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(1)UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE MESTRADO EM LETRAS. JÚLIA PACHECO RINALDI. HARRY POTTER ENTRE O ESPELHO LITERÁRIO E O CINEMATOGRÁFICO. São Paulo 2017.

(2) JÚLIA PACHECO RINALDI. HARRY POTTER ENTRE O ESPELHO LITERÁRIO E O CINEMATOGRÁFICO. São Paulo 2017 2.

(3) UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE MESTRADO EM LETRAS. JÚLIA PACHECO RINALDI. HARRY POTTER ENTRE O ESPELHO LITERÁRIO E O CINEMATOGRÁFICO. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, para obtenção de título de Mestre em Letras.. Orientador: Prof. Dr. Alexandre Huady Torres Guimarães. São Paulo 2017 3.

(4) R578h. Rinaldi, Júlia Pacheco. Harry Potter entre o espelho literário e o cinematográfico / Júlia Pacheco Rinaldi – São Paulo, 2017. 159 f. : il. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado em Letras) Presbiteriana Mackenzie, 2017. Referência bibliográfica: p. 142-147.. -. Universidade. 1. Harry Potter. 2. Tradução intersemiótica. Literatura infanto-juvenil. 4. Cinema. Título.. 3.. CDD 809.89282. 4.

(5) JÚLIA PACHECO RINALDI. HARRY POTTER ENTRE O ESPELHO LITERÁRIO E O CINEMATOGRÁFICO. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, para obtenção de título de Mestre em Letras.. Banca Examinadora. ___________________________________________ Profa. Dra. Regina Helena Pires de Brito Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) ___________________________________________ Prof. Dr. Marlon Luiz Clasen Muraro Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) ___________________________________________ Profa. Dra. Tatiana Cabral Couto Centro Universitário SENAC. 5.

(6) Para uma mente bem estruturada, a morte é apenas uma aventura seguinte... disse J. K. Rowling, a autora que nos inspirou a realizar este trabalho. Professor Alê (porque “senhor”, nunca!) foi se aventurar, deixando seus monstrinhos (orientandos) órfãos, mas com parte de sua sabedoria para espalhar e para fazer do mundo um lugar melhor. Que seus novos mundos mágicos sejam repletos de montanhas-russas e #traçosdebeleza.... 6.

(7) JÚLIA PACHECO RINALDI. HARRY POTTER ENTRE O ESPELHO LITERÁRIO E O CINEMATOGRÁFICO. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, para obtenção de título de Mestre em Letras.. Banca Examinadora. ___________________________________________ Prof.Dr. Alexandre Huady Torres Guimarães- Orientador Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) ___________________________________________ Prof. Dr. Marlon Luiz Clasen Muraro Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) ___________________________________________ Profa. Dra. Tatiana Cabral Couto Centro Universitário SENAC. 7.

(8) Ao Lucca, que possa se aventurar em muitos mundos mágicos.. 8.

(9) AGRADECIMENTOS. No filme Harry Potter e a Ordem da Fênix, após o protagonista enfrentar seu maior inimigo, ainda restam medos para derrotá-lo futuramente. Apesar disso, ele reflete: “Apesar de termos uma batalha pela frente, temos algo que Voldemort não tem: algo pelo qual vale a pena lutar.”, referindo-se à família e aos amigos. A minha luta seria por todos os que me despertam a gratidão. Aos meus pais, Priscila e Celso, por me apoiarem e fornecerem tudo o que eu preciso. Vocês não medem esforços para me ver feliz e eu espero algum dia poder retribuí-los. Queria que vocês fossem eternos... Ao Duds, por todo carinho, apoio e incentivo no meio acadêmico, profissional e pessoal. Que a força esteja sempre com você (e conosco)... À minha irmã, Bárbara, e meu cunhado, Alexandre, que tantas vezes imergiram-se junto a mim em vários mundos mágicos e que também me deram um dos melhores presentes: a oportunidade de reviver a infância com o Lucca... À minha vó Lúcia, por todos os almoços e tardes gostosas que passamos nestes últimos anos e que me fazem tão bem... À minha vó Zezé, que hoje me acompanha de outro lugar, mas que sempre estará comigo onde eu for... Tatah e Kat, vocês são presentes lindos que o Mackenzie me deu, me apoiaram de forma surpreendente nesse percurso. Obrigada! À Jubs e Carol, companheiras que me ajudam a alcançar todas as metas... À Tati, Regiane, Sarah e Jéssica, pelo apoio desde o final da graduação... À Mari, Tales, Fê e todo o pessoal do mestrado, pelas incansáveis horas de compartilhamento de angústias, medos, vontades e conquistas... Aos membros de minha banca, professora Regina Helena Pires de Brito, professor Marlon Luiz Clasen Muraro e professora Tatiana Cabral Couto pela delicadeza em transmitir seus conselhos para um trabalho mais satisfatório. Por fim, ao meu orientador, professor Alexandre Huady, por ter aceitado, novamente, esta parceria que percorre mundos mágicos. 9.

(10) O espírito sem limites é o maior tesouro do homem. J. K. Rowling 10.

(11) Resumo. O presente trabalho, centrado na área de pesquisa Língua, literatura e sociedade: discurso na comunicação, discurso religioso, discurso pedagógico, discurso político; tem como objeto de estudo a obra literária e a obra cinematográfica Harry Potter e a Ordem da Fênix, quinto volume da narrativa inicializada pela autora inglesa J.K. Rowling a partir da década de 1990 e que foi adaptada para o cinema a partir dos anos 2000. Para a realização da pesquisa foi selecionado um fragmento da obra literária, presente especificadamente no quinto volume da série, intitulado Harry Potter e a Ordem da Fênix, em que o jovem Harry tem que duelar contra o seu principal inimigo dentro de seu próprio corpo. Esta passagem possibilita compreender que a personagem passa por uma crise de identidade: Harry Potter recebeu quando bebê alguns poderes mágicos de seu inimigo quando este tentou matá-lo, e ao passar a conviver repentinamente com uma mistura de sentimentos bons (amor, amizade, coragem) e ruins (raiva, medo, insegurança) que oscilam rapidamente, acredita que Voldemort exerce de algum modo um controle sobre si. Harry Potter acredita que está pendendo para o mal, assim como aconteceu com seu inimigo, mas sabe que deve lutar para derrotar Voldemort e os Comensais da Morte e reestabelecer a paz no mundo bruxo. Desta forma, abordar-se-á também este momento no filme (intitulado pelo mesmo nome) buscando entender como a essência do fragmento literário foi transposta para linguagem audiovisual, utilizando, como base teórica principal, a Tradução Intersemiótica de Julio Plaza.. Palavras-chave: Harry Potter, Tradução Intersemiótica, Literatura infanto-juvenil, cinema.. 11.

(12) Abstract. This development work focused on the research areas Language, Literature and Society: speech communication, religious discourse, pedagogical discourse, political discourse; has as its object of study the literary and cinematographic work Harry Potter and the Order of the Phoenix, the fifth volume of the narrative initialized by the British author J. K. Rowling from the 1990s and adapted for the cinema from the 2000s. To the research, it was selected a piece from the literary work, this specifically in the fifth volume of the series, entitled Harry Potter and the Order of the Phoenix, where the young Harry Potter has fight against your main enemy inside your own body. This passage makes it possible to understand that the character goes through an identity crisis: Harry Potter received when baby some magical powers from his enemy when he tried to kill him, and he suddenly lives with a mixture of good feelings (love, friendship, courage) and bad feelings (anger, fear, insecurity) that oscillates fast, and he believes that Voldemort, somehow, exerts control over them. Harry Potter believes he is leaning toward evil, as well as with your enemy, but knows he must fight to defeat Voldemort and the Death Eaters and restore peace in the wizarding world. In this way, it will be addressed also this point in the film (entitled by the same name) trying to understand how the essence of the literary fragment was transposed into the visual language, using as the main theoretical basis, the translation Intersemiotic by Julio Plaza.. Keywords: Harry Potter, Intersemiotic translation, children's literature, cinema.. 12.

