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Redes sem escala típica: visão geral, modelos alternativos e técnicas computacionais

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Academic year: 2021

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(1)Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciˆencias Exatas e da Terra Departamento de F´ısica Te´orica e Experimental Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em F´ısica. Redes sem Escala T´ıpica: Vis˜ao Geral, Modelos Alternativos e T´ecnicas Computacionais. Larissa de Farias Ribeiro. Natal–RN Janeiro de 2017.

(2) Larissa de Farias Ribeiro. Redes sem Escala T´ıpica: Vis˜ao Geral, Modelos Alternativos e T´ecnicas Computacionais. Disserta¸c˜ao de mestrado apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em F´ısica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obten¸c˜ao do grau de Mestre em F´ısica. Orientador: Prof. Dr. Luciano Rodrigues da Silva Coorientador: Prof. Dr. Tiago Medeiros de Vieira. Natal–RN Janeiro de 2017.

(3) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Sistema de Bibliotecas – SISBI Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede Ribeiro, Larissa de Farias. Redes sem escala típica: visão geral, modelos alternativos e técnicas computacionais / Larissa de Farias Ribeiro. - 2017. 107 f. : il. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Programa de PósGraduação em Física. Natal, RN, 2017. Orientador: Prof. Dr. Luciano Rodrigues da Silva. Coorientador: Prof. Dr. Tiago Medeiros de Viera. 1. Redes complexas - Dissertação. 2. Redes sem escala típica Dissertação. 3. Redes aleatórias - Dissertação. 4. Distribuição de conectividade - Dissertação. 5. Lei de potência - Dissertação. I. Silva, Luciano Rodrigues da. II. Viera, Tiago Medeiros de. III. Título. RN /UF/BCZM 530.1. CDU.

(4) Larissa de Farias Ribeiro. Redes sem Escala T´ıpica: Vis˜ao Geral, Modelos Alternativos e T´ecnicas Computacionais. Disserta¸c˜ao de Mestrado apresentada ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em F´ısica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obten¸c˜ao do grau de Mestre em F´ısica. Aprovada em 13 de janeiro de 2017 pelos membros da banca examinadora.. Banca Examinadora. Prof. Dr. Luciano Rodrigues da Silva (Presidente – Orientador) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Prof. Dr. Tiago Medeiros de Vieira (Examinador Externo – Coorientador) Universidade Federal de Lavras (UFLA). Prof. Dr. Raimundo Silva Junior (Examinador Interno) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Prof. Dr. Maur´ıcio Lopes de Almeida (Examinador Interno) Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

(5) i. Aos meus pais..

(6) ii. Agradecimentos. ` minha querida irm˜a Camila Ribeiro, Aos meus pais, por toda dedica¸c˜ao e apoio. A pela amizade incondicional. Ao meu companheiro de vida e de sonhos Jadson Tadeu, por todo ` Benjamin, meu companheiro de quatro patas, que com sua forma pura de amor e parceria. A amar torna minha vida mais leve e feliz. Ao professor Luciano Rodrigues da Silva, por ter me concedido a oportunidade de adquirir novos conhecimentos, por todo apoio e incentivo constante. Em especial, ao professor coorientador Tiago Medeiros, por todo ensinamento, paciˆencia e generosidade ao longo desses u´ltimos anos. Muito obrigada por todo seu empenho e dedica¸c˜ao para a conclus˜ao deste trabalho. ` Capes, pelo apoio financeiro que proporcionou o desenvolvimento deste trabalho. Aos A professores do DFTE que contribu´ıram para minha forma¸c˜ao profissional e aos funcion´arios..

(7) iii. “Um jovem cientista precisa se dedicar a um projeto pelo qual ele se interesse, com o qual ele tenha prazer. Divirtam-se! Quem faz ciˆencia com o objetivo de ganhar prˆemios corre um grande risco de ter uma vida miser´avel. ” (Kurt W¨uthrich, Nobel de Qu´ımica.).

(8) iv. Resumo. Estamos inseridos num mundo formado por redes e nos u´ltimos anos estudos sobre redes e suas propriedades tˆem se expandido consideravelmente. A principal raz˜ao ´e que diversos sistemas podem ser modelados atrav´es das chamadas Redes Complexas. Exemplos de sistemas facilmente modelados como redes s˜ao: a sociedade, a Web, o c´erebro, dentre outros. Para compreender o comportamento desses sistemas, v´arios modelos na ´area de Redes Complexas foram propostos. Barab´asi e Albert propuseram um modelo que inclu´ıa dois mecanismos b´asicos (crescimento e liga¸c˜ao preferencial), reproduzindo um comportamento caracter´ıstico de alguns sistemas reais: a distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia. Como consequˆencia do modelo de Barab´asi e Albert, foram surgindo outros modelos de redes, considerando diferentes tipos de fatores inclu´ıdos no mecanismo de liga¸c˜ao preferencial. Modelos que utilizam este mecanismo explicam satisfatoriamente o aparecimento das distribui¸co˜es que seguem lei de potˆencia em redes reais. Entretanto, a liga¸c˜ao preferencial n˜ao ´e o u´nico mecanismo atrav´es do qual uma rede pode crescer e gerar este tipo de distribui¸c˜ao de conectividade. Por isso, neste trabalho analisamos dois outros modelos que utilizam mecanismos diferentes da liga¸c˜ao preferencial e que s˜ao capazes de gerar redes sem escala t´ıpica: o modelo de c´opia de v´ertices e o modelo de transforma¸c˜ao de redes Poissonianas. Comparamos os resultados com as redes decorrentes do modelo de Barab´asi e Albert, pois acreditamos que estudar modelos distintos que geram resultados similares nos permite ampliar nossos conhecimentos referentes `a aplica¸c˜ao de redes complexas e sobre os mecanismos capazes de gerar essas redes. Devido `a necessidade de produ¸c˜ao e divulga¸c˜ao de materiais introdut´orios `as t´ecnicas computacionais fundamentais para a simula¸c˜ao de redes, tamb´em apresentamos neste trabalho algumas t´ecnicas utilizadas para implementar as redes dos modelos apresentados.. Palavras-chave: Redes complexas; Redes sem escala t´ıpica; Redes aleat´orias; Distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia..

(9) v. Abstract. We are part of a world formed by networks and in recent years studies on networks and their properties have expanded considerably. The main reason is that several systems can be modeled through so called Complex Networks. Examples of systems easily modeled as networks are: society, the Web, the brain, among others. To understand the behavior of these systems, several models in the field of Complex Networks have been proposed. Barab´asi and Albert proposed a model that included two basic mechanisms (growth and preferential attachment), reproducing a characteristic behavior of some real systems: power-law connectivity distribution. As a consequence of the Barab´asi and Albert model, other network models have appeared, considering different types of factors included in the preferential attachment mechanism. Models that use this mechanism satisfactorily explain the emergence of distributions that follow power-law in real networks. However, preferential attachment is not the unique mechanism through which a network can grow and generate this type of connectivity distribution. Therefore, in this work we analyze two other models that use different mechanisms of preferential attachment and that are able to generate scale-free networks: the vertex copy model and the Poissonian networks transformation model. We compare the results with the networks derived from the Barab´asi and Albert model, because we believe that studying different models that lead to similar results allow us to expand our knowledge concerning applications area of complex networks and the mechanisms able to generating such networks. Due to the need of production and dissemination of introductory materials to the fundamental computational techniques for network simulation, we also present in this dissertation some techniques employed to implement the networks of the presented models.. Keywords: Complex Networks; Scale-Free Networks; Random Networks; Power-law Connectivity Distribution..

(10) vi. Lista de Figuras. 2.1 2.2 2.3. (a) Representa¸c˜ao das pontes de K¨onigsberg. (b) Grafo das pontes de K¨onigsberg. Representa¸c˜ao esquem´atica de uma rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gr´aficos ilustrativos mostrando a diferen¸ca entre a distribui¸c˜ao de Poisson e a distribui¸c˜ao em lei de potˆencia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.4 Exemplo do conceito de coeficiente de agrega¸c˜ao local. . . . . . . . . . . . . . 2.5 Exemplo do conceito de distˆancia m´edia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.6 Ilustra¸c˜ao de redes constru´ıdas a partir do modelo de Erd¨os e R´enyi. . . . . . . 2.7 Representa¸c˜ao da estrutura de uma rede gerada pelo modelo de Erd¨os e R´enyi. 2.8 Mapa dos Estados Unidos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.9 Processo de reconex˜ao dos v´ertices proposto pelo modelo de Watts e Strogatz. 2.10 Compara¸c˜ao entre a distˆancia m´edia e o coeficiente de agrega¸c˜ao para o modelo de Watts e Strogatz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9. Ilustra¸c˜ao do mecanismo de liga¸c˜ao preferencial para o modelo de Barab´asi e Albert. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia para o modelo de Barab´asi e Albert. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Representa¸c˜ao da estrutura de uma rede para o modelo de Barab´asi e Albert. . Coeficiente de agrega¸c˜ao versus o tamanho da rede para o modelo de Barab´asi e Albert. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Distˆancia m´edia versus o tamanho da rede para o modelo de Barab´asi e Albert. Ilustra¸c˜ao da dinˆamica de crescimento de uma rede seguindo o modelo de Bianconi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gr´afico das fun¸co˜es f (C) = exp(−2/C) e q(C) = 1 − 1/C em fun¸c˜ao de C. . Distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia para o modelo de BianconiBarab´asi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Comportamento da evolu¸c˜ao temporal da conectividade dos v´ertices para diferentes parˆametros de qualidade η. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4 4 8 9 10 11 13 16 18 18. 21 24 25 26 27 29 32 33 34.

