B
IOÉTICAP
EDROM
ANUELP
EREIRAQ
UINTASHETERONORMATIVIDADE NO CONTEXTO DOS CUIDADOS DE SAÚDE
– Atitudes dos Profissionais de Enfermagem em Razão da Orientação Sexual do Utente –
Dissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em Bioética, sob a orientação da Professora Doutora Helena Pereira de Melo
5.º C
URSO DEM
ESTRADO EMB
IOÉTICAF
ACULDADE DEM
EDICINA DAU
NIVERSIDADE DOP
ORTOP
ORTO, 2008
Por entre as rochas um rapaz, nas mãos levando uma balança, avança em direcção ao mar. Vai procurar pesá-lo.
Num dos pratos, o mar há-de revolver-se, debater-se, rebentar, há-de trazer à superfície a força das entranhas e atrair o céu, há-de-o fazer precipitar-se até com ele se confundir, e as próprias rochas através das quais o rapaz segue, hão-de pesar no prato ferozmente. Imperturbável, o rapaz colocará no outro prato o seu sorriso.
LUÍS MIGUEL NAVA
in “Rebentação”
A
GRADECIMENTOSQuero agradecer a várias pessoas, que de diversas formas contribuíram para a realização desta dissertação:
À Professora DR.ª HELENA PEREIRA DE MELO, pela orientação da dissertação, pela análise crítica e pelo apoio demonstrado ao longo da realização deste trabalho.
A MANUELA MARQUES e a JOANA AMARAL da Associação ILGA-PORTUGAL, a SÉRGIO VITORINO da Associação PANTERAS ROSA, a EVA RUSSO da OPUS GAY, a ELISABETE SEBASTIÃO da COMISSÃO NACIONAL DE LUTA CONTRA A SIDA, a ANA
PAULA INÁCIO da ASSOCIAÇÃO PARA O PLANEAMENTO DA FAMÍLIA,a IVONE RIBEIRO
MACHADO da SECÇÃO REGIONAL DO NORTE DA ORDEM DOS ENFERMEIROS, a DORA
GALVÃO do SINDICATO DOS ENFERMEIROS PORTUGUESES, e a PEDRO VIEIRA da SECÇÃO
PORTUGUESA DA AMNISTIA INTERNACIONAL. Agradeço também a TELMO FERNANDES
da ILGA-GRIP, a CLARA CARVALHO do CLUBE SAFO, a JOÃO PAULO do PORTUGALGAY, a PEDRO VIEIRA do SERVIÇO DE BIO-ESTATÍSTICA DA UNIVERSIDADE DO PORTO, e à minha Colega de mestrado PATRÍCIA VALENTE.
HETERONORMATIVIDADE NO CONTEXTO DOS CUIDADOS DE SAÚDE
- Atitudes dos Profissionais de Enfermagem em Razão da Orientação Sexual do Utente -
RESUMO
Introdução: Considerando os Direitos Humanos e toda a legislação europeia anti- discriminatória, e apelando especialmente para o artigo 13.º (o princípio da igualdade) da Constituição da República Portuguesa, e para o artigo 11.º (referente aos princípios da não discriminação e da não estigmatização) da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), desenvolvemos uma investigação cuja temática incide sobre a “Heteronormatividade no Contexto dos Cuidados de Saúde - Atitudes dos Profissionais de Enfermagem em Razão da Orientação Sexual do Utente”. A luta contra a discriminação em relação à comunidade LGBT
(Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros) em Portugal, passa também por garantir o acesso efectivo da mesma ao Serviço Nacional de Saúde, e a cuidados de saúde de qualidade.
Objectivos: Esta investigação teve por objectivos, descrever os comportamentos para a saúde por parte dos utentes LGBT, estudar se os utentes LGBT se sentem discriminados em razão da sua orientação sexual pelos profissionais de saúde, analisar como a discriminação se manifesta no contexto dos cuidados de saúde, estimar a percentagem de profissionais de saúde que discrimina o utente LGBT, investigar a qualidade do Serviço Nacional de Saúde em relação às necessidades em saúde da comunidade LGBT portuguesa; e sugerir, a partir dos resultados obtidos, recomendações práticas e novas direcções de pesquisa, com vista à aplicação de intervenções mais eficazes, que melhorem a qualidade dos cuidados de saúde aos utentes LGBT.
Materiais e Métodos: Este estudo orientou-se segundo um desenho descritivo, numa vertente quantitativa. Para este estudo, foram construídos dois questionários, um para ser aplicado ao Grupo 1 (utentes LGBT),e o outro, para ser aplicado aoGrupo 2 (profissionais de enfermagem). Para o tratamento da informação colhida, através dos dois questionários, foram utilizados o programa Microsoft Excel 2007, e o programa estatístico SPSS 10 para Windows.
Os instrumentos de recolha de dados, estiveram colocados on-line de 15 de Agosto a 17 de Setembro de 2007, para serem preenchidos respectivamente por participantes de cada um dos grupos. Para tal, criaram-se dois links, um para cada questionário. As respostas aos questionários, depois de submetidas, foram directamente para o email do investigador. A nossa amostra final foi constituída por 132 utentes do Serviço Nacional de Saúde que se auto- percepcionam LGBT (Grupo 1), e por 124 profissionais de enfermagem (Grupo 2), inscritos na Ordem dos Enfermeiros.
Resultados: Os resultados obtidos constatam que é a nível dos cuidados de saúde primários que os utentes LGBT mais procuram cuidados de saúde. O profissional de saúde a quem mais recorrem, e a quem mais revelam a sua orientação sexual, é o médico de família. A nível dos profissionais de enfermagem, verificamos que ainda se encontram presentes alguns níveis de homofobia, muitas vezes relacionados com a religião e os valores morais do profissional. Mas, por outro lado, já se assiste à presença de razoáveis níveis de atitude positiva em relação aos utentes e às práticas LGBT,o que demonstra que a nível das faixas etárias mais jovens destes profissionais, estamos a assistir a uma mudança de mentalidade em relação às questões relacionadas com a orientação sexual.
