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O imperativo intercultural na vida e na gestão contemporânea.

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Academic year: 2017

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A

T

O I

MPERATIVO

I

NTERCULTURAL

NA

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IDA

E

NA

G

ESTÃO

C

ONTEMPORÂNEA

M a r i a Est e r d e Fr e i t a s*

R

ESUMO

im por t ân cia dos aspect os in t er cu lt u r ais n a v ida m oder n a é con seqü ên cia d o p r ocesso d e f or m ação d e b locos econ ôm icos, d a g lob alização d e em -pr esas, dos av an ços t ecn ológicos, dos n ov os -pr ocessos de com u n icação, da r elev ância econôm ica do set or de t ur ism o e dos pr ocessos m igr at ór ios em m assa. Os est udos int er cult ur ais nas or ganizações fav or ecem a m elhor ia da eficácia e do cont r ole de est r ut ur as, est r at égias e decisões, além de r eduzir r iscos de in v est im en t os em cen ár ios descon h ecidos e de elev ar as opor t u n idades de negócios ao r edor do m undo. Na vida social, est a ár ea pr om ove um a m aior sensi-bilidade, t oler ân cia e r espeit o pelos gr u pos e sociedades de or igen s dist in t as. Est e ar t i g o an al i sa as r azõ es q u e su st en t am a i r r ev er si b i l i d ad e d o asp ect o int er cult ur al na vida social e or ganizacional cont em por âneas e defende a t ese da m obilidade com o um novo valor - chave no m undo de hoj e.

A

BSTRACT

h e r elev an cy of t h e in t er cu lt u r al aspect s in ou r liv es is a con sequ en ces on t he for m at ion of econom ic blocks, incr easing globalizat ion, t he t echnological an d com m u n icat ion p r ocess, t h e en lar g em en t of t ou r ism sect or an d t h e w or ld w id e m ig r at ion p r ocess. I n t h e or g an izat ion s t h ese st u d ies m ig h t pr om ot e t he im pr ovem ent of efficacy and cont r ol of t he st r uct ur es, st r at egies and decisions, besides t o r educe t he r isks of t he invest m ent s in unknow n scener y and incr ease business oppor t unit ies ar ound t he w or ld. I n t he social life t he int er cult ur al concer ns m ay ar ise new sensibilit y, t olerance and r espect for people, gr oups and societ ies fr om differ ent or igins. This ar t icle analyses som e r easons for ir r ever sibilit y of int er cult ur al exper ience in social and or ganizat ional life and sust ain t he t hesis in w hich m obilit y is a key- value now adays.

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Introdução

X Colóquio I nt er nacional sobr e Poder Local, r ealizado em Salvador, em de zem br o de 2006, t r ouxe com o um a de suas ár eas t em át icas o t ít ulo “ Cult u ra, I nt er cult uralidade e I dent idade”, na qual for am debat idos 41 paper s ver san do sobr e div er sos aspect os qu e poder iam ser abr igados em ân cor as com o: “ const r uções ident it ár ias”, “ cult ur as global, local e or ganizacional”, “ m u-d an ça e au-d ap t ação u-d e or g an izações e g r u p os”, “ u-d iv er siu-d au-d es”, “ au-d m in ist r ação int er cult ural: sent ido, m obilidade e expat r iação”, “ gest ão int er cult ural” e “ desen-volvim ent o r egional e cult uras locais”.

O conj unt o desses t r abalhos m ar cou pela or iginalidade das abor dagens e pelo inedit ism o em t r at ar com o cent r al um debat e que coloca em x eque v alor es com o hom ogeneidade, hegem onia, consenso, m assificação e ident idades com pac-t as, no univer so or ganizacional. Buscou- se analisar valor es, significações e pr ápac-t i-cas r elacionadas às difer enças pessoais, gr upais, or ganizacionais e nacionais, bem com o assum ir que o r econhecim ent o do out r o é um elem ent o fundador da convi-vência int er cult ur al que se im põe na vida social e or ganizacional nos dias de hoj e. O “ int er ” é int er ação, que se pr oduz com e sobr e cada um dos par ceir os da per -cepção, ação e r elação cooper at iva ou conflit uosa. Ou de out r a for m a, o aspect o int er cult ural per m eia hoj e para o m elhor ou o pior, e t ende a aum ent ar cada vez m ais a sua pr esença, t ant o no m undo da vida quant o no m undo do sist em a ou das coisas, no dizer de Haber m as.

