oferece uma dimensão dos inúmeros problemas envolvidos no encarceramento de mulheres, é

78 Para citar poucos exemplos, Germano, Monteiro e Liberato (2018) mencionam: mulheres que tiveram seus filhos algema- das, presídios sem creches, presas que são obrigadas a utilizar miolo de pão como absorventes.

79 O próprio Infopen Mulheres (2018) explica que foi possível analisar os dados a respeito do número de filhos referentes a apenas 7% da população prisional feminina, não obstante a proposição aos gestores para preenchimento de formulários a respeito.

80 A esse respeito, é importante a problematização de como a melhora das condições da prisão por vezes serve de argu- mento para um “discurso benevolente e paternalista de que a vida atrás das grades é o melhor destino para ambas” (BRAGA, 2015, p. 532), mãe e criança.

que problematizamos justamente essa racionalidade que atua dissimuladamente, amparada por um discurso de proteção de direitos humanos, mas que, na verdade, lança milhares de pessoas no verdadeiro antro de suplícios que é o sistema carcerário brasileiro. A ideia de necropolítica apresentada na primeira seção, sendo assim, parece se adaptar nesta conjuntura em que, embora evidentes as mazelas, não se observa um movimento no sentido de encolhimento do direito penal.

Convém referir a advertência de Andrade (2005, p. 77) quando diz que “O sistema somos, informalmente, todos nós: em cada sujeito se desenha e opera, desde a infância, um microsistema de controle e um microsistema criminal (simbólico) que o reproduz, cotidianamente”. E acrescentamos:

não apenas um microssistema criminal, como também de racismo e desigualdade de gênero. Logo, cumpre, em primeiro lugar, reconhecermos essa responsabilidade compartilhada, para que então seja possível agirmos buscando modificar essa realidade.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa visou analisar o atual encarceramento em massa de mulheres a partir de um panorama que considerasse o cenário amplo de atuação do sistema penal brasileiro e as questões de gênero envolvidas no tema, entrelaçando esses vieses à perspectiva crítica da necropolítica. A análise teórica nestes moldes é pertinente para a consciência de como o poder patriarcal é capaz de constantemente atualizar-se e reformular suas práticas, perpetuando o controle e a opressão sobre as mulheres, e para que tenhamos em vista como o próprio Estado e suas instituições cooperam para a manutenção desse longevo sistema de dominação.

Reconhecemos que o presente estudo apresenta a dificuldade do encadeamento de ideias que envolvem muitos aspectos, e, nos limites deste texto, muitas questões importantes deixam de ser abordados. Contudo, poder-se-ia dizer também que essa é uma imposição de uma abordagem que almeje ser interdisciplinar. Sendo assim, objetivávamos ilustrar a complexidade na qual se insere o tema do encarceramento de mulheres a partir de uma perspectiva crítica.

A reflexão teórica a partir da noção de necropolítica aponta para a existência de formas de subjugação da vida no cenário brasileiro atual, o que se mostra particularmente intenso quando analisamos as condições do cárcere no Brasil e, mais recentemente, das condições a que as mulheres são submetidas quando adentram o sistema de justiça criminal. Nesse ponto, as análises realizadas apontam inclusive para a existência de uma necropolítica de gênero, que impõe uma série de humilhações e violações de direitos humanos às mulheres.

Destacamos, aqui, inclusive, que elas não são expostas a essa política letal de forma igualitária:

há “corpos específicos” que, por serem atravessados por outros marcadores sociais de diferença, além do gênero, tais como raça, classe social e local de origem, são considerados “descartáveis” e por essa condição expostos à morte ou a condições de sobrevivência de tal modo desumanas que adquirem o status, segundo Mbembe, de “mortos-vivos”. Nesse sentido, o sistema prisional brasileiro pode ser compreendido como uma das formas contemporâneas de administração de “mundos de morte”, uma vez que além de não cumprir com as suas funções declaradas, não garante condições mínimas de humanidade, situação que se torna ainda mais crítica e preocupante quando realizamos o recorte de gênero e raça.

Cumpre mencionar que a “política de morte” (necropolítica) se materializa tanto por meio da ação direta quanto pela omissão, o deixar de agir também se configurando como causa para a submissão de milhares de mulheres a múltiplas formas de violência. Isso, em um contexto geral, e, nos termos desse estudo, especialmente as encarceradas, uma vez que as violações nesses casos são potencializadas, sobretudo por que atingem de forma mais acentuada uma parcela específica da população, que é historicamente violada em seus direitos: negras/pardas, pobres e com baixa escolaridade, sem que esse fenômeno seja devidamente enfrentado.

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