Também verificamos que 75,0% dos participantes LGBT da nossa amostra referem que os profissionais de saúde presumem sempre que o utente é heterossexual; enquanto 58,0% dos profissionais de enfermagem da nossa amostra referem que a maior parte das vezes parte do pressuposto de que o utente a quem vão prestar cuidados tem uma orientação heterossexual, e 9,5% dos profissionais de enfermagem parte sempre do princípio que o utente é heterossexual.
Também 18,9% dos participantes LGBT da nossa amostra referem ter sido vítimas de discriminação alguma vez, por parte de algum profissional de saúde em razão da sua orientação sexual; enquanto 23,0% dos profissionais de enfermagem da nossa amostra referem já terem presenciado alguma situação de discriminação em razão da orientação sexual; e um dos locais mais apontados onde ocorreu essa situação discriminatória foi os serviços de saúde (48,3%).
Conclusões: Os resultados obtidos nesta investigação, constituem um importante contributo para a intervenção e sensibilização, em matéria de não discriminação em razão da orientação sexual, junto dos profissionais e serviços de saúde, bem como junto das entidades governamentais e sociedade civil, nomeadamente por esclarecerem e atestarem algumas das atitudes dos profissionais de saúde, e outros factores intervenientes na qualidade dos cuidados de saúde à população LGBT. Deste modo, a luta contra o preconceito em relação às minorias sexuais, também passa por garantir o acesso efectivo destas ao Serviço Nacional de Saúde, e a cuidados de saúde de qualidade. Este trabalho pioneiro no nosso país, abre assim espaço para a discussão da qualidade da saúde LGBT em Portugal.
Numa sociedade que se propõe mais democrática, no momento em que comemora os
“60 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem”, e ainda, tendo em relevo que a classe de enfermagem comemora “10 anos de Deontologia Profissional”, imprescindível é o respeito, a igualdade e a garantia dos direitos das minorias, e em particular das minorias sexuais, que ao lado de outros sectores sociais, compõem um segmento marginalizado, discriminado, perseguido, ignorado e estigmatizado da nossa sociedade, sociedade esta que continua a ter um forte carácter discriminatório, heterossexista e heteronormativo.
HETERONORMATIVITY IN THE CONTEXT OF HEALTH CARE
- Attitudes of Nursing Professionals Regarding the Sexual Orientation of the Patient -
ABSTRACT
Introduction: Taking Human Rights and all the European antidiscrimination legislation into consideration, and with special reference to article 13 (the principle of equality) of the Constitution of the Portuguese Republic, and also article 11 (regarding the principles of non- discrimination and non-stigmatization) of the Universal Declaration on Bioethics and Human Rights of the United Nations Organisation for Education, Science and Culture (UNESCO), we developed a research with the theme “Heteronormativity in the Context of Health Care – Attitudes of Nursing Professional Regarding the Sexual Orientation of the Patient”. The fight against discrimination of the LGBT (Lesbians, Gays, Bisexuals and Transsexuals) community in Portugal is also a fight to guarantee effective access for these people to the National Health Service and quality health care.
Aims: The aims of this investigation were to describe the attitudes of LGBT patients towards health, to study whether LGBT patients feel discriminated against because of their sexual orientation by the health professionals, analyse how the discrimination is shown in the context of health care, estimate the percentage of health professionals who discriminate against LGBT patients, investigate the quality of the National Health Service regarding the health needs of the Portuguese LGBT community and, from the results obtained, recommend practices and new research methods with a view to implementing the most effective procedures to improve the quality of health care for LGBT patients.
Materials and Methods: This study was orientated according to a descriptive design in a quantitative measure. Two questionnaires were created for this study, one for Group 1 (LGBT
patients) and the other for Group 2 (nursing professionals). To deal with the information collected from these two questionnaires, the Microsoft Excel 2007 program and the Windows statistics program SPSS 10 were used. The data collecting instruments were on-line from 15th August to 17th September, to be filled in by the participants in each group. Two links were created for this, one for each questionnaire. After being submitted, the replies to the questionnaires were sent directly to the researcher via email. Our final sample was made up of 132 National Health Service patients who consider themselves LGBT (Group 1) and 124 nursing professionals (Group 2) registered in the Portuguese Nurses’ Association.
Results: The results obtained confirmed that primary health care is the most sought after by LGBT patients. The health professional they mostly turn to and in whom they confide their sexual orientation is the family doctor. We found that there is still a certain amount of homophobia amongst nursing professionals, often connected with religion and professional moral values. On the other hand, though, there are reasonable levels of positive attitudes regarding LGBT patients and their practices, which show that at the younger age level of these professionals there is a change in mentality in questions regarding sexual orientation.
We also established that 75% of the LGBT patients participating in our sample mentioned that health professionals always assume that the patient is heterosexual, while 58%
of the nursing professionals in our sample reported that almost always it is assumed that the patient being treated is heterosexual, and 9.5% of the nursing professionals always assume that the patient is heterosexual. Also, 18.9% of the LGBT patients participating in the sample report having been victims at some time of discrimination by a health professional because of his/her sexual orientation, while 23% of the nursing professionals in our sample report that they have witnessed situations of discrimination because of sexual orientation. One of the places where this discriminatory situation occurred was in the health services (48.3%).
