Análise do compor t ament o de pacient es at endidos na Bebê Clínica
da Disciplina de Odont opediat r ia da Faculdade de Odont ologia de
Ar açat uba- UN ESP. Est udo longit udinal
ARAÇAT UBA
Análise do compor t ament o de pacient es at endidos na Bebê Clínica
da Disciplina de Odont opediat r ia da Faculdade de Odont ologia de
Ar açat uba- UN ESP. Est udo longit udinal
Disser t ação apr esent ada à Faculdade de Odont ologia, Campus de Ar açat uba da Univer sidade Est adual Paulist a “J úlio de Mesquit a Filho”, par a obt enção do Tít ulo de Mest r e em Odont opediat r ia
Or ient ador : Robson Fr eder ico Cunha
ARAÇAT UBA
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da FOA / UNESP
Zaze, Ana Carolina Soares Fraga
Z39a Análise do comportamento de pacientes atendidos na Bebê Clínica da disciplina de odontopediatria da Faculdade de Odontolo- gia de Araçatuba – UNESP. Estudo longitudinal / Ana Carolina Soares Fraga Zaze. – Araçatubas: [s.n.], 2005
135 f. : il.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia, Araçatuba, 2005.
Orientador: Prof. Dr. Robson Frederico Cunha
1.Odontopediatria. 2.Comportamento infantil. 3.Sociologia.
Black D27
Dedico est e t r abalho,
Aos m eus pais, Sylvio e Regina, m eus m aior es incent ivador es.
Gr aças a vocês, m e t or nei um a pessoa feliz e r ealizada. Seus
ensinam ent os est ão gr avados não só na m inha m ent e, m as t am bém no
m eu cor ação.
Mãe, você m e pr ovou que é possível t er um a car r eir a pr ofissional
bem sucedida, ser um a boa esposa e a m elhor m ãe do m undo. Esper o um
dia conseguir pr opor cionar aos m eus filhos t odo o am or e dedicação que você m e pr opor cionou. Se é ver dade que Deus nos escolhe um anj o na
t er r a par a cham ar m os de m ãe, saiba que eu agr adeço t odos os dias por
Ele t er t e escolhido par a m im .
Pai, quando eu er a cr iança, não ent endia por que você t r abalhava
t ant o. Ficava doze hor as por dia no consult ór io e chegava t ar de em casa. Sent ia falt a da sua pr esença, m as a alegr ia que sent ia quando ouvia o
car r o ent r ando na gar agem da nossa casa, er a m uit o m aior do que
qualquer out r o sent im ent o. Sabia que o “ m eu her ói” havia chegado, e que
apesar do cansaço, est ava ansioso par a br incar com igo e com o Nat ão.
Hoj e eu ent endo que o seu esfor ço é a m aior pr ova de am or que você
poder ia m e dar .
Obr igada por t udo o que vocês m e pr opor cionar am . Am o vocês!
Ao m eu ir m ão Renat o. Você sem pr e foi o m eu m aior com panheir o.
Apesar das difer enças, sem pr e fom os cúm plices, desde as ar t es com et idas
na infância at é a época da faculdade. Depois que a dist ância nos separ ou, per cebi o quant o você é im por t ant e par a m im , e passei a t e am ar ainda
Ao Cesar , m eu esposo. Você ent r ou na m inha v ida de um a m aneir a
avassalador a, no m om ent o m enos esper ado. Tr ouxe consigo um a gr ande felicidade e m e pr opor ciona, a cada dia, m om ent os inesquecíveis. Com
você eu apr endi o ver dadeir o sent ido do am or . Nos últ im os anos, est am os
per cor r endo um cam inho sacr ificant e par a nos t or nar m os pr ofissionais
bem qualificados, m as saiba que t er você ao m eu lado t or na est e cam inho
m uit o m ais alegr e e r ecom pensador . Te am o!
Aos m eus “ segundos pais” Albino a Ana Mar ia.
Vocês são m uit o m ais do que m eus sogr os. Desde o m om ent o em
que os conheci, m e acolher am com o um a ver dadeir a filha. Sem seu apoio,
a r ealização dest e cur so não ser ia possível. Pessoas m ar avilhosas com o
Agr adeço pr im eir am ent e à Deus, por m e conceder a gr aça de viver ,
pelos ensinam ent os diár ios, pelas pessoas que colocou no m eu cam inho e
pr incipalm ent e, por não m e deixar desist ir nunca, m e dando for ças par a super ar t odos os m om ent os difíceis.
Agr adeço aos m eus avós Ant ônio, Sylvia, Wilson e Lour des. Gr aças à
vocês eu t enho pais m ar avilhosos. Obr igada por t odos os ensinam ent os
que vocês m e pr opor cionar am , m esm o na ausência, sem pr e apr endi m uit o com vocês, pois m eus pais sem pr e fizer am quest ão de m ant er viva suas
m em ór ias. A exper iência é um a dádiva associada ao t em po, m as podem os
apr ender m uit o com as exper iências alheias, quando nos são passadas na
for m a de ensinam ent os.
A t odos os m eus t ios, t ias, pr im os e pr im as. Sem pr e t ão pr esent es na m inha vida, incent ivando e par t ilhando de t odas as conquist as e
dificuldades. Vocês são m uit o im por t ant es par a m im .
À Fam ília Passanezi. Não som os par ent es de sangue, m as de
cor ação. Dur ant e t oda a m inha vida, vocês est iver am ao m eu lado e t or cer am por m im . Nos m om ent os de angúst ia e dificuldades, sem pr e
pude cont ar com o car inho e aj uda de vocês, e nos m om ent os felizes,
com em or am os j unt os. Obr igada por t udo, esper o que est a am izade
per pet ue na nova ger ação, afinal, som os pr at icam ent e ir m ãos.
Aos m eus cunhados Pollyana e Edw aldo. Obr igada pelo incent ivo e
com pr eensão e desculpe- m e pela ausência. Sint o por não poder
não é capaz de dim inuir o am or que sint o por ela. Juj u, nunca se esqueça
de um a coisa, a dinda am a m uit o você.
Aos am igos da faculdade, Mar iana Mont enegr o Silva, Tat iana
Nishioka, Máir a Rocha, Vinicius Lar anj eir a, Lucas Zogheib e Tadeu Kir it a.
Esper o que nada sej a capaz de dest r uir nossa am izade. Tenho cer t eza de
que o m eu cur so de gr aduação não t er ia sido t ão m ar avilhoso se vocês não est ivessem ao m eu lado. Obr igada por fazer em par t e da m inha
hist ór ia.
Ao am igo Renat o Baldan. Você é um a pessoa especial, am igo com o
você não se encont r a facilm ent e, obr igada por t udo o que m e ensinou e
pelos m om ent os alegr es que pr opor cionou a m im e ao Cesar .
Aos am igos e colegas de m est r ado da t ur m a de 2004. Nos
conhecem os a pouco t em po, m as a convivência diár ia nos t or nou
ver dadeir os ir m ãos. Már cio, agr adeço por sua am izade, cer t am ent e não
par t icipar ei novam ent e de um congr esso t ão diver t ido com o o SBPqO dest e ano. Luciana, nossa am izade sur giu aos poucos, esper o que ela
cr esça a cada dia. Ant onio, cont inue sendo est a pessoa m ar avilhosa que
você é, sem pr e alegr e e nos fazendo r ir , m esm o nos m om ent os
est r essant es. Gr acieli, seu car inho, am izade e com pr eensão for am
essenciais dur ant e a r ealização dest e cur so. Nossa am izade cr esceu m uit o no últ im o ano, esper o um dia ser especial par a alguém com o você é par a
m im . Kar ina,consider o você m inha m ais nova ir m ã. Conhecia você a m uit o
t em po, m as não ér am os am igas. Você foi m inha pr im eir a am iga no
m est r ado, com a convivência, per cebi que você é um a pessoa m uit o
especial. Est ivem os unidas dur ant e est es dois anos, passam os por
Cada um de vocês t er á sem pr e um lugar especial no m eu cor ação.
Desej o que t odos encer r em est e cur so de m est r ado de m aneir a br ilhant e, e que nossa am izade nunca sej a esquecida.
Aos dem ais am igos do cur so de pós- gr aduação em odont opediat r ia,
Daniela, Janaína, Max Douglas, Eliana Takeshit a, Eliana Rodr igues, Taís,
Alessandr a, Fer nanda, Kar ina Bianco, Kar ine, Kélio, Rebeca Mar iana, Sueli, Edo, Fát im a, Eduar do, Ana Elisa, Denise, Juliano e Ana Car olina. Foi
m uit o bom t er convivido com vocês.