(13) SUMÁRIO. 1.. 2.. 3.. O menino que sobreviveu (Introdução). 14. EXPRESSO DE HOGWARTS. 21. 1.1 Harry Potter no mercado literário Infanto-juvenil. 22. 1.2 Harry Potter no mercado literário BestSeller. 33. 1.3 Capas da Ordem da Fênix. 41. 1.4 A saga literária de Harry Potter. 49. PENSEIRA. 60. 2.1 O feitiço do cinema. 61. 2.2 Harry Potter no mercado cinematográfico. 73. 2.3 A Ordem da Fênix no mercado cinematográfico. 84. 2.4 Pôsteres da Ordem da Fênix. 86. TRANSFIGURAÇÃO. 93. 3.1 A magia. 94. 3.2 Um espelho literário no Largo Grimmauld, 12. 106. 3.3 Um espelho audiovisual no Largo Grimmauld, 12. 109. 3.4 Dentro do reflexo literário. 118. 3.5 Dentro do reflexo audiovisual. 123. Lumus (Considerações Finais). 132. Chapéu Seletor (Referências Bibliográficas). 141. Mapa do Maroto (Glossário). 148. Apêndice. 153. 13.

(14) O MENINO QUE SOBREVIVEU - Introdução. [...] Sua mãozinha agarrou a carta ao lado mas ele continuou a dormir, sem saber que era especial, sem saber que era famoso, sem saber que iria acordar dentro de poucas horas com o grito da Sra. Dursley ao abrir a porta da frente para pôr as garrafas de leite do lado de fora, nem que passaria as próximas semanas levando cutucadas e beliscões do primo Duda... ele não podia saber que, neste mesmo instante, havia pessoas se reunindo em segredo em todo o país que erguiam os copos e diziam com vozes abafadas: - A Harry Potter: o menino que sobreviveu! (ROWLING, 1997, p. 20). 14.

(15) O Menino Que Sobreviveu. Joanne Kathleen Rowling, ou J. K. Rowling, conforme assina suas obras; publicou o primeiro livro da série, Harry Potter e a Pedra Filosofal, em 1997. Tentou publicar a história do menino bruxo em doze editoras que recusaram o primeiro livro por afirmarem que, se publicado, seria um fracasso de vendas. Quando a editora Bloomsbury aceitou, lançou a primeira edição que foi considerada bastante pequena para os padrões de literatura vendida na Inglaterra, cerca de 500 exemplares. O livro popularizou-se e tornou-se um dos mais vendidos na época, o que contribuiu para que o sucesso da saga continuasse com o lançamento dos volumes seguintes em 1998, 1999 e no ano 2000. Mesmo depois do anúncio da adaptação para o cinema, a série literária foi continuada, tendo lançamento dos volumes seguintes em 2003, 2005 e 2007. Em 1999, Rowling vendeu os direitos para filmar o primeiro livro da série para a Warner Bros. Houve especulações sobre o formato que a série deveria ter ao ser adaptada para o cinema. A princípio seria em animação, porém em decisão conjunta com a escritora e produtores, escolheram um filme com atores e atrizes reais, apesar dos desafios que foram colocados no papel em vista aos diversos cenários, espaços e criaturas que deveriam ser apresentadas com a ajuda de efeitos especiais. O diretor Chris Columbus foi o escolhido para levar a história de Harry Potter aos cinemas, e dirigiu os dois primeiros longas, que foram lançados, respectivamente, em 2001 e 2002. Ainda em 2001, J. K. Rowling publicou outros dois livros que não fazem parte da sequencia da série, mas que são pertencentes ao mesmo universo relatado de Harry Potter. Os livros, Quadribol Através dos Séculos e Animais Fantásticos e Onde Habitam foram escritos em formato de livro didático: o primeiro traça uma leitura linear da história do Quadribol, esporte praticado pelos bruxos, e o segundo é montado como uma enciclopédia sobre os animais e criaturas mágicas desenvolvido por um bruxo estudioso. Em julho de 2007 o sétimo e último livro da série foi publicado. Este, quando adaptado para o cinema, foi dividido em duas partes, lançadas respectivamente em 15.

(16) 2010 e 2011. Com o lançamento do último volume da saga, J. K. Rowling publicou um livro de contos chamado Os Contos de Beedle, o Bardo, mencionado em Harry Potter e as Relíquias da Morte como um livro destinado às crianças do universo bruxo. No ano 2008, a Warner Bros. Entertainment Inc. e a Universal Orlando Resort anunciaram em parceria a construção de um mundo dentro do parque temático Universal’s Island of Adventure, que formou o chamado The Wizarding World of Harry Potter – Hogsmeade, o qual foi inaugurado em 2010 e que reproduz o vilarejo próximo à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, também construído no local. Com a repercussão da inauguração e com o grande número de visitantes que o parque recebe, em 2014 houve uma ampliação do mundo de Harry Potter no complexo da Flórida, desta vez no segundo parque, o Universal Studios Flórida, e que deu origem ao The Wizarding World of Harry Potter – Diagon Alley, uma reprodução do centro de compras frequentado pelos bruxos no mundo mágico descrito nos livros e que também aparece nos filmes. Hoje, além dos dois mundos localizados nos parques da Flórida, há também um mundo no parque da Universal Studios de Tokyo, no Japão, e em Los Angeles, Califórnia também nos Estados Unidos. Além disso, os Estúdios Leavesden em Londres, local de filmagem de grande parte dos filmes de Harry Potter, abriram suas portas para o público, expondo figurinos, permitindo que os visitantes percorram os cenários e tenham contato com o que era feito atrás das câmeras. Em 2009, com a afirmação da autora de que não publicaria mais livros da série, Rowling lançou o site interativo Pottermore, contendo, inclusive, conteúdos inéditos sobre personagens da série. Pottermore funcionou, de início, como uma espécie de jogo online que fazia a reconstrução dos passos do protagonista pelos livros. Tudo era salvo a partir de uma conta individual. Com esta, o usuário era selecionado para uma casa de Hogwarts e acumulava pontos no decorrer em que avançava nos episódios. Hoje Pottermore tem um caráter de plataforma de conteúdos e narrativas especiais inéditas sobre o mundo mágico criado por Rowling. Em 2015, a autora anunciou que faria uma oitava história de Harry Potter junto a dois roteiristas para que esta fosse lançada em forma de peça de teatro em Londres. 16.

(17) Já em 2016, ainda com muitos rumores sobre o enredo da peça, a autora anunciou que o roteiro seria publicado em forma de livro para todo o mundo. Em 31 de julho do mesmo ano, data de aniversário da autora e de seu protagonista fictício, Harry Potter and the Cursed Child (Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, traduzido pela editora brasileira responsável pela versão em português da série) estreou nos palcos londrinos e foi publicado. Os livros de Harry Potter foram traduzidos para 78 idiomas e são distribuídos por vários países do mundo. J. K. Rowling trabalha atualmente com conteúdos que são disponibilizados no Pottermore e também na continuação do roteiro para a adaptação para o cinema do livro publicado em 2001, Animais Fantásticos e Onde Habitam, que se transformará em cinco filmes ambientados no mesmo mundo mágico, tendo o primeiro estreado em novembro de 2016 1. Do ponto de vista do temático, Harry Potter aborda a questão da jornada do herói: não há a presença apenas de uma, mas de várias figuras heroicas que podem ser aproximadas aos heróis clássicos, mas também há uma fusão de temas contemporâneos, modernos, como a crise de identidade, o amadurecimento, a passagem para a vida adulta. O objetivo geral desta pesquisa visa compreender formas distintas de manifestações (literatura e cinema) de uma mesma narrativa e como esta trata as questões temáticas principais e sua relação com o público leitor e espectador. Para isso, o fragmento será apresentado em sua vertente literária (proveniente do livro) e em sua vertente audiovisual (da cena pertencente ao filme que adapta o momento literário). A passagem literária e o fragmento cinematográfico que a adapta são um exemplo, um recorte da manifestação dos temas de Harry Potter e que podem exemplificar como a saga acompanha o seu público leitor/espectador principal: os jovens em idade de formação. A referência principal para a produção desta pesquisa será buscada a partir das contribuições de Julio Plaza acerca da tradução intersemiótica, uma vez que a passagem entre as mídias a serem estudadas consiste na tradução entre linguagens distintas. 1. Uma linha do tempo demarcando os grandes acontecimentos da saga Harry Potter encontra-se em Apêndice neste trabalho acadêmico. 17.