A convivência ent re port adores de diferent es cult uras não é um a novidade na Hist ória. De longa dat a, hom ens cruzaram front eiras geográficas e cult urais com os m ais diversos obj et ivos, porém , não raro, exist ia um a clara noção de superiori-dade da cult ura dom inant e expressa pelo vencedor, pelo explorador, pelo coloniza-dor ou pelo cat equ izacoloniza-dor, caben do ao ou t r o dom in ado, v en cido, colon izado ou cat equizado subm et er- se cult uralm ent e para sobreviver. A idéia de cult ura superior ainda r esist e em algum as sociedades de nossos dias, por ém cada v ez m ais ela perde espaço e im port ância para a t ese defendida pela Ant ropologia m oderna. Se-gundo est a, não há cult uras superiores, apenas cult uras diferent es; e o conceit o de raça é im próprio quando se fala de seres hum anos, j á que reconhece com o única a raça hum ana, porém , com suas diferent es et nias. Adem ais, a própria Ant ropologia t em assum ido um a pluralidade de m undos e quest ionado algum as epist em ologias e m et odologias corrent es, com o int uit o de reduzir o aprisionam ent o do debat e por ideologias escolást icas e dogm át icas, em nom e de um a ant ropologia que considere os frut os de cruzam ent os plurais ent re cult uras e a necessidade cada vez m aior da á r ea se i n st r u i r j u n t o à s f i g u r a s est r a n g ei r a s, o u sej a , a o s m i g r a n t es, a o s expat riados, aos t urist as, aos refugiados, enfim , ao out ro. ( AFFERGAN, 1997; PHARO, 1993; AUGÉ, 1994; CI NGOLANI , 1994; BOUVI ER, 2003) .

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difer ent es no seu t er r it ór io, r ecobr indo com um st at us genér ico o que j á ex ist e, que é aceit o e vivido com o especifico nacional.

No nosso ent ender, um a das novidades exist ent es nest e debat e r esi-de no fat o esi-de a conv iv ência int er cult ur al est ar assum indo um a posição cada v ez m ais im por t ant e na v ida social e or ganizacional, bem com o sendo t r ansfor m ada em um a vant agem a ser explor ada no m undo dos negócios, par a m elhor com pr e-ensão do out r o e uso de suas pot encialidades, par a m aior apr opr iação da diver si-dade do m undo e dos m er cados, par a m elhor ia da eficiência de pr ocessos, est r u-t u r as e decisões or gan izacion ais e par a a r edu ção de r iscos dos in v esu-t im en u-t os feit os em um cenár io cada vez m ais plur al e m ut ant e. Com o não exist em or ganiza-ções oper ando no v ácuo, as em pr esas lêem as m acr o- t endências do m eio e ab-sor vem , com r elat iva r apidez, as gr andes m udanças que nele ocor r em ou poder ão ocor r er, dando r espost as apr opr iadas aos seus obj et ivos de cr escim ent o e expan-são. Em out r as palav r as, hoj e, as em pr esas se confr ont am com o pr oblem a dos encont r os de cult ur as com o j am ais ant es no seio de suas at iv idades ( encont r o que j á exist ia no social m ais am plo) , im pondo- se com o um a quest ão a ser ger ida no nív el or ganizacional.

Par t icular m ent e, as em pr esas globais est ão em posição de r ev er t er a seu fav or a div er sidade cult ur al das sociedades em que at uam , t endo com o desafio ev it ar a per da de sua consist ência int er na. Supom os que o decisiv o r econheci-m ent o da ieconheci-m por t ância do aspect o int er cult ur al nasce da necessidade econôeconheci-m ica das grandes em presas em aproveit ar vant agens pot enciais para os seus negócios espalhados nos quat r o cant os do m undo; apesar de acr edit ar m os que a exist ên-cia de u m con t ex t o soên-cial ( edu cação, espor t es, h u m an it ar ism o, com u n icações, polít icas públicas et c) j á ev idencia a pr át ica int er cult ur al com o algo ir r ev er sív el. Consider adas as r elações hum anas, cr em os que est a conv iv ência ent r e por t ado-r es de difeado-r ent es cult uado-r as pode fav oado-r eceado-r o desenv olv im ent o cado-r escent e de um a m aior sensibilidade, t oler ância e r espeit o pela vida de pessoas, gr upos e socieda-des de or igens dist int as, inclusive no univer so or ganizacional. Acr edit am os, for t e-m ent e, que a bar bár ie é, t ae-m bée-m , ue-m pr odut o da ignor ância e da indifer ença.

Est e ensaio t em com o obj et ivo específico advogar em favor da im por t ância dos est u dos or gan izacion ais in t er cu lt u r ais e r eflet ir sobr e o qu ão in dispen sáv el esse aspect o assum e na gest ão cont em por ânea. Far em os, ent ão, um a análise do cenár io at ual que coloca a int er cult ur alidade com o pedr a de t oque na vida social e or ganizacional, ident ificar em os níveis de conseqüências im plicadas nesse convívio e discut ir em os a m obilidade com o um v alor - chav e em t al cont ex t o. Á guisa de conclusão, apr esent ar em os alguns est udos br asileir os que consider am est a ques-t ão no univer so or ganizacional e que suger em esques-t ar, ques-t am bém o Brasil, cam inhando r um o a um a gest ão int er cult ur al.

