• Nenhum resultado encontrado

Direito Constitucional. Prof. Otávio Piva

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Direito Constitucional. Prof. Otávio Piva"

Copied!
167
0
0

Texto

(1)

Direito Constitucional

Prof. Otávio Piva

(2)

OTÁVIO PIVA

Natural de Porto Alegre, RS, é advogado militante. Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, em 1995. Especialista em Educação a Distância. Mestre em Ciências Sociais pela PUC-RS. Doutorando na PUC-RS.

Professor da disciplina de Direito Constitucional na A Casa do Concurseiro, na Escola Superior da Magistratura do RS (ESM – AJURIS), na Escola Superior Faculdade do Ministério Público (FMP), na Fundação Escola da Magistratura do Trabalho do RS (FEMARGS), na Escola Superior de Direito Municipal de Porto Alegre (ESDM) e em diversos cursos preparatórios a concursos públicos e exame de ordem.

É autor de sete livros e de artigos publicados. Foi agraciado com a Cruz do Mérito Cívico e Cultural, distinção oficializada pela Portaria nº 153, de 04 de junho de 1965, do Ministério da Educação e Cultura do Brasil - MEC, em reconhecimento ao relevante trabalho realizado em defesa dos interesses de médicos formados no exterior.

Recebeu reconhecimento internacional, sendo condecorado com a Cruz da Ordem Internacional do Mérito do Descobridor do Brasil, das mãos do Embaixador do Brasil em Portugal e do Magnífico Reitor da Universidade de Coimbra, Portugal, em reconhecimento aos esforços praticados em prol do ensino jurídico do Direito Constitucional no Brasil.

Contato: veritas@cpovo.net Site com material de estudo:

www.pivaadvogados.adv.br Facebook:

(3)

NOTA DO AUTOR

O presente material objetiva servir de material de apoio na preparação de candidatos que se preparam aos mais diversos concursos públicos do país.

Atendendo o desejo da A Casa do Concurseiro de dar suporte integral a seus alunos, trata-se de material que é distribuído gratuitamente a todos os concurseiros que estudam Direito Constitucional.

Para tanto, apresenta os principais temas objeto de concursos públicos de forma condensada e esquematizada.

Além disso, ao finalizar cada capítulo, são oferecidas questões de concursos públicos para permitir o exercício das matérias estudadas e, ainda, para que o estudante tenha uma visão geral de como esses conteúdos estão sendo objeto e qual o grau de exigência em diversas provas de todo o país.

O material de apoio está estruturado em doze capítulos: 1 – Teoria Geral do Direito Constitucional

2 – Preâmbulo e Princípios Fundamentais 3 – Direitos e Garantias Fundamentais 4 – Nacionalidade

5– Direitos Políticos 6– Organização do Estado 7 – Organização dos Poderes 8 – Processo Legislativo

9 – Controle de Constitucionalidade 10– Funções Essenciais à Justiça

11 – Defesa do Estado e das Instituições Democráticas 12 – Eficácia e Aplicabilidade da Norma Constitucional.

A ideia, portanto, é fornecer aos alunos da A Casa do Concurseiro, uma espécie de “livro-texto”, permitindo não apenas o estudo objetivo de pontos-chaves que constantemente são exigidos nas provas, mas também subsídios teóricos para melhor aproveitamento das aulas da disciplina de Direito Constitucional.

(4)

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - TEORIA GERAL DO DIREITO CONSTITUCIONAL...12

1.1 Direito Constitucional. Natureza. Conceito. Objeto...12

1.2 Fontes do Direito Constitucional...12

1.3 Elementos das constituições segundo José Afonso da Silva...12

1.4 Constituição: sentido sociológico, sentido político, sentido jurídico, sentido culturalista...13

1.4.1 Sentido sociológico...13

1.4.2 Sentido político...13

1.4.3 Sentido jurídico...13

1.4.4 Sentido culturalista...14

1.4.5 Konrad Hesse: força normativa da Constituição...14

1.5 Conceito de Constituição...14

1.6 Classificação das Constituições...15

1.6.1 Classificação da Constituição Federal de 1988...17

1.7 Fundamentos do poder constituinte...17

1.7.1 Poder constituinte originário e derivado...17

1.8 Reforma e revisão constitucional...18

1.8.1 Possibilidade de alteração da Constituição através de interpretação: mutação constitucional...19

1.9 Neoconstitucionalismo...19

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...20

CAPÍTULO 2 - PREÂMBULO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS...24

2.1 Preâmbulo constitucional...24

2.2 Princípios Fundamentais...24

2.2.1 Fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1.º)...25

I – SOBERANIA...25

II – CIDADANIA...25

III - DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA...25

(5)

V - PLURALISMO POLÍTICO...26

2.2.2 Separação dos Poderes (art. 2.º)...27

2.2.3 Objetivos Fundamentais do Brasil (art. 3.º)...27

2.2.4 Princípios do Brasil em suas relações internacionais (art. 4.º)...27

2.2.4.1 Asilo político...28

2.2.4.2 MERCOSUL...29

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...30

CAPITULO 3 - DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS...34

3.1 A questão topográfica dos Direitos e Garantias Fundamentais...34

3.1.1 Rompimento da tradição constitucional...34

3.2 A evolução dos Direitos e Garantias Fundamentais - As dimensões...34

3.3 A condição exemplificativa do “catálogo de direitos fundamentais”...35

3.4 O princípio da relatividade das liberdades públicas...35

3.5 Colisão entre direitos fundamentais...35

3.6 A condição de cláusula pétrea dos Direitos e Garantias Individuais...36

3.7 Sujeitos e o âmbito de validade dos direitos e garantias fundamentais...36

3.8 Princípio da proporcionalidade...37

3.9 A impossibilidade de prisão do depositário infiel face ao Pacto de São José da Costa Rica...38

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...39

CAPÍTULO 4 - NACIONALIDADE...43

4.1 Conceito de nacionalidade...43

4.2 Espécies de nacionalidade...43

4.3 Critérios para estabelecimento da nacionalidade originária...44

4.3.1 Jus Soli...44

4.3.2 Jus Sanguinis...44

4.4 Hipóteses constitucionais de aquisição da nacionalidade originária...44

Art. 12, I, a...44

Art. 12, I, b...45

(6)

4.5 Hipóteses constitucionais de aquisição de nacionalidade adquirida (brasileiros

naturalizados). Naturalização ordinária e extraordinária...46

4.5.1 Naturalização Ordinária (Comum)...46

4.5.2 Naturalização Extraordinária (Quinzenária)...46

4.6 Diferenças entre brasileiros natos e naturalizados...46

4.7 Perda do direito de nacionalidade...47

4.8 Exceções constitucionais de dupla nacionalidade...48

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...49

CAPÍTULO 5 - DIREITOS POLÍTICOS...53

5.1 Conceitos fundamentais...53

5.1.1 Direitos políticos...53

5.2 Direitos políticos positivos e direitos políticos negativos...53

5.2.1 Direitos políticos positivos...53

5.2.1.1 Capacidade eleitoral ativa...53

5.2.1.2 Plebiscito e referendo. Diferenças...53

5.2.1.3 Condições de elegibilidade...54

5.2.2 Direitos políticos negativos...54

5.2.2.1 Inelegibilidade...54

5.2.2.2 Outras inelegibilidades previstas em lei complementar. (art. 14, § 9.º)...55

5.3 Ação de impugnação de mandato (art. 14, §§ 10 e 11)...56

5.4 Perda e suspensão dos direitos políticos previstas no art. 15...57

5.5 A lei que altera o processo eleitoral (art. 16)...58

5.6 Partidos políticos (art. 17)...58

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...59

CAPÍTULO 6 - ORGANIZAÇÃO DO ESTADO...62

6.1 Características gerais...62

6.2 A federação...63

6.2.1 A origem da federação brasileira...63

6.2.2 Entes federativos brasileiros...63

(7)

