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FEMINISMO E EVANGELIZAÇÃO

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Academic year: 2023

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No âmbito do feminismo, a crescente presença e protagonismo da mulher na sociedade brasileira também tem levado a importantes mudanças sociais. O conceito de feminismo aqui utilizado parte do pressuposto de que o feminismo é a ação ético-política da mulher a partir de sua condição de gênero.

Contextualização histórica do feminismo

Alguns enciclopedistas e socialistas utópicos compartilhavam das ideias de Condorcet, afirmando o direito das mulheres à mesma educação que os homens. Eles rapidamente perceberam que a libertação dos escravos e a libertação das mulheres estavam profundamente conectadas, mesmo dentro de suas próprias comunidades religiosas.

Dimensões e significados do conceito “feminismo”

Primeiro, porque defende o direito das mulheres de fazer escolhas sobre questões de suas próprias vidas. Suas premissas básicas são o fim do domínio de um grupo sobre outro e as mudanças cotidianas na vida das mulheres.

Primeira fase (1788-1968): igualitarismo

É importante esclarecer que a luta pelo direito ao voto não foi dissociada de outras reivindicações sociopolíticas e econômicas das mulheres. Portanto, as reivindicações das mulheres sempre foram colocadas em segundo plano ou não foram levadas em consideração.

Segunda fase (1968-1984): igualdade/diferença

A subordinação da mulher tem suas raízes em uma ideologia bióloga e essencialista que mantém o chamado patriarcado, pois este “identifica a mulher com a natureza, coloca-a a serviço de seus interesses e projetos”91. 56 Assim como o feminismo radical e o liberal, o feminismo socialista contemporâneo está, portanto, enraizado nas experiências e práticas políticas das mulheres, com o objetivo de entender por que as organizações de esquerda não adotaram (e ainda não adotam) ). levar em conta a situação de subordinação, exploração e opressão das mulheres.

Terceira fase (1983-2000): alteridade/pluralidade

Os conceitos de gênero diferem não apenas entre sociedades ou momentos históricos, mas também dentro de cada sociedade, quando se leva em conta que os sujeitos da polaridade não são apenas homens e mulheres. Na América Latina, a proposta pós-estruturalista é amplamente apoiada pelos movimentos de mulheres e também está muito presente nos estudos acadêmicos, pois é uma perspectiva que abre muitas possibilidades para a análise das relações de gênero. Partindo da proposta pós-estruturalista, a perspectiva das relações de gênero que passaremos a analisar está muito presente no feminismo de terceira geração, conforme observado por Machado, especialmente a partir do final dos anos 1980.

Considerando que a "teologia de gênero" é frequentemente ouvida nos círculos teológicos, evite a expressão "teologia feminista".

Essa situação vivida pelas mulheres as levou a organizar, em todos os países, um amplo e ao mesmo tempo diversificado movimento de mulheres. Inicialmente, na maioria dos países da região, as feministas priorizaram o trabalho com mulheres pobres ativas nesse movimento. Sternbach e seus colegas também observam que, ao contrário das feministas radicais norte-americanas, as feministas latino-americanas permaneceram firmes em seu compromisso com mudanças radicais nas relações sociais de produção e reprodução, enquanto, ao mesmo tempo, continuam resolutamente lutando contra o sexismo dentro da sociedade. .

No entanto, não se deve esquecer que nesse período também existiram movimentos de mulheres que foram manipulados pelas elites dirigentes e pela ala conservadora da Igreja Católica.

Década de 1980: Expansão, organização e mobilização do feminismo

Os debates sobre essa questão movimentaram a agenda feminista nesse período, gerando polêmica e lançando luz sobre o feminismo latino-americano e caribenho. 21 Esta palavra aparece no Relatório II. do Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho realizado em Lima em 1983. Essa mudança faz com que, a partir da década de 1990, os feminismos assumam o desafio de construir a cidadania das mulheres a partir de um projeto cada vez mais plural e dialógico. movimento feminista.

32 Inicialmente, a maioria das ONGs feministas direcionava suas ações para a promoção da educação popular, conscientização e empoderamento das mulheres dos setores populares.

Novo contexto: novos espaços, novas formas de atuação

A expansão do processo FSM na região – outro fator muito importante – possibilitou a criação de espaços de articulação internacional, difíceis de conseguir para o movimento de mulheres em outras circunstâncias. Nadia De Mond, que acompanha os processos da Marcha Mundial das Mulheres - MMM e FSM, descobriu que “muitas jovens e outras mulheres se tornaram feministas a caminho de Seattle e Porto Alegre”46. No entanto, é justo notar que muito antes da articulação dos feminismos dentro do FSM, as mulheres já haviam iniciado um processo de articulação internacional por meio da Marcha Mundial das Mulheres.

50 Mais de seis mil grupos de 159 países e territórios participaram da marcha, provenientes do movimento de mulheres e movimentos sociais mistos, com mulheres à frente do evento.