No sent ido am plo, est e ar t igo pr et ende cont r ibuir par a um a discussão do escopo dos est udos or ganizacionais, o qual – assum indo a sua face int er cult ur al – coloca o difer ent e com o a nor m a e a const r ução de um a m ent alidade int er cult ur al com o um ideal. O nosso pr essupost o é que o r econhecim ent o do out r o difer ent e é um av anço na m elhor ia da conv iv ência de pessoas, sociedades e or ganizações, v ist o qu e o seu est u do sem n egar o pot en cial de con flit os en t r e as par t es -f av or ece o r espeit o m ú t u o, a r edu ção dos est er eót ipos, das in com pr een sões e das dificuldades na int er ação ent r e por t ador es de difer ent es cult ur as, bem com o elev a a qualidade das decisões t om adas nas or ganizações.

Um Cenário cada vez mais Intercultural

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que apr endem ou falam um idiom a que não o seu; ao núm er o de hor as usadas em t eleconfer ências, e- m ails e t elefonem as int er nacionais; ao núm er o de par t icipan-t es de r euniões, fór uns e congr essos m undiais em pr esar iais, gov er nam enicipan-t ais e acadêm icos; ao v olu m e de alu n os qu e par t icipam de in t er câm bios for a de seu lugar de or igem ; ao núm er o de pr ofissionais que int er agem com out r os de difer en-t es nacionalidades ou regiões; ao núm ero de casam enen-t os realizados enen-t re pessoas de difer ent es or igens cult ur ais; ao núm er o de filhos nascidos de casam ent os en-t r e por en-t ador es de difer en en-t es cu len-t u r as; ao n ú m er o de cidadãos qu e n ascem em out r o país que não o de seus pais; ao núm er o de pessoas que m or am em out r o lugar que não aquele onde nasceu; ao v olum e de pr ofissionais cham ados sem -fr ont eir as; ao volum e de pr ofissionais que par t icipam de at ividades m undiais, na-cionais ou r egionais nas ár eas cult ur al e espor t iva; à quant idade de espect ador es que assist em algum a m anifest ação cult ur al de or igem est r angeir a; ao núm er o de em pr esas que abr em filiais em out r os paises ou r egiões; ao núm er o de fábr icas que m udam de um país par a out r o; ao volum e de invest im ent os feit os em em pr e-endim ent os em out r os paises; ao volum e de t r ansações bancár ias int er nacionais; ao volum e de r ecur sos usados em fusões, aquisições ou consór cios com par ceir os de out r as nacionalidades. . .

Esses gr andes núm er os são, apenas, a pont a de um enor m e iceber g em m ovim ent o e ainda em for m ação, cuj as int er ações t êm or igens em fat or es m últ i-p l o s e i n t e r d e i-p e n d e n t e s, e n t r e o s q u a i s d e st a ca m o s d o i s: o i-p r o ce sso d e globalização e o avanço cient ífico e t ecnológico, os quais pr ovocam conseqüências em t odas as esfer as da vida social e or ganizacional at ual e fut ur a, confor m e ver e-m os a seguir.

A globalização da econ om ia elev a, sobr em an eir a, o n ív el de com pet ição or ganizacional, faz sur gir novos m er cados, pr odut os, ser viços e idéias; novas econom ias em er gem e abocanham par celas de invest im ent os int er nacionais que com -pet em por t ax as de r et or n o cada v ez m ais at r aen t es em dif er en t es par t es do globo; em pr esas globais se consolidam em dist int os m er cados, fazendo uso de est r at égias sinér gicas dos m ais v ar iados t ipos, com o m ega- fusões, aquisições e consór cios; acor dos bi e m ult ilat er ais são const r uídos por em pr esas e gov er nos par a explor ação de novas possibilidades de negócios, aber t as pelos pr ocessos de pr ivat ização ocor r idos nas últ im as décadas em t odo o m undo; nações se unem em blocos r egionais par a se pr ot eger de guer r as polít icas, econôm icas e t ar ifár ias; novos at or es sociais ( ONGs, fór uns, G- 7, G- 20, BRI C, int er net , OMC) em er gem na qualidade de global player s; novos m er cados, com o os de paises do ant igo bloco so v i é t i co , su r g e m co m o r e su l t a n t e s d e p r o ce sso s d e d e sr e g u l a m e n t a çã o , deslocalização, independência, descolonização; novas r egr as, nor m as e par âm et r os u n i f i ca d o r e s sã o cr i a d o s p o r g o v e r n o s e so ci e d a d e s ci v i s n o m u n d o ( I D H, biodiv er sidade, pr ot eção am bient al) .

