• Nenhum resultado encontrado

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PATRÍCIA DE AMORIM MAZETO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PATRÍCIA DE AMORIM MAZETO"

Copied!
52
0
0

Texto

(1)

ESTADO DE MATO GROSSO

SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIAS, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PATRÍCIA DE AMORIM MAZETO

AÇÕES DE ENFERMAGEM VOLTADAS PARA IDOSOS NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA - MT

(2)

PATRÍCIA DE AMORIM MAZETO

AÇÕES DE ENFERMAGEM VOLTADAS PARA IDOSOS NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA - MT

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Estado do Mato Grosso - Campus de Tangará da Serra, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Orientador: Prof° Me. Regis Queiroz Gonçalves.

Co-orientadora: Profª Enfermeira Fernanda Luiza de Mattos Silvestre.

(3)

PATRÍCIA DE AMORIM MAZETO

AÇÕES DE ENFERMAGEM VOLTADAS PARA IDOSOS NAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE TANGARÁ DA SERRA - MT

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus Tangará da Serra, como requisito parcial, para obtenção de título de Bacharel em Enfermagem.

Resultado: 10

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________

Professor Me. Regis Queiroz Gonçalves - Orientador

Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra

___________________________________________________________________

Professora Enfermeira Fernanda Luiza de Mattos Silvestre – Co-orientadora Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra

___________________________________________________________________

Professor Me. Raimundo Nonato Cunha de França - Examinador Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra

___________________________________________________________________

Professora Enfermeira Idilaine de Fátima Lima - Examinadora Universidade do Estado de Mato Grosso – Campus de Tangará da Serra

(4)
(5)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS pelo dom da vida, pela força nos momentos de

dificuldades e por ter iluminado meu caminho por todos estes anos.

Aos meus queridos pais, Elzelice Francisca de Amorim Mazeto e Sérgio Mazeto, pelo

incentivo, força, carinho, amor intenso e esforços tornando possível esta conquista.

Ao meu irmão, Paulo Mazeto, pelo incentivo e por me apoiar nesta jornada, sei que

posso contar sempre com você.

Aos meus avôs Nelson Mazeto e Ruth Struckel Mazeto (in memória), e ao meu tio

Márcio Mazeto que não mediram esforços para ajudar-me em todos os momentos, tornando

possível esta conquista. Obrigada por tudo!

Ao meu namorado, Fágner Antônio Cazarin, pela sua compreensão, companheirismo,

confiança e incentivos para que eu nunca desistisse dos meus ideais, me ajudando a

conquistá-los e por estar sempre ao meu lado me dando forças em todos os momentos.

A minha família pelo carinho e incentivos, em especial as minhas primas Ana Paula

Amorim Babilônia e Evelyn Cris Amorim Pereira, pelo apoio, por me confortar sempre e por

me fazerem sentir uma prima tão amada.

Ao meu professor orientador Regis Queiroz Gonçalves e a minha co-orientadora

Fernanda Luiza de Mattos Silvestre, por me orientar e ajudar para que fosse possível a

concretização deste trabalho.

As minhas professoras Ana Lúcia Andruchak e Regiane Custódio, por terem

contribuído na realização deste trabalho.

A UNEMAT e a todos os professores que foram tão importantes na minha vida

acadêmica contribuindo para meu conhecimento intelectual e pessoal.

As minhas amigas e colegas da graduação que sempre tiveram perto de mim, Ana

Paula, Fabiana, pela convivência e amizade durante o curso. Em especial a Karliane que não

foi só minha colega, foi minha companheira, minha amiga, minha irmã de coração que esteve

comigo em todos os momentos durante a faculdade, tornando esses anos mais alegres.

Obrigada por tudo!! Pra sempre em meu coração.

Ao querido amigo Cleiton Lopes da Silva, por ter traduzido meu resumo para o inglês.

Obrigada de coração!!

Aos amigos distantes por momentos memoráveis de alegria e descontração.

(6)
(7)

RESUMO

Envelhecer é um processo de mudanças irreversíveis na estrutura e no funcionamento de um organismo, que ocorre como resultado da passagem do tempo. O Brasil vem passando por grandes mudanças no seu perfil demográfico, com um aumento considerável da população idosa, e tal situação pode ser explicada pela diminuição da fecundidade ocorrida concomitantemente com o aumento da expectativa de vida. Estudos demográficos demonstram que o Brasil até o ano de 2025 será o sexto país do mundo em número de idosos. Essa preocupação com o envelhecimento da população e a presença cada vez maior de idosos nos serviços de saúde despertou a realização desse estudo, pautado no método exploratório-descritivo de natureza qualitativa, que objetivou conhecer as contribuições da atuação dos enfermeiros nas Unidades de Saúde da Família no que tange as práticas que possam favorecer a promoção do envelhecimento saudável, bem como avaliar o nível de satisfação dos idosos com relação à assistência prestada pelos enfermeiros das unidades. Os dados foram obtidos através de entrevista semi-estruturada feita com 4 enfermeiras e de questionário aplicado à 15 idosos em 5 Unidades de Saúde da Família do município de Tangará da Serra - MT. Pode-se constatar que as enfermeiras realizam as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde dos idosos, porém, não estão totalmente em conformidade com o preconizado pelo Ministério da Saúde. Em relação aos idosos destacou-se a satisfação ao atendimento e a assistência prestada pelas enfermeiras das unidades de saúde.

(8)

ABSTRACT

Aging is a process of irreversible changes in the structure and functioning of an organism, which occurs as a result of the passage of time. Brazil has been undergoing major changes in its demographic profile, with a considerable increase in the elderly population, and this situation could be explained by the decrease in fertility occurred concomitantly with the increase in life expectancy. Demographic studies show that Brazil by the year 2025 will be the sixth country in the world in number of elderly. This concern with the aging population and the increasing presence of older people in health services has raised the performance of this study, based on descriptive-exploratory method for qualitative research aimed to know the contributions of the work of nurses in the Family Health Units in with respect to practices that may favor the promotion of healthy aging, and to assess the satisfaction level of elderly in relation to assistance provided by nurses of the units. Data were obtained through semi-structured interviews with four nurses and a questionnaire applied to 15 elderly people in five Family Health Units in the city of Tangara da Serra - MT. It is evident that nurses carry out health promotion, prevention and recovery of health of the elderly, however, are not fully compliant with the recommendations by the Health Department said in regard to the elderly to meet the care and assistance nurses of the health units.

(9)

LISTA DE TABELAS

(10)

LISTA DE GRÁFICOS

(11)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 12

1. REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

1.1 CONCEITOS SOBRE IDOSO E ENVELHECIMENTO ... 14

1.2 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ... 15

1.3 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO IDOSO ... 16

1.4 POLÍTICAS PÚBLICAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO ... 18

1.5 A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM PARA OS IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA ... 24

2. METODOLOGIA ... 26

2.1 TIPO DE ESTUDO ... 26

2.2 LOCAL DE ESTUDO ... 27

2.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 27

2.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ... 28

2.5 ANÁLISE DOS DADOS ... 29

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 30

3.1 ENFERMEIRAS ... 31

3.1.1 Caracterização das enfermeiras ... 31

3.1.2 Atendimento e assistência prestada ao idoso nas Unidades de Saúde ... 32

3.1.3 Qualidade de vida dos idosos ... 34

3.1.4 Capacitação em gerontologia ... 35

3.2 IDOSOS ... 36

3.2.1 Caracterização dos idosos ... 36

3.2.2 Olhar dos idosos: avaliando o atendimento e a assistência prestados pelas enfermeiras nas Unidades de Saúde ... 37

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 42

(12)

APÊNDICE A - Roteiro de entrevista semi-estruturada a ser aplicado aos profissionais enfermeiros nas Unidades de Saúde de Tangará da Serra - MT. ... 47 APÊNDICE B - Questionário a ser aplicado aos idosos das Unidades de Saúde de Tangará da Serra – MT. ... 48 ANEXO ... 50

(13)

INTRODUÇÃO

Estudos demográficos demonstram que no ano de 2025 o Brasil ocupará o 6º lugar no mundo, com aproximadamente 32 milhões de pessoas pertencentes a esse grupo etário (BRASIL, 2002a). Esta "explosão do número de idosos", já se pode perceber ao nosso redor, em diferentes locais e nos serviços de saúde (BATISTA & SILVA, 2010).

