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tório de Estágio par
a obt enç ã o do Gr au de Mestre Mestr a do em D esign Gr á fic o Orien ta dor a -
Célia Cristina Corr
eia F err eira Orien ta dor de Estágio - Miguel Carneir o Institut o P olit écnic o de Leiria Esc ola S uperior de Ar te e D esign Ana R elv as, 2019 O C AR T AZ C OMO F ORMA DE EXPRESS Ã O Pesquisa e prátic a na Oficina Arara
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O pr esent e r elat ório de estágio está escrit
o segundo o antig o Acor do Or tográ fico . As opções grá fic a s dest e document o , em especial a lingua g em grá fic a utiliz a da na Par te 2 , visam
criar uma maior harmonia com o t
ema e xplora do / desen volvido . E sta s nã
o seguem uma lógic
a / estrutura con vencional, o que t orna a lingua g em mais fle xív el e espontânea .
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E sta in vestig aç ã o desen volv e uma pesquisa em r ela çã o à prátic a do design grá fico centra da no c ar ta z como e xpr essã o e meio de a cç ão . A a ctivida de desenvolvida pela Oficina Arara f
oi o object o de estudo privilegia do para esta pesquisa . O c ar ta z a qui r ef erido é o c ar ta z implic a do ideologic ament e , que r e vela quest ões polític a
s, sociais e culturais e que pr
ocura emancipar o cida dã o . O c ar ta z que mar c a ar tistic ament e o espa
ço público da segunda me
ta de do séc . XIX , cheg a a o nosso t empo a daptando -se ou r esistindo à s cir cunstância e à s no va s f orma s de media çã o . O t empo , que se sent e como a celera do , e a s condições de pr oduç
ão de um design normativ
o e ma ssific ado , de desc ar te rápido , conduziram a uma pr ocura sobr e como é possív el, atra vés de f orma s mais ‘ar tesanais ’ de design grá fico , r esponder a esta s pr oblemátic as. Uma da s possibilida des cont emporânea s de r esist ência a os modos c apitalista s de pr oduç ã o , pa
ssa por encontrar e pensar f
orma s colaborativ a s/ par ticipativ as de cria çã o , de int er venç ã o e comunic a çã o . Uma da s prátic a s r ecorr ent es do colectiv o Arara é a pr oduç ã o de c ar ta zes, de c ará ct er int er ventiv o , cujos objectiv os se pr
endem com quest
ões sociais
e com o apelo à int
er venç ã o públic a . O está gio no colectiv
o Oficina Arara permitiu-me usufruir da
s condições necessária s para o desen volviment o de uma in vestig aç ã o prátic a . Pr e tendi e xplorar a s pot encialida
des do trabalho colectiv
o , atra vés de uma apr endiz a g em f
eita num espa
ço r eal, com v anta g ens que nã o estã o disponív eis em ambient es de apr endiz a g em individual. É nesta ‘ar ena ’ que pr e tendo desen volv er um trabalho de c ará ct er grá fico -e xperimental. Expr essã o , Experiência , Colectiv o , Oficina Arara , Car ta z.
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This in vestig ation de velops a r esear ch r elating t o the pra ctice o f graphic design cent er ed in the post er a s e xpression and means o
f a ction. The a ctivit y de veloped b y Oficina Arara w as the object o f study chosen f or this resear ch. The post er her
e mentioned is implied ideologic
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, which r
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veals
politic
al, social and cultural questions and seek
s t o emancipat e citiz ens. The post er which ar tistic ally se
ts the public spa
ce in the second half o
f the nine teenth centur y r ea ches no w ada ys a dapting or r esisting cir cumstances and ne w w ay s o f mediation. Time , f a st a s it is, and pr oduction conditions o f a normativ e and ma
ssified design, rapidly disc
ar ded, ha ve led int o sear ching o
f means in which mor
e tra ditional w ay s o f graphic design c an answ er t o these pr oblems. One o f the cont emporar y possibilities o f r esistance t o c apitalist w ay s o f pr oduction is t o think o f collaborativ e/ par ticipativ e means o f cr eation, int er vention communic ation. One o f the r ecurr ent pra ctices used b y collectiv e Arara is the pr oduction o f post er s o f an int era ctiv e natur e with the objectiv e o f appealing t o public int er
vention and social questions.
The int
ernship in Oficina Arara ha
s allo
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ed me t
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ather the necessar
y tools f or the de velopment o f a pra ctic al in vestig ation. It is m y aim t o e xplor e the possibilities o f collectiv e w ork thr ough learning in a r eal spa ce , with a dv anta g es not a
vailable in individual learning en
vir onment s. It is in this ‘ar ena ’ that I int end t o de velop w ork o f a e xperimental-graphic natur e . Expr ession, Experience , Collectiv e , Oficina Arara , Post er .
