V iv ê n cia de m u lh e r e s qu e se su bm e t e r a m à ga st r opla st ia1
Th e w om e n ’s e x ist e n ce t h a t t h e y u n de r w e n t t h e ga st r opla st y V iv e n cia de la s m u j e r e s qu e se su bm e t e r a m a la ga st r opla st ía
Glenda Agr aI
, Mar ia Em ília Rom er o de Mir anda Henr iquesI I
1
Est e ar t igo é par t e da Disser t ação de Mest r ado, int it ulada “ Vivência de m ulher es subm et idas à gast roplast ia” , defendida em 28 de fever eiro de 2008.
I
Enfer m eir a e Psicóloga Hospit alar . Mest r anda pelo Pr ogr am a de Pós- Gr aduação de Enferm agem da Univer sidade Feder al da Par aíba ( UFPB) . Docent e da Faculdade Sant a Em ília de Rodat e da Universidade Unida da Par aíba. João Pessoa, PB. E- m ail: g.agr a@yahoo.com .br.
I I Enfer m eir a. Dout or a em Enferm agem . Pós- Dout or a pela Escuela de la Salud Publica de la Univer sidad de Gr anada – ES. Docent e do cur so de
gr aduação em Enfer m agem e do Pr ogr am a de Pós- Gr aduação em Enfer m agem da UFPB. João Pessoa, PB. E- m ail: m ilahenriques@hot m ail.com.
RESUM O
A gast r oplast ia r eduz as co- m or bidades e m elhor a a qualidade de vida, r esgat ando a aut o- est im a e inclusão social do obeso m ór bido. O est udo t eve com o obj et ivo invest igar a vivência de m ulher es que se subm et er am à gast r oplast ia, a par t ir de seus discur sos. Tr at a- se de um est udo explor at ór io com abor dagem qualit at iva, do qual part iciparam 16 pacient es m ulher es que se subm et er am à cir ur gia bar iát r ica. Os dados for am colet ados nos m eses de j unho a j ulho de 2007, por m eio da t écnica de ent revist a sem i- est r ut ur ada, com a ut ilização do sist em a de gr avação, as quais for am analisadas qualit at ivam ent e, à luz da t écnica do Discur so do Suj eit o Colet ivo. Em er gir am as seguint es idéias cent r ais: elevação da aut o- est im a e bem - est ar psicológico; pr om oção de bem - est ar físico; m udança negat iva no pós- oper at ór io im ediat o e m ediat o; m udança posit iva após a fase de adapt ação; possibilidade de m aior socialização; sat isfação fam iliar e pessoal enquant o m ulher e m aior disposição, segur ança e m elhor est ado de hum or . Conclui- se, por t ant o, que, a gast r oplast ia é um t r at am ent o cir úr gico par a obesos m ór bidos, que r em et e à per da ponder al, m elhor a a aut o-est im a, m as que t r az conseqüências negat ivas. Daí a im por tância do cuidar do-est as pacient es desde a decisão de se subm et er à cir ur gia at é a t ot al r eabilit ação.
D e scr it or e s: Mulher es; Gast r oplast ia; Qualidade de vida.
ABSTRACT
The gast r oplast y reduces t he co- m or bit ies and it im proves t he life qualit y, r escuing t he self- est eem and social inclusion of t he obese m or bid. The st udy had as obj ect ive invest igat es t he w om en's exist ence t hat you/ t hey under w ent t he gast r oplast y, st ar t ing from your speeches. I t is t r eat ed of an explor at or y st udy w it h qualit at ive appr oach, of w hich 16 pat ient w om en t hat under went t he bar iatr ic sur ger y par t icipat ed. The dat a w er e collect ed in t he m ont hs of June t o July of 2007, t hr ough t he sem i- st r uct ur ed int er view t echnique; w it h t he use of t he r ecor ding syst em , w hich qualit at ive appr oach w as analyzed, t o t he light of t he t echnique of t he Collect ive Subj ect 's Speech. The follow ing cent r al ideas em er ged: elevat ion of t he self- esteem and psychological w ell- being; prom ot ion of physical w ell- being; negat ive change in t he post oper at ive im m ediat e and m ediat e; posit ive change aft er t he adapt at ion phase; possibilit y of lar ger socializacion; fam ily and per sonal sat isfact ion w hile w om an and lar ger disposit ion, safet y and bet t er hum or st at e. I t is ended, t her efor e, t hat , t he gast r oplast y is a sur gical t r eat m ent for obese m or bid, t hat it sends t o t he loss body w eight , it im pr oves t he self- est eem , but t hat br ings negat ive consequences. Then t he im por t ance of t aking car e of t hese pat ient s fr om t he decision of subm it t ing t o t he sur ger y t o t ot al r ehabilit at ion.
D e scr ipt or s: Wom en; Gast r oplast y; Qualit y of life.
RESUM EN
El gast r oplast ía r educe el co- m or bit ies y m ej ora la calidad de vida, m ient r as r escat ando la aut oest im a y la inclusión social del obeso m ór bido. El est udio t enido com o el obj et ivo invest iga la exist encia de las m uj er es que los sufr ían el gast r oplast ía, m ient r as em pezando de sus discur sos. Se t r at a de un est udio explor at or io con acer cam ient o cualit at ivo de que 16 m uj er es pacient es que sufr ían la cir ugía del bar iat r ic par t icipar on. Los dat os er an r eunido por los m eses de j unio a j ulio de 2007, a t r avés de la t écnica de la ent r evist a sem i- est r uct ur ada; con el uso del sist em a m agnet ofónico que el acer cam ient o cualit at ivo fue analizado, a la luz de la t écnica del Discur so del Asunt o Colect ivo. Las ideas cent r ales siguient es sur gier on: la elevación de la aut oest im a y bienest ar psicológico; la pr om oción de bienest ar físico; el cam bio negat ivo en el post oper at or io inm ediat o y m ediat o; el cam bio posit ivo después de la fase de adapt ación; la posibilidad de socializacion m ás gr ande; la fam ilia y la sat isfacción per sonal m ient r as la m uj er y disposición m ás gr ande, seguridad y est ado de hum or bueno. Por consiguient e, ha acabado que, el gast roplast y es un t rat am ient o quir úr gico par a obeso m órbido, que envía al peso de cuerpo de pér dida, m ej or a la aut oest im a, per o eso t r ae las consecuencias negat ivas. Ent onces la im por t ancia de cuidar de est os pacient es de la decisión de som et er a la cir ugía par a sum ar la r ehabilit ación.
