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A CRÔNICA LITERÁRIA COMO REFLEXÃO SOCIAL: UMA PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DO GÊNERO À SALA DE AULA

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Academic year: 2022

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Anhanguera Educacional Ltda.

Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 4266 Valinhos, SP - CEP 13278-181 rc.ipade@aesapar.com

Coordenação

Instituto de Pesquisas Aplicadas e

Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional

Roberta Pavani de Campos Prof. Eliane Quinelato

Curso:

Letras

FACULDADE ANHANGUERA DE

LIMEIRA

RESUMO

O projeto visa o estudo das especificidades do gênero "crônica" e propõe sua aplicação em sala de aula com a finalidade de despertar no aluno uma leitura mais crítica acerca da sociedade em que vivemos. Considerando que a crônica é um tipo de registro que oscila entre o jornalismo formal e a literatura, e que a linguagem, geralmente, é simples e descontraída, acredita-se que este gênero esteja mais próximo, em termos de vocabulário, do público de leitores que se pretende atingir. Nesse contexto, o projeto prevê o estudo de dez textos oriundos da coletânea de crônicas intitulada "A mulher do vizinho", de Fernando Sabino, pois acredita-se que por meio da leitura e reflexão sobre o cotidiano recriado nesses textos seja possível formar leitores críticos.

Palavras-Chave: Crônica; leitor crítico; leitura; literatura.

A NUÁRIO DA P RODUÇÃO DE

I NICIAÇÃO C IENTÍFICA D ISCENTE

Vol. 13, N. 20, Ano 2010

A CRÔNICA LITERÁRIA COMO REFLEXÃO SOCIAL: UMA

PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DO GÊNERO À SALA DE

AULA

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1. INTRODUÇÃO

A leitura é condição essencial para a participação do indivíduo na sociedade letrada e, através dela, pode-se compreender o mundo, refletir sobre a sociedade que nos cerca e agir criticamente sobre ela.

Acredita-se que a leitura de crônicas pode transformar-se numa nova metodologia de ensino e figurar como uma forma de instigar os alunos a refletir sobre o mundo que os cerca. Julga-se que a simplicidade do vocabulário, os temas recortados do cotidiano, a brevidade da leitura e a linguagem poética sejam atrativos peculiares das crônicas, favorecendo o trabalho do professor e o entendimento dos alunos quanto aos textos analisados. Conforme diz Candido:

Ora, a crônica está sempre ajudando a estabelecer ou restabelecer a dimensão das coisas e das pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa revoada de adjetivos e períodos candentes, pega o miúdo e mostra nele a grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitada. Ela é amiga da verdade e da poesia nas suas formas mais diretas e também nas suas formas mais fantásticas, sobretudo porque quase sempre utiliza o humor. (CANDIDO, 1992, p. 14)

Nesse sentido, nota-se uma proximidade da crônica com o universo do leitor adolescente, que prima pela leitura humorística, breve e objetiva.

Essas breves considerações justificam a crença de que a crônica pode ser uma ferramenta de extrema utilidade ao professor em sala de aula.

2. OBJETIVOS

O objetivo geral da pesquisa é estimular os alunos à leitura de crônicas em sala de aula a fim de que esses leitores percebam que o gênero não limita-se a uma historieta sem importância, mas está impregnado de significados profundos e denúncias sociais.

O objetivo específico é investigar a viabilidade do estudo do gênero "crônica" em sala de aula como forma de despertar a leitura crítica e a reflexão acerca do contexto social em que o homem vive. Para isso utilizar-se-á de dez textos de Fernando Sabino que compõem a obra "A mulher do vizinho", evidenciando o prestígio de que o autor goza enquanto escritor desse gênero e a importância de seus escritos enquanto forma de reflexão social. Os textos serão levados à sala de aula e lidos de forma compartilhada entre os alunos e a pesquisadora. Também poderá ser feito um debate sobre o tema a fim de que todos possam expressar-se e para que a pesquisadora tenha condições de avaliar de que forma cada aluno compreende o texto lido. A verificação da aprendizagem será efetuada com base em relatórios sobre o debate oral e através de um texto próprio, produzido pelo aluno.

