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Hematologia e Imunologia Básica

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Academic year: 2022

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Indaial – 2020

H ematologia e

i munologia B ásica

Prof.a Liziara Silva Fraporti

1a Edição

(2)

Copyright © UNIASSELVI 2020

Elaboração:

Prof.a Liziara Silva Fraporti

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

Impresso por:

F838h

Fraporti, Liziara Silva

Hematologia e imunologia básica. / Liziara Silva Fraporti. – Indaial:

UNIASSELVI, 2020 216 p.; il.

ISBN 978-65-5663-016-8

1. Hematologia. - Brasil. 2. Imunologia. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 616.15

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a presentação

Olá, acadêmico! Vamos iniciar nossos estudos na disciplina de Hematologia e Imunologia Básica. Este livro está dividido em três unidades e, em cada uma delas, abordaremos assuntos distintos e específicos da Hematologia e Imunologia. Além disso, o livro apresentará a Hematologia e a Imunologia aos estudantes que nunca estudaram esse assunto.

O livro é organizado de maneira que seja fácil o entendimento, seguindo uma cronologia nos assuntos. Na primeira unidade, abordaremos a hematologia. A hematologia consiste no estudo das células sanguíneas. Nesta unidade apresentaremos como elas são formadas, suas características e funções.

Estudaremos também a importância da Hematologia na área biomédica.

Na segunda unidade, a abordagem será na Imunologia Básica, iremos aprender conceitos dentro da imunologia, vamos conhecer células que atuam na defesa imunológica do organismo. Também iremos aprender outros mecanismos importantes na defesa do nosso corpo humano, como os anticorpos, que são proteínas que atuam na defesa do nosso organismo, conferindo proteção.

O estudo da imunologia é muito importante dentro da área da saúde, é através do estudo da imunologia que entenderemos como o corpo humano está preparado para combater determinadas doenças; também é através da imunologia que entendemos o funcionamento das vacinas, que conferem a proteção contra determinadas enfermidades. É através dos exames imunológicos que o profissional da área da saúde pode identificar várias doenças que auxiliarão no diagnóstico, prevenção e a terapêutica de determinadas doenças.

Na terceira unidade, aprofundaremos o sistema imunológico, vamos aprender como o sistema de defesa reage diante de determinado microrganismo. Iremos aprender que, para cada tipo de microrganismo (bactérias, vírus, parasitas ou fungos), o sistema imunológico gera um tipo de resposta efetora específica para a sua eliminação. Nesta unidade, também iremos aprender sobre as alergias, hipersensibilidades e doenças autoimunes.

Você já deve ter ouvido falar que existem doenças em que nosso organismo começa a reagir contra ele mesmo! Nesta unidade, entenderemos como ocorrem esses mecanismos! E para finalizar o nosso estudo, aprenderemos sobre a imunologia dos transplantes, e como ocorre as rejeições.

Pronto para explorar esse universo fascinante da Hematologia e Imunologia? Será uma jornada de muito aprendizado e conhecimento! Bons Estudos!

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Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

NOTA

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

UNI

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Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá

contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

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Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!

LEMBRETE

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA ...1

TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS ...3

1 INTRODUÇÃO ...3

2 FISIOLOGIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO ...4

3 HEMATOPOESE ...4

4 ÓRGÃOS HEMATOPOIÉTICOS ...8

4.1 MEDULA ÓSSEA ...8

4.2 TIMO ...9

4.3 BAÇO ...9

4.4 LINFONODOS ...10

5 CÉLULAS SANGUÍNEAS MADURAS ...11

RESUMO DO TÓPICO 1...14

AUTOATIVIDADE ...15

TÓPICO 2 – SÉRIE ERITROCITÁRIA ...17

1 INTRODUÇÃO ...17

2 ERITROPOESE ...18

3 CARACTERÍSTICAS E FUNÇÃO DAS HEMÁCIAS ...19

4 HEMOGLOBINAS HUMANAS ...20

5 ANEMIAS ...22

5.1 ALTERAÇÕES ERITROCITÁRIAS ...22

RESUMO DO TÓPICO 2...27

AUTOATIVIDADE ...28

TÓPICO 3 – SÉRIE LEUCOCITÁRIA ...29

1 INTRODUÇÃO ...29

2 LEUCOPOESE ...30

2.1 GRANULÓCITOS ...30

2.2 AGRANULÓCITOS ...32

3 PRINCIPAIS ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS ...33

4 LEUCEMIAS ...34

RESUMO DO TÓPICO 3...39

AUTOATIVIDADE ...40

TÓPICO 4 – HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO ...41

1 INTRODUÇÃO ...41

2 PLAQUETAS E TROMBOCITOPOESE ...41

3 HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO ...43

4 DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA ...48

4.1 DISTÚRBIOS NA HEMOSTASIA PRIMÁRIA ...49

4.2 DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA SECUNDÁRIA (COAGULOPATIAS) ...49

LEITURA COMPLEMENTAR ...53

s umário

(8)

UNIDADE 2 – CONSIDERAÇÕES SOBRE À IMUNOLOGIA BÁSICA ...61

TÓPICO 1 – CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES ...63

1 INTRODUÇÃO ...63

2 CONHECENDO O SISTEMA IMUNE ...64

2.1 CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE ...66

2.2 MOLÉCULAS DO SISTEMA IMUNE ...74

2.3 TECIDOS LINFOIDES E SUAS FUNÇÕES ...75

3 RESPOSTAS IMUNOLÓGICAS ...78

3.1 IMUNIDADE INATA ...79

3.2 IMUNIDADE ADAPTATIVA ...86

RESUMO DO TÓPICO 1...90

AUTOATIVIDADE ...92

TÓPICO 2 – APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO ...95

1 INTRODUÇÃO ...95

2 ANTÍGENO E ANTICORPOS ...95

2.1 ANTICORPOS: ESTRUTURA, SÍNTESE E FUNÇÕES ...96

3 MEMÓRIA IMUNOLÓGICA ...100

4 SISTEMA COMPLEMENTO ...103

5 COMPLEXO DE HISTOCOMPATIBILIDADE ...112

5.1 PROCESSAMENTO E APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS ...114

RESUMO DO TÓPICO 2...117

AUTOATIVIDADE ...119

TÓPICO 3 – PROPRIEDADES GERAIS DA IMUNIDADE ADAPTATIVA ...121

1 INTRODUÇÃO ...121

2 IMUNIDADE CELULAR E MOLECULAR ...121

2.1 ATIVAÇÃO DOS LINFOCITOS T – IMUNIDADE CELULAR ...121

2.2 ATIVAÇÃO DOS LINFOCITOS B – IMUNIDADE HUMORAL ...127

LEITURA COMPLEMENTAR ...129

RESUMO DO TÓPICO 3...131

AUTOATIVIDADE ...132

UNIDADE 3 – IMUNOLOGIA APLICADA ...135

TÓPICO 1 – RESPOSTA IMUNOLÓGICA AOS MICRORGANISMOS ...137

1 INTRODUÇÃO ...137

2 IMUNIDADE AOS MICRORGANISMOS ...137

2.1 IMUNIDADE CONTRA BACTÉRIAS EXTRACELULARES ...138

2.2 IMUNIDADE CONTRA BACTÉRIAS INTRACELULARES ...142

2.3 IMUNIDADE CONTRA VÍRUS ...145

2.3.1 Vírus da imunodeficiência humana (HIV) ...148

2.4 IMUNIDADE CONTRA PARASITAS ...151

2.5 IMUNIDADE AOS FUNGOS ...155

RESUMO DO TÓPICO 1...157

AUTOATIVIDADE ...159

(9)

