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Sexualidade e o adolescente com deficiência mental: uma revisão bibliográfica.

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Sexualidade e o adolescente com deficiência

mental: uma revisão bibliográfica

Sexuality and adolescents with m ental

disability: a review

1 Instituto Fernandes Figueira, Fiocruz. Av. Rui Barbosa 716, 2oandar, 22250-020, Rio de Janeiro RJ olgab@iff.fiocruz.br Olga Maria Bastos 1 Suely Ferreira Deslan des 1

Abstract The objective of this article is to discuss the sexuality of the mentally retarded adolescent and its consequences within the family. It is based on articles from Birem e, written from 1990 to 2003, related to the sexuality of the adolescents with intellectual disability, as well as the impacts of the adolescence period on the family. The arti-cles show that during this period of development, the parents of the adolescents with intellectual disability face challenges regarding their chil-dren’s social integration, with the genital sexual awakening being of greatest concern. The papers reinforce that there is still a great deal of preju-dice regarding sexuality. It is also clear that par-ents are uncom fortable dealing with, and even fear, the sexual expression of the adolescents with intellectual disability, especially m asturbation. The fear of sexual abuse and potential pregnancy raises the issue of contraception of the girls with m ental disability, including definitive steriliza-tion. Further readings on the subject state that the development of sexuality happens both in adoles-cents with mental disorders or not, however there are attributes that differentiate both groups. W e conclude that ample discussion on issues of sexu-ality with parents and mentally retarded adoles-cents is likely to contribute to a less risky and stig-matized sexuality, consequently more satisfactory.

Key wo rds Intellectual disability, Adolescence, Sexuality, Sexual abuse

Resumo Com o objetivo de discutir a sexualida-de sexualida-de adolescentes com sexualida-deficiência mental e as re-percussões fam iliares do adolescer, realizou-se uma revisão bibliográfica a partir da base de da-dos da Bireme, analisando a produção de 1990 a 2003 sobre o tem a. Os artigos m ostram que os pais se deparam com novos desafios para a inte-gração social dos seus filhos com deficiência men-tal quando estes chegam à adolescência, especial-m ente coespecial-m o despertar de sua sexualidade geni-tal. Os trabalhos corroboram que os preconceitos no cam po da sexualidade ainda estão presentes. Fica evidente o tem or diante das m anifestações sexuais desses adolescentes, como a masturbação, e a dificuldade dos pais em lidar com a situação. Pelo receio do abuso sexual e da gravidez decor-rente, métodos contraceptivos, inclusive a esterili-zação, são discutidos. A revisão da literatura in-dica, enfim, que o desenvolvimento da sexualida-de se dá igualm ente nos adolescentes com e sem deficiência, m as são atribuídas representações distintas aos dois grupos. Concluise que a am -pliação do debate aos pais e adolescentes com de-ficiência pode contribuir para que eles tenham um a vivência da sexualidade com m enos estig-mas, menos exposta a riscos e, conseqüentemente, mais satisfatória.

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Introdução

O adolescer das pessoas com deficiência m en -tal é um tema escassamente tratado pela litera-tura. Entretanto, a grande m aioria dos indiví-duos com deficiência mental chega à puberda-de, com a conseqüente maturação sexual, como os dem ais adolescentes sem deficiência. Ainda vigora o sen so com um de que as pessoas com deficiência mental não teriam esta etapa do seu desenvolvimento, pois as mudanças físicas não corresponderiam às psicossociais.

Entre todas as modificações que se apresen-tam nesta etapa da vida, destacam-se aquelas re-lacionadas à sexualidade. Até então auto-eróti-ca, a sexualidade sofre transformações do pon-to de vista qualitativo, e os adolescen tes com deficiência m ental, na dependência do seu ní-vel de com prom etim en to, assim com o os que n ão têm deficiên cia, sen tem -se estim ulados a buscar satisfações amorosas e genitais.