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3. METODOLOGIA

Os métodos utilizados para a pesquisa foram: pesquisa bibliográfica e suas respectivas referências e aplicação de um conjunto de dez crônicas de temáticas diferentes em sala de aula para leitura e discussão. Em seguida, os alunos realizaram uma produção textual crítica sobre o objeto estudado.

4. DESENVOLVIMENTO

4.1. A importância da leitura

A leitura, interpretação e a escrita ocupam o topo da pirâmide escolar, pois estão entre as maiores preocupações dos educadores. Essa preocupação deve-se à constatação de que grande parte dos alunos não compreende o que lê, apenas o fazem de forma automatizada. Nesse contexto, supõe-se que uma leitura bem trabalhada, com a mediação efetiva do professor, pode contribuir demasiadamente para que o leitor passe de passivo a leitor ativo e crítico.

Partindo desse princípio reconhecemos que os educadores exercem o papel de mediadores entre a linguagem e o mundo. O ensinar está diretamente ligado à linguagem e por meio dela o aluno conhece o mundo e a sociedade em que vive. É fundamental, portanto, que os professores deem atenção especial à construção da proficiência leitora de seus alunos e contribua de forma efetiva para que eles sejam capazes de ler e atribuir sentido aos textos lidos. Para tanto, o professor deve conhecer a natureza do processo de leitura, os mecanismos por meio dos quais o texto é construído e a forma menos árdua de transmitir esses conhecimentos aos seus alunos

Solé (1998, p. 34) questiona como se dá o trabalho concreto com a leitura na sala de aula, delegada, na grande maioria das vezes, às aulas de português. De acordo com a autora, a leitura em voz alta é o tipo mais comum: o professor solicita a um aluno que leia um fragmento do texto e que os demais acompanhem a leitura a fim de que dêem continuidade quando o outro parar de ler ao sinal do professor. Posteriormente, o professor elabora algumas questões a fim de verificar se o aluno compreendeu a leitura que fez. A autora ainda observa que, nas etapas iniciais, os professores também costumam deter-se na decodificação do texto, não penetrando nas entrelinhas, como se esse procedimento ensinasse o aluno a compreender o que leu.

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A compreensão de um texto, de acordo com Solé (1998, p. 40) depende de questões próprias do leitor, tais como o conhecimento prévio, que nasce a partir da interação com o outro e das relações que estabelecemos entre as coisas para construir nossos valores e ideologias; os objetivos de leitura, que é um fator determinante para a compreensão porque são esses objetivos que vão determinar o controle que temos sobre o texto e fazer com que atribuamos sentido a ele, e a motivação do leitor em relação ao texto lido.

De acordo com a autora (SOLÉ, 1998, p. 43), a questão da motivação é muito complexa, sobretudo se levarmos em conta que a motivação fica prejudicada em uma sala de aula onde o professor tem que seguir as propostas curriculares impostas a ele. Mas a estudiosa acredita que o educador pode estimular o interesse pela leitura desde que tenha cuidado com a escolha do texto, assegurando-se que os leitores dispõem de conhecimentos necessários à compreensão do texto, pois se o mesmo ficar muito distante das expectativas dos alunos e não houver compreensão, certamente, haverá a desmotivação, pois “uma atividade de leitura será motivadora para alguém se o conteúdo estiver ligado aos interesses da pessoa que tem de ler e, naturalmente, se a tarefa corresponder a um objetivo.” (SOLÉ, 1998, p. 44)

Pensando na questão da motivação e longe de menosprezar os demais gêneros, acredita-se que esse trabalho motivador para a leitura possa ser iniciado com o estudo das crônicas devido ao fato de ser um gênero acessível ao leitor comum, com grande simplicidade de vocabulário e sobretudo porque retrata o mundo que nos cerca de forma lúdica e, ao mesmo tempo, séria.

4.2. A crônica

A palavra “crônica” tem origem grega - Chronikós – e designava “tempo” (chrónos). Em tempos mais antigos, a palavra “crônica” tinha como princípio básico o relato dos acontecimentos e das coisas em sua ordem cronológica, apenas relatando os fatos ocorridos sem a preocupação de entender ou interpretar os acontecimentos.