Encontros, desencontros, reencontros dos feminismos da América Latina e Caribe

102 organizações feministas; a relação do feminismo com o Estado e as instituições políticas nacionais e internacionais; os efeitos do terrorismo e do fundamentalismo sobre as mulheres. A dinâmica do feminismo como movimento social e as relações de poder entre as mulheres dentro do movimento feminista. Decidiu-se fazer todos os esforços para expandir o feminismo entre as mulheres dos setores populares e salvar a história do feminismo para as mulheres jovens.

Encontro X: Recuperando o Feminismo como Pensamento Crítico e Prática Política na América Latina e no Caribe.

Um feminismo em busca de emancipação

128 livros e corajosamente confrontou a opinião predominante de que as mulheres não deveriam saber ler e escrever. Lá ela fundou escolas femininas com sua filha e defendeu o direito e a necessidade da educação para as mulheres. Essa obra também é a primeira no Brasil a destacar o direito da mulher à educação e ao trabalho e exigir que ela seja considerada inteligente e digna de respeito11.

Por outro lado, não podemos esquecer que as ideias liberais chegaram ao Brasil, principalmente através da Maçonaria, organização androcêntrica que excluía as mulheres da informação e participação20.

Um feminismo em busca de expressão própria

Ainda no século XIX, Francisca Senhorinha Diniz fundou o jornal O Sexo Feminino (1873) em Campanha (MG), onde defendia o direito das mulheres ao voto e à educação e defendia veementemente sua abolição. Por ocasião da Assembléia Constituinte de 1891, afirmou e defendeu o direito das mulheres de votar e ser votadas. Portanto, ele exigiu veementemente a aprovação do divórcio e o direito das mulheres a um emprego remunerado com vistas à sua total independência.

Couto fundou o jornal Eco Das Damas (RJ-1879), no qual defendia a igualdade entre os sexos, o direito da mulher à educação e também divulgava as conquistas femininas em outros países.

Um feminismo enfrentando os desafios do mundo do trabalho

Como jornalista, foi incansável na defesa das mulheres contra a guarda masculina e na denúncia da insensibilidade e opressão com que eram tratadas. E em Diamantina (MG), as jovens Clélia, Zélia e Nícia Rabello fundaram o jornal Voz Feminina (1900), que elas próprias escreveram, desenharam e imprimiram, com o objetivo de divulgar os direitos das mulheres. Ela entendia que a emancipação da mulher ia muito além da conquista dos direitos políticos reivindicados pelas sufragistas.

E afirmou que a proposta anarquista é mais abrangente e voltada para a inclusão integral das mulheres na vida social, principalmente as trabalhadoras, que foram as mais afetadas pelo crescente processo de industrialização e urbanização28.

Um feminismo em busca de cidadania

140 igualdade entre os sexos, direito de voto das mulheres e garantias de proteção ao trabalho feminino. Mas, apesar dos limites e ambiguidades desse processo, é preciso reconhecer que os esforços das sufragistas pela emancipação das mulheres marcaram a trajetória do feminismo brasileiro. Nessa luta, elas superaram muitos obstáculos e abriram caminho para a conquista de direitos que a maioria das mulheres tem hoje.

Nesse sentido, pode-se dizer, sem dúvida, que o sufragismo foi uma força importante no processo de emancipação da mulher brasileira.

O feminismo no interlúdio pós-voto e pós-guerra

Além disso, por seu caráter elitista, atingia apenas uma parcela de mulheres urbanas de classe média e uma parcela mínima de mulheres pobres, ao contrário do feminismo anarquista, que focava na condição específica da mulher trabalhadora. Em todos esses eventos, participaram mulheres de quase todos os estados: donas de casa, trabalhadoras rurais, professoras, profissionais liberais, estudantes, funcionárias públicas e trabalhadoras apresentaram um feminismo mais popular e politizado, com mais poder organizador para as mulheres, mas ainda com pouca crítica sentido das questões específicas das mulheres. 45 A coordenação ocorreu por meio da Associação das Mulheres Cristãs, do Sindicato das Mulheres Universitárias e do Sindicato das Mulheres do Estado da Guanabara; esta, além de cursos, promoveu campanhas contra o alto custo de vida.

Soares e Delgado mostram que, entre 1969 e 1975, o ingresso das mulheres brasileiras nas universidades quintuplicou, enquanto o ingresso dos homens apenas dobrou.

Souza-Lobo argumenta que na década de 1970 o movimento sindical era o ator privilegiado no cenário dos movimentos sociais; mas os movimentos das mulheres continuaram. O Ano Internacional da Mulher instituído pela Organização das Nações Unidas em 1975 foi um marco importante na história do movimento feminista e dos movimentos de mulheres na década de 1970, abrindo a discussão de importantes questões e fortalecendo as organizações de mulheres. Essas e outras preocupações foram expressas no I Congresso das Mulheres Metalúrgicas (1978) e no I Congresso das Mulheres Paulistas (1979), que contou com a presença de centenas de mulheres de clubes de mães e outros grupos de mulheres do bairro84.

