• Nenhum resultado encontrado

Compartilhando Saberes na Construção da Docência no PIBID/UFRN

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Compartilhando Saberes na Construção da Docência no PIBID/UFRN"

Copied!
254
0
0

Texto

(1)

(2) SOBRE O LIVRO Esta obra, resultado de um trabalho contemporâneo, faz circular relatos de práticas e de experiências formativas no PIBID/UFRN nos mais diferentes campos do saber. As dimensões das reflexões adensam-se no desafio de comportar o saber teórico com o saber prático. Os trabalhos desenvolvidos suscitam uma renovação da epistemologia das práticas formativas iniciais no âmbito da docência e trazem uma série de contribuições, desde o debate histórico-crítico que se centra em: 1) relatar a prática de ações coordenadas, por um conjunto de professores formadores que constituem verdadeiras matrizes de intelecção desse tempo determinado; 2) os escritos se situam numa região mediana entre teoria e experiência, e determinam estes dois campos de atuação, Universidade e Escola; 3) expressão de que as matrizes formativas no âmbito das licenciaturas se desenvolvem atualmente com êxito de grandes transformações, que, ao longo desses anos, têm moldado e modificado a configuração do saber docente. Isso faz com que o professor, nesses espaços formativos, assuma diferentes camadas de discursos e práticas que se superpõem (uma vez que são produtos da influência de diferentes matrizes enunciativas), o que torna possível que estas obras sejam estratos, posteriores, de uma arqueologia do saber. Os livros se compõem deste modo de variações e experiências formativas distintas que revelam percepções vividas.

(3) e associadas a teorias, com estatuto de cientificidade. Sem utilizar os critérios de causalidade histórica tradicional, estas obras, apresentam, de forma não exaustiva, uma descrição de diferentes configurações de saber, que se apresentam em contextos variados.. Lucrécio de Araújo Sá Júnior Coordenador Institucional do PIBID/UFRN.

(4) SOBRE OS ORGANIZADORES E AUTORES Adriano Lima Troleis. Professor Adjunto do Depar tamento de Geog raf ia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e colaborador do PIBID/Geografia – Natal da UFRN. Desenvolve pesquisa na área de Ensino de Geografia: formação de professores, com os temas: construção de recursos didáticos aplicados na educação básica e sua contribuição dentro do processo de aprendizagem. Atua como docente no ensino presencial nos cursos de Licenciatura e Bacharelado e no curso de Licenciatura em Geografia na modalidade de Educação a Distância (EaD), assim como nos Programas de Pós-graduação em Geografia (Acadêmico) e Ensino de Geografia (Profissional).. Clévio de Carvalho Lourenço. Professor da Escola Estadual Mascarenhas Homem, em Natal/ RN, e supervisor do PIBID Filosofia da UFRN.. Cynara Teixeira Ribeiro. Doutora em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); mestra em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e graduada em Psicologia (UFRN). Possui experiência na área de Psicologia e na área de Educação, com ênfase em uso de drogas, formação de professores,.

(5) uso das TIC na educação, acesso e permanência no Ensino Superior e psicanálise. Professora Adjunta II do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), além de ter sido Colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia desta instituição. Integra o GT Dispositivos Clínicos em Saúde Mental da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) e o Grupo de Estudos em Educação, Tecnologias e Aprendizagem (GEETA), cadastrado no Diretório de Grupos do CNPq. Coordenadora de Gestão do PIBID/UFRN.. Elda Silva do Nascimento Melo. Pós-doutora em Educação pela Universidade de Valencia/ UV/Espanha. Professora do Departamento de Práticas Educacionais e Currículo e do Programa de Pós-graduação em Educação do Centro de Educação da UFRN, participa de grupos de pesquisa na área de Educação, assim como coordena projetos de pesquisa envolvendo temas como a Formação Docente, Teoria das Representações Sociais e Praxiologia de Pierre Bourdieu. Ministra as disciplinas de Estágio Supervisionado no curso Ciências Sociais, atuando também como avaliadora de cursos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP e como Diretora de Desenvolvimento Pedagógico – DDPEd da Pró-Reitoria de Graduação da UFRN. Suas áreas específicas de interesse incluem Formação Docente, Metodologias de Ensino e Aprendizagem e Representações Sociais. Coordenadora do PIBID/Pedagogia – Natal no período  de 2009 a 2012..

(6) Elisabeth Cristina Dantas de Araújo. Possui graduação em Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atualmente, é mestranda do Programa de Pós-graduação em Geografia Mestrado Profissional – GEOPROF/CCHLA e discente do curso de Licenciatura em Pedagogia, pela mesma universidade. Tem experiência na área de Ensino de Geografia, sendo bolsista do Subprograma PIBID/Geografia – Território e Cidadania – no período de agosto de 2010 a agosto de 2013, na UFRN, atuando em escolas públicas estaduais no município de Natal, sendo elas: Escola Estadual Desembargador Floriano Cavalcanti (FLOCA) e Escola Estadual Jerônimo Gueiros (EEJG), nos níveis Fundamental e Médio. Atualmente é professora de Geografia da Secretaria Estadual de Educação e Cultura do Rio Grande do Norte, atuando em escolas públicas estaduais do 6º ano do Ensino Fundamental a 1ª série do Ensino Médio. Atuou em escolas particulares nos segmentos Fundamental e Médio, entre os anos de 2014 e 2016. Desenvolve estudos na área de Ensino de Geografia, discutindo as seguintes temáticas: Recursos didáticos para o ensino de Geografia; Metodologias de Ensino em Geografia; Ensino e Aprendizagem em Geografia e Formação de professores e práticas docentes em Geografia.. Erika dos Reis Gusmão Andrade. Possui graduação em Licenciatura em Pedagogia pela Associação Cultural Educacional da Bahia (1991), Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1997), Especialização em Psicopedagogia pela Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1999) e Doutorado em Educação.

(7) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2003). Atualmente é Professora Associada do Departamento de Fundamentos e Políticas da Educação e Permanente do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, na Linha de Pesquisa Práticas Pedagógicas e Currículo. Professora Colaboradora da Especialização de Psicopedagogia do Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFRN e Pró-Reitora Adjunta de Graduação da UFRN (2015-2019). Já tendo atuado como: Vice-coordenadora (2005/2007) e Coordenadora do Curso de Pedagogia da UFRN, Modalidade Presencial Campus Central (2007/2009); Coordenadora do Projeto de Elaboração e Monitoramento dos Planos de Ações Articuladas dos Municípios do Rio Grande do Norte (PAR) na UFRN (2007/2008); Coordenadora Pedagógica do Programa Complementar de Apoio ao Ensino Médio (2007/2009); Cocoordenadora do Projeto PRODOCÊNCIA/UFRN (2008/2010); Coordenadora Pedagógica do Curso de Pedagogia da Terra da UFRN/INCRA (2010/2011); Coordenadora do Subprojeto PIBID/CAPES – Pedagogia (2009/2013) e Chefe do Departamento de Fundamentos e Políticas da Educação (2013/2015). Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente com os seguintes temas: Teoria das Representações Sociais, formação do professor, formação profissional e superior, processos de ensino-aprendizagem no adulto em formação e construção de conceitos. Coordenadora do PIBID/Pedagogia – Natal no período de 2009 a 2012..