I N TROD UÇÃO
A obesidade é um a doença cr ônica, de et iologia m ult ifat orial, além de ser car act er izada com o psicossom át ica, apr esent ando fat or es de r isco par a algum as pat ologias, consider adas gr aves, com o dislipidem ias, diabet es m ellit us, hiper t ensão ar t er ial sist êm ica, ost eoar t r it e, ent r e out r as. Ela apr esent a enfoques genét icos, neur oendócr inos, m et abólicos, nut r icionais, am bient ais, sociais e fam iliar es e vem sendo consider ada um dos gr aves pr oblem as de saúde pública da m oder nidade( 1).
A obesidade é det er m inada por causas m últ iplas e com plexas que levam ao dist úr bio alim ent ar . O fr acasso de t r at am ent os conser vador es ( diet ét icos ou far m acológicos) t em levado à indicação do t r at am ent o cir úr gico da obesidade m ór bida( 2).
A classificação et iológica da obesidade pode ser apr esent ada com o de or igem neur oendócr ina, por ganho de peso induzido por m edicam ent os, por cessação de t abagism o, vida sedent ár ia, alim ent ação, fat or es psicológicos e sociais( 3). O Í ndice de Quet elet , ut ilizado com o r ecur so diagnóst ico ant r opom ét r ico par a definir o nível de obesidade, t em com o inconvenient e não dist inguir ent r e a quant idade de m assa gor da e de m assa m agr a, por ém foi adot ado, em 1997, pela Or ganização Mundial de Saúde ( OMS) , com o índice de r efer ência de m edida par a a obesidade( 4).
A obesidade gr au I I I , ou obesidade m ór bida, é car act er izada quando o Í ndice de Massa Cor pór ea ( I MC) e ult r apassa 40 kg/ m2. Essa condição pat ológica envolv e aspect os indeléveis à vida, pois est á associada à dim inuição da expect at iva de vida, declínio da qualidade de vida e apar ecim ent o de out r as pat ologias, com o: hiper t ensão ar t er ial, diabet es m ellit us, dislipidem ias, doenças car diovascular es, apnéia do sono, ent r e out r as, aum ent ando, dessa m aneir a, a sua co- m or bidade. De for m a ger al, a obesidade m ór bida, além de acar r et ar t r anst or nos em ocionais, com o depr essão, ansiedade, t r anst or no de com pulsão alim ent ar , bulim ia, associa-se ao pr econceit o e est igm a sociais( 5).
A obesidade m ór bida acar r et a pr oblem as com o a exclusão social, a qual conduz à discr im inação e pr econceit o. Nesse cont ext o, o obeso passa a ser vist o com o pessoa incapaz de t r abalhar , sem t alent o, inábil no deslocam ent o nos t r anspor t es públicos ( um a vez que ocupa m uit o espaço ou não se acom oda adequadam ent e nas cadeir as) sendo vít im a de achincalhos, capazes de acar r et ar um a dim inuição da aut o- est im a( 6).
O obeso m ór bido sofr e por t er um a doença pr ej udicial à saúde, em sua per spect iva física e psíquica, ou sej a, abr ange diver sos fat or es: nut r icionais, psicológicos, sociais ocasionando um déficit em sua qualidade de vida. Na busca de m elhor ar a qualidade de vida, o obeso r ealiza
diver sos t r at am ent os: diet as nut r icionais, r eeducação alim ent ar , aum ent o das at ividades físicas, além da m odificação de com por t am ent o e est ilo de vida. Por ém , quando essas m edidas não alcançam êxit o, o t r at am ent o cir úr gico r epr esent a a t er apêut ica m ais eficaz e, em m uit os casos, é consider ada a única solução( 7).
A obesidade m ór bida, r econhecida com o condição gr ave, im plica t r ês consequências: dim inuição da qualidade de vida, devido à associação de co- m or bidades, à dim inuição da expect at iva de vida e ao aum ent o de fr acassos dos t r at am ent os conser vador es( 8).
O obeso m ór bido pr ocur a, na cir ur gia bar iát r ica, a solução de seus pr oblem as. Os pr incipais obj et ivos da gast r oplast ia são a r edução de co- m or bidade e a m elhor ia da qualidade de v ida( 5), podendo, t am bém , com esse pr ocedim ent o cir úr gico, ocupar out r os espaços que for am pr ej udicados com essa pat ologia, nest e caso, o r esgat e da aut o- est im a, inclusão social ent r e out r os.
No ent ant o, as lim it ações físicas im post as pela obesidade m ór bida dim inuir ão com o nov o est ilo de vida( 9) fazendo com que a pessoa exper im ent e, at r avés dessa nova sit uação, m udanças r ápidas quant o à im agem cor por al, vist o que o obeso passa por algum as adapt ações r elacionadas a nova ingest a alim ent ar e quest ionam ent os acer ca da cir ur gia. A dim inuição pr ogr essiva da per da ponder al ger a um a nov a ident idade cor por al, o que int ensifica alguns pr ocessos psicológicos, com o elevação da aut o-est im a, pr opor cionando um a significat iva m elhor a nos seus espaços sociais e psicológicos( 10).
As indicações par a cir ur gia bar iát rica obedecem alguns cr it ér ios: que o pacient e apr esent e um I MC t 40kg/ m2 ou apr esent e um I MC ent r e 35 e 40kg/ m2 associado a um a co- m or bidade ( diabet es m ellit us, hiper t ensão ar t er ial, apnéia do sono ent r e out r as)( 5). A par t ir do m om ent o em que a cir ur gia é m ar cada, o pacient e passa por um a r ot ina pr é- oper at ór ia, a qual é exaust ivam ent e det alhada, pois é a par t ir dessa hist ór ia que o m édico avaliar á e escolher á a m elhor t écnica, que se adéque à hist ór ia do pacient e( 11).
A m anut enção per m anent e da per da ponder al é var iável par a cada pacient e, dependendo da capacidade de absor ção de ener gia, por unidade de super fície; do fenôm eno de adapt ação int est inal; da velocidade do t r ânsit o int est inal, que pode ser influenciada pela m aior ou m enor ingest ão de líquidos; do consum o de açúcar e do consum o de ener gia por unidade de m assa cor pór ea( 12).
e físicas, per da da aut onom ia naquele m om ent o, expect at ivas, ansiedade, insegur ança e em agr ecim ent o ainda não visível. Por t ant o, o acom panham ent o psicológico é im pr escindív el nesse m om ent o, pois esse per íodo est á volt ado par a a adapt ação aos novos hábit os( 13).
Os insucessos e as com plicações das int er venções cir úr gicas par a obesidade m ór bida são iner ent es ao m ét odo. Desse m odo, os cuidados nut r icionais, a ader ência ao t r at am ent o, o seguim ent o m ult idisciplinar gar ant em o sucesso da cir ur gia( 14).
