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J. Pediatr. (Rio J.) vol.93 número1

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www.jped.com.br

ARTIGO

ORIGINAL

A

comparison

between

preterm

and

full-term

infants’

preference

for

faces

Silvana

A.

Pereira

a,b,c,∗

,

Antônio

Pereira

Junior

b

,

Marcelo

F.

da

Costa

a

,

Margareth

de

V.

Monteiro

b

,

Valéria

A.

de

Almeida

c,d

,

Gentil

G.

da

Fonseca

Filho

c

,

Nívia

Arrais

b,e

e

Francesca

Simion

f

aUniversidadedeSãoPaulo(USP),InstitutodePsicologia,DepartamentodePsicologiaExperimental,SãoPaulo,SP,Brasil bUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte(UFRN),Natal,RN,Brasil

cUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte(UFRN),FaculdadedeCiênciasdaSaúdedoTrairí(FACISA),Natal,RN,Brasil dHospitalUniversitárioAnaBezerra(HUAB),UniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte(UFRN),SantaCruz,RN,Brasil eUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte(UFRN),MaternidadeEscolaJanuárioCicco,Natal,RN,Brasil

fCentroNeuroscienzeCognitive,UniversitadiPadova,DipartimentodiPsicologiadelloSviluppoedellaSocializzazione,Padova,

Itália

Recebidoem2demarçode2016;aceitoem28deabrilde2016

KEYWORDS

Modelofvisual recognition; Visualperception; Newborn;

Preterminfant; Full-terminfant

Abstract

Objective: Visualpreferenceforfacesatbirthistheproductofamultimodalsensory expe-rienceexperiencedby thefetusevenduringthegestationalperiod.Theabilitytorecognize facesallowsanecologicallyadvantageousinteractionwiththesocialenvironment.However, perinataleventssuchasprematurebirth,mayadverselyaffecttheadequatedevelopmentof thiscapacity.Inthisstudy,weevaluatedthepreferencefor facialstimuliinpreterminfants withinthefirstfewhoursafterbirth.

Methods: Thisisacross-sectionalobservationalstudyof59newborns,28pretermand31 full--terminfants.Thebabieswereassessedinthefirsthoursoflife,withtwowhiteboardsinthe shapeofaheadandneck:onewiththedrawingofafacesimilartothehumanface(natural face),andonewiththedrawingofmisalignedeyes,mouth andnose(distortedface).After thenewbornfixatedtheeyesonthepresentedstimulus,itwasslowlymovedalongthevisual field.Therecognitionofthestimuluswasconsideredpresentwhenthebabyhadeyeorhead movementstowardthestimulus.

Results: Thepreterminfants,inadditiontoshowingaloweroccurrenceoforientation move-mentsforbothstimuli,onaverage(1.8±1.1tonaturalfacesand2.0±1.2fordistortedones) alsoshowednopreferenceforanyofthem(p=0.35).Full-termnewbornsshowedadifferent behavior,inwhichtheyshowedapreferencefornaturalfaces(p=0.002)andahighernumber oforientationsforthestimulus,forbothnatural(3.2±0.8)anddistortedfaces(2.5±0.9).

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.04.009

Comocitaresteartigo:PereiraSA,PereiraJuniorA,CostaMF,MonteiroMV,AlmeidaVA,FonsecaFilhoGG,etal.Acomparisonbetween pretermandfull-terminfants’preferenceforfaces.JPediatr(RioJ).2017;93:35---9.

Autorparacorrespondência.

E-mail:apsilvana@gmail.com(S.A.Pereira).

(2)

Conclusion: Pretermnewbornsrecognizefacialstimulianddisclosenopreferencefornatural faces,differentfromfull-termnewborns.

©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/ 4.0/).

PALAVRAS-CHAVE

Reconhecimento visualdemodelos; Percepc¸ãovisual; Recém-nascido; Prematuro;

Nascimentoatermo

Umacomparac¸ãoentrerecém-nascidosprematuroseatermonapreferência porfaces

Resumo

Objetivo: Apreferênciavisualporfacesaonascimentoéprodutodeumaexperiência senso-rialmultimodalvivenciadapelofetoaindanoperíodogestacional.Ahabilidadedereconhecer facespossibilitaumainterac¸ãoecologicamentevantajosacomoambientesocial.Entretanto, eventosperinatais,comoonascimentoprematuro,podemprejudicarodesenvolvimento ade-quado dessa habilidade. Neste trabalho, avaliamos a preferência por estímulos faciais de recém-nascidosprematurosnasprimeirashorasapósonascimento.

Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal feito com 59 recém-nascidos, 28prematurose31nascidostermos.Osbebêsforamavaliados,nasprimeirashorasdevida,com duaspranchasbrancasemformatodecabec¸aepescoc¸o:umacomodesenhodeumaface simi-laraorostohumano(facenatural)eoutracomodesenhodeolhos,bocaenarizdesalinhados (facedistorcida).Apósorecém-nascidofixaroolharnoestímuloapresentado,eralentamente movimentadoaolongodocampovisual.Oreconhecimentodoestímulofoiconsideradopresente quandoobebêapresentoumovimentosdosolhosoucabec¸aemdirec¸ãoaoestímulo.

Resultados: Osrecém-nascidosprematuros,alémdeapresentarmenorocorrênciade movimen-tosdeorientac¸ãoparaambososestímulos,emmédia(1,8±1,1parafacesnaturaise2±1,2 parafacesdistorcidas),tambémnãoapresentarampreferênciaporqualquerumdeles(p=0,35). Diferentefoiocomportamentodosrecém-nascidosatermo,queapresentarampreferênciapor facesnaturais(p=0,002)eumnúmeromaiordeorientac¸õesparaoestímulo,tantoparafaces naturais(3,2±0,8)quantoparafacesdistorcidas(2,5±0,9).

Conclusão: Recém-nascidos prematuros reconhecemos estímulos faciais e não apresentam preferênciaporfacesnaturais,diferentementederecém-nascidosatermos.

©2016SociedadeBrasileiradePediatria.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigo OpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4. 0/).

Introduc

¸ão

Apesar da imaturidade de áreas corticais visuais e da consequente limitac¸ão nas habilidades visuais, recém--nascidosapresentamumapreferênciainataporestímulos visuais com formato de faces. Essa habilidade é essen-cial para guiar as interac¸ões da crianc¸a no ambiente social.1

Diferentemente damaioria deoutrosobjetos, asfaces são processadas de maneira holística ou configural no sistema visual e são processadas na sua integralidade, enquanto outros objetossão processados como agregados deelementos independentes.2Issoprovavelmentedecorre dofato de que muitas fontes de informac¸ão socialmente relevantesdependem daintegrac¸ãodeinformac¸ão prove-nientedevárias regiõesdaface, tal comojulgamento de expressõeseintencionalidade.2

Oprocessamentoconfiguraldefacesdependedeum sis-temasubcorticalconhecidocomoConspec,queoperadesde onascimentoeé sensívelasinformac¸ões básicassobreas características visuaisde rostos de umamesma espécie.3 Essesistemaorientaapreferênciaporpadrõesfaciais(olhos alinhadosacimadonarizeboca),dealtoscontrastesatéos primeirosmesesde vida,4---6 antesdeumsegundo sistema denominadoConlern completar seu amadurecimento.3,4 O

desenvolvimento do sistema Conlern depende da experi-ência visual com faces humanas.3,4,7 Esses dois sistemas interagemduranteodesenvolvimentopós-nataldosistema visual.8 O Conspecinstrui o amadurecimentodo Conlern3 e qualquer imparidadenoseu funcionamento podeafetar aespecializac¸ãocorticalpararostose,consequentemente, inferirnegativamenteoprocessamentosubsequentede estí-mulossociais.4

Experimentos que investigam esses dois sistemas são amplamente encontrados na literaturaquando feitos com recém-nascidosatermodeidadegestacionalmaiordoque 40 semanas.1,4,5,8---10 Entretanto, apesar de os bebês prematuros serem capazes de completar todos os elementos de umprotocolode avaliac¸ãovisual, incluindo aquelescom respostascomplexas,6,11 nenhumestudo ava-liouapreferênciaporfacesemrecém-nascidosprematuros nasprimeirashorasdevida.

Algunsestudos12---14 demonstramque umaassociac¸ão entrenascimentoprematuro e vários distúrbios neurocog-nitivos relacionados, de uma forma ou de outra, com o processamento de estímulos faciais, como autismo12,13 e prosopagnosia,14aincapacidadedereconhecerfaces.