Conclusions: The results obtained from this research are an important contribution towards intervention and awareness, in terms of non-discrimination because of sexual orientation, of the professionals and the health services, as well as governmental bodies and civil society, especially by clarifying and attesting to some of the attitudes of the health professionals and other intervenient factors in the quality of health care for the LGBT population.
In this way, the fight against prejudice in relation to sexual minorities also guarantees them effective access to the National Health Service and quality health care. This pioneer work in our country thus opens up opportunities for discussion on the quality of LGBT health in Portugal.
In a supposedly democratic society, at the time when “60 years of the Universal Declaration of Human Rights” are commemorated, and even more, with attention focussed on
“10 years of Professional Deonthology” of the portuguese nursing, respect, equality and the guarantee of the rights of minorities is crucial and in particular, the sexual minorities who, alongside other sectors of society, make up an ostracised segment, discriminated against, persecuted, ignored and stigmatized by our society, a society which continues to be strongly discriminatory, heterosexist and heteronormative.
AGRADECIMENTOS ... I
INTRODUÇÃO ...1
1 O PRINCÍPIO DA IGUALDADE ...12
1.1 OPRINCÍPIO DA IGUALDADE EM DEMOCRACIA...13
1.2 OPRINCÍPIO DA IGUALDADE NOS INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS FUNDAMENTAIS EM MATÉRIA DE DIREITOS HUMANOS...18
1.2.1 Instrumentos de Protecção da Organização das Nações Unidas...19
1.2.2 Instrumentos de Protecção do Conselho da Europa ...24
1.2.3 Instrumentos de Protecção da União Europeia...27
1.3 OPRINCÍPIO DA IGUALDADE NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA...36
2 OS DIREITOS HUMANOS E AS MINORIAS SEXUAIS ...47
2.1 OS DIREITOS HUMANOS...48
2.2 OS DIREITOS HUMANOS E AS MINORIAS SEXUAIS...52
2.2.1 Direitos Humanos e Minorias Sexuais – Situação Europeia e Mundial...54
2.2.2 Direitos Humanos e Minorias Sexuais – Situação em Portugal...73
2.3 OS DIREITOS SEXUAIS SÃO DIREITOS HUMANOS...98
2.3.1 A Evolução dos Direitos Sexuais em Portugal ...103
3 A HOMOFOBIA E OS COMPORTAMENTOS PARA A SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBT... ………...120
3.1 AHOMOFOBIA, O HETEROSSEXISMO E O ESTIGMA...121
3.2 OS COMPORTAMENTOS PARA A SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBT...127
3.3 AQUESTÃO PARTICULAR DO HIV/SIDA: DAS ATITUDES SOCIAIS AO ESTIGMA...148
4 A HOMOFOBIA E OS CUIDADOS DE SAÚDE...157
4.1 OLEGADO HISTÓRICO DA HOMOFOBIA...158
4.2 AHOMOFOBIA NOS CUIDADOS DE SAÚDE...166
4.2.1 A Homofobia nos Cuidados de Saúde – Alguns Factos Mundiais...170
4.2.2 A Homofobia nos Cuidados de Saúde – Alguns Factos Portugueses ...173
4.3 ADISCRIMINAÇÃO DO UTENTE LGBT...178
4.3.1 A Discriminação pelo Serviço Nacional de Saúde Português ...179
4.3.2 Estudos Centrados nos Profissionais de Saúde ...189
4.3.3 Estudos Centrados nos Utentes LGBT...197
5 METODOLOGIA ...204
5.1 PLANO DO ESTUDO...205
5.2 QUESTÕES DE INVESTIGAÇÃO...208
5.3 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO ESTUDO...209
5.4 OPÇÕES METODOLÓGICAS...212
5.5 DELIMITAÇÃO DO CAMPO DE ESTUDO E SELECÇÃO DA AMOSTRA...213
5.6 TÉCNICA DE RECOLHA DE DADOS...214
5.7 TRATAMENTO DOS DADOS...217
5.8 ESTUDO PILOTO PRÉVIO...217
6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...219
6.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO 1 ...220
6.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO 2 ...262
6.3 SÍNTESE DOS RESULTADOS DOS QUESTIONÁRIOS 1 E 2...288
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...297
BIBLIOGRAFIA ...306
ESPAÇO VIRTUAL ...369
PÁGINAS DE COLECTIVOS LGBT PORTUGUESES...372
OUTROS SITES DE INTERESSE...373
ANEXOS ...375
ANEXO I-PROTOCOLO DE INVESTIGAÇÃO 1 ...376
ANEXO II-PROTOCOLO DE INVESTIGAÇÃO 2 ...379
ANEXO III-QUESTIONÁRIO 1...382
ANEXO IV–QUESTIONÁRIO 2...391
GRÁFICO 1–DISTRIBUIÇÃO POR SEXO...220
GRÁFICO 2-NACIONALIDADE...222
GRÁFICO 3-ETNIA...222
GRÁFICO 4-RELIGIÃO...223
GRÁFICO 5-ESTADO CIVIL...224
GRÁFICO 6–ORIENTAÇÃO SEXUAL...224