O desen volvim en to da sexualidade é um a etapa fun dam en tal do ser hum an o. Acredita-mos que a disseminação da informação sobre a questão é um dos elementos contribuintes para que alguns tabus sejam revistos, e conseqüen -tem ente seu exercício seja possível, saudável e seguro. Para isto, este debate precisa ser imple-m en tado imple-m ais aimple-m plaimple-m en te n a sociedade, eimple-m especial n as fam ílias, qu e en con tram dificu l-dades para a discussão do assunto com seus fi-lhos adolescentes, principalmente quando eles têm deficiência mental. Um dos entraves para a discussão da sexualidade das pessoas com defi-ciên cia se deve à quase in existên cia de relatos de experiên cia sobre o assun to. Esta ausên cia talvez se relacione aos preconceitos e à discri-minação ainda presentes, que muitas vezes sus-tentam a idéia de que eles não têm o direito de exercer a sua sexualidade.

Conhecer o estado da arte da reflexão sobre a sexualidade do adolescen te com deficiên cia m en tal pode con tribuir para o en ten dim en to destas questões. Um m aior con hecim en to da tem ática pelos profission ais da saúde pode se refletir em uma melhor abordagem, tanto com os familiares quanto com os adolescentes, favorecendo o cum prim ento dos seus direitos, in -cluindo os sexuais.

Este estudo tem com o objetivo an alisar o conteúdo da produção bibliográfica na área da saúde sobre a sexualidade dos adolescentes com deficiência mental, no período de 14 anos, identificando aspectos tidos como relevantes. Den -tre estes, destacam os: 1) o adolescer na pessoa

com deficiência mental e sua repercussão para os familiares; 2) a sexualidade dos adolescentes com deficiên cia m en tal; 3) as repercussões e reações relacionadas à prática desta sexualida-de. A discussão sobre o abuso sexual tam bém será considerada, tendo em vista a importância do tema.

Metodologia

O presente trabalho utiliza o referencial da pes-quisa bibliográfica, entendida como o ato de in-dagar e de buscar inform ações sobre determ i-nado assunto, através de um levantamento rea-lizado em base de dados nacionais e estrangei-ros, com o objetivo de detectar o que existe de consenso ou de polêm ico no estado da arte da literatura (Biblioteca Central da Universidade de Brasília < http://www.bce.unb.br/serviços/ pesq_bibliografica.php>).

Com este propósito foi efetuada um a revi-são das publicações na área de saúde através da Biblioteca Virtual Bireme, tendo sido consulta-das as bases de dados Medline, Adolec e Scielo. Som en te os artigos foram selecion ados, devi-do à sua maior circulação no meio acadêmico e profissional. Assim , as dissertações e teses não com puseram o acervo. O período da pesquisa foi de 1990 a 2003. Este recorte tem poral foi operado devido ao fato de, na década de 1990, ter se iniciado a atenção sistem atizada à saúde dos adolescen tes n a Am érica Latin a, além de ter sido uma época na qual as investigações so-bre as práticas e representações soso-bre sexuali-dade sofreram forte impulso decorrente, entre outros fatores, pela epidemia da Aids.

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Contudo, ao se acrescentar a palavra “sexua-lidade” à referida chave de busca, este número foi reduzido para 9. Na base Adolec foram en -con tradas 90 publicações com a chave in icial, das quais som ente 5 abordavam a sexualidade deste grupo da população. No Scielo n ão foi encontrada nenhuma publicação utilizando es-ta chave de busca.

Visan do am pliar o debate e discutir as re-percussões psicossociais e familiares do adoles-cer com deficiência m ental, foi acrescentada à busca a chave “retardo mental – adolescência – família”. E, ao serem selecionados os que discu-tiam exclusivam ente esses aspectos, foram lo-calizados 13 artigos.

Com essa metodologia foram acessadas so-mente 21 destas publicações, já que nem todas as revistas referidas estavam disponíveis, mesmo pelo Com ut. Algun s artigos in icialm en te pes-quisados não fizeram parte desta revisão, pois traziam como objeto de estudo, adultos com de-ficiência mental, doentes psiquiátricos de uma maneira geral, ou especificamente, pessoas com autismo. No quadro 1 encontra-se a caracteri-zação do acervo estu dado segu n do o autor, o ano da publicação e a metodologia adotada.

