• Nenhum resultado encontrado

Caro Leitor: Tenha uma boa leitura!

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Caro Leitor: Tenha uma boa leitura!"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

Caro Leitor:

Nesta edição são abordados temas como “A Regulamentação da Actividade de Gestão de Planos de Saúde”, “Breve Análise ao Regulamento da LEI do Sistema de Informação de Crédito de Gestão Privada” e “A Morosidade na Legalização de Docu-mentos Estrangeiros”.

Pode ainda, como habitualmente, consultar o nosso Calendário Fiscal e a Nova Legislação Publicada.

Tenha uma boa leitura! No que se refere aos planos de saúde, nota-se um vazio legal em termos da sua regulamentação. Não estão claramente definidos os direitos dos clientes nem das institu-ições administrativas às quais os clientes possam recorrer contra possíveis abusos,....Cont. Pág. 2

As CIC estão sujeitas ao registo especial junto ao BM no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data em que os factos a serem registados tenham ocorrido. Note-se que as CIC não podem iniciar a suas actividades enquanto não se encontrarem inscritas...Cont. Pág. 3

O processo de legalização mostra-se muitas vezes moroso e burocrático pela série de procedimentos em cadeia que têm que ser seguidos para o seu efeito, começando pelo país de origem onde tenha sido passado o documento e terminando junto ao Ministério...Cont. Pág. 4

NEWSLETTER

Ano 2017 | N.º 105 | Mensal

Tiragem 500 exemplares | Distribuição Gratuita

As opiniões expressas pelos autores nos artigos aqui publicados, não veiculam necessariamente o posicionamento da SAL & Caldeira Advogados, Lda.

NOTA DO EDITOR

Breve Análise ao Regulamento da LEI do

Sistema de Informação de Crédito de

Gestão Privada

A Regulamentação da Actividade de

Gestão de Planos de Saúde

Obrigações Declarativas e Contributivas -

Calendário Fiscal 2017 - (Setembro)

ÍNDICE

Legislação

Informação sobre as taxas de

Recon-strução Nacional para o ano de 2017

A Morosidade na Legalização de

Docu-mentos Estrangeiros

(2)

A REGULAMENTAÇÃO DA ACTIVIDADE DE GESTÃO DE PLANOS DE SAÚDE

Actualmente existem diversas alternativas aos serviços do sistema de saúde pública, assistindo-se a um florescimento de clínicas e consultórios de saúde privados. Contudo, o acesso aos serviços de saúde privados, assim como para determinados tratamentos, tem custos elevados. Consequentemente, ter um plano de saúde que oferece assistência médica, medicamentosa e hospitalar prestado por entidades privadas que ofereçam os respectivos serviços tem sido uma alternativa cada vez mais procurada pelos seus utentes.

No que se refere aos planos de saúde, nota-se um vazio legal em termos da sua regulamentação. Não estão claramente definidos os direitos dos clientes nem das instituições administrativas às quais os clientes possam recorrer contra possíveis abusos, muito menos o processo de licenciamento para sociedades dedicadas à actividade de gestão de planos de saúde.

A regra geral é que as entidades privadas que oferecem os serviços de gestão de planos de saúde devem estar devidamente constituídas e devida-mente licenciadas, nos termos legaldevida-mente previstos na legislação moçam-bicana. No entanto, no que se refere ao licenciamento para o exercício da actividade relacionada com a gestão de planos de saúde, persiste a dúvida quanto à entidade reguladora e que deve licenciar as entidades que, no âmbito do seu objecto social, prestem actividades de gestão de planos de saúde.

Até há pouco tempo atrás, o entendimento e procedimento era que entidades que pretendem exercer a gestão de planos de saúde deveriam ser licenciadas pela Direcção Provincial de Saúde sob a Tutela do Ministério de Saúde e assim foi por vários anos.

No entanto, a Direcção Provincial de Saúde, que anteriormente era a entidade que regulava e licenciava este tipo de actividades, afirma não mais licenciar este tipo de actividade, sendo entendimento da Direcção Provincial de Saúde que este objecto está directamente ligado à actividade seguradora e à sua respectiva mediação, pelo que o seu licenciamento deverá ser feito junto ao Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (“ISSM”) tutelado pelo Ministério da Economia e Finanças, que é a entidade regulado-ra e responsável pela supervisão e fiscalização de entidades habilitadas ao exercício da actividade seguradora, de mediação e de outras entidades mencionadas e previstas na respectiva legislação.