TÓPICO 2 – HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES ...163

1 INTRODUÇÃO ...163

2 DOENÇAS AUTOIMUNES: CONCEITOS ...163

2.1 CARACTERÍSTICAS IMUNOLÓGICAS DAS DOENÇAS AUTOIMUNES ...164

3 HIPERSENSIBILIDADES: MECANISMOS E CLASSIFICAÇÕES ...168

3.1 HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA: TIPO I ...168

3.1.1 Doenças relacionadas com a hipersensibilidade do Tipo I ...171

3.2 HIPERSENBILIDADE POR ANTICORPOS: TIPO II ...174

3.2.1 Doenças relacionadas à hipersensibilidade do Tipo II ...176

3.3 HIPERSENSIBILIDADE MEDIADA POR IMUNOCOMPLEXOS: TIPO III ...178

3.3.1 Doenças relacionadas com a hipersensibilidade do Tipo III ...179

3.4 HIPERSENSIBILIDADE POR CÉLULAS T: TIPO IV ...181

3.4.1 Doenças relacionadas com a hipersensibilidade do Tipo IV ...182

RESUMO DO TÓPICO 2...184

AUTOATIVIDADE ...185

TÓPICO 3 – IMUNOLOGIA E TRANSPLANTES ...187

1 INTRODUÇÃO ...187

2 TRANSPLANTES ...187

2.1 TIPOS DE TRANSPLANTES ...188

2.2 IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES ...189

2.3 REJEIÇÃO: TIPOS DE REJEIÇÃO E TRATAMENTOS ...192

LEITURA COMPLEMENTAR ...195

RESUMO DO TÓPICO 3...200

AUTOATIVIDADE ...201

REFERÊNCIAS ...203

(10)
(11)

UNIDADE 1

INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• conhecer os fundamentos da citologia sanguínea: órgãos hematopoiéticos, hematopoiese, constituição do sangue e principais características celulares;

• entender a série eritrocitária, as principais alterações das hemácias e as doenças a elas associadas e conhecer os principais tipos de anemias;

• estudar as células que compõem a série leucocitária, suas características e funções, desvios fisiológicos e patológicos e principais tipos de leucemias e linfomas;

• compreender os mecanismos de hemostasia e coagulação sanguínea, as principais alterações envolvidas e suas implicações clínicas;

• capacitar o aluno da fundamentação teórica necessária para a futura execução de procedimentos laboratoriais para o diagnóstico clínico.

Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS TÓPICO 2 – SÉRIE ERITROCITÁRIA

TÓPICO 3 – SÉRIE LEUCOCITÁRIA

TÓPICO 4 – HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO

CHAMADA

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TÓPICO 1

UNIDADE 1

INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS

1 INTRODUÇÃO

Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à primeira unidade do nosso Livro Didático em Hematologia e Imunologia Básica! Nesta primeira unidade focaremos nos conteúdos da disciplina de Hematologia e, nas duas unidades seguintes, abordaremos os assuntos de Imunologia e Reações de Hipersensibilidade, respectivamente.

A Hematologia é a especialidade clínica que estuda os componentes do sangue, principalmente, as células sanguíneas e os órgãos onde o sangue é produzido, que são chamados de órgãos hematopoiéticos. O sangue é composto por elementos celulares (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) e por uma parte líquida denominada plasma, que é composta em mais de 90% de água, além de proteínas, eletrólitos e outras substâncias. Você sabia, acadêmico, que o volume de sangue corporal varia ao longo da vida? É isso mesmo! O volume de sangue existente no sistema circulatório é chamado volemia e tem relação com a idade, o peso e a massa corporal do indivíduo. Um adulto pode ter de 4 a 6 litros de sangue no organismo.

O sangue desempenha diversas funções vitais no nosso organismo, como o transporte de oxigênio, nutrientes, hormônios, fatores de coagulação e células de defesa, além da remoção de dióxido de carbono e outros resíduos do metabolismo. É por isso que o estudo da hematologia é tão importante para o profissional da área da saúde, em especial para o biomédico, pois é através do exame hematológico (conhecido como hemograma) que podemos identificar alterações no sangue periférico e relacioná-las com diversas doenças.

É importante ressaltar, acadêmico, que a hematologia é um assunto fascinante, mas também bastante complexo. Por isso, sua participação e comprometimento com a disciplina serão essenciais para o seu aprendizado.

Além do livro didático, procure ler as atividades de leituras complementares e fazer os exercícios de autoatividades para uma melhor fixação do assunto que será abordado neste tópico. Vamos lá?

(14)

UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

2 FISIOLOGIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO

O sangue é um tecido conjuntivo líquido que circula pelos vasos sanguíneos, sendo impulsionado, principalmente, pela ação de bombeamento do coração. Tem como função o transporte de nutrientes; transporte de oxigênio para as células; retira dos tecidos o dióxido de carbono e os resíduos metabólicos;

contém células e outras substâncias que combatem infecções; transporta hormônios e fármacos; é termorregulador. O sangue concentra o sistema de defesa do organismo contra doenças e a invasão de patógenos, participa do equilíbrio e da distribuição da água, regula o pH através do sistema de tampões, controla a coagulação sanguínea e regula a temperatura corporal. O sistema sanguíneo é formado por um conjunto complexo de transporte, que compreende os vasos sanguíneos e um sistema de bombeamento, o coração (HOFFBRAND, 2013). As funções do sistema circulatório estão representadas na Figura 1.

FIGURA 1 – FUNÇÕES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO

FONTE: <http://midia.atp.usp.br/imagens/redefor/EnsinoBiologia/Fisio/2011-2012/top06_fig01w.jpg>.

Acesso em: 28 fev. 2020.

3 HEMATOPOESE

De acordo com Abbas (2015), a hematopoese é responsável pela produção de todas as células do sangue. Esse processo ocorre, inicialmente, durante o desenvolvimento fetal nas ilhotas sanguíneas do saco vitelino e no mesênquima para-aórtico; depois, durante o desenvolvimento fetal se deslocam para o fígado entre o terceiro e quarto mês de gestação e, finalmente, se localizam na medula óssea. A medula óssea é o sítio mais importante a partir do 6º e 7º mês de vida fetal. Após o nascimento, a hematopoese ocorre principalmente na medula dos ossos chatos, e na puberdade, no esterno, nas vértebras dos ossos chatos, no osso ilíaco e nas costelas.

(15)

TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS

A hematopoese é um processo de produção, diferenciação e maturação das células sanguíneas, separados em: eritropoese, leucopoese e trombocitopoese.

De acordo com Hoffbrand (2013), a hematopoese inicia-se com uma célula tronco pluripotente, do inglês, stem cell, também conhecida como célula tronco hematopoiética (Figuras 2 e 3).

FIGURA 2 – CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

FONTE: <https://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/2014/12/20170313-celula- tronco2.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2020.