(11) vii. 3.10 Dependˆencia do expoente dinˆamico β(η) com o parˆametro de qualidade η para uma distribui¸c˜ao de qualidade uniforme. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.11 Representa¸c˜ao da estrutura de uma rede para o modelo de Bianconi-Barab´asi. 3.12 Comportamento de um v´ertice ao variarmos o valor do expoente α. . . . . . . 3.13 Dependˆencia do expoente dinˆamico β(η) com o parˆametro de qualidade η e α para a distribui¸c˜ao de qualidade ρ(η) = η α . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.14 Evolu¸c˜ao temporal da conectividade dos v´ertices para diferentes parˆametros de qualidade η para o modelo de extens˜ao de Bianconi-Barab´asi. . . . . . . . . . 3.15 Distribui¸c˜ao de conectividade cumulativa para a extens˜ao do modelo de Bianconi-Barab´asi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.16 Distˆancia m´edia e coeficiente de agrega¸c˜ao para a extens˜ao do modelo de Bianconi-Barab´asi. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.17 Ilustra¸c˜ao da dinˆamica de crescimento da rede para o modelo de afinidade. . . 3.18 Distribui¸c˜ao de conectividade para o modelo de afinidade. . . . . . . . . . . . 3.19 (a) Comportamento da evolu¸c˜ao temporal da conectividade dos v´ertices para diferentes parˆametros de qualidade η para o modelo de afinidade. (b) Dependˆencia do expoente dinˆamico β(η) com o parˆametro de qualidade η para o modelo de afinidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.20 Distˆancia m´edia e coeficiente de agrega¸c˜ao para o modelo de afinidade. . . . . 3.21 Ilustra¸c˜ao da dinˆamica de crescimento da rede gerada pelo modelo de Natal. . 3.22 (a) An´alise da distribui¸c˜ao de conectividade para αA = 2 fixo e diferentes valores de αG . (b) Comportamento da rede ao variar αA e manter αG = 2 fixo. 3.23 Representa¸c˜ao da estrutura de uma rede gerada variando os valores de v´ertices distribu´ıdos no plano para αG e αA para o modelo de Natal. . . . . . . . . . . 3.24 Comportamento da evolu¸c˜ao temporal da conectividade dos v´ertices para o modelo de Natal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.25 Comportamento do expoente dinˆamico β com rela¸c˜ao ao expoente αA para o modelo de Natal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.26 Ilustra¸c˜ao da dinˆamica de crescimento da rede para o modelo de afinidade com m´etrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.27 Distribui¸c˜ao de conectividade para αA = 2 fixo e diferentes valores de αG para o modelo de afinidade com m´etrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.28 Distribui¸c˜ao de conectividade para αG = 2 fixo e diferentes valores de αA para o modelo de afinidade com m´etrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.29 Compara¸c˜ao entre o modelo de Natal (MN) e o modelo de afinidade com m´etrica (AM). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.30 Representa¸c˜ao da estrutura de uma rede gerada variando os valores de αG e αA para o modelo de afinidade com m´etrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 34 35 36 37 37 38 39 41 42. 43 43 45 46 47 48 48 51 52 52 53 53.

(12) viii. 3.31 Comportamento da evolu¸c˜ao temporal da conectividade de um v´ertice para o modelo de afinidade com m´etrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 3.32 Comportamento de β(η, αA ) com η e com αA . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 4.1 4.2 4.3. Representa¸c˜ao de uma rede com N = 6 v´ertices. . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Matriz de adjacˆencia da rede de intera¸c˜ao prote´ına-prote´ına. . . . . . . . . . . 59 Exemplifica¸c˜ao do vetor de apoio utilizado na constru¸c˜ao do c´odigo r´apido para o modelo de Barab´asi e Albert. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66. 5.1 5.2. 74. Ilustra¸c˜ao do mecanismo de c´opia de v´ertices. . . . . . . . . . . . . . . . . . Distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia para o modelo de c´opia de v´ertices. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.3 Representa¸c˜ao da estrutura de uma rede para o modelo de c´opia de v´ertices. . 5.4 Coeficiente de agrega¸c˜ao versus o tamanho da rede para o modelo de c´opia de v´ertices. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.5 Distˆancia m´edia versus o tamanho da rede para o modelo de c´opia de v´ertices. 5.6 Compara¸c˜ao entre as propriedades do modelo de Barab´asi e Albert e o modelo de c´opia de v´ertices. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.7 Ilustra¸c˜ao do crescimento de uma rede seguindo o modelo de transforma¸c˜ao de redes Poissonianas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.8 Distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia para o modelo de transforma¸c˜ao de redes Poissonianas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.9 Representa¸c˜ao da estrutura de uma rede para o modelo de transforma¸c˜ao de redes Poissonianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.10 Coeficiente de agrega¸c˜ao versus o tamanho da rede para o modelo de transforma¸c˜ao de redes Poissonianas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.11 Distˆancia m´edia versus o tamanho da rede para o modelo de transforma¸c˜ao de redes Poissonianas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 76 77 78 79 79 81 82 83 84 84.

(13) ix. Lista de Tabelas. 4.1. Complexidade de tempo das quatro opera¸co˜es para representa¸co˜es de uma rede de N v´ertices e M arestas utilizando matrizes e listas de adjacˆencia. . . . . . 61.

(14) x. Sum´ ario. Resumo. iv. Abstract. v. 1 Introdu¸c˜ ao. 1. 2 Revis˜ ao Hist´ orica 2.1 Defini¸c˜ao de Redes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2 Conceitos B´asicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2.1 Distribui¸c˜ao de Conectividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2.2 Coeficiente de Agrega¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.2.3 Distˆancia M´edia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3 Modelos Cl´assicos de Redes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.1 Modelo de Erd¨os e R´enyi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2.3.1.1 Propriedades Estruturais do Modelo de Erd¨os e R´enyi 2.3.2 Experimento de Milgram: o fenˆomeno de mundo pequeno . . . 2.3.3 Modelo de Watts e Strogatz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Redes sem Escala T´ıpica 3.1 Modelo de Barab´asi e Albert . . . . . . . . . . . . . 3.1.1 Propriedades do modelo de Barab´asi e Albert 3.2 Modelo de Bianconi-Barab´asi . . . . . . . . . . . . 3.3 Extens˜ao do Modelo de Bianconi-Barab´asi . . . . . 3.4 Modelo de Afinidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.5 Modelo de Natal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.6 Modelo de Afinidade com M´etrica . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . .. 3 3 6 6 7 9 10 10 12 14 16. . . . . . . .. 19 20 24 27 33 39 44 49. 4 T´ ecnicas Computacionais 56 4.1 Matrizes e Listas de Adjacˆencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 4.2 An´alise de Algoritmos de Redes Fundamentais . . . . . . . . . . . . . . . . . 61.

(15) xi. 4.2.1 4.2.2. 4.2.3. Rede Aleat´oria . . . . . . . Rede de Barab´asi e Albert . 4.2.2.1 C´odigo Padr˜ao . . 4.2.2.2 C´odigo R´apido . . Rede de Bianconi-Barab´asi . 4.2.3.1 C´odigo Padr˜ao . . 4.2.3.2 C´odigo R´apido . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . .. 5 Redes sem Escala T´ıpica: Modelos Alternativos 5.1 Modelo de C´opia de V´ertices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5.1.1 Propriedades do modelo de C´opia de V´ertices . . . . . . . . . . . 5.2 Modelo de Transforma¸c˜ao de Redes Poissonianas . . . . . . . . . . . . . 5.2.1 Propriedades do modelo de Transforma¸c˜ao de Redes Poissonianas 5.3 An´alise dos Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . .. . . . . . . .. . . . . .. . . . . . . .. 61 63 63 66 67 67 68. . . . . .. 71 72 77 80 82 85. 6 Considera¸c˜ oes finais. 87. Referˆ encias bibliogr´ aficas. 90.