O av anço cient ífico e t ecnológico, por sua v ez, descobr e nov as possibilida-des de vida e confor t o; int ensifica as t r ocas e int er câm bios econôm icos e cult ur ais; acel er a a t r an sm i ssão d e i n f o r m açõ es, d ad o s e i m ag en s; el ev a d e m an ei r a exponencial a m ovim ent ação de capit ais; der r uba as bar r eir as espaciais e t em po-r ais; ppo-r om ov e a int epo-r ação const ant e ent po-r e países, econom ias, pov os e cult upo-r as, at r av és de nov os inst r um ent os e m eios de com unicação ( sat élit es, w w w , celula-r es, vídeo- confecelula-r ência, not ebooks) ; est im ula a pesquisa colet iva; pcelula-r opõe um novo par adigm a que consider e o com plexo, o flexível, o m ut ant e, o r enovável e o diver -so com o in t r ín secos ao m odelo; r efor ça e v alor iza a difer en ciação de pes-soas, or gan izações e sociedades por m eio da apr en dizagem , cr iat iv idade e in ov ação p er m an en t es.

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e m e r g ê n ci a d e u m a n o v a so ci e d a d e q u e m e r e ce se r co n si d e r a d a n a su a adj et ivação, t ais com o: sociedade e hom em plural ( LAHI RE, 1998; CERTAU, 1993; THÉVENOT, 2 0 0 6 ) , socied ad e em r ed e ( CASTELLS, 2 0 0 1 ) , socied ad e d e f lu x o ( SEMPRI NI , 2003) , sociedade líquida ( BAUMAN, 2001) , sociedade m óvel ( URRY, 2005) , sociedade flexível e com m últ iplas filiações ( CONI NCK, 2001) e sociedade n ôm ad e ( ATTALLI , 2 0 0 4 ) . Con q u an t o esses au t or es u t ilizem os m ais v ar iad os r efer enciais t eór icos, m ét odos de análise e ar gum ent os ancor ados em difer ent es saber es, per cebem os neles alguns t r aços com uns, com o o de consider ar que as est r ut ur as sociais são com plex as e int er dependent es, que est as est ão em m ov i-m ent o e se r efazendo nesse incessant e i-m ov ii-m ent o ei-m div er sos nív eis e, ainda, que causam im pact os em cadeia nas difer ent es esferas da vida social. Tais aut o-r es, t am bém , pao-r t ilham do pensam ent o no que diz o-r espeit o aos benéficos dessa sociedade m óvel e plur al não ser em , necessar iam ent e, vividos por t odos.

No n ív el or gan izacion al, pen sam os qu e as con seqü ên cias im ediat as des-se cen ár io su g er em : a f or m ação d e u m am b ien t e d e t r ab alh o cad a v ez m ais q u a l i f i ca d o , h et er o g ên eo e co m m a i o r p o t en ci a l d e co n f l i t o s e ex cl u sã o ; a ob r ig at or ied ad e d e com p lem en t ação d e sab er es e ex p er t ises; a u r g ên cia n o d esen v olv im en t o d e m aior es com p et ên cias com u n icat iv as e d e n eg ociação; a n ecessi d ad e d e h ab i l i d ad es p ar a a co o r d en ação d e eq u i p es m u l t i cu l t u r ai s e m u lt id iscip lin ar es; a com p r een são d e q u e ap r en d izag em e in ov ação são p r o-cessos con t ín u os; a ex ig ên cia d e r eest r u t u r ações p er m an en t es q u e elev em o n ív el de f lex ibilidade e cr escim en t o or gan izacion al; o desen v olv im en t o de n o-v as f or m as de sin er gia est r at égica e de in cessan t es in cor por ações t ecn ológicas; a r ev isão de pr ocessos pr odu t iv os, f in an ceir os e adm in ist r at iv os e; o desen v ol-v im en t o de u m a m en t alidade in t er cu lt u r al.

As t e o r i a s e co n ô m i ca s, m e sm o a s q u e t r a t a m d a d i v e r si f i ca çã o e d a i n t e r n a ci o n a l i za çã o d e n e g ó ci o s, n ã o t ê m se p r e o cu p a d o co m a s r e l a çõ e s int er pessoais e com a conv iv ência de pessoas no âm bit o do t r abalho. Sim ples-m ent e, t ais t eor ias dão ênfase aos coples-m por t aples-m ent os r acionais, os quais negaples-m as difer enças ent r e povos e sociedades e t r at am do desenvolvim ent o com er cial com o se as cult uras fossem ir r elevant es nas suas especificidades e no seu poder. No m undo or ganizacional r eal, var iam não apenas as pr át icas, m as, t am bém , as cat e-gor ias conceit uais r elacionadas às noções e lim it es de aut or idade, de poder, de r esponsabilidades e dever es, j ust iça, par t icipação e dir eit os, por exem plo. A for m a de ger ir as coisas não é insepar ável da m aneir a de ger ir pessoas e or ganizações. É pr et ensioso im aginar que exist e apenas um a for m a de gest ão e que est a at r a-vessa a dim ensão cult ur al; da m esm a for m a é pr et ensioso supor que out r as cult u-r as aguau-r dam ansiosam ent e a opou-r t unidade de assum iu-r um out u-r o m odelo v indo do além e que essa assim ilação é apenas um a quest ão de t em po.