6.2.2.2 Estados-Membros (art. 1.º, art. 18 e art. 25)...64

6.2.2.3 Municípios (art. 1.º, art. 18 e art. 30)……….65

6.2.2.4 Distrito Federal (art. 1.º, art. 18 e art. 32)……….65

6.2.3 O princípio da indissolubilidade da federação...66

6.3 Repartição de competências...66

6.3.1 Repartição de competências em matérias administrativas...66

6.3.2 Repartição de competências em matérias legislativas...66

6.3.3 Competências exclusivas, privativas, comuns e concorrentes. Diferenças...67

6.4 Intervenção federal (arts. 34 a 36)...67

6.4.1 Espécies de intervenção...68

6.4.2 Natureza jurídica da intervenção...68

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...69

CAPÍTULO 7 - ORGANIZAÇÃO DOS PODERES...73

7.1 Conceitos introdutórios...73

7.1.1 Conceito de PODER...73

7.1.2 A "separação" dos Poderes...73

7.2 PODER LEGISLATIVO: CONGRESSO NACIONAL (art. 44)...73

7.2.1 Legislatura...74

7.2.2 Competências do Congresso Nacional...74

7.2.3 Reuniões do Congresso Nacional...74

7.2.4 Presidência do Congresso Nacional. A Mesa Diretora...74

7.2.5 Substituição do Presidente do Congresso...75

7.2.6 As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI – art. 58, § 3.º)...75

7.2.6.1 Finalidade das Comissões de Inquérito...75

7.2.6.2 Disciplina legal...75

7.2.6.3 Prazo da CPI...75

7.2.6.4 Poderes das CPIs e a possibilidade de controle judicial...75

7.3 Câmara dos Deputados...76

7.4 Senado Federal...77

7.5 Imunidades Parlamentares...77

7.5.1 Investigação policial e imunidades parlamentares...80

(8)

7.6 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (arts. 70 a 75)...80

7.7 PODER EXECUTIVO...80

7.7.1 Presidente da República como Chefe de Estado e Chefe de Governo. Funções presidenciais...81

7.7.2 As responsabilidades do Presidente da República...81

7.7.2.1 Os crimes de responsabilidade do Presidente da República...81

7.7.2.2 O processo dos crimes de responsabilidade...82

7.7.2.3 O processo dos crimes comuns...83

7.8 Sucessão presidencial...84

7.9 PODER JUDICIÁRIO...85

7.9.1 A instituição do Conselho Nacional de Justiça...86

7.9.2 Competências para julgamentos previstas na Constituição Federal...86

7.9.3 Principais inovações trazidas pela Emenda Constitucional n.º 45/04 (Reforma do Judiciário)...88

7.9.4 A regra do “Quinto Constitucional” (art. 94 da CF/88)...88

7.9.5 A estrutura dos Tribunais Superiores do Poder Judiciário...89

Supremo Tribunal Federal...89

Superior Tribunal de Justiça...90

Tribunal Superior do Trabalho...90

Tribunal Superior Eleitoral...91

Superior Tribunal Militar...91

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...92

CAPÍTULO 8 - PROCESSO LEGISLATIVO...96

8.1 Emendas à constituição...96

8.2 Leis complementares...96

8.3 Leis ordinárias...97

8.3.1 Processo legislativo das leis ordinárias...97

8.4 Leis delegadas...98

8.5 Decretos legislativos...99

8.5.1 Decretos legislativos e os tratados internacionais...99

8.6 Medidas provisórias...100

(9)

8.6.2 Pressupostos...100

8.6.2.1 Controle judicial dos pressupostos constitucionais...101

8.6.3 Vigência e perda de eficácia das Medidas Provisórias...101

8.6.4 A possibilidade de convocação extraordinária do Congresso Nacional para apreciação de medidas provisórias editadas durante os períodos de recesso...102

8.6.5 A possibilidade da apreciação (conversão/rejeição) de medidas provisórias por parte das Comissões permanentes das Casas do Congresso Nacional (“delegação interna corporis”)...103

8.6.6 Medidas provisórias estaduais e municipais...103

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...104

CAPÍTULO 9 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE...109

9.1 Conceito de controle de constitucionalidade...109

9.1.1 Princípio da supremacia da constituição...109

9.1.1.1 Supremacia material e supremacia formal...109

9.2 Espécies de inconstitucionalidades...109

9.3 Controle preventivo de constitucionalidade...111

9.4 Controle repressivo de constitucionalidade...111

9.4.1 Controle repressivo pelo Poder Legislativo...111

9.4.2 Controle repressivo realizado no Poder Executivo...112

9.4.3 controle repressivo pelo Poder Judiciário...112

9.4.3.1 Características gerais do controle difuso de constitucionalidade...112

Cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97 e CPC, art. 481 e 482)...113

A possibilidade de modulação temporal dos efeitos das decisões no controle difuso...113

O papel do senado federal no controle difuso. Mudança de orientação do STF...114

A eficácia da resolução do Senado Federal que suspende execução de lei declarada inconstitucional. Ex tunc ou ex nunc?...114

A exigência de repercussão geral para fins admissibilidade de recurso extraordinário.115 9.4.3.2 Características gerais do controle concentrado de constitucionalidade...115

Instrumentos de controle concentrado e a competência para julgamento...116

A possibilidade de modificação da eficácia das decisões em ADI e ADPF...118

9.4.3.2.1 As vias de controle concentrado: ADI, ADC, ADI INTERVENTIVA, ADI POR OMISSÃO e ADPF...118

(10)

Ação Declaratória de Constitucionalidade...120

Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão...121

Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva...122

Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental...123

9.5 Demais considerações importantes sobre o controle de constitucionalidade...124

9.5.1 O papel do Advogado-Geral da União...124

9.5.2 O papel do Procurador-Geral da República...124

9.5.3 Súmula Vinculante...125

9.5.4 Amicus Curiae...125

9.5.5 Pertinência Temática no controle concentrado...125

9.5.6 Teoria da transcendência dos motivos determinantes...126

9.5.7 Inconstitucionalidade Chapada...126

9.5.8 Objeto da Ação Direta de Inconstitucionalidade...126

9.5.9 Reclamação...127

9.5.10 Inconstitucionalidade por arrastamento...128

9.5.11 A nova regulamentação da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão e a nova possibilidade de concessão de cautelares...128

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...129

CAPÍTULO 10 - FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA...134

10.1 Definição...134

10.2 Ministério Público...134

10.2.1 Estrutura Orgânica do Ministério Público...134

10.2.1.1 Ministério Público do Tribunal de Contas...135

10.2.2 Quadro de Nomeação, mandato, recondução e destituição do Procurador-Geral...135

10.2.3 Princípios institucionais do Ministério Público (Art. 127, § 1.º)...136

10.2.4 Funções institucionais do Ministério Público...137

10.2.5 Poder de Investigação e o MP...137

10.2.6 Garantias dos Membros do Ministério Público...137

10.2.7 Vedações constitucionais...138

10.2.8 Conselho Nacional do Ministério Público...138

(11)

10.5 Defensoria Pública...141

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...143

CAPÍTULO 11 - DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS...148

11.1 Definição...,148

11.2 Princípios regentes do sistema constitucional de crises...148

11.3 Situações constitucionais de decretação...149

11.4 Quadro-resumo dos estados de defesa e do estado de sítio...149

11.5 Forças armadas...151

11.5.1 Denominação, direitos e vedações...151

11.5.2 Habeas corpus em relação às punições disciplinares dos militares...151

11.5.3 Serviço militar obrigatório e soldo inferior ao salário-mínimo...152

11.6 Segurança Pública...152

11.6.1 Quadro-resumo das forças de segurança pública...152

11.7 Guarda municipal...154

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...155

CAPÍTULO 12 - EFICÁCIA E APLICABILIDADE DA NORMA CONSTITUCIONAL...159

12.1 EFICÁCIA E APLICABILIDADE DA NORMA CONSTITUCIONAL...159

12.2 CLASSIFICAÇÃO DE JOSÉ AFONSO DA SILVA...159

12.2.1 Normas de Princípio institutivo...159

12.2.2 Normas de conteúdo programático...160

12.3 NORMAS DE EFICÁCIA EXAURIDA...160

12.4 CLASSIFICAÇÃO DE MARIA HELENA DINIZ...160

12.4.1 Normas supereficazes (eficácia absoluta)...160

12.4.2 Normas com eficácia plena...160

12.4.3 Normas com eficácia relativa restringível...160

12.4.4. Normas com eficácia relativa complementável ou dependente de complementação legislativa...160

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA...161

(12)