De acordo com Moisés (2001, p. 245), a crônica chegou ao seu auge depois do século XII, através de várias personalidades, tais como Froissart, na França, Geoffrey of Monmouth, na Inglaterra, Fernão Lopes, em Portugal, Alfonso X, na Espanha. Este gênero era muito próximo da História, mas continha traços de ficção, tanto que, na Renascença, a palavra “crônica” deu lugar ao termo “História” e era neste tipo de narrativa que se registrava os acontecimentos da vida cotidiana. Um bom exemplo desses registros está na

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carta que Pero Vaz de Caminha escreveu ao Rei Dom Manuel para relatar a vida cotidiana do Brasil e o encontro com os indígenas, conforme relata Sá (1987):

À pressa de escrever, junta-se a de viver; os acontecimentos são extremamente rápidos e o cronista precisa de um ritmo ágil para poder acompanhá-los. Por isso a sua sintaxe lembra alguma coisa desestruturada, solta, mais próxima da conversa entre dois amigos do que propriamente do texto escrito. (SÁ, 1987, p.10-11)

Segundo Moisés (2001, p.246), a partir do século XIX, a palavra “crônica”

adquiriu sentido unicamente literário e passou a ser veiculada pela imprensa. Através dos jornais, esse tipo de texto chegou ao dia-a-dia dos leitores e em 1799 desenvolve-se, graças a Julien-Louis Geofrroy, no Journal de Débats, onde o autor fazia crítica diária da atividade dramática. Outros imitadores, como José de Alencar e Machado de Assis, surgiram após 1836, utilizando-se da crônica na acepção de narrativa histórica e/ou literária. Contudo, após esse período, iniciou-se uma nova fase na produção de crônicas:

começando por João do Rio (entre 1900 a 1920), alcançando enorme aceitação com Rubem Braga na década de 30, sendo seguido mais tarde por uma legião de escritores, como Raquel de Queirós, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Henrique Pongetti, Paulo Mendes Campos e outros mais.

Ainda de acordo com Moisés (2001, p. 246), com o passar o tempo, a crônica se transformou, causando dúvidas se este gênero seria uma expressão literária tipicamente brasileira. No entanto, tendo a crônica origem francesa ou não, como tantas outras manifestações literárias durante o século XIX, a crônica, entre nós, tomou o caráter sui generis e acabamos desenvolvendo uma nova forma de crônica. Para o autor, a crônica, em sua maior ou menor diversidade, é humor lírico, prosa, fantasia etc, deixando de ter o sentido de “história” ou “documentário” que lhe deram os franceses.

4.3. Aspectos estruturais do gênero

Para entendermos a crônica devemos, primeiramente, compreender o jornal (ou revista), como instrumento de informação e cultura. Nos jornais e revistas encontramos informações das mais variadas, algumas referentes a sua própria natureza e outras totalmente diversas de sua natureza original. Assim, existem duas maneiras para se escrever o texto de um jornal: um é o informativo, onde se descreve os fatos ocorridos em determinado dia, e o outro modo é aquele que não se prende a isso.

Para Moisés (2001, p. 246) há uma diferença muito grande quando se escreve para o jornal de quando se publica determinado texto no jornal. Assim sendo toda reportagem, as notícias etc., são textos escritos para o jornal e somente no jornal cumprem seu papel. Ainda de acordo com o autor, “todo texto jornalístico morre e renasce todos os

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dias, cumprindo assim sua missão e depois caindo no esquecimento.”(MOISÉS, 2001, p.

247) . Já o autor de crônicas literárias publicadas em jornais tem consciência de que o leitor pode dar mais atenção às notícias do que aos seus textos, mas o que realmente importa é saber que o jornal é uma fonte a mais para publicar sua obra, pois o autor pode escrevê-las também em revistas em livros etc.