GRÁFICO 7–CONDIÇÃO PERANTE O TRABALHO...226
GRÁFICO 8–PERTURBAÇÕES ALIMENTARES...227
GRÁFICO 9–CONSUMO DE DROGAS...229
GRÁFICO 10–SEXO E CONSUMO DE DROGAS...231
GRÁFICO 11–NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO SOBRE TÉCNICAS DE SEXO SEGURO...233
GRÁFICO 12–PROBLEMA/DISFUNÇÃO SEXUAL...233
GRÁFICO 13–TESTE PARA DETECÇÃO DE DST´S...234
GRÁFICO 14–PENSAMENTOS SUICIDAS E ORIENTAÇÃO SEXUAL...236
GRÁFICO 15–ANSIEDADE E ORIENTAÇÃO SEXUAL...237
GRÁFICO 16–RECURSO A SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL/PSICOTERAPIA...237
GRÁFICO 17–REALIZAÇÃO REGULAR DE MAMOGRAFIA E/OU ECOGRAFIA...240
GRÁFICO 18–ENSINO SOBRE O AUTO-EXAME DA MAMA...241
GRÁFICO 19–REALIZAÇÃO DO EXAME CITOLÓGICO “PAPANICOLAOU” ...241
GRÁFICO 20–ACESSO AOS CUIDADOS DE SAÚDE...242
GRÁFICO 21–PERGUNTAM A ORIENTAÇÃO SEXUAL PARA UM CUIDADO DE SAÚDE MAIS ADEQUADO...246
GRÁFICO 22–REVELAÇÃO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL AO PROFISSIONAL DE SAÚDE...247
GRÁFICO 23–ATITUDE DO PROFISSIONAL DE SAÚDE E SUA INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DOS CUIDADOS.249 GRÁFICO 24–RECORRE SEMPRE AO MESMO PROFISSIONAL DE SAÚDE...251
GRÁFICO 25–ADIOU A PROCURA DE UM PROFISSIONAL DE SAÚDE POR MEDO/RECEIO DE TER DE REVELAR A SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL...251
GRÁFICO 26–VÍTIMA DE DISCRIMINAÇÃO POR PARTE DE ALGUM PROFISSIONAL DE SAÚDE EM RAZÃO DA SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL...252
GRÁFICO 27–INSENSIBILIDADE DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE PARA AS QUESTÕES LGBT...259
GRÁFICO 28–PROFISSIONAL DE SAÚDE E MUDANÇA DE ORIENTAÇÃO SEXUAL...259
GRÁFICO 29-PROFISSIONAIS DE SAÚDE E INCOMPATIBILIDADE PARA A MATERNIDADE/PATERNIDADE LGBT ...260
GRÁFICO 30–PROFISSIONAL LGBTFÓBICO E CUIDADOS DE SAÚDE...260
GRÁFICO 31-SEXO...262
GRÁFICO 32-NACIONALIDADE...263
GRÁFICO 33-ETNIA...264
GRÁFICO 34-RELIGIÃO...265
GRÁFICO 35–ESTADO CIVIL...265
GRÁFICO 36–ORIENTAÇÃO SEXUAL...266
GRÁFICO 37–CONDIÇÃO PERANTE O TRABALHO...267
GRÁFICO 38–ASSISTIU A SITUAÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO EM RAZÃO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL...268
GRÁFICO 39–LOCAL ONDE OCORREU ESSA SITUAÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO...269
GRÁFICO 40–PERGUNTA AO UTENTE A SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL...271
GRÁFICO 41–PERGUNTA A ORIENTAÇÃO SEXUAL ATRAVÉS DUMA QUESTÃO DIRECTA...271
GRÁFICO 42–SENTIMENTO DE CONFORTO E CUIDADOS AO UTENTE LGBT...272
GRÁFICO 43–CONHECIMENTO SOBRE A COMUNIDADE LGBT...273
GRÁFICO 44–INFLUÊNCIA DA RELIGIÃO/VALORES MORAIS NA ACEITAÇÃO DAS PRÁTICAS LGBT...273
GRÁFICO 45–ABORDAGEM DO UTENTE LGBT SOBRE A SUA SEXUALIDADE, PROBLEMA OU DISFUNÇÃO
SEXUAL...274
GRÁFICO 46–SIDA E COMUNIDADE LGBT...276
GRÁFICO 47–NÃO PRESTAVA CUIDADOS DE SAÚDE A UM UTENTE LGBT POR MEDO DE CONTRAIR O HIV/SIDA...277
GRÁFICO 48–UTENTES LGBT E NECESSIDADE DE RECEBEREM CUIDADOS ESPECÍFICOS...278
GRÁFICO 49–FORMAÇÃO ACADÉMICA E QUESTÕES RELACIONADAS COM A ORIENTAÇÃO SEXUAL...279
GRÁFICO 50–NECESSIDADE EM RECEBER FORMAÇÃO ESPECÍFICA NA ÁREA DA SAÚDE LGBT...280
GRÁFICO 51–GOSTAVA DE RECEBER FORMAÇÃO ESPECÍFICA NA ÁREA DA SAÚDE LGBT...280
GRÁFICO 52–CURRÍCULOS ESCOLARES DAS PROFISSÕES DA SAÚDE E MATÉRIAS SOBRE A TEMÁTICA LGBT ...280
GRÁFICO 53–CONSULTA DE BIBLIOGRAFIA SOBRE SAÚDE LGBT...281
Í
NDICE DEQ
UADROSQUADRO 1–IDADE...221
QUADRO 2-DISTRITO DE RESIDÊNCIA ACTUAL...223
QUADRO 3-COM QUEM VIVE...225
QUADRO 4-HABILITAÇÕES LITERÁRIAS...225
QUADRO 5-ESTADO DE SAÚDE ACTUAL...226
QUADRO 6–ACTIVIDADE FÍSICA...227
QUADRO 7-TIPO DE PERTURBAÇÕES ALIMENTARES...228
QUADRO 8–NÚMERO DE CIGARROS FUMADOS POR DIA...229
QUADRO 9-UNIDADES/BEBIDAS DE ÁLCOOL CONSUMIDAS POR SEMANA...230
QUADRO 10–CONSUMO DE ÁLCOOL E PRÁTICA DE SEXO SEGURO...231
QUADRO 11–USO DE PROTECÇÃO DURANTE SEXO COM PENETRAÇÃO...232
QUADRO 12-USO DE PROTECÇÃO DURANTE SEXO ORAL...232
QUADRO 13–TESTES E DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS...234
QUADRO 14–RESULTADO DOS TESTES PARA O HIV/SIDA,HEPATITE B E HEPATITE C...235
QUADRO 15–VACINAÇÃO CONTRA A HEPATITE A E HEPATITE B...235
QUADRO 16–RAZÕES PORQUE RECORREU A SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL/PSICOTERAPIA...238