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Img . 1 - ‘Colectiv o Arara ’. Img . 2 - E spa ço e xterior da Oficina Arara
. Img . 3 - E spa ço int
erior da Oficina Arara
. Img . 4 - Má quina de luz U V com um f ot olit o . Img . 5 - Má quina de S erigra fia semi-aut omátic a . Img . 6 - Painel e mesa de f erramenta s. Img . 7 - Tinta s. Img . 8 - Papéis. Img . 9 - Tesoura s e x -a ct os. Img . 10 - Car ta zes cola
dos na Rua do Duque da
Ter ceira , Por to . Img . 11 - Car ta zes cola dos no ‘Quiosque do Piorio ’, Por to . Img . 12 - Car ta zes cola dos na Rua de S. Vict or , Por to . Img .13 - Car ta zes cola
dos na Rua do Her
oísmo , Por to . Img .14 - Irina Per
eira a editar uma ima
g em no computa dor . Img . 15 - Má quina de S erigra fia S emi-Aut omátic a . Img . 16 - Impr essã o de S erigra fia f eita manualment e . Img . 17 - Car ta z Z é Po
vinho e Rui Rio na rua
, Oficina Arara ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 6 22 773 4 3 77 41083 /phot os/ a .6 786 396 3 215 4 4 6 3/ 17 65 2 76 9 2 0157390 /? type=3& theat er Img . 18 - Car ta zes Z é Po vinho
, Rui Rio e Polícia na rua
, Oficina Arara ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 6 22 773 4 3 77 41083 /phot os/ a .6 786 396 3 215 4 4 6 3/ 17 65 2 77 173 4 90698 /? type=3& theat er Img . 19 - Boc a s, Car ta zes de rua , 2 013 - F ot ogra fia Bura co ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 24 3 2 6 22 9 24 53 24 4/ phot os/ a .2509 4 06 7835 2 0 72/35573 22 4 4 539581 /? type=3& theat er Img . 20 - Boc a s, Car ta zes de rua , 2 013 - F ot ogra fia Bura co ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 24 3 2 6 22 9 24 53 24 4/ phot os/ a .2509 4 06 7835 2 0 72/35573 22 4 4 539581 /? type=3& theat er Nota : F ot ogra fia s de Ana Ra quel R elv a s, e xcept o indic a ç ã o em contrário . p . 4 5 p . 4 7 p . 4 7 p . 4 8 p . 4 8 p . 4 8 p . 4 8 p . 4 8 p . 4 8 p . 5 1 p . 5 1 p . 5 1 p . 5 1 p . 53 p . 5 4 p . 5 4 p . 5 5 p . 5 5 p . 56 p . 56 Img . 21 - Fly er Exposiç ã o Z é dos Bois. Img . 22 e Img . 23 - Capa / Contra -Capa Bura co #4, Jornal Bura co ht tps:/ /jornalbura co .w or dpr ess. com/ 2 012/ 06 /01 /lanc ament o -a -montant e/ Img . 24 - O Livrinho V ermelho do G alo de B ar celos. Img . 2 5 - Pá gina s Bura co #5 . ht tp:/ /w w w .tipo .pt /inde x.php /pt /periodicos/ de tails/ 9 /14 Img . 26 - Capa e pá gina Bura co #6 . ht tp:/ /w w w .tipo .pt /inde x.php /pt /periodicos/ de tails/ 9 /15 Img . 27 - V ária s c apa s Bura co #7 . ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 6 22 773 4 3 77 41083 /phot os/ a .1157 4 6 4 8 4 76 05 2 70 /1157 4 6 4 86 42 719 35 /? type=3& theat er Img . 28 - Bura co #8 no cola do no Quiosque do Piorio , Oficina Arara . ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 6 22 773 4 3 77 41083 /phot os/ a .2212 3 2 3 418 786 069 /2212 3 2 4222119 3 22/? type=3& theat er Img . 29 - Abolition o f W ork Par t 2/ Par t 3 , Bruno Bor g es. ht tps:/ /mont era vi.blog spot .com/ 2 016 /10 /tijuana .html Img . 30 - Capa em S erigra fia Aboliç ã o do Trabalho , Tipo . ht tp:/ /w w w .tipo .pt /inde x.php /pt /tip -disp /de tails/ 5/3 71 Img . 3 1 - Carr oç a da Brux a na Exposiç ã o Arara , G aleria Z é dos Bois. ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ g aleria zedosbois/ phot os/ a .101555306 4 4212831 /101555 30650912831 /? type=3& theat er Img . 3 2 - Car ta
zes Nau dos Loucos.