(18) Releva-se a importância deste trabalho visando à importância cultural que as duas formas midiáticas exercem no mundo. A literatura e o cinema são duas manifestações de escrita, dois meios de comunicação que abordam linguagens diferentes e que sofreram transformações ao longo dos anos, e são muito presentes tanto como forma de apropriação cultural quanto como forma de entretenimento, não apenas no contexto brasileiro, mas também no mundial. Também justifica-se o fato da importância cultural do objeto de estudo, a saga Harry Potter, em vista a sua popularidade e recorrência até os dias de hoje: mesmo após o lançamento do último volume da série em 2007 e do último filme em 2011, ainda há procura pelo tema na internet, redes sociais e também nas livrarias e espectadores por programas de assinatura online para exibição de filmes e séries (tais como a rede Netflix). Além disso, a saga possibilita a geração de novos produtos e também a adaptação para outros meios. Assim, esta pesquisa poderá contribuir com os estudos destes temas recorrentes, bem como poderá apontar novas possibilidades de estudo para a série Harry Potter (uma vez que ainda é tratada com certo preconceito por seu conteúdo literário ser considerado inadequado por alguns estudiosos – por ser considerado um Bestseller) e também por apresentar uma vertente nos estudos de processos de adaptação entre literatura e cinema, ampliando, assim, um novo estudo de comparação temática, sintática, semântica e interdisciplinar que contribuirá para a área de Letras em conjunto com as demais áreas. O primeiro capítulo deste trabalho intitula-se por Expresso de Hogwarts, meio de transporte da narrativa de J. K. Rowling que leva os estudantes para Hogwarts, assim sendo, uma porta de entrada para o mundo mágico. Nesta primeira parte trataremos Harry Potter enquanto obra literária e produto mercadológico e abordaremos em duas vertentes: literatura infanto-juvenil (em vista o conteúdo e o estilo que compõem a narrativa) e literatura Best-seller (por atender a regra que visa à alta produção para atender o consumo massificado). O capítulo trará, também, um breve estudo das capas dos livros do quinto volume, de onde o fragmento escolhido foi selecionado em suas edições precursoras americanas, publicada pela editora Scholastic, cuja mesma capa foi atribuída para a edição brasileira pela editora Rocco e com arte e ilustrações originais de Mary GrandPré e também de sua edição 18.

(19) britânica, publicada pela editora Bloomsbur com arte e ilustrações por Jason Cockcroft. Tal análise das capas foi realizada com a finalidade de identificar pontos relevantes que pudessem gerar alguma contribuição para a interpretação da parte final deste trabalho. O segundo capítulo tem por título a palavra Penseira, objeto mágico presente na narrativa de Rowling que funciona como um modo de reviver memórias do passado, mas sem alterá-las. O bruxo que utiliza a Penseira “assiste” a essas lembranças, como a um filme. Por esse motivo, essa segunda parte do trabalho também tratará de Harry Potter, porém enquanto obra fílmica e produto cinematográfico. Será traçado um histórico sobre o percurso do cinema, levando em consideração a necessidade do homem em fazer registros e colocar imagens em movimento desde os seus primórdios. Assim como na primeira parte, foi realizado estudo acerca das capas dos livros de Harry Potter e a Ordem da Fênix, aqui será também apresentado um breve estudo dos pôsteres do filme que o adapta, com a finalidade de gerar novas possibilidades de interpretações que pudessem ser acrescentadas ao final do trabalho. O terceiro capítulo intitula-se Transfiguração, disciplina escolar da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts que ensina a transformar objetos em outros. O conteúdo dessa terceira parte levanta questões sobre o processo de adaptação entre mídias distintas, ou seja, o processo de tradução intersemiótica, fundamentadas pelas contribuições de Julio Plaza, entre o fragmento escolhido e sua adaptação para o cinema, logo, compreenderemos sobre a transformação de um objeto (literatura) em outro (cinema). Para isso serão apresentadas duas análises, a do fragmento literário e a cena fílmica para, então, termos clareza para compreender o que ocorreu nessa passagem. Observaremos questões de transposição de tensões, da emoção, das temáticas existentes naquele momento da narrativa e que envolvem a saga Harry Potter de modo geral. Esta dissertação encerra-se com um capítulo conclusivo que tem por título Lumus, feitiço do mundo de Harry Potter que acende uma luz e que, simbolicamente, ilumina um novo conhecimento com o resultado desse trabalho.. 19.

(20) Ao final deste trabalho encontramos um glossário com uma breve explicação dos principais nomes e termos utilizados aqui, retirados e utilizados nos livros da série Harry Potter. Além do glossário, está disponível em Apêndice alguns exemplos de planos de aulas que aplicam Harry Potter no ensino da educação básica brasileira. Por fim, depois de todo o percurso de Harry Potter, desde a primeira frase que fora escrita por Rowling na mesa de um café londrino até os produtos que, até hoje, são lançados e também das adaptações realizadas, o legado da jornada do menino bruxo prevalece. Na história de J.K. Rowling, o personagem Harry Potter é conhecido no círculo bruxo como o menino que sobreviveu, uma vez que escapou da morte do mais temível entre os bruxos, Voldemort, graças ao amor de sua mãe, assassinada pelo Lord das Trevas. No mundo trouxa (termo utilizados pelas personagens bruxas da série que se referem a pessoas não dotadas de poderes mágicos), Harry Potter também passou e passa por testes de sobrevivência: desde a recusa das editoras que Rowling procurou inicialmente para publicar sua obra, a permanência da audiência dos espectadores com o lançamentos dos novos filmes, a passagem entre uma geração e outra com o avançar dos anos (pais que leram os livros passaram os mesmos aos seus filhos e o mesmo vale para os filmes) etc. Devido a estes e outros dados, Harry Potter é o menino que sobreviveu em vários mundos, mas podemos dizer que também é o menino que sobrevive.. 20.

(21) 1. EXPRESSO DE HOGWARTS. — Olá, querido. É a primeira vez que vai a Hogwarts? O Rony é novo também. Ela apontou o último filho, o mais moço. Era alto, magro e desengonçado, com sardas, mãos e pés grandes e um nariz comprido. — É — respondeu Harry, — A coisa é, a coisa é que não sei como... — Como chegar à plataforma? — disse ela com bondade, e Harry concordou com a cabeça. — Não se preocupe. Basta caminhar diretamente para a barreira entre as plataformas nove e dez. Não pare e não tenha medo de bater nela, isto é muito importante. Melhor fazer isso meio correndo se estiver nervoso. Vá, vá antes de Rony. — Hum... Ok. E Harry virou o carrinho e encarou a barreira. Parecia muito sólida. Ele começou a andar em direção a ela. As pessoas a caminho das plataformas nove e dez o empurravam. Harry apressou o passo. Ia bater direto no coletor de bilhetes e então ia se complicar, curvandose para o caminho ele desatou a correr, a barreira estava cada vez mais próxima. Não poderia parar, o carrinho estava descontrolado, ele estava a um passo de distância, fechou os olhos se preparando para a colisão.. E ela não aconteceu... Ele continuou correndo. Abriu os olhos. Uma locomotiva vermelha a vapor estava parada à plataforma apinhada de gente. Um letreiro no alto informava “Expresso de Hogwarts 11 horas”. Harry olhou para trás e viu um arco de ferro forjado no lugar onde estivera o coletor de bilhetes com os dizeres “Plataforma 9 e ½”. Conseguira. (ROWLING, 2000, p. 84). 21.