(16) 1. Cap´ıtulo 1. Introdu¸c˜ ao Nos u´ltimos anos, os estudos sobre redes e suas propriedades tˆem se expandido consideravelmente. A principal raz˜ao ´e que diversos sistemas podem ser modelados atrav´es das chamadas Redes Complexas. Por exemplo, as sociedades s˜ao redes constitu´ıdas por diferentes tipos de relacionamentos entre indiv´ıduos, as c´elulas s˜ao redes de mol´eculas ligadas por rea¸co˜es qu´ımicas e, a internet ´e uma rede de roteadores e computadores ligados atrav´es de conex˜oes o´pticas e f´ısicas. Pode-se considerar que o estudo das redes teve sua origem na Teoria dos Grafos, ramo da matem´atica que iniciou por volta de 1736, quando Euler solucionou o famoso problema das sete pontes de K¨onigsberg. Ao resolver este problema, ele apresentou ao mundo o que seria o primeiro grafo e hoje a ideia de grafo ´e a representa¸c˜ao mais simples de uma rede do ponto de vista matem´atico. As redes podem ser basicamente definidas como um conjunto de elementos conectados entre si. Torna-se f´acil, ent˜ao, perceber que as redes est˜ao em toda parte, sendo uma preciosa ferramenta usada para descrever v´arios sistemas reais. Mas apesar da importˆancia e alcance das redes, durante um bom tempo os pesquisadores dedicaram poucos esfor¸cos na tentativa de compreender completamente suas estruturas e propriedades. No entanto, nas u´ltimas d´ecadas a comunidade cient´ıfica passou a investigar os mecanismos que determinam as caracter´ısticas estruturais e topol´ogicas das redes complexas. Os primeiros estudos rigorosos sobre redes foram realizados por Erd¨os e R´enyi em 1959. Eles propuseram um modelo onde a constru¸c˜ao de uma rede iniciava-se com N v´ertices e cada um dos poss´ıveis pares de v´ertices era conectado com uma probabilidade p, produzindo assim uma rede aleat´oria que apresentava uma distribui¸c˜ao de conectividade do tipo Poissoniana. Este modelo foi a base da teoria das redes por muitas d´ecadas. Por´em, nos u´ltimos anos, com os avan¸cos tecnol´ogicos e o aumento do poder computacional, pesquisas nesta ´area puderam se desenvolver e possibilitaram o estudo das estruturas e propriedades de muitas redes reais, as quais demonstraram que o modelo de rede aleat´oria n˜ao era suficiente para descrevˆe-las. Os resultados obtidos a partir destas novas redes mostraram que sua distribui¸c˜ao de conectividade segue uma lei de potˆencia do tipo P (k) ∝ k −γ e que, portanto, desvia significativamente da distribui¸c˜ao de Poisson. Este comportamento, indica a ausˆencia de uma escala t´ıpica, fazendo.

(17) 2. com que redes como estas sejam chamadas de Redes sem Escala T´ıpica ou Redes Complexas. No ˆambito da f´ısica, redes desse tipo foram inicialmente estudadas por Barab´asi e Albert, os quais propuseram um modelo que gerasse redes com distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia a partir de um algoritmo simples que inclu´ıa apenas duas regras b´asicas: crescimento e liga¸c˜ao preferencial [17]. Como consequˆencia do modelo de Barab´asi e Albert, foram surgindo outros modelos de redes, considerando diferentes tipos de fatores inclu´ıdos no mecanismo de liga¸c˜ao preferencial, dentre os quais apresentaremos com mais detalhes no decorrer deste trabalho: o modelo de Bianconi [22], o modelo de extens˜ao do modelo de Bianconi [12], o modelo de afinidade [23], o modelo de Natal [26, 27] e o modelo de afinidade com m´etrica [29]. Modelos que utilizam o mecanismo de liga¸c˜ao preferencial explicam satisfatoriamente o aparecimento das distribui¸co˜es que seguem lei de potˆencia em redes reais. Entretanto, este n˜ao ´e o u´nico mecanismo atrav´es do qual uma rede pode crescer e gerar este tipo de distribui¸c˜ao de conectividade. Outros modelos que utilizam mecanismos diferentes e que s˜ao capazes de resultar em redes sem escala t´ıpica s˜ao: o modelo de c´opia de v´ertices e o modelo de transforma¸c˜ao de redes Poissonianas. Esta disserta¸c˜ao concentra-se no estudo das redes sem escala t´ıpica e tem como objetivo apresentar uma vis˜ao geral dos modelos fundamentais desta ´area, t´ecnicas computacionais para implementar essas redes e modelos alternativos. O conte´udo apresentado organiza-se da seguinte forma. No cap´ıtulo 2, apresentaremos os principais conceitos para a compreens˜ao da ´area e os modelos cl´assicos de redes: modelo de Erd¨os e R´enyi e o modelo de Watts e Strogatz. Esses s˜ao modelos que apresentam uma distribui¸c˜ao de conectividade com escala t´ıpica. O cap´ıtulo 3 ´e dedicado ao estudo das redes sem escala t´ıpica. Neste cap´ıtulo apresentaremos modelos que utilizam o mecanismo de liga¸c˜ao preferencial e que geram distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia: o modelo de Barab´asi-Albert e modelos derivados deste. No cap´ıtulo 4, apresentaremos t´ecnicas b´asicas para modelar redes e algoritmos de alguns modelos fundamentais. No cap´ıtulo 5, discutiremos modelos que utilizam mecanismos diferentes da liga¸c˜ao preferencial e que geram redes sem escala t´ıpica: o modelo de c´opia de v´ertices e o modelo de transforma¸c˜ao de redes Poissonianas. Por fim vˆem as considera¸co˜es finais e perspectivas para trabalhos futuros..

(18) 3. Cap´ıtulo 2. Revis˜ ao Hist´ orica Estamos inseridos num mundo formado por redes e nos u´ltimos anos estudos sobre redes e suas propriedades tˆem se expandido consideravelmente. A principal raz˜ao ´e que diversos sistemas podem ser modelados atrav´es das chamadas redes complexas. Exemplos de sistemas facilmente modelados como redes s˜ao: (i) a sociedade, que ´e uma rede formada por pessoas conectadas atrav´es de algum tipo de rela¸c˜ao entre elas; (ii) a Web, que ´e a rede virtual formada por “p´aginas da internet”; (iii) o c´erebro, que ´e uma rede de neurˆonios interconectados atrav´es de sinapses; etc. Para facilitar a discuss˜ao dos modelos de redes complexas apresentada nos cap´ıtulos seguintes, no presente cap´ıtulo s˜ao revisados os conceitos b´asicos de redes e apresentados os principais modelos cl´assicos.. 2.1 Defini¸c˜ ao de Redes O que s˜ao redes? De uma forma bastante simples, uma rede ´e um conjunto de elementos conectados entre si. O estudo das redes teve sua origem na Teoria de Grafos, a qual surgiu em 1736 quando o matem´atico su´ı¸co Leonard Euler apresentou uma solu¸c˜ao para o problema das pontes de K¨onigsberg. A cidade de K¨onigsberg, capital da Pr´ussia Oriental, era banhada pelo rio Pregel, que ao cruz´a-la se ramificava de tal maneira a formar quatro faixas de terra. Estas eram conectadas umas `as outras atrav´es de sete pontes, as famosas sete pontes de K¨onigsberg (ver figura 2.1). Durante muito tempo os habitantes da cidade se perguntaram se seria poss´ıvel encontrar um caminho cont´ınuo que cruzasse as sete pontes, passando sobre cada uma apenas uma u´nica vez. Euler considerou a situa¸c˜ao e para solucionar o problema utilizou um diagrama onde as faixas de terra eram representadas por v´ertices (A a D) e as pontes por arestas (1 a 7), criando possivelmente o primeiro grafo da hist´oria. A partir do grafo de K¨onigsberg, ele provou que era imposs´ıvel existir um caminho que n˜ao cruzasse a mesma ponte duas vezes. Esta prova baseou-se na observa¸c˜ao de que v´ertices que apresentam um n´umero ´ımpar de arestas devem ser o ponto de partida ou de chegada. Al´em disso, para existir um caminho cont´ınuo que atravessasse as sete pontes era necess´ario ter um u´nico v´ertice deste tipo. Logo esse caminho n˜ao poderia existir caso o grafo tivesse mais de dois v´ertices com o n´umero ´ımpar de arestas. Como o grafo de K¨onigsberg continha quatro destes v´ertices, era.