Img . 33 - Car ta z Ma c a co S ábio , Oficina Arara . ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 6 22 773 4 3 77 41083 /phot os/ a .14 8 701331 7983 753 /14 8 7014 2 31316995 /? type=3& theat er Img . 3 4 - Composiç ã o de digitaliz a ções sobr e a Oficina Arara . Img . 35 - Conjunt o de c ar ta zes Jungle Trio , Oficina Arara ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 6 22 773 4 3 77 41083 /phot os/ a .128080808 86 0 42 78 /1280 8090986 0 41 77 /? type=3& theat er & ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 6 22 773 4 3 77 41083 / phot os/ a .128080808 86 0 42 78 /1280808 895 2 7086 4/? type=3& theat er & ht tps:/ /w w w . fa cebook .com/ 6 22 773 4 3 77 41083 /phot os/ a .128080808 86 0 42 78 /1280808 7319 3 75 4 7/ ?t ype=3& theat er Img . 36 - Calendário Arara . Img . 3 7 - V ários e vent os do Map ’arara . Img . 38 - Ilustra çã o de t oda s a s via g ens f eita s durant e o período de está gio . Par te 1 p . 56 p . 58 p . 58 p . 59 p . 59 p . 59 p . 60 p . 60 p . 60 p. 6 1 p . 62 p . 69 p . 86 , 8 7 p . 89 p . 99 p . 100 p. 101 Par te 2
Img . 39 - W ork shop T UDOR OD ABO TAF OR A , Ana Ra quel R elv a s e Pedr o Doura do . Img . 40 - Composiç ã o de digitaliz a ções sobr e a Exposiç ã o Oficina Arara na G aleria Z é dos Bois. Img . 4 1 - Mat erial pr ont o a c arr eg ar à entra
da da Oficina Arara ant
es da Exposiç ã o . Img . 42 - Pintura do mural AR AR A em pr ocesso . Img . 43 - Má sc ara em st encil para f a zer a t er ceira cor . Img . 4 4 - E spa ço de leitura , Cont emporânea . ht tps:/ /cont emporanea .pt /edicoes/ 0 4-2 018 /o ficina -arara Img . 4 5 e 46 - S ala dos c ar ta zes em pr ocesso . Img . 4 7 - S ala dos c ar ta zes, G aleria Z é dos Bois. ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ g aleria zedosbois/ phot os/ a .101555306 4 4212831 /101555 306550 72831 /? type=3& theat er Img . 4 8
- Pintura do mural Boc
a em pr ocesso . Img . 49 - Entra da /saída Carr oç a da Brux a . Img . 50 - Carr oç a da Brux a em pr ocesso . Img . 5 1 - Carr oç a da Brux a , G aleria Z é dos Bois. ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ pg/ g aleria zedosbois/ phot os/? tab=album &album_ id=101555306 4 4212831 Img . 5 2 - S
ala dos espelhos em pr
ocesso . Img . 53 e 5 4 - S
ala dos espelhos, G
aleria Z é dos Bois. ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ g aleria zedosbois/ phot os/ a .101555306 4 4212831 /10155 530655582831 /? type=3& theat er & ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ g aleria zedosbois/ phot os/ a .101555306 4 4212831 /1015553065 4 982831 /? type=3& theat er Img . 5 5 - W ork shop O Diabo da S erigra fia . Img . 56 - Pr ocesso de impr essã o e monta g em da cenogra fia no Under sta ge do Teatr o Municipal do Por to - Riv oli. Img . 5 7 - Pr ocesso de impr essã o e r esulta do final. Img . 58 - Oficina de má sc ara s em Chousela s. Img . 59 - Pr ocesso criativ o de desen volviment o de ima g ens grá fic as para os pr odut os Indício . Img . 60 - R esulta
do final, Oficina Arara
. ht tps:/ /w w w .f a cebook .com/ 6 22 773 4 3 77 41083 /phot os/ a .199 2 6 2568 4 0891 78 /199 2 6 2 6 00 7422 4 79 /? type=3& theat er Img . 6 1 - F eira Raia #2 . Img . 62 - Int er venç ã o no espa
ço urbano da cida
de do Por to . Img . 63 - F estiv al Cra ck F ume tti Dir ompenti, Cra ck F estiv al ht tps:/ /w w w .f acebook .com/ Cra ckf estiv al/ phot os/ a .210 72 0 2212 65 4 330 /210 72 0 4 89 2 65 4 06 2/? type=3& theat er Img . 6 4 - F estiv al Cra ck F ume tti Dir ompenti. Img . 65 - Manuel R elv a s em crianç a , ( s. d.). Img . 66 - Manuel R elv a s ant es de ir pr estar ser viços militar es, ( s. d.). Img . 67 - Manuel R elv a
s com esposa e filhos, (
s. d.) Img . 68 - Manuel R elv a s, (2 019) Img . 69 - O s v ários mat eriais r ecolhidos por S avler . Img . 7 0 - E spa ço e xt erior e c a sa de S avler . Img . 7 1 - E spa ço e xt erior de S avler . Img . 72 - A telier de S avler . Img . 73 - S avler a mostrar a c
amisola que pint
ou para r emomorar o seu c ã o . Img . 7 4 - F a se de Impr essã o do pr oject o prático colaborativ o S avler . Img . 7 5 - Z é Toma a f a zer um ‘manguit o’ à entra da da Oficina Arara . Img . 7 6 - Car ta zes e xpost os na Oficina Arara . Img . 7 7 - Digitaliz a çã o dos t est es de cor . Img . 78 - S equência da aber tura do c ar ta z/ desdobrá vel. Img . 7 9 - S avler e o c ar ta z/ desdobrá vel. Img . 80 - Digitaliz a çã o de uma pá gina do livr o Aboliç ã o do Trabalho . p . 10 3 p . 104 p. 10 7 p . 108 p . 109 p.109 p. 110 p. 110 p. 111 p. 112 p. 112 p. 112 . 112p p. 112 p. 114 p. 119 . 120p p. 121 p. 122 p. 122 p. 123 p . 124 p . 12 5 p . 12 5 p . 13 1 p . 13 1 p . 13 1 p . 13 1 p . 13 2 p . 133 p . 13 4 p . 13 4 p . 135 p . 139 p . 140 p. 14 1 p . 142 p . 143 p . 14 4, 14 5 p . 149 Par te 3
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E st e r elat ório visa , com ba se na in vestig a çã o e conheciment os a dquiridos em ambient e de está gio , encontrar alt ernativ as a o f a zer ‘ma ssific a do ’ e ‘pr ec ário ’ do design grá fico a ctual. A Oficina Arara tornou-se numa escolha
‘natural’
para esta pesquisa