Aos pr ofessor es da Univer sidade do Sagr ado Cor ação. Vocês for am
os r esponsáveis pela m inha for m ação acadêm ica, por t ant o, par t e das
m inhas conquist as pr ofissionais sem pr e ser ão suas t am bém . Obr igada pelos ensinam ent os e car inho que sem pr e m e ofer ecer am .
Á Univer sidade Est adual “ Júlio de Mesquit a Filho” - UNESP/
Ar açat uba, pela opor t unidade da r ealização dest e cur so de pós- gr aduação.
Aos funcionár ios da bibliot eca e da pós- gr aduação da Faculdade de
Odont ologia de Ar açat uba, pelos ser viços pr est ados sem pr e com m uit a
com pet ência.
Aos pr ofessor es da Disciplina de Odont opediat r ia da UNESP-Ar açat uba, Pr ofessor Alber t o, Pr ofessor a Rosângela, Pr ofessor Célio e
Pr ofessor a Sandr a. Obr igada por t odos os ensinam ent os e opor t unidades.
Vocês m e acolher am de m aneir a gent il e educada, pr opor cionando
opor t unidades im por t ant es par a m inha vida pr ofissional. Não t enho
palavr as par a agr adecer t udo o que fizer am por m im .
Aos funcionár ios da Disciplina de Odont opediat r ia, Mar ia, Már io e
Ber t olina. Sem pr e solícit os e pr ont os par a aj udar no que fosse pr eciso.
À Pr ofessor a Mar ia Lúcia Sundfeld. Sua aj uda foi pr im or dial par a a r ealização dest e t r abalho, obr igada pelos ensinam ent os e por t oda a aj uda
que m e foi pr est ada.
Á Univer sidade Par anaense, na pessoa do coor denador do cur so de
Odont ologia Már cio Gr am m a Hoeppner , por t er m e pr opor cionado a opor t unidade de r ealizar um sonho, ser um a pr ofessor a univer sit ár ia.
Agr adeço pela confiança.
Às m inhas colegas de t r abalho, Fabíola Melhado, Sílvia Sossai e
Jaqueline Gar cia. É m uit o bom t r abalhar com pessoas com o vocês, sem pr e
alegr es e agr adáveis, vocês m e ensinar am m uit o. Obr igada pela confiança e por t odas as opor t unidades que m e pr opor cionar am .
Aos m eus alunos, obr igada por m e incent ivar em . Por vocês, pr ocur o
Ao m eu or ient ador Pr of. Adj unt o Robson Fr eder ico Cunha.
Obr igada por fazer par t e da m inha for m ação pr ofissional. Além de
or ient ador e peça fundam ent al na elabor ação dest e t r abalho, ensinou- m e m uit o sobr e a vida. Me acolheu de m aneir a pat er nal sem ao m enos m e
conhecer e acr edit ou na m inha capacidade. Pr opor cionou- m e m uit as
opor t unidades, às quais ser ei et er nam ent e gr at a. Sem pr e est eve
disponível à m e aj udar , e m e or ient ou sem nunca im por . Saiba que o
de Ar açat uba, Campus Ar açat uba, Univer sidade Est adual Paulist a “J úlio de Mesquit a Filho”.
RESUMO
O pr opósit o do pr esent e est udo longit udinal f oi avaliar a manif est ação compor t ament al f r ent e a est ímulos odont ológicos em cr ianças at endidas na Bebê Clínica da Disciplina de Odont opediat r ia da F.O.A.-UNESP consider ando-se a idade da mãe no moment o do par t o, o númer o de ir mãos que o bebê possui, os dif er ent es t ipos de est ímulos odont ológicos r ealizados nos bebês e a f aixa et ár ia no moment o do at endiment o. For am incluídos na amost r a dest e est udo os pr ont uár ios que pr eencher am os seguint es r equisit os: f icha clínica pr eenchida int egr alment e, cr ianças que ent r ar am no pr ogr ama de pr evenção pr ecoce ainda no pr imeir o ano de vida e cr ianças que apr esent avam no mínimo 36 meses de idade complet os no moment o da avaliação de seu pr ont uár io. Dos 1.103 pr ont uár ios avaliados, apenas 169 pr eencher am os r equisit os de seleção par a o est udo, onde obt eve-se inf or mações como: dat a de nasciment o, gêner o, idade da mãe, númer o de ir mãos, númer o de consult as odont ológicas e suas r espect ivas dat as, est ímulos of er ecidos à cr iança e o compor t ament o apr esent ado per ant e os mesmos. Os pr ont uár ios selecionados f or am divididos em 5 gr upos, de acor do com os est ímulos of er ecidos às cr ianças sendo eles: gr upo cont r ole, f alt a, ver niz f luor et ado, r est aur ação e t r aumat ismo dent ár io. As inf or mações obt idas f or am classif icadas de acor do com a f aix a et ár ia na qual as cr ianças encont r avam-se no moment o do at endiment o. Os dados f or am analisados descr it iva e inf er encialment e, por meio da aplicação do t est e Q ui-Q uadr ado ao nível de 5% . Segundo os r esult ados encont r ados, a idade da mãe e o númer o de ir mãos que o bebê possui não inf luenciam sua r espost a compor t ament al f r ent e a est ímulos odont ológicos. Os dif er ent es t ipos de est ímulos odont ológicos pr ovocar am alt er ações na r espost a compor t ament al dos pacient es em det er minadas f aix as et ár ias e o compor t ament o apr esent ado dur ant e as consult as f oi inf luenciado pela idade da cr iança no moment o do at endiment o.
Ar açat uba, Campus Ar açat uba, Univer sidade Est adual Paulist a “J úlio de Mesquit a Filho”.
ABST RACT
The pur pose of t he pr esent longit udinal st udy is t o evaluat e behavior manif est at ion in f r ont of dent al incent ives in childr en assist ed in Baby’s Clinical of Pediat r ic Dent ist r y at Ar açat uba Dent ist r y School – São Paulo St at e Univer sit y being consider ed t he mot her ' s age in t he moment of t he childbir t h, t he number of baby’s sibling, t he dif f er ent t ypes of dent al incent ives accomplished in t he babies and t he age gr oup in t he moment of t he ser vice. I t was included in t he sample of t his st udy handbooks t hat f illed out t he f ollowing r equir ement s: clinic r ecor d f illed out int egr ally, childr en t hat ent er ed in t he pr ogr am of pr event ion st ill in t he f ir st year of lif e and childr en t hat pr esent ed at least 36 complet e mont hs of age in t he moment of t he evaluat ion of t he handbook. Of t he 1.103 appr aised handbooks, only 169 f illed out t he select ion r equir ement s f or t he st udy, wher e it was obt ained inf or mat ion as: dat e of bir t h, gender , mot her ' s age, number of siblings, number of dent al visit s and t heir r espect ive dat es, incent ives of f er ed t o t he child and t he behavior pr esent ed af t er t he same ones. The select ed handbooks wer e divided in 5 gr oups, in agr eement wit h t he incent ives of f er ed t o t he childr en as: gr oup cont r ol, lacks, f luor ide var nish, r est or at ion and dent al t r aumat ism. The obt ained inf or mat ion wer e classif ied in agr eement wit h t he age gr oup in t he which t he childr en pr esent ed in t he moment of t he ser vice. The dat a wer e analyzed descr ipt ive t hr ough t he applicat ion of t he Q ui-squar e t est at t he level of 5%. Accor ding t o t he f indings, mot her ' s age and t he number of baby’s siblings don' t inf luence on behavior f r ont t o dent al incent ives. The dif f er ent kinds of odont ologic incent ives pr ovoked alt er at ions in pat ient s' behavior in cer t ain age gr oups and t his behavior pr esent ed dur ing t he appoint ment s was inf luenced by t he child' s age in t he moment of t he ser vice.