(3)

Entretanto, umahipótese discutida em nossoestudo é queessaorientac¸ãoporestímulossocialaonascimentopode ser um produto de uma experiência sensorial multimodal vivenciadapelofetoaindanoperíodogestacional,16,17oque poderia,embebêsprematuros,estarprejudicadopelafalta de experiência intraútero. Nessa perspectiva, o objetivo destetrabalhoé avaliarapreferênciadeestímulosfaciais emrecém-nascidosprematurosnasprimeirashorasdevida.

Métodos

Amostra

Esteé umestudoobservacional transversalpragmáticono qualsemediuaprevalênciadoreconhecimentodefacesem doisgrupos debebês, prematurose atermo.Oestudo foi feitoentrejulhode2014edezembrode2015,comamostra deconveniênciaprovenientedaMaternidadeEscola Januá-rioCicco (Natal,RN, Brasil)eMaternidadeEscolaHospital AnaBezerra(SantaCruz,RN,Brasil).Aamostrafoirecrutada apartirdasinternac¸õesdosdoishospitaisduranteoperíodo dapesquisa.Aopc¸ãopelodesenhoexperimentalpragmático decorredasuapraticidadeedapossibilidadedeenriquecer oestudocomumcontextoepidemiológicoecultural.18

Foram convidadospara participar doestudo ospaisou responsáveisporbebêsrecém-nascidos deambos ossexos com até 48 horas de vida, com idade gestacional entre 33 a 41 semanas. Para a definic¸ão da idade gestacional, considerou-se a idade gestacional calculada pela data da última menstruac¸ão. Quando isso não foi possível, foram consideradosos dadosdaultrassonografiaobstétrica feita noprimeirotrimestredegestac¸ão.

Osrecém-nascidosentre33a36semanaseseisdiasde idadegestacionalforamagrupadosnogrupoprematuroeos recém-nascidosentre37a41semanasnogrupotermo.

Foramexcluídososrecém-nascidosinstáveis hemodina-micamente(em usode ventilac¸ãomecânica invasivae/ou não invasiva, uso de drogas vasoativas), com hemorragia intracraniana grau IIIe IV,nota deApgar no5◦ minuto<5

eavaliac¸ãooftalmológicadefundodeolhocomresultados

anormais. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN/Facisa (protocolo #658.852/2014) e todas as mães ou responsáveis assinaram o termo de consentimentolivreeesclarecido.

Estímulo

Paraavaliaroreconhecimentodefaces,adaptamosa meto-dologiadescritaporGorenetal.,comaretiradadeumadas pranchasdoconjunto,paradiminuirotempodeaplicac¸ão do teste aos bebês prematuros, que tendiam a dormir durante a avaliac¸ão.19 Portanto, os estímulos consistiram emduaspranchasbrancasemformatodecabec¸aepescoc¸o (0,17×0,19m),comumaborda externapreta. Umadelas continhaumarepresentac¸ãosimilaraorostohumano(olhos alinhadosacimadonarizeboca)eaoutraodesenhodeuma facedesconfigurada(olhos,bocaenarizdesalinhados).

Procedimento

Otesteerafeitocomaparticipac¸ãodedoispesquisadores emumasalailuminadaesilenciosanoprópriohospitaleos recém-nascidoseramposicionadosemdecúbitosupinosobre ocolodoexaminador (figura1A).Oestímuloera apresen-tadonosângulosde15e30graus,àdireitaeàesquerdade umarcoimagináriocomraiode0,25mecentradonacabec¸a dobebê.O examinador eracegoao tipode estímuloque eraapresentado, quelhe erarepassadocom aface (con-figurada ou desconfigurada) invertida pelo auxiliar. Após fixar o olhar no estímulo apresentado, o recém-nascido era lentamente movimentado ao longo do campo visual. O auxiliar transcrevia para um formulário o parecer do examinadorcomrelac¸ãoaoreconhecimentoounãodo estí-mulopelorecém-nascido.Omesmocartãofoimovimentado apenasumavezparacadaladoeoreconhecimentodo estí-mulofoi considerado presentequando o bebêapresentou movimentosdos olhos oucabec¸a em direc¸ão ao estímulo apresentado.19 Foi feito um treinamento prévio do exa-minador para garantir a reprodutibilidade dos ângulos de apresentac¸ãodoestímulo. Umarco de PVC na cor preta,

+30

B

A

+15 –15

–30

Figura1 A:Posic¸ãodorecém-nascidoedopesquisadorduranteexperimento.Osrecém-nascidosforamposicionadosemsupino