: pelo tipo de prátic a s, escolha s t écnic a s ( mais ar tesanais do que t ecnológic as ), pela pla sticida de que tant o pr eser
vam e pelo modo de viv
er f oc a do no pr esent e ma s que utiliz a f erramenta s de t odos os t empos ( manuais e digitais ). Nest e ‘abrig o’ , t ent ei apr ender e desen volv er a s c apa cida des necessária
s para conseguir trabalhar em pr
oject os dest e tipo , em especial usando o supor te c ar ta z, de f
orma menos con
vencional. Da mesma f orma , o trabalho colectiv o e colaborativ o demonstr ou t er um papel impor tant e para est e pr
ocesso de pesquisa e apr
endiz a g em. Por um la do , o trabalho colectiv o une e r eúne v ários pensament os num espa ço aber to e a cessív el para a discussã o em igualda de , por outr o , o trabalho colaborativ o pr ocura , atra vés da mútua par tilha de apr endiz a g ens e conheciment os, cooperar com todos os en volvidos. Numa f
ase inicial de pesquisa
, a
s leitura
s de aut
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es como Byung Chul-Han
ou Ja
cques Rancièr
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oram fundamentais para um maior esclar
eciment o sobr e o modo como o a cesso à inf orma çã o é f alsament e pr ojecta do como sendo a compr eensã o t otal do conheciment o . O que essa s leitura s me ajudaram a descobrir f oi a necessida de de inscr e ver outra s ‘v o zes ’ e outra s pr esenç a s visuais que r
esistam a um cenário que
, apar entando div er sida de e dif er enç a , pa dr oniz a os modos de cria çã o grá fic a e e xpr
essa uma únic
a vo z: a do mer ca do . O c ar taz sur g e como uma da s pala vra s cha ve principais desta in vestig aç ã o por
que sendo um meio vulg
ar de publicida de visual é , na prátic a da Oficina Arara , um meio para a e xperimenta çã o e int er venç ã o da expr essã o grá fic a . Nã o me int er essa f a
zer uma pesquisa t
eóric a , ou de c ará ct er hist órico , ma s
estudar uma prátic
a específic a e um colectiv o ‘em a cç ão ’ ( Oficina Arara ). Pr ocur o e xplorar a e xperiência do t empo , apr ender a e xperimentar , no
sentido de José Gil ( 2
005 , p . 259-2 6 0), “ dif eren tes v elocida des de e x ecuç ã o … [ c aptar] a t endência do mo vimen to , en tre c a os e nec essida de .” E st e trabalho desen volv e uma me todologia a dapta da : é um pr oject o de in vestig aç ã o sobr e f orma s de pr oduç ã o /cria çã o em design, um está gio
curricular que no final t
esta a s sua s hipót eses atra vés da r ealiz aç ã o de um pr oject o colaborativ o .
A S
ocieda
de do c
onsumo e do t
empo livre
apresen
ta uma t
empor
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ticular
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empo que sobr
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vido a um aumen
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(Han, 2
016
, pp
.111-112)
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A estrutura desta in vestig a çã o divide -se em quatr o par tes: uma e xplora çã o intr odut ória, uma análise de estudo de c
aso , um r elat ório de está gio e a realiz a ç ã o de um pr oject o prático . A Par te 0 , D a Leitur a à R epresen ta ç ã o - Pr á tic a Experimen tal , dá a compr eender o pont o de par
tida para alguma
s quest ões e t ema s de int er
esse que estiv
eram pr esent es ‘em fundo ’ durant e esta in vestig aç ã o . E sta par te é chama da de par te z er o por ser pr eliminar à restant e pesquisa . Nela sã o e xplora da s leitura s de f orma t eóric a e prátic a , de maneira nã o con
vencional, que inf
ormaram o pensament o dest e trabalho e a e xperiência grá fic a que t enciona va desen volv er . A Par te 1, O ficina Ar ar a - Con te xtualiza ç ã o T eóric a , usa uma me todologia de estudo de ca so , onde é abor da do o trabalho da Oficina Arara a par tir de um ensaio sobr e o seu cont ex to teórico , a s prátic a s mais comuns, o trabalho colectiv o / colaborativ o e a int er venç ão no espa ço público , como a cç ão polític a . A obser va çã o par ticipa da e a s entr e vista s orienta da s f oram a s me todologia s mais utiliz ada s para o desen volviment o dest e estudo . A Par te 2, Experiência Ar ar a - R ela tório de Estágio , apr esenta o r esulta do da e
xperiência tida no estúdio
, quer a nív el pessoal, quer a nív el colectiv o . O r elat ório t em a
qui uma dimensã
o e xplorat ória e experimental, e xpr essa sob a f orma de cont
eúdos como: o glossário
, t ex tos inf ormais sobr e o que f oi mais signific ativ o na e xperiência de está gio , a s apr endiz a g ens mais t écnic a s a cer ca dos pr ocessos de e xecuç ã o e br e ves descrições sobr e pr oject os que lá f oram desen volvidos. E st es cont eúdos par tem de uma v o z pessoal, que r eme
te para o modo como a e
xperiência
Arara me ensinou no
va
s f
orma
s de pensar e trabalhar colectiv
ament e . A Par te 3, S a vler - Projec to Pr á tic o , designa um pr oject o pr ático colaborativ o f eit o na Oficina Arara , com o intuit o de t estar a s f orma s de ‘pensament o , cria çã o e pr oduç ã o AR AR A’ , concilia da s com a s apr endiz a g ens criativ a s, t écnic a s e colaborativ a s a dquirida s durant e o período de está gio .