(8) Fernanda Marur Mazzé. Possui graduação em Química pela Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto (USP/RP), mestrado em Química pela USP/RP, doutorado em Química pela mesma instituição e Pós-doutorado pela USP – São Carlos. É professora Adjunta II do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, atuando principalmente nos cursos de Licenciatura em Química e de Bacharelado em Química. Trabalha com formação de professores e práticas docentes, além de coordenar o subprojeto PIBID/Química da UFRN. É membro da equipe do Programa de Licenciaturas Internacionais, com os projetos interdisciplinares, envolvendo alunos de Licenciatura em Química, Biologia, Física e Matemática da UFRN, aprovados em 2012 e 2013. Atualmente está na coordenação dos cursos de graduação em Química da UFRN.. Fernando Bomfim Mariana. Historiador pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (1997), com Mestrado (2003) e Doutorado (2008) em Educação pela Faculdade de Educação da USP. Professor Adjunto do Departamento de Educação do Centro de Ensino Superior do Seridó (CERES) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na área Movimentos Sociais e Educação Popular desde março de 2009. Possui experiência na autogestão de projetos educacionais voltados para o ensino público em todos os níveis (em especial na Educação de Jovens e Adultos), bem como no desenvolvimento de metodologias dialógicas e coletivas direcionadas para a gestão democrática da educação e para a formação de professores. É líder do Grupo de Pesquisa Gestão, Trabalho e Política Educacional (UFRN).

(9) e pesquisador do Grupo de Pesquisa Poder Política, Educação, Lutas Sociais (USP), ambos certificados pelo Diretório dos Grupos de Pesquisa do Brasil – CNPq. Coordena o Laboratório Internacional de Movimentos Sociais e Educação Popular (sediado na UFRN) desde outubro de 2009 e compõe o Conselho Gestor da Incubadora de Cooperativas AFESOL – Articulação e Fortalecimento de Empreendimentos Econômicos Solidários (UFRN) desde março de 2011. Coordenador do Grupo Permanente de Arte e Cultura TRAVESSIA (UFRN) desde março de 2003. Coordenador Institucional do Programa Novos Talentos (UFRN), e Coordenador de Área do Subprojeto Pedagogia (CERES) do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, PIBID, ambos da Diretoria de Formação de Professores da Educação Básica da CAPES.. Fernando Guedes Cury. Possui graduação em Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2003), Mestrado e Doutorado em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista, UNESP (2007 e 2011, respectivamente). Atualmente é professor do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e docente do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática da UFRN. Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Educação Matemática, atuando na pesquisa principalmente nos seguintes temas: História oral, Formação de professores de Matemática e História da educação matemática..

(10) Giselle Costa de Sousa. Possui graduação em Matemática – licenciatura e bacharelado – pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2001 e 2003) e Mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2005), na linha de pesquisa em Educação Matemática. É doutora em Educação (linha Educação Matemática) pela UFRN (2008). Atualmente é professora Adjunta do Departamento de Matemática e do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática da UFRN. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em História da Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: História da Matemática, Relações entre História da Matemática e TIC, Geogebra, Cálculo, Educação Matemática, Lógica e George Boole. Atuou como professora convidada no Instituto de Formação Superior Presidente Kennedy – IFESP (2007). Foi professora da rede básica de ensino do município de Natal, do município de São Gonçalo do Amarante (RN) e da rede privada de ensino. Trabalha com formação de professores e práticas docentes, além de coordenar o subprojeto do PIBID de Matemática da UFRN/ Natal desde 2008.. Isabel Cristina dos Santos. Possui Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1988) e Mestrado em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (1995). Atualmente é professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de Geografia (Humana e Física), com ênfase em Geografia Agrária, Ensino de Geografia e Metodologia do Ensino de Geografia. Trabalha com formação de professores e práticas docentes, e é Coordenadora de área do PIBID/Geografia – CERES/Caicó-RN..

(11) Jaime Biella. Possui Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2015), Mestrado em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba (2004) e Licenciatura em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1990). Atualmente é professor adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atua em ensino/ pesquisa/extensão nas áreas de Filosofia e Educação. Trabalha com formação de professores e práticas docentes em Filosofia, e é Coordenador do PIBID/Filosofia. Áreas de investigação: Filosofia da mente, Filosofia da complexidade, Filosofia da emergência, Ensino de Filosofia, Erro e racionalidade.. Jeane Medeiros Silva. Possui graduação em Geografia (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Federal de Uberlândia (2003), Mestrado e Doutorado em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (2006 e 2012). É professora Adjunta da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Geografia (CERESCaicó). Pesquisa na área de Geografia, com ênfase em Ensino de Geografia, Formação de Professores e Práticas Docentes, atuando principalmente nos seguintes temas: metodologia da pesquisa, produção de textos, metodologia didática, livro didático de Geografia, análise do discurso, Geografia Política, História da Geografia Escolar e História do Pensamento Geográfico..

(12) Josivânia Marisa Dantas. Possui graduação em Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2000), Mestrado em Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2002) e Doutorado em Ciências pela Universidade Estadual de Campinas (2006). Atualmente é Professora Adjunta do Departamento de Práticas Educacionais e Currículo/UFRN. Trabalha com formação de professores e práticas docentes em Química e é Coordenadora do PIBID/Interdisciplinar – Natal. Tem experiência na área de Ensino de Química, atuando principalmente nos seguintes temas: ensino de conceitos, solubilidade de compostos iônicos, rejeitos químicos e CTS. Possui experiência docente no Ensino Médio e no Ensino Fundamental. Atualmente leciona disciplinas da licenciatura em Química e orienta os estágios supervisionados.. Karenine de Oliveira Porpino. Possui graduação em Educação Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1989), Especialização em DançaEducação Física pela UNIFEC (1992), Mestrado em Educação (1996) e Doutorado em Educação pela UFRN (2001). Atualmente é professora associada do Departamento de Artes da UFRN, onde atua no Curso de Licenciatura em Dança. Coordena o Grupo de pesquisa em Corpo, dança e processos de criação – CIRANDAR e participa do Estesia – Grupo de Pesquisa em corpo, Fenomenologia e Movimento. Atua nos Programas de Pós-graduação em Educação e em Artes Cênicas, ambos na UFRN. Tem experiência no campo da dança como artista e professora, desenvolve projetos de pesquisa e extensão no campo das relações entre corpo, estética, dança e educação. Trabalha com formação de professores e práticas docentes em Dança e atua como Coordenadora de área do PIBID/Dança da UFRN..

(13) Laís Guaraldo. Doutora em Arte, Comunicação e Semiótica, com pesquisa de pós-doutorado sobre a práxis da expressão plástica e gráfica no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro – Instituto ID+ (Portugal) – Programa de criação artística contemporânea e Design. É professora de Linguagem e Expressão Visual do curso de Artes Visuais da UFRN. Foi docente da PUC/SP (2001 a 2014) no curso de Comunicação e Multimeios, Jornalismo e Publicidade, com atuação na área de Linguagem e Comunicação Visual. Possui Mestrado (2000) e Doutorado (2007) em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, com abordagem da crítica de processo e ênfase na expressão visual e gráfica. Lecionou Artes Visuais no Ensino Fundamental e Médio por 15 anos. Desenvolve pesquisas sobre processos de criação, diários gráficos e estratégias expressivas da linguagem visual. É Coordenadora de Área do PIBID/Artes Visuais da UFRN e trabalha com formação de professores e práticas docentes na área de Artes Visuais.. Luciene de Fátima Dantas Vieira. Possui graduação no Curso de Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2002), especializando-se em Educação e Linguagem também pela UFRN. Professora de Língua Portuguesa e Inglesa na Rede Estadual de Ensino da Escola Estadual Capitão Mor Galvão, em Currais Novos/RN. Professora de Língua Inglesa da escola de idiomas Wizard. Atualmente é Professora-Supervisora do Programa Ponto de CTI-EB – Currais Novos, desenvolvido na Escola Estadual Capitão Mor Galvão, com o Projeto Ensino e Aprendizagem para a Produção de Mídia Cinematográfica: Problematizando a desertificação.