FI GURA 1 - Dist r ibuição do per cent ual das cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, com r elação ao gêner o
TABELA 1 - Númer o e per cent ual da idade na qual as cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, ent r ar am no pr ogr ama educat ivo/ pr event ivo
73
TABELA 2 - Númer o e per cent ual da idade da mãe das cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, no moment o do nasciment o de seu f ilho
74
TABELA 3 - Númer o e per cent ual do compor t ament o apr esent ado pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, dur ant e a pr imeir a consult a, r elacionado à idade de sua mãe
75
TABELA 4 - Númer o e per cent ual do compor t ament o apr esent ado pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, r elacionado ao númer o de ir mãos que possui
76
TABELA 5 - Númer o e per cent ual da dist r ibuição do compor t ament o exibido pelas cr ianças mat r iculados na Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, de acor do com os Gr upos aos quais f or am dist r ibuídas
77
TABELA 6 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a o Gr upo Cont r ole, de acor do com a idade
78
TABELA 7 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a o Gr upo Falt a, de acor do com a idade
79
TABELA 8 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a o Gr upo Ver niz, de acor do com a idade
80
TABELA 9 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a o Gr upo Rest aur ação, de acor do com a idade
TABELA 10 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a o Gr upo Tr auma, de acor do com a idade
82
TABELA 11 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, com idade ent r e 0 a 6 meses, de acor do com o gr upo ao qual per t encem
83
TABELA 12 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, com idade ent r e 7 a 12 meses, de acor do com o gr upo ao qual per t encem
84
TABELA 13 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, com idade ent r e 13 a 18 meses, de acor do com o gr upo ao qual per t encem
85
TABELA 14 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, com idade ent r e 19 a 24 meses, de acor do com o gr upo ao qual per t encem
86
TABELA 15 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, com idade ent r e 25 a 30 meses, de acor do com o gr upo ao qual per t encem
87
TABELA 16 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, com idade ent r e 31 a 36 meses, de acor do com o gr upo ao qual per t encem
88
TABELA 17 - Númer o e per cent ual do compor t ament o exibido pelas cr ianças da Bebê Clínica da FOA-UNESP selecionadas par a est e est udo, maior es de 37 meses, de acor do com o gr upo ao qual per t encem
ATF = Aplicação Tópica de Flúor
BES = Behavior Evaluat ion Scale
BSQ = Behavior al St yle Q uest ionnar ie
C = Colabor ador
CR = Colabor ador com Reser vas
CFSS-DS = Childr en’s Fear Sur vey Schedule- Dent al Subscale
DAS = Cor ah’s Dent al Anxiet y Scale
et al.= Et alli
EUA = Est ados Unidos da Amér ica
FI SI OB = Fisiot er apia Bucal
FOA = Faculdade de Odont ologia de Ar açat uba
I SS = I nvent or y of St r essf ul Sit uat ions
NC = Não Colabor ador
OSUBRS = Ohio St at e Univer sit y Behavior Rat ing Scale
PROFI = Pr of ilaxia Pr of issional
UEL = Univer sidade Est adual de Londr ina
1 I nt r odução 21
2 Revisão da Lit er at ur a 25
2.1 Desenvolviment o Neur opsicológico 26
2.2 Compor t ament o r elacionado ao t r at ament o odont ológico 34
3 Pr oposição 62
4 Mat er ial e Mét odo 64
4.1 Seleção da Amost r a 68
4.2 Análise dos dados 70
5 Result ado 71
6 Discussão 90
7 Conclusão 108
Ref er ências 110
O sur giment o da Odont opediat r ia ocor r eu quando houve o r econheciment o
de que os pr oblemas bucais na cr iança são específ icos, e que est a dif er e do
adult o não só nos aspect os f isiológicos, mas t ambém no aspect o compor t ament al.
A odont ologia at ual t em se pr eocupado com os aspect os psicológicos e o bem
est ar dos pacient es, pr incipalment e quando se t r at a da assist ência a pacient es
inf ant is. Dessa f or ma, o cir ur gião-dent ist a deve est ar at ent o e pr incipalment e,
apr ender a obser var a cr iança como um t odo, consider ando seu bem est ar f ísico
e emocional, além da necessidade de conhecer o mundo do pont o de vist a inf ant il,
per mit indo uma melhor int er ação e compr eensão ent r e as par t es.
W alt er e sua equipe da Univer sidade Est adual de Londr ina (UEL)
obser var am em sua exper iência pr of issional a necessidade de conscient izar a
população quant o à pr evenção da doença cár ie em bebês. Devido ao
r econheciment o dest a necessidade, a Bebê-Clínica da UEL f oi inaugur ada em
meio de um pr ogr ama de pr evenção pr ecoce (W ALTER et al., 1996). Est a at it ude
pioneir a incent ivou out r os pr of issionais, sur gindo assim novos cent r os de at enção
odont ológica dir ecionados ao at endiment o de bebês, como a Bebê-Clínica da
Faculdade de Odont ologia de Ar açat uba – UNESP, inaugur ada em 1996.
Conhecer o compor t ament o dos pacient es na f aixa et ár ia de 0 a 3 anos
f r ent e aos pr ocediment os dent ár ios é pr imor dial, at é por que lidamos com a ár ea
de impor t ant e signif icado emocional nest a idade, que é a boca. (GI ORDANO et
al., 2000) Ent r et ant o, os aspect os psicológicos envolvidos no at endiment o
odont ológico nest a idade ainda são pouco est udados.
Segundo W alt er (1996), bebês r ecém- nascidos são de f ácil manej o e, par a
cont at os mais pr olongados, necessit am da pr esença de suas mães. Algumas
var iáveis af et am seu compor t ament o, como a separ ação da mãe, ambient es
est r anhos e a int er f er ência de pessoas por meio de cont at os f ísicos.
Par a a Psicologia, o compor t ament o da cr iança est á mais r elacionado com o
desenvolviment o ment al do que com a sua idade cr onológica. Por ém, é comum
obser var mos na lit er at ur a r ef er ent e a Odont opediat r ia, algumas r elações ent r e
car act er íst icas compor t ament ais e a idade da cr iança, ent r et ant o ist o é
r ealizado com mais f r eqüência na f aixa et ár ia dos 3 aos 12 anos de idade,
abr angendo apenas uma par t e da chamada “pr imeir a inf ância”, per íodo que vai do
Segundo Per cinot o e Cunha (2002) pelo f at o do bebê est ar em pleno
desenvolviment o f ísico e psicológico, é necessár io r ealizar novas pesquisas, par a
que não exist am dúvidas sobr e as r eações dest es bebês diant e dos est ímulos
aplicados no consult ór io odont ológico e as possíveis conseqüências
compor t ament ais que os mesmos possam ger ar f ut ur ament e.
Baseados no acima expost o, per cebemos que o compor t ament o
apr esent ado por bebês submet idos a assist ência odont ológica deve ser
cuidadosament e est udado, j á que a Odont ologia par a bebês é uma ár ea em f r anco
desenvolviment o que necessit a de subsídios cient íf icos par a assegur ar não só o
bem est ar f ísico, mas t ambém emocional do pacient e, no pr esent e e
A escassez de pesquisas r elacionadas ao compor t ament o exibido por
cr ianças per t encent es à pr imeir a inf ância, f r ent e a est ímulos odont ológicos, e a
complexidade do t ema est udado, t or nar am a elabor ação dest a r evisão de
lit er at ur a muit o impor t ant e, sendo abor dados assunt os r elevant es par a uma
melhor compr eensão do assunt o.
Dessa f or ma, par a t or nar est e capít ulo mais clar o ao ent endiment o,
subdividimo-lo nos t ópicos Desenvolviment o Neur opsicológico e Compor t ament o
r elacionado ao t r at ament o odont ológico.
2.1 – DESENVOLVI MENTO NEUROPSI COLÓGI CO
Mussen et al. (1995) af ir mam que o cér ebr o humano é r esult ado de uma
longa evolução, que assegur a a r ecepção e elabor ação de est ímulos além de cr iar ,
r ecém-nascidos car act er iza suas r eações em r elação ao mundo. A mat ur ação
r ef er e-se a uma seqüência univer sal de event os biológicos que ocor r em no
cér ebr o e t ambém no or ganismo, per mit indo o apar eciment o de uma f unção
psicológica. Dur ant e a maior par t e do pr imeir o ano de vida do bebê, a mat ur ação
do cér ebr o ocor r e muit o r apidament e. Est e per íodo é mar cado pelo
est abeleciment o de conexões mais f ir mes ent r e vár ias par t es do cér ebr o.
J unt as, est as mudanças per mit em que a cr iança se sent e, engat inhe e ande em
est ágios específ icos do seu desenvolviment o.
Segundo Klat choian (2002), após o nasciment o ocor r e um aument o do peso
cer ebr al, r esult ant e da dif er enciação de t ecido e f ibr as ner vosas, mielinização
de vias af er ent es e ef er ent es e de um int enso desenvolviment o do cór t ex
cer ebr al. Est a dif er enciação de células ner vosas ocor r e pr incipalment e at é os 3
anos de idade, por ém só se complet a por volt a dos 8 anos.
O f uncionament o básico do cér ebr o inf ant il se dá por r ef lexos múlt iplos
que são est abelecidos de f or ma gr adual de or igens diver sas, conf or me a f ase.