Ora, da análise efectuada à legislação relativa ao regime jurídico e às condições de acesso e exercício da actividade seguradora e da respectiva mediação, nomeadamente o Decreto - Lei nº. 1/2010 de 31 de Dezembro, não se encontra referência a um ramo, grupos de ramos ou modalidades de seguros que incluam a gestão de planos de saúde. No entanto, o regulamen-to das condições de acesso e de exercício da actividade seguradora e da respectiva mediação, aprovado pelo Decreto n.º 30/2011 de 11 de Agosto, apenas faz referência, na secção referente aos ramos não vida, ao seguro por doença. Conforme definido no retro mencionado regulamento, o seguro por doença é aquele em que a seguradora cobre riscos relacionados com a saúde (“seguro de saúde”) ou de prevenção de doença da pessoa segura,

realizando a prestação contratualmente acordada.

Entendemos, pois, com base no que estabelece o Decreto n.º 45/2016, de 12 de Outubro que aprova as normas de organização e funcionamento do ISSM, que são atribuições do ISSM, no âmbito da supervisão e fiscalização, emitir licenças para as entidades habilitadas ao exercício da actividade seguradora e da respectiva mediação, bem como das entidades gestoras de fundo de pensões complementares, não havendo qualquer referência ao licenciamento de entidades que tenham por objecto a gestão de planos de saúde.

Portanto, para uma sociedade que pretenda operar seguros de saúde, está claro que o seu licenciamento seria efectuado junto ao ISSM, para o seguro de doença. Contudo, no que se refere aos planos de saúde, não se afigura claro que a mesma esteja sob a sua alçada e entendemos que o ISSM tem declinado, com base na legislação acima referida, o licenciamento de entidades gestoras de planos de saúde.

Esta falta de regulamentação no que refere aos planos de saúde, cuja entidade anteriormente responsável pelo seu licenciamento, a Direcção Provincial de Saúde, se recusa a proceder com o licenciamento, remetendo ao ISSM, que por sua vez afirma não ter competências para o licenciamento de entidades dedicadas à gestão de planos de saúde, leva muitas vezes a que entidades que pretendam prestar actividades de gestão de planos de saúde sintam a necessidade de preencher os requisitos necessários para se registarem como seguradoras ou mediadoras de seguros e assim serem licenciadas pelo ISSM e estarem habilitadas a prestar as actividades de gestão de planos de saúde.

No entanto, estes procedimentos acarretam custos desnecessários para estas entidades, pois alguns dos requisitos impostos às seguradoras ou mediadoras de seguros implicam que estas tenham um capital social mínimo que é elevado, que constituam provisões técnicas, que tenham limites mínimos de margem de solvência, entre outros aspectos, muito mais onerosos quando comparados a outro tipo de sociedade comercias. Desta feita, porque a actividade de gestão de planos de saúde não se encon-tra regulada, e tendo em conta a recusa do licenciamento das mesmas pela Direcção Provincial de Saúde e pelo ISSM, e por que o desenvolvimento de actividades económicas no país está sujeita a licenciamento, de modo a poderem exercer a sua actividade as entidades que se dedicam a gestão de planos de saúde acabam por prosseguir com o licenciamento nos termos do licenciamento da actividade comercial, conforme as normas estabeleci-das no Decreto 34/2013 de 2 de Agosto, que inclui os procedimentos para o licenciamento de actividades de acordo com as subclasses da Classificação de Actividades Económicas – CAE e outras actividades que não sejam abrangidas por legislação especifica.

Desta forma, por se verificar cada vez mais o surgimento de entidades que pretendem oferecer serviços para atender as necessidades e crescimento no sistema de saúde oferecendo alternativas aos seus utentes, mas não encontram a devida regulamentação, julgamos ser urgente a criação de condições para que a matéria relativa a gestão de planos de saúde seja devidamente regulada e possa proteger estas entidades e os respectivos utentes.

empresarial, Assembleia

Sofia Vitória Magaia

Consultora Advogada

(3)

BREVE ANÁLISE AO REGULAMENTO DA LEI DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO

DE CRÉDITO DE GESTÃO PRIVADA

Foi pensando na confiança que deve existir entre as Instituições de Crédito e os seus clientes que o Banco de Moçambique criou a Central de Riscos de Crédito (“CRC”) por via do aviso n.º 8/CG BM/96, de 19 de Setembro, com o principal objectivo de facilitar a circulação de informação no Sistema Financeiro para a avaliação dos riscos de concessão e aplicação do crédito bancário.