A expr essão da qualidade de vida ligada à saúde t em m ost r ado var iabilidade de conceit os, pois est á r elacionada às m edidas de capacidade, ao est ado de saúde, ao bem - est ar psicológico, às r edes de apoio social, à sat isfação e ao est ado de ânim o de pacient es( 15). Por t ant o, não se pode desvincular saúde de qualidade de vida, pr incipalm ent e, no que diz r espeit o à obesidade m ór bida, pois se obser va m elhor a nas condições clínicas, o que r em et e r espect ivam ent e, à m elhor a na expect at iv a de vida e na qualidade de vida pós- cir ur gia bar iát r ica( 16).
A gast r oplast ia t em com o finalidade dim inuir o peso ponder al, ocasionando o em agr ecim ent o e o im pedim ent o de aliviar t ensões int er nas, at r avés da super alim ent ação com pensat ór ia( 17).
Gr andes m udanças ocor r em pós- gast r oplast ia: at it udes sim ples com o sent ar - se num bar zinho ( sem pr eocupar - se com a cadeir a) , ir ao cinem a, viaj ar de avião, andar de ônibus, ent r ar num a piscina, ir à pr aia, r ecuper ar o dir eit o de ir e vir , não pr ecisar de aj uda par a levant ar - se de um sofá ou m esm o par a sua higiene pessoal, assum ir r esponsabilidades das quais er am poupadas, por falt a de condições físicas e pelas lim it ações que a obesidade im punha( 18).
As pr incipais alt er ações apr esent adas nos pacient es oper ados for am divididas de acor do com cada sist em a( 19): no sist em a r espir at ór io, houv e r edução em quase 90% dos casos de asm a e apnéia do sono. A r edução das cr ises de asm a foi at r ibuída à dim inuição do r efluxo gast r oesofágico após o em agr ecim ent o; no sist em a car diovascular , houve dim inuição das pr essões sist ólicas e diast ólicas com consequent e dim inuição do r isco de hiper t ensão e infar t o; queda acent uada do colest er ol t ot al, dos t r iglicér ides, do ácido úr ico e aum ent o da fr ação HDL do colest er ol; nas alt er ações endócr inas, houve um a dim inuição im por t ant e das t axas de diabet es e do r isco e apar ecim ent o da doença nos não diabét icos; as alt er ações gast r oint est inais for am est enose da gast r oj ej unost om ia, úlcer a gást r ica, físt ulas gast r ogást r icas, obst r ução int est inal de delgado, síndr om e de Dum ping, diar r éia e vôm it os, deficiência de fer r o, vit am ina B12, vit am ina D e cálcio; nas alt er ações psiquiát ricas, ev idenciou- se o aum ent o da
aut o- est im a, m elhor a no r elacionam ent o social e dim inuição da ansiedade e depr essão.
A gast r oplast ia obj et iva não só elim inar ou am enizar as doenças associadas à obesidade, m as t am bém pr om over o r et or no às at ividades sociais, m elhor ar o desem penho das at ividades cot idianas e a afet ividade int er pessoal( 14).
Por t ant o, a gast r oplast ia se põe com o alt er nat iva par a supr im ir a obesidade m ór bida em pacient es pr incipalm ent e quando não possuem out r a opção de t r at am ent o.
A pr im eir a m ot ivação par a adent r ar no conhecim ent o dessa t em át ica sur giu m ediant e vivência pr ópr ia. Quando consider ada obesa, convivi com t odo o pr ocesso de alt er ação física e psicológica, r elat ada ant er ior m ent e. Após m e conscient izar que essa m or bidade m e t r ar ia sér ias conseqüências ao longo de m inha t r aj et ór ia de vida, consegui dim inuir e m ant er o peso cor por al, at r avés de diet as que m e lev ar am a um sofr im ent o psíquico int enso. A par t ir do alcance desse pr opósit o, seguiu- se a afinidade com a t em át ica e pr incipalm ent e com os pacient es que se subm et er am ao pr ocedim ent o cir úr gico.
Nessa per spect iva, é im pr escindív el conhecer a r ealidade do pacient e que se subm et e à cir ur gia bar iát r ica, t ant o do pont o de vist a de suas condições par a m anut enção de sua saúde quant o aos aspect os r elacionados às suas condições físicas e psicológicas após o pr ocedim ent o cir úr gico. Diant e das consider ações apr esent adas, nest e est udo foi t r açado o seguint e obj et ivo: I nvest igar a vivência de m ulher es que se subm et er am à gast r oplast ia, a part ir de seus discur sos, na t ent at iv a de m ost r ar a m udança da qualidade de vida, ou sej a, a r ecuper ação da aut o- est im a, a reint egr ação na sociedade, bem com o a exclusão e pr econceit os com obesos.
PERCURSO M ETOD OLÓGI CO
Est udo explor at ór io descr it iv o com abor dagem qualit at iv a, realizado em um a clínica par t icular de gast r oent er ologia, ent r e os m eses de m aio e j ulho de 2007.
A pesquisa foi r ealizada com a anuência do dir et or de um a clínica par t icular na cidade de João Pessoa- PB, onde as pacient es com par ecem par a consult a e evolução pós- oper at ór ia. O crit ér io adot ado par a a escolha das par t icipant es da pesquisa foi o per íodo de pós- oper at ór io m ediat o.
Todos os pr ocedim ent os m et odológicos obedecer am aos padr ões est abelecidos pela Resolução 196/ 96, que t r at a das Nor m as de Pesquisa Envolvendo Ser es Hum anos. As ent r evist as for am r ealizadas indiv idualm ent e, em local pr iv at iv o, após o agendam ent o pr évio da dat a e hor ár io e assinat ur a do Ter m o de Consent im ent o Livr e e Esclar ecido ( TCLE) em que const ava a solicit ação par a gr avar as infor m ações. Os dados for am t r anscr it os pelas pesquisador as e validados pelos par t icipant es. O pr oj et o de pesquisa r ecebeu par ecer favor ável do Com it ê de Ét ica em Pesquisa ( CEP) do Cent r o de Ciências da Saúde ( CCS) da Univ er sidade Feder al da Par aíba ( Pr ot ocolo nº 1070/ 07) .
Par a a análise dos dados, foi adot ado o Refer encial Met odológico do Discur so do Suj eit o Colet ivo ( DSC) , suger ida por Lefèvr e e Lefèvr e( 20). Essa t écnica é const it uída de figur as m et odológicas que possibilit am a t abulação dos dados pr ov enient es dos r elat os dos par t icipant es envolvidos no est udo, par a, post er ior m ent e, ser em consolidados em um único discur so.