I nicialment e são medular es, t or nando-se gr adualment e de cont r ole cor t ical. O
r ecém nascido apr esent a o cór t ex pouco evoluído, t endo, por ém r ef lexos nat os
como a sucção e a deglut ição, chamados de r ef lexos de condução. Por volt a do
segundo mês de vida inicia-se a at ividade cor t ical, com o sur giment o dos r ef lexos
condicionados r elat ivos a est ímulos ext er nos (ambient e), ent r et ant o est es
int enso. O desenvolviment o cor t ical pr opor ciona novas condut as mot or as e
ger alment e em t or no dos 6 meses de idade, a cr iança começa a demonst r ar cer t a
capacidade de análise, o que é car act er izado pelo seu maior int er esse em r elação
ao ambient e e demonst r ação de emoções como medo e pr azer . A capacidade de
análise e sínt ese se def ine r azoavelment e por volt a de um ano de idade, quando a
cr iança j á demonst r a capacidade de per ceber impr essões vindas do ambient e,
bem como de seu pr ópr io cór t ex, def inindo gost os e at it udes pr ópr ias. Dos 2 aos
3 anos a cr iança acumula uma gr ande quant ia de impr essões, por ém não consegue
analisá-las independent ement e, solicit ando a aj uda de out r as pessoas. Ent r e 3 e
5 anos j á consegue f or mar suas pr ópr ias opiniões. (KLATCHOI AN, 2002)
De acor do com Fit zger ald et al. (1983), o compor t ament o inicial é r egulado
por mecanismos subcor t icais onde pr edominam os r ef lexos. Com o
desenvolviment o, o cór t ex inibe est as f unções comandando os cent r os
subcor t icais, t or nando o compor t ament o volunt ár io.
W innicot t (1999) r elat a que devido ao f at o dos bebês ser em t ot alment e
dependent es nos moment os iniciais de sua vida, são necessar iament e af et ados
por t udo o que acont ece. Sua compr eensão é dif er ent e quando compar ada com a
do adult o, cont udo est ão a t odo o moment o t endo exper iências que se ar mazenam
em seus sist emas de memór ia, de uma f or ma capaz de pr opor cionar -lhes ou não
conf iança. “Segur ar ” e manipular um bebê sat isf at or iament e (no sent ido amplo do
desf azer , af ir mar , apoiar ) f acilit a os pr ocessos de mat ur ação, segur á-lo mal
signif ica uma int er r upção inconst ant e dest es pr ocessos devido às r eações do
bebê às quebr as de adapt ação.
De acor do com Gesell e Amat r uda (1946), o desenvolviment o do bebê pode
ser r evelado por meio do seu compor t ament o, em t odas as suas r eações, sej am
r ef lexas, volunt ár ias, espont âneas ou adquir idas. Os dif er ent es compor t ament os
não são ar bit r ár ios nem manif est ações secundár ias acident ais, são consider ados
r esult ados aut ênt icos de um pr ocesso int egr ado de desenvolviment o que se
r ealiza em or denada sucessão.
A boca é o ór gão f undament al par a a sobr evivência desde o nasciment o e
pr ovavelment e est á associada às pr imeir as exper iências de dor , f r ust r ação e
pr azer , sensação de f ome e sua saciedade, e à sucção. A Psicanálise consider a
que o desenvolviment o psicossexual começa pelo est ágio or al, que ocor r e
apr oximadament e dur ant e os dois pr imeir os anos do bebê, quando ele obt ém
pr azer por meio da cavidade or al e lábios. A sucção além de mant ê-lo vivo, lhe
f or nece conf or t o e car inho. (KLATCHOI AN, 2002) Com o apar eciment o dos
dent es, o at o de mor der e mast igar t ambém pr opor cionam est as sensações e por
meio dest as at it udes o bebê liber a sua agr essividade. (BARRETO, 2002)
W alt er et al. (1996) af ir mam que ao nascer , a cr iança apr esent a um
mecanismo emocional pobr e e se encont r a na denominada f ase or al, descr it a por
um per íodo car act er izado por mudanças das at it udes inf ant is. A boca passa a
apr esent ar t ambém a f unção de t r it ur ação, t or nando-se um ór gão mais at ivo,
per mit indo um melhor conheciment o do ambient e que o cer ca. Por ist o o bebê
leva t odos os obj et os que lhe são of er ecidos at é a boca.
Out r as t eor ias de desenvolviment o, como a de Piaget , consider am o
r ef lexo de sucção, associado a out r os r ef lexos, par âmet r os iniciais par a o
desenvolviment o psicológico. Est e desenvolviment o se pr ocessa por meio da
inf luência mút ua ent r e o bem est ar f ísico e nut r icional da cr iança além de suas
exper iências psicossociais. A cr iança adequadament e est imulada pr ocur a
inf luenciar e int er agir com o seu meio f ísico e social, apr endendo mais e
r espondendo melhor aos est ímulos aos quais f oi submet ida. Se as exper iências
f ísicas e psicológicas (r elacionadas ao bem est ar f ísico e nut r icional) f or em
insat isf at ór ias, det er minando um sent ido de desconf iança, a cr iança ser á
conduzida de maneir a t emer osa diant e de sit uações f ut ur as. (FI EDLER, 2002)
Piaget e I nhelder (1986) af ir mam que a cr iança ent r e 0 e 2 anos de idade
est á no per íodo sensór io-mot or , quando as est r ut ur as cognit ivas são elabor adas e
post er ior ment e ser vir ão como par âmet r os iniciais par a suas const r uções
per cept ivas e int elect uais, bem como algumas r eações af et ivas element ar es. O
bebê começa a apr esent ar compor t ament os r esult ant es do seu desenvolviment o
Os pr ocessos de memór ia aj udam na or ient ação das ações do bebê. A
capacidade de r ecor dação par ece ser aument ada após 8 meses de idade, quando o
bebê t ambém se t or na mais capacit ado a r elacionar um event o ocor r ido no
pr esent e a um event o passado. (MUSSEN et al. 1995).
Segundo Ainswor t h (1979) o bebê ut iliza pr incipalment e a mãe como base
de sua segur ança par a explor ar o ambient e que a cer ca. O aut or acr edit a que se
est a r elação apr esent ar -se sólida dur ant e o pr imeir o ano de vida, pr over á uma
impor t ant e est r ut ur ação par a o post er ior desenvolviment o psicológico. Uma
condução equilibr ada e segur a das r elações dur ant e o pr imeir o ano de vida do
bebê, acar r et ar á em r espost as mais posit ivas em moment os onde se t or na
necessár io o af ast ament o da cr iança de seus pais, além de pr over adolescent es
socialment e mais compet ent es.
Apesar de saber da impor t ância do conheciment o do desenvolviment o
neur opsicológico, não se pode consider á-lo o único f at or r esponsável pelo
compor t ament o do bebê, pois a f or ma como lidam com novos e ant igos est ímulos,
poder á ser det er minada por suas car act er íst icas de t emper ament o. Consider a-se
como t emper ament o, a f or ma mais nat ur al de uma pessoa r eagir aos est ímulos a
ela of er ecidos. O t emper ament o pode ser obser vado desde o início da vida, é
var iável ent r e os indivíduos e r elat ivament e est ável sobr e o t empo e sit uação.
Mussen et al. (1995) denominam como t emper ament o, cer t o t ipo de humor
e est ilos de r eações. Em sua obr a r elat am que nos est udos, são obser vados um
conj unt o de dimensões de t emper ament o, incluindo a at ividade, a agit ação, o
medo e a sensibilidade a est ímulos além da at enção. Os dois t ipos de
t emper ament o mais est áveis são a t imidez e a sociabilidade, pois elas per sist em
por t oda a inf ância e adolescência. Com o passar do t empo, os pais passam a
r eagir às cr ianças com t emper ament o dif ícil de f or ma especial, podendo af et ar o
compor t ament o delas e seu aj ust ament o post er ior na vida.
Cor r êa e Ulson (2002) af ir mar am que desde as pr imeir as semanas de vida
podem-se obser var dif er enças de t emper ament o ent r e bebês e sua capacidade
de lidar com as adver sidades. Muit os t êm gr ande capacidade de r ecuper ação com
r elação às inst abilidades, enquant o out r os são muit o sensíveis e pr ecisam de
cuidados adicionais.
Venham et al. em 1979, r ealizar am um est udo com o int uit o de avaliar a
ansiedade de cr ianças ent r e 3 e 5 anos de idade f r ent e ao t r at ament o
odont ológico. Os mét odos ut ilizados par a ver if icar o gr au de ansiedade f or am:
análise dos bat iment os car díacos, padr ões clínicos de ansiedade, (det ect ados por
3 obser vador es ut ilizando f it as de vídeo gr avadas dur ant e as consult as) e dados
colhidos em uma visit a à r esidência da cr iança, com o int uit o de conhecer melhor
apr esent am, j á na pr imeir a consult a odont ológica, aspect os que ir ão f acilit ar ou
dif icult ar a sua adapt ação ao novo ambient e, de acor do com sua per sonalidade.