Para apoiar a discussão dos referidos textos foram incorporadas publicações de outras fon-tes, que abordavam aspectos da adolescência e da sexualidade, de um modo geral. Este acervo secundário foi empregado para fomentar a re-flexão acerca da produção analisada.

Existem con trovérsias quan to à classifica-ção das pessoas com deficiência mental, e estu-dos epidem iológicos in dicam qu e 85 % des-ses indivíduos não apresentam um comprome-tim ento que seja im peditivo para o estabeleci-mento de relações sociais (Ballone, 2001). Pro-vavelm ente, a m aior parte das argum entações dos autores se refere a esse grupo, e por isto, so-mente faremos referências aos diferentes níveis de deficiência à m edida que forem destacados nos artigos.

Os artigos foram an alisados segu in do as perspectivas da análise temática (Minayo, 1993), sendo inicialmente procedida a leitura flutuan-te de todo acervo, a identificação dos eixos flutuan- te-m áticos e aferidos seus respectivos núcleos de sentido. O corpusanalisado também foi submetido à classificação do tipo de metodologia em -pregada em cada artigo.

Quadro 1

Caracterização do acervo de revisão, segundo autor, ano e metodologia adotada, 1990- 2003.

Tema Autor/Ano Tipo de Estudo

Sexualidade 1) Ribeiro & Nepomuceno, 1992 1) Estudo qualitativo 2) MacKinlay et al., 1996 2) Estudo epidemiológico 3) Konstantareas & Lunsky, 1997 3) Estudo epidemiológico 4) Waldaman et al., 1999 4) Ensaio teórico 5) MacConkey & Ryan, 2001 5) Estudo epidemiológico

6) Reeve, 2001 6) Ensaio teórico

Sexualidade / Contracepção / 1) Cruz et al., 1994 1) Estudo epidemiológico Esterilização 2) Heller & Jeanmonod, 2000 2) Revisão

3) Alvin et al., 2002 3) Ensaio teórico

Sexualidade / Abuso sexual 1) Tharinger et al., 1990 1) Ensaio teórico 2) Adams et al., 1995 2) Estudo epidemiológico 3) Strickler, 2001 3) Ensaio teórico 4) Balogh et al., 2002 4) Estudo epidemiológico

5) Groce, 2003 5) Ensaio teórico

Repercussões familiares 1) Aramayo, 1993 1) Estudo epidemiológico e psicossociais (adaptação, 2) Rimmerman & Duvdevani, 1996 2) Estudo epidemiológico relação pais/filhos, 3) Hannah & Midlarsky, 1999 3) Estudo epidemiológico autonomia, discriminação) 4) Bramston & Fogart, 2000 4) Estudo epidemiológico

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Resultados e discussão

Adolescer com deficiência mental e as implicações familiares

Existem diferentes definições para adolcência, mas todas contemplam o fato de que es-ta é uma ees-tapa do processo de crescimento e de-senvolvim ento hum ano na qual ocorrem m o-dificações rápidas e importantes nos corpos in-fantis, assim como no estilo de vida. Nesta fase são estabelecidas novas relações e novos modos de pensar e de se comportar, que serão respon-sáveis por redefinições de identidades e partici-pação no mundo externo, assim como também dem arcam outras form as de inserção na fam í-lia (Mandú, 2001). É o início do caminho para a autonomia da vida adulta.

Como, de um modo geral, o indivíduo com deficiência m ental apresenta m ais dificuldade em adqu irir habilidades e com petên cias qu e propiciem um a m aior auton om ia, cabe in da-gar se a adolescência teria o mesmo significado para eles. Rim m erm an & Du vdevan i (1996) avaliam que os pais sofrem m aior sobrecarga física e emocional para cuidar do filho com de-ficiência mental, dado que passam a apresentar uma demanda diferenciada.

