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PRÁXIS E ABORDAGENS DE GESTÃO ESCOLAR: PRÁTICAS INCLUSIVAS, PLURAIS E COMPLEXAS

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PRÁXIS E ABORDAGENS DE GESTÃO ESCOLAR: PRÁTICAS INCLUSIVAS, PLURAIS E COMPLEXAS

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Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.-dez. 2019 ISSN:2446-6220 BARBOSA, J.G.; MONTEIRO, R.B.; NASCIMENTO, I.S.(Orgs.).Práxis e

abordagens de gestão escolar: práticas inclusivas, plurais e complexas

(Dossiê Temático). Laplage em Revista (Sorocaba/SP), vol.5, n.Especial, set.-dez. 2019. ISSN: 2446-6220, 144p. Disponível em: https://doi.org/10.24115/S2446-622020195especial

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Universidade Federal de São Carlos [UFSCar-Sorocaba]. 2. Programa de Pós-Graduação em Educação [PPGED]. 3. Departamento de Ciências Humanas e Educação [DCHE]. 4. Grupo de Estudos e Pesquisas Estado, Política,

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Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.-dez. 2019 ISSN:2446-6220

SUMÁRIO

PRÁXIS E ABORDAGENS DE GESTÃO ESCOLAR: PRÁTICAS INCLUSIVAS, PLURAIS E COMPLEXAS

DOI: https://doi.org/10.24115/S2446-622020195especial EDITORIAL

Gestão escolar: contextos e perspectivas dialogais Paulo Gomes Lima

PDF p.1-2 APRESENTAÇÃO

Práxis e abordagens de gestão escolar: práticas inclusivas, plurais e complexas

Joaquim Gonçalves Barbosa, Rosana Batista Monteiro, Iracema Santos do Nascimento

PDF p.3-6

DOSSIÊ TEMÁTICO

Nova gestão pública e as consequências da responsabilização na gestão educacional

Allan Solano Souza

PDF p.7-17

Gestão curricular baseada em resultados e standards e seus efeitos na avaliação institucional

Ila Beatriz Maia, José Augusto Pacheco

PDF (PORTUGUÊS (PORTUGAL))

p.18-30 Entre saberes e identidades, a escola e a mediação sociopedagógica

Ricardo Manuel das Neves Vieira, Ana Maria de Sousa Neves Vieira

PDF (PORTUGUÊS (PORTUGAL))

p.31-42 Gestão educacional multirreferencial

Joaquim Gonçalves Barbosa

PDF p.43-55 Formação de gestores na/para educação básica: gestão democrática

e diversidade

Arilene Maria Soares de Medeiros

PDF p.56-70

A importância da gestão democrática para a implementação das políticas curriculares de ação afirmativa e sua relação com a formação de gestores

Rosana Batista Monteiro

PDF p.71-82

A implantação das dcnerer nas escolas públicas: um desafio possível e inadiável para a gestão escolar

Eugenia Portela de Siqueira Marques, Michelly dos Santos Gonçalves

PDF p.83-97

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SUMÁRIO LAPLAGE EM REVISTA – VOL. 5, N. ESPECIAL, 2019 • LPG

Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.-dez. 2019 ISSN:2446-6220 Ensino médio, gestão escolar e equidade racial: caminhos para uma

escola diversa e democrática

Valter Roberto Silvério, Fabiana Luci de Oliveira

PDF p.98-111

ARTIGOS DE DEMANDA CONTÍNUA

O coordenador pedagógico no ensino médio: pensar a práxis e construir outros caminhos

Daniele Xavier Ferreira Giordano, Paulo Gomes Lima

PDF p.112-126

A influência das fusões e aquisições no processo de financeirização da educação superior brasileira

William Pissinato, Luciana Cristina Salvatti Coutinho

PDF p.127-144

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Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.1-2 ISSN:2446-6220

EDITORIAL

GESTÃO ESCOLAR: CONTEXTOS E PERSPECTIVAS DIALOGAIS

Prof. Dr. Paulo Gomes Lima

Editor Responsável

trabalho desenvolvido na e para a educação inscreve-se na dimensão das políticas, dos saberes e fazeres, das manifestações e expectativas que poderão ocorrer na escola e que, em maior ou menor grau alterna-se em atividades-meio e atividades fim, que é a expressão escolar em movimento ou mais precisamente, a gestão escolar – quer de dimensão administrativa, quanto de dimensão pedagógica. À medida que as representações de pessoas comprometidas com a sociedade e correspondentes direitos e deveres ganham força em sua organização e articulação quanto às agendas e demandas do real, abrem-se possibilidades de se repensar os contextos da educação projetada e da educação necessária, que serão objeto de discussão em contextos dialogais. Aqui identifica-se a força que um discurso pode assumir quando pauta do coletivo, visto ser o indício de que o princípio da gestão democrática não somente é respeitado, mas vivenciado e aproximado do que dele se espera, numa pronúncia de mundo que tenta se repensar, encaminhar soluções e ponderar entre o não, o sim, o agora, o talvez, o amanhã, dentre outros, pois:

A pronúncia do mundo, com que os homens o recriam permanentemente, não pode ser um ato arrogante. O diálogo, como encontro dos homens para a tarefa comum de saber agir, se rompe, se seus polos (ou um deles) perdem a humildade. Como posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro, nunca em mim? Como posso dialogar, se me admito como um homem diferente, virtuoso por herança, diante dos outros, meros “isto”, em quem não reconheço outros eus? Como posso dialogar, se me sinto participante de um “gueto” de homens puros, donos da verdade e do saber, para quem todos os que estão, for ou são “essa gente”, ou “nativos inferiores”? Como posso dialogar, se parto de que a pronúncia do mundo é tarefa de homens seletos e que a presença das massas na história é sinal de sua deterioração que devo evitar? Como posso dialogar, se me fecho à contribuição dos outros, que jamais reconheço, e até me sinto ofendido com ela? Como posso dialogar se temo a superação e se, só em pensar nela, sofro e definho? A auto-suficiência é incompatível com o diálogo. Os homens que não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros de pronúncia do mundo. Se alguém não é capaz de sentir-se e saber-se tão homem quanto os outros, é que lhe falta ainda muito que caminhar, para chegar ao lugar de encontro com eles. Neste lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos, há homens que, em comunhão, buscam saber mais (FREIRE, 1970, p.84)

O presente dossiê, organizado pelos professores Joaquim Gonçalves Barbosa (UFSCar/UERN), Rosana Batista Monteiro (UFSCar) e Iracema Santos do Nascimento (USP), é um recorte de manifestações possíveis de espaços de diálogo e aperfeiçoamento de contextos que são e fazem diferença na vida dos cidadãos, enquanto sujeito de direitos (e deveres). Nessa projeção, os trabalhos desenvolvidos um a um, desde de sua proposta inicial às considerações finais são realistas, cada um e à sua maneira, conferem pistas de que a educação tem jeito, ou seja, não pode ser projeto top-down de determinado governo ou de políticas contencionistas, cuja preocupação é o cunho economicista, mas, orientado em sua essência para dimensionar a garantia do direito,

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LIMA, P.G. • 2

Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.1-2 ISSN:2446-6220 ainda que dentro de determinados eixos de discussão; visto se entender que há possibilidade de desdobramentos das pautas e agendas políticas, consoante o amadurecimento e luta social pelos mesmos.