Passados 9 anos após a criação da Central de Riscos de Crédito tutelada pelo Banco de Moçambique (“BM”), o BM decidiu estender a gestão dessa actividade às entidades privadas, tendo sido assim aprovada a Lei n.º 6 /2015, de 6 de Outubro que cria o Sistema de Informação de Crédito de Gestão Privada em Moçambique (que já foi objecto de discussão da nossa Newsletter em 2016). Importa referir que a Central de Informação de Crédito (“CIC”) refere-se a empresa devidamente organizada e registada sob as leis de Moçambique e licenciada pelo BM para exercer as actividades devidamente estabelecidas pela respectiva lei dentre as quais a recolha, armazenamento e gestão de informações de clientes, de informações judiciais que resultem de acções executivas e declara-tivas de falência e insolvência, a classificação de risco de crédito, entre outros. As CIC privadas irão ajudar a ampliar o universo de informação a que as instituições de crédito poderão ter acesso, uma vez que, contrariamente ao que acontece com a CRC que se limita apenas a informação fornecida por instituições de crédito sujeitas à supervisão do BM, as CIC recolhem informações de vários segmentos da sociedade. Esta maior abrangência irá repercutir-se numa maior rapidez para a aprovação de processo de crédito, visto as instituições terem maior informação, assim como na redução no risco de crédito.

Tendo em vista regular a lei das CIC, foi aprovado o Regulamento da Lei do Sistema de Informação de Crédito de Gestão Privada pelo Decreto n.º 11/2016, de 16 de Maio, matéria de análise do presente artigo.

O Regulamento das CIC veio, portanto, abordar matérias que de certa forma já permitem a implementação das CIC no país, tendo já estabelecido o capital social para a sua constituição, que foi fixado em 16.000.000,00 MT (dezasseis milhões de Meticais), podendo o mesmo ser actualizado pelo Governador do BM sempre que se julgue necessário face às condições do mercado.

O processo de constituição das CIC obedece aos mesmos critérios para a constituição das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, sendo que a sua constituição está sujeita a autorização prévia do BM, devendo o pedido ser dirigido ao Governador do BM. O processo deverá ser instruído pelos seguintes documentos: (i) Formulário e questionário próprio aprovados pelo Banco de Moçambique; (ii) cópias de documentos de identificação, CV quando o accionista seja pessoa singular; (iii) Estatutos, registo das entidades legais, relação dos accioni-stas, relação das sociedades cujo capital detenha participações correspondentes a 10% e demonstração de resultados auditados dos últimos 3 anos ou, caso estejam em exercício a menos tempo, do período que estiverem em actividade quando os accionistas sejam pessoas colectivas; (iv) projecto dos Estatutos da sociedade a constituir; (v) declaração dos accionistas sobre a licitude dos fundos

a afectar à CIC; (vi) plano de negócio com informação solicitada pelo BM; (vii) plano de continuidade de negócios; (viii) arquitectura do sistema de informação e padrões de interoperabilidade; (ix) manuais operacionais; (x) garantia bancária a favor do BM; (xi) comprovativo de pagamento da taxa de processamento do pedido de licenciamento, entre outros requisitos que devem ser respeitados. De notar que foram introduzidas taxas para efeitos de apreciação do pedido de licenciamento de acordo com a competência atribuída pelo regulamento das CIC, tendo sido emitido o aviso n.º 4/GBM/2016, que fixa as respectivas taxas, tendo assim fixado o montante de 20.000,00 MT (vinte mil Meticais) como taxa de processamento do pedido de licença e o montante de 25.000,00 MT (vinte e cinco mil Meticais) como taxa anual da licença, esta última que deve ser paga até ao dia 30 de Junho de cada ano, sob pena de agravamento de 25% (vinte e cinco por cento) mensais, para além de outras sanções que possam ser aplicadas. De acordo com o Regulamento das CIC, sempre que o processo esteja devida-mente instruído, a decisão sobre o pedido de autorização deve ser tomada no prazo de 60 (sessenta) dias após a submissão do processo junto do BM. As CIC estão sujeitas ao registo especial junto ao BM no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data em que os factos a serem registados tenham ocorrido. Note-se que as CIC não podem iniciar a suas actividades enquanto não se encon-trarem inscritas como registo especial.