(4)

Tabela1 Apresentac¸ãodasmédias,desviopadrão,valormínimoemáximodascaracterísticasgeraisdaamostra

Prematuro Termo p

Totalderecém-nascidos 28 31

-Sexo(masculino/feminino) 14/14 20/11

-Horasdevidaduranteavaliac¸ão 30±11,89(10-48) 21±12,13(2-47) 0,55

Idadegestacional(semanas) 35±1,11(33-36) 39±1,13(37-41) 0,02

Peso(gramas) 2.044±380,54(1.260-2.904) 3.396,13±482,64(2.755-4.900) 0,37

Apgar1◦minuto 8±1,91(4-9) 9±0,95(4-9) 0,16

Apgar5◦minuto 8±0,90(6-10) 9±0,58(7-10) 0,15

p<0,05=diferenc¸asestatisticamentesignificativasentreosgrupos,testetdeStudent.

p = 0,35

Prematuro Termo

Grupos

p = 0,002 4

3

2

n

.º de fixações

Face configurada

Face desconfigurada

1

0

Figura2 Apresentac¸ãodonúmerodefixac¸õespelosestímulos

defaceconfiguradaedesconfiguradanosdoisgruposde recém--nascidos:PrematuroeTermo.

commarcac¸ãodosângulos,foiusadoduranteotreinamento (figura1B)comcincorecém-nascidos,quenãoforam incluí-dosnoestudo.

Para análise estatística, considerou-se a presenc¸a ou ausência de resposta(1 e 0, respectivamente) para cada umadas quatroposic¸õesavaliadas.Acomparac¸ãoda per-formancedosdoisgruposexperimentaisnoreconhecimento dosestímulos(faceconfigurada edesconfigurada)foi ava-liadacomotestetpareadocomumníveldesignificância ␣=0.05.

Resultados

Foramavaliados 73 recém-nascidos durante o período do estudo,14 foram excluídos (quatrotinham idade gestaci-onal<33 semanas, três tinham mais de 48 horas, quatro estavamemventilac¸ãomecânicaetrêstinhamApgarno5◦

minuto<5).Dos59recém-nascidosqueefetivamente parti-ciparamdoestudo,28foramalocadosnogrupoPrematuro (14meninas)e31nogrupoTermo(11meninas).Atabela1 apresentaumresumodascaracterísticasgeraisdaamostra. Ambos osgruposreconheceram osdoisestímulos apre-sentados.Entretanto,os recém-nascidosdo grupo Prema-turo,alémdeapresentarmenorocorrênciademovimentos deorientac¸ãoparaambososestímulos,emmédia(1,8±1,1 para faces configuradas e 2±1,2 para faces desconfigu-radas) (figura 2), também não apresentaram preferência porqualquerumdeles(p=0,35).Jáosrecém-nascidos do

grupoTermoapresentarampreferênciaporfaces configura-das (p=0,002) e umnúmeromaior deorientac¸ões para o estímulo,tantopara facesconfiguradas (3,2±0,8)quanto parafacesdesconfiguradas(2,5±0,9)(figura2).

Discussão

Os resultados indicam que os bebês prematuros não apresentampreferênciavisualporfacesconfiguradas, dife-rentementederecém-nascidosatermo.

Acapacidadedeidentificarfaceséumahabilidade essen-cial para recém-nascidos, tendo em vista a dependência quasecompletadosseuscuidadores.

Turatietal.avaliaramapreferênciafacialdelactentes nascidosatermo aostrês meses.20 Osresultados demons-tramqueesses bebêsexibemumapreferênciavisualpara imagens de faces apresentadas numa orientac¸ão correta, comparadascom faces invertidas. Outroestudo feitocom recém-nascidos a termo, avaliadoscom 24horas de vida, usou doisestímulossimilares afaces humanas,oprimeiro comtrêsquadradospretosalinhadoscomosolhoseabocae umsegundotambémcomtrêsquadradospretos,porémcom aposic¸ãodosolhosebocainvertidos.Osresultados mostra-rampreferênciapeloestímulosimilaraorostohumano.5