(22) 1.1 Harry Potter no mercado literário Infanto-juvenil. Antes de compreendermos Harry Potter no cenário de literatura infanto-juvenil, ressaltamos uma breve história do livro e da leitura que vem sido percorrida há aproximadamente seis mil anos, desde os primórdios da necessidade do homem em realizar registros com a ajuda de vários instrumentos e diferentes materiais. Esses registros permitiram a difusão de culturas, experiências etc. Alguns destes tipos de registros foram feitos em tijolos de barro, pelos sumérios, os indianos em folhas de palmeiras, os povos maias e astecas utilizavam madeira e casca de árvores, os romanos tábuas de madeira. Um dos materiais mais interessantes e que teve origem do antigo Egito, perto do ano 2200 a.C. é o papiro, considerado uma tecnologia avançada para a época. Era feito de fibras unidas que formavam uma superfície lisa e resistente, retiradas próximas ao rio Nilo. Essas fibras poderiam gerar rolos com muitos metros de comprimento. Do nome em latim deu-se o nome papel para a era atual. Conforme a tecnologia avançava, novos materiais foram sendo descobertos que contribuíam para a finalidade de realizar registros. O pergaminho foi um tipo desses materiais que se assemelhavam às características do papiro. O pergaminho, feito de pele de carneiro, permitiu que várias páginas pudessem ser juntadas, formando uma espécie de livro. Apesar da semelhança do papiro com o papel, o que conhecemos como o nosso papel atualmente teve origem na China no início do século II. A matéria-prima era fibra retirada de cascas de algumas árvores misturada com água. Essa mistura, já semelhante a uma pasta era despejada em um recipiente com uma superfície lisa e quando seca formava o material semelhante ao papel que temos hoje. Atualmente o papel ainda é considerado o principal suporte para registros de culturas, experiências, informações, conhecimento e atividade humana.. Dados. históricos revelam que próximo ao ano de 1150 que os árabes foram os primeiros a instalarem fábricas de papel, após o período de invasão da Península Ibérica. Com a. 22.

(23) expansão do uso desse material quando o comércio europeu o tornou público, houve grande interesse em utilizá-lo para divulgação literária. Gutenberg deu um grande passo ao inventar a tipografia, ou seja, o processo de impressão de caracteres. Tal descoberta foi o marco da Idade Moderna e partir dali o mundo não seria mais o mesmo. Segundo registros, o primeiro exemplar impresso foi feito em 1442 e desde então novos exemplares foram aparecendo, inclusive com a fundação de uma Werk der Buchei, fábrica de livros a partir de tradução livre do alemão. Dentre as produções podemos citar a famosa Bíblia de Gutenberg. Já no século XIX a matéria-prima principal do papel já passava por processos químicos e passou a ser feito de uma pasta de madeira formando a celulose, o que tornou seu custo mais barato e mais acessível. Com isso, o acesso a informação tornou-se mais amplo. O uso do papel predominava e ainda predomina com a impressão de livros e também de jornais. Em relação à leitura como hábito e como experiência, o Instituto Pró-livro realizou em 2011 a 3ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil2 levantou os dados acerca do seguinte perfil da população: 52% pertencentes ao sexo feminino e 48% ao sexo masculino entre os quais 25% com idade entre 05 a 17 anos, 13% entre 18 a 24, 9% entre 25 a 29, 16% entre 30 a 39, 14% entre 40 a 49, 18% entre 50 a 69 e 5% dos 70 anos ou mais. Nesse perfil, 2% pertenciam a Classe A, 23% pertencia a Classe B, 51% a Classe C e 24% as Classes D e E. A Pesquisa de 2011 traz em seu levantamento que neste perfil, 58% consideram-se leitores frequentes. É interessante ressaltar a informação que a pesquisa levantou de que no Brasil o número de leitores é maior ao número de não-leitores entre os 5 aos 24 anos e de que a média de livros lidos por todos os entrevistados (considerando livros didáticos, religiosos, literatura e outros) é de 4,0 livros por habitante/ano. O “tipo de livro” * mais lido visando o total dos entrevistados é a Bíblia, seguido por livros didáticos e romances. Livros infantis estão na sexta posição, citado por 22% do total dos entrevistados e livros juvenis na 13ª posição, citado por 11%. Vale 2. Única pesquisa, em âmbito nacional, que tem por objetivo avaliar o comportamento leitor do brasileiro. É uma contribuição do mercado editorial brasileiro que estimula reflexões, decisões e intervenções para o incentivo da leitura e melhorar os indicadores atuais. Tornou-se referência ao tratar do comportamento leitor no país, desde seu lançamento em 2001 e, desde então deve outras duas edições, em 2007 e em 2011. 23.

(24) ressaltar que com base nas porcentagens de leitores nas faixas etárias entre 05 a 10 anos, 66% citaram os livros infantis, 34% entre 11 a 13 anos, 11% entre 14 e 17 e 10% entre 18 e 24 anos. 11% das crianças entre 05 a 10 anos citaram livros juvenis, 28% entre 11 e 13, 26% entre 14 e 17 anos e 7% entre 18 e 24 anos. A Pesquisa levantou ainda o nome do último livro lido pelos entrevistados até então, e a saga Harry Potter é citada na 10ª posição entre os livros citados:. Imagem 1: Harry Potter citado como último livro lido na Pesquisa do Instituto Pró-livro de 2011. Disponível em: http://prolivro.org.br/home/images/relatorios_boletins/3_ed_pesquisa_retratos_leitura_IPL.pdf. Acesso em 01.06.2016.. Entre os últimos livros lidos pelos entrevistados também encontramos outros grandes BestSellers, como os livros da saga Crepúsculo (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer), A Cabana, A Menina que Roubava Livros, Marley & Eu. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil levantou ainda de seus entrevistados qual foi o livro mais marcante de suas vidas, conforme consta a tabela abaixo. A saga. 24.

(25) Harry Potter é citada em 8º lugar como livro mais marcante dentre um total de 844 livros citados na pesquisa:. Imagem 2: Harry Potter como livro mais marcante entre os entrevistados na Pesquisa do Instituto Pró-livro de 2011. Disponível em: http://prolivro.org.br/home/images/relatorios_boletins/3_ed_pesquisa_retratos_leitura_IPL.pdf. Acesso em 01.06.2016.. Aqui, trataremos de Harry Potter a partir de um ponto de vista amplo do conceito literário. Sob essa ótica, aprofundar-nos-emos na série literária em duas vertentes mercadológicas, nas quais as obras de J. K. Rowling podem ser encaixadas, a saber: no mercado literário infanto-juvenil e no mercado BestSeller. A primeira vertente será relacionada ao conteúdo que aborda e ao público-alvo da série, já pela segunda vertente serão levados em consideração os aspectos de vendas, popularização e massificação que Harry Potter ganhou ao longo do tempo. Nesta primeira parte vislumbraremos a primeira vertente em que encaixamos a série Harry Potter, a de pertencente ao mercado literário infanto-juvenil. Essa vertente é tratada por Ceccantini (2004, p. 20) como “um tipo de literatura cujas fronteiras são 25.

(26) muito nebulosas [...] e seu público principal, a ‘criança-leitora’, é igualmente escorregadio”, justamente pela complexidade que está em seu bojo. Primeiramente, quando pensamos em literatura, logo remetemo-nos ao termo e sua definição. Hunt articula o seguinte pensamento:. Para muitos leitores, não está claro que é difícil especificar se um texto é ou não “literatura” apenas por observá-lo. É mais importante o valor que se atribui a ele do que as características que possui. [...] É o contexto cultural que determina a classificação. (HUNT, 2010, p. 84). Essa discussão acerca do termo é muito presente no meio acadêmico para que seja compreendido o que de fato é o objeto de estudo de muitas linhas de pesquisa. Há levantamentos sobre o que deve ser ressaltado ao apontar que determinada obra possa ser considerada literatura, entre eles o período histórico em que ela está inserida, sua estilística, sua funcionalidade. Vale ressaltar, também, que muitos conteúdos podem não ser produzidos com a finalidade de ser literatura, mas que passam a se tornar com o decorrer do tempo como, por exemplo, as epístolas. Ainda sobre o assunto, Lajolo (2001) ressalta:. [...] é cada um no silêncio ou na algazarra de suas leituras, que torna literários alguns textos com que se encontra na vida. Às vezes o gesto individual coincide com o gesto oficial de literarizar um texto. Outras vezes não coincide. E cada um que decida a qual gesto – se o próprio, se o alheio – vai ser fiel e solidário! (LAJOLO, 2001, p. 48).. Com esse levantamento sobre literatura surge outra questão: Harry Potter é ou não literatura? Desde o início das primeiras publicações de J. K. Rowling do universo Harry Potter essa dúvida é presente nos meios acadêmicos, em particular da área de Letras. Recentemente, a autora Ruth Rocha realizou uma declaração em sua conta em uma rede social apontando que a série Harry Potter não é literatura. 26.