A form a de a fam ília reagir a esse estresse pode ser um fator facilitador ou prejudicial ao desenvolvim ento do adolescente. A atitude da família interfere no processo de inclusão e nas defesas contra a discrim inação, em um perío-do crítico para o desenvolvimento e estrutura-ção da person alidade. É dela gran de parte da respon sabilidade em propiciar que o filho estabeleça relação com outras pessoas, integran -do-se a grupos sociais diversos, uma vez que o adolescen te com deficiên cia, por suas lim ita-ções e a depender do grau de comprometimen-to apresentam poucas habilidades e competên-cias tendo dificuldade de se separar dos pais e fazer amigos (Néri et al., 2003).

Glat & Freitas (2002) argum entam que al-guns pais, por conta de um a relação de m útua depen dên cia, prejudicam o desen volvim en to emocional dos filhos. Em outras famílias, a dor ao reconhecer um filho com deficiência, pode produzir um efeito agregador, fortalecendo os laços familiares, contribuindo para um melhor desenvolvimento da criança (Cavalcante, 2001). A literatu ra pesqu isada apon ta qu e a pre-sença de um filho com deficiência também po-de, em algumas famílias, proporcionar um alto n ível de respon sabilidade, com petên cia e

dis-cernimento. Dentre os fatores que interferem na form a desta reação, são destacados o nível so-cioeconômico das famílias e a presença de uma rede fam iliar de apoio (H an n ah & Midlarsky, 1999).

Hannah & Midlarsky (1999), em relação ao im pacto fam iliar diante de um filho com defi-ciência, observam que na dependência do nível socioecon ôm ico dos pais, as questões que os preocupam podem ser distintas. Para algum as fam ílias de classe m édia a deficiên cia m en tal pode ser encarada com o um fator que vai im -pedir a aquisição de conhecimento de seu filho, e desta forma limitar sua ascensão social. Já pa-ra os das classes populares, mesmo que exista a preocupação com o futuro, os empecilhos ime-diatos são os que mais os preocupam, pois dispõem de recursos limitados, que podem ser in -suficientes às necessidades do filho.

Tam bém se recon hece que o desen volvi-mento do indivíduo está intimamente relacio-n ado à adaptação de su a fam ília diarelacio-n te da si-tuação. E esta, com o apoio dos recursos dispo-n íveis, im prim e seus valores, credispo-n ças e m etas no processo de acomodação ao meio, de forma a organizar sua rotina (Aramayo, 1993).

A literatura também aponta que o bem-es-tar dos pais tem sido pouco considerado, ape-sar de serem tão afetados quanto seus filhos no processo de transição da infância à adolescên -cia. E, se o sucesso desta passagem é influencia-do por características in dividuais, tais com o idade, gênero, saúde física e mental, as influên-cias do meio sócio-familiar e da cultura são ti-dos com o especialm en te relevan tes (Blacher, 2001).

Há expectativa cultural que ao final da adolescência o indivíduo tenha definido sua iden -tidade sexual, desenvolvido relações pessoais e esteja no caminho para adquirir independência financeira e social. Os autores do acervo refltem que de acordo com o grau de com prom etim ento do adolescente com deficiência m en tal, ele pode estar mais vulnerável e dependen -te que seus pares sem deficiência (Mckinlay et al., 1996), acarretando frustrações a seus pais.

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quirida um a m aior independência, favorecen -do uma inserção melhor na sociedade e contri-buindo de form a positiva na sua qualidade de vida. Tam bém se destaca a im portância da in -clusão na escola com o um outro fator im por-tan te para o desen volvim en to social. Algun s au tores defen dem qu e a socialização se dá de modo mais eficaz quando os adolescentes com deficiência m ental são integrantes de um pro-cesso educacional normal, quando comparado aos que freqüentam escola especial (Kennedy, 2001).

