JPediatr(RioJ).2015;91(6):512---514
www.jped.com.br
EDITORIAL
Epidemiology
of
febrile
seizures
and
epilepsy:
a
call
for
action
夽
,
夽夽
Epidemiologia
das
convulsões
febris
e
epilepsia:
um
apelo
à
ac
¸ão
Pierre-Marie
Preux
a,b,
Voa
Ratsimbazafy
a,b,ce
Jeremy
Jost
a,b,c,∗aINSERM,UMR1094,TropicalNeuroepidemiology,Limoges,Franc¸a
bUniversitédeLimoges,UMR1094,TropicalNeuroepidemiology,InstitutodeNeuroepidemiologiaeNeurologiaTropical,
CNRSFR3503GEIST,Limoges,Franc¸a
cDepartamentodeFarmácia,CentreHospitalierUniversitaireLimoges(CHULimoges),Limoges,Franc¸a
Asconvulsõesdesencadeadasporfebreequalificadascomo convulsõesfebristêmsido,hádécadas,umgrandeproblema para crianc¸as em países desenvolvidos e ainda mais em locaiscomrecursoslimitados.Cercade2%a5%dascrianc¸as sofrem desse tipode convulsão.Vários estudosvisaram a descrever,medireanalisarváriashipótesesqueincluema avaliac¸ão dos mecanismos fisiopatológicos, osindicadores epidemiológicos,agestãodecuidadoseseuimpactosobre suasdeficiênciasneurológicas posteriores,como epilepsia, porémmuitoscontinuamconhecidas.
Nestaedic¸ãodoJornaldePediatria,Dalbemetal.1
rela-taramumestudotransversaldebasepopulacionalfeitona
cidadedeBarradoBugres,Brasil,paraavaliaraprevalência
deconvulsõesfebrisbenignasduranteainfância.O
princi-palresultadofoiumaprevalênciade6,4/1.000habitantes
[intervalodeconfianc¸a(IC)de95%,3,8-10,1],queémuito
menordoqueosresultadosrelatadosemdoisestudos
tam-bémfeitos noBrasil, quevariaram de13,9 a 16/1.000,2,3
porémnaliteratura,de3,5/1.000emumapopulac¸ãoárabe4
a 17/1.000 em uma populac¸ão rural americana.5 Um dos
DOIserefereaoartigo:
http://dx.doi.org/10.1016/j.jped.2015.08.003
夽 Comocitaresteartigo:PreuxP-M,RatsimbazafyV,JostJ.
Epide-miologyoffebrileseizuresandepilepsy:acallforaction.JPediatr (RioJ).2015;91:512---4.
夽夽VerartigodeDalbemetal.naspáginas529---34. ∗Autorparacorrespondência.
E-mail:jostjeremy@gmail.com(J.Jost).
pontos fortes do estudo é que quase toda a populac¸ão
pediátrica na área estudada foi incluída. Várias
hipóte-ses foram discutidas para explicar esse menor resultado.
Os autores relataram um viés de selec¸ão, a falta de um
método padronizado que não possibilitaria comparac¸ões
entreosestudos.Alémdessasdivergências,admite-seque
aspesquisascomentrevistase/ouquestionáriostêmníveis
menores de comprovac¸ão principalmente nesse caso. As
convulsõesfebris commanifestac¸õesmotorasforam
espe-cialmenteidentificadas,levaramaumasubselec¸ãodecasos
prevalentes e geraram um viés de informac¸ão. Com isso,
a fasedeselec¸ão desteestudo usou umhistóricode
con-vulsãofebrilpara identificarcasosque podemlevar aum
viés de memória. Contudo, esses estudos foram
essenci-ais para aumentar os dados epidemiológicos. Dentre 12
dosprincipais estudosqueavaliaramconvulsõesfebrisem
todo o mundo, apenas cinco avaliaram a prevalência, o
recrutamento de pacientes foi amplamente diferente e
não houve homogeneidade com relac¸ão aos dados
regis-trados.Essasvariac¸õesnosresultadosnãonecessariamente
resultamirremediavelmentedosproblemasmetodológicos,
porém,commaisfrequênciadoqueoesperado,podemestar
relacionadosàscaracterísticasdapopulac¸ão(idade,razão
sexual, fatores genéticos, origens, impactos ambientais
etc.), diferentes etiologias (por exemplo,
heterogenei-dade daprevalência dedoenc¸as infecciosas) e/oufatores
desconhecidos. A título de exemplo e para comparac¸ão,
Yemadje et al.6 investigaram as diferenc¸as na
prevalên-cia da epilepsia em regiões tropicais. Suas conclusões
corroboram as suposic¸ões mencionadas aprimoradas pela
Epidemiologyoffebrileseizuresandepilepsy 513
estigmatizac¸ãodaspessoas comepilepsia,quefazemcom
queaprevalênciasejasubestimada,mesmoemestudosbem
conduzidos.
