"Tréplica"
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E liza b e t h Ba r r o s
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ped e-m e a A BRA SCO q ue reaja ao s co mentário s d o s d ebated o res. Em
uma p á g i n a ! Tarefa difícil, d ad a a qualid ad e d as o bserv açõ es e a
quan-tid ad e d as p ro v o caçõ es... Vejo -as c o m o acréscimo s imp o rtante ao d ebate,
p o is o limitad o esp aç o d e um artigo não permitiria co brir to d o o rico
univ erso d e questõ es q ue o tema enseja. D essa fo rma, limitar-me-ei a
d estacar alguns p o nto s q u e p o d em co nstituir uma "ag end a" para o esfo rço
d e co ntinuid ad e da d iscussão q ue, esp ero , resultará d essa iniciativa da
A BRA SCO. zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A
minha co nv icção so bre a relev ância d as p o líticas p úblicas para a c ons-trução da cid ad ania se refo rça c o m as info
r-m açõ es e análises trazidas p elo Nilso n, er-m
particular as relativas à área d e saneam ento
básico . E alimenta tam bém a minha d isp o
si-ção d e o lhar criticamente as "certez as" d a
co njuntura. Seu texto é uma excelente m o
s-tra d o quanto tem sid o freqüente a prática
d e co nferir m o no p ó lio d e interp retação a
al-guns ato res, em no sso País, e d e c o m o , nesse
co ntexto , o "dificultoso mesmo é um saber
definindo o que quer e ter o po d er de ir até no
rabo da p alav ra...", c o m o dizia o sábio
Gui-marães Ro sa.
Eleutério tam bém ( m e) refo rça o ânim o
ao co nv o car para o d ebate so bre a reto mad a
d o p ro jeto da refo rma sanitária na X CNS, e
( m e) p ro v o ca c o m seu ceticismo quanto ao s
"resultados positivos no reequilíbrio entre aç õ es
de saúd e de diversas naturezas, quand o , na
verdade, este po d e ser antes co nseqüência dos
co nstrangimento s eco nô mico s experimentad o s
pelo seto r". N ão d escarto a p o ssibilid ad e d e
que, em alguns caso s, essa variável p o ssa ter ¬
tid o imp o rtância na d eterm inação das o p
-ç õ es d e g esto res. Mas so u testemunha d e
muitas iniciativas q u e d eco rrem d e uma g
e-nuína v o ntad e p o lítica d e co nstruir um
siste-ma d e saúd e d em o crático e d e bo a qualid
a-d e. E se, qualquer q u e tenha sia-d o a mo
tiva-ç ão inicial, o resultad o fo r a o ferta d e uma
atenção à saúd e d e m elho r qualid ad e e d e
m aio r reso lutibilid ad e, será q u e não p o d
e-m o s c o nf iar ee-m q u e a p o p u laç ão d
estinatária p o d erá utilizar seu s rec u rso s d e p o
-d er p ara p reserv ar essas fo rm as -d e aç ão
p ública?
A exig ência d e um p ro jeto d emo crático
para a so cied ad e, "q ue articule d emo cracia
política e d emo cracia so cial", c o m o co nd ição
para q ue se im p lem entem p o líticas p úblicas
red istributivas, é enfatiz ad a p o r A mélia, e
d esse p o nto d e vista tam bém co mp artilho .