Capítulo 1

Teoria Geral do Direito Constitucional

1.1 DIREITO CONSTITUCIONAL. NATUREZA. CONCEITO. OBJETO.

O Direito Constitucional pertence ao ramo do Direito Público, distinguindo-se dos demais ramos do Direito Público pela natureza específica de seu objeto. Para Canotilho, o Direito Constitucional é um intertexto aberto, ou seja, deve muito a

experiências constitucionais, nacionais e estrangeiras; no seu espírito transporta ideias de filósofos, pensadores, políticos; os seus mitos pressupõem as profundidades dos arquétipos enraizados dos povos. O Direito Constitucional, no entanto, não se dissolve na história, é um direito vigente e vivo e como tal deve ser ensinado (CARVALHO, 2007).

Entende-se que o objeto do Direito Constitucional é “[...] estabelecer a estrutura do

Estado, a organização de seus órgãos, o modo de aquisição do poder e as forma de seu exercício, limites de sua atuação, assegurar os direitos e garantias dos indivíduos, fixar o regime político e disciplinar os fins sócio-econômicos do estado, bem como os fundamentos dos direitos econômicos, sociais e culturais" (SILVA, 2008, p. 43).

1.2 FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL

a) Constituição;

b) Leis, decretos e regulamentos de conteúdo constitucional; c) Costumes e as convicções sociais vigentes;

d) Jurisprudência; e) Doutrina;

f) Princípios gerais de direito.

1.3 ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES SEGUNDO JOSÉ AFONSO DA SILVA

Elementos orgânicos: são normas reguladoras da estrutura do Estado e do Poder (Exemplo: Capítulo IV, Da Organização dos Poderes).

Elementos limitativos: impõe limites aos poderes públicos (Exemplo: Título II, Dos Direitos e Garantias Fundamentais).

Elementos sócio-ideológicos: demonstram a ideologia constitucional (Exemplo: Direitos Sociais dos Trabalhadores).

Elementos de estabilização constitucional: são as normas destinadas à defesa do Estado e à manutenção da estabilidade (Exemplo: Intervenção federal, Estado de Defesa).

Elementos formais de aplicabilidade: trazem regras de aplicação da Constituição

Fontes imediatas

(13)

1.4 CONSTITUIÇÃO: SENTIDO SOCIOLÓGICO, SENTIDO POLÍTICO, SENTIDO JURÍDICO, SENTIDO CULTURALISTA.

1.4.1 Sentido sociológico

FERDINAND LASSALLE foi o representante mais expressivo do sociologismo jurídico. Para ele, a Constituição pode representar o efetivo poder social ou distanciar-se dele: na primeira hipótese, ela é legítima; na segunda, ilegítima.

Segundo a tese fundamental de Lassalle, a Constituição de um país expressa as relações de poder nele dominantes: o poder militar, representado pelas forças armadas; o poder social, representado pelos latifundiários; o poder econômico, representado pela indústria e pelo grande capital; e, finalmente, o poder intelectual, representado pela consciência e cultura gerais. É essa conjugação de fatores que forma a “Constituição real” de um país.

Assim, a “Constituição escrita” não passaria de uma "folha de papel", pois a capacidade de regular e motivar estaria limitada à sua compatibilidade com a “Constituição real”. Portanto, no caso de colisão entre a “Constituição real” e a “Constituição jurídica”, o desfecho seria inevitável: prevaleceria a Constituição real.

1.4.2 Sentido político

É a concepção é CARL SCHMITT, o qual entende que, Constituição, é fruto do que denominou de decisão política fundamental, ou seja, decisão concreta de conjunto sobre o modo e a forma de existência da unidade política.

Carl Schmitt diferencia “Constituição” das “leis constitucionais”.

Constituição se refere à decisão política fundamental (estrutura e órgãos do Estado, direitos individuais, vida democrática...). Leis constitucionais, por sua vez, são as demais normas inscritas no texto da Constituição, mas que não contém matéria de decisão política fundamental.

1.4.3 Sentido jurídico

A teoria de HANS KELSEN é a fonte do sentido jurídico. Segundo o jurista austríaco, para se buscar o fundamento da Constituição, não é necessário incursões pela sociologia ou pela política. Para ele, portanto, a Constituição é a norma pura, pois está no plano no dever-ser, e não no mundo do “ser”, que seria do direito natural.

Kelsen explora a ideia de Constituição por meio de dois distintos planos: lógico-jurídico e lógico-jurídico-positivo:

(14)

LÓGICO-JURÍDICO JURÍDICO-POSITIVO

Norma hipotética fundamental

(suposta) Norma posta (positivada)

Norma que serve de fundamento hipotético da validade da

Constituição positivada.

Norma suprema, fixa no mais alto patamar hierárquico do sistema jurídico

1.4.4 Sentido culturalista

Esta concepção parte do pressuposto de que todos os sentidos até agora abordados são interdependentes e, por isso, o entendimento da Constituição está dependente de uma complexidade de fundamentos. Essa conjunção leva à ideia de “Constituição total”, ou seja, que considera todos os aspectos econômicos, sociológicos, jurídicos e filosóficos (NOVELINO, 2009).

A visão culturalista, então, vê a Constituição como resultante da expressão cultural de um determinado momento histórico e, simultaneamente, atua ela como elemento conformador dessa mesma cultura.

1.4.5 Konrad Hesse: a força normativa da Constituição

Para KONRAD HESSE, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade, e a Constituição não configura apenas a expressão de um ser, mas também de um dever ser. Assim, para ser aplicável, a Constituição deve ser conexa à realidade jurídica, social, política; no entanto, ela não é apenas determinada pela realidade social, mas também determinante desta.

1.5 CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

Constituição, segundo Alexandre de Moraes (2008, p. 6), é a lei fundamental e

suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a Constituição que individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas.

(15)

1.6CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

Quanto à forma

Quanto à estabilidade

Quanto ao conteúdo

Escritas (orgânicas, codificadas, sistematizadas): cujas regras se contêm em documento solene, elaborado para fixar a organização fundamental.

Não escritas (inorgânicas, não codificadas): não traz as normas constitucionais em um único texto solene e codificado, mas por diversos textos separados (inclusive em sentido histórico), baseados nas tradições, costumes, jurisprudência etc.

Rígidas: são aquelas que só podem ser alteradas mediante processo especial de reforma, normalmente, por meio de

quorum especial, diferenciado do exigido para as demais normas.

Flexíveis: podem ser modificadas por processo legislativo ordinário, comum.

Semirrígidas: algumas regras podem ser modificadas por processo legislativo ordinário. Outras, somente por processo legislativo especial.

Imutáveis: seriam inalteráveis, pois pretenderiam ser permanentes, eternas.

Super-rígidas: além de possuir um processo legislativo diferenciado (emendas) para sua modificação, alguns assuntos seriam imutáveis, por força das cláusulas pétreas (art. 60, § 4.º, CF/88).

Formal: é composta por normas estruturais de organização fundamental da sociedade e do Estado e, além dessas, por outros princípios e regras que não teriam essa natureza estruturante. Assim, independentemente da matéria, todo o conteúdo que foi aprovado por um processo diferenciado terá caráter constitucional.

