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Rev. paul. pediatr. vol.33 número4

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Academic year: 2018

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RevPaulPediatr.2015;33(4):379---380

www.rpped.com.br

REVISTA

PAULISTA

DE

PEDIATRIA

EDITORIAL

Em

tempo:

uso

indevido

e

excessivo

de

fórmulas

de

aminoácidos

na

alergia

ao

leite

de

vaca

In

time:

misuse

and

overuse

of

amino

acid

formulas

in

cow

milk

allergy

Jon

A.

Vanderhoof

BostonChildren’sHospital,Boston,EUA

Recebidoem11deagostode2015

Proctocolite alérgica e enterocolite têm sido tratadas por vários anos com sucesso com fórmulas extensamente hidrolisadas.1 Em 1997, o nosso grupo e o grupo de Boissieu et al.2 de Paris relataram independentemente duas séries de pacientes com alergia induzida à pro-teína do leite de vaca que não responderam às fórmulas extensamentehidrolisadas, masresponderam terapeutica-mente aumaformulac¸ãoinfantilàbase deaminoácidos.3 Esses pacientes foramsubsequentemente expostos a uma fórmulaextensamente hidrolisada e,de fato,osseus sin-tomas retornaram, confirmandoaintolerância ao produto extensivamente hidrolisado. Epítopos de ligac¸ão com IgE foramdemonstradosnosorodeleiteenacaseína extensa-mentehidrolisadose sãoconsideradososresponsáveispor essas reac¸ões.4,5 Uma fórmula à base de aminoácidos foi usadacomsucessoparatrataraesofagiteeosinofílicae con-firmouqueessadoenc¸aénaverdadeumprocessoalérgico passíveldeterapiadietética.6

A porcentagem de crianc¸as com alergia à proteína do leite de vaca que não toleram uma fórmula extensa-mente hidrolisada parece ser baixa. Tradicionalmente, a porcentagem parece ser de aproximadamente 5%, mas alguns têm postulado que esse percentual pode estar aumentando.7 Apesar da baixa incidência de intolerância à proteína extensamente hidrolisada, o uso de fórmulas de aminoácidos excedeu consideravelmente o previsto em muitospaíses,adespeito deumaumentosignificativo do custoda terapia. Promoc¸õescomerciais e políticas de

E-mail:Jon.Vanderhoof@mjn.com

reembolso do governo em algumas áreas podem ter sido parcialmenteresponsáveis por esse fenômeno.É também bastante evidente, no entanto, que muitos médicos não têmconhecimentodaliteraturaqueapoiaousodefórmulas extensamentehidrolisadasedeaminoácidos.

Fórmulasdeaminoácidossãoàsvezesusadaspor médi-cosporqueelesacreditamquearespostaclínicaserámais rápidaouataxaderecaídaserásignificativamentemenor, oqueresultaráemummaiorgraudesatisfac¸ãodo pacien-te.Isso é especialmente verdadeiro quando o custo para o paciente não é um impedimento significativo. Não há estudosrandomizadosfeitosparadeterminarataxade res-postaa umafórmula de aminoácidos versus umafórmula deproteína extensamente hidrolisada em crianc¸as alérgi-cas.Aenterocolitegraveé muitasvezesconsiderada uma indicac¸ãoparaousoinicialdeumafórmuladeaminoácidos eatémesmorecomendadaemalgumasdiretrizesparao tra-tamentodebebês alérgicos.8 Noentanto, nenhumestudo jamaisdemonstroumaioreficáciadeumafórmulaàbasede aminoácidosnessasituac¸ão.

Produtosàbasedeaminoácidossãofrequentemente usa-dosemesofagite alérgicacombaseem umrelatooriginal quedemonstraaeficácianessespacientes.Umestudo,no entanto,como usodeumprodutoextensivamente hidro-lisado em adultos demonstrou uma resposta sintomática positiva e forneceu uma opc¸ão econômica de terapia.9 Nenhumdessesestudosfoifeitoemcrianc¸as.

Existeoutrarazãoparanãousarfórmulasdeaminoácidos emtodososbebêsalérgicosquenãosejaocusto? Recente-mente,dadossugeremquealgunsdospeptídeospresentes em fórmulas extensamente hidrolisadas, especialmente

http://dx.doi.org/10.1016/j.rpped.2015.08.003

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aquelas à base de caseína, podem facilitar a induc¸ão de tolerância.10,11 Fragmentos específicos de peptídeos identificadospodemdesempenharumpapelnesseprocesso eessahipótesefoipreliminarmenteverificadaem estudos comanimais.11Odesenvolvimentoprecocedatolerânciaà proteínadoleitedevacaé,obviamente,umdesfechomuito desejadonotratamentodadoenc¸aalérgica.Parecetambém queoLactobacillusGG(LGG),umorganismoprobiótico bas-tanteestudado(LactobacillusrhamnosusATC51033),pode aumentarsignificativamenteesseprocesso.12Épossívelque outrosorganismostambémpossamteramesmaac¸ão,mas énecessário maiorinvestigac¸ão antesquetaisafirmac¸ões possamserfeitascomconfianc¸a.Noentanto,ainduc¸ãode tolerância é um objetivo-chave no tratamento da alergia e tudo o que puder ser feito para facilitar esseprocesso é certamente importante. A induc¸ão de tolerância oral tambémpode ser possível por meiode dessensibilizac¸ão, comodemonstradopordadospreliminares.13

Outra questão que deve ser abordada é o uso de estratégias para prevenir ou reduzir a probabilidade de desenvolvimentode alergia à proteína em populac¸ões de risco. Fórmulas à base de caseína extensamente hidro-lisadas desempenham essa func¸ão e, embora não sejam igualmenteeficazes,fórmulasàbasedesorodeleite parci-almentehidrolisadopodemteromesmopapel.Noentanto, existem dados conflitantes a respeito de hidrolisados parciais.14 Curiosamente,fórmulasàbase desorodeleite extensivamente hidrolisado não parecem ser efetivas.15 Finalmente,aamamentac¸ãoéumaformaexcelenteecom ótimocusto-benefícioparareduziroriscodealergiaà pro-teínadoleitedevacaempopulac¸õesdealtoriscoe deve seraprimeiraopc¸ão,casodisponível.OprobióticoLGG tam-bémpareceserútil nessasituac¸ão.16 Sãonecessáriosmais estudosparadeterminaraidadeidealparaaintroduc¸ãode proteínasnadietaparaevitaralergia,umavezquealguns estudospopulacionaistêmsugeridoque aintroduc¸ão pre-cocepodeseroideal.17

Alergiasalimentarese,especialmentealergiaàproteína doleitedevaca,juntamentecomoutrasalergiasedoenc¸as autoimunes,estãosetornandoosproblemasdesaúdemais comuns e mais significativos.18 As intervenc¸ões discutidas aqui e outras modalidades para tratar de forma efetiva eprevenir alergiasalimentaressetornarão cadavez mais importantescomopassardotempo.

Financiamento

Oestudonãorecebeufinanciamento.

Conflitos

de

interesse

Oautordeclaranãohaverconflitosdeinteresse.

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