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Rev. paul. pediatr. vol.34 número4

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Academic year: 2018

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RevPaulPediatr.2016;34(4):395---396

REVISTA

PAULISTA

DE

PEDIATRIA

www.rpped.com.br

EDITORIAL

Em

tempo:

Esofagite

eosinofílica:

quando

suspeitar

e

como

diagnosticá-la

em

crianc

¸as

e

adolescentes

In

time:

Eosinophilic

esophagitis:

when

to

suspect

it

and

how

to

diagnose

it

in

children

and

adolescents

Mirna

Chehade

MountSinaiCenterforEosinophilicDisorders,JaffeFoodAllergyInstitute,IcahnSchoolofMedicineatMountSinai,NovaYork, EstadosUnidosdaAmérica

Recebidoem23denovembrode2015

Prevalência

e

dados

demográficos

Esofagite eosinofílica (EEo) é uma doenc¸a crônica imune do esôfago,antigenomediada, caracterizada por sintomas relacionadoscomdisfunc¸ãoesofágicaeeosinofiliaesofágica significante.1EEofoidescritaemmuitoslugaresemtodo

o mundo, incluindo a Américado Norte,Europa, América doSul,Austrália,ÁsiaeoOrienteMédio.Nãohárelatosde coortes de EEona ÁfricaSubsaariana ou na Índia.2

Múlti-plosrelatostêmorigemnoBrasil,incluindoSãoPaulo, de crianc¸ascomEEo.3---5AprevalênciadeEEotemaumentado

progressivamente,2portanto éimportantequepediatrase

especialistas pediátricos devárias disciplinas se familiari-zemcomaapresentac¸ãodadoenc¸a,paraqueodiagnóstico possaserfeitoemtempohábilecuidadosadequadospossam serfornecidos.

EEoémaiscomumemmeninos,comumarazãosexo mas-culino:feminino de3:1, epodeapresentar-seem crianc¸as dequalquer idade, até na 1a infância.6 Grupos familiares

foramdescritos em EEo7 e verificou-se serdevido em sua

maiorparte ao ambientefamiliar comum doque à gené-tica.Osúltimos sãocausadosporumaheranc¸acomplexa, emvezdemendeliana.8Acredita-sequeváriasexposic¸ões

nosprimeirosanosdevida,taiscomoousodeantibióticosna 1ainfância,partocesáreo,partoprematuroealimentac¸ão

exclusiva com fórmula infantil ou mista (fórmula infantil

DOIserefereaoartigo:

http://dx.doi.org/10.1016/j.rppede.2016.07.001

E-mail:mirna.chehade@mssm.edu

e leitematerno), estão potencialmenteassociadas com o desenvolvimentodeEEonapopulac¸ãopediátrica.9

Das crianc¸as com EEo, 50-70% têm doenc¸as atópicas concomitantes, incluindo asma, rinoconjuntivite alérgica oudermatite atópica.Além disso, um grande númerode crianc¸as comEEotemhistória atualoupassadadealergia alimentar.1Históriafamiliardeatopiaestápresenteemum

grandenúmerodecrianc¸ascomEEo.10

Apresentac

¸ão

clínica

Ascrianc¸ascomEEoapresentamumavariedadedesintomas, quedependemdaidadeedadurac¸ãodadoenc¸a.Ossintomas incluemdorabdominal,sintomasderefluxogastroesofágico (RGE),comonáuseasevômitos,disfagiadealimentossólidos eimpactac¸ãodealimentosnoesôfago.10

O clínicopodeenfrentar alguns desafiosnessa área.O primeiro é que ascrianc¸as comEEo àsvezes apresentam sintomas pouco frequentes ou não específicos. Portanto, nãopercebidoscomoalarmantespelasfamíliasouoclínico. Enquanto adolescentes e crianc¸as mais velhas relatam principalmente disfagia e impactac¸ão de alimentos, as crianc¸as maisjovens e pacientescom menor durac¸ão dos sintomassãomaispropensos a apresentardor abdominal, sintomas de RGE e vômitos ocasionais.11 Diferenciar EEo

da doenc¸a do RGE induzida por ácido nesses pacientes apenas pelo histórico pode ser difícil. Perguntar sobre outrossintomasassociados, taiscomo saciedadeprecoce, e avaliar a presenc¸a de déficit de crescimento pode ser muitoútil,umavezqueessesapontamparaapossibilidade deEEo.Defato,odéficitdecrescimentopodeocorrerem

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396 ChehadeM

atéum terc¸o das crianc¸as com EEo10 e é potencialmente

reversívelapósaremissãodadoenc¸a.