Em r elação aos im pact os na vida psicossocial dos indivíduos e gr upos, esse novo cenár io im plica na exigência de adapt ação const ant e às novas dem andas do saber ; na apr endizagem de out r os códigos cult ur ais; no r espeit o ao nov o e ao difer ent e; na int egr ação de difer ent es e sim ult âneas exper iências à sua biogr afia; no desenvolvim ent o const ant e do gost o pela avent ur a e pela novidade; na convi-v ência pacífica e pr odut iconvi-v a com a am bigüidade e a incer t eza; na disponibilidade psicológica à m obilidade com o for m a de vida e; na const r ução de m últ iplas font es de filiação e ident idade.

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Mobilidade como Novo Valor Organizacional

A globalização da econom ia se r evela na dinâm ica dos pr ocessos de m ovi-m ent ação de capit ais par a invest iovi-m ent os, beovi-m coovi-m o na int egr ação est r at égica de p r of ission ais q u e p ossib ilit am a elev ação d o r ep er t ór io d e con h ecim en t os d as em pr esas face ao desafio post o pelas novas sit uações, as quais exigem um saber difer enciado e r espost as r ápidas. Nesse sent ido, a m obilidade de capit ais se j unt a à m obilidade de pr ofissionais que cor r em o m undo em busca de opor t unidades par a a ger ação de m aior es índices de pr odut iv idade e de conquist a ou aum ent o da par t icipação em nov os m er cados. Aliada a est as duas for m as de m obilidade, per cebem os a exist ência de um a out r a que se difer encia não pela int ensidade de ocor r ência, m as pela sua novidade. Est am os falando da m obilidade or ganizacional, ou sej a, as em pr esas t am bém assum em um a face nôm ade ( FREI TAS, 2005, 2006) e m udam cada vez m ais fr eqüent em ent e de um país par a out r o, de um cont inent e par a out r o ou de um a r egião para out r a. Vej am os br evem ent e com o cada um a delas se m anifest a:

a ) M obilida de de ca pit a is

Os pr ocessos de m ov im ent ação e t r ansfer ência de capit ais e t ít ulos for am int ensificados, sim plificados e agilizados pelo uso da infor m át ica e int er net , que hoj e per m it e um a enor m e v ar iedade das oper ações bancár ias e financeir as ins-t anins-t âneas, com níveis de segur ança cada vez m aior es e com cusins-t os de ins-t r ansação e de agência cada vez m enor es. Par t e desses capit ais é dest inada à especulação financeir a sim plesm ent e; por ém , a out r a é aplicada em capacidade pr odut iv a. A m o b i l i d a d e d e ca p i t a i s é u m a d a s f o r t e s co n se q ü ê n ci a s d o s p r o ce sso s d e pr iv at ização, de desr egulam ent ação, da inst it uição de consór cios int er nacionais, dos pr ocessos de fusão e aquisição cada vez m ais fr eqüent es no m undo dos ne-gócios in t er n acion ais. Par t icipan t es de oper ações dest a n at u r eza n ão pr ecisam m ais se deslocar ou deslocar equipes par a analisar cont r at os, negociar condições e avaliar pr opost as de invest im ent os em lugar es longínquos. Na m aior par t e das v ezes, esses at or es são r epr esent ados por agent es locais e com par ecem apenas par a o aper t o de m ão final, par a a fot o oficial e par a t om ada de posse. Nest e t ipo de m obilidade, a sensibilidade essencial é r egida apenas pelos índices de r et or no que os capit ais invest idos podem pr oduzir.

b) M obilida de de pr ofission a is

As r eengenhar ias, além de enxugar em as est r ut ur as e r edefinir em as at ivi-dades- fim das em pr esas, t am bém au m en t ar am a cor r ida por n ov os m er cados, bem com o der am ênfase especial às est r at égias sinér gicas cada vez m ais agr essi-v as. Essas est r at égias colocam as par cer ias, fusões e aquisições int er nacionais com o um a escolha pr at icam ent e inev it áv el em alguns set or es, que pr ecisam de cr escim ent o r ápido ou m anut enção de posição na lider ança do m er cado m undial. Esse cenár io for ça as em pr esas a ut ilizar em os seus m elhor es t alent os par a pr o-duzir inovação em pr ocessos e pr odut os avaliados de m aneir a cada vez m ais exi-gent e pelos consum idor es e pelas legislações cada v ez m ais r est r it iv as locais e m undiais.