O Brasil vem passando atualmente por essa grande mudança no seu perfil demográfico, com um incremento intensivo do número tanto absoluto como relativo de idosos, e este quadro se deve a uma crescente queda de fecundidade, ocorrida concomitantemente com o aumento da expectativa de vida (VERAS, 1994).

É necessário que o idoso seja considerado e aceito como pessoa pela sociedade, porém sem desconhecer suas necessidades distintas, que devem ser atendidas, pois geralmente o idoso é visto apenas como alguém improdutivo e doente a espera da morte (VERAS, 1994).

A atenção à saúde do idoso deve firmar-se na atenção básica, através das Unidades de Saúde da Família (USF), promovendo ações de prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, assegurando todos os direitos de cidadania, defesa de sua dignidade, bem-estar e direito à vida (BRASIL, 2006; BRASIL, 2006b; BRASIL, 2002).

É imprescindível que haja o cuidado humanizado e para isso o enfermeiro precisa ir além de habilidades técnicas, que são também indispensáveis para o cuidado, mas deve colocar o ser que está sendo cuidado como centro deste processo. O enfermeiro deve estar consciente, ter responsabilidade, ser capaz, ter abertura para conhecer o outro, respeitar e ajudar o outro como ser humano que tem potencialidades (PAULA, 2004; PAINI, 2000 apud SILVA & BORGES, 2008, p. 15).

O método de pesquisa escolhido é de abordagem qualitativa com técnica quantitativa. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se a entrevista semi-estruturada e o questionário, a análise dos dados se deu através de categorias identificadas após a transcrição dos dados.

(14)

A presente pesquisa divide-se em três partes. A primeira expõe o referencial teórico que abrange bibliografias que respaldam o assunto proposto. A segunda trata-se da descrição metodológica apoiada em autores permitindo definir melhor o percurso da pesquisa. As informações coletadas e analisadas unem-se para formar a terceira parte, os resultados e discussões, e, por fim, as considerações finais.

O estudo acerca do tema ligado ao título “Ações de enfermagem voltadas para idosos nas Unidades de Saúde da Família no município de Tangará da Serra - MT” surgiu a partir da preocupação com o envelhecimento da população, da presença cada vez maior de idosos nos serviços de saúde, da percepção da importância de reflexões e investigações acerca das ações prestadas aos idosos nas Unidades de Saúde e também da preocupação voltada para as responsabilidades profissionais e sociais do enfermeiro, já que as projeções são de que a população idosa brasileira aumente cada vez mais.

(15)

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 CONCEITOS SOBRE IDOSO E ENVELHECIMENTO

Segundo Dicionário Aurélio (2004, p. 460) Idoso é “o indivíduo que tem bastante idade, ou seja, velho”. E envelhecimento é “o ato, processo ou efeito de envelhecer. Processo ou procedimento para tornar velho ou como que envelhecido” (DICIONÁRIO AURÉLIO 2004, p. 356).

Murta (2007, p. 357) considera “idoso o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos”. O envelhecimento é “uma etapa de vida em que há um comprometimento da homeostase, isto é, o equilíbrio do meio interno, o que fragilizaria o indivíduo, causando uma progressiva vulnerabilidade do indivíduo perante a uma sobrecarga fisiológica”.

Envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, com modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que terminam por levá-lo à morte. (PAPALEO NETTO, 2002 apud FIGUEIREDO & TONINI, 2006, p.32).

Segundo Figueiredo & Tonini (2006, p. 32) um conceito utilizado por pesquisadores brasileiros para referido termo é: “Envelhecimento são mudanças morfofuncionais ao longo da vida, que ocorrem após a maturação sexual e que, progressivamente, comprometem a capacidade de resposta dos indivíduos ao estresse ambiental e à manutenção da homeostasia”.

Para Martínez (1994 apud SALDANHA & CALDAS, 2004, p. 117),

O envelhecimento é um processo biológico universal e este processo não permite definições fáceis, não se resumindo a uma simples passagem do tempo, sendo um processo dinâmico, progressivo e irreversível, caracterizado por manifestações variadas nos campos biológicos, psíquicos e sociais, que ocorrem ao longo de um período de vida de um indivíduo.

(16)

Segundo Maurois (apud MURTA, 2007, p. 356) “A velhice é mais que cabelos brancos e rugas. É sentimento de que é tarde demais, é o sentimento de que o palco já pertence à outra geração. A verdadeira doença da velhice não é o enfraquecimento do corpo, é a apatia da alma”.

1.2 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

O envelhecimento por muito tempo foi erroneamente considerado patológico e devido a esse pensamento impedia os avanços científicos na área da geriatria. Recentemente o preconceito em relação à velhice está dando lugar a uma preocupação em garantir aos idosos qualidade de vida e cada vez mais pesquisas estão sendo dedicadas ao assunto, havendo empenho por parte dos estudiosos e profissionais da saúde envolvidos. E, graças a estes estudos, pode-se compreender mais a fundo como ocorre o processo de envelhecimento (BAZZO & MACIEL, 2007).

Bazzo & Maciel (2007, p. 21) diz que “o ser humano, como um organismo multicelular, sofre mudanças fisiológicas com o passar dos anos, possuindo assim um tempo limitado de vida”. Esta, por sua vez, costuma ser dividida em três fases:

• Fase de Crescimento e Desenvolvimento: Período em que ocorre a maturação dos órgãos, sendo que o organismo cresce e adquire habilidades que o tornam apto para se reproduzir.

• Fase de Reprodução: caracteriza-se pela capacidade do indivíduo em garantir a perpetuação e evolução da espécie, gerando descendentes.

• Fase de Senescência ou Envelhecimento: Marcada pelo declínio da capacidade funcional do organismo.

Para Bazzo & Maciel (2007, p. 22),

A fase do envelhecimento caracteriza-se como um processo natural, dinâmico e progressivo, no qual ocorrem modificações, tanto morfológicas como funcionais, bioquímicas e psicológicas, que culminam na perda da capacidade de adaptação do indivíduo, deixando-o mais vulnerável às modificações do ambiente. O organismo já não funciona harmonicamente, e as mudanças climáticas, a exposição a organismos patogênicos e o cansaço físico, bem como outros diversos fatores, facilitam o surgimento de doenças, inclusive de processos multipatológicos.

(17)

memória, etc., são características da senilidade, que pode ocorrer prematuramente, dependendo do estilo de vida do indivíduo e da forma como se vê diante de novas situações (BAZZO & MACIEL, 2007).

Segundo Duarte & Diogo (2000 apud BAZZO & MACIEL, 2007, p. 22), “caracteriza-se a “caracteriza-senilidade pelas alterações produzidas pelas inúmeras patologias que podem acometer o idoso”. E afirmam ainda que alguns autores preferem denominar às alterações puramente fisiológicas de eugeria e de patogenia àquelas provocadas pelas doenças.