(19) 4. Figura 2.1: (a) Representa¸c˜ao das pontes de K¨onigsberg. (b) Grafo das pontes de K¨onigsberg. As faixas de terra s˜ao representadas pelos v´ertices e as pontes pelas arestas. Figura adaptada de [1]. imposs´ıvel encontrar o caminho desejado [2]. Encontramos ent˜ao na teoria de grafos, o formalismo matem´atico para podermos representar e descrever redes. Na literatura cient´ıfica os termos rede e grafo s˜ao usados frequentemente como sinˆonimos, entretanto existe uma diferen¸ca conceitual entre essas duas terminologias que deve ser evidenciada. As redes na maioria das vezes referem-se a sistemas reais onde os seus elementos possuem propriedades espec´ıficas do sistema que desejam descrever, enquanto que os grafos s˜ao representa¸c˜oes puramente matem´aticas de redes, tratando estas como conjuntos de v´ertices e arestas. Os cientistas da ´area das redes complexas, em geral, utilizam a seguinte nomenclatura: os v´ertices s˜ao denominados de n´os ou s´ıtios e as arestas s˜ao chamadas de conex˜oes ou liga¸co˜es [3]. Deve-se ressaltar que a distin¸c˜ao entre v´ertices e n´os ou s´ıtios raramente ´e obrigat´oria. Do mesmo modo, geralmente as nomenclaturas aresta, conex˜ao e liga¸c˜ao s˜ao intercambi´aveis. Assim, uma rede pode ser definida como um conjunto de elementos (s´ıtios ou n´os) conectados entre si por linhas (liga¸c˜oes ou conex˜oes), conforme esquematizado na figura (2.2).. Figura 2.2: Representa¸c˜ao esquem´atica de uma rede..

(20) 5. Uma caracter´ıstica importante de um v´ertice ´e o n´umero total de conex˜oes que este realiza, ou seja, o n´umero de arestas que possui. Essa grandeza ´e chamada de conectividade (k) ou grau do v´ertice. Quando dois v´ertices est˜ao conectados diretamente, dizemos que estes s˜ao vizinhos ou adjacentes. V´ertices muito conectados s˜ao chamados de polos (hubs). As redes podem ser direcionadas ou n˜ao direcionadas. Elas s˜ao direcionadas quando h´a uma dire¸c˜ao associada a cada conex˜ao, isto ´e, quando est´a expl´ıcito a origem da conex˜ao e seu destino. No caso das redes direcionadas, pode-se definir duas conectividades para cada v´ertice: a conectividade de entrada ki 1 se refere ao n´umero de arestas que chegam at´e ele (o v´ertice ´e o destino delas) e a conectividade de sa´ıda ko 2 se refere ao n´umero de arestas que partem dele (o v´ertice ´e a origem delas). Com isso, a conectividade total de um v´ertice em uma rede direcionada ´e k = ki + ko . Quando as redes s˜ao n˜ao direcionadas falamos apenas em conectividade k do v´ertice, pois n˜ao h´a as no¸co˜es de origem e destino associadas a cada ´ interessante conex˜ao. Neste trabalho focaremos exclusivamente em redes n˜ao direcionadas. E notar que a quantidade m´axima de arestas Mmax que uma rede deste tipo composta por N v´ertices pode ter ´e apenas um problema de an´alise combinat´oria. Cada v´ertice pode se ligar a no m´aximo outros N − 1 v´ertices. Se cada v´ertice realizar todas essas conex˜oes, ent˜ao a rede ter´a um total de N (N − 1) arestas. Nota-se, por´em, que nesse caso cada par de v´ertices estar´a conectado por duas arestas, por isso se torna necess´ario dividir essa quantidade de arestas por 2. Isso ´e a combina¸c˜ao de N elementos 2 a 2: Mmax.   N (N − 1) N N! = = = (N − 2)!2! 2 2. (2.1). De certa forma, definimos o termo rede de uma maneira bem simples e formal. Mas sabemos que definir este conceito n˜ao envolve somente explicar “o que ´e uma rede”, mas ´ interestamb´em apresentar os diferentes tipos de redes existentes e suas caracter´ısticas. E sante notarmos que n˜ao devemos nos restringir somente `a estrutura bruta que uma rede nos apresenta, mas que tamb´em devemos procurar entendˆe-la de uma maneira universal, isto ´e, um conjunto de v´ertices e arestas podem nos fornecer informa¸c˜oes u´teis quando usados para modelar sistemas adequados e quando s˜ao analisados corretamente. Exemplos dessas informa¸co˜es s˜ao previs˜oes sobre o fluxo de dados na internet ou sobre como uma doen¸ca se espalhar´a em uma comunidade. Sabemos que procurar ter esta vis˜ao mais universal ´e uma tarefa dif´ıcil, mas que pode trazer recompensas relevantes para nossa percep¸c˜ao da dimens˜ao desta ´area. Por isso, no pr´oximo t´opico, apresentamos algumas caracter´ısticas fundamentais para a compreens˜ao das redes complexas: a distribui¸c˜ao de conectividade, o coeficiente de agrega¸c˜ao m´edio e a distˆancia m´edia. 1 2. O ´ındice i faz referˆencia `a palavra em inglˆes input. O ´ındice o faz referˆencia `a palavra em inglˆes output..

(21) 6. 2.2 Conceitos B´ asicos 2.2.1 Distribui¸c˜ ao de Conectividade Uma importante propriedade estrutural de qualquer rede ´e a distribui¸c˜ao de conectividade P (k). Ela ´e a caracteriza¸c˜ao mais b´asica de uma rede e representa somente o passo inicial para sua descri¸c˜ao e compreens˜ao. A distribui¸c˜ao de conectividade nos fornece a probabilidade de que um v´ertice, escolhido de forma aleat´oria, possua k liga¸co˜es. De forma equivalente, podemos dizer que esta nos mostra a fra¸c˜ao de v´ertices de uma rede que apresenta conectividade k. A forma como a conectividade k est´a distribu´ıda entre os v´ertices de uma rede ´e visualizada atrav´es do gr´afico P (k) versus k. Mais informa¸co˜es podem ser extra´ıdas atrav´es do c´alculo dos momentos da distribui¸c˜ao, sendo que a equa¸c˜ao para o momento de ordem n ´e hk n i =. X. k n P (k). (2.2). k. Dessa equa¸c˜ao vemos que, o primeiro momento hki ´e a conectividade m´edia da rede, enquanto que o segundo momento, hk 2 i, determina as flutua¸c˜oes existentes na distribui¸c˜ao de conectividade. Note que hki pode ser calculado diretamente a partir do n´umero N de v´ertices e M de arestas: hki =. N 2M 1 X ki = N i=1 N. (2.3). Para auxiliar no entendimento do conceito de distribui¸c˜ao de conectividade, listamos abaixo alguns exemplos comuns de distribui¸c˜oes presentes nas redes complexas. A. Distribui¸c˜ ao de Poisson: A distribui¸c˜ao de Poisson ´e uma distribui¸c˜ao de probabilidade discreta que expressa a probabilidade que um certo n´umero de eventos ocorra em um intervalo cont´ınuo (tempo ou espa¸co). Esta nos proporciona descrever situa¸co˜es nas quais s˜ao observadas duas caracter´ısticas principais: (i) o n´umero N de elementos (objetos) envolvidos ´e grande (N → ∞); e (ii) os eventos ocorrem com probabilidade p pequena (p → 0). Ela ´e definida por: e−hki hkik (2.4) k! Podemos citar como exemplo de uma rede que segue essa distribui¸c˜ao, a rede aleat´oria. Observa-se o comportamento poissoniano quando seu n´umero de v´ertices tende ao infinito e sua conectividade m´edia hki ´e fixa (ver figura 2.3). Em raz˜ao dessa propriedade, dizemos que esse sistema possui uma distribui¸c˜ao com escala t´ıpica. P (k) =.