Material: é composta por princípios e regras que têm por objeto os direitos fundamentais, a estrutura do Estado, a organização dos Poderes, a distribuição de competências etc. Traz a organização fundamental da sociedade e do Estado.

Legal: seria a Constituição escrita e que se apresenta fragmentada em

textos esparsos. Isso se dá na medida em que o art. 5º, § 3º, da CF/88, passou a aceitar que tratados de direitos humanos sejam equiparados às emendas constitucionais.

(16)

Quanto ao modo de elaboração

Quanto à origem

Quanto a sua extensão e finalidade Quanto à correspondência com a realidade ou ontológica (Karl Loewenstein)

Dogmáticas: são as que se apresentam como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante.

Históricas: são constituições fruto da lenta e contínua síntese da história e tradições de um determinado povo.

Promulgadas: são aquelas que derivam do trabalho de Assembléia Nacional Constituinte, composta por representantes do povo, eleitos para essa finalidade.

Outorgadas: são as produzidas sem a participação popular, através da imposição do poder.

Analíticas (dirigentes): examinam e regulamentam todos os assuntos que entendem relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado.

Sintéticas (garantias): preveem somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando seu poder por meio de estipulação de direitos e garantias fundamentais.

Normativas: são aquelas cujas normas dominam o processo

político, ou seja, em que o poder se adapta às normas constitucionais e se lhes submete.

Nominais: são aquelas que não conseguem adaptar as suas normas à dinâmica do processo político, ficando sem realidade existencial. Em outras palavras: mesmo tendo a intenção de limitar o poder, não conseguem.

Semânticas: apenas formalizam a situação do poder político

existente em benefício exclusivo dos detentores de fato desse poder.

Cesaristas: são as referendadas pelo povo, sobre um projeto elaborado por um Imperador ou ditador.

(17)

1.6.1 Classificação da Constituição Federal de 1988 Escrita ou Legal Rígida ou Super-rígida

Formal Dogmática Promulgada Analítica

1.7 FUNDAMENTOS DO PODER CONSTITUINTE

Poder Constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado (MORAES, 2008, p. 26).

Assim, a titularidade do Poder Constituinte, pela moderna doutrina, pertence ao povo, pois o Poder decorre da soberania popular (CF, art. 1.o, parágrafo único). A vontade constituinte é a vontade do povo, expressa por meio de seus representantes. Existem, assim, duas formas básicas de deflagração do processo constituinte originário: Assembléia Nacional Constituinte e Revolução (outorga).

1.7.1 Poder Constituinte originário e derivado

Poder Constituinte Originário (de primeiro grau): é aquele que estabelece a Constituição de um Estado, organizando-o e criando os poderes destinados a reger os interesses da comunidade. São características do Poder Constituinte Originário: é inicial e anterior, juridicamente ilimitado e incondicionado, autônomo e exclusivo, permanente e inalienável (SARLET, 2012, p. 91).

Adverte-se, contudo, que a ilimitação do Poder Constituinte Originário encontra-se somente em plano jurídico-formal. A expressão “incondicionado”, portanto, refere-se a qualquer tipo de limitação imposta pela Constituição anterior, nada mais do que isso.

Poder Constituinte Derivado (ou instituído, constituído, reformador, de segundo grau): é aquele que está inserido dentro da própria Constituição. Permite ao legislador realizar certas modificações no texto original da Constituição. Possui como características: derivado, subordinado, condicionado. É, em última análise, limitado. Subdivide-se em dois:

(18)

1.8 REFORMA E REVISÃO CONSTITUCIONAL

Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho (2001, p. 284), na tradição do Direito Constitucional brasileiro, não há qualquer diferença no uso das duas expressões.

Adverte, contudo, utilizando lições de Nélson de Souza Sampaio que, quanto à amplitude, costuma-se falar em reforma total e reforma parcial. O termo “emenda”, explica, tem maior propriedade nesta última hipótese, mas é usado também em sentido amplo, equivalente à revisão ou reforma, como fazem os escritores ingleses com as expressões amendment e revision em referência a alterações da Constituição.

Nada obstante, é importante salientar que a Constituição Federal de 1988 incorporou tratamento diferenciado às duas expressões:

REVISÃO CONSTITUCIONAL Art. 3.º, ADCT.

REFORMA CONSTITUCIONAL Art. 60

Votação unicameral. Votação bicameral – art. 60, § 2º.

Aprovação por maioria absoluta. Aprovação por 3/5 do total de membros de cada Casa – art. 60, § 2º.

Não pode ser reproduzido por Estado, DF e

Municípios. Norma de reprodução obrigatória. Poder

Constituinte Derivado

Poder Constituinte derivado reformador: é a possibilidade de

alteração do texto constitucional, respeitando a regulamentação especial prevista na própria Constituição. No Brasil, o poder reformador dá-se através de emenda à constituição ou de revisão

constitucional;

Poder Constituinte derivado decorrente: é a possibilidade que os

Estados-Membros têm de se auto-organizarem por meio de suas Constituições Estaduais, obedecidos, sempre, os limites impostos pela Constituição Federal.

(19)

1.8.1 Possibilidade de alteração da Constituição através de interpretação: mutação constitucional

Mutação constitucional é o processo informal de modificação do significado da Constituição sem que haja a alteração formal de seu texto, que se daria por meio de emenda constitucional.

Essa possibilidade pode ocorrer por duas razões (NOVELINO, 2009, p. 148): a) surgimento de novo costume ou b) pela via interpretativa.

A Constituição de um país é um organismo vivo (living Constitucion), dinâmico e sujeito a mutações e uma hermenêutica que acompanhe, quanto possível, a evolução da própria sociedade.

Por exemplo, com esse fundamento, ensina Daniel Sarmento (2001, p. 122), que o STF, no julgamento do Inquérito 687-SP (Informativo 159), entendeu que deveria ser revogada a Súmula 394 (manutenção da prerrogativa de foro por função após a cessação do mandato).

Para concursos, outro exemplo importante de mutação constitucional teria se efetivado em relação à participação do Senado Federal no controle DIFUSO de constitucionalidade, prevista no art. 52, X, da Constituição da República (KUBLISCKAS, 2009).

No julgamento da Reclamação nº 4.335/AC (Informativo STF nº 454 – pendente de julgamento final) os Ministros Gilmar Ferreira Mendes e Eros Grau entenderam que o papel do Senado no controle difuso não seria mais de “suspender a execução das leis”, mas apenas dar publicidade às decisões finais do STF, as quais, mesmo no sistema difuso, já seriam, por si, erga omnes.

1.9 NEOCONSTITUCIONALISMO (positivismo ou constitucionalismo pós-moderno)

Neoconstitucionalismo é a corrente de pensamento que busca não mais atrelar o constitucionalismo apenas à idéia de limitação do Poder político, mas, acima de tudo, buscar a real eficácia do texto constitucional, de forma a que este deixe de possuir um caráter meramente retórico, principalmente no que diz respeito à concretização dos direitos fundamentais: “A doutrina pós-positivista se inspira na revalorização da razão

(20)

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA

1) (Juiz do Trabalho – 23a. Região – 2010) Analise as proposições abaixo e indique a resposta correta:

I – No sentido sociológico, a Constituição, segundo a conceituação de Ferdinand Lassalle é a somatória dos fatores reais de poder dentro de uma sociedade, e no sentido político, segundo Carl Schmitt, é a decisão política fundamental, fazendo distinção entre Constituição e leis constitucionais.

II – Para Hans Kelsen a concepção de Constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico, que equivale à norma positiva suprema, ou seja, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau, e jurídico-positivo, que significa norma fundamental hipotética;

III – A Constituição dita Cesarista é aquela em que a participação popular é democrática pois visa ratificar a vontade do detentor do poder;

IV – Os elementos da Constituição trazem valores distintos caracterizando a natureza polifacética da Constituição, assim pode-se afirmar que o preâmbulo da Constituição constitui seu elemento formal de aplicabilidade.