Quanto à crônica escrita para o jornal, Moisés (2001, p. 247) afirma que ela faz parte de ambas as categorias, de onde tem seus erros e suas virtudes. A crônica está no jornal e para o jornal, tendo sua diferença da matéria exclusivamente jornalística, pois não faz da informação seu foco principal, tendo em vista que busca extrair do cotidiano sua parte de fantasia, diferindo assim do jornalista que mostra o acontecido como realmente é.

Assim, “o cronista pretende ser não o repórter, mas o poeta ou o ficcionista do cotidiano, desentranhar do acontecimento sua porção imanente de fantasia”. (MOISÉS, 2001, p. 247)

A crônica quando é feita para o jornal, tem vida curta, pois ao descartarmos o jornal, descartamos também o texto, mas se o cronista seleciona seus textos e os publica em um livro, suas crônicas resistem ao tempo e são então, estudadas. “... a crônica merece a atenção que lhe vem sendo dispensada ultimamente não só porque apresenta qualidades literárias apreciáveis mas porque, e sobretudo, busca subtrair-se à fugacidade jornalística assumindo a perenidade do livro.” (MOISÉS, 2001, p. 248)

Quem opta por exprimir-se através da crônica sabe que deve mostrar sua óptica e sua linguagem, na menor parcela de realidade. O cronista fornece a leitura de consumo imediato e entende que não se comunicaria com o leitor se fosse de forma diferente. As qualidades que tornam a crônica atraente (novidade, surpresa, variedade etc) são também os agentes de seu fim. Dessa forma, “a crônica oscila, pois, entre a reportagem e a Literatura, entre o relato impessoal, frio e descolorido de um acontecimento trivial, e a recriação do cotidiano por meio da fantasia.” (Moisés, 2001, página 247)

O mesmo autor observa que "a crônica, ao ser escrita sempre em primeira pessoa, desencadeia um diálogo, instaurando uma conversa imaginária entre autor e leitor." Essa

"conversa imaginária" pode ser de grande utilidade ao professor que souber aproveitar a interação leitor-cronista, evidenciando que os temas tratados nas crônicas fazem parte do cotidiano do aluno e registra e vida em vários momentos, sejam eles felizes ou não.

As características específicas deste tipo de narrativa são a brevidade e a subjetividade, já que são textos curtos. A linguagem pode ser espontânea, jornalística e direta, mas não perde o sentido dúbio e literário que lhe é inerente. E ainda citando as palavras de Moisés:

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“Pelo estilo ágil, simples e poético, atrai o leitor, assim distinguindo-se da massa tipográfica que enche as colunas de um jornal (...) ambiguidade, brevidade, subjetividade, diálogo, estilo entre oral e literário, temas do cotidiano, ausência de transcendente e a efemeridade, eis os requisitos essenciais da crônica” (MOISÉS, 2001, p.

257).

A nosso ver, parece claro que o estudo do gênero na sala de aula contribuirá substancialmente para o aprimoramento da leitura dos jovens estudantes por dois motivos: primeiro pela estrutura simples e direta, que facilita a leitura; em segundo lugar, pelo teor crítico que faz parte de sua estrutura.

Quanto às características das crônicas que foram nosso objeto de estudo, de acordo com Sá (1987, p. 21) o princípio básico da crônica é registrar a circunstância, sendo assim, Fernando Sabino utiliza a metalinguagem para mostrar que também o cronista tem o seu “momento de escrever” visto que o gênero “crônica” não é tido como obra literária.

O gênero busca através de certo humor prender a atenção do leitor. O cronista faz piada e ri de si mesmo. Fernando Sabino diz que procura ensinar aos seus leitores a prestarem mais atenção ao redor.

“Através da convivência com outras pessoas é que olhamos para nós mesmos, descobrindo a beleza do outro, ainda que expressa de forma simplória, quase ingênua, mas sempre numa dimensão que ultrapassa os limites do egocentrismo (...) e somente assim se justifica o encontro de Sabino com a crônica, na busca interminável de um texto puro como um sorriso ou como as palavras de uma criança” (SÁ, 1987, p. 22).

A partir da leitura do excerto é possível concluir que os textos de Sabino podem ser uma excelente ferramenta pedagógica em sala de aula, já que sua linguagem é simples e aproxima-se do vocabulário do leitor jovem. Entretanto, seus textos estão permeados de significados complexos e denúncias sociais veladas através de sua ficção.