QUADRO 17–VISITAS À GINECOLOGISTA POR ANO...239
QUADRO 18–TIPO DE INSTITUIÇÕES ONDE PROCURA/RECEBE CUIDADOS DE SAÚDE...243
QUADRO 19–MOTIVOS PELOS QUAIS RECORRE AOS CUIDADOS DE SAÚDE...243
QUADRO 20–FREQUÊNCIA DA PROCURA DE SERVIÇOS DE SAÚDE...244
QUADRO 21–PROFISSIONAIS DE SAÚDE MAIS SOLICITADOS...244
QUADRO 22–PRESUNÇÃO DA HETEROSSEXUALIDADE PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE...245
QUADRO 23–OMISSÃO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL AOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE...246
QUADRO 24–REVELAÇÃO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL A CATEGORIAS ESPECÍFICAS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE...247
QUADRO 25–SENTIMENTO DE CONFORTO E REVELAÇÃO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL...248
QUADRO 26–REVELAÇÃO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL E SENTIMENTO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE...248
QUADRO 27–O QUE O PROFISSIONAL DE SAÚDE FEZ SENTIR AO UTENTE LGBT...249
QUADRO 28–RAZÕES PELAS QUAIS O UTENTE NÃO REVELOU A SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL AO PROFISSIONAL DE SAÚDE...250
QUADRO 29–INSTITUIÇÃO DE SAÚDE ONDE OCORREU A DISCRIMINAÇÃO...253
QUADRO 30–SITUAÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO E PROFISSIONAIS DE SAÚDE...253
QUADRO 31–TIPOS/FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO...254
QUADRO 32–SENTIMENTOS/ACÇÕES APÓS O ACTO DE DISCRIMINAÇÃO...255
QUADRO 33–APRESENTAÇÃO DE PROTESTO/QUEIXA DE FORMA PÚBLICA...255
QUADRO 34 –RAZÕES PORQUE NÃO APRESENTOU QUEIXA PÚBLICA...256
QUADRO 35–COMO LIDOU COM A SITUAÇÃO...256
QUADRO 36–HOSPITALIZAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO...257
QUADRO 37–VISITA DO COMPANHEIRO(A) E DISCRIMINAÇÃO...257
QUADRO 38–IMPEDIDA A VISITA AO COMPANHEIRO(A) HOSPITALIZADO(A) ...258
QUADRO 39–DÁDIVA DE SANGUE E ORIENTAÇÃO SEXUAL...258
QUADRO 40–NÍVEL DE SATISFAÇÃO EM RELAÇÃO AO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE...261
QUADRO 41–IDADE...263
QUADRO 42–DISTRITO DE RESIDÊNCIA ACTUAL...264
QUADRO 43–HABILITAÇÕES LITERÁRIAS...266
QUADRO 44-ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE ONDE TRABALHA...267
QUADRO 45–ÁREA DE INTERVENÇÃO/SERVIÇO...268
QUADRO 46-ATRAVÉS DE QUE FORMA ACONTECEU ESSA DISCRIMINAÇÃO...269
QUADRO 47–FREQUÊNCIA DAS SITUAÇÕES DE DISCRIMINAÇÃO...270
QUADRO 48–HÁ QUANTO TEMPO ACONTECEU...270
QUADRO 49–PRESUNÇÃO DA HETEROSSEXUALIDADE DO UTENTE...270
QUADRO 50–PRESTA REGULARMENTE CUIDADOS A ALGUM UTENTE LGBT...271
QUADRO 51–REVELAÇÃO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL DUMA FORMA DIRECTA...272
QUADRO 52–SENTIU QUE RESPONDEU ADEQUADAMENTE...274
QUADRO 53-COSTUMA PERGUNTAR AO UTENTE LGBT SOBRE AS SUAS PRÁTICAS SEXUAIS NO INTUITO DE ADEQUAR OS CUIDADOS AOS SEUS COMPORTAMENTOS...275
QUADRO 54–PORQUE NÃO COSTUMA PERGUNTAR SOBRE AS SUAS PRÁTICAS SEXUAIS...275
QUADRO 55–SENTIU QUE PODERIAM TER SIDO MELHOR CUIDADOS POR OUTRO COLEGA...277
QUADRO 56–REFERENCIAÇÃO A OUTRO PROFISSIONAL DE SAÚDE COM MAIS EXPERIÊNCIA EM RELAÇÃO À COMUNIDADE LGBT...278
QUADRO 57-FORMAÇÃO ACADÉMICA E GRAU DE PREPARAÇÃO PARA LIDAR COM QUESTÕES RELACIONADAS COM A ORIENTAÇÃO SEXUAL...279
QUADRO 58–OS UTENTES LGBT DEVERIAM TER SERVIÇOS DE SAÚDE PRÓPRIOS...282
QUADRO 59-NÃO CUIDARIA DE UTENTES LGBT...282
QUADRO 60–PREFERIA NÃO RECEBER CUIDADOS DE UM COLEGA LGBT...282
QUADRO 61–TRABALHARIA COM UM COLEGA LGBT...283
QUADRO 62–OS SERVIÇOS DE SAÚDE NÃO DEVERIAM CONTRATAR PROFISSIONAIS LGBT...283
QUADRO 63–PROFISSIONAIS DE SAÚDE E “CURA” PARA A HOMOSSEXUALIDADE/BISSEXUALIDADE...283
QUADRO 64–CASAL DE LÉSBICAS E ACESSO A TÉCNICAS DE PMA...284
QUADRO 65–PESSOAS LGBT E EXCLUSÃO À VISITA HOSPITALAR AO COMPANHEIRO(A) INTERNADO(A) E A TOMAREM DECISÕES, POR NÃO SEREM CONSIDERADOS “FAMÍLIA” ...284
QUADRO 66–QUALIDADE DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE E CUIDADOS DE SAÚDE AOS UTENTES LGBT ...285
QUADRO 67–NÍVEIS DE HOMOFOBIA VERSUS NÍVEIS DE ATITUDE POSITIVA...287
P
RINCIPAISA
BREVIATURASU
TILIZADASAEIOT - Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos AI – Amnistia Internacional
