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uma análise sob o prisma da Licitação na modalidade Convite

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Academic year: 2023

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O princípio constitucional da impessoalidade pode ser contestado de forma concreta pela modalidade licitatória? O princípio constitucional da impessoalidade não pode ser contestado de forma concreta pela modalidade licitatória.

A NORMA JURÍDICA

Os princípios eram vistos como abstratos, genéricos e avaliativos, pelo que não podiam conduzir a aspirações jurídicas concretas36. Os princípios evitam a rigidez do direito pela sua versatilidade, pois se baseiam em juízos de valor, em verdades pré-existentes.

PRINCÍPIOS E REGRAS

Os Princípios têm coexistência contraditória, e a coexistência de Regras é antinômica, ou seja, os Princípios coexistem, as Regras Antinômicas excluem-se. Os princípios causam problemas de validade e peso (importância, ponderação), as regras tratam apenas de questões de validade (porque, se estiverem incorretas, devem ser alteradas)56.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Para complementar, Bonavides afirma que os Princípios Constitucionais criam a harmonia, o equilíbrio e a substância de um autêntico sistema jurídico, da ordem jurídica83. Tendo visto que a Constituição é a lei mais importante do ordenamento jurídico brasileiro, é necessário destacar a importância dos Princípios Constitucionais em relação a ela. Contudo, os Princípios Constitucionais expressam opções políticas fundamentais, expõem a escolha de valores éticos e sociais como fundamentos de uma ideia de Estado e de Sociedade87.

Rocha é inflexível ao afirmar que “não há comportamento que possa contrariar o preceito”; .. j) informatividade: pode-se ressaltar que os Princípios Constitucionais caracterizam-se por serem informativos para todo o ordenamento jurídico de um Estado. Portanto, os Princípios são leis, são prescrições de regulamentos abstratos e gerais, que diferem das Normas. Pela função fundamental da ordem jurídica, os princípios constitucionais têm caráter orientador e eficácia fundamental, os quais são de enorme importância no direito público, especialmente no direito constitucional contemporâneo.

No que diz respeito à função interpretativa, os Princípios Constitucionais cumprem o papel de orientar as soluções jurídicas que se processarão no caso concreto. Desta forma, os Princípios Constitucionais são fundamentais para a implementação da garantia constitucional dos direitos básicos e gerais98.

BREVE ESCORÇO CONCEITUAL

Para Silva, o princípio da impessoalidade “significa que as ações e facilidades administrativas não podem ser atribuídas ao funcionário que as executa, mas sim ao órgão ou entidade. O princípio da finalidade pode ser entendido como a orientação obrigatória das atividades administrativas para o interesse público, especificamente explícito ou implícito na lei. A prática do Princípio da Impessoalidade impede que o governante favoreça ou persiga os governados, tratando-os assim de forma desigual, daí o Princípio acima mencionado.

Tais objetivos constituem uma manifestação clara do Princípio da Impessoalidade, no seu sentido de não discriminação, para perseguir o bem comum sem a influência de fatores pessoais e egoístas nocivos127. O princípio da impessoalidade reflete essa igualdade, conduzindo o Administrador a uma gestão transparente, sem benefícios ou prejuízos a ninguém128. Visa o Princípio da Impessoalidade, a obtenção da objetividade, da não subjetividade no exercício do poder, pois este é o ideal de governo incentivado por todos e pelo próprio Estado.

Como o princípio da impessoalidade estabelece que o ato é sempre praticado com fim público, o administrador fica impedido de prosseguir ou mesmo realizar qualquer outro fim. Feitas estas breves considerações, passamos agora a identificar o conteúdo atribuído pelo texto constitucional vigente ao Princípio da Impessoalidade, objeto desta monografia.