Estão sujeitas a registo especial a (i) firma ou denominação social; (ii) objecto; (iii) sede; (iv) data de autorização do BM para a constituição e data de constituição; (v) Capital social subscrito e realizado; (vi) identificação dos accionistas e a especi-ficação das respectivas participações sociais; (vii) identiespeci-ficação dos membros dos órgãos sociais e outros equiparados; (viii) data de inicio de actividades; (ix) as alterações aos elementos anteriores e ainda o lugar e data de criação de agências e ou encerramento quando o caso.

Ainda no âmbito das competências conferidas pelo Regulamento em análise, o BM emitiu o aviso n.º 5/GBM/2016 que estabelece a informação que deve ser enviada periodicamente ao BM pelas CIC e a correspondente periodicidade para a submissão dos respectivos relatórios, tendo em conta cada tipo de informação a ser fornecida.

É importante referir que, apesar da Lei das CIC e o Regulamento das CIC terem sido aprovados em 2015 e 2016 respectivamente, não existe ainda nenhuma CIC estabelecida e a operar no País.

Por fim, importa referir que, com a aprovação da Lei das CIC e o Regulamento das CIC, pretende-se que as CIC auxiliem o BM na avaliação dos riscos na concessão de crédito pelas instituições financeiras através da colheita e sistema-tização de informações sobre paga¬mentos diferidos de um leque variado de utentes que usufruem de bens e serviços a crédito (fora das instituições financei-ras) e por esta via concorrer para a redução das assimetrias de informação de crédito.

Este serviço irá não só acelerar os processos de pedido de crédito, como também irá dar maior segurança e credibilidade às relações entre os clientes e as respectivas instituições financeiras.

empresarial, Assembleia

Carolina Sansão Chirrime Consultora Júnior

Advogada

(4)

A MOROSIDADE NA LEGALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESTRANGEIROS

Por diversas vezes, em processos legais, os cidadãos e entidades legais são confrontados com a necessidade de legalizar documentos que foram passados no estrangeiro. Por exemplo, se uma entidade estrangeira pretende abrir uma conta bancária em Moçambique, o banco comercial exige que a documentação que tenha sido passada no estrangeiro seja legalizada. O mesmo acontece em transacções em que tenham que intervir notários e alguma documentação que tenha sido exarada no estrangeiro. O processo de legalização mostra-se muitas vezes moroso e burocrático pela série de procedimentos em cadeia que têm que ser seguidos para o seu efeito, começando pelo país de origem onde tenha sido passado o documento e terminando junto ao Ministério de Negócios Estrangeiros e Cooperação no país.

Na prática este procedimento consiste: (i) no reconhecimento das assinatu-ras constantes no documento perante o notário do país de origem, (ii) submissão do documento para efeitos de legalização na Embaixada/Consu-lado moçambicano localizado nesse país e (iii) na submissão do documento para a confirmação por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Moçambique.

Este processo leva em média 15 dias para a sua efectivação, sem contar o tempo despendido para realização de traduções ajuramentadas exigidas. Se contarmos ainda com facto da inexistência de representações diplomáticas e consulares de Moçambique em alguns países, este processo pode estender-se mais ainda, uma vez que o interessado deverá submeter a documentação num país próximo onde exista uma representação diplomática de Moçambique.

Em Moçambique, a legalização de documentos exarados no estrangeiro somente é necessária quando haja fundadas dúvidas sobre a sua autentici-dade ou da autenticiautentici-dade do seu reconhecimento” conforme estabelece o n.º 2 do artigo 365 do Código Civil (CC). Se os documentos exarados no estrangeiro não levantarem dúvidas em conformidade com a legislação moçambicana acima referida, estes fazem prova como fariam os documen-tos da mesma natureza exarados em Moçambique, podendo estes documentos ser admitidos a instruir actos independentemente de uma legalização prévia.

Entretanto, em Moçambique, várias instituições públicas exigem a legalização de documentos passados em país estrangeiro, mesmo nos casos em que os documentos estejam em conformidade com o artigo 365 do CC. A mora que caracteriza o processo de legalização de documentos tem sido motivo de frustração para os investidores estrangeiros e tem afectado negativa-mente o ambiente de negócios.