(16)

UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

As células-tronco podem ser classificadas, em função de sua origem, em embrionárias ou não embrionárias (células-tronco adultas e células-tronco de cordão umbilical) ou potencialidade, isto é, capacidade de diferenciação em totipotentes, pluripotentes e multipotentes.

As células totipotentes podem dar origem a qualquer tipo de célula ou de tecido que compõe o embrião e que o sustenta durante seu desenvolvimento uterino. A divisão das células totipotentes resulta na formação das células pluripotentes (células- tronco embrionárias), que se originam da massa interna do blastocisto (SCHWINDT et al., 2005; SILVA JÚNIOR et al., 2009) e são um pouco mais limitadas na sua diferenciação quando comparadas às células totipotentes. À medida que as células pluripotentes se especializam, passam a constituir tecidos específicos e tornam-se mais restritas, denominando-se multipotentes ou células-tronco adultas (células-tronco hematopoiéticas e mesenquimais), cuja função é a reparação e manutenção tecidual (SILVA JÚNIOR et al., 2009). As células-tronco de cordão umbilical compreendem um conjunto de células-tronco tipo-embrionárias e tipo-adultas, isto é, pluripotentes e multipotentes, respectivamente (NELSON et al., 2009).

DICAS

FIGURA 3 – PROPRIEDADES DAS CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS

FONTE: Hoffbrand (2013, p. 4)

As células-tronco hematopoiéticas têm a capacidade de autorrenovação, ou seja, também podem se diferenciar em diversas populações de células progenitoras que darão origem às principais linhagens celulares. A diferenciação das células- tronco hematopoiéticas é estimulada por substâncias chamadas citocinas, também conhecidas como Fatores de Crescimento ou Fatores Estimuladores de Colônias (CSF), produzidos por células do estroma medular e extramedular. É importante lembrar, acadêmico, que, para que a hematopoiese ocorra de forma

Autor- renovação

(a)

Multiplicação

Diferenciação

Células maduras

(b)

Células-tronco Células progenitoras

multipotentes Precursores

comprometidos

Figura1.3 (a) Com a diferenciação crescente, as células da medula óssea perdem a capacidade de autorreno- vação à medida que amadurecem. (b) Uma única célula-tronco produz, depois de múltiplas divisões (mostradas pelas linhas verticais), > 106 células maduras.

(17)

TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS

correta é necessário, como pré-requisito, a existência de um microambiente medular adequado que seja capaz de sintetizar os fatores de crescimento ou fatores estimuladores de colônias necessários para a sobrevivência das células progenitoras e para a sua diferenciação. Quando a medula óssea é danificada ou quando uma demanda excepcional para a produção de novas células sanguíneas ocorre, o fígado e o baço frequentemente se tornam locais de hematopoese extramedular (HOFFBRAND, 2013).

Em termos celulares, diante de estímulos dados pelos fatores de crescimento hematopoiético, as células-tronco hematopoiéticas se diferenciam em células-tronco multipotentes, ainda capazes de se diferenciar em todas as células sanguíneas. Essas células multipotentes, por sua vez, se diferenciam em células progenitoras comprometidas com uma das linhagens celulares que darão origem às células sanguíneas maduras. Existem dois tipos de células progenitoras: progenitores linfoides, células comprometidas com a linhagem linfoide responsáveis pela formação dos linfócitos T e B; e progenitores mieloides, células comprometidas com a linhagem mieloide responsáveis pela formação dos eritrócitos, granulócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos) e monócitos. Na Figura 4, podemos observar a hematopoese e o desenvolvimento das principais linhagens sanguíneas (HOFFBRAND, 2013).

FIGURA 4 – HEMATOPOESE

Autor-

-renovação cKIT+

Sca-1+ LIN–

Célula-tronco hematopoética

Progenitor multipotente

Células-troncoPrecursores comprometidos

Precursores tardios e formas maduras Célula

pró-B Célula pró-T

Célula pré-B Célula

pré-T Linfopoiese

CFU-Mix CFU-b/M/E

CFU-G CFU-M CFU-eo CFU-b CFU-Mg CFU-E

Célula em divisão (p. ex.: receptor para eritropoietina Receptores para fator de crescimento independentes de linhagens

Mieloblasto MonoblastoEosinófilo imaturo Basófilo

imaturo Megacari-

oblasto Eritroblasto

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UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

4 ÓRGÃOS HEMATOPOIÉTICOS

Os órgãos hematopoiéticos são órgãos responsáveis pela produção, diferenciação e maturação das células sanguíneas. Também são conhecidos como órgãos linfoides ou tecidos linfoides. Os órgãos hematopoiéticos podem ser classificados como órgãos geradores ou órgãos linfoides primários e órgãos periféricos ou órgãos linfoides secundários. Os órgãos linfoides primários são responsáveis pela produção das células, onde ocorre a diferenciação e maturação celular, e compreendem a medula óssea (responsável pela produção de todas as células sanguíneas) e o timo (responsável pela maturação dos linfócitos T).

Já os órgãos periféricos ou órgãos linfoides secundários são órgãos de defesa, onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas, e incluem o baço, os linfonodos, o sistema imunológico cutâneo e o sistema imunológico das mucosas (ABBAS, 2015).

Caro acadêmico, agora iremos discorrer brevemente sobre cada órgão hematopoiético e sua função na hematopoese.

4.1 MEDULA ÓSSEA

O principal órgão hematopoiético ou linfoide primário é a medula óssea.

Esse órgão é responsável pela produção de quase todas as células sanguíneas maduras circulantes, também é responsável pela maturação do linfócito B. Na medula óssea que encontramos a célula-tronco pluripotente ou célula-tronco hematopoiética (ABBAS, 2015). Na Figura 5, podemos observar onde encontramos a medula óssea, e a sua principal função.

FIGURA 5 – MEDULA ÓSSEA E A HEMATOPOESE

FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/55/77/5577187f1af40-medula-ossea.jpg>.

Acesso em: 28 fev. 2020.

Células-tronco hematopiéticas Medula óssea

Plaquetas Eosinófilos

Célula-mãe mielóide

Hemácias Célula-mãe

linfóide

Basófilos

Neutrófilos

Monócitos Linfócito T Linfócito B

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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS

4.2 TIMO

Outro órgão linfoide primário é o timo, esse órgão é responsável pela maturação dos linfócitos T. Veja bem, caro acadêmico, quem produz o linfócito T é a medula óssea, mas o timo é responsável pela sua maturação, ou seja, é onde a célula adquire a competência funcional. De acordo com Abbas (2015), o timo é um órgão bilobado situado no mediastino anterior, cada lóbulo é dividido pelo septo fibroso em múltiplos lóbulos, e cada lóbulo consiste em um córtex externo e uma medula interna. Na puberdade, o timo atrofia, não aumenta mais de tamanho e não perde a sua função. Na Figura 6 podemos observar a posição anatômica do timo no corpo humano.

FIGURA 6 – POSIÇÃO ANATÔMICA DO TIMO

FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/_QW1kJWMUIec/S9U_jzsi2WI/AAAAAAAAD9o/

bWSMhwruDpU/s400/si2141.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2020.