(14) e o Saneamento Básico no Seridó, promovido pelo Programa de Integração da Ciência, Tecnologia e Inovação com a Educação Básica – Pontos de CTI-EB, financiado pela FAPERN/CAPES/ CNPq. Atuou como supervisora do PIBID/Letras EaD no período de 2014/2015.. Lucrécio de Araújo Sá Júnior. Professor Adjunto III da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Campus I Natal. Professor do Curso de Licenciatura em Filosofia da UFRN na área de Didática e Ensino de Filosofia. Coordena o Projeto Ateliê de Filosofia: http://www.ateliedefilosofia.ce.ufrn.br/portal, problematizando e investigando a Formação de Professores e as práticas de Ensino nas Escolas. Doutor pela Universidade Federal da Paraíba com estágio na Universidade de Lisboa pelo Programa de Doutoramento no Exterior – PDEE/CAPES. Professor do Programa de Pós-graduação em Educação, desenvolve Pesquisas sobre Formação Humana nas abordagens da Antropologia, História e Filosofia da Educação. Desde agosto de 2013 é Coordenador Institucional do Programa de Iniciação à Docência – PIBID/ UFRN. É também Colaborador do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem, pesquisa tradições discursivas a partir de textos orais e manuscritos da religiosidade da cultura popular. É colaborador no Núcleo de Pesquisa e Documentação da Cultura Popular da UFPB (NUPPO). Foi professor da educação básica na Escola Estadual Francisca Fonseca – PB. Professor efetivo de Jovens e Adultos no IFRN – Campus João Câmara, onde também atuou como Coordenador de Pesquisa. Atuou no INEP entre os anos de 2010 a 2012 como avaliador de cursos superiores. Atuou na chefia do Departamento.

(15) de Práticas Educacionais e Currículo do Centro de Educação da UFRN nos anos 2011 a 2013. Membro da Diretoria do Grupo de Estudos do Nordeste durante os anos de 2011 a 2015. Membro da Diretoria da Associação Brasileira de Linguística nos anos de 2013 a 2015. Foi Coordenador de Pesquisa na FESP Faculdades entre 2007 a 2009. Atuou como Diretor do Projeto Experimental em Publicidade e Propaganda – PREX na Associação Paraibana de Ensino renovado – ASPER Faculdades entre 2006 e 2008.. Magnun Luiz de Oliveira. Cursou (2008-2011) Licenciatura Plena em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e atualmente (2017-2018) está cursando o Mestrado Profissional em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN); atua desde 2013 como professor de Filosofia para a Educação Básica na Secretaria da Educação e da Cultura do Estado do Rio Grande do Norte (SEEC-RN) e desde 2014 como professor supervisor no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID – UFRN.. Márcia Gorette Lima da Silva. Graduada em Química Industrial pela UFPA (1991) e em Licenciatura em Química (1999) pela UFRN, mestre em Engenharia Química (1995) pela UFRN, especialista em CTS pela Universidade de Oviedo (2001), doutora em Educação (2003) pela UFRN e pós-doutorado (2014) em Ensino de Ciências pela Universidad Autonoma de Barcelona (Espanha), como bolsista CAPES. Atuou na escola da Educação Básica por 10 anos. É vinculada ao Instituto de Química da UFRN como professor Associado II..

(16) Entre as funções atuais incluem a coordenação do Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática da UFRN e a participação como membro do projeto de pesquisa Observatório da Educação (OBEDUC-2013). Coordenou o Programa de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID) no curso de Licenciatura em Química no período de 2008-2013, exerceu cargo de Vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática (Mestrado Profissional) da UFRN e atuou como coordenadora pedagógica do Programa de Bolsas REUNI na Pró-reitoria de Pós-graduação, coordenou e atuou como membro do Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI) com a Universidade de Coimbra e na Universidade do Minho, no período de 2010 a 2014. Tem experiência na área de Educação em Química atuando, principalmente, na formação de professores e estratégias de ensino.. Margarida Maria Dias de Oliveira. Possui graduação em História pela Universidade Federal da Paraíba (1988), Mestrado em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (1994) e Doutorado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (2003). Tem experiência na área de História, com ênfase em Teoria da História e Metodologia do Ensino de História, atuando principalmente nos seguintes temas: Ensino de História, Livros didáticos de História, Formação de professores, Historiografia, Memória e patrimônio cultural (histórico). Atualmente é professora Associada III do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Foi representante de História na Comissão Técnica do PNLD nas avaliações de 2007, 2008, 2010, 2011, 2013 e 2014. É coordenadora da Coleção.

(17) Ensino de História da EDUFRN que conta, atualmente, com sete volumes. É Coordenadora de Área do PIBID História da UFRN e trabalha com formação de professores e práticas docentes na área de História.. Marlécio Maknamara. Professor dos Programas de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Doutor em Educação pela UFMG (2011), Mestre em Educação pela UFPB (2005) e Licenciado em Ciências Biológicas pela UFC (2002). Sócio da ABRAPEC, da BioGraph e da SBEnBio. Orienta e desenvolve pesquisas com currículos (escolares e não escolares) e com formação de professores (foco nas práticas pedagógicas) atualmente privilegiando referencial pós-crítico de análise. Membro de corpo editorial (Renbio/SBENBIO, Revista Tempos e Espaços em Educação, ExperimentArt, Alteridad, Brazilian Journal of Biological Sciences) e revisor de periódicos nacionais e internacionais (RBE/Anped, Currículo sem Fronteiras, ETD, Ensaio, Teias, Educação em Revista, Alteridad...). Tem coordenado ou participado de projetos (pesquisa/ensino/extensão) financiados pela CAPES, CNPq, SESu/MEC, Ministério das Cidades e Canadian International Development Agency. Avaliador de projetos de pesquisa na UFRN, UFSCAR e UEG. Foi Diretor Regional da Associação Brasileira de Ensino de Biologia (2013-2015) e Membro da equipe da VI Escola de Formação de Pesquisadores em Educação em Ciências/ABRAPEC/Nordeste. É Coordenador de Área do PIBID/Interdisciplinar – Natal da UFRN..

(18) Marta Aparecida Garcia Gonçalves. Licenciada em Letras pela Universidade Federal do Paraná/ UCDB; Mestre em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde trabalha como professora. Atua na graduação em Letras e na Pós-graduação em Estudos da Linguagem, orientando pesquisas de iniciação científica e mestrado em duas linhas de pesquisa: “Leitura do Texto Literário e Ensino” e “Poéticas da Modernidade da Pós-modernidade”. É membra do GT Literatura e Ensino da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística – ANPOLL; da Associação Brasileira de Literatura Comparada – ABRALIC e da Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa – ABRAPLIP. É Coordenadora de gestão, no âmbito da UFRN, do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/UFRN. Desempenhou também a função de Coordenadora do Subprojeto PIBID/Letras – EaD nos anos de 2014 e 2015. Atuou em programas e projetos de formação de professores, de mediadores de leitura, e de ensino de literatura. Temas de pesquisa: literatura infantil e juvenil portuguesa e africana; literatura e ensino; formação do leitor literário; Manoel de Barros; anonimato e literatura; relações entre ética e estética na literatura; literatura e política; leitura literária; relações interartes; literatura portuguesa; literatura africana em língua portuguesa..