Da possibilidade da gestão democrática como princípio constitucional, orientador da educação nacional e de dimensões pedagógicas, sabe-se que não há pauta dada ou assunto preformatado para que funcionem de forma imparcial ou justa, mas que, cada palavra deve ser entendida e explicada, cada contexto deve ser identificado, cada silêncio deve ser desvelado ou pronunciado, pois pelo ausentamento de vozes, pelo esvaziamento de contrapontos não há possibilidade da construção da justiça social, do ponto vista normativo; assim, nesse conjunto de textos, faz-se uma provocação freireana:

Se é possível obter água cavando o chão, se é possível enfeitar a casa,

se é possível crer desta ou daquela forma, se é possível nos defender do frio ou do calor, se é possível desviar leitos de rios, fazer barragens,

se é possível mudar o mundo que não fizemos, o da natureza,

porque não mudar o mundo que fazemos, o da cultura, o da história, o da política?

(FREIRE, 2000, p. 98)

A expectativa do presente dossiê é ampliar o diálogo, a pronúncia e denúncia de mundo sobre as injustiças sociais e a insuficiência legal de lhes dar vasão. Excelente leitura a todos.

Referências

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.

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Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.3-6 ISSN:2446-6220

APRESENTAÇÃO

PRÁXIS E ABORDAGENS DE GESTÃO ESCOLAR: PRÁTICAS

INCLUSIVAS, PLURAIS E COMPLEXAS

Joaquim Gonçalves Barbosa Rosana Batista Monteiro Iracema Santos do Nascimento Organizadores om o presente conjunto de textos assumindo como eixo norteador a complexa compreensão sobre a práxis da direção escolar, considerando o contexto e a conjuntura atual em que a escola pública brasileira enfrenta ventos fortes na contramão de uma escola para a maioria e emancipatória, o objetivo é oferecer às diretoras, diretores e equipe encarregada da gestão escolar um conjunto de reflexões, apontamentos e possíveis contribuições, como auxílio para o desenvolvimento de sua capacidade reflexiva sobre o seu fazer, sobre si e sobre suas relações com os outros sujeitos do espaço escolar e do entorno, objetivando uma escola pública plural, de natureza democrática e emancipatória.

Os textos aqui apresentados fizeram parte, a maioria deles, dos debates ocorridos no I Colóquio

Nacional em Êxito Escolar, Empoderamento e Ascensão Social, realizado na Universidade do Estado

do Rio Grande do Norte, de 11 a 13 de junho de 2018. Na ocasião, principalmente na mesa redonda sobre Formação de Gestores na/para Educação Básica: gestão democrática e diversidades, como também no Grupo Temático Gestão escolar: desafio prático/epistemológico, foi possível desenvolver discussões e reflexões em torno da temática da gestão e das(os) gestoras(es) escolares, em seu fazer administrativo voltado para o êxito educativo na escola. Tal empreendimento surge como primeira ação da recém-criada Rede Interdisciplinar e Interinstitucional, Empoderamento e Ascenção Social (RIEAS).

Diante de uma prática como a da direção escolar como condutora principal de um processo amplo, com ênfase na heterogeneidade e na singularidade dos que na escola atuam, se faz necessário um esforço de compreensão plural das diferentes questões, tensões e contradições que envolvem a prática dos sujeitos que dirigem a escola; para tanto, a necessidade de lidar com tais questões, tensões e contradições, sob diferentes perspectivas, tendo em vista uma compreensão sobre suas ações com um pouco mais de rigor, rigor outro, no dizer de Macedo, Dante e Pimentel (2009). Dito de outro modo, não se trata de uma mistura simples quanto às perspectivas de análise, mas ter presente que cada uma delas oferece oportunidade de entendimento para, no conjunto, favorecer a uma compreensão mais sofisticada das práticas sociais e educativas, no sentido de possibilitar aos sujeitos e às equipes gestoras o exercício de se tornarem autoras e autores de uma práxis formativa em sua atuação e por meio dela.

Considerando o contexto atual em que o projeto de escola pública voltada para a emancipação da maioria da população sofre agudo desmonte, abrindo espaço para ocupação e colonização do campo por meio de um projeto econômico e de sociedade privatizado, conservador e reacionário, no que se refere à gestão da educação, é possível constatar a responsabilização como dimensão do novo gerenciamento da escola pública, imputando aos sistemas e a elas acentuada racionalidade técnica e controle do trabalho docente.

É em um contexto assim delineado que apresentamos o conjunto de textos que compõem este dossiê, com a expectativa de contribuir com que as e os profissionais à frente da gestão da escola possam redefinir papéis e modos de atuar, considerando a conjuntura de desmantelamento e

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BARBOSA, J.G.; MONTEIRO, R.B.; NASCIMENTO, I.S. • 4

Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.3-6 ISSN:2446-6220 distanciamento de um projeto democrático e emancipatório para a maioria da população brasileira. São inúmeras as questões e os aspectos aqui abordados, como também são variadas e plurais as perspectivas de análise. Um alerta às leitoras e aos leitores é para que, mais que se exigir uma única interpretação sobre determinada problemática enfrentada pela gestão escolar, permitam-se lidar com as diferentes compreensões e abordagens no sentido de montar seu próprio entendimento para a constante montagem do quebra-cabeça diário. O exercício da desalienação cotidiana nas entrelinhas do processo vivido e da troca de compreensões ou de negociações de sentido se faz necessário e indispensável como auto e coformação para uma atuação mais autoral de gestoras(es) enquanto condutoras(es) de um processo pessoal e coletivo como é o da escola.

Assim, no primeiro texto, Nova gestão pública e as consequências da responsabilização na gestão

educacional, sob a ótica da sociologia Allan Solano Souza propõe refletir sobre as implicações do

modelo gerencialista que avança sobre a gestão educacional brasileira. Como temática central desenvolve a “expansão da nova gestão pública em tempos de responsabilização”, argumentando como esse modelo se situa em um contexto de globalização neoliberal, e cujo fenômeno impõe a redefinição do papel do Estado e de sua burocracia. Para o autor, recorrer aos processos avaliativos externos como forma de argumento científico para embasar o diagnóstico enfraquece a função do Estado em relação à oferta de serviços sociais, atestando a “crise do modelo burocrático tradicional, assumindo como estratégia deslocar o foco nos procedimentos para o gerencial, da lógica do controle para os resultados”.