Uma convulsãofebriléumaconvulsãoem umacrianc¸a
causadaporfebre,normalmenteocorreemfamíliasemuito
comumenteemcrianc¸asentrenovemesesecincoanos,de
acordocomosInstitutosNacionaisdeSaúde(INS).
A maioria das convulsões febris ocorre nas primeiras
24 horas de umadoenc¸a e a febre representa um
impor-tantefatorderisco;temperaturacorporalacimade38,3◦C
aumentaofatorderiscoemcomparac¸ãocomafebreabaixo
de 38,3◦C. Infecc¸ões virais das vias aéreas superiores,
como resfriados, bem como suas complicac¸ões,
represen-tam os principais fatores motivadores. Mais comumente,
a convulsão febril apresenta remissão espontânea e não
exige tratamento com medicamentos. Em alguns casos,
quando a durac¸ão da convulsãoultrapassa cincominutos,
infusãodelorazepamoumidazolampodecontrolaras
con-vulsões. Caso não haja remissão espontânea, a convulsão
febrildeveserconsiderada epiléticae otratamento deve
seguir a recomendac¸ão médica adequada para esse tipo
de convulsão. Contudo, nesse sentido, várias orientac¸ões
recomendam o uso de fenobarbital. Farwell et al.7
rela-taramem 1990 que umtratamento comfenobarbital (em
comparac¸ão com placebo) pode ser pior para casos de
convulsõesfebriseobservaramdeficiênciascognitivas
iatro-gênicas. Esse resultado pode ser explicado pelo efeito
farmacológicofundamentaldobarbitúrico,um
anticonvulsi-onantecomefeitocolateralhipnótico,emvezdequalquer
ac¸ãosobreafebre.
A evoluc¸ão mais frequente é mais convulsões, porém
existeumriscoderecorrênciade15a70%nosdoisprimeiros
anosapósumaconvulsãofebrilinicial.Nestetrabalho,
ape-nasumcaso(5,5%)de18apresentoumaisdeumaconvulsão
eoutro(5,5%)umaterceiraconvulsão.Osfatores
predito-resderecorrêncianormalmentesãoidadenoinício(maior
risco para crianc¸as que sofrem de convulsão febril antes
dos18meses),temperatura(curiosamente,febrebaixaestá
maisrelacionadaarecorrênciadoquefebrealta)ehistórico
familiarpositivodeconvulsõesfebris.8,9
Bem como convulsão e epilepsia não provocadas, as
convulsões provocadas são muito comuns em países com
recursos limitados, em áreas tropicais, devido
principal-mente àselevadas taxas deinfecc¸ões nosistemanervoso
central(SNC),comomaláriacerebral,tuberculose,
esquis-tossomose,HIVe, namaioria dasvezes,neurocisticercose
(NCC). A NCC é umelevado fator derisco paraa
epilep-sia,porémlevaaumaconvulsãoafebril.Valedestacarque
aconvulsãofebrildeveser diferenciadadaconvulsãoque
ocorre durante uma infecc¸ão intracraniana ouum
distúr-biometabólico.Defato,aconvulsãofebrilfoireconhecida
comoumasíndromedistintaseparadadaepilepsia.ALiga
Internacional Contra Epilepsia (ILAE) a definiu como uma
convulsão que ocorre na infância após um mês de idade
associadaaumadoenc¸afebrilnãocausadaporinfecc¸ãodo
SNC,semconvulsõesneonataisanterioresouconvulsãonão
provocada anteriore sem atender aoscritérios de outras
convulsõessintomáticas agudas. Contudo, apesarda
exis-tênciadeumadivergênciadeorigem,arelac¸ãosignificativa
entreambasasinfecc¸õeséqueaconvulsãofebrilrepresenta
um importante fator de risco para o desenvolvimento de
epilepsia.
