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Radiol Bras vol.40 número3

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Academic year: 2018

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V

Radiol Bras 2007;40(3):V–VI

Manoel de Souza Rocha*

Tumor do estroma gastrintestinal (GIST)

Editorial

Nesta década, muitos avanços ocorreram no reconhecimento e tratamento dos tu-mores do estroma gastrintestinal, denominados GISTs a partir da sigla em inglês, mas o mais significativo foi a descoberta de um tratamento especifico para esta neoplasia.

Inicialmente utilizado no tratamento da leucemia mielóide crônica, o mesilato de ima-tinib foi a seguir testado no tratamento dos GISTs com alta taxa de sucesso, o que foi considerado de tal relevância que suscitou uma rápida publicação no New England

Journal of Medicine, sob a forma de um relato de caso(1)

, um tipo de publicação ab-solutamente incomum nesta que é considerada a mais conceituada revista de clínica médica do mundo.

Os GISTs são neoplasias raras e representam cerca de 1% dos tumores gastrintesti-nais, embora este número possa estar subestimado.

Mas o que torna este tumor relevante para os radiologistas?

Como demonstrado no trabalho publicado neste número da Radiologia Brasileira(2)

, boa parte dos tumores do estroma gastrintestinal se apresenta de maneira exofítica, o que dificulta o seu diagnóstico endoscópico.

Assim, os métodos seccionais de diagnóstico por imagem assumem um papel rele-vante na identificação das massas neoplásicas e permitem reconhecer os seus sítios de origem.

O estadiamento destas neoplasias também é baseado em métodos de diagnóstico por imagem e os radiologistas devem conhecer algumas peculiaridades destes tumores, como o fato de excepcionalmente, ou segundo alguns autores, nunca, apresentarem metástases linfonodais.

Outra característica muito peculiar dos GISTs é que as suas metástases podem apre-sentar um aspecto “cístico” desde o seu aparecimento, ou mais comumente após a introdução da terapêutica com o imatinib(3)

.

Embora a agressividade destes tumores seja variável e de difícil previsão, parece haver uma correlação entre o encontro pela tomografia de necrose na lesão e um pior prognóstico, comparativamente aos tumores mais homogêneos.

Algumas vezes, metástases que estão respondendo favoravelmente à terapêutica po-dem aumentar de volume em exames de tomografia. Desta forma, o radiologista deve valorizar o padrão interno da lesão, pois quando a doença volta a recrudescer po-dem ser vistas nodulações sólidas em meio à liquefação.

Publicações mais recentes têm destacado que parece existir boa correlação entre a diminuição na tomografia computadorizada da atenuação das metástases hepáticas

(2)

Radiol Bras 2007;40(3):V–VI

VI

de GISTs tratadas com imatinib e a diminuição da atividade metabólica detectada em exames de PET-CT(4)

.

Os radiologistas mais antigos se lembram que no passado muitos destes tumores estromais do trato gastrintestinal eram diagnosticados como leiomiomas ou leio-miossarcomas. As modernas técnicas de imuno-histoquímica permitiram reconhe-cer que a grande maioria dos tumores mesenquimais do trato digestivo são, na ver-dade, GISTs, porém um percentual menor de tumores corresponde a verdadeiros leiomiomas e leiomiossarcomas. Esta distinção é impossível de ser feita por outro método que não a imuno-histoquímica. Desta forma, o nosso papel como avaliado-res de alterações macroscópicas é o de identificar uma lesão expansiva das camadas profundas da parede de um segmento do trato gastrintestinal e destacar a possibi-lidade de corresponder a um tumor mesenquimal. A identificação final do tipo de tumor requer um estudo anatomopatológico que inclua técnicas de imuno-histoquí-mica.

Referências

1. Joensuu H, Roberts PJ, Sarlomo-Rikala M, et al. Effect of the tyrosine kinase inhibitor STI571 in a patient with a metastatic gastrointestinal stromal tumor. N Engl J Med 2001;344:1052–1056. 2. Macedo LL, Torres LR, Faucz RA, et al. Tumor do estroma gastrintestinal: achados clínicos,

radio-lógicos e anatomopatoradio-lógicos. Radiol Bras 2007;40:149–153.

3. Chen MYM, Bechtold RE, Savage PD. Cystic changes in hepatic metastases from gastrointestinal stromal tumor (GISTs) treated with Gleevec (imatinib mesylate). AJR Am J Roentgenol 2002;179: 1059–1062.

Referências

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