No segundo texto, desenvolvido por Ila Beatriz Maia e José Augusto Pacheco, os autores assumem como foco a Gestão curricular baseada em resultados e standards e seus efeitos na avaliação

institucional. Também numa perspectiva interpretativa sociológica sobre a educação, desenvolvem

reflexão acerca da gestão do currículo a partir da ótica da avaliação institucional. Trata-se de contribuição contundente para interpretação mais apropriada da questão do currículo como central e norteadora das atividades educativas no cotidiano escolar e que exigirá atenção especial dos gestores responsáveis pelo processo. Contrapondo a perspectivas de currículo de raiz tyleriana e/ou taylorista, os autores irão enfatizar currículo como conhecimento, “trabalhado numa perspetiva de experiência humana com vista a uma prática de educação caracterizada pelas dimensões pessoal e social, sempre na busca de um equilíbrio que requer uma diversidade de abordagens”, defendendo que sua gestão ocorre em dimensões distintas, mas integradas, sobretudo se for superada a perspetiva burocrática e linear do processo de desenvolvimento curricular. Neste sentido, os autores consideram o contexto neoliberal atual e suas políticas traduzidas em números “com efeitos nas práticas educativas e na avaliação através de uma linguagem de accountability e responsabilidade”, e questionam a gestão técnica do processo de desenvolvimento do currículo, assumindo a necessidade de se optar por uma atitude de questionamento dos vários contextos de decisão curricular.

O texto Entre saberes e identidades, a escola e a mediação sociopedagógica, de Ricardo Vieira e Ana Vieira, agora numa perspectiva antropológica irá enfatizar a atuação do(a) professor(a) para além do que entendemos por “mediação sociopedagógica ou mediação escolar” para vê-lo também como mediador sociocultural. Afirmam os autores que “é preciso tirar partido da diversidade de contextos, para construir práticas pedagógicas interculturais” e inclusivas; neste sentido, importa olhar para outro ângulo da questão com a pergunta: “quando se fala do insucesso escolar em turmas culturalmente heterogéneas estamos perante o insucesso dos alunos ou insucesso da própria escola?” Para os autores, visto desta forma, o problema não está nos alunos, nas famílias, nas comunidades, mas na escola que tem que se adaptar à nova realidade dos diferentes contextos culturais sob pena de não ser para todos, mas apenas para a elite mais identificada com a sua cultura hegemônica. Assim, o insucesso da escola na sociedade contemporânea não é apenas o insucesso dos alunos e das suas famílias em responder à forma escolar, mas da escola linearizada e homogeneizada que impõe seu modo de ser a todo e qualquer grupo social.

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• 5 Apresentação

Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.3-6 ISSN:2446-6220 multirreferencial com sua proposição epistemológica plural, assumidamente heterogênea, Joaquim Gonçalves Barbosa a defende como possibilidade radical para se enfrentar tal impacto avassalador das políticas de responsabilização e coisificação apontadas pelos textos precedentes. Trata-se de proporcionar à equipe gestora uma postura plural tal que possibilite que como sujeitos vejam a vida, o trabalho de gestão e a si próprios, argumentando quanto à retomada de sua capacidade instituinte, potencializadora de uma perspectiva afirmativa incluindo sua subjetividade e a questão do sentido. O autor defende a necessidade de que os sujeitos gestores se afirmem reflexivamente, assumindo uma proposta autoral perante seu trabalho de gestão. Neste universo, o Diário de Pesquisa é apresentado enquanto recurso com potência formativa do gestor/sujeito ou gestor

autorcidadão.

Arilene Maria Soares de Medeiros, por sua vez, em seu texto Formação de gestores na/para

educação básica: gestão democrática e diversidade, discute a formação de gestores que atuam na

Educação Básica, considerando tanto um recorte bibliográfico realizado na Revista Brasileira de Política e Administração da Educação (RBPAE), quanto a experiência prática da Universidade do Estado de Rio Grande do Norte (UERN). Reconhecendo a formação inicial e continuada como fundamental para o exercício profissional da gestão escolar, questiona sobre quais cursos de licenciatura ou em que nível (graduação ou pós-graduação) tal formação deverá ocorrer. Conclui pela necessidade de “assegurar uma formação (inicial ou continuada) articulada aos desafios atuais da Gestão Democrática e da diversidade no contexto da escola pública é caminho do êxito profissional”.

Rosana Batista Monteiro reflete sobre A importância da gestão democrática para a implementação

das políticas curriculares de ação afirmativa e sua relação com a formação de gestores, assumindo

como foco “a relação entre gestão escolar democrática e implementação da política de ação afirmativa, no campo do currículo”, integrada pelas Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-raciais. A autora defende a necessidade imperativa de que a formação de profissionais da educação esteja “apoiada na compreensão da importância da gestão democrática e no reconhecimento das diversidades”. Para isso é preciso considerar as contradições presentes na escola, onde as relações de poder “retratam as desigualdades de raça, etnia, gênero, classe”, o que implica em um questionamento do “papel da escola, de sua gestão e de quem integra a comunidade escolar, em especial os profissionais da educação que nela atuam no combate a tais desigualdades”. Para a autora o conhecimento da lei e de seus conteúdos é importante, mas não suficiente quando se propõe viabilizar sua efetividade de implementação, sendo “necessário que as tomadas de decisão, em especial sobre as DCNERER, sejam decididas coletivamente, incluindo toda a comunidade escolar”.

Em seu texto A implantação das DCNERER nas escolas públicas: um desafio possível e inadiável para

a gestão escolar, as professoras Eugenia Portela de Siqueira Marques e Michelly dos Santos

Gonçalves apresentam suas conclusões após pesquisa realizada em uma escola estadual de Campo Grande/MS, com a preocupação de verificar os projetos interculturais voltados para a implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais. Para as autoras, ao tornar obrigatório o ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira no currículo escolar a Lei nº 10.693/2003 “provocou um deslocamento epistêmico para o currículo e a prática pedagógica”, representando um “marco histórico”, pois se apresenta como “ponto de partida para a ressignificação do currículo escolar, bem como, para as práticas pedagógicas antirracistas e interculturais”. As autoras destacam que, embora ainda existam desafios a serem enfrentados para a implantação mais abrangente das DCNERER na escola estudada, ocorreu, com apoio da equipe gestora, um avanço no desenvolvimento de práticas pedagógicas interculturais de valorização da História e Cultura Afro-brasileira e Africana.

O ultimo texto do Dossiê, escrito por Valter Silvério e Fabiana de Oliveira aborda o importante tema

Ensino médio, gestão escolar e equidade racial: caminhos para uma escola diversa e democrática. Os

autores analisam os principais resultados dos projetos aprovados em dois editais “Gestão Escolar para a Equidade – Juventude Negra” que foram promovidos pelo Instituto Unibanco, e que

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BARBOSA, J.G.; MONTEIRO, R.B.; NASCIMENTO, I.S. • 6

Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.3-6 ISSN:2446-6220 contaram com a parceria do Fundo Baobá e da Universidade Federal de São Carlos. Os editais focaram a gestão escolar, considerando “que a partir dela se torna possível construir um direcionamento de ações pedagógicas que possibilitem a equidade racial” em articulação com juventude negra. Foram selecionados e desenvolvidos 20 projetos de 4 regiões do país. A avaliação dos projetos ocorreu em três momentos, a partir de instrumentos de avaliação baseado em Modelo Lógico. Dentre os achados estão o baixo conhecimento de professores(as) e gestores(as) sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e a baixa participação destes em cursos de formação relacionados ao tema em tela. Os autores destacam na conclusão “os desafios da gestão escolar frente à construção de uma escola equitativa”, apresentando a necessidade urgente de formação e capacitação de gestores(as) e da gestão democrática e participativa na escola, que valorize o protagonismo juvenil.