Radis et al. (1994) pr opuser am det er minar se dif er ent es t emper ament os
est avam associados às r espost as dos pais quando aplicado o BSQ (Behavior al
St yle Q uest ionnar ie), ut ilizado par a ident if icar o t emper ament o de cr ianças de 3
a 7 anos. O quest ionár io er a compost o por quest ões r ef er ent es à capacidade de
adapt ação, dist r ação, concent r ação, int ensidade de r eações e nível de at ividade/
inquiet ação das cr ianças. De acor do com as r espost as, o t emper ament o da
cr iança f oi classif icado em cinco cat egor ias: f ácil (apr oximação do que é novo,
f ácil adapt ação a mudanças, bom humor pr edominant e), int er mediár io leve (dif ícil
de classif icar , mas a r espost a não é t ão f avor ável quant o o ant er ior ), ent usiasmo
vagar oso (r et r ação f r ent e a sit uações novas, adapt ação vagar osa, r eações
emocionais negat ivas de baixa int ensidade) , int er mediár io int enso (semelhant e
ao ant er ior , por ém a r eação emocional negat iva é moder ada) e dif ícil (negação
f r ent e a sit uações novas, adapt ação vagar osa e r eações emocionais negat ivas
muit o int ensas). For am avaliadas 50 cr ianças, ent r e 36 e 60 meses de idade,
dur ant e sua consult a odont ológica inicial no Hospit al I nf ant il de Columbus-EUA.
Dur ant e a consult a, as cr ianças f or am submet idas aos seguint es est ímulos:
separ ação do acompanhant e, (pois dur ant e o at endiment o o mesmo não
per manecia no int er ior do consult ór io odont ológico), exame clínico ut ilizando
f lúor e, se necessár io, t omadas r adiogr áf icas. As t r ês pr imeir as consult as f or am
f ilmadas e o compor t ament o exibido pela cr iança f oi classif icado de acor do com a
escala compor t ament al da Univer sidade Est adual de Ohio (OSUBRS), que
consider a 4 t ipos dif er ent es de compor t ament o: per manece quiet a, chor a sem se
moviment ar , moviment a-se de maneir a per t ur bador a sem chor ar e associação de
chor o e moviment ação per t ur bador a. Os aut or es concluír am que os
t emper ament os f ácil, int er mediár io leve e dif ícil podem aj udar a pr ever o
compor t ament o dur ant e o at endiment o odont ológico. Apr oximação, r et r ação e
adapt ação f or am associadas ao compor t ament o posit ivo em cr ianças de 3 anos de
idade e a inquiet ação f oi associada ao chor o em cr ianças de 5 anos.
2.2 COMPORTAMENTO RELACI ONADO AO TRATAMENTO ODONTOLÓGI CO
Não é comum obser var a pr eocupação com o que r epr esent a o
r elacionament o cir ur gião dent ist a/ pacient e ou a maneir a como t r anscor r e o
t r at ament o odont ológico como f at or es que inf luenciar ão a evolução
compor t ament al do pacient e dent r o do cont ext o odont ológico. (CALDANA;
BI ASOLI ALVES, 1990)
Cor r êa e Ulson (2002) r elat ar am que o cir ur gião dent ist a deve t er muit a
or alidade pr esent e nest a f ase da vida. É pr eciso que o pr of issional t enha
habilidade suf icient e par a pr opor cionar bem est ar e t r anqüilidade dur ant e o
at endiment o odont ológico. I st o pode ser adquir ido por meio da ut ilização de
mét odos adequados de comunicação e conheciment os t écnicos e cient íf icos, pois
t odas as r eações da cr iança est ão limit adas e o chor o r epr esent a uma f or ma de
expr essar angúst ia e t ensão per ant e est a sit uação.
Per cinot o e Cunha (2002) suger em que a aceit ação da exper iência
odont ológica pelas cr ianças na f aixa et ár ia de 0 a 3 anos é dif ícil, devido ao f at o
da cr iança apr esent ar dif iculdade de comunicação e ser inst ável emocionalment e.
Sua independência, segur ança, socialização e linguagem est ão em
desenvolviment o, sendo comum demonst r ar medo ant e o inesper ado e o
desconhecido. Ent r et ant o, um dos t ipos de r espost a global do r ecém nascido
diant e do complexo de est ímulos que lhe são of er ecidos pela sit uação ambient e é
a r eação af et uosa, que expr essa uma adapt ação “posit iva” em r elação ao
ambient e, est abelecendo uma sint onia ent r e o indivíduo e o ambient e.
Consider ando uma cr iança emocionalment e t r anqüila com uma mãe na mesma
sit uação, é possível f azer com que ela per ceba o consult ór io odont ológico como
um ambient e conf iável, possibilit ando que sua pr imeir a consult a sej a conduzida
t r anqüilament e, de maneir a f avor ável. Não r ar ament e, o bebê r eage de uma
maneir a apar ent ement e desf avor ável, chor ando e solicit ando a pr ot eção da mãe,
sit uação, a cr iança adquir e a exper iência de t er sido bem cuidada e int er naliza
est a exper iência de maneir a posit iva. Est a int er nalização é decisiva e
f undament al par a a cont inuidade dos seguint es at endiment os em uma at mosf er a
cada vez mais f avor ável. O r ecém nascido é de f ácil manej o, por ém, após o
ir r ompiment o dos pr imeir os dent es, most r a-se par cialment e r ebelde em r elação à
manipulação de sua boca. Aos 2 anos de idade a dependência mat er na se acent ua
e por volt a dos 3 anos t or na-se possível a r ealização de um at endiment o
odont ológico convencional, devido à possibilidade de um r elacionament o
int er pessoal mais longo, que é r esult ado de uma mat ur ação social mais ampla.
Por t ant o, a assist ência odont ológica par a bebês pode ser consider ada um pr epar o
impor t ant e par a o desenvolviment o equilibr ado no que se r ef er e ao
compor t ament o diant e de possíveis t r at ament os f ut ur os.
Segundo Toledo (1996), do nasciment o at é os 2 anos de idade exist em
f or t es laços emocionais ent r e o bebê e a mãe, por isso, ele só se sent e segur o
quando est á em seus br aços. Diant e do t r at ament o odont ológico, sua r eação
nat ur al é muit o chor o e r esist ência. Compr eendendo ist o, o at endiment o deve ser
o mais r ápido possível, não se pr eocupando com que o bebê par e de chor ar .
Klat choian (2002) af ir ma que quando o pacient e é ainda incapaz de
ver balizar e mant ém dependência est r eit a da mãe, o r elacionament o dent ist
a-cr iança depende de um t er ceir o indivíduo (ger alment e a mãe), f or mando uma
est abelecer um bom r elacionament o com as cr ianças, bem como apr of undar o
r elacionament o com os pais, cr iando e f or t alecendo vínculos impr escindíveis par a
um bom r elacionament o ent r e as par t es.
Bee, em 1984, descr eveu o desenvolviment o da ligação af et iva ent r e pais e
seus bebês, dividindo-o em quat r o f ases. A pr imeir a é chamada pr é-ligação,
ocor r e por volt a dos 3 a 4 meses de vida e é car act er izada pelo f at o de que o
bebê dir ige seus compor t ament os de ligação af et iva a qualquer pessoa que ent r e
em seu campo visual. A segunda f ase é a de ligação af et iva em pr ocesso, que
ocor r e ent r e os 4 e 6 meses de vida, quando o bebê per cebe a dif er ença ent r e
r ost os dist int os, r espondendo mais f avor avelment e a pessoas f amiliar es. A
t er ceir a f ase é denominada de ligação af et iva específ ica, ocor r e por volt a do
sext o mês e se car act er iza pelo f at o da cr iança expr essar uma f or t e ligação
af et iva com apenas uma pessoa a quem est á pr imar iament e ligada (ger alment e a
mãe), demonst r ando gr ande insat isf ação quando separ ada dest a pessoa. A últ ima
f ase é a da ligação af et iva múlt ipla, se inicia após o pr imeir o ano de vida e se
est ende at é o t er ceir o. É car act er izada pela ampliação das ligações af et ivas da
cr iança em r elação a out r as pessoas que vê r egular ment e.
Est udos na ár ea de Psicologia r elat am que o compor t ament o do bebê é
alt er ado ou inf luenciado por diver sos f at or es, dependendo da f aixa et ár ia na qual
são: a separ ação da mãe e cont at o com ambient es e pessoas
desconhecidas.(GARI SON et al., 1974)
Cast r o et al. (2001) af ir mam que a Psicologia f or nece gr ande auxílio na
compr eensão da r espost a compor t ament al do pacient e inf ant il. Vár ios f at or es
devem ser avaliados no sent ido de maximizar os aspect os posit ivos e evit ar a
ocor r ência de sit uações indesej áveis dur ant e a consult a odont ológica. Fat or es
ligados à f amília, cr iança e pr of issional devem ser obser vados, possibilit ando a
or ient ação da condut a do pr of issional e pr epar ação da f amília, par a que a cr iança
se sint a segur a e t r anqüila dur ant e sua exper iência odont ológica, levando consigo
est es aspect os par a o f ut ur o.
