• Nenhum resultado encontrado

Qual seria a fonte de fungos miceliais encontrados em leite humano ordenhado?.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Qual seria a fonte de fungos miceliais encontrados em leite humano ordenhado?."

Copied!
3
0
0

Texto

(1)

873

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 18(3):873-875, mai-jun, 2002

NOTA RESEARCH NOTE

Qual seria a fonte de fungos miceliais

encontrados em leite humano ordenhado?

What is the source of mycelial fungi

in expressed human milk?

1 Ban co d e Leite Hu m an o, Dep a rt a m en t o d e Assist ên cia , In st it u t o Fern a n d es Figu eira , Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . Av. Ru i Ba rb osa 716, Rio d e Ja n eiro, RJ 22250- 020, Bra sil. n ov a k @iff.fiocru z .b r 2 Laboratório d e M icologia, Cen t ro d e Pesq u isa Hosp it a l Ev a n d ro Ch a ga s, Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . Av. Bra sil 4365, Rio d e Ja n eiro, RJ 21045- 900, Bra sil.

Fra n z Reis N ov a k 1

Joã o Ap rígio Gu erra d e Alm eid a 1

M a n oel J. S. Sa n t os 2

Bod o W a n k e 2

Abstract Th e a u t h ors ch a ra ct eriz ed t h e gen era of m ycelia l fu n gi fou n d in sa m p les of ex p ressed h u m a n m ilk received t h rou gh h om e collect ion by t h e Hu m a n M ilk Ba n k of t h e In st it u t o Fern a n d es Figu eira in Rio d e Ja n eiro. A t ot a l of 821 sa m p les of ex p ressed h u m a n m ilk w ere t a k en ra n -d om ly from b ot t les collect e-d a t h om e b y t h e m ilk -d on ors t h em selv es a n -d w ere in v est iga t e-d for m old s, yea st s, a n d m esop h i li c m i croorga n i sm s. T h e a n a lyses sh ow ed t h e occu rren ce of m old s a n d yea st s i n 43 (5.2%) o f t h e sa m p les, w i t h co u n t s rea ch i n g 103CFU /m l. So m e 48 st ra i n s o f m ycelia l fu n gi w ere id en t ified b y st a n d a rd la b ora t ory t ech n iq u es, in clu d in g: Asp ergillu s N iger grou p (6.3%), Asp ergillu s sp . (4.2%), Pa ecilom yces sp . (12.6%), Pen icilliu m sp . (60.4%), Rh iz op u s sp. (2.0%), a n d Syn cep h a la st ru m sp. (14.5%). Th e a u t h ors d iscu ss t h e im p ort a n ce of d on or h a n d s’ a sep sis p rior t o collect in g h u m a n m ilk .

Key words Hu m a n M ilk ; M ilk Ba n k s; M ycot ox in s; Afla t ox in s; Fu n gi

Resumo Ca ra ct eriz ou se os gên eros d e fu n gos m icelia is en con t ra d os em a m ost ra s d e leit e h u -m a n o ord en h a d o, receb id a s a p a rt ir d e colet a d o-m icilia r, p elo Ba n co d e Leit e Hu -m a n o d o In st i-t u i-t o Fern a n d es Figu eira . Fora m a n a lisa d a s 821 a m osi-t ra s d e leii-t e h u m a n o ord en h a d o, ob i-t id a s a o a ca so, a p a rt ir d e fra scos colet a d os n os d om icílios p ela s p róp ria s d oa d ora s, e rea liz a d a s p es-q u isa s d e b olores e lev ed u ra s e m icrorga n ism os m esófilos. As a n á lises rev ela ra m a ocorrên cia d e bolores e leved u ra s em 43 (5,2%) d a s a m ost ra s, com con t a gen s a t in gin d o a ord em d e 103U FC/m l,

t en d o sid o isola d a s 48 cep a s d e fu n gos m icelia is, qu e fora m id en t ifica d a s p or t écn ica s p a d rã o d e la b ora t ório, com o a s segu in t es:Asp e rgillu sGru p o N iger (6,3%),Asp e rgillu ssp . (4,2%),Pa e ci

-lom ycessp. (12,6%),Pen icilliu m sp. (60,4%),Rh izop u ssp. (2,0%) e Syn cep h a la stru m sp. (14,5%). Discu t e-se a im p ort â n cia d o con t role d a a ssep sia d a s m ã os d a s d oa d ora s, a n t es d a colet a d o leit e h u m a n o.