AIDS - Acquired Immune Deficiency Syndrome APB - Associação Portuguesa de Bioética APF - Associação para o Planeamento da Família art. – artigo
art.s – artigos
BE – Bloco de Esquerda
CDFUE – Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia CDH - Comissão de Direitos Humanos
CDS/PP – Partido do Centro Democrático e Social/Partido Popular CE – Comunidade Europeia
CEDH – Convenção Europeia dos Direitos Humanos CEE – Comunidade Económica Europeia
CEP – Conferência Episcopal Portuguesa Cf. – confronte, compare
CID – Classificação Internacional de Doenças
CIPD - Conferência Internacional de População e Desenvolvimento CNECV - Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida Coord. - Coordenação
CRP – Constituição da República Portuguesa CSE(R) – Carta Social Europeia (Revista) DGS – Direcção Geral de Saúde
DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis
DUDH – Declaração Universal dos Direitos do Homem Ed. – Edição
Eds. – Editores
EUA – Estados Unidos da América et al. – et alli
GTH – Grupo de Trabalho Homossexual HIV – Human Imunodeficient Virus
HPV – Human Papiloma Virus
ICD – International Classification of Diseases and Related Health Problems IDS - Instituto de Desenvolvimento Social
ILGA – International Lesbian and Gay Association IPPF - International Planned Parenthood Federation IPS – Instituto Português de Sangue
ISNA - Intersex Society of North America
ISPA – Instituto Superior de Psicologia Aplicada LGB – Lésbicas, Gays e Bissexuais
LGBT – Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros n.º - número
OCI - Organização das Conferências Islâmicas OIT – Organização Internacional do Trabalho OMS – Organização Mundial de Saúde ONG – Organizações Não Governamentais ONU – Organização das Nações Unidas Org. – Organizador
O. S. – Orientação Sexual
OSCE – Organização para a Segurança e Cooperação na Europa p. – página
PCP – Partido Comunista Português
PIDCP – Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos
PIDESC – Pacto Internacional sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais PMA – Procriação Medicamente Assistida
PNR –PartidoNacionalRenovador PNS –PlanoNacionaldeSaúde pp. - páginas
PS – Partido Socialista
PSD – Partido Social-Democrata
PSR – Partido Socialista Revolucionário RMA - Reprodução Medicamente Assistida s. d. – sem data
SIDA – Síndroma de Imunodeficiência Adquirida SPSS – Statistical Package for the Social Sciences
SNS – Serviço Nacional de Saúde ss – seguintes
TEDH - Tribunal Europeu de Direitos Humanos UE – União Europeia
UNESCO – United Nations for Education Science and Cultural Organization URL –Uniform Resource Locator
v. - versus Vid. – vide vol. – volume
WAS - World Association for Sexual Health WHO – World Health Organization
MODO DE CITAR
Na primeira citação as obras são referidas com a identificação completa, tal como consta da Bibliografia final.
Nas citações seguintes apenas se indicam o autor e a data de publicação da obra.
A data referida em cada citação é a da edição utilizada, indicando-se, sempre que possível, a data da primeira edição.
I
NTRODUÇÃOConsiderando os Direitos Humanos e toda a legislação europeia anti- discriminatória, e apelando especialmente para o artigo 13.º (o princípio da igualdade) da Constituição da República Portuguesa (CRP) e para o artigo 11.º (referente aos princípios da não-discriminação e da não estigmatização) da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), propomos desenvolver uma investigação cuja temática incide sobre a “Heteronormatividade no Contexto dos Cuidados de Saúde - Atitudes dos Profissionais de Enfermagem em Razão da Orientação Sexual do Utente”1.
A luta contra a discriminação em relação à comunidade LGBT2 (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros) em Portugal, passa por garantir o acesso efectivo da mesma ao SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE (SNS) e a cuidados de saúde de qualidade.
Contrariamente ao que acontece, de momento, em Portugal, tem-se assistido nalgumas sociedades ocidentais, em particular nos Estados Unidos da América (EUA) e
1 Dissertação apresentada pelo mestrando Pedro Manuel Pereira Quintas à Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, para a otenção do grau de Mestre em Bioética.