A lit er at ur a t em descr it o diver sas f or mas de classif icação dos aspect os
compor t ament ais dest es pacient es, pr incipalment e na avaliação do medo e
ansiedade. Exist em dois mét odos dist int os de medidas ut ilizados par a est a
avaliação, a obser vação das r eações inf ant is por pessoas qualif icadas e t écnicas
de r elat o ver bal-cognit ivo, como os quest ionár ios. O sist ema de classif icação de
Fr anklet al. (1962) é um dos mais f r eqüent ement e empr egados e é dividido em 4
cat egor ias: def init ivament e negat ivo, negat ivo, posit ivo e def init ivament e
posit ivo. A escala de W r ight (1975) t ambém consider a 4 t ipos de
compor t ament o: negat ivo, indef inido, sat isf at ór io e compor t ament o posit ivo.
Todavia, a classif icação descr it a por McDonald e Aver y (1986), consider a 3
apr esent am pot encial colabor ador . W alt er (1996) t ambém cit a apenas 3 t ipos de
compor t ament o: negat ivo, indef inido e posit ivo.Todas est as classif icações são
obt idas por meio da avaliação de um pr of issional e são amplament e ut ilizadas
par a analisar o compor t ament o das cr ianças per ant e o t r at ament o odont ológico,
apesar de muit os pesquisador es consider ar em cr ianças menor es de 3 anos
incapazes de colabor ar .
Algumas t écnicas de r elat o ver bal-cognit ivo empr egadas por meio de
quest ionár ios são a escala de Cor ahs (DAS) e a “Childr en` s Fear Sur vey
Schedule- Dent al Subscale” (CFSS-DS). A DAS f oi desenvolvida par a medir a
ansiedade e o medo f r ent e est ímulos odont ológicos, por ém sua ut ilização não é
indicada par a cr ianças, pois apr esent a quest ões um t ant o complicadas par a o
ent endiment o inf ant il, sendo mais ut ilizada em est udos onde são avaliados o gr au
de ansiedade e medo dos r esponsáveis pela cr iança. Consist e de quat r o it ens com
cinco r espost as cada. O númer o de pont os var ia de 4 (ausência de medo e
ansiedade) at é 20 (medo e ansiedade ext r emos). A CFSS-DS f oi desenvolvida
com o int uit o de avaliar o medo inf ant il per ant e o ambient e odont ológico. É
compost a por 15 it ens, cada qual r elacionado a dif er ent es aspect os da
assist ência odont ológica. As cr ianças classif icam seus níveis de medo e ansiedade
na gr aduação de 1 a 5 pont os em cada um dos 15 it ens, var iando ent r e “nenhum
medo”(númer o 1) at é “muit o medo”(númer o 5), ent r et ant o sua ut ilização é mais
Bönecker , Guedes-Pint o e Duar t e (1995) r ealizar am um est udo com bebês
menor es de 30 meses, da clínica de especialização em odont opediat r ia da
Faculdade de Odont ologia de Sant o Amar o, que pr ocur avam at endiment o par a
r ealização de t r at ament o cur at ivo. Dent r e out r os aspect os, avaliar am a r espost a
compor t ament al dos bebês dur ant e a assist ência odont ológica. Os r elat os dest e
est udo f or am baseados em dois anos de exper iência dos aut or es na r ef er ida
clínica. Obser var am que as at it udes compor t ament ais dos bebês podem ser
descr it as didat icament e de acor do com a f aixa et ár ia a que per t encem. Ent r e 6 e
12 meses de idade, apr esent ar am um compor t ament o r elat ivament e posit ivo; aos
24 meses, o compor t ament o mais obser vado é o negat ivo, t odavia, com o
desenvolviment o da cr iança, obser va-se uma r egr essão dest e t ipo de
compor t ament o r esult ando em um compor t ament o posit ivo por volt a dos 36
meses.
Em um est udo r ealizado no ano de 1997 na Bebê-Clínica da Univer sidade
Est adual de Londr ina, Melo e W alt erb analisar am o compor t ament o apr esent ado
por bebês par t icipant es do pr ogr ama de pr evenção pr ecoce, nas consult as
iniciais, int er mediár ias e f inais do at endiment o. Os aut or es obser var am que
80,6% dos bebês apr esent ar am condut a posit iva ou sat isf at ór ia nas consult as
f inais, sendo que apenas 29% apr esent ar am est e t ipo de condut a nas consult as
iniciais, concluindo que o at endiment o pr ecoce pode desper t ar a cooper ação da
ou desconf or t o dur ant e sua pr imeir a inf ância. Também const at ar am que
alt er ações compor t ament ais br uscas sur gem, pr incipalment e, devido à mudança
do pr of issional que r ealiza o at endiment o e em casos de at endiment o de
emer gência, devido a episódios de t r aumat ismo dent ár io, onde ger alment e
ocor r em episódios dolor osos.
Melo e W alt er (1997a) pr opuser am obser var a mudança do compor t ament o
inf ant il em dois moment os, pr imeir ament e quando ocor r e o ir r ompiment o dos
pr imeir os dent es decíduos e post er ior ment e quando ocor r e o ir r ompiment o dos
pr imeir os molar es decíduos. Par a a r ealização do est udo, f or am colet adas
inf or mações de 200 pr ont uár ios do ar quivo da Bebê-Clínica da Univer sidade
Est adual de Londr ina/ Br asil, além da aplicação de um quest ionár io a 132 mães
que se encont r avam na sala de esper a. As condut as compor t ament ais das cr ianças
f or am analisadas de acor do com o moment o da higienização bucal levando-se em
cont a as t écnicas ut ilizadas par a sua r ealização pr econizadas na r ef er ida clínica.
A t écnica r ecomendada par a a r ealização da higiene bucal de cr ianças que
possuem apenas dent es ant er ior es, o que ocor r e em média at é 18 meses de idade,
é a ut ilização da gaze umedecida com solução de água oxigenada diluída. J á par a
cr ianças que possuem os molar es, a t écnica r ecomendada é a escovação associada
ao uso de dent if r ício. Os aut or es concluír am que bebês que ainda não possuem
dent es apr esent am pr edominant ement e uma condut a posit iva e não são
solução de água oxigenada diluída, a condut a negat iva ou indef inida pr evalece,
enquant o as cr ianças maior es de 18 meses e menor es de 30, r esponder am
posit ivament e ao uso da escova associada com o dent if r ício.
Tor r iani (1999) ver if icou a r elação ent r e o compor t ament o de bebês
dur ant e as consult as odont ológicas e sua idade, o gêner o e a pr esença de dent es
ir r ompidos na cavidade bucal. Fizer am par t e do est udo 254 cr ianças,
mat r iculadas na Bebê Clínica na Faculdade de Odont ologia de Ar açat uba-Br asil,
que compar ecer am no mínimo em 4 consult as e ent r ar am no pr ogr ama de
pr evenção pr ecoce com idade máxima de 18 meses. O compor t ament o dos bebês
f oi anot ado em seu pr ont uár io após a r ealização de cada sessão, ent r et ant o
f or am consider ados apenas os at endiment os r ealizados ant es do bebê complet ar
25 meses de idade.Os r esult ados dest e est udo most r ar am que o gêner o do bebê
não det er mina uma r elação com o compor t ament o, ent r et ant o a idade cr onológica
implicou em dif er enças compor t ament ais devido ao aument o da condut a não
colabor ador a acompanhando o avanço da mesma. O númer o de dent es ir r ompidos
t ambém implicou em dif er enças compor t ament ais, aument ando as r eações de não
colabor ação na medida em que os dent es ir r ompiam.