Roach (2003 apud MURTA, 2007, p. 360) afirma que o processo do envelhecimento tem quatro características básicas:

● O processo de envelhecimento é universal e todas as pessoas envelhecem, exceto quando a morte ocorre na juventude.

● O processo de envelhecimento é progressivo, mas nem todas as pessoas, necessariamente, mostram sinais de envelhecimento compatíveis com a idade cronológica.

● O processo de envelhecimento é intrínseco à natureza, parece originar-se de dentro do corpo.

● O processo de envelhecimento é afetado por fatores extrínsecos, que se originam fora do corpo e afetam o envelhecimento. Estes podem ser entendidos como: o ambiente, o padrão de vida e os mecanismos de enfrentamento.

Segundo o autor acima, essas quatro características básicas interagem para determinar o processo de envelhecimento de cada indivíduo.

1.3 ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO IDOSO

Conforme Bazzo & Maciel (2007, p. 22),

(18)

Conforme o organismo vai envelhecendo é submetido a diversas alterações, citaremos algumas a seguir, com base em Saldanha & Caldas (2004):

• Alterações Gerais: diminuição da estatura, devido a um encurtamento da coluna vertebral e alteração nos arcos dos pés, diminuição da quantidade de água corporal, provocando maior susceptibilidade à desidratação, alterações nos níveis séricos de proteínas no sangue, diminuição de 10 a 20% do metabolismo basal, alterações no metabolismo hormonal, redução da tolerância à glicose, perda da pigmentação natural do cabelo, aparecimento de rugas, em decorrência da síntese de colágeno prejudicada.

• Alterações Cardiocirculatórias: redução do débito cardíaco, alterações no fluxo sanguíneo, declínio da freqüência cardíaca, diminuição da reserva funcional do aparelho cardiocirculatório, que em períodos de sobrecarga pode causar um processo de insuficiência cardíaca, alterações nas paredes arteriais, como a aterosclerose, que se caracteriza pelo depósito de lipídios no epitélio arterial, e arterioesclerose, na qual ocorre redução do componente elástico das artérias.

• Alterações Respiratórias: alteração da relação ventilação/perfusão, redução da pressão parcial de oxigênio arterial, diminuição da elasticidade pulmonar, complicações decorrentes destas alterações, como retenção da secreção brônquica e maior susceptibilidade a infecções.

• Alterações Renais: diminuição da capacidade de concentração e diluição urinárias, alterações na absorção do sódio e excreção de radicais ácidos, redução do número total de glomérulos e do fluxo plasmático renal.

• Alterações Neurológicas: perda de células neuronais com o progredir da idade, alterações na morfologia das mesmas, diminuição do volume cerebral e redução da memória.

(19)

A velhice deve ser aceita e encarada como um processo natural, é muito importante continuar ativo, o que ajuda na manutenção da sua autonomia e do prazer em interagir com a sociedade (BAZZO & MACIEL, 2007).

1.4 POLÍTICAS PÚBLICAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO

Segundo Bazzo & Maciel (2007) devido à realidade populacional do Brasil e com o aumento do contingente de idosos, a discussão sobre o envelhecimento e suas conseqüências para a sociedade se intensificaram nas últimas décadas. Segundo Caldas e Silva (2004 apud BAZZO & MACIEL, 2007, p. 37), “a velhice representa, nos dias de hoje, uma questão social que demanda respostas públicas, através de políticas, para a população que mais cresce no país”.

A Constituição de 1988 reconhece a especificidade dos idosos como sujeitos de direito, possuindo um capítulo direcionado à seguridade social (artigos 194 à 204), onde se inclui o direito à saúde - que incorpora a universalidade, equidade e participação social como princípios. Nesse mesmo capítulo, na seção IV: Da assistência social, inclui-se a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice. A Constituição de 1988 é considerada como a pioneira e também como o marco do reconhecimento social dos idosos, por prever direitos e estabelecer normas e diretrizes para políticas nacionais específicas para essa faixa etária. Foi através da promulgação dessa Constituição que foram surgindo as leis que orientam as políticas de atenção ao idoso, dando aos idosos os seus verdadeiros direitos e garantias. (ROZENDO & CORREA, 2009; MARQUES et al, 2008; CIELO & VAZ, 2009).

Segundo Meireles (2006 apud BAZZO & MACIEL, 2007, p. 38),

(...) em quatro de janeiro de 1994 foi sancionada a Lei 8.842/94 (BRASIL, 1999), cuja regulamentação ocorreu em 1996, que dispõe sobre a Política Nacional do Idoso (PNI), envolvendo oito ministérios: Previdência e Assistência Social, Cultura, Educação e Desporto, Justiça, Saúde, Trabalho, Planejamento e Orçamento, Indústria, Comércio e Turismo. Coube aos referidos ministérios regulamentar e direcionar as competências dos diversos setores da administração pública para garantir os direitos dos idosos.

(20)

curativas e promocionais, objetivando melhor qualidade de vida ao idoso (BAZZO & MACIEL, 2007).

O objetivo do Programa Nacional do Idoso (PNI) é assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, e reger-se-á pelos seguintes princípios, com base em Caldas e Silva (2002, p. 24-5,

apud BAZZO & MACIEL, 2007, p. 38-39):

I - a família, a sociedade e o Estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida.

II - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos.

III - o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza.

IV - o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta política.

V - as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta lei.

Constituem as diretrizes da PNI:

I) Viabilizar formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, proporcionando-lhe integração às demais gerações.

II) Promover a participação e a integração do idoso, por intermédio de suas organizações representativas, na formulação, implementação e avaliação das políticas, dos planos, dos programas e dos projetos a serem desenvolvidos.

III) Priorizar o atendimento ao idoso por intermédio de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam condições de garantir sua sobrevivência.

IV) Descentralizar as ações político-administrativas.

V) Capacitar e reciclar os recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia.

VI) Implementar um sistema de informações que permita a divulgação da política, dos serviços, dos planos e programas oferecidos em cada nível de governo.

VII) Estabelecer mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre aspectos bio-psico-sociais do envelhecimento.

VIII) Priorizar o atendimento do idoso em órgãos públicos e privados, prestadores de serviço.

IX) Apoiar estudos e pesquisas sobre as questões do envelhecimento.

Foi criada a Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI) devido ao crescimento populacional das pessoas com mais de 60 anos e da preocupação com a situação de saúde dos mesmos, visto a necessidade de uma preparação adequada dos serviços de saúde para atendê-los (BAZZO & MACIEL, 2007).

(21)

permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente suas funções na sociedade (BRASIL, 1999).

Em 1° de outubro de 2003 foi aprovado o Estatuto do Idoso abrangendo desde os direitos fundamentais até o estabelecimento de penas para crimes cometidos contra a pessoa idosa. Afirma ao idoso o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. No que diz respeito ao direito à saúde, é obrigação do estado garantir proteção mediante efetivação de políticas sociais públicas; assegurar atenção integral à saúde por intermédio do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo acesso universal e igualitário, com ações e serviços para prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde e prover os serviços com profissionais capacitados. Pelo Estatuto, o idoso tem direito à unidade geriátrica de referência, atendimento domiciliar e acompanhamentos, incluindo internação com acompanhante, fornecimento gratuito de medicamentos e direito a optar pelo tratamento quando com domínio de suas faculdades mentais (BRASIL, 2003b).