(A) A proposição I está correta, e as proposições II, III e IV erradas; (B) Todas as proposições estão erradas;

(C) As proposições II e IV estão corretas e as proposições I e III estão erradas; (D) Todas as proposições estão corretas;

(E) As proposições I e IV estão corretas, e as proposições II e III estão erradas.

2) (Defensor Público – SP - 2006) O termo “Constituição” comporta uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa corretamente a frase, autor e sentido.

(A) Todas as Constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar globalmente o político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente.

(B) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos as sua história uma constituição real e efetiva.Carl Schmitt. Sentido político.

(C) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido Político.

(D) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico.

(E) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais de poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores reais de poder que imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido Sociológico.

(21)

3) (Procurador do Município de Sorocaba – SP – 2008) De acordo com a teoria geral do direito constitucional, o conceito de Constituição pode ser concebido em diferentes sentidos. Aponte a alternativa que corresponde aos autores clássicos que concebem a Constituição, respectivamente, nos sentidos sociológico, político e jurídico.

(A) Hans Kelsen, Ferdinand Lassalle e Norberto Bobbio. (B) Carl Schmitt, Konrad Hesse e Ferdinand Lassalle. (C) Karl Lowenstein, Carl Schmitt e Hans kelsen. (D) Ferdinand Lassalle, Carl Schmitt e Hans Kelsen. (E) Norberto Bobbio, JJ. Canotilho e Karl Lowenstein.

4) (Analista MPU – 2007) Conforme a doutrina dominante, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é classificada como

(A) formal, escrita, outorgada e rígida. (B) formal, escrita, promulgada e rígida. (C) material, escrita, promulgada e imutável. (D) formal, escrita, promulgada e flexível. (E) Material, escrita, outorgada e semirrígida.

5) (Analista do TRF – 4ª Região – 2007) A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), pode ser classificada quanto ao seu conteúdo, seu modo de elaboração, sua origem, sua estabilidade e sua extensão, como

(A) formal, histórica ou costumeira, promulgada, flexível e sintética. (B) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética.

(C) formal, dogmática, promulgada, super-rígida e analítica. (D) material, pragmática, outorgada, semirrígida e sintética. (E) formal, histórica ou costumeira, outorgada, flexível e analítica.

6) (MP/RN – 2009) A Carta outorgada em 10 de novembro de 1937 é exemplo de texto

constitucional colocado a serviço do detentor do poder, para seu uso pessoal. É a máscara do poder. É uma Constituição que perde normatividade, salvo nas passagens em que confere atribuições ao titular do poder.

Numerosos preceitos da Carta de 1937 permaneceram no domínio do puro nominalismo, sem qualquer aplicação e efetividade no mundo das normas jurídicas.

Raul Machado Horta. Direito constitucional. 2.a ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1999, p. 54-5 (com adaptações).

Considerando a classificação ontológica das constituições, assinale a opção que apresenta a categoria que se aplica à Constituição de 1937, conforme a descrição acima.

(22)

(A) constituição semântica. (B) constituição dogmática. (C) constituição formal. (D) constituição outorgada. (E) constituição ortodoxa.

7) (MP/DF – 2005) Considerando que a função normativa da autorização significa conferir a uma pessoa o poder de estabelecer e aplicar normas, Kelsen afirmava que uma norma do Direito autoriza pessoas determinadas a produzirem normas jurídicas ou a aplicá-las. Neste caso, diz-se: o Direito confere a pessoas determinadas um poder legal. Já que, para Kelsen, o Direito regula sua própria produção e aplicação, a função normativa da autorização desempenha, particularmente, um importante papel no direito. Apenas pessoas, às quais o ordenamento jurídico confere este poder podem produzir ou aplicar normas de Direito. A respeito do conceito, estrutura e função da Constituição, segundo Hans Kelsen, e de sua configuração na Constituição Brasileira de 1988, assinale a alternativa incorreta.

(A) A Constituição Brasileira é o fundamento de validade de toda a ordem jurídica nacional. (B) A Constituição confere unidade ao ordenamento jurídico, tendo em vista que a ordem

jurídica não é um sistema de normas jurídicas ordenadas no mesmo plano.

(C) A ordem jurídica de 1988 é uma construção escalonada de diferentes camadas ou de níveis de normas jurídicas.

(D) A Constituição de 1988 e o novo Código Civil são o ponto comum ao qual se reconduzem todas as normas vigentes no âmbito do Estado Brasileiro.

(E) A ordem constitucional instituída em 1988 recebeu normas anteriores à sua vigência que com ela fossem compatíveis.

8) (Analista do MP – CE – 2009) A Constituição brasileira de 1824 previa, em seus artigos 174 e 178:

“Art. 174. Se passados quatro anos, depois de jurada a Constituição do Brasil, se conhecer, que algum dos seus artigos merece reforma, se fará a proposição por escrito, a qual deve ter origem na Câmara dos Deputados, e ser apoiada pela terça parte deles.”

“Art. 178. É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas, pelas Legislaturas ordinárias.”

Depreende-se dos dispositivos acima transcritos que a Constituição brasileira do Império:

(A) Impunha limites temporais, materiais e circunstanciais ao exercício regular do poder de reforma constitucional, a exemplo do que se tem na Constituição vigente.

(B) Exigia quorum de maioria qualificada para propositura de emendas à Constituição por membros do Legislativo, diferentemente da Constituição vigente, que admite iniciativa isolada de parlamentares para proposta de emenda.

(C) Poderia ser classificada como sintética e histórica, em oposição à Constituição vigente, que é analítica e dogmática.

(23)

(D) Era do tipo semirrígida, quanto à alterabilidade de suas normas, diferentemente da Constituição vigente, que, sob esse aspecto, é rígida.

(E) Previa hipótese especial de revisão constitucional, semelhante àquela contemplada no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição vigente, quanto a prazo e quorum para exercício do poder de revisão.

9) (MP/MT – 2008) Segundo a doutrina, as constituições podem ser classificadas como

(A) dogmáticas, quando resultantes de longa e progressiva formação histórica, fruto da evolução das tradições e costumes sociais e culturais de um povo.

(B) outorgadas, quando originárias de um órgão constituinte, formado por representantes do povo.

(C) costumeiras, quando elaboradas por um órgão constituinte, sistematiza as idéias políticas ou dogmas fundamentais do momento.

(D) rígidas, quando somente podem ser alteradas por um processo legislativo mais dificultoso e solene, diferenciado daquele da legislatura ordinária.

(E) flexíveis, quando formadas por normas que estabelecem a estrutura do estado e normas que estabelecem programas governamentais (programáticas).

10) (MP/SP – 2010) Quanto ao grau de sua alterabilidade ou mutabilidade, as Constituições Federais se classificam em:

(A) flexíveis, rígidas, semirrígidas ou semiflexíveis, e superrígidas. (B) promulgadas, outorgadas, cesaristas e pactuadas.

(C) analíticas e sintéticas. (D) escritas e costumeiras. (E) rígidas e superígidas

GABARITO 1 E 2 E 3 D 4 B 5 C 6 A 7 D 8 D 9 D 10 A

(24)

Capítulo 2

Preâmbulo e Princípios Fundamentais

2.1 PREÂMBULO CONSTITUCIONAL

Relativamente à força jurídica do preâmbulo constitucional, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.076/AC, (Rel. Min. CARLOS VELLOSO), reconheceu que o preâmbulo da Constituição não tem valor normativo, apresentando-se desvestido de força cogente. O STF, no julgamento plenário em questão, entendeu que:

 O preâmbulo é parte integrante da Constituição, com todas as suas

consequências. Dela não se distingue nem pela origem, nem pelo sentido, nem pelo instrumento em que se contém. Distingue-se (ou pode distinguir-se) apenas pela sua eficácia ou pelo papel que desempenha.