Com os artigos aqui apresentados, esperamos ter cumprido o objetivo de oferecer às e aos profissionais da educação, sobretudo aquelas(es) responsáveis pela gestão da escola, possibilidades para o exercício da reflexão sobre o próprio fazer, com vistas a compreender as dinâmicas da escola no sentido mais global como instituição educativa, na perspectiva do pedagógico e do administrativo.

Doutor em Educação pela PUC/SP. Professor Aposentado da UFSCar. Professor Colaborador do POSEDUC/UERN. E-mail: Joaquim.barbosa60@gmail.com.

Doutora em Educação (UFSCar). Pedagoga. Mestre em Educação (UNICAMP) e Professora Adjunto da UFSCar – So, docente do Programa de Pós-graduação em Estudos da Condição Humana – PPGECH. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar – Campus Sorocaba. E-mail: rosanabmonteiro@ufscar.br. Doutora em Educação pela USP. Professora do Departamento de Administração Escolar e Economia da Educação na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – USP. E-mail: iranasci@usp.br.

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NOVA GESTÃO PÚBLICA E AS CONSEQUÊNCIAS DA

RESPONSABI-LIZAÇÃO NA GESTÃO EDUCACIONAL

New public management and the consequences of accountability in

educational management

Nueva gestión pública y las consecuencias de la accountability en la gestión

educativa

Allan Solano Souza Universidade do Estado do Rio Grande do Norte [UERN]– Bra. RESUMO

O presente trabalho tem como fundamento uma perspectiva sociológica, objetivando contribuir com uma reflexão crítica sobre as implicações desse modelo gerencial na gestão educacional. Os caminhos percorridos para essa construção consistiram na leitura do referencial teórico e na exploração do documento do CLAD. Constatou-se que as estratégias de responsabilização são respostas provisórias da Nova Gestão Pública à crise do modelo burocrático. As políticas educacionais brasileiras têm se incorporado com mais intensidade a partir da década de 1990 e se expandido ao longo dos anos 2000, principalmente considerando as consequências dos resultados das avaliações externas para os sistemas educacionais e o seu uso na gestão educacional. Palavras-chave: Crise do modelo burocrático. Nova gestão pública. Responsabilização. Gestão educacional. ABSTRACT

Based on a sociological perspective, the present work aims to contribute to a critical reflection about the implications of the NPM in educational area. For that we read the theoretical framework and explored a document on accountability in Latin-American NPM, by the Centro Latinoamericano de Administración para el Desarrollo (CLAD). Accountability strategies were found as a provisional answer of the NPM the bureaucratic model crisis. Brazilian educational policies have been more intensively incorporated since 1990s and expanded throughout the 2000s, mainly considering the consequences of the external evaluations for educational systems and its use in educational management.

Keywords: Bureaucratic model crisis. New public management. Accountability. Educational management. RESUMEN

El presente trabajo se basa en una perspectiva sociológica, con el objetivo de contribuir a una reflexión crítica sobre las implicaciones de nueva gestión pública en la gestión educativa. Los caminos tomados para esta construcción consistieron en leer el marco teórico y explorar el documento CLAD. Se encontró que las estrategias de accountability eran respuestas provisionales de la Nueva Gestión Pública a la crisis del modelo burocrático. Las políticas educativas brasileñas se han incorporado más intensamente desde la década de 1990 y se expandieron a lo largo de la década de 2000, especialmente considerando las consecuencias de los resultados de la evaluación externa para los sistemas educativos y su uso en la gestión educativa.

Palabras-clave: Crisis modelo burocrática. Nueva gestión pública. Accountability. Gestión educativa.

Introdução

presente artigo tem como objetivo desenvolver uma reflexão acerca da responsabilização enquanto dimensão gerencial do referencial teórico da nova gestão pública, considerando as suas implicações na gestão educacional. Do ponto de vista teórico-metodológico, a construção da pesquisa teve como base autores como Pinho e Sacramento (2009), Araújo (2010), Rocha (2011), Verger e Normand (2015) e o documento La

responsabilización en la Nueva Gestión Pública Latinoamericana, elaborado pelo Conselho

Latinoamericano de Administración para el Desarollo-CLAD, de onde foram extraídos os fundamentos que orientam o reordenamento das organizações, a fim de implantar a competição

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SOUZA, A.S. • 8

Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.7-17 ISSN:2446-6220 administrada, o controle de resultados e o controle social no setor público, ou seja, os elementos básicos da responsabilização na administração pública.

A responsabilização se caracteriza como um dos pilares da Nova Gestão Pública. A compreensão das suas implicações é complexa por diversos motivos, porém, destacam-se dois: o primeiro consiste em conceber a natureza etimológica da própria palavra, enquanto o segundo está relacionado com o esclarecimento sobre a dimensão política que esta possui, considerando a sua materialização na administração pública brasileira, com a reforma administrativa desencadeada na década de 1990. No cenário internacional, esse processo vem ocorrendo desde o final da década de 1970, com as crises econômicas e a vitória política da Nova Direita na Inglaterra, tendo Margaret Thatcher como sua figura principal, e com a eleição de Ronald Reagan, nos Estados Unidos da América (EUA). Esses acontecimentos reverberaram na política educacional brasileira, por meio de acordos de cooperação internacional, imputando aos sistemas e às escolas maior racionalidade técnica e controle do trabalho docente.

Ao sinalizar o horizonte da Nova Gestão Pública, a responsabilização com o sentido inglês de

accountability ganhou força na agenda política da América Latina do século XXI, em que as políticas,

sociais, econômicas, culturais, entre outras, foram pensadas e escritas para contextos que possuem infraestrutura e condições de trabalhos adequadas, bem como foram sempre objeto de alguma forma de tradução ou de leitura ativa, sendo o Estado um dos principais lugares da política e um dos principais atores políticos. É importante ressaltar que o contexto favorável à implantação dos princípios da NGP, principalmente em países periféricos, é o da globalização neoliberal acompanhada dos efeitos predatórios nessas economias.

Com base nesses encaminhamentos teórico-metodológicos, o artigo ficou organizado em quatro seções, contando com a introdução e as considerações finais. Este trabalho realiza um percurso teórico-metodológico em que são apresentados os seus principais elementos, considerando a natureza da Nova Gestão Pública e as suas nuances baseadas na experiência internacional. A segunda seção objetiva realizar uma reflexão sobre a crise do modelo burocrático tradicional e as possíveis respostas para este problema na Administração Pública. A terceira seção discorre sobre a responsabilização como resposta da nova gestão pública para a crise do modelo anterior, levando em conta, em seguida, suas implicações para as políticas educacionais. A quarta seção, finalmente, traz algumas considerações finais.