Em 2006, foi reformulada a Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI) e passou a ser chamada de Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) onde foram implementadas duas ações extremamente importantes, a internação domiciliar do Sistema Único de Saúde (SUS) e a caderneta de saúde para a pessoa idosa. Segundo o Ministério da Saúde, a PNSPI propõe, para os idosos frágeis, a reabilitação de saúde, a prevenção e a atenção domiciliar e para os independentes o acesso a medidas de prevenção e promoção da saúde, atenção básica e suporte social (BRASIL, 2006a)

Segundo Bazzo & Maciel (2007) a política prevê para os pacientes que precisam de cuidados especiais, mas não há a necessidade de internação hospitalar o tratamento e acompanhamento médico em sua própria residência, garantindo um atendimento humanizado e que permita maior autonomia para o idoso e seus familiares, além de reduzir custos com internações e filas de espera nos hospitais do SUS. A caderneta de saúde é individual e serve para identificar a situação dos idosos em todo o país, contém informações sobre o paciente, como glicemia e pressão arterial. Além disso, essa política ainda prevê capacitações dos profissionais da saúde para o atendimento da população idosa.

(22)

objetivos de processos e resultados e derivados da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais, ou seja, é uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros para o alcance desses resultados.

As prioridades do Pacto pela Vida e seus objetivos, com base em Bazzo & Maciel (2007, p. 40-42) são:

- Saúde do Idoso: implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral.

- Câncer de Colo de Útero e de Mama: contribuir para a redução da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama.

- Mortalidade Infantil e Materna: reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença diarréica e por pneumonias.

- Doenças Emergentes e Endemias, com ênfase na Dengue, Hanseníase, Tuberculose, Malária e Influenza: fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias.

- Promoção da Saúde: elaborar e implantar a Política Nacional de Promoção da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da população brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade individual da prática de atividade física regular alimentação saudável e combate ao tabagismo.

- Atenção Básica à Saúde: consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de atenção à saúde do SUS.

Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a pessoa com 60 anos ou mais. O trabalho nesta área deve seguir as seguintes diretrizes:

- Promoção do envelhecimento ativo e saudável. - Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa.

- Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção. - A implantação de serviços de atenção domiciliar.

- O acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitado o critério de risco. - Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa.

(23)

- Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa.

- Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS.

- Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa.

- Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas. Ações estratégicas:

- Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa: instrumento de cidadania com informações relevantes sobre a saúde da pessoa idosa, possibilitando um melhor acompanhamento por parte dos profissionais de saúde.

- Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa Idosa: para indução de ações de saúde, tendo por referência as diretrizes contidas na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.

- Programa de Educação Permanente à Distância: implementar programa de educação permanente na área do envelhecimento e saúde do idoso, voltado para profissionais que trabalham na rede de atenção básica em saúde, contemplando os conteúdos específicos das repercussões do processo de envelhecimento populacional para a saúde individual e para a gestão dos serviços de saúde.

- Acolhimento: reorganizar o processo de acolhimento à pessoa idosa nas unidades de saúde, como uma das estratégias de enfrentamento das dificuldades atuais de acesso.

- Assistência Farmacêutica: desenvolver ações que visem qualificar a dispensação e o acesso da população idosa.

- Atenção Diferenciada na Internação: instituir avaliação geriátrica global realizada por equipe multidisciplinar, a toda pessoa idosa internada em hospital que tenha aderido ao Programa de Atenção Domiciliar.

- Atenção domiciliar: instituir esta modalidade de prestação de serviços ao idoso, valorizando o efeito favorável do ambiente familiar no processo de recuperação de pacientes e os benefícios adicionais para o cidadão e o sistema de saúde.

(24)

de qualidade. Mas para que os direitos conferidos pelas políticas sejam garantidos é necessário que haja envolvimento de autoridades públicas, prestadores de serviços e da sociedade em geral. E na área de saúde é imprescindível o apoio institucional aos profissionais, para que haja qualidade de atendimento aos idosos (BAZZO & MACIEL, 2007).

A Política Nacional de Humanização (PNH) tem como princípios valorizar as práticas de atenção e gestão de acordo com o SUS, respeitando cada cidadão na sua individualidade e direitos, estimular e fortalecer o trabalho em equipe multiprofissional, apoiar construção de redes cooperativas para a produção de saúde, preservar a autonomia de cada cidadão fazendo com que seja protagonista das práticas de atenção à saúde, fortalecer co-responsabilidades nos processos de gestão e controle social em todas as instâncias do SUS e compromisso com a democratização das relações de trabalho, valorizar os profissionais, promover gestão compartilhada e participativa dos cuidados e atenção aos usuários estimulando o trabalho humanizado, estar atento para questões de violência e preconceitos durante o atendimento, respeitar a privacidade, prover de ambiente acolhedor e confortável e incentivar à educação permanente (BRASIL, 2003a; BRASIL, 2006c).

A PNH propõe que o acolhimento deve estar presente em todos os momentos do processo de atenção à saúde. Apesar de estar presente em todas as relações humanas, tem-se percebido o não exercício desse acolhimento nas práticas cotidianas. O acolhimento é uma ação que deve favorecer a construção de uma relação de confiança e compromisso com os usuários, com as equipes e os serviços. No acolhimento à pessoa idosa o profissional deve compreender as questões do processo de envelhecimento, facilitar o acesso dos idosos aos diversos níveis de atenção, estar qualificado e estabelecer uma relação respeitosa com o idoso como, por exemplo: chamá-lo pelo nome, considerar que ele é capaz de compreender as perguntas e as orientações que lhe são atribuídas e se dirigir a ele utilizando-se de uma linguagem clara (BRASIL, 2006d).

(25)

Caracteriza-se a humanização em saúde como um movimento no sentido da concretização dos princípios do SUS no dia-a-dia dos serviços. Humanizar em saúde é atender as necessidades do outro com responsabilidade, levando em conta seus desejos e interesses, envolve valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde, estabelecendo vínculos solidários, participação coletiva no processo de gestão e a indissociabilidade entre atenção e gestão. Humanização é o processo de produção de saúde proporcionando um atendimento integral ao usuário (BRASIL, 2004; BRASIL, 2003a).

1.5 A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM PARA OS IDOSOS NA ATENÇÃO BÁSICA

Através do Programa de Saúde da Família criado em 1994, o Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS) enfoca a atenção básica voltada à comunidade e nesse contexto, a enfermagem tem implantado e desenvolvido políticas e programas de saúde, para isso o enfermeiro tem que ter conhecimentos interdisciplinares, atuar com outros profissionais além de competências e habilidades exclusivas da profissão. Lugares geograficamente distantes dos grandes centros urbanos estão cada vez mais se integrando aos programas de atenção básica de saúde, levando com isso o deslocamento de profissionais de enfermagem para regiões cada vez mais distantes, e, é justamente na atenção básica que os enfermeiros do Brasil estão mostrando sua força, compromisso e competência, dando sustentação as ações de promoção a saúde e prevenção às doenças (SANTOS, 2007).

A principal função dos enfermeiros na atenção básica é prestar assistência individual e coletiva, levando em conta as necessidades da população, aliando a atuação clínica à prática de saúde coletiva, realizando cuidados diretos de enfermagem nas urgências e emergências clínicas, realizando consulta de enfermagem, solicitando exames complementares, prescrevendo ou transcrevendo medicações. Executar as ações de assistência integral a criança, ao adolescente, a mulher, ao adulto e ao idoso. (SANTOS, 2007).

(26)

de vida. O enfermeiro deve promover a saúde dos indivíduos pertencentes a qualquer faixa etária, pode-se afirmar que a promoção da saúde começa antes do nascimento estendendo-se até a velhice.

O Programa Saúde da Família (PSF) é tido como estratégia principal de organização da atenção básica no Brasil, as ações de proteção, promoção, recuperação da saúde e prevenção de doenças são desenvolvidas com enfoque multiprofissional, e o profissional de enfermagem como um dos integrantes da equipe, tem grande responsabilidade na promoção da saúde do idoso (LIMA, 2009).