85 A luta pelas creches começou em São Paulo em 1973 com mulheres de CEBs e Clubes de Mães, mas a princípio não era um movimento organizado.

Anos 1980-1982: Recomposição e diversificação do feminismo

Assim, as feministas tiveram que lidar com muitas questões relacionadas ao trabalho com o movimento de mulheres. Uma variedade de associações de mulheres negras, índias, trabalhistas, lésbicas, trabalhadoras rurais e urbanas, trabalhadoras domésticas, sindicalistas e outras associações profissionais surgiram dentro do movimento de mulheres, espalhando-se por todo o país. Assim, pode-se dizer que, no início da década de 1980, o movimento de mulheres no Brasil era uma força política e social consolidada.

É o momento de consolidação democrática no Brasil, quando os movimentos feministas e de mulheres se afirmam como sujeitos coletivos.

Um feminismo “em se fazendo”

165 Portanto, se na década de 1980 o movimento feminista se sentiu desafiado a afirmar sua identidade frente ao movimento de mulheres, as fronteiras entre os dois movimentos diminuíram a partir dos anos 1990, a partir da crescente participação de organizações de mulheres que se identificam com o feminismo . São grupos de negras, indígenas, operárias, empregadas domésticas, trabalhadoras urbanas e rurais, prostitutas, universitárias, bancárias, lésbicas, profissionais de diversas áreas, sindicalistas de diversas categorias, militantes de partidos, movimentos populares e de bairro associações e grupos ligados a igrejas e ONGs. 166 problemas de mulheres e homens, pessoas no cotidiano da comunidade.."119; e novo porque pretende cada vez mais “investir nas identidades masculinas”120, pois há homens que também se identificam com as propostas feministas.

No entanto, o termo “novo feminismo” utilizado pelas autoras não significa uma oposição a outros modelos anteriores, até porque, segundo elas, “o esboço do que seria o ‘novo’ é vago”123.

Inserção do feminismo no movimento popular e no movimento rural

Agora queremos fortalecer o protagonismo das mulheres na CMP, levar a bandeira de lutas que permitam ações conjuntas em nível nacional e fortalecer o movimento popular de mulheres127. Aos poucos, as CEBs e a Pastoral da Terra também passaram a dar mais atenção à situação das mulheres do meio rural. Assim nasceu, em 1989, no Rio Grande do Sul, o Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais, hoje presente em todo o país, que visa conquistar a cidadania das mulheres do campo por meio do reconhecimento de sua profissão, de.

Em nível global, as preocupações com a mulher rural parecem tímidas após a 4ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Mulher (Pequim/1995), quando a Federação Internacional de Produtores Agrícolas, a Fundação Cumbre Mundial de Mujeres Rurais e a União Mundial de Mulheres Rurais, preocupada com a situação das mulheres agricultoras, propôs o dia 15 de outubro como o Dia Mundial da Mulher Rural, para valorizar e tornar visíveis as lutas e reivindicações das trabalhadoras rurais.

O feminismo no movimento das mulheres negras e indígenas

Ao vincular raça e pobreza, o MMM caracterizou um setor específico de mulheres negras que vivenciam a pobreza de forma mais severa. Começam a usar o argumento de que isso não é cultura indígena e que as mulheres indígenas estão começando a despertar como uma organização de mulheres. As organizações de mulheres indígenas estão sendo usadas dentro do próprio movimento indígena [...] que não dá espaço e.

Esta Aliança de Apoio Mútuo e Cooperação é uma estratégia de fundamental importância para a organização das mulheres indígenas e negras, e conta com o apoio incondicional de diversos movimentos feministas e de mulheres.

O feminismo nas ONGs

Desde então, os movimentos de mulheres têm conseguido monitorar os compromissos assumidos pelo governo em relação aos direitos das mulheres. 164 COMITÊ LATINO-AMERICANO E CARIBE DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA MULHER – CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA MULHER. Foram dezenove anos de progresso e contínua resistência aos esforços do Estado brasileiro para negar os direitos das mulheres.

187 práticas feministas de mulheres brasileiras ao movimento feminista, como se só assim circulasse o feminismo.

As mulheres no movimento de Jesus

Estudos sócio-históricos indicam que o movimento de Jesus se originou nesse contexto, no seio do povo judeu, como um movimento itinerante e carismático de caráter profético e apocalíptico. Todas as mulheres, que através de Jesus experimentaram o poder da base amorosa de Deus, sentiram-se plenamente humanas. O anúncio da basileia rompe com as estruturas patriarcais; no movimento de Jesus, as mulheres encontram uma nova família, na qual não se menciona o patriarca (Mc Mt 19, 29) nem se prolongam ou se reproduzem as atuais relações patriarcais.

Esta reviravolta de valores e estruturas sociais permitiu construir as bases para o “discipulado de iguais” que marcou decisivamente o movimento de Jesus.

Referências

Documentos relacionados

Através de análise de casos concretos e através da revisão da literatura acerca de ambos os temas, objetivamos perceber a importância de uma área sobre outra;