(2)

NOVAK, F. R. et al. 874

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 18(3):873-875, mai-jun, 2002

Introdução

Ban co d e Leite Hu m an o (BLH) é u m cen tro esp ecializad o resesp on sável esp ela esp rom oção d o in -ce n tivo a o a le ita m e n to m a te rn o e e xe cu çã o d as ativid ad es d e coleta, p rocessam en to e con -tro le d e q u a lid a d e d e co lo s-tro, leite d e tra n si-ção e leite m ad u ro, p ara p osterior d istrib u isi-ção, sob p rescriçã o d e m éd ico ou d e n u tricion ista , a cria n ça s q u e d ele n ecessita m co m o fa to r d e sob revivên cia (MS, 1998).

O Bra sil te m h o je a m a io r re d e d e BLH d o m u n d o. Sã o 140 u n id a d e s, e sp a lh a d a s e m 22 estados, qu e ben eficiaram m ais de 80 m il crian -ças p rem atu ras e d e b aixo p eso, ten d o sid o co-leta d o s m a is d e 90 m il litro s d e leite h u m a n o, com ap roxim ad am en te 60.000 d oad oras cad as-trad as só n o an o p assad o (MS, 2000).

O leite h u m an o orden h ado (LHO) obtido d e d o a d o ra s sa d ia s, su b m e tid a s a rigo ro so co n -trole d e h igien e, é livre d e m icrorgan ism os p atogên icos (Alm eid a, 1986). As evid ên cias cien -tíficas com p rovaram a eficácia e segu ran ça d a p asteu rização d o leite h u m an o com o p rocesso d e in a tiva çã o d e a ge n te s p a to gê n ico s (Ba u m , 1982; Wrigh t & Feen ey, 1998).

Afla toxin a s, u m gru p o esp ecífico d e m ico -toxin a s, sã o m e ta b ó lito s tó xico s p ro d u zid o s p or fu n gos m iceliais,q u e n o Brasil, estão asso-cia d o s fre q ü e n te m e n te à co n ta m in a çã o d o a m e n d o im , a lgo d ã o, fe ijã o e m ilh o, m e re ce m aten ção esp ecial p or su a n atu reza carcin ogên i-ca (Bald iserra et al., 1993).

Com o os b olores ocorrem em gran d e escala n a n atu reza, a su a p resen ça n o LHO p od e ser-vir com o in d ício d e con tam in ação ad vin d a d o m e io e xte rn o. A p re se n ça d e sse gru p o d e m i-cro rga n ism o s e m le ite, tra z co n sigo, a lé m d o p ro b le m a d a d e te rio ra çã o, a p o ssib ilid a d e d a p rod u ção d e m icotoxin as (MS, 2000).

Métodos

As am ostras foram ob tid as d e form a aleatória, a p artir d e frascos receb id os com o d oação p elo BLH d o In stitu to Fe rn a n d e s Figu e ira (IFF) d a Fu n d ação Oswald o Cru z (FIOCRUZ), e coleta-d os n os coleta-d om icílios p elas p róp rias coleta-d oacoleta-d oras, n o p eríod o e d e ou tu b ro d e 1998 a jan eiro d e 2000. As doadoras foram orien tadas a observar o p ro-tocolo h igiên ico-san itário (MS, 1998). No BLH-IFF os frascos foram d escon gelad os e alíqu otas re tira d a s p a ra a n á lise d e b o lo re s/ le ve d u ra s e m esófilos (Marvin , 1976), q u e foram realizad as n o La b o ra tó rio d e Co n tro le d e Alim e n to s d o IFF e a id en tificação d as cep as d e fu n gos m ice-liais, n o Lab oratório d e Micologia d o Cen tro d e

Pesq u isa Hosp ita l Eva n d ro Ch a ga s (CPq HEC), am b os d a FIOCRUZ.