Tendo como espa
ço de in vestig a ç ã o o trabalho desen
volvido pela Oficina
Arara tra
cei dua
s quest
ões fundamentais: a
) Como pode o trabalho
colaborativ
o de um colectiv
o de ar
tista
s criar uma abor
da g em e xpr essiv a do design? e b
) Como pode uma t
écnic a de impr essã o ( serigra fia ) funcionar como um modo de r esist ência a um t empo tipific a do e a celera do de pr oduç ã o grá fic a? Par tindo da s quest ões ant erior es, t
enciono encontrar o espa
ço que me dê a opor tunida de de e xplorar alt ernativ a s para a s f orma s mais c apitalista s/ consumista s/ contr ola da s de cria çã o e pr oduç ã o grá fic a , atra vés da e xperiência prátic a em ambient e de está gio . Nest e cont ex to pr ocur o apr ender e e xplorar no va s f orma s de pensar , criar e pr oduzir ideia s a par tir da s t écnic a s, f erramenta s e prátic a s ar tístic a s disponív eis. Da mesma f orma , int er essa -me per
ceber de que modo posso aplic
ar os
meus conheciment
os na ár
ea do design grá
fico num ambient
e que par ece confr ontar a s norma s da ‘pr odutivida de ’.
Tenciono também per
ceber o modo
como se tra
ç
am e consolidam r
ela
ções, como se cria o colectiv
o e apr
ender
o que é trabalhar num cont
ex
to r
eal, em que o espa
ço político da cida
de nã o é uma abstra cç ã o . Como objectiv o principal t enciono apr ender a f a
zer uso tant
o do design grá fico como de ár ea s a dja cent
es, para pensar
, criar e pr
oduzir object
os
grá
ficos que cont
enham a e xpr essivida de , pla sticida de e sentido de dura ç ã o ( contrário à fug a cida de da pr oduç ã
o e consumo dos dia
s de hoje ), que pr ocur o .
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A Par te Zero sur giu antes mesmo de dar início a
o R ela tório de Estágio , numa t en ta tiv a de c ompreender as quest
ões sobre as quais pret
endia in v estig ar , t endo em vist o um tr abalho pr á tic
o final. Após algumas
leitur as, de obr as de aut ores c omo , B
yung Chul Han,
Ja
cques R
ancière ou William Burroughs, c
omeç ar am a sur gir t emas de in teresse c omo o t empo , a a c eler a ç ã o/ desa c eler a ç ã o , a socieda de e a emancipa ç ã o . Esta par te reflec te uma e
xperiência pessoal, onde o
resulta do ou c onclusã o nã o sã o ainda o f oc o , mas em que o proc
esso de uma leitur
a
-escrita pessoal é post
o à pro v a . As pr á tic as que se seguem sã o represen ta ç ões gr á fic o -e xperimen tais de leitur as f eitas dur an te a f ase inicial de pesquisa , c
om o fim de cruzar cria
tivida de , represen ta ç ã o e uso de t écnic as a dquiridas em design gr á fic o . Est e e x ercício t e v e c omo objec tiv o e xplor ar e c ompreender de que f
orma seria possív
el usar algumas e xperiências sobre a f orma gr á fic a , de modo a t estar a minha c ompreensã o e apro xima ç ã o a os t emas que , dur an te os meses seguin tes de estágio , estiv er am c omo
um fundo sobre o qual fui criando uma rela
ç ã o c om o mundo da O ficina AR AR A . ‘Comec e na da ’ 1 é um bom c omeç o . 1 R elativ o a o trabalho pr esent e na p .35 .