 Os preâmbulos não podem assimilar-se às declarações de direitos.

 O preâmbulo não pode ser invocado enquanto tal, isoladamente, nem cria

direitos ou deveres. Não há inconstitucionalidade por violação do preâmbulo como texto; só há inconstitucionalidade por violação dos princípios consignados na Constituição.

Além disso, orienta Ingo W. Sarlet (2012, p. 67), que o STF, em julgamento de 2009 (HC 94.163), entendeu que no âmbito de interpretação e aplicação do direito, os valores e objetivos consignados no preâmbulo da Constituição podem ser invocados como reforço argumentativo, de forma a justificar uma decisão, desde que em conjunção com demais preceitos normativos do texto principal da Constituição.

2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Na doutrina brasileira (BASTOS, 2001), os Princípios Fundamentais são aqueles que guardam os valores da ordem jurídica, não objetivando regular situações específicas, mas para servir como critério de interpretação das normas constitucionais para o legislador, para o juiz e para os próprios cidadãos. Objetivam (BULOS, 2007, p. 384):

 garantir a unidade da Constituição;

 orientar a ação do intérprete, balizando a tomada de decisões, tanto de

particulares quanto dos Legislativo, Executivo e Judiciário;

(25)

2.2.1 Fundamentos da República Federativa do Brasil (Art. 1.º)

I - SOBERANIA

Na acepção de Marcelo Caetano (1987, p. 169), trata-se de um poder político supremo, ou seja, aquele que não é limitado por nenhum outro na ordem interna e nas relações internacionais. Consiste no fato de não acatar regras que não sejam voluntariamente aceitas e em igualdade com os poderes supremos dos outros povos.

II - CIDADANIA

Não é incomum o conceito de cidadania como sendo a condição do brasileiro nato ou naturalizado de utilizar seus direitos junto ao poder público estatal, tais como: ser eleitor ou candidato, ter acesso a cargos públicos etc. (art. 14 da CF/88). Enfim, cidadão seria o resultado do somatório: brasileiro + direitos políticos.

Nada obstante, não parece ser essa a melhor interpretação, mesmo para quem se prepara para concursos públicos, especialmente face à inserção do conceito de cidadão no rol do art. 1.º da Constituição Federal. Na medida em que é um dos “Princípios Fundamentais”, restringir CIDADANIA ao fato puro e simples do exercício dos Direitos Políticos por brasileiros, é reduzir muito o caráter de vetor interpretativo que deve ser emprestado a esse referencial constitucional.

Por essa razão, a doutrina brasileira tem conferido interpretação mais abrangente, concluindo que, cidadania seria o “direito de ter direitos”, ligada à idéia de dignidade da pessoa humana (ARAÚJO, 2004, p. 79; NOVELINO, 2009, p. 503; ). Com essa visão, não apenas os brasileiros estariam alcançados, mas também os estrangeiros aqui residentes, pois a cidadania advém da qualidade do ser humano, que o faz merecedor da tutela do Estado (NASCIMENTO, 1997, p. 169).

III - DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Segundo o Supremo Tribunal Federal (HC 85.988-MC), o postulado da dignidade da pessoa humana, que representa significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente no País e que traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre os brasileiros, a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de direito constitucional positivo.

(26)

IV - VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA

Os valores sociais do trabalho defluem diretamente da dignidade da pessoa humana. Conjugados em um único inciso, demonstrou o constituinte de 1998 a intenção de relacioná-los para de que haja harmonia e cooperação entre a mão de obra e os detentores do capital (CHIMENTI, 2005).

A livre iniciativa, portanto, está ligada diretamente ao regime capitalista de mercado, sobre o qual repousa a ordem econômica e social para a consecução do desenvolvimento nacional e para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária (CRETELLA JÚNIOR, 1998).

Importante, contudo, que a intervenção do Estado no domínio econômico, sob a forma de fiscalização, incentivo e planejamento, antes de vedada, é prevista no art. 174 da Constituição da República. O próprio STF (ADI 2163) se pronunciou no sentido de que, para que sejam realizados os fundamentos do art. 1.º e os fins do art. 3.º da CF, é necessário que o Estado atue sobre o domínio econômico, sendo essa intervenção não só adequada, mas indispensável à consolidação e preservação do sistema capitalista de mercado.

V - PLURALISMO POLÍTICO

O pluralismo político, instituído como fundamento Estado democrático de direito, não está restrito à questão do pluralismo político-partidário.

Na doutrina (ROZICKI, 2005), pluralismo político liga-se ao reconhecimento de que a sociedade é multidiversificada, composta pela pluralidade de vários centros de poder em diferentes setores: “[...] As diversas comunidades de pessoas com idênticos

interesses que se constituem, pretendendo facilitar a participação de seus membros no acompanhamento e deliberação relativa a toda a ação estatal, conferindo a esta, ou não, legitimidade, naturalmente, no ambiente democrático, assumem a representação de interesses determinados, específicos e delimitados através de sua organização em distintas associações. [...]”.

Para Gilmar Ferreira Mendes (2010, p. 220), o princípio fundamental do pluralismo político assume função de um direito fundamental à diferença, inerente à própria dignidade da pessoa humana, compreendendo:

inicialmente, tolera-se aquilo que se desaprova as não se pode impedir;

a seguir, tenta-se compreender as convicções contrárias às nossas, mas sem

aderir a elas;

finalmente, reconhece-se o direito ao erro, ou seja, o direito de todo indivíduo de

acreditar no que bem entender e de levar a vida como lhe convier, com a só condição de que as suas escolhas pessoais não causem prejuízo a outrem, nem impeçam o exercício de igual direito pelos demais integrantes do grupo.

(27)

2.2.2 Separação dos Poderes (Art. 2.º)

Constitucionalmente analisado, PODER é o princípio unificador da ordem jurídica. Significa dizer que sem Poder o Estado não se organiza e, por isso, não há, nem pode haver, Estado sem Poder. Segundo Cretella Júnior (1998), o Poder, no início, seria uno. Aos poucos, contudo, foi partilhado, sendo seu exercício distribuído entre vários tipos de órgãos, cada um com sua competência graduada. Assim, a separação dos Poderes pressupõe a tripartição das funções do Estado, ou seja, a distinção das funções “legislativa”, “executiva” e “judiciária”.

Nesse sentido, explica, cada Poder tem o exercício de funções que lhe são próprias – funções orgânicas ou formais – além de outras funções – funções materiais – normalmente, e por excelência, exercidas pelos outros dois Poderes. Trata-se, enfim, da tradicional distinção de funções TÍPICAS e ATÍPICAS de cada Poder.

A divisão do Poder, assim, consiste em repartir o exercício do Poder Político entre vários órgãos diferentes e independentes, por diversos critérios, de modo que nenhum órgão possa agir livremente sem ser freado por outro, impedindo, dessa forma, o arbítrio antidemocrático.

2.2.3 Objetivos Fundamentais do Brasil (Art. 3.º)

Diversamente dos “fundamentos” (art. 1.º), os objetivos lançados no art. 3.º da Constituição Federal afiguram-se normas de natureza programática (SOUZA, 2006), fornecendo ao governante vetores da realização de suas políticas públicas.

São destinatários, assim, dos comandos-valores previstos no art. 3.º da Constituição Federal, não diretamente os brasileiros e estrangeiros aqui residentes, mas especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, a quem cabe, respectivamente, a inovação da ordem jurídica e a execução das políticas governamentais.