A qualificação cr escent em ent e m ais elev ada dos pr ofissionais é um pont o-ch av e n a con st it u ição de u m a equ ipe qu e dê r espost as r ápidas aos pr oblem as em er gent es, os quais não podem esper ar pelos r esult ados de sist em as de for m a-ção ou aper feiçoam ent o de r ecur sos hum anos locais. Pr oj et os m ult idisciplinar es n ão podem pr escin dir da cooper ação en t r e m ú lt iplos saber es, dos olh ar es qu e pr iv ilegiam m últ iplas per spect iv as e dos t alent os v ar iados que podem r esponder im ediat am ent e por sit uações nov as e inov ador as no m undo em pr esar ial.

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a-m ent o a-m undial par a cont r at ados locais ou pela expat r iação de pr ofissionais que j á est ão n a em pr esa; por ém , em u n idades dif er en t es daqu ela em qu e o pr oj et o in ov ad or est á sen d o p r ocessad o. As em p r esas en t en d em q u e a v an t ag em d a r apidez na t r ansfer ência desses pr ofissionais é m aior do que a do t em po necessá-r io panecessá-r a fonecessá-r m anecessá-r um novo m em bnecessá-r o, ou m esm o que est e t em po de fonecessá-r m ação é m uit o m aior d o q u e o ex ig id o p el o p r ocesso d e ad ap t ação cu l t u r al d o p r of i ssi on al expat r iado e de sua fam ília. Em países eur opeus, t or na- se cada vez m ais com um a expat r iação sem anal, assum ida por um “ exér cit o” de pr ofissionais alt am ent e qua-lificado que m or a em um país e t r abalha em out r o, viaj ando par a casa apenas nos finais de sem ana. Esse novo t ipo de pr ofissional, que m odifica o padr ão de cont r a-t os ina-t er nacionais e r elações de a-t r abalho e fam iliar es, passou a ser cham ado de “ solt eir os geogr áficos” ( BARRERÉ- MAURI SSON, 2003) .

No Br asil, t al fenôm eno, que r esult a em pr ofissionais nôm ades diár ios ou sem anais, ainda não foi est udado. Por ém , um for t e indício de que esse fenôm eno j á est ej a ocor r endo ent r e nós é o fat o de haver um aum ent o ver t iginoso no volu-m e de client es que ut ilizavolu-m as pont es aér eas das pr incipais cidades do país, nos dias út eis da sem ana e em alguns hor ár ios específicos. Um a out r a event ual pist a par a an alisar esse f en ôm en o poder ia ser pesqu isada n as f ich as de clien t es de hot éis que assinalam “ negócios” com o o m ot ivo da viagem ; m as esse r ecor t e não cont em plar ia os pr ofissionais que volt am par a casa no m esm o dia.

Ver if ica- se, ain da, qu e a m ov im en t ação in t er n acion al de pr of ission ais n ão ocor r e apen as n o set or pr iv ado; est a t am bém pode ser v ist a en t r e os pr of issi-on ais au t ôn om os ou pr est ador es de ser v iço pú blico sem f r issi-on t eir as, cu j as cat e-gor ias cada v ez m ais se div er sif icam . On t em er am apen as os soldados da f or ça h u m an it ár ia e os m éd icos, h oj e são, t am b ém , p r of essor es, san it ar ist as, r es-t au r ador es de obr as de ar es-t e e ar qu ies-t ees-t os. Podem os, ain da, m en cion ar as equ i-pes de t r abalh o f or m adas por dif er en t es gov er n os, qu e t êm n a est ação espcial in t er n acion al e n os gr u pos de pesqu isas an t ár t icas o ex em plo de cooper a-ção in t er n acion al m ais acabado. Ou sej a, a im por t ân cia do aspect o in t er cu lt u r al n as f o r m as at u ai s d e g est ão d i z r esp ei t o n ão ap en as a u m a ad m i n i st r ação em pr esar ial, m as, t am bém , a u m a adm in ist r ação pú blica, sej a n a ex ecu ção de g r a n d e s p r o j e t o s m u l t i l a t e r a i s, se j a n a i n cl u sã o e co n ô m i ca ca d a v e z m a i s r eiv in d icad a d e g r u p os ét n icos m in or it ár ios q u e f azem p ar t e d as socied ad es m od er n as, p ar t icu lar m en t e aq u elas q u e r eceb em ou se f or m ar am a p ar t ir d e gr an des con t in gen t es de im igr an t es. A dif er en ça en t r e as alian ças at u ais pr iv a-das ou pú blicas, en t r e por t ador es de dif er en t es cu lt u r as, con sist e n ão apen as n a f r eqü ên cia com qu e ocor r em , m as, t am bém , n a in t en sidade dos laços en t r e as par t es e n a du r ação dos com pr om issos assu m idos.