Como um dos representantes dos órgãos linfoides secundários, vamos falar um pouco sobre o baço. O baço tem um importante papel hematológico e imunológico, é o principal órgão onde iniciam as respostas imunológicas a antígenos provenientes do sangue. É dividido em dois tipos de tecidos esplênicos:

a polpa branca, a qual tem uma função imunológica e contém células que medeiam as respostas imunológicas (linfócitos T e B); e a polpa vermelha, que tem função hematológica por destruir os eritrócitos velhos e danificados. Na polpa vermelha encontram-se muitas células como: eritrócitos, macrófagos, células dendríticas e plasmócitos (WOOD, 2013). Na Figura 7, podemos observar a estrutura do baço.

4.3 BAÇO

Glândula Timo

(20)

UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

FIGURA 7 – ESTRUTURA DO BAÇO

O baço

Cápsula Polpa vermelha Polpa branca

trabecularVeia

Artéria trabecular

Seiovenoso

Seção transversal da polpa branca Seção longitudinal da polpa branca

Coroa de células B Centro germinal

Zona marginal Zona perifolicular Camada linfoide periarteriolar Arteríola central Polpa vermelha

4.4 LINFONODOS

Outros representantes dos órgãos linfoides secundários são os linfonodos. A pele, os epitélios e os órgãos contêm numerosos vasos linfáticos que absorvem e drenam o líquido (linfa) dos espaços entre as células dos tecidos e drenam para os linfonodos.

Os linfonodos são órgãos encapsulados, vascularizados e estão conectados em série ao longo dos vasos linfáticos, conforme a Figura 8. A função de coletar os antígenos e entregar para os linfonodos é efetuada pelos vasos linfáticos (ABBAS, 2015).

FONTE: Murphy (2014, p. 20)

(21)

TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS

FIGURA 8 – SISTEMA LINFÁTICO E LINFONODOS

FONTE: Abbas (2015, p. 83)

Os órgãos hematopoiéticos possuem funções hematológicas e imunológicas, nas Unidades 2 e 3, deste livro, voltaremos a falar sobre eles!

ESTUDOS FUTUROS

5 CÉLULAS SANGUÍNEAS MADURAS

Caro acadêmico, até aqui enfatizamos a fisiologia do sistema circulatório, aprendemos sobre a hematopoese e sobre os órgãos hematopoiéticos. Como vimos, o objetivo da hematopoese é produzir células sanguíneas maduras capazes de desempenhar diversas funções no nosso organismo. Agora estudaremos as

(22)

UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

células maduras que compõem o sistema hematológico e imunológico. Neste tópico iremos apenas apresentar as células sanguíneas, nos Tópicos 2 e 3, desta unidade, iremos aprofundar o estudo das células, suas funções e sua importância dentro da hematologia.

O sangue é composto por elementos celulares (também chamados de elementos figurados) e pelo plasma. Os elementos celulares, de acordo com Zago (2013), são divididos em três diferentes grupos: a série eritrocitária, a série leucocitária e a série plaquetária (Figura 9).

FIGURA 9 – ELEMENTOS CELULARES DO SANGUE

Leucócito Basófilo

Glóbulos Vermelhos

Leucócito Eosinófilo

Monócito

Leucócito Neutrófilo

Plaquelas

Plasma Linfócito

Plasma (60%)

Glóbulos Brancos Glóbulos Vermelhos

FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/co/mp/componentesdosangue.jpg>. Acesso em: 6 jan. 2020.

A série eritrocitária ou vermelha é constituída pelos eritrócitos, que também são chamados de hemácias ou glóbulos vermelhos. São células anucleadas, de formato bicôncavo, constituídas por membrana plasmática e citoplasma. São as células em maior número no sangue e são responsáveis pelo transporte de gases como oxigênio e gás carbônico (FAILACE, 2009).

A série leucocitária ou branca é constituída por diferentes células que são genericamente chamadas de leucócitos ou glóbulos brancos. Os leucócitos formam o grupo mais distinto de células sanguíneas, pois cada subtipo possui funções especificas e, em conjunto com outras células, desempenham o papel de defesa imunológica do organismo. Os leucócitos são subdivididos em: neutrófilos (multinucleado, os mais numerosos na circulação sanguínea); eosinófilos (binucleado, células relacionadas a defesa de a micro-organismos parasitários, e em reações de hipersensibilidades e alergias); basófilos (uninuclear, são leucócitos menos numerosos, e participam de processos alérgicos); monócitos (uninuclear, os maiores leucócitos encontrados no sangue, o seu aumento se deve a processos inflamatórios e infecciosos); linfócitos (uninuclear, são células divididas em linfócitos

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TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS

T e linfócitos B, relacionado à imunidade celular e humoral, respectivamente). Os leucócitos são divididos em células granulares (que possuem grânulos no seu interior) e agranulares (ausência de grânulos) (ZAGO, 2013).

A série plaquetária, por sua vez, é constituída pelas plaquetas ou trombócitos e desempenham um papel fundamental na coagulação sanguínea.

As plaquetas são pequenos fragmentos citoplasmáticos anucleados, derivados de células grandes chamado de megacariócitos presentes na medula óssea. Sua principal função é fazer parte da hemostasia (equilíbrio sanguíneo), trombose e coagulação sanguínea (ZAGO, 2013).

Escolhemos um recorte do site Revista Pesquisa Fapesp: O que é, o que é? O baço, escrito por Ana Maria Caetano de Faria, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No meio de uma corrida, às vezes uma pontada no lado esquerdo do abdome obriga a reduzir o ritmo. Chamada de “dor no baço”, na realidade trata-se de um espasmo do diafragma.

Este músculo e o baço estão conectados por um ligamento que pode causar dor quando distendido. Geralmente basta diminuir a intensidade do esforço para ela passar. O baço tem como principais funções: retirar de circulação as hemácias e as plaquetas velhas, armazenar o ferro subtraído das hemácias e produzir anticorpos. Em casos graves de traumas, e para quem apresenta raras doenças hemorrágicas ou de coagulação como anemia hemolítica ou púrpura trombocitopênica, pode ser necessário extrair o baço. De modo geral, a sua ausência não compromete a qualidade de vida. Quando removido, outros órgãos se encarregam de suas atividades. O fígado retira as hemácias velhas do sangue e a medula óssea se responsabiliza pela maior parte da produção dos anticorpos. Ele é mais importante na infância, período em que ocorre a maturação do sistema imune e da reatividade imunológica. Ainda antes, no feto, o baço é um dos principais produtores de células sanguíneas (leucócitos e hemácias). Pesquisas recentes, porém, indicam que quem retira o baço corre mais risco de desenvolver sepse quando infectado por bactérias como pneumococos, meningococos e hemófilos. Por isso, os médicos agora evitam a extração completa do órgão. Deixa-se ao menos uma fração dele mesmo em traumas causados por acidentes.

FONTE: FARIA, A. M. C. de. O que é, o que é? O baço. Revista Pesquisa Fapesp. 2012.

<https://revistapesquisa.fapesp.br/2012/05/11/o-que-e-o-que-e-6/>. Acesso em: 6 jan. 2020.

IMPORTANTE

(24)

Neste tópico, você aprendeu que:

• O sangue é um tecido conjuntivo líquido que circula pelos vasos sanguíneos, sendo impulsionado, principalmente, pela ação de bombeamento do coração.

• O sangue tem como função o transporte de nutrientes; transporte de oxigênio para as células; retira dos tecidos o dióxido de carbono e os resíduos metabólicos;

contém células e outras substâncias que combatem infecções, transporta hormônios e fármacos, é termorregulador.