(22) 7. B. Distribui¸c˜ ao em Lei de Potˆ encia: A distribui¸c˜ao de conectividade ´e dita ser do tipo lei de potˆencia quando sua fun¸c˜ao de probabilidade tem a forma: P (k) = Ak −γ. (2.5). onde A ´e apenas uma constante de normaliza¸c˜ao, k 6= 0 e γ ´e o expoente padr˜ao da distribui¸c˜ao. Deve-se notar que embora a distribui¸c˜ao em lei de potˆencia decaia rapidamente quando o valor de k cresce, o decaimento ainda ´e mais lento do que o de qualquer outra distribui¸c˜ao, o que implica numa probabilidade muito maior de existir eventos extremos. Uma maneira conveniente de apresentar a distribui¸c˜ao em lei de potˆencia ´e no gr´afico log-log, onde ´e f´acil medir o expoente da distribui¸c˜ao γ (ver figura 2.3). Ao contr´ario da distribui¸c˜ao de Poisson, a distribui¸c˜ao em lei de potˆencia n˜ao possui um valor caracter´ıstico para sua conectividade. Essa propriedade faz com que redes descritas por essas distribui¸co˜es sejam chamadas de redes sem escala t´ıpica ou redes livre de escala. Ou seja, como n˜ao existe um u´nico elemento que seja representativo das conex˜oes de todos os outros elementos, essa rede n˜ao possui uma escala t´ıpica de conectividade – da´ı o termo “livre de escala”.. 2.2.2 Coeficiente de Agrega¸c˜ ao O coeficiente de agrega¸c˜ao ´e um parˆametro que nos informa sobre a presen¸ca de conex˜oes entre os vizinhos de um dado v´ertice. Considere, por exemplo, um v´ertice que possua dois vizinhos. Qual ´e a probabilidade de que estes dois vizinhos estejam conectados entre ´ o coeficiente de agrega¸c˜ao que nos fornece este resultado. Formalmente, seja um dado si? E v´ertice i que possui ki vizinhos, o valor do coeficiente de agrega¸c˜ao (local) de i ´e dado pelo quociente entre o n´umero de arestas mi que os vizinhos de i possuem entre si e o n´umero total ki (ki − 1)/2 de arestas poss´ıveis que eles poderiam possuir: ci =. mi ki (ki − 1)/2. (2.6). onde ci assume valores dentro do intervalo 0 ≤ ci ≤ 1. Logo, quando ci = 0, temos que os vizinhos do v´ertice i n˜ao se conectam entre si e quando ci = 1, todos os vizinhos do v´ertice i tamb´em s˜ao vizinhos entre si (ver figura 2.4). Observe que a defini¸c˜ao acima somente ´e v´alida para v´ertices que tenham pelo menos dois vizinhos. Podemos tamb´em obter o coeficiente de agrega¸c˜ao de toda a rede, isto ´e, o coeficiente de agrega¸c˜ao m´edio. Este ´e definido como a m´edia dos ci pelo n´umero total de v´ertices: 1 X mi C¯ = N i ki (ki − 1)/2. (2.7).

(23) 8. Figura 2.3: Gr´aficos ilustrativos, gerados a partir da simula¸c˜ao de redes, mostrando a diferen¸ca entre a distribui¸c˜ao de Poisson e a distribui¸c˜ao em lei de potˆencia. (a) Distribui¸c˜ao de Poisson: vemos que existe um valor t´ıpico para k, o valor m´edio, e que os demais valores de k n˜ao se distanciam muito desse valor m´edio. (b) Distribui¸c˜ao em lei de potˆencia em um gr´afico com eixos em escala linear: ´e poss´ıvel observar valores de k muito altos, correspondendo aos casos extremos que s˜ao menos raros do que na distribui¸c˜ao de Poisson. (c) Distribui¸c˜ao em lei de potˆencia em um gr´afico cujos eixos tˆem escala semi-logar´ıtmica: comportamento linear com inclina¸c˜ao aproximadamente igual ao expoente da equa¸c˜ao (2.5). Depois da distribui¸c˜ao de conectividade, o coeficiente de agrega¸c˜ao ´e um dos parˆametros mais utilizados na descri¸c˜ao de redes complexas. Nas redes sociais, por exemplo, essa propriedade fica expl´ıcita na ideia de que “os meus amigos s˜ao provavelmente amigos entre si”. ´ interessante ressaltar que existem outras defini¸c˜oes para o coeficiente de agrega¸c˜ao E de uma rede, por exemplo, a defini¸c˜ao relacionada com a contagem de ciclos de comprimento trˆes, ou seja, triˆangulos, a qual tamb´em ´e conhecida como transitividade da rede. Contudo, as men¸c˜oes feitas ao coeficiente de agrega¸c˜ao neste texto se referem `a defini¸c˜ao apresentada anteriormente..

(24) 9. Figura 2.4: Exemplo do conceito de coeficiente de agrega¸c˜ao local. Veja que para o v´ertice i, temos ki = 6 e mi = 5, resultando em um coeficiente de agrega¸c˜ao local ci = 1/3.. 2.2.3 Distˆ ancia M´ edia A distˆancia m´edia ´e outra propriedade importante que nos ajuda a compreender o comportamento de uma rede. Por´em, antes de definirmos o que ´e distˆancia e distˆancia m´edia, ´ dito que existe um caminho entre dois v´ertices precisamos conhecer o que ´e um caminho. E i e j quando existe uma sequˆencia de v´ertices, vizinhos aos pares, que permite sair de i e chegar a j ou vice-versa. Portanto, caminho ´e a sequˆencia dos v´ertices ou das arestas que devem ser atravessadas no percurso entre os v´ertices i e j. O comprimento de um caminho ´e definido como o n´umero de arestas que o formam. J´a no caso de o caminho ser especificado pela sequˆencia de v´ertices atravessados, o comprimento ´e definido como o n´umero de v´ertices menos 1, desde que sejam inclu´ıdos no caminho os v´ertices inicial e final. Como exemplo, podemos usar a rede da figura (2.5). Um dos v´arios caminhos entre os v´ertices 1 e 7 ´e a sequˆencia de v´ertices (1, 3, 7), cujo comprimento ´e 2. A distˆancia entre dois v´ertices, por sua vez, ´e definida como o comprimento do caminho mais curto. Quando os dois v´ertices est˜ao desconectados, define-se a distˆancia entre eles como infinita. A distˆancia m´edia entre os v´ertices de uma rede ´e definida como a m´edia da distˆancia entre todos os pares de v´ertices da rede. Formalmente, seja dij a distˆancia entre os v´ertices i e j de uma rede arbitr´aria, a distˆancia m´edia entre os v´ertices da rede ´e dada pela equa¸c˜ao: ¯l =. X 2 dij N (N − 1) i<j. (2.8). A distˆancia m´edia possui uma fun¸c˜ao central no estudo da estrutura de redes, pois informa qu˜ao pr´oximos os v´ertices est˜ao uns dos outros. No transporte de informa¸co˜es, onde podemos citar como exemplo o envio de pacotes de dados de um computador para o outro.

(25) 10. Figura 2.5: Exemplo do conceito de distˆancia m´edia. A distˆancia m´edia entre os v´ertices da rede ´e 1,6 e o diˆametro ´e 3. atrav´es da Internet, a menor distˆancia fornece a melhor alternativa de tr´afego desses pacotes de dados, fazendo que com estes sejam transferidos da maneira mais eficiente poss´ıvel. Dito isto, vemos que esta propriedade ´e muito relevante para a comunica¸c˜ao e propaga¸c˜ao de informa¸co˜es em uma rede. Ao falarmos da distˆancia m´edia ´e interessante termos no¸c˜ao de um conceito relacionado: o diˆametro de uma rede, o qual tamb´em ´e frequentemente usado. O diˆametro de uma rede ´e definido como a maior das distˆancias entre todos os pares de v´ertices que formam a rede.. 2.3 Modelos Cl´ assicos de Redes Nesta se¸c˜ao, iremos apresentar e discutir alguns modelos cl´assicos de redes, abordando suas fundamenta¸co˜es, procedimentos de constru¸c˜ao e propriedades. Come¸caremos fazendo a descri¸c˜ao de um dos modelos que formam a base da teoria de redes complexas, o modelo de Erd¨os e R´enyi. Em seguida, apresentaremos o experimento de Stanley Milgram, o qual teve um papel importante para o estudo das redes sociais e que foi fundamental para o surgimento do modelo de Watts e Strogatz, que tamb´em discutiremos ao final desta se¸c˜ao.. 2.3.1 Modelo de Erd¨ os e R´ enyi Entre 1959 e 1968, Paul Erd¨os e Alfred R´enyi desenvolveram a teoria dos grafos aleat´orios, a qual era uma combina¸c˜ao da teoria da probabilidade e da an´alise combinat´oria com a teoria dos grafos, estabelecendo assim um novo ramo da matem´atica. Baseado nesta teoria, eles propuseram um dos primeiros modelos de redes, o qual ficou conhecido por v´arios nomes, como modelo binomial, modelo de rede aleat´oria, modelo de rede Poissoniana e at´e mesmo modelo de Erd¨os e R´enyi, devido ao impacto e importˆancia do trabalho deles na compreens˜ao das propriedades dessas redes [4, 5]. O modelo de rede aleat´oria foi tamb´em introduzido, de forma independente, por Edgar Gilbert no mesmo ano em que Erd¨os e R´enyi.