c) M obilida de or ga n iza cion a l

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Da m esm a for m a, é possível per ceber um m ovim ent o de m obilidade int er na nos países com gr ande ext ensão t er r it or ial com o o Br asil, Rússia, Í ndia e China ( só par a ficar m os no BRI C) , em que um as r egiões disput am com out r as a pr efer ência par a sediar invest im ent os est r angeir os e for necem condições cada vez m ais at r a-ent es ao invest idor. Algum as r egiões nesses países j á são obj et os de for t e espe-culação im obiliár ia e per dem o cet r o par a out r as m enos desenvolvidas, por ém com cust os de inst alação m uit o m ais com pet it iv os; quant o à m ão- de- obr a alt am ent e qualificada, est a pode est ar ou não no local, vist o que ela t am bém é consider ada m óvel. Nesse sent ido, podem os afir m ar que m obilidade or ganizacional só é possí-vel se houver a m obilidade de pr ofissionais; est as duas for m as se com plem ent am e se r efor çam , pois são lados de um a m esm a quest ão. No nosso ent ender, a m o-bilidade pr ofissional é condição necessár ia par a a m oo-bilidade or ganizacional, ou sej a, o nom adism o pr ofissional est r ut ur a o nom adism o or ganizacional.

Analisam os acim a t r ês t ipos de m obilidade r elacionados à condição geogr á-fica. Cont udo, ent endem os que a m obilidade hoj e pode ser vist a de for m a ainda m ais am pliada, incluindo os aspect os cognit ivos e psicológicos. Est es aliam a apr en-dizagem int er cult ur al às disposições nat as do indiv íduo, r elacionadas ao desej o pelo desafio e pela av ent ur a, à cur iosidade sobr e o difer ent e, ao r espeit o pelo ou t r o, à at r ação p elo est r an g eir o, à t oler ân cia, à am b ig ü id ad e e à in cer t eza ( FREI TAS, 2005, 2006) . Podem os, t am bém , lem brar que cada vez m ais é incent iva-da a apr endizagem cont ínua e int er disciplinar, pois os pr ofissionais de hoj e e do fut ur o devem dom inar um r eper t ór io de conhecim ent os sem pr e m ais diver sificado par a dar cont a da com plexidade do am bient e e facilit ar o int er câm bio com as out r as ár eas; o especialisout a não foi declar ado desnecessár io, m as ele pr ecisa com -por com out r os saber es.

Um ou t r o pon t o in con t or n áv el n est a qu est ão diz r espeit o ao desen v olv i-m ent o de habilidades que per i-m it ai-m ui-m t r ânsit o i-m ais fácil ent r e os diver sos gr u-pos sociais. A pr ópr ia for m ação das cr ianças de hoj e incent iv a a int er ação com m últ iplos indiv íduos e gr upos, com eçando pela v ar iedade de colegas na cr eche at é as am izades vir t uais, o que im plica em um t ipo de educação que busca dot á-las de um m aior t r aquej o social, m aior es habilidades com unicat ivas e desem bar a-ço em r elação ao novo ou ao desconhecido.

Or a, t odas essas car act er íst icas são im por t an t es qu an do f alam os n o de-senvolvim ent o de um a m ent alidade int er cult ur al, ou sej a, favor ecer um a sensibili-dade par a acolher o out r o ( ser um bom anfit r ião) e ao m esm o t em po r espeit ar a cult ura do out r o que o acolhe ( ser um bom hóspede) . Vale, pois, r essalt ar que a m obilidade cognit iv a se r efer e a um a dupla pr oblem át ica com um nascida de um encont r o que exige adapt ação: de um lado, o deslocam ent o par a for a ( ir par a o est r angeir o) ; de out r o lado, um m ovim ent o int er no de incor por ação do novo que chega ( r eceber o est r angeir o) . Nesse sent ido, a m obilidade assum e a plur alidade de m undos e de cult ur as e t r ansgr ide um univer so de cer t ezas est abelecidas.

À Guisa de Conclusão:

rumo a uma gestão intercultural

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gest ão int er cult ur al nas or ganizações. Nov as abor dagens est ão sur gindo à m edi-da que o cenár io r eclam a novos olhar es; pesquisas consagr aedi-das for am cr it icaedi-das e m ét odos de análise t êm sido r efinados, r eflet indo a aber t ur a que car act er iza esse cam po em const r ução.

No Br asil, t ais est udos t am bém são r ecent es, m as j á ex ist em algum as t r i-lhas que m er ecem ser apr ofundadas e que podem cont r ibuir par a a análise da conv iv ência int er cult ur al em or ganizações br asileir as nat as e nat ur alizadas. Não pret endem os, aqui, t raçar a evolução recent e desses est udos no país, no ent ant o, m encionar em os algum as cont r ibuições m ais m ar cant es que t êm analisado a influ-ência de t r aços da cult ur a br asileir a no est ilo de gest ão desenvolvido em or gani-zações sit uadas t ant o abaix o com o acim a desses t r ópicos.