Goren etal., em seus experimentos,estabelecem que os bebês nascidos a termo dentro de uma hora após o nascimento têm algumas informac¸ões específicas sobre a disposic¸ão das particularidades que compõem a face, mais propriamente bebês com nove minutos de vida preferem faces a outros estímulos.19 No entanto, todos esses estudos avaliam bebês nascidos a termo.4,5,19,20 A interrupc¸ãodosistemasubcorticalcausadapelanascimento prematuro pode ter consequências importantes para o desenvolvimentodomecanismoenvolvidocomapreferência porestímulossociais.14,21

Estudos da func¸ão visual de reconhecimento de faces também com prematuros, entretanto em idade diferente dademonstradaemnossoestudo,apontamqueessesbebês apresentamumainabilidadedereconhecerfaces,oque cor-roboraosnossosresultados.12,14Osautoresdiscutemquea prosopagnosiapodeserumdistúrbioneurológicograveque levaaumadeficiênciasocialemdecorrênciadadificuldade defazer amigos e participarde atividades sociaisdavida diária.12,14

(5)

dagravidez.22Osestímulosprovenientesdaexplorac¸ãotátil daprópriafacepelofetoduranteagestac¸ãoajudama refi-naros circuitosresponsáveis pela discriminac¸ão visual de faces.16 Noúltimotrimestredegravidez,osfetos apresen-tamumamaiorfrequênciadosmovimentoscoordenadosdos membrossuperioresnadirec¸ãodaface.17

No entanto, em nosso estudo fizemos umexperimento psicofísicocom uma única exposic¸ão doestímulo de face configuradaenãofilmamosessaresposta,oquepodelimitar adiscussãodenossosresultados.

Arepetic¸ãodessemesmoestímulopoderiaterfornecido informac¸õesadicionaisaorecém-nascidoeagravac¸ão pode-riater auxiliadonojulgamentodaresposta. Por entender queaapresentac¸ãodeumestímulodesconhecido,repetida vezes,poderialevaràhabituac¸ãovisualoptamosporfazer umaúnicaexposic¸ão.Entretanto,fizemosumexperimento com a orientac¸ão do sistema oculomotor. Decidimos por essa metodologiaporentenderque omecanismo Conspec éorientadopelosistemaoculomotor4,19etalprocedimento poderia ser usado ainda com o recém-nascido internado em poucas horas após onascimento, o quepodeser uma ferramentaútil para odiagnóstico depossíveisalterac¸ões neurocognitivas.

Afilmagem doexperimentofoi tentadacomdiferentes posic¸õesdacâmera,aindanafasedotreinamentodoscinco bebêsnãoinclusosnoestudo.Entretanto,nenhumadelasfoi suficienteparacaptaromovimentodosolhossemdespertar ointeressedorecém-nascido.Foiapartirdessa experiên-ciaqueinserimosumsegundopesquisadorparamostraras placasvoltadasparabaixoparaoexaminador,oquetornou ojulgamentocegoaotipodeestímuloapresentado. Toda-via,éimportanteressaltarqueesteéoprimeiroestudoque demonstradiferenc¸asdeorientac¸õesparaestímulossociais entre recém-nascidos prematuros e a termo, com poucas horasdevidaapósonascimento.Frieetal.14demonstraram resultadossimilarescom27bebêsnascidosprematuros,mas avaliadosaosseismesesdeidadecorrigidaeaos10meses de idade cronológica. Por isso, acreditamos que o nosso resultadoéparticularmenteimportante,tendoemcontaas possíveisconsequênciasqueessafaltadeorientac¸ãoem pre-maturospodetersobreodesenvolvimentodaespecializac¸ão dessesistemaparaprocessarestímulossociais.

Apesar das limitac¸ões do nosso estudo, os resultados indicam que recém-nascidos prematuros não apresentam preferênciaporfacesconfiguradas.Entretanto,são necessá-riosnovosestudoscomamostrasmaisextensasediferentes perfisdeprematuridadeparachegaraconclusõesmais defi-nitivas.

Financiamento

ConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientíficoe Tecnoló-gico(CNPq).EditalUniversal,processon◦484997/2013-0

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Agradecimentos

AoConselhoNacionaldeDesenvolvimentoCientíficoe Tec-nológico(CNPq).

Referências

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Imagem

Figura 1 A: Posic¸ão do recém-nascido e do pesquisador durante experimento. Os recém-nascidos foram posicionados em supino sobre o colo do pesquisador e o estímulo foi apresentado a 0,25 m de distância do bebê
Tabela 1 Apresentac¸ão das médias, desvio padrão, valor mínimo e máximo das características gerais da amostra

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