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J. Pediatr. (Rio J.) vol.93 número1

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Academic year: 2018

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JPediatr(RioJ).2017;93(1):1---3

www.jped.com.br

EDITORIAL

Sepsis-associated

acute

kidney

injury

---

is

it

possible

to

move

the

needle

against

this

syndrome

,

夽夽

Lesão

renal

aguda

associada

a

sepse

---

é

possível

fazer

a

diferenc

¸a

contra

essa

síndrome?

Prasad

Devarajan

e

Rajit

K.

Basu

UniversityofCincinnati,CincinnatiChildren’sHospitalMedicalCenter,CenterforAcuteCareNephrology,Cincinnati, EstadosUnidos

De um lado, a sepse é a principal causa de óbito não

relacionado atraumaem pacientespediátricosem todoo mundo, em nac¸õesdesenvolvidas e em desenvolvimento.1 Por outro lado, os dados epidemiológicos demonstram a contribuic¸ãoindependentedalesãorenalaguda(LRA)para a morbidade e mortalidade em adultos e crianc¸as.2,3 A mortalidade,amorbidade eo custofinanceirodaLRAsão significativoselevaramainiciativasglobaisexclusivaspara eliminar a LRA prevenível e minimizar os efeitos da LRA existente.4 Infelizmente, a sepse e a LRA, juntas, siner-gizam o ‘‘pior dos doismundos’’ --- incitam umaladainha derespostasnegativasdohospedeiroe,em última instân-cia,levamaresultadosruinsdopaciente.Nestaedic¸ãodo

JornaldePediatria,Riyuzoetal.5relatam dadossobreos fatorespreditivosdeóbitoempacientescomLRAassociada asepse.Emsuaavaliac¸ãoretrospectivade77crianc¸ascom sepseeLRA,ataxadeLRAgrave(pRIFLE)estágioI-Fe/ou

DOIoforiginalarticle:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2016.09.001

Comocitaresteartigo:DevarajanP,BasuRK.Sepsis-associated

acutekidneyinjury---isitpossibletomovetheneedleagainstthis syndrome?JPediatr(RioJ).2017;93:1---3.

夽夽VerartigodeRiyuzoetal.naspáginas28---34.Autorparacorrespondência.

E-mail:Rajit.basu@cchmc.org(R.K.Basu).

estágio2-3ficouacimade75%eataxademortalidadegeral foisubstancial(33,7%).

Os determinantes da lesão e progressão na sepse e LRA são similares. A sepse é propagada pelos principais mediadores de isquemia, hipóxia, inflamac¸ão e morte celular.Afisiopatologia multidimensional dasepse exerce perturbac¸ões do nível celular até a homeostase geral do hospedeiro. Os dados de modelos animais e humanos corroborama desregulac¸ãodo sistemaimunológicoinato, odesequilíbriodaproduc¸ão/degradac¸ãodacitocinapró-e anti-inflamatória, a desestabilizac¸ão das vias apoptóticas e a interrupc¸ão daestabilidadeendotelial. De modo par-alelo,a LRAétipificadaporumconjunto derespostasdo hospedeiro, incluindo isquemia, inflamac¸ão desregulada, hipóxiaelesãotubularrenal.6Alémdisso,aLRAresultaem efeitosprejudiciaisautócrinos,parácrinose endócrinosda citocinasobreestruturasvitaisextrarrenais,comocérebro, corac¸ão, pulmões e fígado.7 Portanto, a sepse e a LRA, individualmente, são maisadequadamente caracterizadas como síndromes (em comparac¸ão com ‘‘doenc¸as’’ ou ‘‘lesões’’), pois levam à desestabilizac¸ão da homeostase porumavariedadedemecanismosglobais.

Alesão renalagudaassociada asepse grave(LRASG) é comum, dispendiosa e prejudicial. A sepse é a principal causa de LRA em adultos e crianc¸as, representa 33-50% de toda a LRA em adultos e 25-50% em crianc¸as.8 Como síndromeúnica,aLRASGcontribuiparaaaltamortalidade,