Segundo Lima (2009) apesar de um grande número de idosos apresentarem uma ou mais doenças crônicas e exibirem limitações em suas atividades; a promoção da saúde é muito importante e apresenta-se de forma positiva, uma vez que os idosos apresentam ganhos significativos para sua saúde, essas limitações e incapacidades não podem ser eliminadas, contudo, os idosos podem beneficiar-se ao máximo das ações de promoção da saúde desenvolvidas pelos enfermeiros do PSF, que os ajudam a manter a sua independência e um envelhecimento saudável, melhorando assim sua qualidade de vida.

(27)

2. METODOLOGIA

2.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se um estudo pautado no método exploratório-descritivo, de natureza qualitativa, utilizando a técnica quantitativa, com o objetivo de conhecer as contribuições da atuação dos enfermeiros nas Unidades de Saúde da Família no que tange as práticas que possam favorecer a promoção do envelhecimento saudável, bem como avaliar o nível de satisfação dos idosos com relação à assistência prestada pelos enfermeiros das Unidades.

Segundo Both (2007) a pesquisa exploratória tem por finalidade observar, procurar, descobrir, pesquisar, estudar, especular, com o objetivo de construir um conhecimento geral sobre o objeto de pesquisa. A pesquisa descritiva serve para descrever a coisa como de fato ela é aos olhos de quem pesquisa. A descrição se coloca como um dos principais instrumentos das pesquisas de natureza qualitativa, ou seja, as pesquisas desenvolvidas no âmbito das ciências humanas e sociais, e quanto mais características da realidade for apresentada por quem descreve, mais o leitor poderá conhecê-la a partir dessa descrição. A abordagem qualitativa segundo Lakatos & Marconi (2008, p. 269) “preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento, etc”.

A pesquisa bibliográfica foi realizada através de literaturas visando compreender o processo de envelhecimento, as alterações fisiológicas no idoso, as políticas públicas de proteção ao idoso e a importância da enfermagem para idosos na atenção básica, através de informações em livros, artigos científicos, manuais do Ministério da Saúde.

(28)

2.2 LOCAL DE ESTUDO

O município de Tangará da Serra está localizado na região Sudoeste do Estado de Mato Grosso, conhecida como Médio Norte, nas proximidades da Serra Tapirapuã, a 240 km da capital do Mato Grosso, Cuiabá. Apresentando Latitude 14º 04' 38'' S - Longitude 57º 03' 45'' W, a 423 metros acima do nível do mar (ROSA, 2008). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) a extensão territorial de Tangará da Serra é de 11.391,314 km², sendo 53% do território (6.124 km²) ocupados por reservas indígenas, conta com uma população de 83.431habitantes, dos quais mais de 90% residentes na área urbana e a população indígena é composta por 950 índios da etnia Paresi.

Faz limites com os municípios de Campo Novo do Parecis, Pontes e Lacerda, Barra do Bugres, Nova Olímpia, Santo Afonso, Nova Marilândia, Sapezal, Campos de Júlio, Denise, Diamantino, Reserva do Cabaçal e Conquista d’ Oeste (TRETTEL, 2007).

Atualmente o município possui 10 Unidades de Saúde da Família, possui 07 postos satélites, 01 centro de saúde, 01 Unidade Mista de Saúde e 04 hospitais particulares.

2.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A princípio a pesquisa seria realizada com 05 enfermeiros e 15 idosos em 05 Unidades de Saúde da Família do Município de Tangará da Serra – MT, mas no momento da coleta de dados, uma das Unidades de Saúde da Família se encontrava sem enfermeiro, a Unidade estava à espera de algum enfermeiro que passou no concurso público, recentemente realizado pelo Município, assumisse a Unidade de Saúde, ocorrendo, portanto, a perda de um sujeito da pesquisa. Mas a pesquisa passou a ser realizada com 04 enfermeiras e 15 idosos em 05 Unidades de Saúde da Família.

Os sujeitos foram selecionados de acordo com a disposição dos mesmos em participar da pesquisa, sendo 03 idosos e 01 enfermeira de cada Unidade de Saúde da Família.

Antes do início da coleta de dados, foi realizado um contato prévio com as enfermeiras das Unidades de Saúde da Família.

(29)

Consentimento Livre e Esclarecido, respeitando todos os aspectos éticos conforme a resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

2.4 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Foram utilizadas como instrumentos de coleta de dados a entrevista e o questionário. A entrevista semi-estruturada, que segundo Lakatos & Marconi (2008, p. 279) “também pode ser chamada de assistemática, antropológica e livre, quando o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente a questão”, foi realizada com as enfermeiras das Unidades de Saúde da Família. A entrevista proporciona um recurso viável e promissor de retratar o pensamento do outro, porque há uma interação face a face, é através dessa proximidade entre as pessoas que é possível conhecer sua vida e compreender as concepções dos sujeitos sobre o objeto de interesse da pesquisa, portanto, objetivo da entrevista semi estruturada é fornecer uma lista de aspectos que devem ser enfocados durante a entrevista, não se estabelecendo uma estrutura de perguntas e respostas, mas apenas uma organização para que nada seja esquecido (RICHARDSON, 1999).

As entrevistas foram gravadas, realizadas individualmente em local reservado e silencioso, sendo o horário e o local determinados em comum acordo com as enfermeiras.

O questionário, que segundo Severino (2007, p. 125) “é um conjunto de questões, sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados visando conhecer a opinião dos mesmos sobre os assuntos em estudo”, conteve questões fechadas e abertas e foi realizado com os idosos que se encontravam na Unidade de Saúde da Família no dia da entrevista.

(30)

2.5 ANÁLISE DOS DADOS

(31)

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo são apresentadas a descrição e a análise dos dados coletados por meio das entrevistas e dos questionários com os sujeitos, bem como a discussão dos mesmos, no intuito de alcançar o objetivo geral desta pesquisa que é conhecer as contribuições da atuação das enfermeiras nas Unidades de Saúde da Família, no que tange as práticas que possam favorecer a promoção do envelhecimento saudável e avaliar o nível de satisfação dos idosos.

Procuramos evidenciar o pensamento das enfermeiras que trabalham nas Unidades de Saúde do município de Tangará da Serra – MT sobre o tema Ações de Enfermagem voltadas para os Idosos nas Unidades de Saúde da Família e, com os idosos, avaliar o nível de satisfação com relação à assistência prestada pelas enfermeiras das Unidades de Saúde.

Foram construídos instrumentos de coleta de dados diferentes para cada grupo de sujeitos. Para as enfermeiras foram construídas questões relacionadas às ações de enfermagem voltadas para os idosos nas Unidades. Foi-lhes questionado como funciona o atendimento ao idoso na Unidade, quais ações são desenvolvidas na assistência prestada, bem como que ações são importantes para garantir a qualidade de vida dos idosos e se já participaram de alguma capacitação na área de gerontologia.

Para os idosos as questões foram direcionadas para o atendimento e assistência prestada pelos enfermeiros nas Unidades, a fim de avaliar o nível de satisfação com relação a estes quesitos.

(32)

3.1 ENFERMEIRAS

3.1.1 Caracterização das enfermeiras

Foram entrevistados 4 enfermeiras, com idades de 21 a 28 anos, ano de conclusão da graduação de 2008 a 2010, tempo de atuação na área variando de 3 a 12 meses e tempo em que trabalham nas unidades de 2 a 10 meses.