Outro tema debatido pela literatura é o pre-conceito e a discrim inação a que são subm eti-dos os adolescentes com deficiência mental. Na sociedade ocidental, o indivíduo com qualquer deficiên cia, sofre as con seqü ên cias da discri-m inação, pois esta diferença é entendida codiscri-mo sin al de in ferioridade, de sobressair de form a “negativa” na m ultidão. A diferença transfor-m a-se etransfor-m desigualdade, colocan do-o etransfor-m des-vantagem em relação aos dem ais m em bros da sociedade (Mon tan ari, 1999). Silva & Dessen (2001) chegam a afirm ar que certos pais, evi-tando o confronto com o preconceito, acabam por limitar as atividades socioculturais de seus filhos com deficiência, dificultando ainda mais o desenvolvimento deles.

Adolescente com deficiência mental e a sexualidade

O desenvolvimento da sexualidade está vin-culado ao desenvolvimento integral do indiví-duo, sendo considerado um elemento constitu-tivo da personalidade. A sua manifestação trans-cende sua base biológica, estando predominan-tem ente dem arcada por valores socioculturais (Basso, 1991). Esse desen volvim en to se in icia na infância, mas é na adolescência que se ope-ram m udan ças físicas e psicossociais destin a-das a dar à vida sexual infantil sua forma adul-ta (Gomes, 1996).

Como alguns autores observam, ocorreram mudanças no comportamento sexual ocidental nos últimos anos, incluindo novas representa-ções e práticas sobre sexualidade (H eilborn & Brandão, 1999; Loyola, 1999). Pode ser consta-tada um a m aior aceitação à prática m asturba-tória e um a dim inuição da valorização da vir-gindade, refletindo uma atitude mais libertária nessa área (Parker, 1991). Mas, estas modificções não atingiram igualm ente todas as cam a-das da população (Desser, 1993). As pessoas com deficiên cia m en tal fazem parte do grupo

que não se beneficiou com as mudanças na área da sexualidade. Muito freqüentem ente, aspec-tos relacionados ao desabrochar da sexualidade dos adolescen tes com deficiên cia m en tal tra-zem preocupações aos pais e à sociedade, de um modo geral, traduzida por atitudes repres-soras e discriminatórias, que impedem um de-senvolvimento mais pleno do indivíduo.

Para Giam i (2000), há u m im agin ário so-cial que constrói a sexualidade da pessoa com deficiência m ental a partir de um conjunto de representações relativas à m onstruosidade e à an orm alidade, fican do a cargo das fam ílias e dos profissionais da educação o controle de sua m an ifestação. Esse sistem a de represen tações con duz a sexualidade das pessoas com defici-ência ao estado de natureza, no qual sua sexua-lidade aparece difícil de ser educada e controla-da. Havendo a possibilidade deste descontrole, iriam inevitavelm ente exercer práticas sexuais consideradas socialm ente inadequadas. O au -tor reflete que estes preconceitos podem estar ocorrendo como conseqüência do desconheci-m ento de questões que dizedesconheci-m respeito aos as-pectos do desenvolvimento desse grupo da po-pulação.

Pela apreciação das publicações pesquisa-das sobre a sexualidade do indivíduo com defi-ciência mental, a partir da década de 1990, fica evidente que os preconceitos ainda estão presen tes e de form a m u ito in ten sa. Essas apon -tam, principalmente, as preocupações dos pais quanto às manifestações sexuais de seus filhos, a utilização de m étodos contraceptivos e o te-mor quanto ao abuso sexual.

A literatura do acervo an alisa que m uitos pais e educadores, assim com o outros setores da sociedade, negam a sexualidade dos adoles-centes com deficiência m ental. Muitos pais os consideram, pela sua inocência sexual, eternas crianças. Mas, existem outros que enfatizam um com portam ento de exacerbação da sexualida-de, que n ecessitaria de um con trole por parte de seus responsáveis (Giami, 2000). Não existe um reconhecimento dos direitos da manifesta-ção da sexualidade das pessoas com deficiência mental, sendo lhes dadas poucas possibilidades de com preen der as em oções despertadas por ela, e conseqüentemente, dificultando a explo-ração da sua curiosidade sexual (Tharin ger et al., 1990).