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2 DevarajanP,BasuRK

omaiorusode recursos(suporte ventilatório,diálise)e o aumentona morbidadedepacientes(aumentonadurac¸ão da internac¸ão). Além disso, as sequelas de longo prazo da LRASG são significativas: uma notável proporc¸ão de pacientessobreviventes(adultos e crianc¸as) sofre doenc¸a renal crônica, doenc¸a renal em estágio final precoce e óbitoprecoce.9,10Infelizmente,afisiopatologiadaLRASGé poucoentendida.Demaneirasemelhanteàsepsee àLRA (consideradasdemaneiraindependente),osdeterminantes daLRASGincluemalterac¸ões hemodinâmicasintrarrenais, disfunc¸ão endotelial, desregulac¸ão da homeostase infla-matória, necrose/apoptose e lesão isquêmica-hipóxica.11 No nível do hospedeiro, a sepse e a LRA se propagam simultaneamente por meio de efeitos independentes sobre o tônus vascular sistêmico, o volume intersticial, a distribuic¸ão alterada de albumina sérica e a induc¸ão de produc¸ão de óxido nítrico. Provou-se que separac¸ão dos efeitos independentes da LRAda sepse é difícil,pois ambascompartilhamviascomuns queenvolvemdisfunc¸ão circulatória, desconexão de bioenergia e problemas nas viasnitrosativaseoxidativas.12 Aslimitac¸õesàcapacidade de modelos animais reproduzirem uma doenc¸a humana e umaescassezdedadossobreotecidohumanodescreditam as suposic¸ões de que a sepse diminui automaticamente o fluxo sanguíneorenal e leva à necrose tubular.13 Tanto em homens quanto em ratos, a lesão multidimensional é potencializadanos pacientesmuito jovense muitovelhos enaquelescomdoenc¸acrônica.3Poressesmotivos,asepse e a LRA andam ‘‘lado a lado’’ --- e provavelmente con-tribuemdemaneirasinérgicaparaorápidoacometimento depacientesquesofremdeambasassíndromesdaslesões. Riyuzo et al.5 descobriram, em seu estudo de crianc¸as comLRASG,umparaleloclínicocomessesachados fisiopa-tológicos. Em seu estudo, as crianc¸as com LRASG eram jovens(mediana dequatro meses),diagnosticadas preco-cemente(primeirodiadeinternac¸ãonaunidadedeterapia intensiva)e sofriam delesãograve (>75% daclasse I-Fe estágio2-3dapRIFLE). Osfatores de risco independentes associadosao óbitoincluíram características depacientes gravemente doentes (ventilac¸ão mecânica, terapia de diálisee hipoalbuminemia).Em seuestudo, aLRAnãofoi associadademaneiraindependenteàmortalidade,achado esperadonocontexto dedoenc¸agrave geraldepacientes incluídos noestudo. É importante ressaltar que nenhuma gravidadedos parâmetrosda doenc¸a (Risco Pediátricode Mortalidade,ÍndicePediátricodeMortalidade) foiincluída em seu estudo para comparar pacientes sobreviventes e falecidos.Contudo,existeumaassociac¸ãoóbviaentrelesão renal aguda em pacientes com sepse (estágio 2-3 e/ou queprecisedediálise)eóbito---corroboradapelareduc¸ão significativademonstradanasestimativas desobrevivência Kaplan-Meier.

Considerandoascontribuic¸õessinérgicas dasepsee da LRA,como,então,podemos fazeradiferenc¸apara melho-rarosresultadosdospacientescomLRASG?Umaabordagem multifacetada,oportuna,racionalesistemáticaénecessária

(tabela 1). O primeiro passo é a identificac¸ão oportuna

dos pacientes em rico por LRASG. É óbvio --- tratar a sepse!Oinícioprecocedeantibióticoséassociado à mor-talidadereduzida --- um achado que tem sido lentamente valorizadoeincorporadoaocuidadoderotinadepacientes gravementedoentes.14Estudosincidentaiscomapopulac¸ão

Tabela1 Fazendoadiferenc¸anotratamentodaLRASG.

1. Identificac¸ãodepacientesedetecc¸ãoprecoce delesão

A.Reconhecimentoetratamentodasepse(uso antecipadodeantibióticos!)

B.Estudosdeassociac¸ãodogenoma(antesda doenc¸a)

C.Testedebiomarcadoresdeacordocomoíndice deanginarenal

2. Adjudicac¸ãodaprogressãodalesão

A.Progressãodebiomarcadores B.Avaliac¸ãoda‘‘fasedefluidos’’

3. CuidadodeapoioepacotesdeLRA

A.Avaliac¸õesregulares,diáriasehoráriasdafunc¸ão renal

B.Aprimoramentodaterapiacontra sepse/hemodinâmica

C.PacotesdeLRA

i.Reduc¸ãooueliminac¸ãodenefrotoxinas

ii.Ajustedemedicamentosparaliberac¸ãorenal

4. Terapiadapróximagerac¸ão/terapêuticadirecionada

A.Imunomodulac¸ão

B.Destinac¸ãoacélulasespecíficas(quelac¸ãode ferro)

C.Dispositivosextracorpóreos

i.Dispositivoseletivodecitaferese

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Sepsis-associatedacutekidneyinjury 3

faz sentido.22,23 Em terceiro lugar, o cuidado de suporte consistente e sistemático é essencial. A terapia precoce orientada a objetivos da sepse se tornou comum em pacientesgravementedoentes,porém anoc¸ãodecuidado de suporte para LRA (avaliac¸ões regulares de creatinina, atenc¸ão à diurese e ao peso, limitac¸ões de nefrotoxinas, dosagem renal de medicamentos, evitac¸ão de contraste etc.)nãoéconsistentenomundo.Asevidênciasprecocesda apresentac¸ão docuidado daLRAacopladasao manejosão promissoras.24Porfim,aterapiadirecionadaestáàvista.A atenuac¸ãodainflamac¸ãoprecocecomousode endocanabi-noideseterapiascelulares,direcionamentocelular especí-ficocomousodeagentesquelantesdoferroemediadores dehemeoxigenaseestãoemestágiosavanc¸adosdoestudo clínico.25 Terapiasextracorpóreas,comoodispositivo sele-tivodecitafereseparaatenuac¸ãodainflamac¸ão,podemser anovaondaparapacientesmaisgravementedoentes com LRASG.26

A lesão renal aguda associada a sepse grave é uma combinac¸ãodesíndromesindependentes esinérgicas com efeitos negativos consideráveis sobre o resultado nos pacientes. Nesta edic¸ão do Jornal de Pediatria, Riyuzo etal.5relataramarelevânciadoproblemadaLRASG, prin-cipalmenteem crianc¸as.Afisiopatologiaintercaladatorna essencial a identificac¸ão adequada e a reduc¸ão de riscos para esses pacientes. Cuidar desses pacientes exige um entendimentodaimportânciadaabordagemoportuna, coer-enteemultidimensionaldomanejo.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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