Mot t a e Caldas ( 1 9 9 7 ) or ganizar am o pr im eir o gr ande esfor ço acadêm ico em analisar t r aços da cult ur a br asileir a e a sua influência na vida or ganizacional, par t indo de div er sas per spect iv as que consider am desde a her ança das m at r izes indígena, negr a e por t uguesa com o definidor a de v alor es incor por ados nos com -por t am en t os or gan izacion ais, at é a an álise de t ipos or gan izacion ais especif ica-m ent e br asileir os, expr essos nuica-m a escola de saica-m ba ou na or ganização de t or cida de t im e de fut ebol. Bar bosa ( 1999) , que j á havia est udado o j eit inho br asileir o e seus cont or nos ( 1992) , cent r a a sua at enção na avaliação de desem penho pr ofis-sional e elabor a um est udo com par at iv o sobr e o t em a nas sociedades br asileir a, nor t e- am er icana e j aponesa. Bar r os e Pr at es ( 1996) int er r ogam sobr e a exist ên-cia de um est ilo br asileir o de adm inist r ar influenên-ciado por car act er íst icas com o per sonalism o, for m alism o, j eit inho et c; ao passo que Am ado e Br asil ( 1991) t r aba-lham com um a est r ut ur a sem elhant e par a discut ir os im pact os cult ur ais nacionais nos est ilos de negociação m anifest ados por br asileir os, nor t e- am er icanos e fr an-ceses. A n egociação in f lu en ciada pela cu lt u r a é, t am bém , an alisada por Cost a ( 2005) , enquant o a influência cult ur al na lider ança pode ser encont r ada em Dant as ( 2000) e Tor r es e Fer dm an ( 2002) . Fleur y e Fleur y ( 1997) desenvolvem pesquisa com par at iva sobr e a apr endizagem e a inovação ent r e em pr esas na Cor éia, Japão e Br asil. Rodr igues ( 2001) or ganiza o debat e em t or no da com pet ição e das alian-ças est r at égicas int er nacionais feit as por algum as em pr esas br asileir as. Est udos sobr e expat r iação de pr ofissionais par a o Br asil são encont r ados em Fr eit as ( 2000) , Tr evisan ( 2001) , Mat os ( 2002) e Bueno ( 2004) , ao passo que expat r iados brasilei-r os no ext ebrasilei-r iobrasilei-r são analisados pobrasilei-r Fbrasilei-r eit as ( 2005) , na Fbrasilei-r ança, e pobrasilei-r Malagut i ( 2006) , n os EUA. A t en t at iv a d e t eor ização sob r e a m ob ilid ad e com o u m n ov o v alor or ganizacional est á sendo em pr eendida por Fr eit as ( 2005, 2006) .

A gest ão int er cult ur al é um cam po novo m esm o no seu ber ço eur opeu; por ém , é cada vez m ais cpor escent e o int epor esse de acadêm icos e ppor ofissionais do m epor -cado por cur sos, palest r as, sem inár ios e aconselham ent o que levem em conside-r ação est es e ou t conside-r os t em as conside-r elacion ados. As pesqu isas acim a n ão esgot am os cam inhos per cor r idos at é agor a na ár ea, m as sinalizam os t ipos de análise r eali-zados n o Br asil, con sider ando peculiar idades da con v iv ência ent r e br asileir os e est r angeir os em am bient es de t r abalho cada v ez m ais het er ogêneos e espalha-dos em difer ent es r egiões ou países. Ainda que esses pesquisador es se inspir em em bibliogr afia par cialm ent e est r angeir a, é inegável a sua cont r ibuição par a um a leit ur a int er cult ur al pr ópr ia, pois t êm nos br asileir os o out r o lado da int er ação.

O que nos par ece ev ident e é que a im por t ância do aspect o int er cult ur al, t ant o na v ida social quant o no univ er so or ganizacional, j á se im pôs. O cot idiano de adm inist r ador es pr iv ados e públicos est á m ar cado pela necessidade de com -pr eensão e gest ão do int er cult ur al, -pr esent e nas r elações ent r e difer ent es cult u-r as u-r egionais ou nacionais; no u-r ecebim ent o ou na ex pat u-r iação de pu-r ofissionais; nos invest im ent os em unidades for a da or igem ; na par t icipação de consór cios ou alianças est r at égicas com par ceir os de difer ent es nacionalidades; ou, ainda, nas negociações par a com pr a ou v enda for a das suas fr ont eir as.

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pr oblem as qu an do ign or ada ou n egligen ciada. A r edu ção de r iscos e f r acassos pode ser frut o de análises financeiras e m ercadológicas cuidadosas, m as, t am bém , pode ser conseqüência da com pr eensão de aspect os cult ur ais, r eligiosos, fam ilia-r es, hist óilia-r icos, ideológicos, geogilia-r áficos e clim át icos que afet am os cost um es e os m odos dos hom ens pensar em e viver em a vida e o t r abalho. As sociedades dife-r em em função do que am am , det est am , fest ej am e sonham . I gnodife-r adife-r as difedife-r en-ças cult ur ais nos pr ocessos or ganizacionais pode t er um alt o cust o em um cenár io em que t odo er r o t ende a ser dur am ent e cast igado.

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