2.2.4 Princípios do Brasil em suas Relações Internacionais (Art. 4.º)

O art. 4.º da Constituição da República traça quais são os princípios que o Brasil propugna em suas relações internacionais. Por relações internacionais (SEITENFUS, 2004), define-se o conjunto de contratos que se estabelecem através das fronteiras nacionais entre grupos socialmente organizados. Portanto, são internacionais todos os fenômenos que transcendem as fronteiras de um Estado, fazendo que os sujeitos, privados ou públicos, individuais ou coletivos, relacionem-se entre si.

A constitucionalização de princípios tradicionais do Direito visa, sobretudo, permitir, com relação aos atos decorrentes da política externa nacional, a fiscalização e o controle através de órgãos constitucionalmente competentes.

(28)

Em síntese, o art. 4.º da CF/88 possibilita o controle (político) da ação Estatal por parte do Poder Legislativo que pode, como exemplo, negar aprovação a Tratado internacional celebrado pelo Presidente da República e, ainda, o controle repressivo pelo Poder Judiciário que poderá, balizado por tais princípios, censurar qualquer desvio porventura ocorrido nessa seara.

2.2.4.1 Asilo Político

O instituto do Asilo Político é regulado pela Lei 6.815/80 (art. 28), o “Estatuto de Estrangeiro”, segundo o qual o estrangeiro admitido no território nacional na condição de asilado político ficará sujeito, além dos deveres que lhe forem impostos pelo Direito Internacional, a cumprir as disposições da legislação vigente e as que o Governo brasileiro lhe fixar.

Não deve ser confundida, contudo, a condição de ASILADO POLÍTICO, com a de REFUGIADO. Diferenças:

ASILO POLÍTICO REFUGIADO

Lei 6.815/80 Lei 9.474/97

Constitui exercício de um ato soberano do Estado, sendo decisão política cujo cumprimento não se sujeita a nenhum

organismo internacional.

Trata-se de instituição convencional de caráter universal, aplicando-se de maneira apolítica, visando à proteção de pessoas com fundado

temor de perseguição.

O asilo, normalmente, é utilizado em casos de perseguição política individualizada.

Tem sido aplicado a casos em que a necessidade de proteção atinge a um número

elevado de pessoas, onde a perseguição tem aspecto mais generalizado.

Visa à proteção frente à perseguição atual e

efetiva. É suficiente o fundado temor de perseguição.

O asilo pode ser solicitado no próprio país de origem do indivíduo perseguido.

O refúgio, por sua vez, somente é admitido quando o indivíduo está fora de seu país de

origem.

Não veda extradição (STF, Ext. 524). Veda a extradição do refugiado (art. 33 da Lei 9.474/97).

(29)

2.2.4.2 MERCOSUL

Nas palavras da Comissão do MERCOSUL da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, o Mercado Comum do Sul constitui "uma etapa importante nos

esforços de integração econômica da América Latina e tem seu marco básico no Tratado de Assunção, firmado em 26 de março de 1991, na Capital Paraguaia [...]”

(Cartilha do Mercosul – ALRGS).

Foi fixada, então, a data de 31 de dezembro de 1994 para que os países signatários decidissem a estrutura institucional definitiva do MERCOSUL, as respectivas atribuições e as formas de deliberação. Com o Protocolo de Ouro Preto, em 1994, o MERCOSUL adquiriu personalidade jurídica internacional. Essa foi a grande inovação.

Sendo assim, respeitando divergências doutrinárias muitas, ainda se está progredindo em direção a um "mercado comum". Diversas etapas de cooperação econômica e de integração econômica são necessárias, preparando os Estados signatários à realidade de um verdadeiro mercado comum.

Importantes observações de BASSO (1997, p. 20), segundo a qual "Quando o

Tratado de Assunção faz referência expressa à intenção dos signatários de criar um ‘mercado comum’, deixa claro que os Estados, mais do que ‘cooperação’ econômica, buscam a ‘integração’. Isto é, a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais (arts. 1.º e 5.º do Tratado de Assunção)."

Note-se que, estando em marcha a integração do mercado comum do sul, deve-se considerá-la como uma idéia pendente de deve-ser viabilizada em termos práticos. Finalmente, cumpre esclarecer que o STF (CR 8.279-AgR)já teve oportunidade de se manifestar no sentido de que, mesmo cuidando-se de tratados de integração, ainda subsistem os clássicos mecanismos institucionais de recepção das convenções internacionais em geral, não bastando, para afastá-los, a existência da norma inscrita no art. 4.º, parágrafo único, da Constituição da República, que possui conteúdo meramente programático e cujo sentido não torna dispensável a atuação dos instrumentos constitucionais de transposição, para a ordem jurídica doméstica, dos acordos, protocolos e convenções celebrados pelo Brasil no âmbito do Mercosul.

(30)

QUESTÕES SOBRE A MATÉRIA

1)(Defensor Público – SP – 2009) Assinale a afirmativa correta.

(A) Nosso federalismo prevê a atuação do poder constituinte derivado decorrente, por meio de instituições que correspondam à idéia centralizadora de afirmação do estado que atua em bloco único.

(B) A teoria da ‘tripartição de poderes’ confirma o princípio da indelegabilidade de atribuições, por isso qualquer exceção, mesmo advinda do poder constitucional originário, deve ser considerada inconstitucional.

(C) O princípio do pluralismo político refere-se à ideologia unitária da preferência político-partidária, já que nesse terreno é imperativa a aplicação da reserva da constituição. (D) Nas relações internacionais aplica-se o princípio constitucional da intervenção, com

repúdio ao terrorismo e defesa da paz, além da solução pacífica dos conflitos.

(E) O princípio republicano, que traduz a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação entre governantes e governados, mantém-se na ordem constitucional, mas hoje não mais protegido formalmente contra emenda constitucional.

2) (MP/CE – 2011) A invocação à proteção de Deus, constante do Preâmbulo da Constituição da República vigente,

(A) é inconstitucional. (B) é ilícita.

(C) não tem força normativa.

(D) não foi recepcionada pelo texto constitucional.

(E) é expressão de reprodução obrigatória nas Constituições estaduais.

3) Assinale a alternativa correta (AFTN - 96):

(A) Entre os princípios fundamentais da ordem constitucional, no que respeita às relações internacionais, não se encontra a concessão de asilo político.

(B) O texto constitucional reconhece expressamente a possibilidade de transferência de parcela de soberania a entes supranacionais.

(C) A igualdade entre os Estados é princípio fundamental da República Federativa em suas relações internacionais.

(D) O direito editado por autoridades supranacionais integra a ordem jurídica brasileira independentemente de qualquer processo de recepção ou de transformação.

(E) Os princípios gerais de direito internacional público tem preeminência em relação ao direito positivo ordinário no sistema constitucional brasileiro.

(31)

4) (Juiz Federal - 4a. Região) Considerar as seguintes afirmações indicando, adiante, a alternativa correta:

I - Nas suas relações internacionais, a República Federativa do Brasil rege-se, entre outros, pelo princípio da prevalência dos direitos humanos e da igualdade entre os Estados, sendo objetivo explicitamente previsto na Constituição o da formação de uma comunidade latino-americana de nações.

II - Constituem valor e objetivo expressamente referidos na Constituição o estabelecimento de uma “sociedade fraterna” e a construção de “uma sociedade solidária”.

III - Constitui valor, objetivo ou fundamento expressamente referidos no preâmbulo e nos princípios fundamentais da Constituição, a erradicação do “sectarismo ideológico”, a “busca do pleno emprego” e a “solução pacífica dos conflitos” .

(A) As três afirmações estão inteiramente corretas;

(B) Apenas as afirmações I e II estão inteiramente corretas; (C) Apenas a afirmação II está inteiramente correta; (D) Apenas a afirmação I está inteiramente correta.

5) (MPU – 2004) Sobre os princípios fundamentais, na Constituição de 1988, marque a única opção correta:

(A) Em razão do princípio republicano, adotado na Constituição de 1988, os Estados podem instituir seus impostos e aplicar suas rendas.