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D a L ei tu ra à Re p re se n ta çã o - Pr á ti ca E xpe ri m en ta l0.1 O M
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1 F ascículo A v en tur a In telec tual. Int erpr e ta çã o pessoal da leitura f eita do primeir o c apítulo de O Mestr e Ignorant e . A obra O Mestr e Ignorant e, é uma obra que f
ala essencialment e sobr e a emancipa ç ã o int electual, f oc a da na educ a ç ã o e peda g ogia . Ja cques Rancièr e , aut or da obra , conta -nos a hist ória de Joseph Ja cot ot (1 77 0-18 4 0), um peda g og
o francês, que no final da sua c
arr
eira ocupou a posiç
ão
de pr
o
fessor numa escola na Bélgic
a e viv eu uma a ventura , ou e xperiência filosó fic a , ba stant e visionária para a quela époc a . No primeir o c
apítulo desta obra
, Uma a ventura int electual, Rancièr e (2 011, p .9) começ a por diz er que “no ano de 18 18, Joseph Ja c ot ot , leit or de lit er a tur a fr anc esa na Univ ersida de de Louv ain, viv eu uma a v en tur a in telec tual” . Enquant o Ja cot ot ignora va o holandês (flameng
o), a maioria dos seus estudant
es, que compr
eendiam a língua holandesa , ignora vam t otalment e o francês. Nã o ha vendo lig a çã o entr e pr o fessor e alunos, Ja cot ot encontr ou alg
o em comum que poderia
par
tilhar com os seus estudant
es: uma ediç
ã
o bilingue da obra
Teléma
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Com a ajuda de um tra
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opôs a
os alunos que apr
endessem o t
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francês t
endo como apoio o t
ex to tra duzido ( em holandês ). Nã o deix ando o desa fio fic ar por a qui, numa f a se mais a vanç a da , Ja cot ot solicit ou que os mesmos escr e
vessem na língua francesa uma r
efle xã o sobr e a quilo que ha viam lido . E sta e xperiência r e
velou ser surpr
eendent
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s estudant
es, que outr
ora nunc
a tinham tido nenhuma e
xplic a çã o sobr e a s ba ses do francês, f oram c apa
zes de se emancipar sobr
e o desa fio pr opost o . O a c a so , a v onta de e a pr ópria int elig ência , f oram o necessário para t orná -los mestr
es de si mesmos, conseguindo apr
ender por si pr óprios a língua francesa de f orma signific ativ a . Ist o pr o
va que a ideia de uma or
dem explic a dora , ba sea da num sist ema de hierar
quia - em que o mestr
e t em como funç ã o e xplic ar , dar a conhecer e f a zer compr eender o cont eúdo a o aluno -, nã o é tã o efic a z quant o par ece , pois nã
o estimula o aluno a criar
aut onomia int electual e pr omo ve embrut eciment o ( que também a cont ece quando se é subme tido à int elig ência de outr o). 1 Ja cques Rancièr e (19 4 0) filóso fo e pr o
fessor francês, abor
da t ema s como a emancipa çã o int electual, filoso fia , est é tic a e polític a . Na s sua s obra s mais r ecent es e xplora a r ela ç ã o da est é tic a e da polític a , e a s orig ens que t
êm em comum. Considerando que a polític
a é essencialment e est é tic a , ou seja , que está funda da sobr e o sensív el, a ssim como a ar te ou o design.
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Par t e 023
D a L ei tu ra à Re p re se n ta çã o - Pr á ti ca E xpe ri m en ta l 1 Ja cques Rancièr e (19 4 0) filóso fo e pr ofessor francês, abor
da t ema s como a emancipa çã o int electual, filoso fia , est é tic a e polític a . Na s sua s obra s mais r ecent es e xplora a r ela ç ã o da est é tic a e da polític a , e a s orig ens que t
êm em comum. Considerando que a polític
a é essencialment e est é tic a , ou seja , que está funda da sobr e o sensív el, a ssim como a ar te ou o design. A obra O Mestr e Ignorant e
, é uma obra que f
ala essencialment e sobr e a emancipa ç ã o int electual, f oc a da na educ a ç ão e peda g ogia . Ja cques Rancièr e , aut or da obra , conta -nos a hist ória de Joseph Ja cot ot (1 77 0-18 4 0), um peda g og
o francês, que no final da sua c
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apítulo desta obra
, Uma a ventura int electual, Rancièr e (2 011, p .9) começ a por diz er que “no ano de 18 18, Joseph Ja c ot ot , leit or de lit er a tur a fr anc esa na Univ ersida de de Louv ain, viv eu uma a v en tur a in telec tual” . Enquant o Ja cot ot ignora va o holandês (flameng
o), a maioria dos seus estudant
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Par t e 027
D a L ei tu ra à Re p re se n ta çã o - Pr á ti ca E xpe ri m en ta l 1 Ja cques Rancièr e (19 4 0) filóso fo e pr ofessor francês, abor
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êm em comum. Considerando que a polític
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tilhar com os seus estudant
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êm em comum. Considerando que a polític
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ender por si pr óprios a língua francesa de f orma signific ativ a . Ist o pr o
va que a ideia de uma or
dem explic a dora , ba sea da num sist ema de hierar
quia - em que o mestr
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1 F ascículo A v en tur a In telec tual. Int erpr e ta çã o pessoal da leitura f eita do primeir o c apítulo de O Mestr e Ignorant e .30
Par t e 03
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D a L ei tu ra à Re p re se n ta çã o - Pr á ti ca E xpe ri m en ta l 1 Ja cques Rancièr e (19 4 0) filóso fo e pr ofessor francês, abor
da t ema s como a emancipa çã o int electual, filoso fia , est é tic a e polític a . Na s sua s obra s mais r ecent es e xplora a r ela ç ã o da est é tic a e da polític a , e a s orig ens que t
êm em comum. Considerando que a polític
a é essencialment e est é tic a , ou seja , que está funda da sobr e o sensív el, a ssim como a ar te ou o design. A obra O Mestr e Ignorant e
, é uma obra que f
ala essencialment e sobr e a emancipa ç ã o int electual, f oc a da na educ a ç ão e peda g ogia . Ja cques Rancièr e , aut or da obra , conta -nos a hist ória de Joseph Ja cot ot (1 77 0-18 4 0), um peda g og
o francês, que no final da sua c
arr
eira ocupou a posiç
ão
de pr
o
fessor numa escola na Bélgic
a e viv eu uma a ventura , ou e xperiência filosó fic a , ba stant e visionária para a quela époc a . No primeir o c
apítulo desta obra
, Uma a ventura int electual, Rancièr e (2 011, p .9) começ a por diz er que “no ano de 18 18, Joseph Ja c ot ot , leit or de lit er a tur a fr anc esa na Univ ersida de de Louv ain, viv eu uma a v en tur a in telec tual” . Enquant o Ja cot ot ignora va o holandês (flameng
o), a maioria dos seus estudant
es, que compr
eendiam a língua holandesa , ignora vam t otalment e o francês. Nã o ha vendo lig a çã o entr e pr o fessor e alunos, Ja cot ot encontr ou alg
o em comum que poderia
par
tilhar com os seus estudant
es: uma ediç
ã
o bilíngue da obra
Teléma
co
.