2 “LGBT” é a sigla de “Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros”. Embora refira apenas quatro, é utilizada para identificar todas as orientações sexuais e identidades de género minoritárias. Inicialmente o termo mais comum era “GLBT”, mas cada vez mais usa-se a versão
“LGBT” com a intenção de reforçar a dupla discriminação de que são alvo muitas mulheres homossexuais (por serem mulheres e por serem homossexuais). Esta sigla continua a não ser pacífica, traduzindo algumas tensões dentro do próprio activismo LGBT, nomeadamente entre as quatro categorias identitárias contempladas e aquelas que permanecem excluídas. Por esta razão, há ainda quem utilize a sigla “LGBTI”, incluindo desta feita as pessoas que se identificam como intersexuais, ou ainda, “LGBTQ” ou “GLBTQ”, em que o “Q” se refere a queer. Outra sigla comum é “LGBTQS”, em que o “S” se refere a heterossexuais que ajudem ou simpatizem com o movimento LGBT. O “S” de simpatizantes pode ainda ser substituído pelo “A” de aliados. Em Espanha, utiliza-se a sigla “LGTB”, por se considerar a bissexualidade como a identidade com menor expressividade dentro do movimentoLGBT. Também já se utilizou a sigla “GLS” (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), sendo esta variante ainda muito utilizada no Brasil. Acresce ainda dizer que muitos activistas e teóricos utilizam estas siglas de forma indiferenciada, desconhecendo, subvertendo ou recusando as diferenças simbólicas que estão subjacentes à sua constituição. No decurso deste trabalho utilizaremos, invariavelmente, as palavras gay para designar a homossexualidade masculina, e lésbica para designar a homossexualidade feminina.
Vid, na matéria, SANTOS, Ana Cristina (2006a), “Estudos Queer: Identidades, Contextos e Acção Colectiva”, in Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 76, p. 9, nota 9.
na Inglaterra, a uma proliferação de estudos sobre sexualidade e, em particular, sobre a temática LGBT. Em Portugal, a temática LGBT começa a interessar a um cada vez maior número de pessoas: desde cientistas sociais3 aos de direito4, passando por médicos e psicólogos5, até aos profissionais da comunicação social6 e do campo das letras7.
3 Vid, na matéria, AZEVEDO DOS SANTOS, Ezequiel (2000), Homofobia Internalizada e Qualidade de Vida, Lisboa: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Dissertação de Mestrado em Sexologia (Luísa Lima, Orientadora); CASCAIS, António Fernando (2004),
“Um Nome Que Seja Seu: Dos Estudos Gays e Lésbicos à Teoria Queer”, in Indisciplinar a Teoria – Estudos Gays, Lésbicos e Queer, (CASCAIS, António Fernando, Org.), Lisboa: Fenda Edições, pp. 21-89; CASCAIS, António Fernando (2006), “Diferentes Como Só Nós – O Associativismo GLBT Português em Três Andamentos”, in Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 76, pp. 109-126; GAMEIRO, Octávio J. C. (1998), Do Acto à Identidade: Orientação Sexual e Estruturação Social, Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Tese de Mestrado em Ciências Sociais, Especialização em Práticas e Representações Sociais, (Dr. José Manuel Sobral, Orientador); MENESES, Inês (1998), Espaços Públicos, Vidas Privadas:
Identidades Gay em Lisboa, Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Tese de Mestrado, Especialização em Famílias: Olhares Interdisciplinares (Dr. João de Pina Cabral, Orientador); MENESES, Inês (2000), “Intimidade, Norma e Diferença: A Modernidade Gay em Lisboa”, in Revista Análise Social, vol. 34, n.º 153, Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, pp. 933-955; MOZ, Margarida (2001), Uma Lisboa Diferente: Leitura Antropológica da Relação Entre a Associação Ilga-Portugal e a Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Dissertação de Mestrado em Antropologia: Poder e Diferenciação – Processos Contemporâneos, (Miguel Vale de Almeida, Orientador); OLIVEIRA, Sónia (2002), Famílias de Homossexuais, Lisboa: Universidade Aberta, Dissertação de Mestrado em Estudos Sobre as Mulheres (Maria das Dores H. Guerreiro, Orientadora); SANTOS, Ana Cristina e FONTES, Fernando (1999), Descobrindo o Arco-íris: Identidades Homossexuais em Portugal, Coimbra: Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Dissertação de Licenciatura em Sociologia do Poder e da Política (Boaventura de Sousa Santos, Orientador); SANTOS, Ana Cristina (2004a), “Direitos Humanos e Minorias Sexuais em Portugal: O Jurídico ao Serviço de Um Novo Movimento Social”, in Indisciplinar a Teoria – Estudos Gays, Lésbicos e Queer, (Cascais, António Fernando, Org.), Lisboa: Fenda Edições, pp. 143-182; SANTOS, Ana Cristina (2005a), A Lei do Desejo – Direitos Humanos e Minorias Sexuais em Portugal, Porto: Edições Afrontamento – Centro de Estudos Sociais; SANTOS, Ana Cristina (2006b), “Entre a Academia e o Activismo:
Sociologia, Estudos Queer e Movimento LGBT em Portugal”, in Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 76, pp. 91-108; VALE DE ALMEIDA, Miguel (1995), Senhores de Si – Uma Interpretação Antropológica da Masculinidade, Lisboa: Fim de Século Edições; VALE DE
ALMEIDA, Miguel (2004), “A Teoria Queer e a Contestação da Categoria Género”, in Indisciplinar a Teoria – Estudos Gays, Lésbicos e Queer, (Cascais, António Fernando, Org.), Lisboa: Fenda Edições, pp. 91-98; VALE DE ALMEIDA, Miguel (2006), “O Casamento Entre Pessoas do Mesmo Sexo – Sobre Gentes Remotas e Estranhas Numa Sociedade Decente”, in Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 76, pp. 17-32, e ainda, VIEIRA, Paulo Jorge (2005), Aeminiumqueer: Cidade e Homossexualidades – Percepção e Sociabilidade, Coimbra: Instituto de Estudos Geográficos, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Dissertação de Licenciatura em Geografia, (Dr.ª Fernanda Delgado Cravidão, Orientadora).