(B) Como decorrência da adoção do princípio do Estado Democrático de Direito, temos o princípio da independência do juiz, cujo conteúdo relaciona-se, entre outros aspectos, com a previsão constitucional de garantias relativas ao exercício da magistratura.

(C) A adoção do princípio da separação dos poderes, na Constituição brasileira, impõe uma independência absoluta entre os Poderes, impedindo que haja qualquer tipo de interferência de um Poder sobre o outro.

(D) Em decorrência do princípio federativo, há, na Constituição brasileira, a previsão de que os Estados possuirão constituições e os municípios, leis orgânicas, por força de expressa disposição constitucional, após dois turnos de votação, respectivamente, nas Assembléias Legislativas e nas Câmaras municipais.

(E) A concessão de asilo político, um dos princípios que rege o Brasil em suas relações internacionais, tem sua aplicação restringida, nos termos da Constituição, por questões de ideologia e de independência nacional

6) (AFRF – 2002) Assinale a opção correta.

(A) A República Federativa do Brasil é formada pela união dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, que devem ser considerados entidades soberanas.

(B) O desenvolvimento nacional é objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, devendo sempre preponderar sobre medidas que tenham por objetivo a redução das desigualdades regionais brasileiras.

(C) O princípio da independência entre os Poderes não impede que, por vezes, o membro de um Poder escolha os integrantes de outro Poder.

(32)

(D) Como o Brasil se rege, nas relações internacionais, pelo princípio da não-intervenção, é contrária à Constituição a participação brasileira em qualquer missão militar promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

(E) Um Estado-membro da Federação brasileira pode-se desligar da União Federal (direito de secessão), invocando o princípio da autodeterminação dos povos, inscrito na Constituição Federal.

7) (Téc. Rec. Fed. - 2002) Assinale a alternativa correta.

(A) Na Federação brasileira, os Estados-membros dispõem do direito de secessão, como expressão do princípio da autodeterminação dos povos.

(B) A Constituição Federal, ao proclamar o princípio da separação de Poderes, cria obstáculo absoluto a que um poder fiscalize o outro.

(C) Lei que viesse a instituir o regime de partido político único entre nós feriria princípio fundamental da República Federativa do Brasil.

(D) A Constituição Federal em vigor é toda ela voltada para a defesa de valores sociais e da cidadania, por isso mesmo, os valores da livre iniciativa não são arrolados como princípios fundamentais da República Federativa do Brasil.

(E) Embora diga que todo poder emana do povo, a Constituição estabelece que o poder é exercido pelos representantes do povo, não admitindo hipótese de exercício do poder diretamente pelo povo.

8) (MP/GO – 2009) O preâmbulo é o pórtico da Constituição e revela a síntese do pensamento do legislador constituinte. Acerca de sua natureza jurídica, marque a resposta correta:

(A) Para o STF o preâmbulo constitucional deve ser contado como norma constitucional, integrando o articulado constitucional, possuindo eficácia jurídica plena.

(B) Preâmbulo na CF/88 é dotado de força normativa cogente, fazendo parte da declaração de direitos e, por isso, tomado como cláusula pétrea.

(C) Preâmbulo, por expressa disposição constitucional, tem como finalidade a resolução das chamadas lacunas ocultas, que são aquelas decorrentes de erro do Poder Constituinte ou de desatualização da Constituição.

(D) Para o STF o preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade.

9) (Téc. Rec. Fed. - 2003) Assinale a opção correta, a respeito das relações internacionais do Brasil com os outros países à luz da Constituição Federal de 1988.

(A) Repúdio à violação aos direitos humanos para com países nos quais o Brasil não mantenha relações comerciais.

(B) Apoio à guerra, quando declarada para a proteção de direitos humanitários desrespeitados por determinadas autoridades de determinados países.

(33)

(D) Interferência na escolha de dirigentes de outras Nações que sejam vinculados a grupos racistas.

(E) Colaboração como árbitro internacional na busca de solução pacífica de conflitos.

10) (Defensor Público – RS – 2011) É correto afirmar:

(A) As normas do ADCT não podem ser alteradas por meio de emendas constitucionais, pois são de natureza transitória.

(B) O preâmbulo da Constituição Federal, ao referir-se expressamente ao pacto federativo, está a indicar a intenção do constituinte em instituir um Estado Democrático e, por isso, deve ser considerado quando da interpretação das normas.

(C) São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil previstos e assim descritos no artigo 3°. da Constituição Federal, construir uma sociedade livre, justa e pluralista, garantir o desenvolvimento regional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e locais, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

(D) São fundamentos da República Federativa do Brasil a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a livre concorrência, o voto direto e secreto e o pluralismo político. (E) Os direitos sociais estão expressamente referidos no preâmbulo da Constituição Federal

de 1988, assim como os direitos fundamentais e o pluralismo político.

GABARITO 1 E 2 C 3 C 4 C 5 B 6 C 7 C 8 D 9 E 10 E

(34)

Capítulo 3

Direitos e Garantias Fundamentais

3.1 A QUESTÃO TOPOGRÁFICA DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

A Constituição da República classifica o gênero Direitos e Garantias Fundamentais em cinco espécies, quais sejam (LENZA, 2011, p. 859):

Direitos Individuais Art. 5.º Direitos Coletivos Art. 5.º

Direitos Sociais Arts. 6.º a 11 Direitos de Nacionalidade Art. 12

Direitos Políticos Arts. 14 a 17

3.1.1 Rompimento da Tradição Constitucional

Formalmente, a Constituição destinou aos Direitos e Garantias Fundamentais todo o “Título II”, que inicia no art. 5.º e se conclui no art. 17.

Ressalta-se, contudo, que essa topografia é inovadora em relação a todas anteriores Constituições. Ocorre que, até 1988, a tradição do Direito Constitucional Brasileiro era de inscrever tais direitos na parte final da Constituição.

3.2 A EVOLUÇÃO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS - AS DIMENSÕES

A doutrina tradicional procura classificar, quanto à evolução, os direitos em gerações. Contudo, cada vez mais, ganha força a classificação em DIMENSÕES e não em “gerações”, considerando-se que entre cada dimensão não existe uma rígida e clara separação como a expressão “gerações” pode dar ensejo.

De qualquer forma, assim, a evolução dos direitos fundamentais aponta, hoje, para diversos momentos históricos:

Observação: a literatura aponta advertência ao reconhecimento imediato da 4ª dimensão (e da 5ª dimensão) dos direitos fundamentais, pois “...ainda aguarda a

consagração na esfera do direito internacional e das ordens constitucionais internas...”

(entre outros, SARLET, 2012, p. 263). TÍTULO II

da

Referências

Documentos relacionados

§  Comorbidades e sintomas associados §  Hábitos nutricionais, intestinais e diurese §  História ocupacional. §  Uso de drogas e fármacos Como investigar

São também objetivos testar as seguintes hipóteses para responder aos problemas mencionados:.. i) A vulgarização do pensamento clausewitziano até a I Guerra Mundial

1 (um) aluno do curso de Bacharelado ou Licenciatura em Música, para atuar como monitor dos Corais do CMI (sábados pela manhã) e dos ensaios da Orquestra (quartas-feiras, final

inalatória 206 mg/m³ População geral Sistémico DNEL Curta duração

– Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateaubriand – Museu de Arte Moderna, Galeria de Arte do Sesi,São Paulo, Brazil.. – O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Galeria

Com o acordo de Ivo Castro, coordenador da Equipa Pessoa, e o apoio de todo o grupo, preparei a edição, para o grande público, das Canções de Beber. O corpo textual de 1997

Diante da elevada ocorrência de cistos e tumores odontogênicos, este estudo objetivou avaliar a prevalência dessas lesões em pacientes atendidos na Fundação Assistencial da

(a) A matéria de facto dada como provada dita a procedência do pedido reconvencional e inevitavelmente a improcedência da acção inicial: os Ap.es não