Fr aiz e W alt er , em 2001, r ealizar am um est udo com o int uit o de ver if icar
se o r elat o mat er no com r elação à condut a da cr iança dur ant e a higiene bucal
domiciliar est á associado a out r os f at or es r elacionados à cár ie dent al. Fizer am
mães, int egr ant es do pr ogr ama pr event ivo da Bebê-Clínica da Univer sidade
Est adual de Londr ina. Os aut or es r ealizar am um exame clínico em t odas as
cr ianças onde f or am avaliadas a pr esença de placa bact er iana e a exper iência de
cár ie. Nos casos onde havia a pr esença de placa ou lesões car iosas, as cr ianças
er am classif icadas posit ivament e nest es aspect os. Também f oi aplicado um
quest ionár io às mães, cont endo quest ões sobr e: hábit os diet ét icos pr egr essos e
at uais das cr ianças, hábit os de higiene bucal, dados sociocult ur ais e
compor t ament ais. Por meio dos pr ont uár ios das cr ianças f or am obt idos dados
r ef er ent es à sua pr imeir a consult a (dat a e idade do bebê no moment o de sua
r ealização), f r eqüência de consult a de r et or no e avaliação compor t ament al
at r ibuída dur ant e as consult as. Os aut or es concluír am que as cr ianças, segundo
r elat o mat er no, que se mant ém t r anqüilas dur ant e a higiene bucal domiciliar
par t icipam at ivament e de sua r ealização, suger indo que est e t ipo de par t icipação
pode ser consider ada uma est r at égia par a aument ar sua aceit ação. Além dist o,
est as cr ianças apr esent am menor es índices de placa bact er iana, maior f r eqüência
de higiene bucal domiciliar , f r eqüência menor de mamadas not ur nas, e
compor t ament os mais sat isf at ór ios dur ant e as consult as odont ológicas.
Cunha et al., em 2003, avaliar am a evolução compor t ament al dos bebês
at endidos na Bebê Clínica da Disciplina de Odont opediat r ia da Faculdade de
Odont ologia de Ar açat uba-Unesp. For am analisados 696 pr ont uár ios de pacient es
classif icado como “Colabor ador ” ou “Não Colabor ador ”. For am avaliadas as
r espost as compor t ament ais f r ent e aos est ímulos: ent r ada no consult ór io, exame
clínico e a denominada f isiot er apia bucal, que consist e na limpeza com gaze
umedecida em solução de água oxigenada diluída e a post er ior aplicação t ópica de
solução f luor et ada. Os aut or es concluír am que bebês com idades ent r e 0 e 6
meses apr esent am compor t ament o colabor ador , de 7 a 30 meses de idade o
compor t ament o f oi não colabor ador e dos 31 aos 36 meses não f oi obser vado um
padr ão compor t ament al def inido, pois não houve dif er ença est at ist icament e
signif icant e ent r e os dois t ipos de compor t ament o est udados.
Kleincknecht et al. (1973) ut ilizar am uma escala, cont endo 27 it ens par a
ident if icar e quant if icar o medo e as r eações dos pacient es f r ent e a est ímulos
odont ológicos específ icos. Est a escala f oi aplicada por meio de um quest ionár io
onde o pacient e classif icou seu medo de acor do com um código, sendo que o
númer o 1 f oi ut ilizado par a r epr esent ar a ausência de medo e o númer o 5
r epr esent a a sensação de gr ande medo onde a pessoa t er ia algum t ipo de r eação.
A escala cont ém 2 it ens que r epr esent am a pr eocupação em se esquivar ou f ugir
do t r at ament o odont ológico, 6 it ens abor dando sobr e alt er ações f isiológicas
sent idas dur ant e o at endiment o odont ológico, 14 it ens avaliando o nível de medo
sent ido f r ent e a diver sos pr ocediment os odont ológicos e avaliando o medo
abr angent e, sem especif icações de est ímulos ou sit uações e 4 it ens solicit ando
f amiliar es e amigos. Tr ês quest ões aber t as f or am f eit as par a que os pacient es
descr evessem sit uações ocor r idas no passado que pr ovocar am medo e/ ou dor
dur ant e exper iências odont ológicas e a sua int er pr et ação com r elação ao modo
como o indivíduo adquir iu est a r eação que ele apr esent a hoj e, no moment o do
t r at ament o. O est udo f oi r ealizado com 322 est udant es das univer sidades
est aduais de W ashingt on, 86 est udant es do segundo e t er ceir o ano do ensino
f undament al e 79 est udant es do segundo, t er ceir o e quar t o ano do ensino médio.
Os r esult ados suger em que a maior ia das pessoas não apr esent a r eações de medo
muit o acent uadas, embor a as r espost as dos pacient es sej am muit o var iadas,
alguns pacient es r elacionam seu medo com est ímulos específ icos. Os pacient es do
gêner o f eminino apr esent ar am mais medo do que os de gêner o masculino e
est udant es do ensino f undament al apr esent ar am mais medo do que univer sit ár ios
e est udant es do ensino médio, por ém est as dif er enças ent r e sexo e idade escolar
são mais pr onunciadas em r elação a est ímulos específ icos, como a necessidade de
anest esia e o uso de inst r ument os r ot at ór ios. Pessoas que r elat ar am episódios de
t r aumat ismo dent ár io apr esent am maior es índices de medo odont ológico e os
indivíduos que apr esent am concepções posit ivas sobr e o t r at ament o odont ológico
r elat ar am que gost am de seus dent ist as, enquant o pessoas que apr esent ar am
concepções negat ivas r elat ar am cer t a ant ipat ia por seu dent ist a. Os aut or es
concluír am que se o pr of issional est iver at ent o a seu pacient e, conhecendo os
pode t omar pr ecauções par a lidar com est a sit uação ant es que o pr oblema sej a
exacer bado dur ant e o at endiment o. Aplicando um quest ionár io semelhant e a est e
dur ant e o cont at o inicial com o pacient e, o pr of issional pode pr omover uma
abor dagem adequada e individualizada, o que f acilit ar á o r elacionament o ent r e as
par t es, r espeit ando os sent iment os e r espost as compor t ament ais de cada
indivíduo.
Em 1977 Venham e colabor ador es analisar am 29 cr ianças ent r e 2 e 5 anos,
sem exper iência odont ológica pr évia, dur ant e 6 consult as odont ológicas
seqüenciais. Na pr imeir a f oi r ealizado um exame r ot ineir o par a diagnóst ico, nas
quat r o sessões seguint es f oi r ealizado t r at ament o r est aur ador convencional, de
acor do com a necessidade de cada pacient e, e na sext a f oi f eit a uma pr of ilaxia
pr of issional seguida de uma aplicação t ópica de f lúor . Os aut or es obser var am que
nas quat r o pr imeir as visit as pr evaleceu um compor t ament o consider ado negat ivo,
ent r et ant o, com o decor r er das visit as, as cr ianças passar am a apr esent ar
r espost as mais f avor áveis, colabor ando mais dur ant e o at endiment o. Os aut or es
concluír am que a exper iência vivida dur ant e as sessões f oi f undament al na
r edução das r espost as negat ivas, pois pr opor cionou a dist inção ent r e
pr ocediment os est r essant es e não est r essant es.
Br ill (2002) r ealizou um est udo com pacient es de uma clínica
odont opediát r ica pr ivada onde pr opôs avaliar o compor t ament o de cr ianças
t r at ament o r est aur ador ), e compar ar est e compor t ament o com os exibidos nas
sessões seguint es. Os pacient es novos at endidos na clínica odont opediát r ica
f izer am par t e da amost r a est udada, inclusive os que j á t inham alguma
exper iência odont ológica. Est es pacient es f or am submet idos ao t r at ament o
necessár io e r emar cados par a cont r ole após 6 meses da últ ima consult a de
t r at ament o, os que compar ecer am na dat a est ipulada f or am incluídos na amost r a,
que f oi compost a por 271 cr ianças. O padr ão de compor t ament o dos pacient es f oi
classif icado de acor do com a escala de Sar nat como: cooper ador es at ivos (1),
cooper ador es passivos (2), neut r os ou indif er ent es (3), r elut ant es (4) e
complet ament e não cooper at ivos (5). A cada pacient e f oi anot ada em f icha
específ ica par a o est udo a visit a, gêner o, idade e a classif icação de Sar nat . Os
pacient es classif icados com compor t ament o t ipo 3, 4 ou 5 f or am agr upados e
est e agr upament o f oi usado como par âmet r o par a o compor t ament o negat ivo.
Br ill concluiu que as cr ianças de 3 a 6 anos de idade que r eceber am t r at ament o
r est aur ador na consult a inicial, f or am menos colabor ador as na consult a de
r et or no, e as cr ianças que apr esent ar am compor t ament o negat ivo na pr imeir a
consult a mant iver am est e padr ão compor t ament al no r et or no.