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pri-vilegiada para se in iciar o m ovim en to de ga-rantia desses direitos. Nesta etapa do desenvol-vimento é importante a inserção em atividades que prom ovam m aiores habilidades e com pe-tências, que resultarão na form ação de indiví-duos mais autônomos, com maior responsabi-lidade e possibiresponsabi-lidades de escolhas, contribuin-do para que o exercício da sexualidade se dê de forma mais satisfatória e protegida.

O exercício da sexualidade do adolescente com deficiência mental

As m odificações físicas próprias da puber-dade acon tecem n aturalm en te para a m aioria das pessoas com deficiência mental. Paralelo a este desenvolvim ento são observadas m udan -ças psicossociais, nas quais se detectam altera-ções no comportamento do adolescente, tanto na família como nas relações sociais. Conside-ra-se que este conjunto de m udanças seja res-pon sável pelo despertar da sexualidade, n ão existin do evidên cias n a literatura con sultada, de que à deficiência intelectual corresponda um déficit sexual (Reeve, 2001).

Os adolescen tes percebem a possibilidade de erotização e da obtenção de prazer pelo se-xo. Mas, com o observado no acervo pesquisa-do, alguns adolescentes com deficiência mental não sabem bem como lidar com estas novas sen-sações, poden do ser difícil o con trole de seus impulsos sexuais. Assim como os adolescentes sem deficiência, muitas vezes eles descobrem a satisfação que a área genital pode lhes oferecer, através da m asturbação. Entretanto, não raro, esta é uma prática observada pelos adolescentes com deficiência sem que busquem a privacida-de, o que pode gerar um grande desgaste emocion al para a fam ília. No en tan to, n a depen -dência do seu nível de comprometimento mental e, principalmente, de acordo com as orien -tações recebidas pelos fam iliares, m uitos ado-lescen tes apresen tam a capacidade de exercer esta prática reservadam en te (Waldm an et al., 1999).

Alguns autores do acervo, com o Waldm an et al. (1999), evidenciaram que ao serem flagra-dos em situações consideradas socialmente ina-dequadas, tais como a masturbação, eles são severamente repreendidos. Esta conduta foi tam -bém observada por Ribeiro & Nepom u cen o (1992) qu an do estu daram o com portam en to dos educadores e funcionários de uma institui-ção para adolescen tes com deficiên cia, dian te de situações envolvendo o exercício da

sexuali-dade. Esses pesquisadores detectaram que os adolescentes institucionalizados são subm eti-dos a padrões com portam en tais que con side-ram rígidos e m oralistas, que em nada contri-bui para a descoberta da sexualidade, m as sim in cutin do sen tim en tos de culpa e vergon ha. Entrevistando pessoas que trabalham em servi-ços para adolescentes e jovens com deficiência mental, McConkey & Ryan (2001) constataram que esses profission ais n ão receberam trein a-mento para lidar com as questões de sexualida-de que surgiam, sendo as suas condutas ditadas por iniciativa própria, com a possibilidade de conseqüências inadequadas aos indivíduos.

O onanismo exacerbado no indivíduo com deficiência m ental, um a observação freqüente de pais e educadores, pode ser um a form a de chamar a atenção sobre si, ou simplesmente um m odo de com pensar um a existência insatisfa-tória ou mesmo expressar a dificuldade que al-gun s pais podem ter de dar lim ites aos filhos (Glat & Freitas, 2002). E, a literatura dem ons-tra que ao invés de enfrentar a situação, os pais geralm en te preferem ign orar o assun to, seja pela dificu ldade de lidar com o tem a ou por acreditarem que falar sobre sexualidade pode estim ular ainda m ais as m anifestações sexuais de seus filhos (Konstantareas & Lunsky, 1997).