Nota-se que as enfermeiras que atuam nas Unidades de Saúde são relativamente novas, que se formaram recentemente, atuam na área e trabalham nas Unidades há pouco tempo. Em relação a estar trabalhando há pouco tempo nas Unidades deve-se ao fato do município de Tangará da Serra ter passado recentemente por um concurso público e por estar aguardando para convocar os novos enfermeiros que assumirão as Unidades. Portanto, as que estavam atuando nas Unidades durante o período da pesquisa eram contratadas e estavam nas Unidades apenas temporariamente, até que os enfermeiros efetivos assumissem.

Ao perguntar-lhes sobre o porquê de ser enfermeira, responderam:

“Para contribuir com a saúde da população prestando assim a assistência necessária para a promoção e recuperação da saúde humana” (Enf. 1).

“Aptidão na área, gosto pela profissão” (Enf. 2).

“Para auxiliar, cuidar, ouvir ao paciente que necessita” (Enf. 3). “Porque amo cuidar” (Enf. 4).

(33)

3.1.2 Atendimento e assistência prestada ao idoso nas Unidades de Saúde

Quando indagadas sobre como funciona o atendimento e que ações são desenvolvidas na assistência prestada aos idosos, responderam:

“O atendimento é realizado através das consultas, periódicas, consultas de rotinas, toda quinta feira é destinado período da tarde exclusivamente para o atendimento dos idosos, e as consultas tanto podem ser de enfermagem quanto atendimento médico, [...] o idoso tem prioridade de atendimento, ele passa na frente [...]. Informações, verificação de pressão, vacinações, a caminhada que existe todas as sextas-feiras” (Enf. 1).

“O atendimento ao idoso aqui na unidade funciona assim eles tem um dia reservado e tem as prioridades no agendamento, maiores de 60 anos, geralmente não tem que ficar na fila do agendamento, tem essa prioridade [...]. Na verdade como eu estou a pouco tempo, a única ação que já vinha sendo que é feita, é a caminhada, que é feita só com os idosos na sextas-feiras e como era pra mim ter ficado muito menos tempo, então eu acabei mantendo dessa forma” (Enf. 2).

“Na unidade o idoso ele tem preferência, com relação às consultas não temos um dia específico pra o atendimento do idoso é mais ações voltadas pra patologias que mais acometem os idosos que é hipertensão, o diabetes, ações de prevenção, [...] as caminhadas que são feitas nas sextas-feiras pela manhã com os idosos e também com os hipertensos e diabéticos, então não tem uma atividade somente voltada pro idoso e nenhum um dia de consulta só pro idoso acaba sendo junto com os dias de hipertensos e diabéticos” (Enf. 3).

“[...] o funcionamento pro idoso era consultas nas sextas-feiras, era separado somente consultas pros idosos, só que agora a doutora está trabalhando no SAMU, aí ela passou pra conferir pelo menos dois por dia [...] e na sexta-feira tem a caminhada de manhã, que a maioria é hipertensos, diabéticos, pra poder fazer eles acostumarem, a ter idéia da caminhada, tentar colocar na cabeça deles a importância do exercício. Aqui na unidade com eu estou a pouco tempo, ainda não teve como fazer algo específico pra eles, o que faz é quando eles estão aqui se tem tempo vai e conversa com eles, vê se estão tomando a medicação correta, como é que está alimentação, é mais trabalho informal, nada assim rígido, específico, é só quando tem tempo vai conversando e tentando ver como é que eles estão” (Enf. 4).

De acordo com Brasil (2003b, p. 8) o idoso tem direito ao “atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população”.

Segundo Brasil (2006e) para a efetivação do acolhimento e atendimento ao idoso, os profissionais de saúde devem compreender as necessidades dessa faixa etária e facilitar o acesso dos idosos aos diversos níveis de complexidade da atenção.

(34)

A Equipe de Saúde da Família deve ser responsável pela atenção à saúde da pessoa idosa pertencente a sua área de abrangência. Todos os profissionais devem oferecer ao idoso e sua família uma atenção humanizada com orientação, acompanhamento e apoio domiciliar. Para a efetivação de uma assistência humanizada, os profissionais devem planejar e programar as ações, estarem preparados para lidar com as questões do processo de envelhecimento e buscar sempre o máximo de autonomia dos usuários. Acompanhar pessoas idosas frágeis, conhecer os hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos dos idosos, de suas famílias e da comunidade, oferecer atenção continuada às necessidades de saúde da pessoa idosa, desenvolver e realizar atividades de educação relativas à saúde da pessoa idosa (BRASIL, 2006).

Segundo Silvestre & Costa Neto (2003) espera-se que os profissionais de saúde devam estar voltados para a assistência integral e contínua de todos os membros das famílias vinculadas à unidade. O profissional deve estar atento às mudanças do perfil populacional de sua área de abrangência, com atenção especial ao idoso e uma participação ativa na melhoria de sua qualidade de vida, com medidas de promoção, proteção, identificação precoce de seus agravos, intervenção e medidas de reabilitação voltadas a evitar a sua exclusão do convívio familiar e social. Considerar e defender como essencial a presença e participação do idoso na família e na sociedade. A equipe deve organizar grupos de educação para a saúde do idoso, envolvendo troca de experiências, melhora na qualidade de vida e participação ativa na comunidade. Essa ação deverá acontecer independentemente do idoso apresentar doença crônica não transmissível como diabetes e hipertensão.

A equipe de enfermagem deve identificar e avaliar as necessidades dos idosos para maximizar suas condições de saúde, minimizar as perdas e limitações, facilitar diagnósticos e auxiliar no tratamento, proporcionar conforto quando apresentarem angústias e fragilidades (DUARTE, 2002; CANÇADO, 2002 apud SILVA & BORGES, 2008, p. 15).

(35)

manutenção da sua dignidade e autonomia máximas e deverá realizar atividades de educação permanente e interdisciplinar junto aos demais profissionais (BRASIL, 2006; PAPALÉO NETTO, 2002; SMELTER; BARE, 2002 apud SILVA & BORGES, 2008, p. 15).

Percebe-se que as enfermeiras estão realizando ações de promoção à saúde, como a caminhada, orientações, consultas, prevenção de doenças como a hipertensão e o diabetes e a recuperação da saúde dos idosos.

3.1.3 Qualidade de vida dos idosos

Ao serem questionadas sobre ações que são importantes para garantir a qualidade de vida dos idosos, relataram:

“Ações voltadas [...] na educação em saúde, informações quanto as doenças vigentes na fase da idade que eles se encontram, proporcionar pra eles atividades que venham minimizar os agravos das doenças já acometidas e prevenção daquelas que eles podem acabar cometendo, e através não só das informações, mas das realizações [...] verificação de pressão [...] as vacinações que são realizadas também” (Enf. 1).

“[...] além dessa caminhada, era importante também ser focada outras coisas, uma atenção mais especial, como parte de psicólogo, parte de alimentação, ate de atenção e carinho tem que ser feito [...] aumentando assim a qualidade de vida deles” (Enf. 2).

“Prevenção a quedas, a alimentação, quanto melhora na forma de viver, [...] conscientizar o idoso que por ser idoso não precisa ficar só em casa, que ele pode ter uma atividade física, que ele pode trabalhar, que ele pode manter uma vida como uma outra pessoa, mas com regras, com mais cautela, pra evitar problemas que no idoso é mais difícil pra ser curado, pra ser tratado” (Enf. 3).

“Eu acho que era importante reuniões com eles, pelo menos além da caminhada, fazer reuniões com o idoso, que tivesse um lugar específico na unidade pra você fazer essa reuniões, pra explicar no geral pra eles como é que é a vida do idoso, o que eles podem fazer e o que eles não podem, que a vida deles não parou por isso pra eles tomarem cuidado com certas coisas, fazer, mas não parar de viver, seria importante isso fazer essas reuniões” (Enf. 4).