(19) Mércia de Oliveira Pontes. Licenciada em Matemática pela Universidade Estadual do Ceará – UECE (2000), Especialista em Ensino de Matemática – UECE (2002), Mestre em Educação pela UECE (2007), na linha de Ensino de Ciências e Matemática e Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN (2010), na Linha de Educação Matemática. Atuou como formadora dos Programas Federais GESTAR e Pró-letramento. Atuou como professora da Educação Básica por 19 anos. Atualmente é professora Adjunto III do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, com atuação nos Estágios Supervisionados no curso de Licenciatura em Matemática. Coordenadora do PIBID de Matemática/Natal e do Prodocência 2013. Professora colaboradora do OBEDUC 2013 (21053) intitulado Linguagem e desenvolvimento sustentável: integrando Ciências, Língua Portuguesa e Matemática. Atividades desenvolvidas na Área de Educação Matemática, atuando com os temas: Formação de Professores, Ensino de Matemática, Laboratório de Ensino de Matemática, Jogos no Ensino de Matemática, Leitura e Escrita no Ensino de Matemática.. Midori Hijioka Camelo. Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); ministra aulas nos cursos de Licenciatura (Física e Pedagogia). É formadora do Programa Continuum (Rede Nacional de Formação Continuada de Professores MEC). Professora do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática (PPGECNM). Coordenou Programa de Extensão do MEC/Sesu na UFRN. Foi professora da SEE/SP, SME/SP e do Centro Paula Souza (CEETPS) da Educação Básica e Técnica..

(20) Atuou como formadora no Programa ABC na Educação Científica – Mão na Massa através do Ensino de Ciências Baseado na Investigação (ECBI) ou Inquiry Based Science Education (IBSE) pela Estação Ciência – Centro de Difusão Científica, Tecnológica e Cultural da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo – USP. Graduada em Física (Licenciatura e Bacharelado) com mestrado e doutorado em História da Ciência. Professora Adjunta do Departamento de Práticas Educacionais e Currículo/UFRN e coordenadora do PIBID/Interdisciplinar – Natal.. Sandra Kelly de Araújo. Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1986), Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (1995) e Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2003). Atualmente é Professora Associada I do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tem experiência nas áreas de Ensino de Geografia, Tecnologia Educacional e Gestão Ambiental, com ênfase em Educação Ambiental. É Coordenadora do subprojeto de Geografia/ CERES/UFRN no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) desde 2011.. Wendell de Oliveira Souza. Licenciado em História (2014) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foi professor bolsista do Programa Complementar de Estudos do Ensino Médio (PROCEEM)/UFRN/ PROGRAD (2012-2013), bolsista do Programa Institucional.

(21) de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID (2013-2014) e apoio técnico das avaliações do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD 2013, 2014 e 2015). Atualmente é professor da rede privada de Educação Básica em Natal-RN (2015- ) e desenvolve pesquisas na área do Ensino Superior de História no Brasil, desde 2015..

(22) Reitora Ângela Maria Paiva Cruz Vice-Reitor José Daniel Diniz Melo Diretor da EDUFRN Luis Álvaro Sgadari Passeggi Diretor Adjunto da EDUFRN Wilson Fernandes de Araújo Filho Secretária da EDUFRN Judithe da Costa Leite Albuquerque Conselho Editorial Luis Álvaro Sgadari Passeggi (Presidente) Ana Karla Pessoa Peixoto Bezerra Anna Emanuella Nelson dos S. C. da Rocha Anne Cristine da Silva Dantas Christianne Medeiros Cavalcante Edna Maria Rangel de Sá Eliane Marinho Soriano Fábio Resende de Araújo Francisco Dutra de Macedo Filho Francisco Wildson Confessor George Dantas de Azevedo Maria Aniolly Queiroz Maia Maria da Conceição F. B. S. Passeggi Maurício Roberto Campelo de Macedo Nedja Suely Fernandes Paulo Ricardo Porfírio do Nascimento Paulo Roberto Medeiros de Azevedo Regina Simon da Silva Richardson Naves Leão Rosires Magali Bezerra de Barros Tânia Maria de Araújo Lima Tarcísio Gomes Filho Teodora de Araújo Alves Secretária de Educação a Distância da UFRN Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Secretária Adjunta de Educação a Distância da UFRN Ione Rodrigues Diniz Morais Coordenadora de Produção de Materiais Didáticos Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Coordenadora de Revisão Maria da Penha Casado Alves Coordenador Editorial José Correia Torres Neto Gestão do Fluxo de Revisão Rosilene Paiva Revisão Linguístico-textual Lisane Mariádne Melo de Paiva Revisão ABNT Cristiane Severo da Silva Edineide Marques da Silva Revisão Tipográfica Letícia Torres Renata Ingrid de Souza Paiva Diagramação/Design Editorial Beatriz Lima da Cruz Capa Beatriz Lima da Cruz.

(23) Catalogação da Publicação na Bibliotecária Verônica Pinheiro da Silva CRB-15/692. Compartilhando Saberes na Construção da Docência no PIBID/UFRN [recurso eletrônico] / Organizado por Lucrécio de Araújo Sá Júnior, Cynara Teixeira Ribeiro e Marta Aparecida Garcia Gonçalves – Natal: EDUFRN, 2017. 1 PDF. ISBN 978-85-93839-32-0 1. Educação. 2. Formação de professores. 3. Universidade. 4. Escola. I. Sá Júnior, Lucrécio de Araújo. II. Ribeiro, Cynara Teixeira III. Gonçalves, Marta Aparecida Garcia. CDU 37 F723.

(24) APRESENTAÇÃO A Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN tem participado do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID desde o ano de 2007, sendo contemplado nos editais do referido ano e ainda nos editais de 2009, 2011, na primeira ampliação em 2012 e no edital de 2013 para implementação em 2014. Essa participação proporcionou a consolidação de uma equipe coesa de trabalho nas diversas áreas. Atualmente, compõem o programa, no âmbito da UFRN, 26 Cursos de Licenciatura (21 presenciais e 05 a distância), 809 licenciandos, 74 escolas, 107 supervisores, 47 coordenadores de área, 4 coordenadores de gestão e 1 coordenador institucional, além de mais de 16 mil alunos da rede básica atendidos. As atividades do PIBID têm se refletido em uma valorização dos cursos de formação inicial de docentes para a educação básica, o que representa uma das metas do Programa. Também é evidente a valorização do PIBID no cotidiano das escolas da rede pública. Se, por um lado, a formação inicial dos futuros professores tem se fortalecido a partir das experiências e ações realizadas no âmbito do PIBID, as atividades desenvolvidas nas escolas têm contribuído para a formação continuada dos supervisores e para a melhoria da qualidade do ensino realizado nesses espaços. O Programa tem funcionado a partir do planejamento de metas incorporadas aos projetos pedagógicos. Ao longo da implementação desses projetos, as equipes realizam ações de naturezas diversas, a saber: estudos formativos; diagnóstico da realidade das escolas; planejamento coletivo e elaboração de projetos de ensino; complementação de estudos escolares; interação com a comunidade; desenvolvimento.