Por outro lado, para alguns pais, o desper-tar do exercício da sexualidade pode funcionar com o um a m etáfora de saúde e de avanço, em oposição à deficiência (Cardoso, 2000). Se o fi-lho apresenta ejaculação, se a filha já tem mens-truação ou se demonstram algum interesse se-xual, eles avaliam que este comportamento está mais próximo dos demais adolescentes, e, por-tan to, seus filhos possuem um a m aior iden ti-dade com os jovens considerados normais.

Em relação à atividade sexual, um estudo do acervo observou que algun s pais acredita-vam que os filhos adolescentes não somente riam capazes de manter um relacionamento se-xual com responsabilidade, como eles também dem onstravam grande interesse nesta questão (McKinlay et al., 1996). Existem avaliações dis-cordan tes, n as quais os pais n ão recon hecem nos filhos nenhuma curiosidade sobre o assun-to. Como já assinalado, eles os comparam a um “anjo” pela sua inocência, avaliando que as suas relações são afetivas, com ausência de manifes-tações eróticas (Giami, 2000).

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lescentes sem deficiência. Suas expectativas re-cebem influência destas experiências, só que a oportun idade de desem pen há-la n ão é con si-derada pela sociedade, pois m uitos pais têm a preocupação de que seus filhos n ão sejam ca-pazes de controlar seu com portam ento, e que então possam ser explorados sexualmente.

Abuso sexual, contracepção e esterilização: debate polêmico

Os dados da literatu ra apon tam qu e são poucos os adolescentes com deficiência mental que se envolvem espontaneamente em uma re-lação sexual, apesar do receio dos pais. Portan-to, se a atividade sexual envolver outra pessoa, é im portan te ficar aten to qu an to à possibili-d apossibili-de possibili-de abuso sexual (Tharinger et al., 1990). Alvin et al. (2002) acreditam que eles são par-ticularm en te vuln eráveis ao abuso sexual por existir uma fronteira muito tênue entre afetivi-dade, sensualidade e sexualidade. Já para Groce (2003), esta m aior vulnerabilidade ao abuso e tam bém ao H IV/Aids estaria parcialm ente re-lacion ada ao fato de que as pessoas com defi-ciência mental dificilmente conseguem manter um a relação estável, por causa das sanções so-ciais, favorecendo o envolvimento com um nú-mero maior de parceiros eventuais. Essa situa-ção provavelm ente estaria restrita aos adolescen tes m ais velhos e aos adultos que apresen -tem um nível de autonomia que propicie a bus-ca de parceiros sexuais. O autor também lamen-ta a ausência de programas abrangentes de edu-cação sexual, assim com o de cam pan has para prevenção de HIV/Aids que atinjam às pessoas com deficiência.

Apesar da in egável vuln erabilidade destes adolescentes, principalmente nos que apresen -tam um nível maior de comprometimento, não existem dados que sustentem a proposição de que o abuso sexual seja mais provável de ocor-rer entre pessoas com deficiência (Balogh et al., 2001). Questiona-se se a inexistência de dados n ão seria con seqüên cia da ausên cia de detec-ção e den ú n cia do abu so porqu e, m u ito fre-qüentemente, os agressores estão entre seus fa-m iliares e cuidadores (Rifa-m fa-m erfa-m an &afa-mp; Duvde-vani, 1996; McKinlay et al., 1996; Waldman et al., 1999). Em um a con tribuição ao en ten di-m ento desta questão, Strickler (2001) assinala que esta maior suscetibilidade pode ser devido ao fato de que as pessoas com deficiência men-tal são condicionadas a acreditar que não têm controle algum sobre o que acontece e que,

por-tanto, não têm possibilidades de escolhas na sua vida. Outros autores defendem que em adoles-centes com deficiência que apresentam distúr-bios im portantes de conduta, este m aior risco pode estar associado a comportamentos sexuais considerados socialmente inadequados, como, por exem plo, o flerte sem censura e a m astur-bação repetitiva e pública (Adams et al., 1995). A maior dependência de terceiros pode ser um fator que se relacione, principalmente, ao abu-so sexual de pesabu-soas com m aior com prom eti-mento.