CONTEÚDO CONSTITUCIONAL DO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O princípio da impessoalidade visa prevenir o subjetivismo na administração pública, uma vez que a objetividade não permite o domínio da alma do gestor, nem da sua vontade. A norma constitucional, na qual está consagrado o princípio da impessoalidade (artigo 37.º da Constituição da República), destina-se não só ao administrador, mas também ao legislador na mesma medida. Neste ponto da pesquisa, o princípio da impessoalidade precisa ser explicado como o princípio da igualdade, pois ambos têm o mesmo objetivo e precisam ser mencionados.

O princípio da impessoalidade administrativa visa evitar dar ao administrador a oportunidade de favorecer determinada pessoa ou grupo social, pois esse privilégio acarretaria prejuízos à sociedade como um todo. Desta forma ressalta-se que tanto o princípio da igualdade quanto o princípio da impessoalidade são de observância obrigatória pela administração pública. Contudo, a impessoalidade deve ter caráter específico e não deve desviar-se da esfera do Estado. De acordo com a visão acima exposta, pode-se dizer que o princípio da igualdade tem maior amplitude e alcance e por isso se desdobra, entre outras coisas, no princípio da impessoalidade administrativa.

Da mesma forma que acontece quando uma administração pública viola uma norma legal que deve cumprir integralmente, a sua conduta também anula a violação do princípio da impessoalidade. Será mostrado então como o princípio da impessoalidade pode prevenir as injustiças tão comuns nos atos administrativos.

O PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE EM CONSONÂNCIA COM OS DEMAIS

A produção normativa, que determina a atuação administrativa personalizada e privilegiada do poder público, é um exemplo de destruição do princípio da impessoalidade154. Nada é mais compreensível do que a ligação entre o princípio da impessoalidade e o princípio da legalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência, uma vez que todos têm o mesmo fim, nomeadamente o bem comum através do interesse público156. É interessante comparar os demais princípios da administração pública com o princípio da impessoalidade, pois esta comparação retirará as características e peculiaridades de cada um deles157.

Tendo previamente definido o Princípio da Impessoalidade, é necessário, ainda que brevemente, conceptualizar o Princípio da Legalidade de forma a aludir ao carácter vinculativo entre ambos. Como princípio oposto da improbabilidade, na busca da impessoalidade, de uma Administração Pública probatória, objetiva e isenta de preconceitos, o Princípio da Impessoalidade encontra o seu ponto em comum com o Princípio da moralidade. De acordo com o princípio da moralidade, o administrador público não deve descurar as prescrições éticas que devem estar sempre presentes nas suas ações.

Tendo aludido aos demais princípios da administração pública pelo princípio da impessoalidade, passamos agora ao terceiro capítulo desta investigação, cujo objetivo é mostrar a aplicação ou não aplicação do princípio evidente da Licitação na modalidade Convite . Para tanto, pretende-se estudar previamente o procedimento administrativo licitatório, a fim de demonstrar mais detalhadamente a importância do respeito ao princípio da impessoalidade na sua aplicação.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Entende-se, portanto, que o sentido objetivo da Administração Pública corresponde às ações por ela realizadas, visando sempre a satisfação das aspirações da comunidade, sempre de acordo com a lei, e em consonância com os Princípios inerentes à boa administração179. A expressão Administração Pública também pode expressar o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas responsáveis ​​pela execução de atividades administrativas. A Administração Pública do ponto de vista subjetivo não deve ser confundida com nenhum dos poderes estruturais do Estado, especialmente o Poder Executivo, ao qual normalmente é atribuída a função administrativa.

É possível conceituar administração pública como “o conjunto de todas as entidades criadas para a execução de serviços públicos ou para a consecução de objetivos governamentais” 183. Esse significado está vinculado ao dispositivo constitucional quando subordina a administração pública aos princípios contidos no art. . Mostra-se, assim, que a administração pública é o conjunto de órgãos responsáveis ​​pela execução de ações administrativas por meio dos serviços públicos com o objetivo de alcançar um interesse único, coletivo e objetivo.