Em termos de procedimento para legalização de documentos a nível internacional, foi aprovada a Convenção de Haia de 4 de Outubro de 1961, que vem suprimir a exigência de legalização dos actos públicos emitidos nos países estrangeiros que devem ser apresentados em outro território, desde que passem pelo sistema de legalização por apostila.

A legalização por apostila consiste na aposição do selo da apostila sobre o próprio acto (documento) ou numa folha ligada a ele pela autoridade competente de onde o documento é originário, conforme artigos 3 e 4 da Convenção.

A apostila pode ser passada na língua oficial da autoridade competente, podendo as menções que configuram o documento serem redigidas num outro idioma. A mesma é passada a requerimento do signatário ou do seu portador e quando devidamente preenchida, a apostila atesta a veracidade (i) da assinatura, (ii) da qualidade do signatário do acto e sendo o caso (iii) da autenticidade do selo ou carimbo que constam do acto. Ou seja, a legalização por apostila dispensa o reconhecimento da assinatura, do selo ou do carimbo que forem a constar do documento, conforme estabelece o artigo 5 da Convenção de Haia.

Nestes termos, o documento passado em país estrangeiro que tiver sido legalizado por apostila é tido como válido no país receptor, sendo dispensa-da a legalização, salvo nos casos em que a lei do Estado onde se celebrou o acto, ou um acordo celebrado entre os Estados contratantes afastem, simpli-fiquem ou dispensem a legalização por apostila, nos termos do artigo 2 e 4 da Convenção de Haia.

Notamos que Portugal aderiu à Convenção de Haia de 4 de Outubro de 1961 e estendeu a mesma a Moçambique em 22 de Outubro de 1969. Contudo, existem obstáculos à sua aplicação, nomeadamente: a inexistência de um dispositivo legal que materializa as normas constantes da Convenção e a falta de identificação da autoridade competente para passar a apostila, conforme estabelece o artigo 6 da Convenção de Haia. Mais. Apesar da extensão da adesão à Convenção, Moçambique não consta na lista de estados signatários à Convenção, pelo que, os documentos legalizados por apostilas provenientes de estados signatários não são aceites pelas institu-ições em Moçambique.

O processo de legalização por apostila constituiria uma mais-valia para Moçambique, pois seria mais célere e traria outros benefícios, como a redução de esforços e custos produzidos no processo de legalização de documentos.

No nosso entender, a implementação do processo de legalização por apostila em Moçambique é pertinente, pois é deveras importante para a flexibilização das transacções comerciais entre o Estado Moçambicano e os demais. Adicionalmente, este processo vem responder à filosofia que tem estado a ser implementada pelo Governo moçambicano na flexibilização dos serviços, no âmbito da melhoria do ambiente de negócios, tornando-se assim uma solução prática para a morosidade no processo de legalização de documentos estrangeiros actual. Afigura-se assim de extrema importância que o Governo Moçambicano desencadeie uma acção para aplicação da Convenção de Haia no país.

empresarial, Assembleia

Nárcia Taalumba Walle

Consultora Júnior Jurista

(5)

O Diploma Ministerial nº 48/2017, publicado no dia 6 de Julho do ano corrente, estabelece as seguintes taxas do Imposto de Reconstrução Nacional a vigorarem em 2017:

INFORMAÇÃO SOBRE AS TAXAS DE RECONSTRUÇÃO

NACIONAL PARA O ANO DE 2017

Sheila Tamyris da Silva    

Assistente

ssilva@salcaldeira.com

A distribuição das colectas do referido imposto será feita da seguinte maneira: • 70% constitui receita do Orçamento Provincial;

• 25% constitui receita consignada aos Orçamentos Distritais;

• 5% Destina-se a remunerar os funcionários ou agentes que participam nas actividades de recenseamento dos contribuintes e do lançamento do imposto.

O presente Diploma não se aplica aos territórios onde é cobrado o Imposto Pessoal Autárquico, nos termos da Lei nº 1/2008 de 16 de Janeiro, que define o regime e o sistema Tributário Autárquico.