(25) e aplicação de metodologias inovadoras de ensino-aprendizagem; criação de materiais didáticos; apresentação de trabalhos em eventos científicos; elaboração de trabalhos acadêmicos a partir das experiências do PIBID, tanto na graduação como na pós-graduação; publicação de 7 livros com produções de supervisores, licenciandos e coordenadores de área, a partir das experiências no PIBID/UFRN; realização de diversos eventos, como os Encontros Integrativos, os Encontros de Coordenadores de Área em articulação com as demais instituições signatárias do programa no estado (como a Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA, Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN e Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN) e eventos específicos de cada subprojeto para divulgação das atividades realizadas; entre outros. Nessa direção, são impactos relevantes alcançados pelo PIBID/ UFRN: aumento e/ou melhoria da autoestima dos licenciandos e supervisores; maior valorização dos cursos de licenciatura; melhoria do rendimento acadêmico dos licenciandos, refletida em diminuições de taxas de evasão, reprovação e trancamento de disciplinas; formação mais qualificada, em função do estreitamento da relação teoria/prática e universidade/escolas; produção de conhecimentos, por meio da pesquisa-ação; integração entre ensino, pesquisa e extensão, ref letida na produção de artigos, pôsteres e comunicações orais apresentados em eventos; aumento do interesse por programas de pós-graduação; aprovação de ex-bolsistas em concursos públicos; melhoria da qualidade das ações dos supervisores; busca por cursos de formação continuada; instalação de grupos de estudo e clubes de leitura; aumento da motivação e diminuição do índice de faltas e de atrasos nas escolas; melhoria do rendimento escolar; aumento do interesse dos estudantes.

(26) pelas disciplinas nas áreas de atuação do PIBID; melhoria da qualidade das aulas; valorização, interna à escola, dos supervisores e das disciplinas por eles ministradas; aprovação de estudantes no vestibular/SISU (Sistema de Seleção Unificada) para entrada na UFRN, especialmente, nas áreas atendidas pelo PIBID; maior envolvimento da comunidade escolar, entre outros. As ações realizadas nas diversas áreas evidenciam a busca pela melhoria da qualidade da educação básica e do ensino superior. A formação docente, tanto inicial quanto continuada, foi favorecida pelas atividades e experiências realizadas no desenvolvimento do Programa. Portanto, o PIBID/UFRN conquistou um espaço inequívoco no conjunto de licenciaturas da UFRN, contribuindo efetivamente para a melhoria da qualidade da formação inicial de professores e da escola pública, assim como para uma maior articulação entre os níveis e modalidades de ensino da educação em todo o estado. Diante do exposto, este livro apresenta relatos de experiências realizadas no âmbito do PIBID/UFRN, sendo composto por dez capítulos divididos em grandes áreas: Parte I – Artes e corporeidade com os subprojetos de Artes Visuais e Dança; Parte II – Ciências Humanas e Sociais com os subprojetos de Geografia – Natal, Geografia – Caicó e História – Natal; Parte III – Ciências Humanas e Letras com os subprojetos de Pedagogia – Caicó, Filosofia e Letras Português – EaD; e, Parte IV – Ciências Naturais e Exatas com os subprojetos Matemática – Natal e Interdisciplinar de Ciências.. Lucrécio de Araújo Sá Júnior Cynara Teixeira Ribeiro Marta Aparecida Garcia Gonçalves.

(27) SUMÁRIO Parte I – Artes Visuais e Dança DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR. 29 30. PIBID/DANÇA UFRN: DESAFIOS E POÉTICAS NO ENSINO SUPERIOR E NA EDUCAÇÃO BÁSICA. Parte II – Ciências Humanas e Sociais. 49. 67. REFLEXÕES SOBRE O PIBID/GEOGRAFIA – NATAL DA UFRN: FORMAÇÃO DE PROFESSORES, DESAFIOS E PRÁTICAS EDUCATIVAS NO MUNICÍPIO DE NATAL/RN. 68. A EXPERIÊNCIA E O COTIDIANO COMO FORMA DE REPRESENTAÇÃO E SIGNIFICAÇÃO DO SABER GEOGRÁFICO NO SUBPROJETO PIBID/GEOGRAFIA – CERES. 94. O PIBID E O ESPAÇO ESCOLAR COMO FORMADORES DE PROFESSORES DE HISTÓRIA: OS DESAFIOS PARA JUNÇÃO TEORIA E PRÁTICA. 108.

(28) Parte III – Ciências Humanas e Letras. 129. ARTE E A CULTURA POPULAR NA AUTOFORMAÇÃO DE PROFESSORES: UMA EXPERIÊNCIA DO PIBID NO SERTÃO DO SERIDÓ. 130. REFLETINDO SOBRE A PRÁXIS PEDAGÓGICA NO PIBID/PEDAGOGIA – NATAL DA UFRN. 143. EM BUSCA DE NOVOS TERRITÓRIOS FILOSÓFICOS. 163. AÇÃO E FORMAÇÃO: LEITURA E LITERATURA NA ESCOLA: POESIA E EXPERIÊNCIA NO CONTEXTO DO PIBID/LETRAS – EAD. Parte IV – Ciências Naturais e Exatas. 187. 201. UMA HISTÓRIA A SE CONTAR, UM EXEMPLO A SE TOMAR: REFLEXÕES SOBRE A EXISTÊNCIA, AÇÕES E RESULTADOS DO PIBID/MATEMÁTICA – NATAL DA UFRN. 202. O DESAFIO DE FORMAR O(A) PROFESSOR (A) INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS – MOMENTOS INTERDISCIPLINARES DO PIBID/CIÊNCIAS DA UFRN. 217. AÇÕES E INTERVENÇÕES DO PIBID/QUÍMICA DA UFRN: NOVAS MUDANÇAS E NOVOS DESAFIOS. 236.

(29) Parte I Artes Visuais e Dança.

(30) PIBID/ARTES VISUAIS. DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. Introdução Este capítulo propõe uma contribuição para o ensino da linguagem visual nas escolas, apontando o potencial que há na prática de registro em diários gráficos nas rotinas escolares como ferramenta pedagógica interdisciplinar. A equipe do PIBID/Artes Visuais da UFRN atualmente está implantando um projeto de utilização do diário gráfico na Escola Estadual Walfredo Gurgel, em Natal/RN. Compreendemos que esse recurso pedagógico tem grande potencial cognitivo e abrange diferentes áreas, pois está na sua natureza o registro e a seleção de dados perceptivos, a experimentação, o espaço íntimo de reflexão e amadurecimento de temas e projetos. Nossa intenção, portanto, é apresentar aqui uma reflexão sobre a natureza desse tipo de prática, compreendendo que o desenho está no coração desses registros, mas não está sozinho..