(27) Imagem 3: Declaração da autora Ruth Rocha alegando que Harry Potter não é literatura. Matéria divulgada pela Veja São Paulo em abril de 2015. Disponível em: http://vejasp.abril.com.br/blogs/pop/2015/04/28/ruth-rocha-harry-potter-polemica. Acesso em 06.04.2016.. A declaração da autora repercutiu e gerou discussão entre fãs da série de Rowling. Ao alegar que a saga é “modismo”, Ruth Rocha remete a diversas outras sagas que trilharam um percurso semelhante a Harry Potter. As sagas Crepúsculo, Jogos Vorazes, Divergente, Percy Jackson, entre outras, foram também publicadas anteriormente à propostas de adaptação para o cinema, e seus filmes geraram lucros exorbitantes e as vendas dos livros, consequentemente cresceram sob o ponto de vista das vendagens. Ainda acerca da literatura, Guimarães nos permite refletir ainda:. Assim sendo, a literatura, que da mesma forma pode ser um termo utilizado para fazer referência a um conjunto de textos (esse fato 27.

(28) pode ser observado em exemplos como literatura brasileira, literatura jurídica, literatura médica), não pode ser aprisionada e não pode aprisionar o leitor, deixando de lado o sabor da leitura em prol de um conjunto de fórmulas e definições. (GUIMARÃES, 2012, p. 38). A saga de J. K. Rowling está inserida em um momento histórico (final do século XX e início do século XXI), possui características próprias em sua escrita e o tema que é proposto pode ser aproximado aos temas de C. S. Lewis, J. R. R. Tolkien – também autores do século XX – se levarmos em conta que em suas obras os espaços são diferenciados do mundo real, personagens não são meros seres humanos, há a presença de criaturas, objetos e particularidades individualmente inseridos naquele mundo criado, entre outras características, o que pode compreender um conjunto de textos de mesmas características. O sabor da leitura dito por Guimarães remete ao desfruto do ato de ler, de se identificar com o tema, da reflexão gerada que pode ser levada para além das páginas, para a vida do indivíduo. Hunt discute sobre o valor que atribuímos a uma obra, além de suas características. Harry Potter foi capaz de atingir diversos meios como o audiovisual (cinema, games) o presencial (construção de diferentes mundos em parques temáticos, criação e comercialização de produtos originados na obra literária), o teatro (lançamento em julho de 2016 da peça que será a continuação da narrativa), além de que fora capaz de expandir também pelo meio literário: J. K. Rowling publicou outros três livros que seriam pertencentes ao mundo de Harry Potter – Animais Fantásticos e Onde Habitam, Os Contos de Beedle, o Bardo e Quadribol Através dos Séculos – e outras publicações sobre a saga provenientes de diversos autores também foram lançadas – um livro de cartas, escritas por fãs, destinadas ao menino bruxo, livros sobre a adaptação para os filmes que contam o processo de realização de um filme com temas fantásticos etc. Estes diversos meios atingidos atribuem um valor cultural a Harry Potter, pois a série foi capaz de fazer com que pessoas de todas as idades, mesmo não sendo o público-alvo da série, saibam quem é o personagem, o que ele é (um menino que é bruxo), o que confere, também, um valor histórico à saga pelo impacto que teve em quase duas décadas de publicação. Outro valor que pode ser atribuído à saga de Rowling é o educacional, pois o gosto e interesse pelas versões cinematográficas, 28.

(29) games e experiência no mundo do parque temático levaram muitos jovens a querer conhecer o produto que originou aquela narrativa assistida, vista e sentida, logo, o texto original de J. K. Rowling. São fatos como os levantados anteriormente que deveriam ser levados em consideração quando o paradigma, de preconceito para com a literatura infantil é levado em consideração quando falam que a mesma não é literatura. Hunt (2010, p. 69) traz um pensamento que permite refletir a respeito: “[...] a premissa tácita de que, ‘se é literatura, não pode ser para criança’, e o paradoxo de que a ‘literatura’ deve ser a ‘melhor’, mas as crianças não podem tê-la”. Deve ser levado em consideração o público para as quais as obras compreendidas como literatura infantil ou infanto-juvenil são destinadas e deve-se ressaltar que são obras escritas por adultos, que já têm um ‘controle’ maior dos valores morais que serão transpostos para o público, uma vez que deve ser respeitado o controle dos valores e compreensão dos mesmos visando cada estágio do crescimento:. Na maioria das vezes, podemos dizer que, em estágios diferentes, as crianças terão atitudes variadas em relação à morte, ao medo, ao sexo, a perspectivas, ao egocentrismo, à casualidade etc. Serão mais abertas ao pensamento radical e aos modos de entender os textos, serão mais flexíveis [...]. (HUNT, 2010, p. 91-92). Além dos estágios que nos dizem respeito à idade, há também a questão de compreensão de mundo que o público terá, dentre outras razões, também pela época em que vivem. É importante compreender que, por exemplo, as crianças ou os jovens do século XX são diferentes das crianças e jovens do século XXI por motivos culturais, históricos, sociais, econômicos, dentre outros. A criança que leu alguma obra do Sítio do Picapau Amarelo na segunda metade do século XX tinha uma perspectiva de mundo diferente da que uma criança que lê a mesma obra hoje, com a mesma idade. Da mesma forma, as crianças e os jovens de hoje estão lendo Harry Potter e interpretando com os recursos que possuem individualmente, que serão diferentes do público de mesma idade nos próximos anos. Sobre o assunto, Guimarães nos permite a reflexão:. 29.

(30) Precisa-se pensar que a literatura sofre mudanças no correr de sua história. Da mesma maneira que o homem mudou com o passar do tempo, a literatura, produto desse homem, também sofreu alterações. (GUIMARÃES, 2012, p. 36).. Acerca da reflexão que questiona se Harry Potter é ou não literatura, devemos lembrar os principais motivos pelos quais a saga é criticada, dentre eles a sua entrada para o que chamamos de cultura pop. Com a adaptação dos livros para o cinema, criação de games, construção de brinquedos e mundos em parques temáticos, a série Harry Potter tornou-se cada vez mais popular, cada vez mais visível ao público e, com isso, mais pessoas passaram a conhecer e admirar. O acesso aos conteúdos também se tornou mais fácil e rápido com o avanço da tecnologia (hoje em dia além da leitura por meios físicos também há a possibilidade de e-books dando acesso por plataformas digitais e até mesmo por smartphones). Tal categorização passou a gerar cada vez mais lucro à franquia que se tornou uma das sagas mais rentáveis de todos os tempos. Por trás de todo o lucro gerado por Harry Potter relembramos o que podemos aproximar do conceito literatura já mencionado anteriormente: a inserção em um período histórico, uma linguagem própria que mostra as características da narrativa e uma linguagem apropriada para o público-alvo. Devemos ressaltar também outros pontos que aproximam Harry Potter à literatura. A saga possui conteúdo que dialoga com o gênero épico, ou seja, notamos a presença de um herói com seus ideais que passa por diversas provações e desafios e que também enfrenta o seu destino e luta por uma nação em comum. O conteúdo narrativo também dialoga com questões modernas como a questão da crise de identidade. Dessa forma dialógica com demais gêneros literários. A saga Harry Potter possui um caráter inovador tratando de temas recorrentes permitindo, inclusive, discussões relevantes. Tal construção narrativa atraiu pessoas de várias faixas etárias, principalmente os jovens, uma vez que o protagonista e seus colegas também têm esta idade. Por atrair os jovens, a saga Harry Potter pode ser a porta de entrada ou um estímulo para o cultivo do gosto da leitura. Por estes motivos defendemos a ideia de que a saga Harry Potter encaixa-se na vertente literária por ter alcançado patamares surpreendentes e por possuir o seu 30.