Expansão da nova gestão pública em tempos de responsabilização

O debate sobre a Nova Gestão Pública (NGP) é bastante complexo, visto que a sua emergência dentro do Reino Unido apresentava inicialmente duas vertentes do pensamento da Nova Direita. A primeira incluía as ideias do neoliberalismo enquanto revitalização do liberalismo para a resolução dos problemas sociais e econômicos nos assuntos públicos. Já a segunda diz respeito à substituição do discurso otimista com a revolução tecnológica e à capacidade de planejamento estratégico racional e intervenções do Estado para capturar as promessas de avanços na Ciência e Tecnologia, pelo discurso da ineficácia e da ineficiência dos governos e as dificuldades para se manter um Estado Assistencialista. Entretanto, essa concepção dentro da NGP não era algo restrito ao Reino Unido, pois os principais programas de reformas administrativas de países como Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia e Canadá combinaram parte dos discursos neoliberais, enfatizando a atividade governamental mais empresarial, assim como transplantando técnicas e valores do setor privado para o setor público. Entretanto, o cenário político de derrota do One Nation Conservatism dentro do Partido Conservador, no Reino Unido, e as crises econômicas da década de 1970 se mostraram promissores para a propagação da agenda neoliberal e demonstraram que não eram tão peculiares à experiência particular desse país (HALL; GUNTER, 2015).

Diante dessas mudanças políticas e das crises estruturais do capitalismo, o modelo burocrático weberiano dá sinais de insustentabilidade na administração pública, conforme diagnóstico dos defensores das reformas. Conhecer o que é a burocracia é importante para poder propor alterações

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. • 9 Nova gestão pública e as consequências da responsabilização na gestão educacional

em suas configurações. Para Weber (1978), a burocracia consiste em uma construção no tipo ideal, fundamentado na autoridade racional legal, cujo padrão de racionalidade se intensifica nos meios para justificar os fins, calculados de modo a alcançar o melhor meio. As categorias fundamentais são

1) Uma organização contínua de cargos, delimitados por normas; 2) Uma área específica de competências. Isso implica: a) uma esfera de obrigações no desempenho das funções, diferenciadas como parte de uma sistemática divisão do trabalho; b) atribuição ao responsável da necessária autoridade para desempenho das funções; c) definição clara dos instrumentos necessários de coerção e limitação do seu uso a condições definidas. Uma unidade organizada de tal forma que no exercício da autoridade será denominado órgão administrativo” (WEBER, 1978, p. 16-17).

Entretanto, o diagnóstico de que esse modelo não foi capaz de extirpar o patrimonialismo, nem de consolidar uma burocracia profissional, na redefinição de carreiras e de um processo sistemático de abertura de concursos públicos para a administração pública, foi fundamental para endossar a necessidade de reformas administrativas em países da Europa e do continente norte-americano como caminho para enfrentar as crises econômicas e sociais. Atestada a crise do modelo burocrático tradicional, a estratégia foi deslocar o foco nos procedimentos para o gerencial, da lógica do controle para os resultados. É importante observar que esse modelo está situado em um contexto de globalização neoliberal, cujo fenômeno impõe ao mundo a redefinição do papel do Estado e da sua burocracia. Além disso, imprime uma concepção de homem livre dotado de vontade e razão como força motriz para a competição entre os indivíduos no mercado. Logo, o atestado da ineficiência do Estado no mundo competitivo se coloca como argumento neoliberal para lograr êxito na propagação da ideologia neoliberal.

Nessa ótica, o modelo de gestão unilateral, ou burocrático, mais conhecido como modelo gerencial, é modificado por seus gestores e passa a alcançar novos objetivos organizacionais, que se concentram no alcance da satisfação dos cidadãos. Essa perspectiva está baseada nos princípios de mercado, considerando a competitividade e o esforço da responsabilidade individual para melhorar os resultados da instituição. Isso posto, a matriz neoliberal encontra espaço para se materializar enquanto projeto político, econômico e social para governos que buscam referenciais de modernização. Desse modo, tem como prerrogativa se tornar uma alternativa para a ineficiência dos serviços públicos, que foi atestada pelos processos de avaliação. A avaliação, a prestação de contas e a responsabilização, nesse contexto, tornaram-se instrumentos gerenciais para reforçar o diagnóstico da crise de eficiência do Estado. O recurso aos processos avaliativos como forma de argumento científico para embasar o diagnóstico é bastante comum para enfraquecer a função do Estado em relação à oferta de serviços sociais. A comprovação desse processo, por meio de documentos e relatórios, é uma maneira de prestar contas dos resultados à sociedade. Trata-se de um dos sintomas da presença da razão indolente (SANTOS, 2006) nas políticas de accountability (AFONSO, 2015).

A lógica gerencial nos serviços públicos se ressignificou se aproximando dos princípios da democracia, principalmente, reiterando a necessidade de os governos prestarem contas de sua probidade e de suas promessas de campanha e da efetividade de suas políticas. Portanto, caracteriza-se como um modelo flexível, baseado na autocrítica e portador de um certo hibridismo. Por essa razão, formas de desempenho governamental e participação foram incluídas com o intuito de induzir uma maior eficiência nos serviços prestados pelo Estado, assim como reforçar a autonomia gerencial dos administradores públicos (PINHO; SACRAMENTO, 2009). Esse aspecto é contraditório na medida em que combina autonomia com a necessidade de requerer o reforço do controle orçamentário por parte da administração pública. É justamente nesse ponto que se coloca uma das principais críticas a essa perspectiva, pois a equação autonomia e controle é difícil de ser resolvida, alinhada com os modelos de competição.

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Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.7-17 ISSN:2446-6220 O modelo de competição pode levar àquilo que a Ciência Política denominou de soma-zero, ou seja, os equipamentos sociais aprovados pela população ganham todos os incentivos para continuar sendo os melhores, enquanto aqueles que são mal avaliados pelos consumidores perdem tudo. Nesse sentido, o “maior perdedor é o princípio da equidade nos serviços públicos, transformando alguns consumidores em mais cidadãos do que os outros” (ABRUCIO, 1997, p. 25). A diferença mais enfática nesse processo é a existente entre o consumidor de bens de mercado e o consumidor dos serviços públicos. Todavia, em uma era de escassez de recursos, há consumidores que se tornam mais do que os outros, o que faz com que as possibilidades de escolha e condições de acesso sejam limitadas a um pequeno grupo (SOUZA, 2016; ABRUCIO, 1997).