(31) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. Do que tratamos exatamente? O que são diários gráficos? Poderíamos também nomeá-los como cadernos de criação ou diários de bordo. São diversos os termos que fazem referência à utilização de cadernos para registro e armazenamento de dados sensíveis, sejam esses dados desenhados, pintados, escritos ou colados. Os antropólogos e biólogos utilizam o termo “caderno de campo”, desenhistas chamam de sketchbooks ou “cadernos de artista”, viajantes chamam de “diário de bordo” ou “caderno de viagem”. O arquiteto Le Corbusier chamava-os de “cadernos de procura paciente”. Essa variedade de termos é indicadora da diversidade de funções exercidas por cadernos de anotações. Destaca-se nesse tipo de produção a intenção de armazenamento de dados perceptivos, para posterior utilização ou simplesmente como registro de memória de algum acontecimento. Também é notável a possibilidade de diálogos entre imagens e textos, assim como a natureza discreta dos cadernos, o território para registro e experimentação em formato de bolso. O que há em comum entre eles é o formato de pequeno porte, a sequencialidade das páginas, a sua manifestação discreta, a possibilidade de fechá-los, deixá-los guardados, não expostos, como materiais de gaveta, bolsa ou mochila.. O termo “Diário Gráfico” O professor português Lagoa Henriques, que por muitos anos lecionou desenho e incentivou grande parte de seus alunos a usarem o caderno, era quem utilizava o termo “Diário Gráfico” nas salas de aula.. PIBID/ARTES VISUAIS. 31.

(32) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. O Diário Gráfico é qualquer coisa que nós, na medida do possível, escrevemos todos os dias sobre a realidade que nos cerca. É o risco inadiável em que o desenho é realmente prioritário, mas a palavra também aparece, porque tanto o desenho quanto a palavra escrita são caligrafias. O Diário Gráfico acontece, não deve ser uma obrigação, deve ser uma necessidade, deve ser qualquer coisa que faz parte da nossa própria existência. E acontece sempre, digamos, desde que o homem existe. (HENRIQUES apud SALAVISA, 2008, p. 142).. A propagação do termo “Diário Gráfico” se deve em grande parte pelo trabalho de Eduardo Salavisa. Este, que já havia sido aluno de Lagoa Henriques, na escola de Belas Artes de Lisboa, tornou-se desenhista e professor de Artes e Design e, em 2002, colocou no ar o site diariografico.com, com a seguinte chamada: Este site pretende ser um ponto de encontro de pessoas que desenham de maneira sistemática e quase obsessiva no seu quotidiano. Esses registos diários são feitos em pequenos cadernos portáteis, que se podem designar por Diários Gráficos. Mostra registos do seu autor, Eduardo Salavisa (ver Viagem e Retratos), e de outros autores que ele gosta e que também desenham diariamente, de experiências feitas em escolas, além de bibliografia que vai sendo recolhida sobre este assunto. É, também, um receptáculo para quem queira acrescentar algo sobre Diários Gráficos. Toda esta informação é frequentemente actualizada. (DIARIOGRÁFICO.COM, documento online sem paginação).. Esse site possibilitou o encontro de desenhistas que tinham o caderno de desenho como hábito e não se conheciam,. PIBID/ARTES VISUAIS. 32.

(33) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. o que resultou na publicação de vários livros, eventos e experiências pedagógicas em Portugal e Espanha. Em 2008, Salavisa editou o livro Diários de Viagem – desenhos do quotidiano, com depoimentos de 35 desenhistas sobre suas relações com os cadernos. No âmbito educacional, Salavisa passou a ser uma referência em Portugal sobre a importância dessa prática para a formação em geral, não apenas dos artistas. Na ocasião, formou-se uma rede também de professores de arte e seus estudantes, todos compartilhando o hábito compulsivo de desenhar e suas experiências nas redes sociais, com a finalidade de incentivar o desejo e o hábito de desenhar, tendo ou não sucesso. A equipe do PIBID/Artes Visuais da UFRN vem adotando o termo “diário gráfico” pelo fato de considerarmos ser esse termo o que melhor valoriza a abrangência das operações cognitivas envolvidas nessa prática de registro cotidiano. O termo leva em consideração o hibridismo de linguagens presente nesses suportes, verbal e visual, unificadas na ação de grafar. O termo “gráfico” é proveniente do grego graphein: escrever, inscrever. Sugere, portanto, ações como grafar, desenhar, e encontra-se na passagem entre a imagem e o texto, pois é na mão que traça que está a origem comum da escrita e do desenho. Esse aspecto da grafia, da anotação que passeia entre o texto verbal e o texto imagético (muitas vezes com a mesma caneta), pode ser considerado uma das características mais expressivas dos registros realizados e armazenados em cadernos. Com o termo gráfico, foram formuladas as palavras fotografia (grafia da luz), cinematografia (grafia do movimento), grafismo, grafite, geografia, tipografia, topografia. Embora o termo seja mais comumente associado hoje em dia a processos de impressão, recorremos a sua origem. PIBID/ARTES VISUAIS. 33.

(34) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. para valorizar o trânsito entre linguagens – verbal e visual – que ele sugere, e também o armazenamento de informações das mais distintas origens que a grafia sempre possibilitou. Por isso, a pertinência do “diário gráfico” como termo adequado para nomear uma gama ampla de registros. O desenhista e professor de artes português João Catarino comenta: Foi há vinte anos que apanhei o “vício” e, como grande parte dos vícios se apanham com as companhias e nas escolas, fui também eu contaminado pelos meus amigos da Escola de Belas Artes de Lisboa. [...]. Contagiaram-me essa vontade permanente de fixar as coisas, as pessoas e os lugares, naquele formato de bolso que, de início, me pareceu de dimensões ridículas. Em breve, porém, vi que o mundo parecia caber ali (CATARINO apud SALAVISA, 2008, p. 116).. Esse mundo que parece caber ali interessa-nos como material pedagógico. Se a prática de registro e armazenamento de dados for incentivada nas escolas, que tipo de informações serão selecionadas pelos alunos, trazidas de seus cotidianos? Qual é o recorte de mundo que ali será armazenado pelos estudantes? Vamos apresentar a seguir algumas características encontradas nesse tipo de material, que também indicam diferentes experiências.. PIBID/ARTES VISUAIS. 34.

(35) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. Território livre e construção de subjetividade O semioticista russo Iuri Lotman observa que, nos “diários íntimos”, o indivíduo é destinador e destinatário da informação, o que confere um aspecto temporal singular a essa autointerlocução: “A informação não é transmitida no  espaço, mas no tempo, e serve como meio de auto-organização da personalidade” (LOTMAN, 1978, p. 36). A natureza introvertida, portátil e ágil dos registros feitos em cadernos é, provavelmente, aquilo que mais desperta a atenção e o interesse entre aqueles que se dedicam a confeccionar um caderno ou a pesquisá-lo. É considerado um “ateliê de bolso” pelos artistas; um companheiro, pelos viajantes; um suporte para anotações, para qualquer estudante ou profissional. Nesse processo de auto-organização da personalidade por meio de registros e necessidade de armazenamento e articulações de signos, o que fica evidente, ao longo da ocupação das páginas, são certas recorrências daquilo que por algum motivo foi escolhido ser anotado e como foi registrado (um tema, uma técnica, uma estratégia expressiva, uma sequência de ações, uma metodologia para recolher informações, uma preocupação formal ou social). Trata-se de um recorte diante do infinito da percepção, e a análise da seleção efetuada dá pistas para a compreensão de certa tendência (ainda que inconsciente). Para o próprio autor do caderno, rever suas páginas é uma oportunidade de tornar consciente essas recorrências, localizar sínteses expressivas ou caminhos ainda pouco trilhados, mas promissores.. PIBID/ARTES VISUAIS. 35.