(26) 11. publicaram seu trabalho sobre este assunto [6]. Entretanto, as contribui¸c˜oes de Erd¨os e R´enyi foram t˜ao fundamentais para o desenvolvimento dessa ´area que eles s˜ao considerados os fundadores da teoria dos grafos aleat´orios. O modelo de rede aleat´oria ´e relativamente simples e n˜ao possui um crit´erio que privilegie certas liga¸c˜oes em rela¸c˜ao a outras. Existem duas defini¸c˜oes desde modelo, ambas baseadas apenas em dois parˆametros. A primeira defini¸c˜ao assume como fixo o n´umero N de v´ertices e o n´umero M de arestas, ficando por isso conhecida como modelo G(N, M ). De acordo com esta defini¸c˜ao, ao construirmos uma rede, os N v´ertices da rede s˜ao conectados por M arestas escolhidas aleatoriamente dentre as N (N − 1)/2 poss´ıveis. Erdos e R´enyi usaram esta defini¸c˜ao em seus trabalhos sobre redes aleat´orias. A segunda defini¸c˜ao deste modelo foi introduzida por Gilbert e segue diretamente a ideia por tr´as da distribui¸c˜ao binomial, a qual ´e caracterizada pelos parˆametros N e p fixos, e por isso ficando conhecida como modelo G(N, p). Seguindo esta segunda defini¸c˜ao, a constru¸c˜ao de uma rede inicia-se com N v´ertices e cada par de v´ertices ´e conectado com probabilidade p, a mesma probabilidade para todos os pares (ver figura 2.6). Deste modo, ´e feita a tentativa de adicionar cada uma das N (N − 1)/2 arestas que podem estar presentes na rede. Cada uma tem probabilidade p de ser adicionada e essa probabilidade ´e independente das demais. Note que ´e como se tent´assemos adicionar todas as arestas poss´ıveis, uma por uma, mas somente a adi¸c˜ao de uma fra¸c˜ao p delas fosse efetivamente realizada, de modo que o valor esperado de arestas ´e dado por pN (N − 1)/2. Portanto, a conectividade m´edia (equa¸c˜ao 2.3) relaciona-se com p da seguinte forma: hki =. 2pN (N − 1)/2 = p(N − 1) ∼ = pN N. (2.9). assumindo que N  1.. Figura 2.6: Ilustra¸c˜ao de redes constru´ıdas a partir modelo de Erd¨os e R´enyi. Consideramos trˆes redes, cada uma com N = 10 v´ertices e com uma determinada probabilidade p. (a) Rede com p = 0, onde evidentemente obtemos v´ertices isolados. (b) e (c) Redes onde conectamos cada par de v´ertices com probabilidade p = 0.1 e p = 0.2, respectivamente..

(27) 12. Neste trabalho, vamos explorar a segunda defini¸c˜ao apresentada, o modelo G(N, p), pois al´em dele nos permitir calcular as principais caracter´ısticas da rede com maior facilidade, tamb´em representa as redes reais com maior veracidade, devido ao fato que em redes reais o n´umero de liga¸co˜es dificilmente ´e conhecido com antecedˆencia. Percebe-se que esse modelo segue duas regras b´asicas: tamanho constante e liga¸co˜es completamente aleat´orias. O algoritmo para a constru¸c˜ao de uma rede aleat´oria ´e o seguinte: (1) Inicie a rede com N v´ertices. (2) Fa¸ca uma listagem de todos os N (N − 1)/2 pares de v´ertices distintos. (3) Selecione um par de v´ertices e gere um n´umero aleat´orio entre 0 e 1, considerando uma distribui¸c˜ao de probabilidade uniforme. (3.1) Se o n´umero gerado for menor ou igual a probabilidade predeterminada p, estabele¸ca uma liga¸c˜ao entre o par de v´ertices selecionado. (3.2) Se o n´umero gerado for maior que p, n˜ao estabele¸ca nenhuma liga¸c˜ao entre o par de v´ertices selecionado. (4) Repita o passo (3) para cada um dos N (N − 1)/2 pares de v´ertices da rede, garantindo que cada par de v´ertice s´o seja visitado uma u´nica vez. Baseado neste algoritmo, constru´ımos uma representa¸c˜ao de uma rede gerada pelo modelo de Erd¨os e R´enyi (ver figura 2.7). Esta representa¸c˜ao nos permite observar que v´arios v´ertices n˜ao possuem nenhuma liga¸c˜ao (k = 0), sendo representados por v´ertices isolados (na cor azul), enquanto a maioria realiza v´arias liga¸co˜es. Erd¨os e R´enyi estudaram propriedades associadas a redes aleat´orias quando N → ∞. Um dos resultados mais importantes que eles obtiveram foi que as redes aleat´orias possuem uma transi¸c˜ao de fase, ou seja, eles mostraram que existe uma probabilidade p a partir da qual observamos uma mudan¸ca abrupta na rede, onde esta deixa de ser formada por pequenos conjuntos de v´ertices conectados entre si, passando a ser um grande aglomerado formado pela fus˜ao da maioria dos pequenos grupos. Esta caracter´ıstica est´a diretamente relacionada ao processo conhecido como percola¸c˜ao. Para mais informa¸co˜es sobre percola¸c˜ao veja [7]. A seguir faremos uma an´alise das principais caracter´ısticas das redes aleat´orias. 2.3.1.1 Propriedades Estruturais do Modelo de Erd¨ os e R´ enyi. A) Distribui¸c˜ ao de conectividade Em uma rede aleat´oria com probabilidade de conex˜ao p, a conectividade ki de um v´ertice i, segue uma distribui¸c˜ao binomial:.

(28) 13. Figura 2.7: Representa¸c˜ao da estrutura de uma rede gerada com N = 80 e p = 0.03 pelo modelo de Erd¨os e R´enyi.. P (k = ki ) = CNk −1 pk (1 − p)N −1−k. (2.10). onde o primeiro termo, CNk −1 , ´e o n´umero de maneiras equivalentes de selecionar k v´ertices dentre os N −1 diferentes de i, com a inten¸c˜ao de se realizarem k conex˜oes. O segundo termo, pk , representa a probabilidade de que o v´ertice escolhido esteja conectado a k outros, enquanto o terceiro termo, (1 − p)N −1−k , representa a probabilidade de que tal v´ertice n˜ao esteja conectado aos (N − 1 − k) v´ertices restantes. Como todos os v´ertices em uma rede aleat´oria s˜ao equivalentes estatisticamente, a probabilidade de um v´ertice selecionado aleatoriamente possuir k liga¸c˜oes ´e a mesma para todos. Para N suficientemente grande e p suficientemente pequeno, essa distribui¸c˜ao tende a uma distribui¸c˜ao de Poisson: e−pN (pN )k e−hki hkik = (2.11) k! k! onde hki ´e a conectividade m´edia que ´e dada por hki = p(N −1). Podemos observar ent˜ao que as redes constru´ıdas segundo essas regras apresentam uma distribui¸c˜ao de conectividade onde a maioria dos v´ertices possui uma quantidade liga¸c˜oes em torno de um valor m´edio, enquanto poucos v´ertices possuem uma quantidade de liga¸co˜es que difere muito da m´edia (ver figura 2.3). P (k) ≈.

(29) 14. B) Coeficiente de Agrega¸c˜ ao Considerando um v´ertice qualquer em uma rede aleat´oria, a probabilidade de que dois v´ertices vizinhos dele estejam ligados entre si ´e igual `a probabilidade de que dois v´ertices aleatoriamente selecionados estejam conectados, pois j´a sabemos que todas as arestas tˆem igual probabilidade de existirem. Logo, o coeficiente de agrega¸c˜ao m´edio ´e dado por: hki C¯ = p = N. (2.12). C) Distˆ ancia M´ edia Considere uma rede aleat´oria onde os v´ertices tenham em m´edia k liga¸co˜es, hki. Isto significa que de um v´ertice qualquer, pode-se visitar, em m´edia, outros k v´ertices afastados com uma distˆancia unit´aria, ou seja, l = 1. De cada um desses k v´ertices, podemos visitar, em m´edia, outros k v´ertices, os quais s˜ao vizinhos com l = 2 em rela¸c˜ao ao v´ertice considerado inicialmente e, portanto, o n´umero m´edio de v´ertices visitados ´e hki2 . De forma geral, para a distˆancia l dizemos que o n´umero m´edio de vizinhos ´e aproximadamente hkil , ou melhor, podemos visitar hkil v´ertices com l passos. Se a rede cont´em N v´ertices hkil n˜ao pode ultrapassar o tamanho N , ou seja, N = hkil . Portanto, para atingir os N v´ertices da rede s˜ao necess´arios em m´edia ¯l = ln N ln hki. (2.13). passos. Isso sugere que a distˆancia m´edia entre os v´ertices ´e pequena em compara¸c˜ao com o tamanho da rede. Esta caracter´ıstica d´a origem ao fenˆomeno conhecido como mundo pequeno (small-world), o qual serviu de base para explicar o resultado do experimento de Stanley Milgram que discutiremos no pr´oximo t´opico.. 2.3.2 Experimento de Milgram: o fenˆ omeno de mundo pequeno O estudo da distˆancia m´edia ganhou destaque em 1967, quando o psic´ologo e soci´ologo norte-americano Stanley Milgram realizou um experimento com a inten¸c˜ao de saber se duas pessoas desconhecidas e escolhidas aleatoriamente nos Estados Unidos, poderiam ser conectadas atrav´es de pessoas que se conheciam. Se isso fosse poss´ıvel, quantas pessoas formariam a corrente de conhecidos que ligaria as duas pessoas aleat´orias? Desta forma, a quest˜ao central desse experimento focava em medir a “distˆancia social”3 entre duas pessoas quaisquer nos EUA, o que nos forneceria uma ideia geral sobre a rede de contatos sociais deste pa´ıs. 3 Usamos a express˜ao “distˆancia social” para enfatizar que o experimento teve a inten¸c˜ao de medir a distˆancia topol´ ogica dentro da rede social na qual cada indiv´ıduo est´a imerso e n˜ao a distˆancia espacial..