Tal m ét odo enfat iza a r equant ificação pela análise de cont eúdo, a r equant ificação pela cat egor ização e a r equant ificação t eór ica. Ou sej a, a som a dos discur sos ger a o DSC. No pr ocesso m et odológico do DSC, são ut ilizadas as seguint es figur as m et odológicas: Expr essões- chave ( ECH) , que expr essam a essência do depoim ent o, ou m ais exat am ent e, o cont eúdo do discur so; I déias Cent r ais ( I C) , que são expr essões linguíst icas que r evelam ou descr ev em de for m a m ais sint ét ica, pr ecisa e fidedigna o sent ido de cada discur so analisado e cada conj unt o hom ogêneo de ECH; Ancor agem ( AC) , expr essão lingüíst ica explícit a de det er m inada t eor ia, ideologia ou cr ença, que o aut or do discur so adot a com o um a afir m ação; Discur so do Suj eit o Colet ivo ( DSC) , ou sej a, discur so- sínt ese r edigido na pr im eir a pessoa do singular , com post o pelas ECH que t em a m esm a I C ou AC; som a de pedaços do discur so que for m a um t odo discur so coer ent e.
Após a t r anscr ição das falas ( gr avações) , foi r ealizada a t abulação dos dados de cada per gunt a da ent r evist a, copiando int egr alm ent e o cont eúdo de t odas as r espost as r elacionadas com det er m inada per gunt a. Par a essa et apa, foi elabor ado um inst r um ent o denom inado I nst r um ent o de Análise de Discur so ( I AD) . O I AD er a const it uído de ECH, I C e AC.
No segundo m om ent o da t abulação, for am ident ificadas e sublinhadas em cada r espost a, ut ilizando cor es var iadas par a dest acar , as ECH e as I C. No t er ceir o m om ent o, for am ident ificadas as I C a par t ir das ECH. As I C são descr ições do sent ido pr esent e nas expr essões- chav e, e não int er pr et ações( 20). O quar t o m om ent o car act er izou- se pela ident ificação e agr upam ent o das I C de m esm o
significado ou por sim ilar idade. No quint o m om ent o, for am denom inados os agr upam ent os por or dem alfabét ica. Depois, foi const r uído o DSC ut ilizando o I AD. Par a const r uir o DSC, foi ut ilizado o m at er ial das ECH.
A par t ir das per gunt as, for am definidos com o idéias cent r ais, consider adas suficient es par a análise: elevação da aut o- est im a, bem - est ar psicológico e pr om oção de bem - est ar físico; m udança negat iva no pós- oper at ór io im ediat o e m udança posit iv a após fase de adapt ação; sat isfação fam iliar e pessoal enquant o m ulher , m aior disposição, segur ança e m elhor est ado de hum or .
Os dados for am discut idos à luz da lit er at ur a per t inent e e da exper iência das pesquisador as.
RESULTAD OS E D I SCUSSÃO
A m édia ar it m ét ica sim ples da idade das par t icipant es do est udo er a de 38 anos. Quant o à escolar idade, 13 m ulher es t inham cur so super ior , 2 possuíam o cur so super ior incom plet o, 1 t inha o ensino m édio e, por fim , 1 t inha o ensino fundam ent al. Em r elação ao est ado civil, 8 er am casadas, 6 er am solt eir as e 2 divor ciadas. A m édia da r enda fam iliar er a de R$ 2.795,00.
Em r elação ao t em po que as par t icipant es t inham feit o a cir ur gia, a m édia ar it m ét ica sim ples foi de 2 anos e 3 m eses. No que diz r espeit o ao peso ant er ior ( ant es da cir ur gia) e ao peso at ual, as m édias ar it m ét icas sim ples for am , r espect ivam ent e, de 123,2kg e 76,8kg.
Qu a dr o 1 : I deia cent r al 1 e 2 e Discur so do Suj eit o Colet ivo das par t icipant es da pesquisa, em r espost a ao quest ionam ent o 1. João Pessoa, 2007.
Qu e st ã o 1 . O que a cir ur gia bar iát r ica pr opor cionou par a m elhor ar sua qualidade de vida?
1 ª I D ÉI A CEN TRAL D I SCURSO D O SUJEI TO COLETI V O
Elevação da aut o- est im a e bem - est ar psicológico e aceit ação da aut o- im agem : não aceit ava t ir ar a r oupa,
pr efer ia t á vest ida, e no escur o. Tom ava banho bem r ápido que er a pr a não m e ver nua. O espelho eu só olhava o r ost o; Pr azer nas at it udes diárias com o: m eu
sonho er a cr uzar as per nas, usar um salt o 10 cm , m e olhar no espelho e ver m eu cor po int eiro, ver m eus pés pela pr im eir a vez; Tinha par t es que a bar r iga não
per m it ia v er [ ...] , quando t ir ei o ex cesso de pele da bar r iga, fiquei encant ada, m e sent i m ulher [ ...] ; Essa leveza nas at it udes diár ias, com o ent r ar num ônibus, sent ar num cinem a, poder m e sent ir m ais fluida, m ais at iv a, poder ent r ar e sair sem est ar car r egando aquele
cor po. Elevação da aut o est im a e bem - est ar psicológico
2 ª I D ÉI A CEN TRAL D I SCURSO D O SUJEI TO COLETI V O
Melhor ou em t udo na m inha vida: r esist ência, disposição, Não andava dir eit o, por que m e sent ia m uit o cansada, não ficar t ão suada; Hoj e, eu sou m ais
cheir osa [ ...] ; At é pr a dor m ir ou levant ar er am m uit as dor es, que sent ia nas cost as , depois que eu fiz
a cir ur gia m elhor ou em t udo; Eu sint o que m eu sono, hoj e, é fisiológico; Volt ei a fazer exer cício físico, por que a obesidade não dava condições de fazer , é
aquela coisa, você é obeso, você pr ecisa fazer at ividade física, m as você j á não t em m ais condições, [ ...] , posso lav ar os m eus pés, subir pr a ar r um ar m eu guar da- r oupa, colocar um sapat o, calçar um a m eia;
Ent r ar e sair de dent r o de um car r o. Pr om oção de bem - est ar físico
A ideia cent r al 1 da pr im eir a quest ão evidencia que o Discur so do Suj eit o Colet ivo ( DSC) das pacient es subm et idas à gast r oplast ia expr essa, de for m a bast ant e clar a, a elevação da aut o- est im a, um a vez que o r econhecim ent o de seu novo visual, ou sej a, de seu cor po at ual ger a sat isfação.