Embora tenham sido destacadas todas essas mudanças de modelos para a reforma administrativa, é preciso evidenciar algumas rupturas entre o modelo burocrático e a nova gestão pública. A primeira ruptura1 reside no pressuposto de que a administração pública tradicional é ineficaz

porque seus controles focam em recursos e procedimentos e não resultados; desse modo, para escapar dessa ineficiência, faz-se necessário controlar resultados, tendo em vista que o modelo de mercado é superior ao modelo burocrático (ROCHA, 2011). A segunda ruptura diz respeito à concepção de cidadão como consumidor e cliente, em que o administrador-empresário é o modelo de gestor. Esse gestor tem por imposição levar a empresa a apresentar os melhores resultados possíveis, ter autonomia e decidir quais as melhores formas de atingir os seus objetivos (ROCHA, 2011). A partir dessa visão, a noção de gestão dentro das instituições vai sendo substituída pela ideia de liderança, retratando uma guinada discursiva a favor desse segundo termo, dentro de um cenário de reforma administrada firmemente direcionada pela métrica (HALL; GUNTER, 2015). A terceira ruptura está na ênfase em privatizar a oferta de serviços públicos e tornar o fornecedor privado desses serviços o responsável pela sua prestação de contas. Com isso, é possível enxergar que há uma mudança da perspectiva da accountability pública para uma accountability privada, caracterizada tipicamente por uma visão de mercado. Na perspectiva da nova gestão pública, a implementação de qualquer política pública irá exigir do administrador decisões políticas e poder discricionário. O poder discricionário está relacionado aos desvios de poder e aos atos praticados com finalidades diversas, como proporcionar vício jurídico e ético. Nesse último, evidencia-se a intenção de enganar, mentir e violar os princípios da legalidade e da moralidade (ROCHA, 2011). Esses problemas são preocupantes, uma vez que reverberam nos processos de responsabilização pelo controle de resultados, burlando a prestação de contas e o controle social. Na tentativa de encontrar soluções para esses alentos demonstrados na América Latina, o Centro Latino-americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD) buscou uma saída para responder a essas questões, em que um dos mecanismos encontrados para resolver os problemas se deu por meio de uma concepção de accountability horizontal.

A solução para isto se encontra, em grande medida, nos mecanismos de

accountabillity horizontal, tais como o controle parlamentar, auditorias fiscais

externais e a ação dos promotores públicos e do poder judiciário. É importante enfatizar que na atualidade tais mecanismos se encontram pouco desenvolvidos na maioria das nações da região (CLAD, 2000, p. 02, tradução nossa).

A concepção de participação social nessa perspectiva se torna peça-chave para a governabilidade democrática, a qual envolve a representação de diferentes espaços da sociedade, embora seja uma concepção de política que foi pouco desenvolvida. A política é a declaração de algum tipo de decisão sobre como fazer coisas no sentido de “ter” uma política, que pode ser puramente simbólica, mostrando que há uma política ou que uma política foi formulada (BALL; MAINARDES, 2011). Nas considerações do CLAD, as políticas de responsabilização se aproximam da análise de Brooke (2006), que entende que elas promovem determinações legais sobre parâmetros legais para o trabalhador. Desse modo, verifica-se que a ruptura como um modelo de accountability hierárquico não é total, mas relativa, pois é a remanescente nesse processo, uma vez que ao administrador

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municipal, em particular da educação, cabe acompanhar a execução da política junto ao Poder Executivo, para impor premiações às organizações escolares que conseguem cumprir todos os requisitos da lei, recebendo um décimo quarto salário ou uma comenda simbólica por meio de certificação. Por outro lado, para alcançar os resultados desejados, os administradores escolares precisam ter poder de decisão e autonomia para mobilizar a comunidade escolar a fim de atingir os resultados.

Considerando as diretrizes do Conselho Latino-americano para o Desenvolvimento, as diferentes formas de responsabilização foram apresentadas em um documento denominado La

responsabilización en la Nueva Gestión Pública Latinoamericana, que evidencia, dentre várias

possibilidades, o controle por resultados e a aproximação dos serviços às demandas da população como mecanismos para melhorar o desempenho governamental e a prestação de contas (CLAD, 2000). No que concerne à responsabilização como parte desse processo de reforma gerencial, as suas formas podem variar de acordo com as particularidades locais, a partir das quais o modelo é implementado por definição da agenda governamental. Comumente, o termo responsabilização tem sido utilizado com o sentido de atribuir responsabilidade a alguém (PIMENTA, 2009), acrescido da ideia de que essa pessoa pode ser recompensada ou punida com base na publicação dos resultados.

Percebe-se que são apontadas duas formas clássicas e três formas modernizadoras para se alcançar a responsabilização. Assim sendo, as formas clássicas são o controle de procedimentos e o controle parlamentar, enquanto as modernas são denominadas controle por resultados, controle por concorrência administrada e controle social (SCHNEIDER; NARDI, 2013). Em obra organizada por Bresser-Pereira e Grau (2006) sobre responsabilização na administração pública, os autores fazem uma reflexão sobre as formas mais conhecidas no contexto da NGP, que são: a) por meio de procedimentos clássicos de controle – planejamento, organização, direção e controle (GROISMAN; LERNER, 2006); b) através do controle parlamentar2 (ANASTASIA, 2006); c) mediante introdução

da lógica dos resultados na administração (QUIRÓS, 2006); d) mediante concorrência administrativa (administrada) (ABRUCIO, 2006); e) através do controle social3 (GRAU, 2006).

No campo da educação, a forma mais presente, sem dispensar a possibilidade de outras, é a responsabilização pelo controle de resultados, tendo como premissa o fato de que uma gestão orientada para os resultados possui diferentes mecanismos de aferição do desempenho, de satisfação do usuário e de controle social, com incentivos vinculados a produtividade e eficiência, os quais, articulados, configuram as condições necessárias para a responsabilização dos gestores públicos. Ou seja, essa forma consegue aglutinar elementos presentes nas demais formas de responsabilização, representando uma mudança radical na forma de prestar contas da ação pública à sociedade, contemplando aspectos de eficiência, eficácia e efetividade da ação pública. Um conceito essencial nessa discussão é a contratualização, pois, através dela, se estabelecem o resultado desejado e as condições almejadas para o seu alcance. De acordo com Araújo (2010), configura-se um processo de responsabilização na administração pública baseado em um modelo contratual.

Um modelo contratual tem que incluir, necessariamente, metas, meios, controle e incentivos. Metas bem definidas servem para orientar a ação de gestão; os meios criam condições para o alcance das metas; o controle permite acompanhar os processos, a alocação de recursos, avaliar as dificuldades, enfim, avaliar a implementação das ações; e os incentivos constituem os elementos mobilizadores do comportamento humano em direção às metas. A vinculação

2 No caso brasileiro, medidas vêm sendo implementadas a fim de barrar a corrupção, tendo em vista que

atualmente a Lei da Ficha Limpa impede que presidente, deputados, senadores, prefeitos e vereadores concorram a eleições se ficar provada a existência de crimes eleitorais, como compra de voto, uso da máquina pública para angariar eleitores etc.

3Orçamentos Participativos, Conselhos gestores de políticas públicas de controle social, Organizações Não

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Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.7-17 ISSN:2446-6220 entre metas, meios, controles e incentivos constituem, então, o cerne dos contratos de gestão (2). Assim, a contratualização deixa em segundo plano o controle burocrático e coloca em foco os resultados a serem obtidos. A obtenção de resultados é decorrente da pactuação entre as partes, que acordam entre si, além do desempenho esperado, os padrões de qualidade, o custo, a duração, as sistemáticas de avaliação e as formas de renovação do contrato (ARAÚJO, 2010, p. 230).

Diante dessa afirmativa, o controle pelos resultados deve dar respostas às seguintes perguntas: quem decide quais resultados serão produzidos? Como o processo funciona? Quem pode ser cobrado? Quem responde pelo processo de prestação de contas?