• A fase celular que é constituído por três diferentes linhagens celulares: série eritrocitária, série leucocitária, e série plaquetária.

• O plasma sanguíneo é composto em mais de 90% de água, e ainda contém proteínas, eletrólitos, gorduras, glicose, hormônios e numerosas outras substâncias.

• O processo de produção, diferenciação e maturação das células sanguíneas é denominado hematopoese.

• A hematopoese inicia-se com uma célula tronco pluripotente, também conhecida como célula tronco hematopoiética, essa célula tem capacidade de autorrenovação e diferenciação em diversas populações distintas de células.

• Os órgãos hematopoiéticos são órgãos responsáveis pela produção, diferenciação e maturação das células sanguíneas.

• Os órgãos linfoides primários são responsáveis pela produção das células, onde ocorre a diferenciação e maturação celular: a medula óssea e o timo, são exemplos desses órgãos.

• Os órgãos periféricos ou órgãos linfoides secundários, são órgãos de defesa, onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas, são definidos como órgãos linfoides secundários, o baço, os linfonodos, o sistema imunológico cutâneo e o sistema imunológico das mucosas.

RESUMO DO TÓPICO 1

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1 De acordo com os seus conhecimentos adquiridos sobre a hematopoese, assinale (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas:

( ) É responsável pela proliferação e diferenciação de elementos figurados do sangue.

( ) Para que a hematopoese ocorra é necessário um microambiente medular adequado, capaz de produzir fatores de crescimento ou fatores estimuladores de colônias.

( ) A hematopoese inicia-se com uma célula tronco hematopoiética, uma célula que não tem capacidade de autorrenovação e diferenciação.

( ) As células-tronco são divididas em função da sua origem em embrionárias e não embrionária; ou pela sua potencialidade (capacidade de diferenciação).

a) ( ) V – V – V – V.

b) ( ) V – V – F – V.

c) ( ) F – V – F – V.

d) ( ) V – V – V – V.

2 Com relação aos órgãos linfoides, analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa CORRETA.

I- O baço é um órgão linfoide secundário, responsável pelo armazenamento de um grande número de linfócitos B.

II- Os órgãos linfoides primários: medula óssea e timo, sendo o primeiro órgão citado responsável pela produção de todas as células sanguíneas e maturação de todas, inclusive células B e T.

III- O timo é um órgão linfoide que evolui ao longo da vida do ser humano.

Essa evolução está associada ao aumento nos níveis de corticosteroides observados na adolescência e em situações como gravidez e estresse.

IV- O órgão responsável pela produção de todas as células do sistema sanguíneo é o órgão linfoide primário, conhecido como medula óssea.

Assinale as alternativas corretas:

a) ( ) I e II.

b) ( ) II e IV.

c) ( ) III e IV.

d) ( ) I e IV.

3 Qual é a diferença entre os órgãos hematopoiéticos primários e secundários?

AUTOATIVIDADE

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(27)

TÓPICO 2

SÉRIE ERITROCITÁRIA

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Este tópico tem como objetivo apresentar a você, acadêmico, as células da série vermelha do sangue, as hemácias ou também conhecidas como eritrócitos.

Serão abordadas as funções das hemácias e as suas correlações clínicas nas doenças do sangue. Estudar as células sanguíneas e suas funções é de extrema importância para a interpretação de exames hematológicos. O eritrograma é um exame que analisa os eritrócitos e faz parte do exame laboratorial mais importante na área médica, o hemograma. Além de monitorar a saúde, esse exame pode diagnosticar doenças hematológicas, como anemia, leucemias, entre outras.

A série vermelha é composta pelas células anucleadas, denominadas de hemácias, eritrócitos ou glóbulos vermelhos. São as células mais numerosas do sangue e sua quantidade pode variar de acordo com a idade e o sexo, localizam- se, em condições fisiológicas, no interior dos vasos sanguíneos e são ricas em hemoglobina.

É importante ressaltar a necessidade da sua participação, acadêmico, lendo a leitura complementares e os UNIs e realizando as autoatividades, visando a uma melhor fixação do assunto que será abordado neste tópico. Lembre-se de que após formado a emissão do laudo de um exame realizado por você será crucial no diagnóstico, tratamento e cura de uma patologia.

Vamos lá?

Bons estudos!

(28)

UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

2 ERITROPOESE

De acordo com Zago (2013), um adulto, em condições normais, produz cerca de 200 bilhões de glóbulos vermelhos por dia, substituindo número equivalente de células destruídas e, assim, mantendo estável a massa total de hemácias do organismo. A produção desses glóbulos vermelhos, pelo organismo é denominado eritropoese. As hemácias são as células mais numerosas no sangue, a medula óssea normal produz em média, de 400 a 500 mL de hemácias a cada 30 dias.

A partir de uma célula tronco, a eritropoese passa pelas células progenitoras ou as unidades formadoras de colônias granulocíticas, eritroides, monocíticas e megacariocíticas. O proeritroblastos é o primeiro precursor eritroide, uma célula grande, com citoplasma azul-claro, com núcleo central. Esta célula passa por várias divisões celulares e formam os eritroblastos. Estas células sofrem diversas transformações (eritroblastos basófilos, eritroblastos policromáticos, eritroblastos ortocromáticos, reticulócitos medulares, reticulócitos circulantes) até perderem o núcleo e se diferenciarem em hemácias. Os reticulócitos (Figura 10) são células maiores que as hemácias, retendo no citoplasma traços de basofilia, dando uma coloração de policromatofilia (ZAGO, 2013).

FIGURA 10 – RETICULÓCITO NO ESFREGAÇO SANGUÍNEO

FONTE: <https://classconnection.s3.amazonaws.com/692/flashcards/2700692/jpg/

retic1359866581848.jpg>. Acesso em: 28 fev. 2020.

A eritropoese é regulada por um hormônio chamado de eritropoetina (EPO), produzido em 90% por células renais e 10% por células do fígado, sendo esse o principal fator de crescimento que regula a eritropoese. A produção deficiente da EPO pode estar relacionada com algumas doenças, por exemplo, as anemias, as quais iremos apresentar no decorrer deste tópico. Além da estimulação da EPO, outros fatores também são necessários para a eritropoese, como: ferro, ácido fólico, vitamina B12 e hemoglobina (ZAGO, 2013).

(29)

TÓPICO 2 | SÉRIE ERITROCITÁRIA

3 CARACTERÍSTICAS E FUNÇÃO DAS HEMÁCIAS

As hemácias, assim como vimos anteriormente, são células anucleadas, com formato de disco bicôncavo, que medem cerca de 7,5 a 8,0 µm de diâmetro, conforme demonstrado na Figura 11. A membrana do eritrócito em excesso permite que a célula altere sua forma na passagem pelos capilares, sem sofrer distensão ou rotura, e lhe confere o formato bicôncavo (FAILACE, 2009).

FIGURA 11 – ESTRUTURA DA HEMÁCIA

FONTE: <https://www.biologianet.com/histologia-animal/hemacias.htm>. Acesso em: 7 mar. 2020.