No

1

Províncias Taxas em vigor - 2016 Taxas em vigor - 2017 Normal Remisso Normal Remisso

2 3 4 5 6 7 8 9 10 Maputo Província

Todos os Distritos e Localidades Gaza Guija Mandlhakazi Mabalane Chókwé Massingir Chigubo Chicualacuala

Restantes Distritos e Localidades Inhambane

Todos os Distritos e Localidades Sofala Dondo Gorongosa Restantes Distritos Manica Gondola Manica Sussundenga Machaze Mossurize Macossa Guro Tambara Barué Macate Vanduzi Tete

Todos os Distritos e Localidades Zambézia

Todos os Distritos e Localidades Nampula

Todos os Distritos e Localidades Cabo Delgado

Todos os Distritos e Localidades Niassa

Todos os Distritos e Localidades

35.00 30.00 20.00 20.00 35.00 30.00 35.00 35.00 20.00 25.00 20.00 15.00 15.00 20.00 15.00 15.00 20.00 20.00 12.00 10.00 20.00 15.00 20.00 25.00 15.00 20.00 15.00 25.00 15.00 40.00 35.00 25.00 25.00 40.00 35.00 40.00 40.00 25.00 30.00 30.00 20.00 20.00 25.00 20.00 18.00 25.00 25.00 15.00 15.00 2500 20.00 25.00 30.00 20.00 25.00 25.00 30.00 20.00 40.00 30.00 25.00 25.00 35.00 30.00 39.00 35.00 20.00 25.00 20.00 15.00 15.00 30.00 30.00 16.00 40.00 20.00 15.00 15.00 25.00 15.00 20.00 25.00 15.00 20.00 15.00 35.00 15.00 45.00 35.00 30.00 30.00 40.00 35.00 40.00 40.00 25.00 30.00 30.00 25.00 25.00 35.00 50.00 18.00 50.00 25.00 18.00 20.00 30.00 20.00 25.00 30.00 20.00 25.00 25.00 40.00 20.00

(6)

NOVA LEGISLAÇÃO PUBLICADA

OBRIGAÇŌES DECLARATIVAS E CONTRIBUTIVAS

10 20 30 30 INSS IRPS IPP 20 IRPC

Lei nº 6/2017 de 21 de Julho de 2017 - Cria novos Postos Administrativos por províncias e distritos.

Lei nº 7/2017 de 21 de Julho de 2017 - Cria novas localidades por províncias, por distrito e por Posto Administrati-vo.

Decreto nº 29/2017 de 14 de Julho de 2017 - Aprova o Regulamento do Uso e Aproveitamento de Albufeiras e Lagos.

Decreto nº 33/2017 de 19 de Julho de 2017 - Aprova o Regulamento de Segurança de Barragens.

Decreto nº 36/2017 de 21 de Julho de 2017 - Aprova os termos e condições do Contrato de Concessão da Instalação de Descarga de Materiais, na Ponta Afungi, Baía de Tungue, Distrito de Palma, Província de Cabo Delgado.

Decreto nº 37/2017 de 21 de Julho de 2017 - Aprova os termos e condições do Contrato de Concessão do Terminal Marítimo de GNL, na Ponta Afungi, Baía de Tungue, Distrito de Palma, Província de Cabo Delgado.

Decreto nº 38/2017 de 27 de Julho de 2017 - Fixa o período de 1 de Março a 29 de Abril de 2018, para a realização do recenseamento eleitoral de raiz para as Quintas Eleições Autárquicas.

Decreto nº 39/2017 de 28 de Julho de 2017 - Aprova o Regime Jurídico Simplificado do Licenciamento para o Exercício de Actividades Económicas, que compreende a Licença Simplificada e a Certidão da Mera Comunicação Prévia.

Diploma Ministerial nº 48/2017 de 6 de Julho de 2017 - Estabelece as taxas do Imposto de Reconstrução Nacion-al para o ano de 2017.

Diploma Ministerial nº 49/2017 de 6 de Julho de 2017 - Fixa as taxas a pagar pelos utentes dos serviços prestados pela Concessionária do Terminal Especial de Exportação de Nacala.

Diploma Ministerial nº 50/2017 de 11 de Julho de 2017 - Concernente ao normal fornecimento de combustíveis em defesa dos interesses económicos do País, por forma a tornar o abastecimento em produtos petrolíferos mais eficaz e garantir a segurança, regularidade e a qualidade do abastecimento de combustíveis.

Diploma Ministerial nº 51/2017 de 11 de Julho de 2017 - Aprova os Procedimentos de Marcação e Testes para o controlo de Adulteração de Produtos Petrolíferos.