A pr opost a do est udo de Yamada, em 2002, f oi invest igar o medo
odont ológico em cr ianças colabor ador as e não colabor ador as dur ant e o
t r at ament o e esclar ecer a r elação ent r e a adapt ação e compor t ament o
escala compor t ament al CFSS-DS (Childr en’s Fear Sur vey Schedule- Dent al
Subscale), dur ant e o exame r egular de pacient es inf ant is na clínica dent ár ia do
hospit al da Univer sidade de Niigat a-J apão, em 2000. O compor t ament o de 1191
cr ianças de idade ent r e 5 a 12 anos f oi avaliado de acor do com a escala
compor t ament al de Fr ankl, que avalia os níveis de aceit ação dur ant e o
at endiment o dent ár io como: def init ivament e negat ivo (nível 1), negat ivo (nível 2),
posit ivo (nível 3) e def init ivament e posit ivo (nível 4). As cr ianças com
compor t ament o def init ivament e negat ivo e negat ivo f or am classif icadas como
per t encent es ao gr upo não colabor ador e as demais cr ianças f or am classif icadas
como colabor ador as. Das 1191 cr ianças obser vadas, 100 f or am classif icadas de
acor do com a escala de Fr ankl como não colabor ador as e 195 f or am consider adas
colabor ador as. Um quest ionár io cont endo a escala compor t ament al CFSS-DS f oi
aplicado a t odas est as cr ianças. Do gr upo não colabor ador soment e 61 dest es
quest ionár ios f or am devolvidos aos pesquisador es cor r et ament e pr eenchidos,
enquant o no gr upo colabor ador est e númer o f oi 125. Os níveis da escala
CFSS-DS f or am mais alt os no gr upo não colabor ador , o que signif ica que est as cr ianças
apr esent am mais medo do que as do gr upo colabor ador , ent r et ant o t ambém
f or am encont r ados níveis consider ados alt os nas cr ianças dest e gr upo. Os
aut or es concluír am que exist em indícios de que o medo odont ológico em cr ianças
colabor ador as mais j ovens diminui j unt ament e com seu cr esciment o e maior
exist e a necessidade de def inir o medo t r ansit ór io em cr ianças colabor ador as e
esclar ecer a r elação ent r e o medo odont ológico e o compor t ament o apr esent ado
dur ant e a consult a.
Per eir a e Fr eir e (2004) pr opuser am descr ever a r elação de um pr ogr ama
de saúde or al com o compor t ament o exibido dur ant e o at endiment o odont ológico
depois de 3 anos de avaliações. Fizer am par t e da amost r a 100 cr ianças
per t encent es ao Pr ogr ama de Saúde Or al do Depar t ament o Est adual de Saúde da
cidade de Goiânia-Br asil. As cr ianças f or am divididas em dois gr upos. O gr upo 1
f oi compost o por 45 cr ianças que ent r ar am no pr ogr ama at é os 7 meses de idade
e, o gr upo 2, por 55 cr ianças que ent r ar am no pr ogr ama ent r e 8 e 12 meses de
idade. A cada consult a, as cr ianças t iver am seu compor t ament o avaliado e
classif icado de acor do com a escala de Fr ankl. A maior ia das cr ianças
per t encent es ao gr upo 1 apr esent ou compor t ament o posit ivo dur ant e a pr imeir a
consult a. Nas consult as de r et or no, quando as cr ianças est avam na f aixa et ár ia
ent r e 8 e 24 meses, apenas 6,6 % apr esent ou um compor t ament o posit ivo, por ém,
na últ ima consult a, quando a cr iança apr esent ava 25 a 48 meses de vida, 64%
apr esent ar am compor t ament o posit ivo. Nas cr ianças per t encent es ao gr upo 2,
obser var am que dur ant e a pr imeir a visit a, quando a cr iança apr esent a ent r e 8 a
12 meses, apenas 18,2% t iver am um compor t ament o posit ivo. Nas consult as de
r et or no, (cr ianças com 13 a 24 meses) 9,1% dos compor t ament os obser vados
meses de idade, 76,4% exibir am compor t ament os posit ivos. Baseados em est udos
da ár ea de psicologia os aut or es concluír am que depois do sext o mês de vida, as
cr ianças apr esent am uma nova per cepção r elat iva a pessoas e sit uações novas, o
que acar r et a no desenvolviment o de apr eensão.
Shinohar a et al. (2005) avaliar am o compor t ament o de cr ianças dur ant e
visit as odont ológicas por meio da escala de Fr ankl associada à escala BES
(Behavior Evaluat ion Scale), que t ambém é ut ilizada par a avaliar o
compor t ament o de cr ianças f r ent e a est ímulos odont ológicos. É compost a de
vár ios it ens que avaliam o compor t ament o negat ivo, como: moviment ação de
per nas e br aços, chor o alt o, moviment ação do t r onco, gr it os, ent r e out r os.
Fizer am par t e do est udo as cr ianças que iniciar am o at endiment o odont ológico
em um per íodo de 4 meses, no Depar t ament o de Odont opediat r ia da
Univer sidade de Tsur umi, t ot alizando 33 cr ianças com idade ent r e 3 e 9 anos. A
consult a inicial f oi f ilmada e post er ior ment e analisada por 6 odont opediat r as,
com mais de 8 anos de exper iência, de acor do com as escalas de Fr ankl e BES. Os
aut or es r essalt am que a obser vação das var iações compor t ament ais pr incipais
pode ser ut ilizada pelo pr of issional dur ant e o at endiment o odont ológico inf ant il,
sendo que t r ês var iações compor t ament ais f or am pr edominant es, a r eação de
f uga, aut odef esa e a expr essão f acial.
Klingber g et al. (1994) r ealizar am um est udo com o int uit o de ver if icar o
bem como a inf luência de f at or es como: idade, gêner o, out r os t ipos de medo
apr esent ados pela cr iança (denominado de medo gener alizado), ansiedade ou
medo f r ent e aos est ímulos odont ológicos r elat ados pelos pais e f at or es sócio
econômicos. For am enviados quest ionár ios par a as r esidências de 4.505 cr ianças
da cidade de Göt ebor g-Suécia, selecionadas de acor do com dif er ent es padr ões
sócio econômicos, det er minados pelo bair r o onde a f amília r eside. Foi ut ilizada a
escala compor t ament al CFSS-DS (Childr en’s Fear Sur vey Schedule- Dent al
Subscale, pr opost a por Cut hber t e Melamed em 1982) par a avaliar o medo da
cr iança e a escala de ansiedade pr opost a por Cor ah em 1969 (denominada D.A.S.)
par a avaliar o medo e a ansiedade dos pais. For am r ecebidas 3.204 r espost as que
compuser am a amost r a do t r abalho. Os aut or es obser var am que a idade
inf luencia o compor t ament o de cr ianças ent r e 4 e 6 anos e de 9 a 11 anos de
idade e que os maior es níveis de medo r elacionado ao at endiment o odont ológico
f or am obser vados em cr ianças mais j ovens, sem dist inção ent r e gêner o.
Ent r et ant o, os níveis de medo e ansiedade diminuír am com o passar do t empo. Os
aut or es af ir mam que exist e uma cor r elação ent r e os medos apr esent ados pela
cr iança de uma maneir a ger al e o medo r elacionado ao at endiment o odont ológico,
por t ant o o medo odont ológico não pode ser consider ado um medo específ ico,
apenas r ef let e uma r ealidade de insegur ança gener alizada. Também f icou
evident e nest e est udo que exist e uma gr ande cor r elação ent r e medo e ansiedade
t ambém apr esent a est as car act er íst icas. Q uant o ao f at or sócio econômico,
cr ianças per t encent es a classes sociais mais baixas apr esent am valor es mais
alt os na escala de medo.
Klingber g et al. (1995) r ealizar am um est udo na cidade de Göt ebor g-Suécia
com o obj et ivo de avaliar a r elação ent r e o medo odont ológico inf ant il e seus
possíveis ef eit os clínicos como, pr oblemas de compor t ament o, condições de
saúde bucal e pr ocediment os pr event ivos empr egados e, além disso, suas r elações
com o medo odont ológico inf ant il, por meio de um modelo de análise r egr essiva.
For am analisadas 3.204 cr ianças r esident es na ár ea ur bana da cidade com idades
de 4 a 6 anos e 9 a 11 anos de idade. O t est e CFSS-DS f oi aplicado em t odas as
cr ianças a f im de se conhecer o nível de medo odont ológico que cada uma delas
apr esent a. Out r as inf or mações t ais como, pr esença de medos ger ais e pais que
apr esent am medo odont ológico, f or am obt idas por meio de quest ionár ios, e as
inf or mações r ef er ent es à saúde dent al, pr oblemas de compor t ament o dur ant e as
consult as e t ipo de t r at ament o r ealizado f or am obt idas após a análise dos
pr ont uár ios. Os r esult ados most r ar am que cr ianças que demonst r am medo
dur ant e o at endiment o odont ológico apr esent am cár ie dent al e cost umam f alt ar
em consult as agendadas. A análise r egr essiva most r ou que a pr esença de medos
ger ais, medo odont ológico apr esent ado pela mãe e a idade da cr iança no moment o
do at endiment o são f at or es et iológicos impor t ant es par a o desenvolviment o de