Araújo (2010) elenca quatro tipos de análises de responsabilização pelo controle dos resultados. Uma delas está na responsabilização de uma gestão pautada por indicadores de desempenho. À luz de Yalta, Araújo (2010) afirma que os indicadores permitem estabelecer um conjunto de controles sobre as atividades públicas por meio de óticas distintas, cobrindo um amplo leque de possibilidades de avaliação. Outra vertente de análise vincula o tema da responsabilização à prática de avaliação enquanto mecanismo sistemático, a qual proporciona mudança de atitude em relação aos mecanismos de melhora da ação governamental e também um debate político mais bem informado sobre as políticas, capaz de produzir accountability. Outra questão a ser considerada na análise é a que engloba tanto os aspectos da contratualização e de indicadores de desempenho como os de avaliação. No caso da gestão pública, tem o objetivo de “oferecer elementos de informação e intervenção aos responsáveis pela administração pública, contribuir para a melhoria da capacidade de prestar contas das organizações públicas, ajudar na alocação de objetivos e responsabilidades e possibilitar a avaliação de desempenho dos gestores públicos” (ARAÚJO, 2010, p. 231).

Por esse viés, observa-se que a tarefa de responsabilização pelo controle de resultados não é fácil, por isso, embora o discurso da responsabilização tenha ganhado destaque no debate sobre a Reforma do Estado, ainda predomina a forma convencional de prestação de contas, em que se privilegiam os aspectos processuais e legais, deixando de lado os vinculados a metas ou a indicadores previamente pactuados entre os diversos atores na formulação de políticas (ARAÚJO, 2010). Em suma, os princípios da NGP podem ser sintetizados da seguinte maneira: gestão profissional no setor público; estabelecimento de padrões e medidas de desempenho explícitas; ênfase no controle de resultados; dividir o setor público em unidades menores; maiores níveis de competência; ênfase no estilo de gestão do setor público com base no modelo do setor privado; maior disciplina e avaliação dos recursos (HOOD, 1995).

Ao direcionar o olhar para o caso brasileiro, observa-se que o diagnóstico do enrijecimento burocrático como impedimento para a modernização da gestão pública dava sinais de que a crise estava se constituindo e de que era preciso sistematizar respostas para os problemas apresentados, conforme estudos de Bresser-Pereira (1996), responsável pela pasta do Ministério da Administração Federal e da Reforma de Estado.

Preceitos da nova gestão pública incorporados na gestão educacional

Os estudos acerca dos avanços das influências da NGP na educação vêm sendo desenvolvidos sob diferentes perspectivas, pois consideram as particularidades políticas, econômicas e sociais dos países que acreditaram na relação entre competitividade internacional, eficiência e qualidade dos sistemas educacionais. Ao relacionarem esses princípios da NGP com a educação, Verger e Normand (2015), à luz dos estudos de Gunter e Filtzgerald (2013), revelam que há uma interação entre esses princípios e as políticas educacionais, conforme ilustrado na figura abaixo.

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Figura 1 – Princípios da NGP e Políticas Educacionais

Fonte: Elaborada pelo autor com base em Verger e Normand (2015), à luz de Hunter e Filtzgerald (2013) (tradução nossa).

No centro da figura, estão localizados os princípios da NGP, enquanto as estratégias de materialização nas políticas educacionais ao lado de cada um desses. Embora esses princípios sejam comuns, é importante ter clareza de que a NGP assume configurações diversas, frequentemente ambíguas, pelo fato de ter uma conotação unívoca, pró-mercado ou neoliberal. As políticas educacionais da contemporaneidade são direcionadas a partir desses fundamentos. O reforço da prestação de contas ritualística é um exemplo desse processo, tendo em vista que sua função tem sido mais de induzir os gestores a extraírem os resultados e publicá-los nos murais das organizações, em vez da discussão e deliberação na definição dos próximos passos com a comunidade local.

Os instrumentos da NGP estão centrados em uma lógica de desempenho e gestão por resultados (VERGER; NORMAND, 2015). Os autores verificam que o trabalho docente está cada vez mais condicionado à prestação de contas e à implantação de premiações, vinculadas ao desempenho dos alunos em testes cognitivos e padronizados, mais conhecidos como testes de larga escala ou exames nacionais.

A interação entre os princípios da NGP com as políticas educacionais revela que são provisões para justificar as reformas no campo educacional, detendo-se na centralização do currículo (Currículo Nacional) e priorizando disciplinas tradicionais, avaliadas em exames internacionais. Os resultados alcançados nos exames são utilizados como estratégias de rotulação do trabalho das escolas e exigência de maior gestão profissional. Isso posto, o papel dos gestores escolares é concebido em uma perspectiva de “liderança”. De acordo com Vieira e Vidal (2019, p. 13), essa reflexão “[...] guarda alguma articulação com a emergência da literatura sobre as políticas de avaliação de larga escala, de modo particular a partir de meados dos anos noventa do século XX”. Entretanto, essas autoras ressaltam que “[ainda] não é possível afirmar que, em seu sentido literal, o tema tenha conquistado lugar de destaque na política educacional brasileira” (VIEIRA; VIDAL, 2019, p. 16).

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Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.7-17 ISSN:2446-6220 Trata-se de um tema assentado no arcabouço teórico militar, cujas origens remontam a outros momentos históricos4, sobre os quais não cabe aprofundar neste curto texto, que vem sendo

construído na iniciativa privada como forma de se atribuir maior responsabilidade individual dos “colaboradores” internos das empresas, mas que seu histórico não se limita a esses campos (HONORATO, 2018).

Outro aspecto a ser considerado enquanto processo de expansão da nova gestão pública nas políticas educacionais tem relação com a ênfase na escolha da escola pelos pais, cujos critérios têm se pautado nos resultados publicados pelas redes de ensino. Não há nada de errado em deixar que os pais escolham a escola para que os seus filhos estudem, afinal de contas a avaliação que fazem dos serviços prestados pela escola à sociedade deve ser considerada tão importante quanto os desempenhos dos alunos nos testes. No entanto, é preciso ressaltar que essas decisões precisam despertar no Estado o senso de responsabilidade pela melhoria das escolas que não conseguem se tornar organizações educativas de escolhas dos pais, e não o seu fechamento por parte das autoridades públicas. Além disso, um processo dessa natureza acirra as desigualdades entre as escolas, principalmente quando as condições de competição não são as mesmas, em termos de melhoria do desempenho acadêmico dos alunos, gestão financeira, pedagógica, formação e valorização dos profissionais e infraestrutura. Destaca-se que, de forma suplementar, o controle central sobre o currículo, a avaliação e a gestão é concebido como anseio das demandas dos reformistas empresariais.

Ressalta-se que a NGP influenciou na introdução de processos de responsabilização na gestão da educação, com a ressignificação de conceitos democráticos, como participação e descentralização, entre outros, reiterando a lógica de quase-mercados educacionais, aumentando o controle administrativo que é sublimado pelo controle social e reforçando a competição entre as organizações educativas, com o intuito de proporcionar ações que induzam à melhoria dos resultados nas avaliações internas e externas.