Resolução nº 31/2017 de 20 de Julho de 2017 - Concernente a adjudicação provisória da concessão para desenvolvimento e exploração de jogos de fortuna ou azar na Cidade de Maputo à sociedade CASINO MARINA MAPUTO S.A., constituída pelo Grupo SOGECOA Moçambique, Limitada (34 por cento), Rank Holdings (PVT) Limitada (40 por cento) e Luís Wong, cidadão moçambicano (26 por cento), em regime especial e fixa os termos de base do contrato de concessão.

Aviso nº 15/GBM/2017 de 16 de Junho de 2017 - Concernente à Introdução da Série 2017 de notas do Metical.

Despacho de 29 de Maio de 2017 - Especializa a 1.ª secção do Tribunal Judicial do Distrito de Moatize, em matéria cível e a 2.ª e 3.ª secções do mesmo Tribunal em matéria criminal.

Despacho de 10 de Maio de 2017 - Determina que o desembaraço aduaneiro de mercadorias em regime de exportação, ocorre, de forma livre, em todos os Terminais Internacionais de Mercadorias, legalmente constituídos, habilitados e em funcionamento no País

CALENDÁRIO FISCAL 2017 SETEMBRO

Sérgio Ussene Arnaldo     Assessor Fiscal e Financeiro sussene@salcaldeira.com Rute Nhatave    Arquivista / Bibliotecaria rnhatave@salcaldeira.com IVA 15 IPM

Entrega das contribuições para segurança social referente ao mês de Agosto de 2017.

Entrega da declaração Periódica quando o sujeito passivo tenha créditos. Entrega do imposto retido na fonte de rendimentos de 1ª, 2ª , 3ª , 4 ª e 5ª categoria bem como as importâncias retidas por aplicação de taxas liberatórias durante o mês de Agosto 2017.

Entrega do imposto retido durante o mês de Agosto de 2017.

Pagamento das importâncias devidas em documentos, contratos, livros e actos designados na Tabela anexa ao Código de IS referente ao mês de Agosto de 2017.

Pagamento da 3ª e última prestação do pagamento por conta do IRPC. Entrega do Imposto sobre a produção de petróleo referente ao mês de Agosto de 2017.

Entrega do Imposto sobre a extracção mineira referente ao mês de Agosto de 2017. 20 Imposto de Selo 30 PC

(7)

Escritório em Tete

Av. Eduardo Mondlane,Tete Shopping, 1º andar

Telefone: +258 25 223 113 • Fax: +258 25 223 113

Tete, Moçambique

Contacto na Beira

Av. do Poder Popular, 264, Caixa Postal 7

Telefone: +258 23 325 997 • Fax: +258 23 325 997

Beira, Moçambique

Sede

Av. Julius Nyerere, 3412 • Caixa Postal 2830

Telefone: +258 21 241 400 • Fax: +258 21 494 710 • admin@salcaldeira.com

www.salcaldeira.com

Maputo, Moçambique

Referências

Documentos relacionados

parte dos sujeitos passivos do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRPS) deixavam de estar obrigados, nos termos da lei, a submeter ou a apresentar a Declaração

As instituições de crédito em Moçambique têm preferência pelo uso de hipotecas sobre imóveis ou bens móveis sujeitos a registo, como forma de garantia das obrigações

Por outro lado, considerando que o trabalhador está normalmente amparado pela Segurança Social, parece-nos defensável a primeira teoria que melhor protege o empregador, uma vez que

Para além dos benefícios previstos na Política de Desenvolvimento de Energias Novas e Renováveis, o Regulamento do Regime Tarifário para Energias Novas e Renováveis prevê que

estrangeiro que está a prestar uma actividade em regime de curta duração, indicando o período em que irá perman- ecer dentro da empresa. Acontece, porém, que através da Circular n.º

Segundo estes, o nº 3 do artigo 67 da Lei do Trabalho refere apenas que com abertura do inquérito suspende-se o prazo de prescrição da infracção, não se referido a suspensão

Diploma Ministerial nº 74/2015 de 20 de Maio de 2015 - Concernente ao reajustamento do salário mínimo para os trabalhadores que desenvolvem actividades integradas no sector 7

Relativamente aos procedimentos de dispensa, suspensão e cessação do trabalho voluntário, o legislador manteve a previsão do anterior regime, no entanto, deixou ainda em aberto