Os eritrócitos têm vida média de 120 dias na circulação, ao final desse processo suas membranas se tornam frágeis e as hemácias velhas são removidas da circulação. A contagem dos eritrócitos e a observação da sua morfologia são realizados através de técnicas laboratoriais (FAILACE, 2009). Na Figura 12 podemos observar os eritrócitos em lâminas de esfregaço sanguíneo, e no Quadro 1, apresentamos os valores de referências dos eritrócitos.

QUADRO 1 – VALORES DE REFERÊNCIA DOS ERITRÓCITOS Contagem de Eritrócitos

Homens 4,52 – 5,90 milhões/µl

Mulheres 4,10 – 5,10 milhões/µL

FONTE: Adaptado de Silva (2016)

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FIGURA 12 – ERITRÓCITOS NORMAIS EM ESFREGAÇO SANGUÍNEO

FONTE: Zago (2013, p. 4)

Caro acadêmico, vimos até aqui como é a estrutura de uma hemácia, agora precisamos saber quais são as suas funções no organismo. A principal função dos eritrócitos é o transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos, mantendo a perfusão tissular adequada, e de transportar o gás carbônico dos tecidos aos pulmões. A hemoglobina, principal proteína das hemácias (cerca de 95%), é responsável por essas funções (ZAGO, 2013).

4 HEMOGLOBINAS HUMANAS

A hemoglobina é uma metaloproteína, formada por globina e grupamento heme. O heme é o resultado da combinação de um átomo de ferro com uma molécula de porfirina. A hemoglobina é o principal componente das hemácias, segundo Hoffbrand (2013), cada hemácia contém cerca de 640 milhões de moléculas de hemoglobina.

As globinas, são estruturas no qual as cadeias ocupam os cantos, sendo mantidas em união por pontes fracas. A hemoglobina é constituída por um arranjo de quatro cadeias: alfa (metade das cadeias) e a outra metade (beta, delta ou gama), Figura 13. No adulto há predomínio da hemoglobina com duas cadeias alfa e duas beta: denominada hemoglobina A. Também existe uma pequena porcentagem de hemoglobina com alfa e delta, denominada hemoglobina A2.

No feto encontra-se uma hemoglobina com dissociação gasosa adequada às trocas próprias da vida intrauterina: hemoglobina F, ou hemoglobina fetal (alfa e gama). Decresce após o nascimento e é apenas encontrada como traços no adolescente e na vida adulta (ZAGO, 2013).

(31)

TÓPICO 2 | SÉRIE ERITROCITÁRIA

QUADRO 2 – HEMOGLOBINAS

HEMOGLOBINA COMPOSIÇÃO

A 2 globinas α + 2 globinas β

A2 2 globinas α + 2 globinas δ

F 2 globinas α + 2 globinas γ

FONTE: A autora (2019)

FIGURA 13 – ESTRUTURA DA HEMOGLOBINA

FONTE: <https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2008/06/hemoglobina.jpg>.

Acesso em: 28 fev. 2020.

A principal função da hemoglobina é o transporte de oxigênio (artérias) e gás carbônico (veias), permitindo as trocas gasosas necessárias ao metabolismo orgânico. Cada molécula de hemoglobina fixa 4 moléculas de oxigênio ao ferro e constitui a oxihemoglobina. No transporte de gás carbônico, a hemoglobina fixa o gás carbônico sobre ligamentos aminados laterais da globina, constituindo a carbaminohemoglobina. A concentração normal de hemoglobina em um indivíduo adulto é de 14 a 18 g/dL para homens; 11 a 16 g/dL para mulheres;

crianças de 6 a 12 anos 11,5 a 15,5 g/dL (FAILACE, 2009).

O ferro é um dos elementos mais comuns que podemos encontrar na superfície da Terra, mesmo assim, sua deficiência é a causa mais comum de anemia. Em regiões mais carentes a ingestão diária de ferro costuma ser insuficiente (HOFFBRAND, 2013). O ferro é obtido através da alimentação, um adulto saudável e bem nutrido contém de 3 a 4 gramas de ferro no organismo, distribuído sob a forma de hemoglobina (65%), como ferritina (proteína de reserva de ferro localizada no fígado) e hemossiderina (forma pigmentada de armazenamento de ferro) (29%), como mioglobina (4%), em diversas enzimas celulares ou livre no plasma sanguíneo (0,3%). O ferro é absorvido na mucosa do jejuno, após é liberado para a circulação onde se liga à transferrina (proteína que carreia o ferro). Quando há sobrecarga de ferro no organismo ocorre a diminuição de sua absorção, bem como armazenamento de ferro (ferritina ou de hemossiderina) nas células do sistema

(32)

UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

5 ANEMIAS

A anemia é definida como a diminuição da concentração de hemoglobina no sangue, de acordo com a idade e o sexo. Segundo Zago (2013), anemia é caracterizada por diminuição do hematócrito, da concentração de hemoglobina, ou da quantidade de hemácias por unidade de volume. O hematócrito é o percentual ocupado por eritrócitos no sangue, os valores variam de 40 a 50% para homens e 35 a 45% para as mulheres, sendo um dos principais indicadores na avaliação clínica dos indivíduos (FAILACE, 2009).

Podemos diferenciar as anemias em: anemias verdadeiras e anemias relativas. As anemias verdadeiras são caracterizadas pela diminuição do número total de hemácias no organismo; podem ter como origem: hemorragia aguda, diminuição da produção de eritrócitos e diminuição da sobrevida dos eritrócitos.

As anemias relativas, por sua vez, são caracterizadas pela diluição sanguínea, pelo aumento do volume plasmático, sem correspondente aumento das hemácias. Pode ser decorrente de: gestação, hiper-hidratação, doenças crônicas, hiperproteinemia e administração de fluídos intravenosos (ZAGO, 2013).

5.1 ALTERAÇÕES ERITROCITÁRIAS

Diversas alterações nos eritrócitos podem ser encontradas em um exame hematológico e elas podem estar relacionadas a diversas doenças. As alterações eritrocitárias podem ser de tamanho (anisocitose), de forma (pecilocitose ou poiquilocitose) de coloração (anisocromia), além de inclusões celulares.

Denomina-se anisocitose alterações no tamanho dos eritrócitos, e ocorre quando há presença de micrócitos (eritrócitos pequenos) e macrócitos (eritrócitos grandes). A anisocitose é uma característica da maioria das anemias, as quais podem ser classificadas em normocítica (presença de eritrócitos em tamanho normal), microcítica (presença de eritrócitos pequenos) e macrocítica (presença de eritrócitos grandes), a qual é determinado pelo valor do VCM (volume corpuscular médio), este parâmetro avalia o tamanho das hemácias (medido por unidade de fentolitro – fL) (SILVA, 2016). No Quadro 3, podemos observar os valores de referência do VCM.

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TÓPICO 2 | SÉRIE ERITROCITÁRIA

QUADRO 3 – CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS DE ACORDO COM OS VALORES DE VCM

Valores de VCM* Anemias

80 a 100 fentolitros Normocítica

Abaixo de 80 fentolitros Microcíticas

Acima de 100 fentolitros Macrocíticas

*Seus valores variam de acordo com a faixa etária, mas não variam entre os sexos

FONTE: Adaptado de Zago (2013)

As anemias microcíticas podem ter como origem: distúrbios na produção do ferro, por exemplo (anemia ferropriva, doenças crônicas); distúrbios nas porfirinas e no heme (casos de anemias sideroblásticas); e distúrbios na síntese da globina (casos da talassemia e hemoglobinopatias). Já as anemias macrocíticas podem ter origem devido: deficiências da vitamina B12 e deficiência de folato.