4 Vid, na matéria, ARAÚJO, António de (2005), Crimes Sexuais Contra Menores – Entre o Direito Penal e a Constituição, Coimbra: Coimbra Editora; BELEZA, Teresa Pizarro (2003),
“Sexualidade e Lei: A Liberdade Sexual e os Seus Limites”, in A Sexologia – Perspectiva Multidisciplinar I, (Fonseca, Lígia; Soares, Catarina e Machado Vaz, Júlio, Coord.), Coimbra:
Quarteto Editora, pp. 185-191, e ainda, DUARTE, Maria Luísa (2005), “O Estatuto de Cidadão da União e a (Não) Discriminação em Razão da Orientação Sexual”, in Estudos em Memória do
Professor Doutor António Marques dos Santos, (Miranda, Jorge; Pinheiro, Luís de Lima e Vicente, Dário Moura, Coord.), Coimbra: Edições Almedina, pp. 361-389.
5 Vid, na matéria, ALBUQUERQUE, Afonso de (2003), “A Homossexualidade”, in A Sexologia – Perspectiva Multidisciplinar I, (Fonseca, Lígia; Soares, Catarina e Machado Vaz, Júlio, Coord.), Coimbra: Quarteto Editora, pp. 359-382; ALBUQUERQUE, Afonso de (2006), Minorias Eróticas e Agressores Sexuais, Lisboa: Publicações Dom Quixote; BRANDÃO, Ana Maria (2007), E Se Tu Fosses Um Rapaz? – Homoerotismo Feminino e Construção Social da Identidade, Braga: Universidade do Minho, Tese de Doutoramento em Sociologia, Ramo de Teorias e Metodologias Fundamentais (Professor Doutor Alberto Gonçalves, Orientador);
CARMO MARQUES, Maria do (2005), Género e Homossexualidade Feminina em Contexto Escolar, Porto: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, Tese de Mestrado em Ciências da Educação na Área de Especialização de Educação, Género e Cidadania; CARNEIRO, Nuno e MENEZES, Isabel (2004), “Paisagens, Caminhos e Pedras:
Identidade Homossexual e Participação Política”, in Indisciplinar a Teoria – Estudos Gays, Lésbicos e Queer, (Cascais, António Fernando, Org.), Lisboa: Fenda Edições, pp. 117-138;
CARNEIRO, Nuno e MENEZES, Isabel (2006), “Do Anel à Aliança: Sentido dos Iguais e Emancipação Pessoal na Psicologia das Sexualidades”, in Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 76, pp. 73-90; CARNEIRO, Nuno (2007), Ser, Pertencer e Participar: Construção de Identidade Homossexual, Redes de Apoio e Participação Comunitária, Porto: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, Tese de Doutoramento no Ramo de Psicologia, (Isabel M. A. M. Figueiredo, Orientadora); JUSTINO, I. (2001), Estudo Comparativo do Desejo de Um Filho em Homens Homossexuais e Heterossexuais, Lisboa:
Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Monografia de Licenciatura em Psicologia (Nuno Nodin, Orientador); LEAL, Isabel (2004), “Parentalidades - Questões de Género e Orientação Sexual”, in Indisciplinar a Teoria – Estudos Gays, Lésbicos e Queer, (Cascais, António Fernando, Org.), Lisboa: Fenda Edições, pp. 215-243; LOUREIRO, Marta Assis (1999), (Re)Pensar a Família, Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Monografia de Licenciatura em Psicologia (Isabel Leal, Orientadora); MADEIRA, Rosa (1999), Mudança de Identidade/Transexualismo, Coimbra: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Dissertação de Mestrado em Medicina Legal; MOITA, Gabriela (2001), Discursos Sobre a Homossexualidade no Contexto Clínico: A Homossexualidade de Dois Lados do Espelho, Porto: Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto, Dissertação de Doutoramento em Ciências Biomédicas, (Júlio Machado Vaz e Félix López Sanchéz, Orientadores); MOITA, Gabriela (2003), “Essências e Diferenças: Minorias Sexuais ou Sexualidades (Im)Possíveis?”, in A Sexologia – Perspectiva Multidisciplinar II, (Fonseca, Lígia;
Soares, Catarina e Machado Vaz, Júlio , Coord.), Coimbra: Quarteto Editora, pp. 93-115;
MOITA, Gabriela (2006), “A Patologia da Diversidade Sexual: Homofobia no Discurso dos Clínicos”, in Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 76, pp. 53-72; PECHORRO, Pedro e VIEIRA, Rui (2004), “Avaliação Psicológica de Um Grupo de Transexuais Com Indicação para Cirurgia de Reatribuição de Sexo - Estudo Preliminar”, in Revista da Faculdade de Medicina de Lisboa, série III, vol. 9, suplemento 1, Lisboa: Edição da Faculdade de Medicina de Lisboa, pp. 77-84;
PEREIRA, Henrique (2001), A Homofobia Internalizada e os Comportamentos para a Saúde numa Amostra de Homens Homossexuais, Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Tese de Mestrado em Psicologia da Saúde (Isabel Leal, Orientadora); PEREIRA, Henrique (2004), “A Psicoterapia Afirmativa”, in Indisciplinar a Teoria – Estudos Gays, Lésbicos e Queer, (Cascais, António Fernando, Org.), Lisboa: Fenda Edições, pp. 261-267; PINTO, T.
(2000), O Desejo de Um Filho em Homossexuais Masculinos e Femininos, Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Monografia de Licenciatura (Isabel Leal, Orientadora);
SILVEIRA NUNES, J. (2003), “Perturbações da Identidade de Género”, in A Sexologia – Perspectiva Multidisciplinar I, (Fonseca, Lígia; Soares, Catarina e Machado Vaz, Júlio, Coord.), Coimbra: Quarteto Editora, pp. 383-420; e ainda, VIEIRA, Rui M. X. (2003),
“Transexualismo: Da Clínica ao Diagnóstico”, in Revista da Faculdade de Medicina de Lisboa, série III, vol. 8, suplemento 3, Lisboa: Edição da Faculdade de Medicina de Lisboa, pp. 123- 129.