Nessa d ireção , reacend er, c o m o ela p ro p õ e,
o d ebate so bre a co nstrução d e alternativas
para sup eração da p o breza e so bre a natureza
da reo rganização necessária d o Estado p o d e
significar uma co ntribuição importante para que
A p ro v o cação para um d ebate co nceituai
so bre a d escentraliz ação e a d efesa da auto
-no mia das unid ad es p restad o ras d e serv iço s
são trazidas p elo Luciano . Não d isco rd o d e
que a "não centraliz ação " co nstitua a imag em
o bjetiv o a ser alcançad a. Mas, na no ssa exp
e-riência histó rica, a centralização é um fato a
ser sup erad o . N esse sentid o , esto u segura d e
que o p ro cesso d e d escentraliz ação é
inevi-tável, não c o m o uma o uto rga d o g o v erno
central, mas c o m o um p ro cesso o rd enad o d e
transferência d e p o d er e d e meio s e d e co
ns-trução d e no v as práticas. Há mais co m p
lexi-d alexi-d e no p ro cesso , a meu ver, lexi-d o q ue "ap
e-nas a garantia d e transferências dos recursos
financeiro s para o d esemp enho de suas
atri-buiçõ es", no co ntexto d e d esiguald ad e e d e
d iv ersid ad e entre o s entes fed erad o s q u e
caracterizam no sso País. Há q uestõ es q u e
env o lv em as p esso as q u e trabalham no
siste-ma. Há questõ es gerenciais e d e cap acitação
técnica. Há p ro blemas a reso lv er d e
articula-ç ão interg o v ernamental. E muitas mais, se
quisermo s co nstruir um sistema integrad o e
cap az d e garantir a integralid ad e. No q ue se
refere à auto no mia d as unid ad es, meu texto
rec o nhec e a necessid ad e d e auto no mia ad
-ministrativa, d e leg islação esp ecífica para o
seto r. Preo cup am -m e alternativas q ue p o ssam
auto no mizar em relação ao sistema — e essa
p reo cup ação está fund ad a na o bserv ação d as
exp eriências co ncretas q ue têm sid o
realiza-das em no sso País. Co nsid ero q ue essa é
uma das d im ensõ es d o d ebate q ue d ev eria
merecer maio r atenção , send o o bjeto d e
es-tud o s mais ap ro fund ad o s e d e av aliação d as
iniciativas em curso no País, para q ue p o
ssa-mo s d isp o r d e mais d o q ue o relato d as
exp eriências d esenv o lv id as em o utro s co
n-texto s só cio -p o lítico s para resp o nd er às no
s-sas ind ag açõ es.
As p reo c up aç õ es d e Gastão c o m a
ne-cessid ad e d e av ançarmo s c o m maio r clareza
no d elineamento d e um m o d elo d e atenção
cap az d e realizar as p ro messas d e cid ad ania
co ntid as no SUS são p o r mim co mp artilha¬
d as. Esto u segura q u e é este o c am p o para
o nd e mais p recisamo s dirigir no sso esfo rço ,
c o m o fo rmulad o res. O cam inho p arece ser o
p o r ele ap o ntad o , d e sup eração d e aç õ es
verticalizad as e frag mentad as, inco rp o rand o
a to d a a red e a ló g ica da ad scrição da
clien-tela, d o cuid ad o integral, "estend end o
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
as di-retrizes d o méd ico d a família a to d o s ospro-fissionais que trabalham n a rede básica". D e
reno v ação d a prática clínica. D e
reestrutura-ç ão d as instituireestrutura-çõ es e d o s p ro cesso s d e
tra-balho na atenção ho sp italar. E, para tanto ,
c o m eç ar p o r c o nhec er (o u criar) e d ebater
alternativas q u e no s ap ro xim em — e não
no s d istanciem — d o o bjetiv o d e co nstruir
um sistema d e saúd e p ara o cid ad ão .
Perguntas cruciais são feitas p o r Jairnilso n:
" q u e m s ã o os ato res e fo rças po líticas" que assumirão a d efesa d e p o líticas so ciais
uni-versais e, p articularmente, d o "SUS d emo
crá-tico " ? O nd e está, ho je, a o usad ia q ue lev o u
ao d esenc ad eam ento d o p ro cesso d e imp
le-m entação d o SUS ? O s ato res, v o c ê le-m esle-m o
o s id entifica terão q u e ser o s d estinatário s da
p o lítica. Seus recurso s d e p o d er são frágeis,
mas se p ud erem sair d o imo bilismo a q u e o s
c o nd u z iu a p erp lexid ad e d iante d a trág ica
c ertez a so b re a "inev itab ilid ad e" d as so
lu-ç õ e s até ag o ra ap resentad as talv ez p o ssam
v o ltar à c ena c o m o sujeito s p o lític o s. N o
s-sa c o ntrib u iç ão p o d e ser esta: amp liar o
d eb ate e as inf o rm aç õ es d e m o d o a p erm
i-tir ev id enc iar as d if erenç as entre o "SUS
real" ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA o "SUS d e m o c rátic o " , c riand o c o n-d iç õ es p ara q u e se rec o nstru a a esp eranç a
rep resentad a p ela existênc ia d e
alternativ as — c o n d iç ão ind isp ensáalternativ el à aç ão p o
-lítica af irm ativ a. Um d o s se u s re c u rso s
d e p o d er p o d e ser ac io nad o já neste ano
d e e l e i ç õ e s m u nic ip ais — o v o to . E a
o usad ia reto rnará q u and o p u d erm o s rec o m
-p o r a c o nf ianç a na -p o ssib ilid ad e d e um
p ro jeto c o letiv o . Po rq u e tam b ém ac red ito ,
c o m o G astão , q u e , " ap e sar d as d ificuld