(36) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. Registros de memórias Esse aspecto de ferramenta para autointerlocução coloca em evidência a função mnemônica desses registros. A intenção de armazenar e, posteriormente, de ressignificar experiências sensíveis encontra no caderno um prático suporte. O pintor E. Delacroix realizou uma viagem ao Marrocos em 1832 e confeccionou na ocasião sete cadernos. Assim que ele chegou ao continente desconhecido, escreveu uma carta para seu amigo Pierret em que afirmava estar como um homem que sonha e vê coisas que teme que lhe escapem. Nesses sete cadernos, Delacroix desenhou compulsivamente (como propõe Salavisa), muitas vezes em cima de cavalos, no meio de uma longa travessia pelo deserto. O pintor utilizou as memórias dessa experiência de viagem em diferentes quadros, pintados posteriormente em Paris. O que se nota, então, é a necessidade de armazenar dados sensíveis, lembranças de sensações experimentadas no lugar ou simplesmente o registro de dados visuais, tais como vestimentas, comidas, hábitos, a exemplo do fazem os etnógrafos. Filtros culturais participam dessas operações de percepção e de seleção. Ao registrar o Marrocos em seus cadernos, Delacroix selecionou as informações com os parâmetros de um enviado diplomático do governo francês, empenhado na documentação de um mundo e de uma maneira de viver considerada “exótica” para um europeu, numa evidente experiência de estranhamento cultural. Mais do que revelar o Marrocos, os cadernos de Delacroix revelam o olhar de um francês no Marrocos.. PIBID/ARTES VISUAIS. 36.

(37) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. Armazenamento e experimentação A essência da proposta de preencher cadernos com informações gráfico/visuais indica a necessidade de armazenamento de dados. Podem ser registros públicos, secretos, isolados, produtos de um instante, um insight, ou articulados, com a intenção de alimentar algum projeto em andamento. Muitas vezes, os registros podem ser relativamente aleatórios, mas posteriormente poderão servir para algum projeto. O conjunto de páginas preenchidas em diferentes épocas de uma vida possibilita observar processos de aprendizagens, encontros de métodos, de recursos plásticos. Também essa análise retrospectiva aponta para recorrência de temas presentes nos cadernos, realizados sem que se tivesse consciência dessa recorrência. E junto com o armazenamento, experimenta-se. São colocadas em cheque diferentes estruturas compositivas, organizações espaciais, técnicas, estéticas. O caderno é território de risco e campo de testagens de hipóteses plásticas (SALLES, 1999). Muitas vezes, esse armazenamento de dados é bruto. Outras vezes, no próprio caderno, os registros apontam para projetos ou sistematizam alguma produção. Encontramos a produção da própria vida cotidiana, que se mistura ao projeto poético e invade com dados de agenda, números de telefone, contas a pagar. São registros que parecem dizer que a poesia não vive em estado puro e as certezas sensíveis, às vezes, precisam lutar por seu espaço num território cheio de preocupações pragmáticas.. PIBID/ARTES VISUAIS. 37.

(38) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. Proposições O exercício cotidiano de registro pode também adquirir um papel propositivo. O portador do caderno tem a oportunidade de determinar ações para fazer com ele: pintar as árvores de uma região, as pontes de uma viagem, colar guardanapos de lugares públicos por onde passou, desenhar as pessoas que dormem nos ônibus ou que passam apressadas em uma praça, anotar dados sobre as vestimentas de uma cultura diferente, as vitrines de uma cidade, as expressões verbais curiosas, as tipografias do caminho, as padronagens de uma estampa, as paisagens, as aves, os alimentos, a ocupação humana de um lugar etc. No site “diário gráfico”, há um campo denominado “escolas” com uma série de propostas realizadas por estudantes e algumas páginas resultados das atividades1. Algumas propostas sugeridas são: percurso da casa para a escola; o próprio quarto em dois diferentes pontos de vista; partes do corpo, portas e janelas; diálogo escrita/imagem; profissões; colagens; modos de registro/registros rápidos; sapatos velhos; usos de imagens preexistentes, entre outras. A título de exemplificação e estímulo para professores, destacamos também as ações propostas por José Louro (destinada a um grupo mais avançado, composto por vários ilustradores e professores de artes) no simpósio do Urban Sketcher em Lisboa (SKETCHERS, 2012). A proposição era apreender o espírito de uma praça de Lisboa com a diretriz. Para maiores informações, consultar o site: <http://diariografico.com/htm/ escolas.htm>. Acesso em: 22 maio 2017. 1. PIBID/ARTES VISUAIS. 38.

(39) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. de simplificação das linhas e cores, evitando o excesso, tendo atenção para a escolha do essencial. Algumas recomendações: a.  Equacionar o micro e o macro: pequenos detalhes em contraste com o plano geral. b.  Equacionar primeiro plano com plano de fundo, dando a sensação de profundidade de campo. c.  Concentrar-se nas pessoas e acrescentar apenas o necessário para colocá-las no contexto. d.  Identificar sinais e símbolos no desenho. e.  Trabalhar com gama reduzida de cor para ganhar tempo e equilíbrio no desenho. São inúmeras as possibilidades e cabe aos educadores que trabalham com diários gráficos formularem proposições, para deixar claro aos estudantes a infinidade de recursos e também o desafio de cada a fim de estabelecer as suas próprias regrasdo jogo.. Olhar com vagar O exercício de recolher dados aos poucos evidencia o caráter ativo da percepção. Percebemos os detalhes de uma arquitetura, as curvas de uma tipografia, as escamas de um peixe,. PIBID/ARTES VISUAIS. 39.

(40) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. o ritmo da vegetação na topografia da paisagem, o design de uma cultura. Se a fotografia permite o registro de uma série de dados em um clique, o desenho possibilita outra experiência: o olhar atento e demorado, a seleção dos dados, a permanente escolha entre análise e síntese das informações. Os olhos investigam como um scanner e anotam aquilo que por algum motivo foi considerado relevante. Para desenhar é preciso ver com os olhos, e não com a câmera. E nessas práticas de ver, selecionar e registrar, experimentamos diferentes relações com o mundo. O geógrafo sino-americano Yi-Fu Tuan comenta que a palavra “experienciar” vem da raiz latina per (através de, acima de, muito), que originou também experimento, esperto, expertise, perito, perigoso. A partir disso, a ideia de que “para experienciar no sentido ativo é necessário aventurar-se no desconhecido e experimentar o ilusório e o incerto” (TUAN, 1983, p. 10). Entre desenhistas, há uma frase que diz: “desenhar é fácil, é só correr o risco”. Notamos em tal dizer a ideia de se colocar em movimento, permitir a instância empírica, a experiência sensível que ajuda a construir os conceitos.. O reconhecimento sensível do ambiente, a portabilidade No livro Topofilia, Tuan aborda os sentimentos de apego das pessoas a ambientes naturais ou construídos, explorando a ideia de topus, palavra grega que significa lugar, e filo, que significa amor, amizade, afinidade. Tuan (2012) propõe encontrar elementos universais de percepções e valores sobre. PIBID/ARTES VISUAIS. 40.