Com a ajuda de um tra
dut
or
, pr
opôs a
os alunos que apr
endessem o t
ex
to em
francês t
endo como apoio o t
ex to tra duzido ( em holandês ). Nã o deix ando o desa fio fic ar por a qui, numa f a se mais a vanç a da , Ja cot ot solicit ou que os mesmos escr e
vessem na língua francesa uma r
efle xã o sobr e a quilo que ha viam lido . E sta e xperiência r e
velou ser surpr
eendent
e
.
O
s estudant
es, que outr
ora nunc
a tinham tido nenhuma e
xplic a çã o sobr e a s ba ses do francês, f oram c apa
zes de se emancipar sobr
e o desa fio pr opost o . O a c a so , a v onta de e a pr ópria int elig ência , f oram o necessário para t orná -los mestr
es de si mesmos, conseguindo apr
ender por si pr óprios a língua francesa de f orma signific ativ a . Ist o pr o
va que a ideia de uma or
dem explic a dora , ba sea da num sist ema de hierar
quia - em que o mestr
e t em como funç ã o e xplic ar , dar a conhecer e f a zer compr eender o cont eúdo a o aluno -, nã o é tã o efic a z quant o par ece , pois nã
o estimula o aluno a criar
aut onomia int electual e pr omo ve embrut eciment o ( que também a cont ece quando se é subme tido à int elig ência de outr o).
0.1 O M
es
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e I
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te - J
ac
qu
es Ra
n
ci
èr
e
1 F ascículo A v en tur a In telec tual. Int erpr e ta çã o pessoal da leitura f eita do primeir o c apítulo de O Mestr e Ignorant e .2
33
D a L ei tu ra à Re p re se n ta çã o - Pr á ti ca E xpe ri m en ta l0.2 A Re
vo
lu
çã
o El
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ón
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s
2 1. Impre visív el sor teio de pala vr as. Após t er r ecor ta do alguma s pala vra s de um t ex to de jornal, coloquei-a s dentr o de um sa co e a gitei para misturar os peda
ços. De seguida , r e tir ei (sem v er ) um a um aleat oriament e , e colei de imediat o numa f olha . O resulta do a qui apr esenta do , consist e na construç ã o de um no vo t ex to a par tir da s pala vra s r ecor ta da s do t ex to ant erior . A ima g em f oi r ecor ta da do mesmo jornal e a s mancha s de tinta sã o a ausência da s pala vra s r ecor ta da s. William Burr oughs def
ende que a pala
vra , o v erbo e a ideia , sã o um vírus hospeda do no ser humano . Afirma “ que a v o z humana é ( c omo ) uma arma , já a pr agmá tic a o disser a . O s ingredien tes que ag or a a inf ormá tic a e a cibernétic a nos f ornec em sã o preciosos a djuv an
tes desse progr
ama de destruiç ã o ” (Burr oughs, 2 010 , p .10). S e a pala
vra por si só já pode ser maligna
, conjug a da com a époc a da electr ónic a , em que a lingua g em e volui e toma outra s pr opor ções at é no uso da mesma , pode t orna
-se bem mais
destruidora
. S
endo a pala
vra um vírus, a lingua
g em é uma espécie de contamina ç ã o que t em o poder de manipular ( como é per ceptív el por ex emplo em slog ans ). Ma s esta manipula ç ã o pode dar -se de outra s f orma s e William Burr oughs pr o va -o a o criar uma t écnic a
, à qual deu o nome de
cut
-up
. F
oi durant
e
um período da sua vida
, em que conheceu Brion G
ysin, que Burr
oughs descobriu esta t écnic a . B a sea da na escrita , v
ai para além da pintura e da
cola g em e consist e na manipula çã o de t ex tos, gra va
ções, jornais, vídeos,
poema s, e tc ., atra vés do r ecor te e no va cola g em/ composiç ão f eita com esses mesmos r ecor tes. O r esulta
do final por sua v
e
z, r
eduz
-se numa obra
sem v
o
z pr
ópria e ficcional. A escrita g
anha outra pla
sticida de e a s pala vra s outr o signific a do . O cut -up , enquan to tr
abalho sobre as pala
vr as, sobre o c on ta c to destas c om a página de uma f orma tá c til, apro xima -o da t ela do pin tor , da f ot ogr a fia , do cinema , visando produzir o a ciden te da espon taneida de .” (Burr oughs, 2 010 , p .14) 2 William S e w ar d Burr oughs (1914-199 7) escrit or , ar
tista e crítico social, f
oi um dos pioneir os, na àr ea da lit eratura , a dar r esposta à e xplosã o da s t ecnologia s electr ónic a
s e dos meios de comunic
a ç ão de ma ssa s, por v
olta dos anos 50
3
4
Par t e 035
D a L ei tu ra à Re p re se n ta çã o - Pr á ti ca E xpe ri m en ta l 2. A e xpressã o das pala vr as c om tin ta preta . E st e conjunt o de pá gina s sã o originalment e cr ónic a s r e tira da s de uma re vista . Com uma pá gina , um pincel e tinta a crílic a pr e ta , f oi possív el manipular a lingua gem: escolher que pala