(36)

Segundo Silvestre & Costa Neto (2003) a equipe deve organizar grupos de educação para a saúde do idoso, envolvendo troca de experiências, melhora na qualidade de vida e participação ativa na comunidade. E todo o trabalho da equipe de Saúde da Família deve buscar sempre o máximo da autonomia dos usuários frente as suas necessidades, propiciando condições para melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa (BRASIL, 2006).

Evidenciou-se pelas falas das enfermeiras que as ações que são importantes para garantir a qualidade de vida dos idosos devem estar pautadas na educação em saúde, na prática de atividade física como a caminhada, em reuniões com os idosos para estar abordando sobre o processo de envelhecimento e as alterações que ocorrem na vida deles em conseqüência do envelhecimento, sobre a alimentação e também de estarem realizando uma atenção humanizada, através do acolhimento. Mostrando que as profissionais possuem o conhecimento sobre os subsídios que são necessários para a promoção de hábitos saudáveis que garantem melhoria na qualidade de vida dos idosos.

3.1.4 Capacitação em gerontologia

Quando questionadas sobre a participação em alguma capacitação na área de gerontologia, as mesmas responderam não ter participado de nenhuma capacitação:

“Somente palestras, agora o curso de capacitação específico para essa área do idoso não” (Enf. 1).

“Não, nunca” (Enf. 2). “Não” (Enf. 3).

“Não, ainda não fiz” (Enf. 4).

Segundo Fenili & Santos (2001) o enfermeiro deve ter uma preparação para chegar ao conhecimento de si e do outro, deve dispor de uma gama de situações e estudos, sendo esse conhecimento científico um pré-requisito para cuidar do outro.

(37)

3.2 IDOSOS

3.2.1 Caracterização dos idosos

Partindo da análise dos dados obtidos, dos 15 idosos entrevistados que participaram da pesquisa a média de idade é de 68,3 anos, sendo que as idades variam de 60 a 79 anos. Sendo 07 casados, 06 viúvos, 01 divorciado e 01 solteiro.

Quanto ao gênero, pode-se constatar que a maioria dos idosos pertence ao sexo feminino (Tabela 1). O resultado está de acordo com Davim et al (2004) quando diz que o sexo feminino se encontra mais presente em pesquisas com idosos, ressalta, ainda, que no Brasil, o número absoluto de mulheres idosas tem sido superior quando comparados ao número de homens de 65 anos ou mais, podendo ser decorrente da mortalidade diferencial de sexo, que prevalece, na população brasileira.

Tabela 1 – Sexo dos idosos Sexo Frequência

Feminino 10

Masculino 5

Em seguida os idosos foram questionados em relação ao nível de escolaridade e pode-se perceber que quapode-se a totalidade deles não possui pode-sequer o nível fundamental completo (Gráfico 1). 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Funda. Inc. Fundamental Médio Inc. Médio Superior Inc. Superior Outro

Fre qu ên ci as Escolaridade

(38)

Segundo Davim et al (2004) esses dados apontam o grande número de pessoas com pouco ou nenhum grau de escolaridade. O analfabetismo em idosos representa uma realidade nos países em desenvolvimento como o Brasil, principalmente de idosos que viveram sua infância em época que o ensino não era prioridade, principalmente com relação à mulher que tinha como obrigação cuidar do lar.

3.2.2 Olhar dos idosos: avaliando o atendimento e a assistência prestados pelas enfermeiras nas Unidades de Saúde

Analisando a questão que interroga sobre o atendimento recebido nas Unidades de Saúde, a maioria relata gostar do atendimento prestado nas Unidades de Saúde (Gráfico 2).

14 1

Sim Não

Gráfico 2 – Você gosta do atendimento recebido na Unidade de Saúde?

Ao perguntar-lhes sobre o porquê da escolha de determinada resposta, os idosos responderam:

“As pessoas são muito boas, os funcionários atendem muito bem” (Idoso 1). “Trata a gente com muito carinho, sou bem atendida” (Idoso 3).

“O atendimento é bom, sempre sou bem atendida” (Idoso 13).

(39)

Nota-se nas respostas dos idosos que a maioria está satisfeita com o atendimento recebido nas Unidades de Saúde, demonstrando que o atendimento nas Unidades tem sido satisfatório.

Quanto à assistência prestada pelas enfermeiras das Unidades de Saúde, percebe-se que a maioria está satisfeita com a assistência prestada (Gráfico 3).

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Não respondeu

Ruim Razoável Boa Ótima Excelente

Fr eq uê nc ia s Avaliação

Gráfico 3 – Avaliação dos idosos com relação à assistência prestada pelas enfermeiras das unidades de saúde.

Ao solicitar-lhes a explicação para escolha de determinada resposta, alguns responderam:

“Recebe a gente bem, pergunta como a gente tá e dá explicação sem aborrecimento” (Idoso 3).

“Atende bem” (Idoso 10).

Percebe-se pelas respostas que vem ocorrendo o acolhimento, o diálogo-comunicação, o vínculo entre profissional e paciente, demonstrando que a assistência prestada pelas enfermeiras tem sido satisfatória.

(40)

orientar, chamá-lo pelo nome e utilizar uma linguagem clara durante as orientações. Para a efetivação do acolhimento e atendimento ao idoso, os profissionais de saúde devem compreender as necessidades dessa faixa etária e facilitar o acesso dos idosos aos diversos níveis de complexidade da atenção.

Os dados obtidos tanto no atendimento recebido quanto na assistência prestada pelas enfermeiras mostram o reconhecimento dos idosos de serem bem atendidos pela enfermagem e diante desse resultado a relação que se estabelece entre idoso-profissional de saúde é de satisfação.

Segundo Silva & Borges (2008) a satisfação é um importante instrumento para avaliar a qualidade da assistência prestada. Grande parte dos problemas de saúde podem ser resolvidos atribuindo às unidades básicas funções de acolhimento, diálogo-comunicação, assistência humanizada e vigilância à saúde.

De acordo com Schimith & Lima (2004) a satisfação do usuário está diretamente ligada ao acolhimento e vínculo entre profissional e paciente, proporcionando assim, qualidade nos serviços prestados.

(41)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da transição demográfica que vem ocorrendo no país, o setor saúde já vem se deparando com a presença cada vez maior do número de idosos nos serviços de saúde. E as Unidades de Saúde da Família são de fundamental importância na promoção da saúde familiar e, em especial dos idosos porque ajuda a evitar uma série de enfermidades. A busca pela saúde preventiva é essencial, em vez de tratamentos hospitalares curativos, que são muito mais trabalhosos e possui custos elevados.

A Equipe de Saúde da Família deve ser responsável pela atenção à saúde da pessoa idosa pertencente a sua área de cobertura, devendo oferecer ao idoso e sua família uma atenção humanizada com orientação, acompanhamento e apoio domiciliar. Os profissionais devem planejar e programar as ações, estar preparados para lidar com as questões do processo de envelhecimento e buscar sempre o máximo de autonomia dos usuários, bem como contribuir para a independência e o envelhecimento ativo dos idosos.

O enfermeiro deve ter habilidade para atuar como facilitador do desenvolvimento de um envelhecimento saudável para os idosos. Ele deve atuar favorecendo a reflexão dos papéis e necessidades desta faixa etária e ainda contribuir com a melhoria na qualidade de vida, a partir da utilização das ações de promoção à saúde no decorrer de suas práticas cotidianas.