Considerações finais

Na administração pública tradicional, o termo accountability se caracteriza por uma ideia hierárquica, formal e jurídica. Aos agentes públicos não eleitos não cabe discutir e decidir sobre políticas públicas, mas implementá-las segundo as leis e regras procedimentais, a fim de garantir o bom funcionamento do sistema, sendo responsáveis (accountable) quanto à conformidade com as regras e os procedimentos estabelecidos. Seu foco recai nos administradores da accountability institucional, com vistas a pensarem e decidirem sobre a elaboração de políticas, bem como estabelecerem padrões de ação objetivos, fixados pela lei, regulamentos e normas procedimentais. Possui atuação centrada nos tradicionais padrões de controle. Há uma separação real entre administração e política, sendo sob esse aspecto que reside o déficit de accountability, como atesta Rocha (2011), principalmente por falta de previsão dos objetivos propostos e obtidos ao longo das políticas públicas, o que resultou em fortes críticas nos anos 1980 e gerou pressões por mudanças e uma resposta para os problemas desse modelo.

As políticas gerenciais têm impulsionado os sistemas educacionais e as escolas públicas a adotarem a agenda neoliberal, incorporando-a em suas práticas com base nas orientações da NGP, de modo que são ressignificadas e implantadas para alcançar os objetivos da eficiência, eficácia e efetividade com a prestação de serviços educacionais ofertados nas escolas públicas. A lógica da responsabilização gerencial vem ressaltando os problemas, porém, pouco tem feito para melhorar

4 Os escritos greco-romanos exerceram influência nos períodos medieval, renascimento e surgimento da

modernidade. No mundo oriental, a relevância da liderança é enaltecida em obras de pensadores chineses como Confúcio, Lao-Tzu e Sun-Tzu. No Século XIX, a estrutura fabril exigia comportamentos inovadores entre chefes e empregados, em nome da otimização dos processos de produção, porém, não passava de um relacionamento perversamente tirânico, propiciando um ambiente de trabalho altamente impessoal (HONORATO, 2018).

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os resultados e as condições objetivas de realização do trabalho na escola. O receituário neoliberal para a solução dos dilemas enfrentados por essas organizações não consegue passar da dimensão prescritiva, uma vez que, na prática, as escolas continuam funcionando em situações adversas. Se por um lado as organizações escolares são responsabilizadas com base em padrões homogêneos, o mesmo não pode ser observado em relação às condições de funcionamento, pois os desafios de melhoria na infraestrutura, na gestão democrática e na valorização dos profissionais da educação permanecem. O controle e a competição entre as escolas aumentam, assim como a desmoralização do magistério, na medida em que aos professores tem sido atribuída a culpa pelos baixos resultados alcançados. Entretanto, se essas políticas visam resolver somente os problemas das escolas, como se estivessem localizados apenas nas suas unidades, é imprescindível compreender as soluções que se encontram tanto nesse espaço como externamente.

É essencial ter clareza acerca da retomada da função do papel do Estado na oferta de serviços públicos de qualidade, propiciando as condições de financiamento e a formação de profissionais, bem como reduzindo as desigualdades entre as escolas, os seus profissionais e os alunos. Ou seja, o Estado não pode se desresponsabilizar das suas funções, nem transferir a sua responsabilidade pela garantia do direito à educação pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada, tendo em vista que é um direito de todos e compõe responsabilidade juntamente com a sociedade por sua garantia.

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*Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com Estágio Científico Avançado no Instituto de Educação, da Universidade do Minho (Braga-Portugal). Docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UERN. E-mail: asolanosouza@gmail.com.

Recebido em 15/12/2019 Aprovado em 20/12/2019

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Laplage em Revista (Sorocaba), vol.5, n.Especial, set.- dez. 2019, p.18-30 ISSN:2446-6220

GESTÃO CURRICULAR BASEADA EM RESULTADOS E STANDARDS

E SEUS EFEITOS NA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

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Curriculum management based on results and standards and their effects

on institutional evaluation

Gestión curricular basada en resultados y estándares y sus efectos en la

evaluación institucional

Ila Beatriz Maia José Augusto Pacheco Universidade do Minho [UM]– POR. RESUMO

Falar de avaliação institucional exige um olhar global, orientado quer pelas políticas educativas e curriculares, com a análise de referenciais e abordagens que dão solidez à argumentação de ideias em torno da gestão do currículo, quer pelas políticas de avaliação, reconhecidas na accountability escolar, na avaliação de escolas, sobretudo na sua componente externa, e nos efeitos que esta tem nas escolas e nos seus atores. Neste artigo, escrito tendo em conta a realidade brasileira e portuguesa, são ainda referenciadas as organizações transnacionais, e sobretudo a noção de competência transdisciplinar, que funciona cada vez mais como

standards de aprendizagens básicas, e é apresentada, no âmbito de um projeto de investigação em curso, em

Portugal, uma tipologia de efeitos da avaliação externa, cuja análise exige uma abordagem contextual e uma discussão do papel central da autoavaliação.

Palavras-chave: Políticas educativas e curriculares. Políticas de avaliação. Avaliação institucional.

Standards. Efeitos.

ABSTRACT

Talking about institutional evaluation requires a global view, guided by both educational and curriculum policies, with the analysis of references and approaches that solidify the argumentation of ideas around curriculum management, and by evaluation policies, recognized in school accountability, in school evaluation, especially in its external component, and its effects on schools and their actors. In this article, written taking into account the Brazilian and Portuguese reality, transnational organizations are also referenced, and above all the notion of transdisciplinary competence, which increasingly functions as basic learning standards. As part of a research project underway in Portugal, it is presented a typology of the effects of external evaluation, the analysis of which requires a contextual approach and a discussion of the central role of self-assessment. Keywords: Educational and curricular policies. Evaluation policies. Institutional evaluation. Standards. Effects.

RESUMEN

Hablar sobre la evaluación institucional requiere una mirada global, guiada por políticas educativas y curriculares, con el análisis de referencias y enfoques que solidifiquen la argumentación de ideas en torno a la gestión curricular, y por políticas de evaluación, reconocidas en la accountability escolar, en evaluación escolar, especialmente en su componente externo, y sus efectos en las escuelas y sus actores. En este artículo, escrito teniendo en cuenta la realidad brasileña y portuguesa, también se hace referencia a las organizaciones transnacionales, y sobre todo la noción de competencia transdisciplinaria, que funciona cada vez más como

estándares básicos de aprendizaje, y se presenta como parte de un proyecto de investigación en curso en

Portugal, una tipología de los efectos de la evaluación externa, cuyo análisis requiere un enfoque contextual y una discusión sobre el papel central de la autoevaluación.

Palabras-clave: Políticas educativas y curriculares. Políticas de evaluación. Evaluación institucional.

Estándares. Efectos.

1 Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P.,

no âmbito do projeto PTDC/CED-EDG/30410/2017 e dos projetos UID/CED/1661/2013 e UID/CED/ 1661/2016 CIEd - Centro de Investigação em Educação, Instituto de Educação, Universidade do Minho.

Referências

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