(30) 15. Para dar in´ıcio a este experimento, Milgran selecionou pessoas aleatoriamente nos estados de Nebraska e Kansas, e as pediu para participarem de um estudo relacionado `a sociedade americana, onde deveriam entregar uma carta para duas pessoas escolhidas como alvos no estado de Massachusetts (ver figura 2.8). A primeira pessoa alvo era a esposa de um estudante de gradua¸c˜ao e a segunda um corretor da bolsa de valores de Boston. A carta continha o objetivo do estudo, uma fotografia, o nome, o endere¸co, alguns dados pessoais da pessoa alvo e as seguintes instru¸c˜oes: (1) Cada pessoa que receber a carta deve se identificar colocando seu nome na mesma. Isto serve para rastrear a origem da carta, evitando que esta retorne para a mesma pessoa. (2) Se vocˆe conhece a pessoa alvo, envie este documento diretamente para ele(a). (3) Se vocˆe n˜ao conhece diretamente a pessoa alvo, repasse este documento para algum conhecido que vocˆe acredite que tenha maior probabilidade de conhecer o destinat´ario. (4) Ao enviar a carta, cada pessoa deve remeter ao cientista uma confirma¸c˜ao de sua participa¸c˜ao. Esta etapa ´e muito importante para o desenvolvimento do estudo, pois proporciona ao pesquisador o acompanhamento do trajeto da experiˆencia. Quando a carta chegar `a pessoa alvo, esta dever´a enviar a mesma para o pesquisador para completar a experiˆencia. O resultado da experiˆencia foi surpreendente, pois esperava-se que o n´umero de cartas para chegar `a pessoa alvo fosse muito grande. Entretanto, o n´umero de intermedi´arios dessas cartas variou entre 1 e 10, com m´edia 6. Este trabalho foi publicado em 1967, na revista “Psychology Today” intitulado como “Problema de Mundo Pequeno” e mostrou que dois indiv´ıduos quaisquer nos EUA est˜ao conectados por, em m´edia, seis intermedi´arios [8]. Da´ı surgiu a famosa express˜ao “Seis Graus de Separa¸c˜ao”, a qual j´a inspirou pe¸cas de teatro, filmes e livros [9]. Apesar deste experimento ter se restringido apenas aos Estados Unidos, admite-se que seu resultado seja universal. O advento de novas tecnologias de comunica¸c˜ao agu¸cou a curiosidade dos estudiosos da ´area, de modo que novos experimentos desse tipo foram realizados utilizando a outrora famosa plataforma de mensagens instantˆaneas da Microsoft, o MSN Messenger. Esse estudo data de 2006 e analisou cerca de 30 bilh˜oes de mensagens de 240 milh˜oes de usu´arios da plataforma espalhado por todo o globo. Os resultados encontrados confirmaram a tese dos seis graus de separa¸c˜ao [10, 11]. Empresas como o Facebook tˆem repetido o experimento mais recentemente e tˆem encontrado um padrˆao que indica que essa distˆancia m´edia vem caindo com o tempo, o que indica que as pessoas est˜ao se tornando cada vez mais conectadas umas `as outras. No entanto, deve-se tomar o cuidado de perceber que a liga¸co˜es sociais em meios virtuais n˜ao refletem necessariamente as rela¸co˜es interpessoais do mundo real. Apesar disso, todas essas novas iniciativas de medir o grau de separa¸c˜ao entre as pessoas refor¸cam o conceito de mundo pequeno..

(31) 16. Figura 2.8: Mapa dos Estados Unidos. Os estados de Nebraska e Kansas, em vermelho, representam os pontos de sa´ıda das cartas e o estado de Massachusetts, em verde, representa o ponto de chegada. Figura adaptada de [13]. ´ importante ressaltar, que a contribui¸c˜ao de Milgram foi al´em de medir a distˆancia E entre pessoas e mostrar o quanto estamos conectados, pois com este estudo ele nos forneceu uma das primeiras demonstra¸c˜oes do fenˆomeno de mundo pequeno e motivou estudos te´oricos mais aprofundados, que resultaram em modelos de redes mais pr´oximos das redes reais.. 2.3.3 Modelo de Watts e Strogatz Em 1998, Duncan Watts e Steven Strogatz ao estudarem a estrutura de diferentes redes reais em diversos dom´ınios, verificaram que algumas destas redes possuiam caracter´ısticas em comum, como o coeficiente de agrega¸c˜ao m´edio ser superior ao das redes aleat´orias, enquanto a distˆancia m´edia possu´ıa valores pequenos [14]. Isso indicou que apesar do modelo de Erd¨os e R´enyi ser um dos mais estudados para representar redes, este n˜ao era suficiente para capturar aspectos fundamentais das estruturas presentes em muitas redes reais. Ent˜ao, para modelar muitas dessas redes, era necess´ario um modelo que conseguisse unir caracter´ısticas de mundo pequeno e alto coeficiente de agrega¸c˜ao. Assim, Watts e Strogatz foram os primeiros a propor um algoritmo para gerar redes de mundo pequeno, com o prop´osito de explicar os valores elevados de C¯ encontrados em seus estudos. O modelo de Watts e Strogatz pode ser constru´ıdo a partir de uma rede de N v´ertices com a forma de um anel e com topologia de conex˜ao regular. As conex˜oes s˜ao estabelecidas de modo que cada v´ertice se liga aos seus k vizinhos mais pr´oximos, sendo m vizinhos `a sua esquerda e m `a sua direita, logo k = 2m. Este modelo prop˜oe que uma fra¸c˜ao das liga¸co˜es dessa rede seja reconectada. O processo de reconex˜ao consiste em percorrer cada liga¸c˜ao da rede e, com probabilidade p, reconectar uma das extremidades da liga¸c˜ao a um novo v´ertice escolhido.

(32) 17. aleatoriamente nesta rede. Nesse procedimento n˜ao se permite autoconex˜oes e nem conex˜oes m´ultiplas entre um mesmo par de v´ertices. Deve-se ressaltar que, embora as liga¸co˜es iniciais sejam limitadas aos m primeiros vizinhos, ap´os o processo de reconex˜ao algumas liga¸c˜oes de longo alcance s˜ao estabelecidas, conectando muitas vezes v´ertices diametralmente opostos. Esse processo est´a ilustrado na figura (2.9). O algoritmo para a constru¸c˜ao de uma rede de Watts e Strogatz ´e o seguinte: (1) Inicie construindo uma rede com N v´ertices em forma de um anel. (2) Estabele¸ca liga¸co˜es de cada v´ertice da rede com seus k vizinhos mais pr´oximos, metade `a esquerda e metade `a direita. (3) Selecione uma liga¸c˜ao e com probabilidade p, reconecte-a a um novo v´ertice escolhido aleatoriamente, evitando autoconex˜oes e conex˜oes duplicadas. (4) Repita o passo (3) para todas as liga¸co˜es da rede. O processo de reconex˜ao possibilita, ao modelo de Watts e Strogatz, transformar uma rede com caracter´ısticas de rede regular em uma rede aleat´oria. Vejamos: quando p = 0 e k = 4, temos uma rede regular, a qual possui um coeficiente de agrega¸c˜ao m´edio dado por: 1 3(m − 1) = C¯ = 2(2m − 1) 2. (2.14). e a distˆancia m´edia dada por: ¯l = N (2.15) 4 Como esperado, neste caso temos um coeficiente de agrega¸c˜ao alto e uma distˆancia m´edia proporcional a N/k. J´a quando p = 1, obtemos uma rede aleat´oria, pois cada liga¸c˜ao ´e reconectada a um novo v´ertice, transformando uma rede regular em uma rede completamente N aleat´oria. J´a sabemos que a rede aleat´oria tem C¯ = hki e ¯l ∼ , o que significa um coe= lnlnhKi N ficiente de agrega¸c˜ao baixo, inversamente proporcional a N , e uma distˆancia m´edia pequena, proporcional a ln N . Atrav´es da varia¸c˜ao de p, Watts e Strogatz mostraram que existe um intervalo consider´avel de valores para a probabilidade p, no qual o modelo apresenta paralelamente um coeficiente de agrega¸c˜ao m´edio alto e uma distˆancia m´edia baixa, como podemos observar na figura (2.10). Com isso, vemos que a rede de mundo pequeno pode ser considerada um caso intermedi´ario entre a rede regular e a rede completamente aleat´oria. A distribui¸c˜ao de conectividade P (k) de uma rede desse tipo ´e baseada no fato de ¯ pois todos os v´ertices tˆem a que para p = 0, a distribui¸c˜ao segue a fun¸c˜ao P (k) = δ(k − k), ¯ Enquanto isso, `a medida que p cresce, os v´ertices passam a ter outros mesma conectividade k. valores de k. Consequentemente, quando chegarmos em p = 1, recuperamos a distribui¸c˜ao ¯ binomial esperada para uma rede aleat´oria, com o m´aximo em torno do valor m´edio k = k..