O DSC deixa t r anspar ecer que o bem - est ar em ocional r ev ela- se com o fat or pr im or dial da aut o-est im a, ou sej a, o pr ópr io j ulgam ent o feit o at r avés de cr enças e at it udes que as par t icipant es inser idas na pesquisa t êm em r elação a si pr ópr ias e ao pensam ent o de out r os com r elação às suas capacidades. Por t ant o, t er aut o- est im a é t er aut oconfiança, ser feliz, t er aut o- r espeit o, ser segur o.
O DSC m anifest a a sat isfação com a vida, r elat iva aos diver sos fat or es r esult ant es da par t icipação at iv a nas at ividades diár ias, com o a m elhor ia do aut o- conceit o, da aut o- est im a e da im agem cor por al. Além disso, as par t icipant es da pesquisa t endem a apr esent ar m elhor saúde física e encar am , posit ivam ent e, os aspect os da vida, os quais influenciam a per cepção do nível de sat isfação com a pr ópr ia vida.
Alguns aut ores( 5,18) r evelam que a aut o- est im a de um a pessoa const it ui a chave de seu com por t am ent o, pois influencia seus pr ocessos m ent ais, suas em oções, seus desej os e suas m et as; e é car act er izada por dois aspect os int er -r elacionados: a aut o- confiança, ou sej a, a sensação de capacidade de r ealizar pr oj et os e o aut o- r espeit o, ist o é, o sent im ent o, de que um a condut a t om ada é ou foi condizent e com os seus valor es. Par t e da aut o-est im a de um a pessoa r esult a de com o ela per cebe o seu bem - est ar físico. I st o é cham ado de ‘im agem cor por al’ e r eflet e não só o quadr o m ent al que alguém faz de si m esm o, m as t am bém a sua at it ude diant e de seu cor po com as vár ias par t es e funções.
A par t ir do DSC, podem os nest a cat egor ia afir m ar que a gast r oplast ia m elhor a a aut o- im agem e pr oduz bem - est ar físico e psicológico que se t r aduz na aquisição e par t icipação no convívio social.
elim inação de cer t as doenças evidenciadas nos depoim ent os das par t icipant es do est udo.
O apar ecim ent o de doenças decor r ent es da obesidade é ent endida com o um a r elação de dependência, que se t r aduz no im pedim ent o de r ealizar t ar efas por si pr ópr io. Dois est udos( 10,14) r essalt am que a obesidade m ór bida causa doenças, com o dificuldade r espir at ór ia, hiper t ensão ar t er ial, pr oblem as ar t icular es, ar t r oses, pr oblem as de sust ent ação do peso e var izes, dificuldades de se locom over e de se adapt ar em ocionalm ent e e socialm ent e e, por fim , incapacit a as pessoas de fazer em t ar efas cor r iqueir as, com o sent ar num a cadeir a, passar num a r olet a de ônibus, andar de biciclet a.
Confor m e os DSC após a cir ur gia, com a consequent e dim inuição de peso, as par t icipant es da pesquisa com eçar am a usufruir m elhor os m ovim ent os cor por ais, que ant es er am lim it ados, devido ao apor t e excessivo de t ecido adiposo.
Depois da cir ur gia bar iát r ica, as par t icipant es da pesquisa puder am desfr ut ar das at ividades que pr ior izavam , acim a de t udo, a sat isfação na r ealização de t ais at it udes e m udanças de
com por t am ent o, fr ent e às t ar efas cot idianas, com o: passar pela r olet a do ônibus, sent ar - se em cadeir as de plást ico, calçar um a m eia, am ar r ar os cadar ços do t ênis. Além disso, houve adesão à pr át ica de exer cícios físicos, com o andar , cam inhar , ir à academ ia, cor r er , pular , j ogar , dançar , ent r e out r os.
Pesquisas( 7,9,19) r ealizadas acer ca dos benefícios da gast r oplast ia enfat izam que a cir ur gia vai além de sim ples r est r ição calór ica e per da ponder al. Há ev idências de m elhor a do m et abolism o da insulina e dos lipídeos. Nas pessoas que se subm et er am à gast r oplast ia, a pr essão ar t er ial e a glicem ia dim inuem gr adualm ent e, m esm o na ausência de hiper t ensão ar t er ial sist êm ica e diabet es m ellit us. Ao dim inuir a absor ção de gor dur as, a cir ur gia faz com que dim inua os índices de colest erol e dos t r iglicer ídeos, além de que a função e a m or fologia hepát ica m elhor am significat iv am ent e.
Desse m odo, vale r essalt ar que a qualidade de vida de um a pessoa expr essa a qualidade de sua saúde, suas possibilidades, lim it ações individuais e colet ivas. Repr esent a o pr ocesso de sat isfação de suas necessidades básicas e cult ur ais de bem viver , de sobr eviv ência e de t r anscendência( 1,15,18).
Qu a dr o 2 : I deia cent r al 1 e 2 e Discur so do Suj eit o Colet ivo das par t icipant es da pesquisa, em r espost a ao quest ionam ent o 2. João Pessoa, 2007.
Qu e st ã o 2 . O que a cir ur gia bar iát r ica m udou no seu cot idiano, no que se r efer e ao padr ão alim ent ar ?
1 ª I D EI A CEN TRAL D I SCURSO D O SUJEI TO COLETI V O
A pior conseqüência foi os 3 m eses de diet a líquida: na pr im eir a sem ana, eu t ive que t om ar água de 30 em 30 m inut os e um a r efeição
de m eia em m eia hor a. Um copinho de suco de 50 m l ou um copinho com album ina bat ido, suco sem açúcar , e na segunda sem ana, um caldo de sopa sem t em per o: é hor r ível! Com ecei a m ast igar e vinha as
ânsias de vôm it os, que ainda t enho; a ansiedade de com er ainda t enho, ainda com o pr a bot ar pr a for a; Out r a coisa negat iva é viver m e ent alando; t enho que m ast igar e quando isso não acont ece, sint o logo
um ent alo e vom it o. Mudança negat iva no pós oper at ór io
im ediat o
2 ª I D EI A CEN TRAL D I SCURSO D O SUJEI TO COLETI V O
Mudança nos hábit os alim ent ar es: com ia t ot alm ent e er r ado, hoj e em dia, pr ocur o m ais alim ent o de qualidade. Com o fr ut a, ver dur a, legum es, leit e desnat ado, adoçant e, pão int egr al, pr odut os de soj a, o que pr ecisa é quest ão de disciplina; m udança na m ast igação: além de
com er pouco, t enho que com er bem m ast igado, Cont r ole alim ent ar : apr endi a m e alim ent ar , pois eu não t inha cont r ole, por que cabeça de gor do é et er nam ent e gor do. A felicidade é t ão gr ande, que a com ida j á
não é m ais im por t ant e. Você passa a ser selet iva de um a for m a nat ur al. Eu cost um o dizer : dr ást ico é t á gor do!