Quanto ao regime jurídico da Administração Pública, é certo dizer que desde o nascimento da sociedade, parece que as coisas que são comuns a todos, as chamadas coisas públicas, merecem uma atenção especial, um regime jurídico característico, especial. A atividade administrativa tem objetivos que devem ser cumpridos, uma vez que a Administração Pública não constitui um fim em si, a não ser a concretização dos valores impostos pela sociedade como expressão da justiça, prestando assim serviços que correspondam ao interesse público.

LICITAÇÃO

O artigo 2º da referida lei estabelece que “as obras, os serviços, inclusive os anúncios, as compras, as alienações, as concessões, as permissões e os arrendamentos da Administração Pública, quando contratados com terceiros, serão obrigatoriamente precedidos de licitação” 195. No artigo 22, XXVII , é inserido texto informando que cabe à União a edição do Regulamento Geral de Licitação. As modalidades gerais de licitação são regulamentadas de forma bastante ampla, cabendo à Administração estabelecer critérios compatíveis com a contratação que pretende realizar.

Cada modalidade de licitação conjunta possui um procedimento que precisa ser enfatizado e por isso diferem entre si. Bandeira de Mello diz que a concorrência é a modalidade de licitação genérica, que se destina à realização de transações com maior potencial econômico221, precedida de ampla publicidade, que pode ser utilizada por qualquer interessado que atenda aos requisitos enunciados222. Existem diferenças assinaláveis ​​entre as modalidades habituais de licitação e a concorrência, pois nas modalidades habituais o cumprimento da prestação por terceiro só é resolvido após a Licitação.

O leilão é uma modalidade de licitação entre os interessados ​​​​para vender ao licitante com lance igual ou superior ao valor de avaliação. Na licitação, os interessados ​​se apresentam em determinado horário do evento, onde apresentam suas propostas oralmente, o que significa que a regra desse tipo de licitação é a ausência de sigilo quanto ao conteúdo da proposta.

O CONVITE

Nele, a administração pública fica habilitada a selecionar todas as pessoas físicas que tenham interesse em participar do evento, sem necessidade de inscrição prévia. Como já foi visto, o princípio da impessoalidade tem por escopo garantir a imparcialidade da administração pública quanto aos seus atos e ações para com aqueles que administra, bem como a consecução de um fim público, que é o bem comum. Tem como característica a aceleração e racionalização do processo licitatório, devido à necessidade de resposta rápida e desburocratizada da administração pública quanto a potenciais contratos com terceiros258.

Na verdade, não existe nenhuma forma de licitação que esteja isenta da prática da inverdade administrativa260, uma vez que a inverdade administrativa é um vício que historicamente prejudica a administração pública no Brasil. Para que prevaleça o interesse público, a discricionariedade exercida pelo administrador não pode estar repleta de vícios, sob pena de comprometer a finalidade da administração pública. Verifica-se que a publicidade é um dever da administração e um direito fundamental dos administrados, pois é essencial a todo e qualquer ato da administração pública.

Portanto, verifica-se que a Licitação na modalidade Convite não atinge de forma concreta os fins a que se destina, pois, mesmo sendo legal, viola diversos outros princípios da Administração Pública. O Edital é uma modalidade de licitação utilizada em licitações de pequeno valor, em que a Administração Pública solicita a participação de no mínimo três pessoas do setor pertinente ao objeto desejado, inscritas ou não, e em local cópia da convocatória instrumento é apropriado. Apesar de não violar o princípio da legalidade, o convite fere outros princípios básicos da administração pública.

Além disso, as características da modalidade Licitação no convite facilitam aos administradores a violação do princípio da impessoalidade e de outros princípios da administração pública, pois promovem ações improváveis ​​devido à sua simplicidade.

Referências

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Sob esse prisma, na tentativa de atribuir ao Estado social uma concepção antidemocrática – em que o indivíduo perde sua liberdade de escolha diante da dominação da sociedade