(41) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. o ambiente e a identificação de respostas comuns a todas as pessoas em diferentes povos. Esse exercício de identificação com a humanidade e também com aquilo que é singular em cada cultura vem sendo pesquisado por antropólogos e sociólogos há vários séculos e não há dúvida de que o exercício de campo, de perceber e registrar é considerado fundamental. Também esse exercício pode proporcionar um sentimento de ocupação e apropriação do espaço público e, portanto, de responsabilidade e de pertencimento. Ao observar o entorno, nota-se suas condições, a maneira como o espaço nos acolhe ou nos repele, o hábito das pessoas, dos animais, da vegetação. E o regimento desse ecossistema. Da mesma maneira que fotografias e vídeos realizados com celulares permitiram o advento da captação e da veiculação de inúmeras imagens cotidianas ou acontecimentos inesperados, proporcionada pela portabilidade do aparelho, o hábito de desenhar nas ruas é também um exercício de apropriação sensível do espaço público, de pertencimento e de identidade com o mundo que se vê e se experimenta com todos os sentidos. Essa disposição para desenhar em qualquer lugar, sobretudo nas ruas, exige algumas estratégias. Salavisa comenta sobre as frequentes más condições, contrabalanceadas pela disponibilidade mental de ser curioso e observador. Tento andar sem nada nas mãos e tudo o que tenho de transportar levo nos bolsos. O bloco e as canetas. As cores, aquarelas, aplico-as depois à noite no hotel, ou onde estiver alojado. Permite-me relembrar o dia, escrever alguma coisa que acho que devia ser lembrada, colar algum bilhete ou outra coisa do gênero (SALAVISA, 2008, p. 80).. PIBID/ARTES VISUAIS. 41.

(42) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. Diversidade de recursos É notável a variedade dos registros realizados por diferentes profissionais em seus respectivos cadernos. Há fotógrafos, cineastas e escritores que desenham, artistas plásticos que escrevem e guardam fotografias e recortes de jornais. O que vale é a intenção de armazenamento de informações. Uma vasta produção de cadernos é feita com anotações exclusivamente verbais ou exclusivamente visuais. Vale observar a frequência com que essas anotações transitam entre códigos. Podem-se encontrar, além de textos, diagramas, signos gráficos, fotografias, desenhos, pinturas, colagens, números, contas, listas, discretas intenções de diagramação da informação. O que se destaca, nessa produção, é a presença constante do diálogo entre a produção verbal e a produção imagética – que é o que caracteriza a linguagem gráfica. Em relação à ordenação de informações, não vamos esquecer que cadernos não armazenam apenas desenhos e textos. Também a colagem é um procedimento recorrente na produção contemporânea, o que potencializa associações complexas, inusitadas e estruturas compositivas mais desprendidas do sistema de perspectiva renascentista.. Elaboração de um projeto Cecília Salles, no livro Gesto Inacabado (1999), propõe a expressão “trajeto com tendência” para se referir a esse misto de vagueza e intenção que é inerente ao trabalho criativo.. PIBID/ARTES VISUAIS. 42.

(43) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. É claro que a utilização de diários gráficos não ocorre apenas entre artistas plásticos, uma vez que o registro sensível e perceptivo, o armazenamento de dados, a formulação e testagem de hipóteses e produção de projetos não é prerrogativa das artes plásticas. Cadernos também são utilizados por biólogos, antropólogos, designers, arquitetos. O antropólogo português Manuel João Ramos utiliza o caderno portátil para realizar “apontamentos desenhados” para suas pesquisas e disponibiliza em seu blog acadêmico2 um link para seus cadernos de viagem. Nesse blog, Ramos observa que viajar como desenhador não é diferente de viajar como antropólogo. De um modo ou de outro, o que se faz é olhar, interpretar, questionar e despertar curiosidade. E avalia a capacidade do desenho de ordenar as informações de maneira menos caótica que a fotografia.. Desenhistas em rede Desenhistas que escolhem postar as páginas de seu caderno em um blog de imediato transformam o espaço discreto e miúdo em uma exposição internacional. Essa internacionalização da experiência perceptiva sem intermediação de curadores é talvez o aspecto mais curioso do cenário contemporâneo. Muitos desenhos estão sendo postados e, com isso, há uma revitalização do “desenhar”, tão sem prestígio nas mostras internacionais de arte contemporânea. Para maiores informações, consultar o site: <http://iscte.pt/~mjsr/html/ Desenhos.htm>. Acesso em: 22 maio 2017. 2. PIBID/ARTES VISUAIS. 43.

(44) DIÁRIOS GRÁFICOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR Laís Guaraldo. O discurso crítico contemporâneo, no entanto, coloca em evidência a convivência, a troca de experiências, as utopias em relação às maneiras de estar no mundo. Desenhar o cotidiano, a cidade onde se vive ou passeia é, sobretudo, um espaço mental, uma oportunidade de tempo para a contemplação e o exercício da seleção de dados perceptivos, do entendimento e assimilação do seu entorno. Aquilo que é registrado da paisagem sinaliza aquilo que se pretende selecionar de um infinito de estímulos sensoriais e toda seleção é um filtro do mundo. Como dizia o fotojornalista José Medeiros sobre fotografia (e vale também para o desenho de observação): “a fotografia é aquilo que vemos, porém o que vemos depende de quem somos” (MEDEIROS apud ALVES; CONTANNI, 2008, p. 142).. Pela inclusão de diários gráficos e do ensino de desenho expressivo nas práticas educacionais Os conteúdos escolares são formulados a partir de diretrizes que teoricamente pressupõem formação humanista, desenvolvimento do ser e inserção social. No entanto, é notável como a educação brasileira no geral ainda desconsidera a contribuição da área de artes como campo de conhecimento indispensável para a formação do cidadão. A significativa maioria das escolas brasileiras suprime as aulas de artes dos seus currículos (em particular no ensino médio), como se não fosse necessária a educação para o mais amplo espectro de linguagens e suas respectivas experimentações e formulações sensíveis. A linguagem verbal e numérica é trabalhada nas escolas. Mas o que dizer da linguagem visual,. PIBID/ARTES VISUAIS. 44.

Referências

Documentos relacionados

The impact of CO 2 on collection of Aedes aegypti (Linnaeus) and Culex quinquefasciatus Say by BG-Sentinel ® traps in Manaus, Brazil.. Tatiana Mingote Ferreira de Ázara 1 / +

A orientação da inclusão em relação ao extremo da trinca também produz um efeito sobre a dutilidade do material.No modelo, o estágio crítico é o

Ao longo deste manual, detalhamos alguns dos sinais mais importantes que você deve procurar quando se depara com um paciente queimado, para que possa planejar o tratamento adequado

O modelo AnCo-REDES permitiu, aos investigadores, identificar elementos para uma análise cognitiva da estrutura das representações sociais (ou seja, o núcleo central, primeira

Foi como atividade periférica e complementar da economia pecuária que as charqueadas apareceram com certa força no cenário da economia regional, especialmente no sul de Mato Grosso,

José Airton de Arruda José Armando Mangione Luiz Antonio Ferreira Carvalho Marco Alcantara. Mario Araya Raul Arrieta

Em contrapartida, fatores relacionados ao poder público local e estadual podem ser identificados, por meio da Tabela 6, como desfavoráveis à competitividade da cultura do grão

Aspecto Sólido Branco Pressão de vapor Dado não disponível Odor Dado não disponível Densidade de vapor Dado não disponível pH Dado não disponível Densidade relativa