(33) 18. Figura 2.9: Processo de reconex˜ao dos v´ertices proposto pelo modelo de Watts e Strogatz capaz de tornar uma rede regular em aleat´oria. A ilustra¸c˜ao da esquerda (p = 0) mostra uma rede regular, na qual cada v´ertice se liga aos 4 vizinhos mais pr´oximos. A distˆancia entre os dois v´ertices nas cores azul e vermelho ´e 5. A ilustra¸c˜ao do centro (0 < p < 1) mostra a mesma rede depois que 3 v´ertices tiveram suas conex˜oes iniciais alteradas. Pode-se notar claramente que foram inclu´ıdas liga¸co˜es de longo alcance, pois a distˆancia entre os v´ertices azul e vermelho agora passou a ser 3. Isto mostra que a inclus˜ao de liga¸co˜es aleat´orias, geradas neste modelo pelo processo de reconex˜ao, ´e fundamental para que a rede tenha a caracter´ıstica de mundo pequeno. Por outro lado, a ilustra¸c˜ao da direita (p = 1) mostra uma rede na qual todas as conex˜oes foram redirecionadas aleatoriamente, logo o que temos ´e uma rede aleat´oria. Figura adaptada de [15].. Figura 2.10: Compara¸c˜ao entre a distancia m´edia e o coeficiente de agrega¸c˜ao para o modelo de Watts e Strogatz. Note a r´apida queda da distancia m´edia, enquanto o coeficiente de agrega¸c˜ao permanece constante durante boa parte do intervalo, demonstrando que a rede apresenta o efeito mundo pequeno. Figura retirada de [13]..

(34) 19. Cap´ıtulo 3. Redes sem Escala T´ıpica O estudo da maioria das redes complexas tˆem sido motivado pelo desejo de compreender os sistemas reais, por exemplo, as redes sociais ou as redes biol´ogicas. Com o avan¸co da tecnologia e a disponibilidade de computadores que permitem a an´alise de dados em grandes quantidades, houve uma mudan¸ca significativa nesta ´area. Por causa disso, as pesquisas atuais podem considerar redes envolvendo uma enorme quantidade de v´ertices e arestas, o que tem revelado v´arias caracter´ısticas que diferenciam substancialmente as redes reais das redes aleat´orias. Assim, desde o final da u´ltima d´ecada, os estudos das redes reais tˆem levado pesquisadores de diversas ´areas a descobrirem a presen¸ca de estruturas sem escala caracter´ıstica em uma quantidade cada vez maior de sistemas. Devido a isto, pesquisas sobre redes sem escala t´ıpica est˜ao sendo amplamente difundidas. Estes sistemas apresentam uma distribui¸c˜ao de conectividade seguindo uma lei de potˆencia e ´e este tipo de comportamento que indica a ausˆencia de uma escala t´ıpica. Por isso, como j´a vimos, estas redes s˜ao chamadas de redes sem escala t´ıpica ou redes livres de escala. As redes sem escala t´ıpica s˜ao bastante distintas das redes aleat´orias cl´assicas. Nos modelos discutidos no cap´ıtulo anterior, vimos que o n´umero N de v´ertices permanece fixo, que as liga¸co˜es s˜ao realizadas de forma completamente aleat´oria e que estes apresentam uma distribui¸c˜ao de conectividade P (k) do tipo Poissoniana, com um valor caracter´ıstico hki. Mas, apesar de serem modelos bastante estudados para descrever a estrutura de redes, estes falham em reproduzir caracter´ısticas presentes em muitas redes reais. Por exemplo, em redes reais o n´umero de v´ertices cresce continuamente devido `a adi¸c˜ao de novos v´ertices. Portanto se queremos modelar essas redes n˜ao podemos recorrer a um modelo est´atico. Al´em disso, na maioria das redes reais novos v´ertices preferem realizar liga¸c˜oes com os v´ertices mais conectados, fazendo com que estas apresentem alguns poucos v´ertices com uma conectividade muito alta, enquanto que a maioria dos v´ertices apresentam baixa conectividade. Redes com essas caracter´ısticas tˆem topologia heterogˆenea, a qual se traduz em uma distribui¸c˜ao de conectividade que decai em lei de potˆencia..

(35) 20. A existˆencia desse tipo de distribui¸c˜ao em v´arias redes reais levou os pequisadores a questionar quais tipos de mecanismos seriam respons´aveis por gerar tal comportamento [17]. A resposta surgiu a partir dos trabalhos de Barab´asi e Albert ao mostrarem que o comportamento de redes reais pode ser reproduzido atrav´es da imposi¸c˜ao de algumas regras para o crescimento das redes, resultando no famoso modelo de Barab´asi e Albert capaz de gerar redes sem escala t´ıpica [16, 17, 18]. Neste cap´ıtulo, apresentaremos modelos de redes sem escala t´ıpica. Come¸caremos apresentando o modelo de Barab´asi e Albert, o qual nos fornece a fundamenta¸c˜ao inicial para construir redes com distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia. Em seguida, apresentaremos modelos derivados do modelo de Barab´asi e Albert: Modelo de Bianconi, Modelo de extens˜ao do modelo de Bianconi, Modelo de Afinidade, Modelo de Natal e o Modelo de Afinidade com M´etrica.. 3.1 Modelo de Barab´ asi e Albert Sabemos que leis de potˆencia regulam v´arias distribui¸c˜oes de probabilidade utilizadas para descrever caracter´ısticas de diversos sistemas f´ısicos. Nas redes complexas, a distribui¸c˜ao de conectividade em lei de potˆencia foi inicialmente estudada por Albert-L´aszl´o Barab´asi e R´eka Albert em 1999 [17]. Estudos sobre propriedades de sistemas reais associados a leis de potˆencia j´a existiam nas ciˆencias sociais [39], por exemplo, no entanto dentro da ´area das redes complexas o cr´edito pela aten¸c˜ao que se d´a atualmente a este t´opico vem da an´alise de Barab´asi e Albert sobre a estrutura da Web. Eles analisaram como as p´aginas da Web estavam conectadas umas `as outras e perceberam que a distribui¸c˜ao de conectividade ocorria seguindo uma lei de potˆencia. Buscando explicar este fenˆomeno, eles propuseram um modelo baseado em duas regras b´asicas, as quais tinham rela¸c˜ao com as regras de forma¸c˜ao de redes reais. A primeira regra mencionada por Barab´asi e Albert ´e o crescimento da rede, partindo da observa¸c˜ao de que as redes reais n˜ao s˜ao est´aticas, ou seja, a quantidade de v´ertices que as comp˜oem est´a em constante altera¸c˜ao e tende a aumentar com o tempo. A segunda regra ´e a liga¸c˜ao preferencial (preferential attachment)1 , a qual expressa o fato de que os v´ertices mais conectados tendem a ficar ainda mais conectados, pois os v´ertices rec´em adicionados `a rede tendem a se ligar `aqueles que s˜ao mais conectados (os polos). Vale salientar que os polos representam a diferen¸ca estrutural mais marcante entre uma rede aleat´oria e uma rede sem escala t´ıpica. Portanto, a ideia fundamental do modelo consiste no crescimento da rede via liga¸c˜ao preferencial. Essas duas regras formam a base do modelo de Barab´asi e Albert, tamb´em conhecido como modelo BA ou modelo livre de escala, que ´e um dos primeiros modelos te´oricos a gerar 1. Tamb´em conhecido por efeito Mateus, devido ao vers´ıculo deste evangelho que diz “Porque todos aqueles que tˆem, mais lhes ser´a dado e ter˜ao em abundˆancia.” ou pelo chamado fenˆomeno “Ricos ficam cada vez mais ricos”..

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