(31) valor cultural. Do ponto de vista do conteúdo, o mesmo tange textos clássicos à vertentes modernas, o que chama seu público leitor de características modernas à assuntos e temas épicos. Hunt (2010, p. 109) diz sobre a compreensão do sentido do texto que os leitores mais jovens geram: “[...] devemos considerar também a intertextualidade, ou seja, o que se passa entre textos. [...] O que encontramos num texto depende de como o lemos [...]”. A criança de hoje poderá ter um conhecimento enciclopédico também mais avançado por conta da disseminação de informação e pela facilidade de ter acesso a estas com a colaboração de recursos como televisão, internet etc. Com essa reflexão, vale ressaltar novamente que uma mesma obra promoverá uma interação diferente com seus leitores de acordo com a época vivida no presente, no conhecimento de mundo e no contexto singular de cada um, o que dá um caráter imediato ao livro infantil: “E o imediato tende a ser efêmero e interagir com a cultura imediata” (HUNT, 2010, p. 96). Para compreender, por fim, a vertente infanto-juvenil de Harry Potter, podemos levar em consideração o seu conteúdo quando Hunt (2010, p. 116) afirma “O público implícito em ‘literatura infantil’ é um público em desenvolvimento”. O protagonista da série também está em desenvolvimento: ao decorrer dos sete livros ele passa por uma série de descobertas – descobre o seu mundo e descobre a si mesmo, procura se conhecer como menino – emocionalmente e fisicamente, está passando por uma transição – e também como bruxo – se ele é um bruxo bom ou das trevas –, busca compreender seus limites, enfrentar seus medos, enfrentar o novo, estabelece objetivos, entre outras características que traçam a trajetória de uma pessoa em desenvolvimento. Além disso, Harry Potter passa pelo enfrentamento escolar, encontra novos colegas com quem deve se relacionar (e, eventualmente deverá escolher aqueles que também não deverá estabelecer confiança), apresenta facilidades e dificuldades em disciplinas escolares, ao final da série passa pela reflexão de qual carreira deverá seguir, tem envolvimentos amorosos, entre outros acontecimentos. Os colegas de Harry Potter permitem a identificação de vários paradigmas que configuram as diferentes crianças e jovens: a menina estudiosa, o amigo engraçado, 31.

(32) ou mesmo os deslocados e diferentes como Neville e Luna, e outros característicos. Tais fatos enfrentados e relatados durante a saga de Rowling permitem interação e identificação de seu leitor. Crianças e jovens passam a questionar quem são, passando, inclusive, por uma crise de identidade, são apresentados a novos meios, novas pessoas, novas experiências e no primeiro momento podem levantar o questionamento de saber se aquilo é bom ou ruim, se é o bem ou o mal, assim como Harry Potter, eles querem compreender a si mesmos, começam a levantar que suas escolhas refletirão em seu futuro, em sua própria conduta. Assim, podemos afirmar que a saga Harry Potter contribui para o seguinte sentido, conforme o ressaltado por Hunt (2010, p. 85): “[...] o livro será usado não para acolher ou modificar nossas opiniões, mas para formar as opiniões da criança”. Por todos os enfrentamentos acometidos na série e os valores que a narrativa transmite, especialmente o bem contra o mal, o leitor em desenvolvimento poderá identificar-se com o conteúdo, com as personagens, promovendo uma leitura agradável, prazerosa e estimulante até mesmo no sentido de imaginação, por apresentar um mundo diferente.. 32.

(33) 1.2 Harry Potter no mercado literário BestSeller. Devemos ressaltar de início, novamente, de que J. K. Rowling teve sua história recusada por diversas editoras antes de ser aceita pela Bloomsbury. O primeiro livro popularizou-se e tornou-se um dos mais vendidos na época, o que contribuiu para que o sucesso da saga continuasse com o lançamento dos volumes seguintes em 1998, 1999 e no ano 2000. Mesmo depois do anúncio da adaptação para o cinema, a série literária foi continuada tendo lançamento dos volumes seguintes em 2003, 2005 e 2007. Em termos atuais, nota-se que a saga Harry Potter mantém-se em rankings de livros mais vendidos, nove anos após o lançamento do último volume da série. Em março de 2016, o último volume, Harry Potter e as Relíquias da Morte, ocupou, segundo o site ranker.com3, ocupava a 21ª posição na lista de Best Selling Books of All Time (livros mais vendidos de todos os tempos), liderados por clássicos de Charles Dickens, Tolkien e Agatha Christie. Ressalta-se que livros religiosos como a Bíblia e o Alcorão não foram acrescentados.. 3. Plataforma online que disponibiliza listas organizadas em grupos ou individuais e também por meio de votações. Muitas das listas disponíveis no site são baseadas em vertentes de economia, mas também há listas desenvolvidas com conteúdo de entretenimento. 33.

(34) Imagem 4: Harry Potter and the Deathly Hallows na 21a posição na lista de Livros Mais Vendidos de Todos os Tempos. Disponível em: http://www.ranker.com/list/best-selling-books-of-all-time. Acesso em 15.03.2016.. Outro recorde curioso do último livro da série foi registrado no Guinnes World Records. Em 21 de julho de 2007, data do lançamento do último volume no hemisfério norte, Reino Unido e Estados Unidos, países do idioma original da escritora, fora registrada o maior número de vendas de um título em apenas 24 horas, dando, assim, a Harry Potter and the Deathly Hallows o título de Fastest Selling Book of Fiction in 24 hours, livro de ficção mais vendido em 24 horas, tendo arrecadado um valor de U$ 8.300.000,00.. 34.

(35) Imagem 5: Recorde atribuído ao livro Harry Potter and the Deathly Hallowsem julho de 2007 como livro de ficção mais vendido em 24 horas. Disponível em: http://www.guinnessworldrecords.com/world-records/fastest-selling-book-of-fiction-in-24-hours. Acesso em 15.03.2016.. O mesmo site que trouxe o último volume de Harry Potter como um dos livros mais vendidos de todos os tempos também propôs um ranking das séries literárias de categoria infantil e infanto-juvenil mais vendidas até hoje. Nesta, a série de J. K. Rowling aparece em destaque na primeira posição.. Imagem 6: A série Harry Potter de J.K.Rowling no topo do ranking de séries de livros mais vendidas. Disponível em: http://www.ranker.com/list/best-selling-book-series-of-all-time. Acesso em 15.03.2015.. 35.

(36) A Amazon, empresa americana transnacional de vendas de produtos online atualiza diariamente em sua página inicial os destaques dos principais itens que são vendidos em cada departamento da loja. No departamento de vendas de livros de literatura infantil ou infanto-juvenil, Harry Potter mantém o destaque nos diversos volumes da série como Best Sellers (melhor vendidos), especialmente no formato Kindle, plataforma desenvolvida pela própria empresa para leitura de livros em formato digital (e-readres). Nos serviços da Amazon, o consumidor pode avaliar o produto de acordo com a sua experiência com o mesmo, avaliando com o critério de atribuição de estrelas as suas preferências. Os livros da série de Rowling recebem, também, boa avaliação por seus consumidores, levando em consideração as estrelas concedidas pelos mesmos.. Imagem 7: O primeiro livro da saga Harry Potter na terceira posição no ranking de vendas do site Amazon. Harry Potter and the Cursed Child, livro que adapta a peça inspirada no universo da saga lançado em Julho de 2016 aparece na segunda posição como pré-venda em Maio de 2016. Disponível em: http://www.amazon.com/gp/bestsellers/books/. Acesso em 15.03.2015.. 36.

(37) Imagem 8: Terceiro volume da série Harry Potter classificado na sexta posição, segundo volume em sétima posição e o quarto volume classificado em nono no ranking da Amazon. em: http://www.amazon.com/gp/bestsellers/books. Acesso em 15.03.2015.. Imagem 9: Quinto e sétimo volumes da saga Harry Potter nas respectivas décima e décima segunda posição no ranking da Amazon. Disponível em: http://www.amazon.com/gp/bestsellers/books. Acesso em 15.03.2015.. 37.