Diante da possibilidade do ato sexual, seja ele com consentim ento ou conseqüente à violência, surge a discussão sobre os métodos con -traceptivos para as adolescentes, inclusive com a utilização da esterilização definitiva. Dupras (2000) argumenta que a escolha pela laqueadu-ra de trompas pode ser uma atitude também de natureza política, se rem etendo aos princípios morais e de escolhas eugênicas da sociedade.

Algu n s artigos do período estu dado reve-lam que a laqueadura de trompas é um método controverso e problem ático em m ulheres com deficiên cia m en tal, pois ele pressupõe para a sua realização o consentimento livre e esclare-cido, difícil de ser obtido nesta situação (Heller & Jeanmonod, 2000). Mas, Cruz et al. (1994) re-latam experiências consideradas por eles bem-sucedidas quanto à esterilização definitiva em adolescen tes m ulheres, com a in existên cia de com plicações decorren tes, seja da própria ci-rurgia ou por distúrbios hormonais. Os autores justificam sua ação como uma forma de evitar a gravidez decorrente do abuso sexual, além de dim inuir a população susceptível ao abuso se-xual, pois consideram que os filhos dessas ado-lescentes estariam mais predispostos a ter pro-blemas de ordem física e mental. Contudo, eles não refletem sobre os aspectos psíquicos ou éti-cos envolvidos nesta questão, defendendo que só necessitariam do consentimento dos pais ou dos responsáveis legais para a realização da la-queadura.

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Considerações finais

A escassez dos trabalhos sobre a sexu alidade das pessoas com deficiência m ental, apesar da importância deste debate, nos permite questio-n ar se este fato questio-n ão se deve ao tem a ser aiquestio-n da revestido de preconceitos pela sociedade. Mos-tra tam bém a necessidade de novas pesquisas, que possam subsidiar uma discussão mais am -pla e consistente.

Mas, pode-se con siderar que já houve al-gum avanço na discussão, como fica evidencia-do nas críticas da maioria evidencia-dos autores evidencia-do acer-vo a atitudes mais conservadoras da sociedade. Alguns dados empíricos apresentados apontam para a possibilidade de m udanças, sendo cada vez m ais valorizada a fala da pessoa com defi-ciên cia m en tal, m esm o dian te da dificu ldade encontrada para a coleta de informações.

Como os artigos pesquisados demonstram, a construção da sexualidade do adolescente com deficiên cia m en tal se dá de diferen tes form as pelos fam iliares, pois assim com o algun s pais os julgam inocentes sexualmente, outros acham qu e eles têm a sexu alidade exacerbada. Estas diferenças talvez se associem a variações de

ida-de e gênero, à saúida-de física ou m ental além das influências dos valores e representações socio-culturais.

Predom in a n os artigos estudados a obser-vação de que existe um silêncio sobre a sexuali-dade dos in divídu os com deficiên cia m en tal, seja den tro da fam ília ou com ou tros adu ltos com quem convivem. Outro tema de destaque é em relação aos com portam en tos con sidera-dos socialmente inadequasidera-dos e o abuso sexual

Como revela a literatura, um grande núme-ro de adolescentes com deficiência mental apre-sen ta um com prom etim en to in telectual que não im pede a participação na discussão sobre sexualidade, se esta se der sem subterfúgios, de forma explícita.

Desta form a, torn a-se um desafio m odifi-car a visão sobre os projetos do exercício da se-xualidade dos que têm deficiência m ental, ge-ralm ente abordados pela sociedade a partir de um a visão negativa e pessim ista. É preciso va-lorizar os aspectos positivos e otimistas decor-rentes da prática sexual destes adolescentes, em detrimento dos preconceitos relativos ao exercício de sua sexualidade, contribuindo para en -riquecer sua existência.

Referências bibliográficas

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Artigo apresentado em 25/10/2004 Aprovado em 23/02/2005

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