Uma discreta macrocitose é uma característica fisiológica da gravidez, também encontrada em idosos (ZAGO, 2013).

A anisocromia (coloração ou grau de hemoglobinização diferentes nas hemácias) é outro parâmetro importante relacionado às anemias, que podem variar entre hipocromia, normocromia, hipercromia e policromasia. O termo normocromia refere-se à coloração normal das hemácias, róseo com uma zona central clara, observando a concavidade da célula, significando que essas hemácias possuem a quantidade normal de hemoglobina. O termo hipocromia refere-se às hemácias de coloração pálida ou descoradas, significa quantidade insuficiente de hemoglobina nas hemácias, normalmente aparecem nas anemias por deficiência ou falta de absorção e armazenamento de ferro. Já o termo hipercromia refere-se às hemácias intensamente coradas nas quais não se consegue observar a zona central clara, isso se deve a uma grande quantidade de hemoglobina na célula e ocorre em casos de esferocitose hereditária e observada na anemia hemolítica autoimune. O termo policromasia refere-se à coloração róseo-azulada dos eritrócitos imaturos, particularmente os reticulócitos jovens (ZAGO, 2013).

Outro parâmetro importante observado na classificação morfológica das anemias é a presença de poiquilócitos no sangue (hemácias de formas anormais), caracterizando a poiquilocitose. Podemos identificar a pouquilocitose em um exame laboratorial, quando há presença dessas células em 25% ou mais da contagem total de hemácias. No Quadro 4, podemos identificar algumas formas anormais de hemácias (HOFFBRAND, 2013).

(34)

UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

QUADRO 4 – VARIAÇÕES NA FORMA DAS HEMÁCIAS (POIQUILOCITOSE)

Nome Forma Correlações clínicas

Drepanócitos Hemácias em forma de foice

Adquirem essa forma devido

à presença da Hemoglobina S Doenças falciformes

Esferócitos

Hemácias em forma de esferas

Não se observa a zona central e perdem a concavidade

Anemias hemolíticas autoimunes

Eliptócitos/

ovalócitos

Formas ovaladas e elípticas

Defeito genético nas

proteínas do citoesqueleto da célula

Eliptocitose hereditária

Encontradas em pequenas quantidades nas talassemias, anemia ferropriva e anemia megaloblástica

Condrócitos (hemácias em alvo)

(codócitos)

Apresenta uma dupla concavidade;

A hemoglobina é visualizada na parte central, o que lhe dá o aspecto “em alvo”

Podem ser encontrados nas hemoglobinopatias (SS, SC), talassemias, hepatopatias, em pacientes esplenectomizados e na anemia ferropriva

Dacriócitos (forma

de lágrima) Forma de gota ou lágrima

Comum na mielofibrose

Pode ser encontrado também nas talassemias, anemias hemolíticas e em pacientes esplenectomizados

Estomatócitos Halo central semelhante a uma boca de peixe

• Encontrados em hepatopatias, sangue de recém-nascidos e na estomatocitose hereditária, uma anemia hemolítica congênita muito rara

Esquizócitos Hemácias fragmentadas

Causadas por traumas mecânicos

Se a fragmentação for significativa, o paciente irá apresentar manifestações de anemia hemolítica

Pode aparecer na Coagulação intravascular disseminada (CIVD, púrpura trombocitopênica trombótica (PTT)

FONTE: A autora (2020)

(35)

TÓPICO 2 | SÉRIE ERITROCITÁRIA

Observe na Figura 14 as variações nas formas das hemácias.

FIGURA 14 – VARIAÇÕES NA MORFOLOGIA DAS HEMÁCIAS

FONTE: Adaptado de <https://www.biomedicinapadrao.com.br/2012/01/alteracao-morfologica- das-hemacias.html>. Acesso em: 6 jan. 2020.

Eliptócitos/Ovalócitos Esferócitos Dacriócitos

Drepanócitos Estomatócitos Esquizócitos

Os eritrócitos podem, ainda, apresentar inclusões devido à presença de remanescentes do material nuclear ou de mitocôndrias, ou à presença de micro- organismos no seu interior. Vamos descrever algumas inclusões eritrocitárias importantes (observe a Figura 15):

a) Corpúsculos de Howell-Jolly: são remanescentes de material nuclear presentes no interior dos eritrócitos, apresentam-se como pequenos, basofílicos e geralmente únicos. Normalmente aparecem em doenças falciformes.

b) Pontilhado basófilo: são pequenas e numerosas inclusões contendo RNA dispersas no citoplasma dos eritrócitos, podem aparecer em anemias hemolíticas e megaloblásticas.

c) Corpúsculos de Pappenheimer: refere-se a inclusões basofílicas, pequenas, compostas de hemossiderina. Estão presentes em casos de sobrecarga de ferro.

d) Anéis de Cabot: referem-se a restos nucleares semelhantes a anéis azulados que podem ser observados nas anemias megaloblásticas, nas anemias hemolíticas e após esplenectomia.

(36)

UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

FIGURA 15 – INCLUSÕES ERITROCITÁRIAS

FONTE: Adaptado de Zago (2013)

Caro acadêmico, no Tópico 3 iremos falar um pouco sobre os tipos de anemias encontradas. Estudar os termos de anisocitose, anisocromia e poquilocitose é de extrema importância. É preciso saber diferenciar cada termo e correlacionar as doenças clínicas.

ESTUDOS FUTUROS

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RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

As células sanguíneas e as suas funções são de grande importância para a interpretação de exames hematológicos.

A série eritrocitária é composta pelas células anucleadas, denominadas de hemácias, eritrócitos ou glóbulos vermelhos.

A eritropoese, passa pelas células progenitoras ou as unidades formadoras de colônias de granulocíticas, eritroides, monocíticas e megacariocíticas. É importante conhecer a síntese de produção das hemácias.

As hemácias são células anucleadas, com formato de disco bicôncavo, e medem cerca de 7,5 a 8,0 µm de diâmetro.

A hemoglobina é um grupo de globinas relacionadas entre si, ligadas a um grupo prostético (heme), responsável pela função respiratória destas substâncias.

A anemia é definida como a diminuição da concentração de hemoglobina no sangue abaixo dos valores normais, de acordo com a idade e o sexo.

A anemia se caracteriza pela diminuição do hematócrito, da concentração de hemoglobina no sangue, ou da concentração de hemácias por unidade de volume.

Anisocitose significa alteração no tamanho das hemácias, já o termo Anisocromia significa alteração na coloração das hemácias.

A presença de hemácias de formas anormais, de qualquer forma possível, que perfaçam 25% ou mais da contagem total de hemácias, denomina-se pouquilocitose.

Existem vários tipos de anemias, é importante saber o que cada uma causa, e como diagnosticá-las.

(38)

1 Anisocitose é uma alteração apresentada em quais células?

a) ( ) Hemácias.

b) ( ) Leucócitos.

c) ( ) Eritroblastos.

d) ( ) Reticulócitos.

2 Preencha corretamente as lacunas com os seus respectivos significados:

I- Anisocitose.

II- Anisocromia.

III- Pouquilocitose.