A id en tificação foi realizad a a p artir d as colô n ia s o b tid a s n o iso la m e n to e m a ga r Sa b o u -ra u d e m a n tid o à te m p e -ra tu -ra a m b ie n te. As m orfologias foram com p arad as com as d escri-ta s e m p u b lica çã o e sp e ciliza d a (De Ho o g & Gu arro, 1995).

O estu d o d e co rrela çã o en tre a s co n ta gen s d e b olores e leved u ras e m esófilos, foi realiza-d a em p regan realiza-d o-se o p rogram a System An alysis Statisitical(SAS).

Resultados

Das 821 am ostras d e LHO an alisad as, 43 (5,2%) a p re se n ta ra m co n ta m in a çã o co m fu n go s m i-celiais e d eram origem a 48 cep as, u m a vez qu e três am ostras d em on straram d u as cep as e u m a am ostra três cep as com asp ectos m acroscóp i-co s d iferen tes. Os resu lta d o s revela ra m a p re-se n ça d e b o lo re s e le ve d u ra s co m co n ta ge n s a tin gin d o a o rd e m d e a té 103U FC/ m l, se n d o

id en tificad os os segu in tes m icrorgan ism os: As

-p ergillu sGru p o Nige r (6,3%), Asp ergillu s sp . (4,2%), Pa ecilom yces sp . (12,6%), Pen icilliu m

sp. (60,4%), Rh iz op u s sp. (2,0%) e Syn cep h alas -tru m sp. (14,5%).

Discussão

Du ran te a ten tativa p ara se d eterm in ar a fon te d os fu n gos m iceliais en con trad os n as am ostras d e LHO, im agin ou -se qu e os esp oros d e fu n gos e xiste n te s n o s a lim e n to s m a n ip u la d o s p e la s d oa d ora s p od eria m ser a fon te d e ta is m icrorga n ism o s p a ra o LH O, p o is, o s fu n go s e n co n -trad os n o p resen te trab alh o eram sem elh an tes a o s d e te cta d o s p o r o u tro s p e sq u isa d o re s a o trab alh arem com ou tros alim en tos (Alexan d re et al., 1996; Pau la et al., 1988).

A p re se n ça d o s m e sm o s fu n go s m ice lia is en con trad os em alim en tos n o LHO, su gere qu e as con d ições h igiên ico-san tárias n o m om en to d a ob ten ção, n ão foram aq u elas p recon izad as, d e m o n stra n d o a im p o rtâ n cia d o co n tro le d a assep sia d as m ãos d as d oad oras, qu e even tu al-m en te esteja al-m al-m a n ip u la n d o a lial-m en to s a n tes d a coleta d e LHO.

Se co n sid e ra rm o s q u e 5,2% d a s a m o stra s ap resen tavam fu n gos m iceliais, p od em os afir-m ar q u e a afir-m aior p arte d as d oad oras en ten d eu e p ra tico u a s o rie n ta çõ e s tra n sm itid a s p e lo s p rofission ais d o BLH.

(3)

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 18(3):873-875, mai-jun, 2002 FUNGOS MICELIAIS EM LEITE HUMANO ORDENHADO 875

Referências

ALEXANDRE, S. M.; IBAÑEZ, H. V. & THOMPSON, M. L., 1996. Hon gos filam en tosos con tam in an tes d e su p erficie d e d iferen tes fru ta s d esh id ra ta d a s d e ven ta lib re en San tiago d e Ch ile. Rev ista Ch ilen a d e In fectología, 13:210-215.