Com a pesquisa, pode-se constatar que o atendimento aos idosos nas Unidades de Saúde tem sido de acordo com o preconizado pelo Estatuto do Idoso. Os idosos estão tendo a atendimento preferencial. Observa-se com clareza que estão respeitando o direito dos idosos quanto ao atendimento preferencial e que as enfermeiras estão prestando uma assistência pautada no acolhimento, que é uma forma de humanizar o serviço.

O estudo revelou também que as enfermeiras realizam ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde dos idosos, porém não estão sendo desenvolvidas totalmente conforme é preconizado pelo Ministério da Saúde. Elas demonstraram ter conhecimentos sobre os quesitos que são necessários e imprescindíveis na assistência prestada e na promoção de hábitos saudáveis para os idosos, porém, não estão sendo totalmente executadas na rotina das unidades de saúde. Alegaram que o motivo para não realizar essas ações totalmente se deve ao fato de que ficariam na Unidade por pouco tempo e que preferiram deixar da maneira como já vinha sendo feito.

(42)

realização das práticas de educação e promoção da saúde, especialmente por manter um contato mais próximo no qual vivem os idosos. É preciso que elas desenvolvam um plano de intervenção que priorize a melhoria da qualidade de vida, bem como o envelhecimento ativo, mantendo a capacidade funcional a independência do idoso.

Faz se relevante que as enfermeiras utilizem as metodologias de trabalho existentes, como a formação de grupos, onde elas, articulando-se com a equipe multiprofissional podem desenvolver, tanto para os cuidadores quanto para os idosos, ações reflexivas e motivadoras, que os possibilitem perceberem o envelhecimento como um processo benigno e não patológico.

A falta de capacitação e educação continuada dos profissionais são fatos que interferem diretamente na qualidade de vida dos idosos. É importante e necessária a capacitação dos profissionais para que haja uma assistência adequada e eficaz.

A percepção da maioria dos idosos em relação ao atendimento e a assistência prestada nas Unidades de Saúde é de satisfação. A maioria deles afirma serem bem atendidos nas Unidades de Saúde e de estarem satisfeitos. Essa afirmativa é um importante ponto a ser considerado na humanização da assistência, envolvendo a participação do usuário no seu cuidado, diálogo, respeito e autonomia.

(43)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BATISTA, M., SILVA, F.. A Consulta de Enfermagem ao Idoso – Aspectos Relevantes. Revista de Divulgação Científica da Facesa, América do Norte, 1, out. 2010. Disponível em: <http://revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/periodicos/article/view/4>. Acesso em: 20 Agos. 2010.

BOTH, Sérgio José. Metodologia da Pesquisa Científica: Teoria e Prática ou Prática à Teoria/ Sérgio José Both ... [et al]. Tangará da Serra: Gráfica e Editora Sanches Ltda., 2007.

BRASIL, Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde do Idoso. Portaria nº 1.395/ GM de 10/12/99. Brasília, 1999.

BRASIL, Ministério da Saúde. Redes Estaduais de Atenção à Saúde do Idoso: guia operacional e portarias relacionadas. Brasília, 2002.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Projeto de Promoção da Saúde. As Cartas de Promoção da Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Projeto Promoção da Saúde. Brasília: Mistério da Saúde, 2002a.

BRASIL, Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso. 1. ed., 2.ª reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2003.

BRASIL, Ministério da Saúde. Humaniza SUS: Política Nacional de Humanização. Brasília, 2003a. Disponível em: <http://.saude.gov.br>. Acesso em: 20 Agos. 2010.

BRASIL, Ministério da Saúde. Lei n° 10.741, de 1° de outubro de 2003b. Dispõe sobre o estatuto do idoso. Brasília. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www.saude.gov.br>. Acesso em: 20 Agos. 2010.

BRASIL, Ministério da Saúde. Humaniza SUS: gestão participativa e co-gestão. Textos Básicos de Saúde, on line Brasília, 2004. Disponível em: <http://.saude.gov.br>. Acesso em: 25 Agos. 2010.

BRASIL, Ministério da Saúde. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Cadernos de Atenção Básica, n.19 / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica – Brasília: 2006.

(44)

BRASIL, Ministério da Saúde. Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e da Gestão. Pactos Pela Saúde, on line Brasília, 2006b. Disponível em: <http://.saude.gov.br>. Acesso em: 20 Agos. 2010.

BRASIL, Ministério da Saúde. Documento base para gestores e trabalhadores do SUS. Textos Básicos de Saúde, on line Brasília, 3 ed., 2006c. Disponível em: <http://.saude.gov.br>. Acesso em: 20 Agos. 2010.

BRASIL, Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. Textos Básicos de Saúde, on line Brasília, 2 ed., 2006d. Disponível em: <http://.saude.gov.br>. Acesso em: 20 Agos. 2010.

BRASIL, Portaria n° 2.528, de 19 de outubro de 2006e. Dispõe sobre a política nacional de saúde da pessoa idosa. Brasília. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://.saude.gov.br>. Acesso em: 25 Agos. 2010.

BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005, v. 2.

BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009, v. 2.

CIELO, P. F. L. D.; VAZ, E. R. C. A Legislação Brasileira e o Idoso. Artigo publicado na Revista CEPPG – Nº 21 – 2/2009 – ISSN 1517-8471. Disponível em: <http://www.portalcatalao.com/painel_clientes/cesuc/painel/arquivos/upload/temp/d69c5c832 83f5bfe256b30a1bd46cec4.pdf> Acesso em: 01 Jun. 2011.

DAVIM, Rejane Marie Barbosa et al. Estudo com idosos de instituições asilares no município de Natal/RN: características socioeconômicas e de saúde. Revista Latino-Americana Enfermagem, on line Ribeirão Preto, v.12, n.3, maio./jun. 2004. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v12n3/v12n3a10.pdf>. Acesso em: 20 Nov. 2010.

FENILI, Rosangela Maria; SANTOS, Odaléa Maria Bruggemann. Analisando a teoria Humanística de Paterson e Zderad para Vislumbrar a Enfermagem como Diálogo Vivo. Nursing, São Paulo, ano 4, n. 39, p. 30-34, ago. 2001.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: O dicionário da Língua Português. 6 ed. Ver. atualiz. – Curitiba: Posigraf, 2004.

FIGUEIREDO, N. M. A; TONINI, T. Gerontologia: atuação da enfermagem no processo envelhecimento. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2006. p. 31-32.

Imagem

Tabela 1 – Sexo dos idosos  Sexo  Frequência  Feminino  10  Masculino  5
Gráfico 3 – Avaliação dos idosos com relação à assistência prestada pelas  enfermeiras das unidades de saúde

Referências

Documentos relacionados

O aparecimento das verrugas genitais causadas pelo HPV é responsável por um grande impacto psicológico na vida das portadoras e na maioria das vezes sendo piores do que

As experiências vividas neste estudo e nos relatos dos sujeitos entrevistados mostraram que, quando o enfermeiro implanta a SAE em uma unidade de hemodiálise e

Para evitar este problema, Hosmer e Lemeshow, também propuseram à estatística Ĉg* , para esse teste dividiu-se a amostra em intervalos de risco de óbito com mesmo

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso – campus de Tangará da Serra, como parte dos

“É sempre bom ter um relacionamento com o próximo né, porque são muito carentes, porque eles se sentem muito abandonado, porque a maioria não conhece a

respeitando os preceitos éticos e legais ” Brasil, (1995). Saber lidar com as interferências decorrentes das características culturais de cada etnia é essencial para

Foram entrevistados os familiares dos internos com o objetivo de evidenciar a influência da estrutura familiar na dependência química; Levantar informações sobre o perfil

A prática de atividade física tem sido indicada na maioria dos programas terapêuticos, como forma de prevenção e de tratamento não medicamentoso destinado ao controle da