Mudança posit iva após a fase de adapt ação
O DSC das par t icipant es env olvidas no est udo expr esso na ideia cent r al 1 da segunda quest ão r evela as conseqüências negat ivas da cir ur gia bar iát r ica pr esent es nos per íodos pós- oper at ór io im ediat o e m ediat o das pacient es, com o, por exem plo, náuseas, vôm it os, síndr om e de Dum ping, aum ent o da flat ulência, obst r ução gást r ica, alopécia e deficiência de alguns m icr onut r ient es específicos, t ais
com o: ácido fólico, fer r o e vit am ina B 12, que j ust ificam , m ais um a vez, a necessidade de int er venção nut r icional adequada.
desnut r ição pr ot éica e alopécia. Out r o aspect o r elacionado à cir ur gia é que ao alim ent ar - se em vast a quant idade, o pacient e pode ent alar - se e é invadido por súbit a sensação de m al- est ar , o que induz o vôm it o, por m eio do qual se alivia de t ais sint om as.
O DSC, que cor r esponde à ideia cent r al 2 da quest ão 2, apont a aspect os posit ivos com r elação ao pós- oper at ór io com depoim ent os de par t icipant es do est udo que obedecer am ao r igor alim ent ar necessár io par a o sucesso da cir ur gia.
O aspect o nut r icional é m uit o im por t ant e par a r epor as per das de elem ent os essenciais par a a vit alidade do cor po e m ent e desses pacient es.
A par t ir do DSC, pode- se infer ir que o sucesso da cir ur gia bar iát r ica decor r e de um a par cer ia ent r e o
r ecom endado pelo nut ricionist a e o cum pr im ent o das diet as pelos pacient es cir ur giados.
Est udos( 7,12,19) r ealizados sobr e o
aconselham ent o nut r icional nos per íodos pr é e pós-oper at ór ios enfat izam que o m esm o é im pr escindív el, pois se r efor ça a per cepção do pacient e acer ca da im por t ância de que per da ponder al só é possível quando o balanço ener gét ico t or na- se negat ivo. I dent ificam - se, desse m odo, er r os e t r anst or nos alim ent ar es, pr om ovendo expect at ivas r eais de per da de peso, pr epar ando o pacient e par a a alim ent ação específica no pós- cir úr gico, e, por fim , ver ificando o pot encial do pacient e par a o sucesso da cir ur gia.
Qu a dr o 3 : I deia cent r al e Discur so do Suj eit o Colet ivo das par t icipant es da pesquisa, em r espost a ao quest ionam ent o 3. João Pessoa, 2007.
Qu e st ã o 3 . Fale sua vivência após t er se subm et ido à cir ur gia bar iát r ica, no que diz r espeit o à sua vida social.
I D EI A CEN TRAL D I SCURSO D O SUJEI TO COLETI V O
Me sociabilizou m ais, por que t inha ver gonha e não t inha ânim o de sair de casa, t inha m edo de sair , por que pr im eir o analisava as cadeir as, pr a saber se ia caber , pr a ent r ar ou, ent ão, agüent ar o m eu peso. O ônibus? Tinha m edo de ficar engasgada na r olet a; Me achava feia, pesada; Já m e sent i discr im inada vár ias vezes na r ua: as pessoas ficam apont ando, cochichando, xingando ou chacot eando você com apelidos ou sinônim os de gor do; A cir ur gia r esgat a esse sent im ent o de não m ais m ar ginalidade, de não m ais est ar à m ar gem do social, não m ais ser t ão difer ent e; A cir ur gia m e t r ouxe de volt a: agor a, eu t enho vida
social! Possibilidade de m aior
socialização
A ideia cent r al do quest ionam ent o 3 r evela, at r avés do DSC, que as par t icipant es do est udo t iver am m aior socialização depois que se subm et er am à gast r oplast ia, vist o que, após gr ande per da ponder al, deix ar am de ser acom et idas por sent im ent o de ver gonha que em er gia at r avés de dois aspect os: o peso, ou sej a, a m assa cor por al e o aspect o visual. O ser hum ano t em t endência a sat isfazer sem pr e o out r o, cuj a opinião é car r eada de dit am es a ser em seguidos.
O DSC evidencia a ver gonha pelo cor po exager adam ent e gr ande, ou sej a, as m ulher es se per cebiam enquant o obesas, e com o m ecanism o de defesa, evit avam m ost r ar o cor po, excluindo- se socialm ent e.
Em er ge do DSC j ust am ent e esse sent im ent o de ver gonha que per m eava t oda a exist ência do ser obeso, que sofr ia com os olhar es discr im inat ór ios e pr econceit uosos im post os pela sociedade e pelos padr ões cult ur ais de beleza que idolat r am o cor po m agr o com o sendo belo.
Aut or es( 1,13,17- 18) r elat am que o obeso m ór bido é consider ado desviant e de padr ões de nor m alidade est ét ica, por isso t or na- se est igm at izado e ainda m ais, desacr edit ado, pois seu pr oblem a ou sua difer ença física é um est igm a visível. Desse m odo, a
exclusão social cont r ibui par a a im possibilidade de com par t ilhar , levando a exper iência da pr iv ação,de r ecusa, de abandono e de expulsão,car act er izando-se, desse m odo, com o exclusão social e não pessoal, pois adm it e discr im inação, subalt er nidade, desigualdade e o não acesso ao público.
O DSC deixa t r anspar ecer que, depois da cir ur gia ( depois da im por t ant e per da ponder al) , as par t icipant es inser idas na pesquisa for am invadidas por um sent im ent o de encant am ent o por se sent ir em par t icipat iv as e at iv as, deix ando ev ident e a necessidade de est ar em inclusas no m eio social. Revelar am a vont ade lancinant e de viver “ t odo o t em po per dido” e, desse m odo, sent ir a sensação de liber dade, de plenit ude, enfim , de se sent ir em “ viv a” . O DSC pont ua que houv e um a m udança de t r at am ent o das out r as pessoas em r elação às par t icipant es da pesquisa, o que r eflet e um a alt er ação de com por t am ent o r elacionada com a aquisição de um novo cor po, que é t r ansm it ido ao m eio social.