ALMEIDA, J. A. G., 1986. Qu alid ad e d o Leite Hu m an o Coletad o e Processad o em Ban cos d e Leite. Disser-tação d e Mestrad o, Viçosa: Un iversid ad e Fed eral d e Viçosa.

BALDISSERA, M. A.; SANTURIO, J. M.; CANTO, S. H.; PRANKE, P. H .; ALMEIDA, C. A. A. & SCH IMIDT, C., 1993. Aflatoxin , och ratoxin A an d zearalen on e in an im al feed stu ffs in sou th Brazil. Part II. Revis-ta d o In stitu to Ad olfo Lu tz, 53:5-10.

BAUM, J. D., 1982. Don or b reast m ilk. Acta Paed iatri-ca Siatri-can d in aviiatri-ca, 299(Su p.):51-57.

DE HOOG, G. S. & GUARRO, J., 1995. Atlas of Clin ical Fu n gi. Baarn : Cen traalb u reau voor Sch im m elcu l-tu res/ Reu s: Un iversitat Rovira i Virgili.

sen síveis a esse p roced im en to, d esa p a recerã o ap ós o m esm o, o p rob lem a estaria term in ad o, m as q u an d o se trata d o rep asse d o LHO in n a-t u rap a ra b eb ês p rem a tu ro s, o s efeito s d essa s

con tam in ações p recisam ser estu d ad os.

MARVIN, L. S., 1976. Com p en d iu m of Meth od s for th e M icrob ioloica l Ex a m in a t ion of Food s. Wa sh in g-ton , DC: Am erican Pu b lic Health Association . MS (Min istério d a Saú d e), 1998. N orm as Gerais p ara

Ban cos d e Leite Hu m an o. 2aEd . Brasília: MS. MS (Min istério d a Sa ú d e), 2000. In form e Saú d e. An o

4. Nú m ero 69. Brasília: MS.

PAULA, C. R.; GAMBALE, W.; IARIA, S. T. & REIS FILHO, S. A., 1988. Oco rrê n cia d e fu n go s e m m a n te iga s oferecid as ao con su m o p ú b lico n o Mu n icíp io d e São Pau lo. Revista d e Microbiologia, 19:317-320. WRIGHT, K. C. & FEENEY, A. M., 1998. Th e b a

cteriolo gica l screen in g o f d o n a ted h u m a n m ilk: La b o ra to r y e xp e rie n ce o f British Pa e d ia tric Asso cia -tio n’s p u b lish ed gu id elin es. Jou rn a l of In fect ion, 36:23-27.

Receb id o em 7 d e ab ril d e 2001

Referências

Documentos relacionados

and southwestern Argentina to Tierra del Fuego and migrates north during austral winter to central Bolivia, Paraguay and southern Brazil, which presents records for RS (Belton,

A project, recently submitted by the Brazilian Govern- ment (PNCM-Ministry of Health) and approved by the Global Fund, focuses the investment in epidemiological intelligence

An dré an d Ricardo’s article focu ses p rim arily on clash es between Cobbe an d Ch arles Darwin over th e u se of an im als in scien tific exp erim en ts... Benchim

Th e scope of th is paper is to explore som e discourses on th e body, th e h um an m otor, an d en ergy (fatigue an d work) produced by Mosso, Tissié an d Lagran ge (in th e

Ep id em iology an d clin ical featu res associated with Blastocystis h om in is in -. fe

Den gu e ep id em ic in th e State of Rio d e Jan eiro, Brazil: Virological an d ep id em i- ological asp ects.. Den gu e typ e 2 ou tbreak in th e sou th of th e state of Bah

Bla s- tocystis in an im al h an

Pantanal, Cerrado, Pernambuco coastal forests, Pernambuco interior forests, Purus-Madeira moist forests, Chiquitano dry forests, Madeira-Tapajós moist forests,