(38) Imagem 10: Sexto livro da saga Harry Potter na 17ª posição no ranking da Amazon. Disponível em: http://www.amazon.com/gp/bestsellers/books. Acesso em 15.03.2015.. Nesta mesma lista da Amazon, nota-se o destaque para Harry Potter and The Cursed Child. Em 2015, foi anunciada a elaboração de uma peça teatral que contaria, novamente, uma narrativa que se passaria no mesmo mundo de Harry Potter, cujo roteiro também está sendo montado por J. K. Rowling em parceria com Jack Thorne e será dirigida por John Tiffany. Muito foi especulado acerca do conteúdo da peça em questão até que em outubro de 2015 quando foi revelado que a peça será passada a partir do final de Harry Potter e as Relíquias da Morte, ou seja, com o protagonista já adulto e com seus filhos em idade escolar (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/10/1697602-peca-de-teatro-sobre-harrypotter-comecara-onde-setimo-livro-parou.shtml. Acesso em 10.02.2016). A estreia da peça e o lançamento do roteiro em forma de livro foram em 31de julho de 2016 na cidade de Londres e a exibição é dividida em duas partes. Quando, em fevereiro de 2016, J. K. Rowling revelou no site Pottermore que a peça também seria transposta em forma de livro (roteiro da peça), as pré-vendas iniciaram-se no site Amazon e também no Waterstone, atingindo a liderança de vendas cinco meses antes do lançamento.. 38.

(39) Imagem 11: Cartaz oficial da peça Harry Potter and the Cursed Child divulgado inicialmente pelo site Pottermore. Disponível em: http://www.harrypottertheplay.com. Acesso em 12.02.2016.. Em fevereiro de 2016, a Folha de São Paulo, em sua plataforma online, revelou a informação atualizada de que os livros de Harry Potter atingiram cerca de 450 milhões de exemplares vendidos pelo mundo nas 78 línguas para as quais foi traduzida (fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/02/1738669-novo-livrode-harry-potter-ja-lidera-as-vendas-5-meses-antes-do-lancamento.shtml. Acesso em 12.02.2016). Em vista da importância da saga Harry Potter frente ao mercado de livros, podemos encaixar a série literária também como um BestSeller. Fisher (2005, p. 276) nos traz a seguinte constatação: "o livro moderno pode ser considerado, de fato, a mercadoria global definitiva, uma moeda.". Harry Potter foi capaz de atingir maior disponibilidade de comunicação global, sua distribuição foi massificada, capaz de ser acessível por ser traduzida para diversos idiomas, com a divulgação feita por diversas estratégias de marketing que foram contribuídas, dentre outros motivos, pela presença da narrativa no meio cinematográfico. Com a adaptação para os cinemas, a saga de livros de J. K. Rowling conseguiu uma captação de público mais ampla do que os frequentadores habituais de livrarias. A 39.

(40) recepção do público pelos filmes permitiu que as livrarias mundiais dedicassem grandes espaços em seus estabelecimentos à obra literária, conforme aponta o mesmo autor (2005, p. 191): “para uma produção em massa de páginas de papel impressas, [...] objetivo era ter lucro, aumentando a produção com criatividade, a fim de maximizar as vendas.”. As estratégias de marketing nas vendas dos livros, bem como o incentivo proveniente das adaptações cinematográficas e até mesmo pelo interesse do conteúdo da narrativa contribuiu para que os jovens começassem a cultivar o interesse por leitura, consequentemente por literatura e por cinema. Podemos dizer, então, que esta vertente literária, a de Best-sellers, contribuiu, no caso de Harry Potter e contribui até hoje também para a formação de novos leitores que, posteriormente, poderão tornar-se, ou se tornarão leitores críticos, capazes de ler e compreender o mundo, e Paulo Freire (1995, p. 11) reflete a importância de leitores críticos na sociedade: “a leitura crítica de mundo precede a leitura da palavra, pois linguagem e realidade se ligam dinamicamente”.. 40.

(41) 1.3 Capas da Ordem da Fênix. As capas dos livros permitem aos leitores uma infinita possibilidade de interpretação do texto em si, sendo elas, segundo Genette (2009) paratextos editoriais que são diversos elementos que acompanham o texto. Alguns desses elementos são verbais, como títulos e subtítulos, nome do autor, comentários da crítica, ou também podem ser elementos não-verbais, como ilustrações, formas distribuídas, conjunto de cores etc. Essas capas apresentam signos e estes, ali presentes, não têm a finalidade de delimitar o universo descrito na narrativa, ou seja, os signos componentes na capa não definem o objeto, conforme nos sugere:. Defino um signo como qualquer coisa que, de um lado, é assim determinada por um objeto e de outro, assim determina uma ideia na mente de uma pessoa, esta última determinação, que denomino o interpretante do signo, é, desse modo, mediatamente determinada por aquele objeto. Um signo assim tem relação triádica com seu objeto e com seu interpretante. (PEIRCE, 1987, p. 07). Segundo os estudos de Powers (2008) que mostram as transformações que as capas foram sofrendo ao longo dos séculos, nota-se o gosto dos leitores pela ideia da estética da capa, os compradores passaram a atribuir uma preferência sobre esta questão. Isso foi notado, ao passo em que a literatura foi atingindo novos leitores e novas vertentes, também com o público infantil. Segundo o autor (2008, p. 12), “os livros para crianças haviam apontado o caminho para um tratamento decorativo da capa” e, com isso, as capas, mesmo para os adultos, passaram a projetos mais elaborados, ademais, capas de livros, além de protejê-los, são atrativos comerciais que chamam a atenção dos leitores e compradores. Lindnen fala sobre o que a capa de um livro pode influenciar na leitura:. 41.

(42) [a capa] constitui antes de mais nada um dos espaços determinantes em que se estabelece o pacto da leitura. Ela transmite informações que permitem apreender o tipo de discurso, o estilo de ilustração, o gênero... situando assim o leitor numa certa expectativa. (LINDEN 2011, p. 57). As capas de nosso objeto de estudo, Harry Potter e a Ordem da Fênix, podem ser consideradas como recurso de compreensão do texto de J. K. Rowling e não como uma retratação concreta e exata do mesmo. No caso das edições de Harry Potter, cada uma segue um padrão que fornece uma identidade visual ao conjunto dos sete livros que compõem a saga que vão de encontro a edição que pertencem. Mesclam uma combinação de elementos textuais, como o título do livro, e elementos não verbais, imagéticos, como gravuras, ilustrações etc. As capas das principais edições destacam-se a seguir:. Imagem 12: Primeira edição americana do quinto volume da série Harry Potter, lançada em 2003. Disponível em: http://harrypotterfanzone.com/book-5/cover-art. Acesso em 12.02.2016.. 42.

(43) Imagem 13: Primeira edição britânica infanto-juvenil do quinto volume da série Harry Potter, lançada em 2003. Disponível em: https://thoughtexplosion101.wordpress.com/2016/04/01/30-day-harry-potterchallenge-1. Acesso em 12.02.2016. Imagem 14: Primeira edição britânica para adultos do quinto volume da série Harry Potter, lançada em 2003. Disponível em: http://harrypotternewbook.com/harry-potter-and-the-order-of-the-phoenix. Acesso em 12.02.2016.. 43.

(44) Imagem 15: Edição especial americana do quinto volume da série Harry Potter, lançada em 2013 em celebração aos 15 anos do lançamento do primeiro livro da saga (cada volume ganhou uma nova capa). Disponível em: https://psychoreader.wordpress.com/2014/01/12/diferencas-entre-a-serieadulta-e-infantil-de-harry-potter. Acesso em 12.02.2016.. Imagem 16: Edição especial para várias partes do mundo do quinto volume da série Harry Potter, lançada em 2013 junto com os demais volumes da saga. Disponível em: https://psychoreader.wordpress.com/2014/01/12/diferencas-entre-a-serie-adulta-e-infantil-de-harrypotter/. Acesso em 12.02.2016.. 44.

