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A equipe do PIBID/Letras – EaD participou da CIENTEC - Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura, promovida pela UFRN, com duas inscrições: no VIII Encontro Integrativo de Supervisores e Experiência da Docência e com o trabalho

Ação e formação: leitura e literatura na escola: poesia e experiência no contexto do PIBID, e com a realização de uma exposição poética

denominada Labirinto Poético de Manoel de Barros.

O primeiro evento reuniu os professores-supervisores que acompanham os licenciandos em formação inicial nas escolas, objetivando integrá-los, ouvi-los em seus relatos de experiência supervisionada com os pibidianos, acompanhamento das ativi- dades, estratégias de ação, metodologias e sistematização dos objetivos do PIBID.

O segundo, organizado em estande na CIENTEC, promoveu a exposição das poesias de Manoel de Barros e das iluminuras baseadas em sua obra, produzidas pela filha do poeta, a artista plástica Martha Barros. No Labirinto Poético

de Manoel de Barros, em uma prática de intersemiose, buscou-se

perceber a obra de arte poética como uma festa de cor e palavra. A ideia foi colocar lado a lado a arte poética e a arte pictó- rica e observar como ambas se complementam pelos efeitos de sentido e presença que criam no leitor-espectador: letra e cor constituindo um exercício fecundo do olhar. Esse trabalho contou com a participação direta dos visitantes do estande,

quando foram convidados a ler e a escolher um poema e, a partir de então, produzir sua própria iluminura, que seria doada ao Programa e exposta durante a feira.

Segundo relatos dos pibidianos, essa experiência propor- cionou-lhes, além de uma entusiástica proposta de ensino e aprendizagem, um prazeroso momento de divulgação e acedência da obra poética de um dos mais prestigiados poetas da contemporaneidade, que, embora tenha seu trabalho reco- nhecido na literatura brasileira e no âmbito acadêmico, é ainda pouco conhecido entre os estudantes da escola pública e da popu- lação em geral. Da observação quanto ao interesse do público no estande, pode-se afirmar que houve grande circulação de inte- ressados em ler as poesias expostas (em forma de varal no sentido vertical, pendurados no teto), conhecer o autor e a obra, assim como participar da atividade de pintura, num processo de criação pictórica do poema escolhido ou de releitura das iluminuras também expostas.

Esse mesmo trabalho com a obra de Manoel de Barros foi também apresentado na I Mostra do Ensino Fundamental da Escola Mor Galvão, nos próprios moldes e arrumação do ambiente do estande da CIENTEC. O público-alvo do trabalho foram as turmas em que os bolsistas desenvolvem suas ativi- dades, embora a visitação fosse aberta também às outras turmas. A reação dos visitantes foi a mesma: alunos, professores e demais participantes da comunidade escolar ficaram encantados com a organização da sala, com a forma que as poesias e as iluminuras foram expostas e quiseram, de imediato, participar daquele evento que descreveram como instrutivo, interessante, praze- roso, agradável, diferente e “bonito”, como alguns comentavam.

Considerações finais

A oportunidade de participação como bolsista em um programa de iniciação à docência para os acadêmicos de qual- quer área do conhecimento representa, além do incentivo à atividade docente, uma possibilidade de maior êxito e segu- rança nos primeiros contatos com a realidade do dia a dia em sala de aula, antes de assumir, definitivamente, a carreira docente. Também o contato prévio com a comunidade estu- dantil e suas peculiaridades de aprendizagem e comportamento antes do período curricular de estágio obrigatório atenuam as ansiedades do graduando nessa fase de conclusão do curso.

De acordo com essas considerações, as orientações normalizadoras do PIBID contribuíram para o desenvolvimento de um trabalho sistematizado, planejado e de acordo com as exigências de aprendizagem estabelecidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que primam pelo desenvolvimento cognitivo dos estudantes da educação básica pública.

Especificamente na área das Linguagens, o PIBID/ Letras – EaD, por meio das orientações da coordenadora, das professoras-supervisoras e principalmente pela atuação dos pibidianos envolvidos com o projeto atuou com respon- sabilidade e compromisso nas salas de aula da disciplina de Língua Portuguesa da Escola Estadual Capitão Mor Galvão. Nesse contexto, vale destacar que, além da chance do contato com a rotina dos planejamentos, estratégias de ensino e metas de aprendizagem estabelecidas para as aulas, os graduandos enriqueceram qualitativamente suas experiên- cias, por meio do convívio com outros setores que formam a escola, tais como: direção, coordenação pedagógica, profes- sores de outras disciplinas, biblioteca, sala de multimídias,

reuniões de planejamento e, principalmente, contato direto com estudantes de várias idades, com realidades sociais, econômicas e culturais diferentes, cada um com um histórico particular de aprendizagem em seu processo de desenvolvi- mento intelectual e crítico da realidade.

Sobre esse último aspecto citado, é interessante destacar que a experiência com o PIBID não garante apenas a experi- ência docente da transmissão de conhecimentos do currículo e a possibilidade de desenvolvimento de habilidades e competên- cias específicas das áreas do conhecimento por parte da classe estudantil, mas propicia o estreitamento dos laços de confiança, respeito e afetividade entre estudantes das licenciaturas e alunos da educação básica, mesmo que seja por um período de contato breve entre ambos. Sob essa perspectiva, os pibidianos devem ater-se ao fato de que, para o discente, sua figura representa a mesma de um professor, contrariando o pensamento que porventura pense que sua participação seja efêmera.

Por outro ângulo, a sugestão que traz o PIBID em sua proposta de incentivo à docência oferece também apoio peda- gógico e didático ao professor, uma vez que sua intervenção pode ser mais dinâmica e flexível do que as exigências curri- culares e metodológicas estabelecidas pelo professor para avaliar a aprendizagem dos alunos. As atividades do PIBID têm as vantagens de serem mais “leves” do que a do docente porque não é exigida do aluno uma avaliação quantitativa dos conhecimentos adquiridos. Isso não quer dizer que a elabo- ração do planejamento de aula com seus objetivos e metas não tenha uma finalidade objetiva de produção de conhecimento, servindo apenas como documento comprobatório de sua frequência no programa, pelo contrário, pelo compromisso assumido e declaradamente aceite e assinado em sua adesão,

da mesma maneira que o titular da sala, o bolsista precisa traçar estratégias coerentes com a proposta do Programa com o qual se comprometeu a colaborar.

Enfim, a experiência ora relatada contribuiu signi- ficativamente para a construção de uma perspectiva séria e comprometida com a educação básica e com o ensino e apren- dizagem de língua portuguesa. Além de se constituir em um desafio, o PIBID conduziu não apenas à vivência pontual em uma sala de aula do Ensino Fundamental, mas também induziu seus integrantes à reflexão sobre os vários sentidos da ação de orientar adolescentes em fase de descobertas individuais, em contradição ou não, com o mundo que os cerca. Espera-se que essa experiência ajude na formação dos jovens que mais tarde tornar-se-ão protagonistas ou antagonistas temáticos das futuras aulas.

Referências

COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência – PIBID. Disponível em: <http://www.capes.

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2004. São Paulo: Mercado de letras, 2004. p. 95-128. JOUVE, V. Por que estudar literatura? São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

LIMA, M. S. L.; PIMENTA, S. G. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista Poíesis, Santa Catarina, v. 3, n. 3/4, p. 5-24, 2006.

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (PIBID-UFRN). Regulamento Interno do PIBID. Disponível em: <http://www2.pibid.ufrn.br/documento. php?c=3&id=76144213>. Acesso em: 19 mar. 2015.