Umsegundodesafioenfrentadopeloclínicoéqueos sin-tomaspodemserdenaturezasutil,umavezqueadoenc¸a é crônica e seus sintomas evoluem com o tempo. Assim, ascrianc¸as com EEo aprendem a compensar por meiode modificac¸õescomportamentaisnospadrõesdealimentac¸ão paraprevenirossintomasprincipais,comovômitos,disfagia ouimpacc¸ãoesofágica de alimentos.Esses comportamen-tosincluemevitargrandesrefeic¸ões,evitaralimentoscom texturaduraougrumosa,comocarnese pães,mastigac¸ão prolongada,cortarosalimentosempedac¸osmenores, lubri-ficarporc¸õesdealimentoscomcondimentosebebercoma maioria dasporc¸õesde alimentos.1 Isso enfatiza a

impor-tância de obter uma história detalhada de crianc¸as e adolescentescomsuspeitadeEEoesuasfamíliasparaevitar umatrasonodiagnóstico.

Diagnóstico

OdiagnósticodeEEoexigeumaendoscopia altacom múl-tiplas biópsiasdamucosa esofágica, bem como de outras partesdotratogastrointestinal.Ainspec¸ãovisualdamucosa esofágica pode revelar um ou mais achados,12 incluindo

sulcos, placas brancas e perda do padrão vascular, todos comunsnapopulac¸ãopediátrica.Emboraacausadossulcos não seja clara, placas brancas são formadas por agrega-dos de eosinófilos na região mais próxima da superfície luminal associadas com alguma descamac¸ão de células epiteliaissuperficiais.13 Alémdisso,anéisesofágicos,

este-noses,estreitamentosoumesmocisalhamentopodemestar presentesnoscasosmaisgraves.Acombinac¸ãode caracte-rísticasestámuitasvezespresente.Ematé20%dascrianc¸as comEEo,oesôfagopodeparecercompletamentenormal, destaca-se a importância de obter biópsias em todos os momentos,semprequeEEoforclinicamentesuspeito.14

Já que EEo é uma doenc¸a desigual, múltiplasbiópsias esofágicas são necessárias de vários locais da mucosa esofágica, especialmente de áreas lesionais, como placas brancas. Biópsias esofágicas que demonstram pelo menos 15 eosinófilos por campo de alta potência na zona mais densamenteinfiltrada, em examemicroscópicode sec¸ões coradas com hematoxilina e eosina, são consideradas diagnósticas, na ausência de aumento de eosinofilia no restodotratogastrointestinal.1

Já que a doenc¸a de RGE induzida por ácido também poderesultar em eosinofilia esofágica, embora leve, essa possibilidadedeve serdescartada. Além disso, a eosinofi-liaesofágicaresponsivaainibidoresdabombadeprótons, atualmenteconsiderada comoumaentidade separada até quesuapatogênesesejaelucidada,deveserexcluídaantes deestabelecer-seodiagnósticodeEEo.Portanto,aterapia empíricacomuminibidordabombadeprótonsaumadose de2mg/kg/diaem crianc¸as, atéummáximo de20-40mg, umaouduasvezespordiaemadolescentes,érecomendada. Biópsias esofágicas que demonstram eosinofilia esofágica significativa,adespeitodepelomenos8a12semanasdessa terapia,sãoconsideradasdiagnósticasparaEEo.1

Conclusão

EEoéumadoenc¸acadavezmaisprevalentena populac¸ão pediátrica. Como os sintomas podem ser sutis, não

específicos ou pouco frequentes, a obtenc¸ão de uma história completa com foco em um grande número de sintomas, incluindo histórico e padrões de alimentac¸ão, comregistrodahistóriapessoalefamiliardeatopiaeEEo, e avaliac¸ão docrescimentosãoimportantes.Essespodem alertaro pediatraparaapresenc¸adadoenc¸aepermitir o encaminhamentoemtempohábilparaumaavaliac¸ãomais detalhadaemanejodopaciente.

Financiamento

Oestudonãorecebeufinanciamento.

Conflitos

de

interesse

Oautordeclaranãohaverconflitosdeinteresse.

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