(45) Imagem 17: Edição limitada conhecida como a Signature Edition feita para várias partes do mundo do quinto volume da série Harry Potter, lançada em 2012 junto com os demais volumes da saga. Disponível em: https://psychoreader.wordpress.com/2014/01/12/diferencas-entre-a-serie-adulta-einfantil-de-harry-potter. Acesso em 12.02.2016.. Ressaltando o fato de que as capas são paratextos, ou seja, acompanham o texto (a narrativa de J. K. Rowling), estas também precisam acompanhar o público-alvo para o qual a obra será dedicada. Desse modo há a projeção de capas diferentes que dialoguem com seus leitores. Foram escolhidas três capas para o levantamento de uma breve análise, todas as incluídas são primeiras edições do quinto volume da série Harry Potter, ou seja, capas precursoras, que vieram antes mesmo de haver a adaptação para o filme, publicadas em 2003.. Primeira edição americana de Harry Potter e a Ordem da Fênix (Imagem 12) As capas das edições americanas são as mesmas quando publicadas no Brasil. A identidade visual com os demais livros da série de edição mantém-se: título ao topo e centralizado, fonte do título ilustra um formato de raio, significando a cicatriz de. 45.

(46) Harry Potter que tem a mesma forma, subtítulo que acompanha os elementos visuais que compõem a capa. Uma ilustração do protagonista, também padrão da edição americana, incide-se ao centro. Harry Potter é representado não como se estivesse de costas, mas como num movimento em que estaria virando para verificar alguma coisa, semelhante a uma posição de defesa. Do plano do olhar, o leitor está um pouco acima de Harry Potter. O fato de o menino estar em posição de defesa também o deixa menor. A cena em questão retratada na capa é o momento em que Ninfadora Tonks, Alastor Moody e Remo Lupin, estes dois últimos ex-professores de Defesa Contra as Artes das Trevas dos anos letivos anteriores, regatam Harry Potter na casa dos tios Dursleys, narrado no capítulo 3 do livro. A cor azul predomina na capa e seus tons variam do claro para o escuro dependendo do foco e da incidência de luz no ambiente retratado. A cor azul remete a noite, que logo tange a ideia de escuridão. Na narrativa da saga Harry Potter a escuridão está associada ao mal. Harry Potter, na capa, está rodeado pelas trevas, porém há pontos de iluminação ocasionados por velas, sendo que estas estão no primeiro plano da ilustração. As velas estão em tons mais claros (por apresentarem “mais luz”), bem como a face esquerda do garoto que está virada para as mesmas. As áreas mais escuras ganham um tom mais sombrio, contribuindo, inclusive, para o ar de mistério que a capa ocasiona. Vale ressaltar que algumas das velas estão deformadas, podendo remeter ao movimento em que o garoto está fazendo ao olhar para trás em posição de defesa (no momento, os professores estão abrindo a porta de maneira cuidadosa do quarto e o garoto percebe). Levando em consideração o fato de que a cor azul remete a escuridão, logo, ao mal na saga Harry Potter, os pontos de luz podem ser chamas de esperança em meio às trevas, remetendo também aos professores, que dão luz, saberia ao garoto e que estão se fazendo presentes na cena em questão e no decorrer da narrativa.. 46.

(47) Primeira edição britânica infanto-juvenil do quinto volume da série Harry Potter (Imagem 13) Como é uma edição cujo público alvo é o infantil e juvenil há um forte apelo visual promovido pelas ilustrações e pelas cores fortes. Diferente da edição americana, o protagonista não está representado na capa. A primeira edição infanto-juvenil e apresenta o predomínio de cores quentes e vibrantes, especialmente o amarelo, laranja e o vermelho, ou seja, cores que remetem de imediato ao fogo. Rousseau (2002) exprime que a cor vermelha remete de fato ao fogo que inspira, purifica e regenera, logo, há uma associação com a ave mitológica fênix. A ilustração central mostra uma fênix, ave que quando chega a hora de morrer pega fogo e depois renasce das próprias cinzas. Na parte inferior da capa, é ilustrado o fogo. A presença da fênix retratada aqui remete de imediato ao título do livro, que traz o nome Ordem da Fênix, e trata-se de uma organização de bruxos e bruxas que se uniram no passado para combater Lord Voldemort. Com o decorrer da leitura da narrativa, acompanha-se que a Ordem da Fênix está disposta a voltar a lutar, já que o Lord das Trevas retornou. A fênix, aqui, pode remeter a essa volta da organização de bruxos, a volta da luta contra o mal, podendo simbolizar o bem que renasce das cinzas quando morreu no passado, que se ascende como um fogo para trazer o bem de volta à nação bruxa.. Primeira edição britânica para adultos do quinto volume da série Harry Potter (Imagem 14) O que difere a edição adulta da edição infanto-juvenil é a capa, o conteúdo da narrativa é exatamente o mesmo para ambos os públicos. A versão adulta dos livros tem como público alvo pessoas mais velhas. As capas dos livros são apresentadas de forma mais sóbria, sem cores fortes e chamativas, os tons mais escuros são predominantes, os objetos apresentados dão ar de seriedade.. 47.

(48) A capa do quinto volume da série Harry Potter em sua edição britânica para adultos também segue os padrões identitários da edição: elementos textuais na parte superior, fundo com tons oscilantes de preto a cinza escuros e um único objeto central que tenha relação com o conteúdo da narrativa de cada volume. Conforme citado, o fundo é escuro e assemelha-se a nuvens de chuva prestes a uma grande tempestade. Na narrativa de Harry Potter, quando os bruxos das traves conjuram a Marca Negra, sinal de que Voldemort precisa de seus seguidores, nuvens de tempestades como a representada na capa são formadas. As nuvens e os tons de cores utilizados, que contribuem para um ar de seriedade, remetem ao mal existente no mundo de Harry Potter. Podemos levar em consideração a mesma interpretação proposta para a edição britânica para crianças, com o adendo de que a fênix quebra o fundo de nuvens de tempestade, podendo estas ter sido provocadas pelos seguidores de Lord Voldemort, e, então, aqui a fênix também faria sobressair a questão do bem contra o mal, que mesmo sob uma tempestade forte provocada pelo mal, a fênix renasce das próprias cinzas, o bem é forte e luta por sua sobrevivência. Em ambos os casos das edições infanto-juvenil e adulta de Harry Potter e a Ordem da Fênix, o mundo, representado pela noite, pela escuridão, pelas nuvens de tempestade têm uma quebra do mal pelas chamas da fênix, que é a parte da força do bem renascendo.. 48.

(49) 1.4 A saga literária de Harry Potter. A série literária é composta por sete livros que narram a história de Harry Potter, menino órfão que mora com os tios que o maltratam. Em seu aniversario de onze anos, descobre que é bruxo e é convidado a estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Logo, depara com fatos sobre seu passado e descobre que é conhecido entre os bruxos como o menino que sobreviveu:. [...] Sua mãozinha agarrou a carta ao lado mas ele continuou a dormir, sem saber que era especial, sem saber que era famoso, sem saber que iria acordar dentro de poucas horas com o grito da Sra. Dursley ao abrir a porta da frente para pôr as garrafas de leite do lado de fora, nem que passaria as próximas semanas levando cutucadas e beliscões do primo Duda... ele não podia saber que, neste mesmo instante, havia pessoas se reunindo em segredo em todo o país que erguiam os copos e diziam com vozes abafadas: - A Harry Potter: o menino que sobreviveu! (ROWLING, 1997, p. 20). Harry Potter descobre a real causa da morte de seus pais e que ele também sofreu uma tentativa de assassinato pelo mesmo bruxo, Voldemort. O garoto, ao longo dos anos que estuda em Hogwarts (cada ano escolar é relatado em um livro), passa e enfrenta desafios que o fazem lutar por sua vida, pela vida de seus amigos e pela nação bruxa de modo geral. Confronta com o seu inimigo de várias maneiras, mesmo o bruxo tendo assumido outras formas para ser enfrentado. No primeiro livro, Harry Potter e a Pedra Filosofal, o garoto descobre que Hogwarts guarda um objeto mágico, a pedra filosofal, que é capaz de imortalizar as pessoas que bebem o elixir que ela produz. Harry Potter e os colegas descobrem que uma parte de Voldemort, que o garoto descobre posteriormente, ocupa o corpo de um de seus professores, deseja arduamente este objeto para tornar-se imortal. O trio de amigos consegue ultrapassar os desafios postos por Dumbledore para chegar à pedra filosofal e Harry Potter duela com seu inimigo para que o mesmo não conseguisse o objeto. Além do duelo, Harry Potter enfrenta o desafio da tentação,. 49.

Referências

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