Ent ão, pode- se consider ar que os cor pos obesos são vist os com o indesej áveis e feios par a um a apr esent ação social aceit ável, conform e os dados colet ados nest e est udo.
em r espost a ao quest ionam ent o 4. João Pessoa, 2007.
Qu e st ã o 4 . Fale de sua vida depois da cir ur gia bar iát r ica nos cont ext os fam iliar e pr ofissional.
1 ª I D EI A CEN TRAL
D I SCURSO D O SUJEI TO COLETI V O
A m inha fam ília est á m e t endo de volt a; ant es, eu quer ia ficar dist ant e das pessoas; Meus pais se sent em m uit o felizes em m e t er hoj e, por que eu podia est ar m or t a; Meus filhos, eu not o eles m ais felizes, por que t odo m undo lá em casa
er a pr eocupado com m inha saúde; É bom sent ir bem ; Com r elação à sexualidade do gor do[ ...] as m ulher es são m esm o gener osas, por que o hom em gor do é bem m ais aceit o do que a m ulher gor da; m ulher gor da sofr e discr im inação hor r ív el, em
r elação à sexualidade.Ent ão, isso foge do padr ão do que o social im põe pr a que você t enha com o nam or ado ou que você sej a um a pessoa desej ável, at r aent e. Eu sei que hoj e, eu t enho m ais possibilidade de seduzir . Na vida afet iva m udou t udo:
facilidade de se r elacionar , ser pedida em nam or o, ser pedida em casam ent o, enfim ser am ada, m e sent ir m ais m ulher . Esse é o com plem ent o que t ava
falt ando, t alvez er a isso que eu buscav a no alim ent o. Sat isfação fam iliar e
pessoal enquant o m ulher
2 ª I D EI A CEN TRAL
D I SCURSO D O SUJEI TO COLETI V O
Na vida pr ofissional, não podia andar daqui pr ’ali, que sent ia logo dor es nas per nas, nos j oelhos, ficava com dor na coluna, puxando o fôlego, t oda suada, por
causa do excesso de peso; Hoj e, sou out r a pessoa com plet am ent e difer ent e, t enho m ais disposição, m enos cansaço, m eu esfor ço físico m elhor ou; At é pr a
est udar m elhor ou, por que com a gor dur a ficava m ais pr eguiçosa e m ais sonolent a; Com r elação à vida pr ofissional, na época da obesidade, uns em pr egos
que você vai, o pessoal j á lhe olha assim ; se t iver um gor do e um m agr o, com cer t eza, ninguém vai avaliar seu cur r ículo, vai quer er o do m agr o; Depois da per da
de peso, fiquei [ ...] m elhor pr a t r abalhar , pegar out r o em pr ego, não ficar naquela coisa só par ada [ ...] m elhor ou bast ant e com r elação a isso.
Maior disposição, segur ança e m elhor
est ado de hum or .
O DSC da ideia cent r al do quest ionam ent o 4, com enfoque no cont ext o fam iliar , m ost r a com clar eza que as par t icipant es inser idas na pesquisa exim em - se de ser em t ocadas fisicam ent e ou de ser em vist as quando gor das por seus m ar idos, cont r ibuindo par a a insat isfação das r elações sexuais. At r avés das nuanças do discur so, ver ifica- se que elas se denigr em fr equent em ent e, r ej eit am e enver gonham - se de seus cor pos, sent indo- se pouco à vont ade em sua int im idade, pela falt a de aut o-est im a.
O DSC das par t icipant es da pesquisa expr essa que as m esm as se sent iam sexualm ent e indesej áveis, e, por causa desse sofr im ent o em ocional, evit avam lidar com avanços sexuais, necessár ios às suas int im idades sexuais. A obesidade m ór bida per m it e que as par t icipant es da pesquisa evit em o pr oblem a de t er que lidar com sua sex ualidade.
Acer ca da sexualidade e do pr azer com o indicat ivos, no que se r efer e à obesidade, alguns aut or es( 17- 18) dizem que a com ida j á é por si um pr azer . No ent ant o, pode ser t r ansfor m ada num a subst it uição do pr azer sexual. A ingest ão alim ent ar excessiva r elaciona- se ao pr azer sexual de diver sas
for m as: pode est á r elacionada a um a r espost a cont r a insat isfações sexuais; pode ser um a for m a de esconder os desej os sexuais ou est á sob a égide de esquiv ar - se do sexo.
Not a- se que depois da per da ponder al, as par t icipant es da pesquisa passar am a aceit ar seu cor po, por t ant o, há per m issão par a um a vida sexual m ais saudável.
O DSC cor r espondent e ao quest ionam ent o 4 deix a t r anspar ecer que a fam ília exer ceu papel fundam ent al no pr é e pós- oper at ór io, r epr esent ando font e de apoio social.
O DSC r essalt a que quando as par t icipant es inser idas na pesquisa decidir am se subm et er à cir ur gia bar iát r ica, o pr ocesso de decisão envolv eu a fam ília int eira, pois o núcleo fam iliar est av a sendo afet ado, no que diz r espeit o aos pr oblem as de saúde.
o pacient e evolua bem . Faz- se necessár io, assim , iniciar um t rabalho de acom panham ent o do pacient e cir úr gico, no qual sej a desenvolvida t oda um a at enção ao pacient e e sua fam ília, pr est ando- se or ient ação em r elação às expect at ivas da cir ur gia, ou ouvindo- se sobr e a ansiedade e a angúst ia par a que se desm ist ifiquem as fant asias por m eio de diálogo sobr e est as m anifest ações, levando- se em cont a o cont ext o social, econôm ico e cult ur al em que o pacient e est á inser ido.
Nessa cat egor ia, podem os per ceber o quant o a fam ília é im por t ant e par a a decisão das par t icipant es da pesquisa. Ela const it ui- se no supor t e pr incipal de apoio par a qualquer pessoa nas m ais diver sificadas sit uações. Especificam ent e nest a sit uação vivenciada por essas m ulher es, a fam ília decide j unt o, auxilia na r eabilit ação, pr om ove a aut o est im a sendo o elo m ais im por t ant e par a que essas pacient es pós-gast r oplast ia m elhor em suas qualidade de vida.
No DSC cor r espondent e ao quest ionam ent o 4, com enfoque no cont ext o pr ofissional, as par t icipant es inseridas na pesquisa deixam t r anspar ecer que, enquant o obesas, sent iam dificuldades nas at iv idades labor ais em decor r ência do excesso de peso que im põe lim it ações.