Aepilepsiainfecciosaéumadasprincipaisetiologias
des-critasem vários estudos.Bhalla et al.10 descreveram em
2011,dentre fatorgenético,tumores cerebraise
trauma-tismo craniano, que as infecc¸ões cerebrais têm um peso
significativosobreacargamundialdeepilepsia.Conforme
mencionado,a NCC está altamente associada a epilepsia
(30-50%detodaepilepsiaemzonasendêmicas)eaAmérica
doSuléprofundamenteafetadaporessaquestãodesaúde
pública,bem como aÁsia e a África.Mac etal.11
relata-ram,emumarevisãodaliteraturapublicadaem2007sobre
aepidemiologia,aetiologiaeotratamentoclínicoda
epi-lepsia na Ásia, que asprincipais causas foram trauma ao
nascimento,traumacranioencefálicoe infecc¸ões
intracra-nianas,comoNCCoumeningoencefalite.Adicionalmente,a
revisãodestaca aescassez deestudosmetodológicosede
maiorpoderanalítico nesses países, que fortaleceriam as
comprovac¸ões.Essessãoosmesmosproblemasenfrentados
naÁfricasubsaarianasugeridosporPreux&Druet-Cabanac
epublicados em200512 em umarevisãoe atualizadospor
Ba-Diopetal.em2014.13Osprincipaisfatoresderiscopara
epilepsianessaregião domundosão histórico familiarde
convulsão,convulsõesfebrisanteriores, trauma perinatal,
traumacranioencefálicoeinfecc¸õesnoSNC,comoNCC.Eles
confirmaramque asconvulsões febris normalmente estão
associadasaconvulsõesepiléticasna populac¸ãopediátrica
(6-38%dos pacientescom epilepsia apresentamum
histó-ricodeconvulsõesfebris).Emáreasendêmicasdemalária,
a maioria das convulsões agudas é causada por malária,
porém ainda não está claro se elas são convulsões febris
ouconvulsõessintomáticasagudas.Alguns estudos
avalia-rama relac¸ãoentrea epilepsiaeamalária cerebral (MC)
comoconsequência principalmente na África subsaariana.
EmGabon,umestudocaso-controlemostrouumrazãode
chanceajustado de3,9([IC de95%,1,7-89,0], p =0,001)
para o desenvolvimento de epilepsia após MC. Um fator
derisco adicional foramconvulsões febris (RCa= 9,2,[IC
de95%,4,0-21,1],p<0,0001).14 Umestudoexpostoenão
expostofeitoemMalirelatouumriscorelativode14,3([IC
de95%,1,6-132,0],p=0,01)ajustadocomrelac¸ãoàidade
eà durac¸ão doacompanhamentopara o desenvolvimento
de epilepsia após MC.15 Da mesma forma, as convulsões
causadasporinfecc¸õespormaláriapodemresultarapenas
de febre (e, então, convulsões febris), porém as
convul-sõestambémpodem ocorrersem febrena malária.16 Eles
assumiramqueasinterleucinasenvolvidasemumareac¸ão
inflamatória podemestar associadasa convulsões e MC e
epilepsiasequelar, as mesmasinterleucinas envolvidas na
gerac¸ãodeconvulsõesfebriseepileptogênese.