( ) Alteração nas formas das hemácias.

( ) Alteração na coloração das hemácias.

( ) Alteração no tamanho das hemácias.

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) I – II – III.

b) ( ) II – I – III.

c) ( ) III – II – I.

d) ( ) III – I – II.

3 (FUNDASUS, 2015) Apresenta características de célula anucleada. É constituída basicamente por uma membrana plasmática lipoproteica e um citosol cujo conteúdo se restringe à proteína hemoglobina. Essa célula é conhecida como:

FONTE: PICCOLI, A. 3.000 questões para concursos de patologia clínica. Rio de Janeiro:

Editora Rubio, 2012.

a) ( ) Eritrócito maduro.

b) ( ) Hemoglobina madura.

c) ( ) Plaqueta madura.

d) ( ) Monoblasto maduro.

4 (UFCG, 2016) Os glóbulos vermelhos são formados na medula óssea, em um processo chamado eritropoiese, regulado pelo hormônio:

FONTE: PICCOLI, A. 3.000 questões para concursos de patologia clínica. Rio de Janeiro:

Editora Rubio, 2012.

a) ( ) Adrenalina.

b) ( ) Eritropoietina.

c) ( ) Insulina.

d) ( ) Eritroadrenalina.

5 A proteína responsável pelo transporte de ferro na síntese de hemoglobina é:

a) ( ) Globulina.

b) ( ) Ferritina.

c) ( ) Protoporfirina.

d) ( ) Transferrina.

AUTOATIVIDADE

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TÓPICO 3

SÉRIE LEUCOCITÁRIA

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Caro acadêmico, aprendemos até aqui sobre a hematopoese, sobre a série eritrocitária e apresentamos as anemias. Agora estudaremos mais um assunto importante dentro da hematologia, a série leucocitária ou série branca.

A série leucocitária é o grupo mais heterogêneo de células sanguíneas e diferem tanto do ponto de vista morfológico quanto fisiológico. Os leucócitos ou glóbulos brancos são células de defesa do nosso organismo, combatendo micro-organismos invasores (bactérias, vírus, fungos, parasitas), pois são células capazes de migrar para os locais onde a sua ação seja necessária.

Os leucócitos são divididos em dois grupos: granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e agranulócitos (monócitos e linfócitos). O granulócitos apresentam granulações no citoplasma, com núcleo multiforme e segmentado; já os agranulocitos possuem o citoplasma mais homogêneo, núcleo único e uniforme.

Os valores normais dos leucócitos e seus subtipos podem ser observados na Tabela 1, descrita por Zago (2013).

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UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA

TABELA 1 – VALORES DE REFERÊNCIAS DOS LEUCÓCITOS

FONTE: Zago (2013, p. 5)

2 LEUCOPOESE

Aprendemos, até aqui, que a produção da série eritrocitária é chamada de eritropoese, já a produção da série leucocitária, denominamos de leucopoese.

Como vimos no Tópico 1, todas as células sanguíneas se originam de uma célula precursora chamada de célula-tronco hematopoiética, encontrada na medula óssea. Segundo Abbas (2015), as células-tronco hematopoiéticas dão origem a dois tipos de linhagens celulares, uma linhagem linfoide que dará origem aos linfócitos T e B, e uma linhagem mieloide que dará origem aos neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e ainda às hemácias e plaquetas. A leucopoese divide-se em granulopoese: onde ocorre a formação dos neutrófilos, eosinófilos e basófilos;

monocitpoese: onde ocorre a formação dos monócitos e; linfopoese: onde ocorre a formação dos linfócitos e as células NK – Natural killer. A síntese dessas células depende de citocinas e fatores estimuladores de crescimento de colônias. A seguir abordaremos cada célula leucocitária, sua formação, estrutura e funções.

2.1 GRANULÓCITOS

Granulócitos é o nome genérico dado às células sanguíneas que contêm grânulos no seu citoplasma, ou seja, os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. A granulopoese, por sua vez, é o nome dado à síntese dos granulócitos e começa com a célula precursora chamada mieloblasto. O mioblasto é uma célula imatura que durante o processo de maturação se diferencia em promielócito. Os promielócitos se diferenciam em mielócito, e posteriormente em metamielócito, para então ocorrer a diferenciação em bastonetes, células com núcleo com aspecto de bastão encurvado. Por fim, ocorre a diferenciação nas células polimorfonucleares (granulócitos). No decorrer do tópico falaremos um pouco sobre cada célula, suas características e funções. Na Figura 16 podemos observar a síntese para a produção das células polimorfonucleares (HOFFBRAND, 2013).

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TÓPICO 3 | SÉRIE LEUCOCITÁRIA

FIGURA 16 – FORMAÇÃO DOS NEUTRÓFILOS, EOSINÓFILOS E BASÓFILOS

FONTE: Adaptado de <https://hematologia.farmacia.ufg.br/news?tags=Atlas>.

Acesso em: 7 jan. 2020.

Segundo Hoffbrand (2013), os neutrófilos possuem grande importância para a defesa do organismo, sendo as células mais numerosas do sangue periférico. O neutrófilo maduro possui de 3 a 4 lóbulos, cromatina densa, citoplasma abundante com grânulos finos que ajudam na degradação do patógeno. Possui a característica de ser uma célula fagocitária, sendo importante na eliminação de bactérias e fungos. A sobrevida dos neutrófilos no sangue é de 6 a 10 horas, quando recrutados para locais de inflamações essas células aumentam sua concentração plasmática em 4 a 5 vezes, o que chamamos de neutrofilia. Os neutrófilos são as primeiras células a chegar no local da inflamação, realizando no tecido a fagocitose, ou seja, englobam e ingerem os micro-organismos invasores.

Os eosinófilos são células semelhantes aos neutrófilos, exceto pelos grânulos citoplasmáticos maiores e de cor avermelhada-alaranjada, quando corados. São na maioria das vezes bilobulados, com cromatina densa e constituem de 1-6% dos leucócitos do sangue. Atuam no sistema imunológico na defesa contra parasitas helmínticos e nos mecanismos de alergia, como asma, nesses casos essas células encontram-se em concentrações aumentadas, caracterizando uma eosinofilia. O tempo dessas células no sangue é maior de que os neutrófilos, de 8 a 12 horas, a maioria dessas células vive nos tecidos ao invés do sangue, principalmente na pele, pulmões e vias áreas, locais onde atuarão nos processos alérgicos, onde podem sobreviver de 8 a 12 dias (ABBAS, 2015). Nas unidades 2 e 3, abordaremos melhor a função dos eosinófilos e sua atuação nesses processos.

Os basófilos são os leucócitos menos numerosos na corrente sanguínea, correspondendo a 1% do total dos leucócitos. Possuem núcleo arredondado obscurecido por grânulos de coloração azul escuro ou roxo. Participam de processos alérgicos com a função de liberação de histamina e heparina. A liberação de heparina no local da invasão de patógenos evita a formação de coágulos, permitindo a fácil penetração dos neutrófilos nessa área. Já a liberação de histamina no local da inflamação produz vasodilatação, aumentando o diâmetro

Bastonetes

Mieloblasto Pró-mielócito Mielócito Metamielócito

Neutrófilos Eosinófilos Basófilos

Formação dos Neutrófilos, Eosinófilos

e Basófilos

Referências

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