Vale dest acar que, além das condições físicas lim it adas, as par t icipant es inser idas na pesquisa r evelar am a insat isfação fr ent e ao pr econceit o e à segr egação r elacionados à aquisição de um em pr ego ou seleção de pr ofissionais.
Consider ando o am bient e de t r abalho, obser va-se a exist ência de um a cont ínua busca por qualidade de vida, pr incipalm ent e no que se r efer e à const r ução das ident idades pessoal e social, as quais se configur am com o quest ão essencial à saúde psicoafet iva e social do pr ofissional.
O DSC evidencia a im port ância do am bient e do t r abalho por ser um supor t e essencial à conquist a da qualidade de vida das par t icipant es inser idas na pesquisa, desej osas de que est e pudesse funcionar cor r obor ando com suas capacidades e ser acolhedor de suas lim it ações, em vez de fom ent ador da exclusão e do est igm a.
No que se r efer e ao cont ext o pr ofissional, aut or es( 1,6,15) salient am que, além dos avanços nos cam pos de sua t écnica, or ganização, est r ut ur a e desem penho de t ar efas, a obesidade m ór bida é um dos pont os de m aior im pact o fr ent e às r elações pessoais e à execução da at ividade labor al. Essas var iáveis, em conj unt o com o apor t e cult ur al das or ganizações em ger al, acabam int er fer indo na qualidade de vida do pr ofissional, t om ando- o pont o conver gent e de discr im inação e pr econceit o.
O DSC expr essa que a cir ur gia bar iát r ica pr opiciou m elhor a na qualidade de v ida dessas m ulher es, r elacionada ao cont ext o pr ofissional, deix ando- as m ais at iv as, dispost as, segur as,
confiant es, m enos indolent es. Nesse int er cur so, per cebe- se que O DSC evidencia o r esgat e da aut onom ia, ou sej a, a capacidade de exer cer seu papel social com dignidade, e, a part ir disso, ser m er ecedor a de r econhecim ent o.
Após o est udo com as m ulher es que se subm et er am à cir ur gia bar iát r ica, podem os afir m ar que a obesidade é, na r ealidade, um a dificuldade em t odos os aspect os essenciais par a a m anut enção de um a boa qualidade de v ida, porque est a im plica a vida pessoal, a vida profissional, as r elações fam iliar es, a sexualidade, enfim , denot a que o pr ocesso de socialização do indivíduo fica pr ej udicado. Consider ando o DSC e a lit er at ur a est udada, a cir ur gia bar iát r ica t em pont os posit ivos e negat ivos, e o sucesso do pós- oper at ór io se r espalda pr ior it ariam ent e na r eeducação alim ent ar .
CON SI D ERAÇÕES FI N AI S
Nest e est udo, o DSC per m it iu conhecer a vivência das m ulher es que se subm et er am à gast r oplast ia. Os dados per m it ir am for m ar ideias cent r ais, consider ando a pr oblem át ica que elas enfr ent ar am em vár ios dom ínios da qualidade de vida, r espondendo aos quest ionam ent os e obj et ivos dest e t r abalho. Essas cat egor ias for am : elevação da aut o- est im a e bem - est ar psicológico; pr om oção de bem - est ar físico; m udança negat iva no pós-oper at ór io im ediat o; m udança posit iva após fase de adapt ação; possibilidade de um a m aior socialização; sat isfação fam iliar e pessoal enquant o m ulher ; m aior disposição, segur ança e m elhor est ado de hum or .
Com r elação à elevação da aut o- est im a, obser vou- se, at r avés do DSC, que as par t icipant es inser idas na pesquisa sent ir am - se m ais m ulher es, vest ir am r oupas de suas pr efer ências, obt iver am leveza nas at it udes diár ias, t ornar am - se m ais sensuais, aum ent ando assim o bem - est ar psicológico.
Na pr om oção do bem - est ar físico, o DSC m ost r ou que a cir ur gia pr om ove m aior disposição par a o aut ocuidado, bem com o par a o desenvolvim ent o de at iv idades or a im pedidas pela obesidade m ór bida. Ainda se consider ar am as doenças que se opor t unizam na pessoa que t em a obesidade m órbida.
no início do pós- oper at ór io, a per da ponder al é significat iv a, e isso ger a sat isfação pessoal e est im ula a cont inuidade do t r at am ent o.
A possibilidade de um a m aior socialização é um a das vant agens da gast r oplast ia e r eper cut e na vida afet iva, na vont ade de se m ost r ar ao out r o com o um a pessoa “ nor m al” . I sso im plica que o obeso m ór bido se consider a um a pessoa anor m al, que foge do convívio social por não ser bem aceit o. Com o obj et ivo de se sent ir igual às dem ais pessoas de seu convívio social, o indivíduo que se subm et e à gast r oplast ia sent e efet iv as m elhor as em sua qualidade de vida.
Relacionada à sat isfação fam iliar e enquant o m ulher , o DSC m ost r ou quant o é im por t ant e a par t icipação e incent iv o da fam ília na decisão de r ealizar a gast r oplast ia, bem com o no pr ocesso de r eabilit ação. Nesse aspect o, const at ou- se que, com o m elhor convív io fam iliar , houv e m elhor a na qualidade de vida das par t icipant es da pesquisa. Vale r essalt ar que a pacient e e a fam ília devem ser infor m adas ant es do pr ocedim ent o acer ca dos benefícios e das alt er ações negat ivas do pós- oper at ór io.
Maior disposição, segur ança e m elhor est ado de hum or for am ev idenciados no DSC das par t icipant es do est udo, em decor r ência da per da de peso. Com a per da ponder al, ver ificou- se m elhor ia do desem penho, da r espir ação, do cansaço físico, ger ando a possibilidade de a pacient e execut ar t ar efas que ant es lhe er am dificult adas pelo excesso de gor dur a. Ainda a acessibilidade ao t r abalho foi evidenciada pelas par t icipant es do est udo, e a segur ança foi consider ada com o um a aut o- afir m ação par a o ser hum ano.
Dur ant e e após a r ealização dest e t r abalho, as pesquisador as, em bor a t enham sent ido dificuldades na busca de lit er at ur a sobr e o t em a, consider am - no r elevant e, cuj a cont r ibuição par a o ensino e par a pesquisa é evident e. Est e t r abalho pr opor cionou um novo olhar par a as pessoas que se subm et em a esse t ipo de pr ocedim ent o, ( pr incipalm ent e par a as m ulher es inser idas na pesquisa) e, ao m esm o t em po, ger ou conhecim ent os par a o desenv olvim ent o do cuidar e a elabor ação de out r os t r abalhos que venham com plem ent ar est a pesquisa.
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Ar t igo r ecebido em 27.05. 08.