Avaliaraepidemiologiadadoenc¸aéumdeverpara
apro-fundar o conhecimento da medicina, porém toda doenc¸a
pode ter uma variabilidade de expressão e uma
variabi-lidade de etiologia devido a muitos fatores conhecidos e
desconhecidos. Esse postulado enfatiza a importância de
fazerestudosemmuitomaispaíses,áreas(rural,urbana)e
populac¸õesparaobteromáximodedadosúteiserelevantes
possível.OsexemplosdaNCC,queéendêmica emmuitas
regiõesnas quais são criadosporcos, incluindo a América
Latina,ÁfricaeÁsia,porémmaiscomumenteumproblema
desaúdepública em regiõescom recursoslimitados, têm
sidobastanteinvestigados.Atéagora,alémdosdados
epi-demiológicos que foram avaliados, novas abordagens de
514 PreuxP-Metal.
oportunidades para entender os mecanismos básicos das
convulsões.17 O Brasil não tem as mesmas preocupac¸ões
queospaísesderendabaixaemédiarenda(PRBMs).
Con-tudo,asafecc¸õesneurológicas,como aepilepsia,nãosão
insignificantes.Em umaavaliac¸ão transversaldas doenc¸as
neurológicas em uma região rural doBrasil, os grupos de
doenc¸as mais comuns foram cefaleia (32,2%) e epilepsia
(16,3%).18 Porém, em contrapartida comáreas tropicais e
subtropicais,doenc¸as tropicais(inclusiveamalária) foram
observadas em uma menor proporc¸ão do que o esperado
nesseestudo,apesardeoBrasilserumpaísqueapresenta
amaioriadasprincipaisdoenc¸astropicais,segundoaOMS.
Cadaumdesseselementosdestacaasdificuldadeseorisco
degeneralizarumresultado emtodasassituac¸ões,devido
principalmenteaeventosaleatórioseimprevisíveis.Fazer
umestudobemconduzido exigeváriascaracterísticasque
nãosão facilmente atingíveis em todas ascircunstâncias.
Bharucha et al.19 listaram as dificuldades metodológicas
na conduc¸ão de estudos epidemiológicos em PRBMs. Para
especificar, os LMICs enfrentam questões regulatórias e
falta deinfraestrutura (falta de dadosdo censo,falta de
um sistema de saúde bem desenvolvido etc.), com uma
grande variedade de características principais (percepc¸ão
dadoenc¸a, idioma, padrões migratórios etc.) que
depen-demdas condic¸ões regionaise dos fatoresambientais. As
ferramentasmédicasfrequentementeusadasnosprincipais
estudos,como o questionáriopara identificar oscasos no
estudo de Dalbem, devem ser adaptadas e validadas nas
condic¸õeslocaisparafornecerdadosrelevantese
significati-vos.Apenascomumametodologiauniformeecomparávelos
principaisestudospodemfornecerdadosúteisparaas
revi-sõessistemáticas emetanálises. Essasrecomendac¸ões são
aindamaisimportantesparaquestõesdesaúdepública,pois
aepilepsiacontinuaaserumadasdoenc¸asnegligenciadas
maisimportantes.Defato,aproximadamente70milhõesde
pessoasemtodoomundopodemterepilepsiaequase80%
vivemem paísescom recursoslimitados.Thurmanetal.20
estabeleceram,em2011,padrões(definic¸õesoperacionais,
métodos,análises úteis etc.) que considerarama
variabi-lidadedosrecursosdopaíse asdiferentesfinalidadesdos
estudos.Cadaestudo, como oestudo de Dalbemfeito no
Brasil, deve ser apoiado e incentivado para fornecer as
informac¸õesessenciaisnecessáriasparaaprimoraro
enten-dimentodadoenc¸a,parapromoverprevenc¸ãoeassistência
médicaefetivaeparacontribuirparaodesenvolvimentode
programasoperacionaisdeapoio.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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