5. ANÁLISE DOS DADOS

A sala de aula escolhida para a aplicação dos textos foi a de uma turma de 7ª série do Ensino Fundamental. As crônicas estudadas pelos alunos foram “A culpa da sociedade”, que trata do preconceito racial e social; “Vale por dois”, que mostra como a indecisão pode atrapalhar a vida de uma pessoa; “Isenção de ânimo”, texto que retrata o pessimismo e má vontade de funcionários pagos para auxiliar as pessoas, mas que, ao invés disso, dificultam as coisas; “Notícia de jornal”, que mostra a indignação do leitor de um jornal devido ao fato de ter lido que uma pessoa morreu de fome e nada foi feito para ajudá-la; “O melhor amigo”, que mostra como o dinheiro é capaz de vencer uma amizade;

“O mata-borrão” que trata do roubo de bens públicos por funcionários da própria instituição; “Milho e fubá”, narrativa que retrata a burocracia do país e o atraso que ela causa na vida das pessoas; “Organograma”, texto humorístico que trata da burocracia dos

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departamentos públicos e da má administração das pessoas que trabalham lá; “A fuga”, que mostra o conflito de gerações e a relação entre pais e filhos; e “Um doador universal”, texto que trata com humor a questão da doação por um taxista.

As aulas de leitura foram previamente agendadas com a professora da turma e obedeciam ao seguinte esquema: inicialmente os alunos faziam uma leitura silenciosa dos textos, em seguida, a pesquisadora indagava aos alunos o que haviam entendido a partir das leituras realizadas. Geralmente, os alunos falavam pouco sobre o que haviam entendido e muitos demonstravam não ter compreendido o texto, nem tampouco o fundo social que a crônica traz. A partir deste momento, a pesquisadora fazia a intervenção, lendo novamente os textos e levantando os conhecimentos prévios dos alunos sobre os temas estudados. Os alunos demonstravam precisar da intervenção da pesquisadora e aguardavam a linha de raciocínio apontada por ela para prosseguirem a leitura.

A verificação da aprendizagem foi feita através de uma produção de texto individual onde os estudantes deviam apontar o caráter social de cada narrativa. A título de exemplo, podemos citar a produção de texto realizada pelos alunos a partir da Crônica

“Um doador universal”. Notou-se que, após a intervenção da pesquisadora, os alunos compreenderam o caráter crítico desta narrativa e apontaram a solidariedade como o tema principal, refletindo sobre as formas pelas quais as pessoas podem ser solidárias. Os argumentos expressos pelos alunos nas produções textuais para apontar o caráter crítico subjacente nas narrativas corresponderam às expectativas da pesquisadora e mostraram que a intervenção do professor durante a leitura é fundamental para que o aluno desenvolva, posteriormente, uma leitura crítica e autônoma.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo em questão constituiu-se de uma pesquisa aplicada em dois momentos: o primeiro foi o levantamento bibliográfico sobre o gênero “crônica” e toda fundamentação teórica que envolve o tema; o segundo foi a aplicação dos textos na sala de aula e a vivência dessa prática pela pesquisadora. Os dois momentos foram de suma importância para a evolução da acadêmica, pois através desta atividade pode-se aliar teoria e prática e comprovar que os alunos necessitam da mediação do professor para uma leitura mais aprofundada de um texto.

Espera-se que os resultados obtidos através desse estudo contribuam para desenvolver a competência leitora e escritora dos discentes e que as sugestões propostas nessa pesquisa se concretizem, pois assim será dado um importante passo para o desenvolvimento de um leitor crítico diante do que lê.

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REFERÊNCIAS

CANDIDO, Antonio. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. 2 ed.

Campinas: Ed. da Unicamp/ Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992 MOISÉS, M. A criação literária - prosa II. 17 ed. São Paulo: Cultrix, 2001.

SABINO, Fernando. A mulher do vizinho. São Paulo: Record, 2008.

SÁ, Jorge de. A crônica. 2ed. São Paulo: Ática, 1987.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Ar

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