vra s fic am e quais desapar ecem. O te xt o g anha outr o signific a do e e xpr essã o , ba stant e mais plá stic a , e par ece falar sobr e alg o que ant eriorment
e seria difícil de compr
eender
3
7
D a L ei tu ra à Re p re se n ta çã o - Pr á ti ca E xpe ri m en ta l38
Par t e 039
D a L ei tu ra à Re p re se n ta çã o - Pr á ti ca E xpe ri m en ta l0.3 O A
ro
m
a d
o T
em
po - B
yu
ng Ch
ul H
an
3 Nest e ensaio , Chul Han dá -nos a compr eender aquilo que ele considera ser
uma crise t
emporal pr
o
voc
a
da por uma disper
sã
o t
emporal. E
sta por sua
ve z nã o é consequência de uma f or te a celera ç ã o do t empo , ma s de uma dissincr onia , uma f alta de ritmo
, que nos impede de e
xperienciar qualquer tipo de dura ç ã o , t
ornando tudo muit
o mais fug a z e ef émer o , e dando -nos a “ sensa ç ã o de que o t
empo passa muit
o mais r apidamen te do que an tes ” (Han, 2 016 , p .9). O seu ra
ciocínio nesta obra pa
ssa por per
ceber quais a s c ausa s e sint oma s
desta crise e descontinuida
de t emporal, in vestig ando par te da hist ória , social, cultural e r eligiosa . R eflect e sobr e a possibilida de de r ecuperar a dura ç ã o que corr e o risco de desapar ecer comple tament e , domina da pela vita a ctiv a . A vita activ a ou vida ocupa da , que “ degr a da a pessoa em animal labor ans ” (Han, 2 016 , p
.10), é uma vida mer
gulha da em trabalho , ex cesso de pr odutivida de e de consumo . O homem a ctiv o nã o é livr e , pois a necessida de da vida obrig a-o a trabalhar . No entant o , é necessário que o homem seja a ctiv o , ma s a o mesmo t empo est e nã o de ve deix ar de t er moment os de dura ç ã o / cont empla ç ã o . Byung -Chul Han a firma que: na socieda de do c onsumo perde -se o demor ar-se . O s objec tos de c onsumo nã o dã o lug ar a qualquer c on templa ç ã o . Usam-se c onsomem-se o mais rapidamen te possív el, par a c eder lug ar a no v os produt os e nec essida des. A demor a c on templa tiv a pressupõe que as c oisas t
enham uma dur
a ç ã o . T oda via , a pressã o do c
onsumo suprime a dur
a ç ã o . E a chama da a c eler a ç ã o tã o -pouc
o cria uma dur
a ç ã o .” (2 016 , p .112). Nest e cenário , que o aut or descr e ve ser o da socieda de a ctual, é impor tant e que o homem r ecuper e a vita cont emplativ a , a quela que pr essupõe que a s coisa s duram. É impor tant
e que pratique o ócio
, que “ abre um espa ç o sem nec essida de nem preocupa ç ões, livre , à mar g em das nec essida des da vida ” (Han, 2 016 , p .10 4). Pratic ar o ócio é r ecuperar a liber da de que o trabalho r ouba , é criar desapeg o de pr eocupa ções, necessida
des ou impulsos, sem que se ocult
e a r ealida de . É uma c apa cida de que de v e ser educ a da . Nã o é uma pr á tic a de ‘relax amen to ’ ou de ‘desc one x ã o ’. O ócio remet e par a o pensar c omo theorein , c omo c on templa ç ã o da v erda de .” (Han, 2 016 , p .105) 3
Byung Chul Han (1959), filóso
fo sul-cor eano e a ctual pr o fessor na Univ er sida de da s Ar tes de Berlim, int er essa
-se por quest
ões e pr
oblemátic
a
s da socieda
de cont
emporânea que se lig
am entr e si: como o ex cesso de pr oduç ã o e o hiper consumo , o desg a st e do trabalho e f alta de cont empla ç ã o , a fug a cida de da s coisa s ou banaliz a çã o da s r ela ções.
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1
D a L ei tu ra à Re p re se n ta çã o - Pr á ti ca E xpe ri m en ta l4
1
D a L ei tu ra à Re Re p re se n ta ç ta ç ã o ã o ã o - P - P rá t rá t rá t ic a ic a ic a E x E x E x pe r pe r pe r im e im e im e n ta n ta ll D a L ei tu r a à Re p re se n ta ç ta ç ã o - P - P rá t rá t ic a ic a E x E x pe r pe r pe r im e im en ta n ta l Car ta z Ó cio , inspira do nos t ex tos sobr e a vita cont emplativ a . E st e c ar ta z o fer ece v ales gratuit os de ócio . O objectiv o é que a pessoa a dquira o vale e usufrua do mesmo como bem ent
ender
, por t
empo
indefinido e sem pra
zo de v alida de , no fundo que pr ocur e compr eender a impor tância de pratic ar um t empo cont emplativ o .
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O c olec tiv o de ar tistas O ficina Ar ar a , sedia do no P or t o , faz das pr á tic as oficinais e da pot ência das a c tivida des c olabor a tiv as um meio par a produzir um tr abalho difícil de c ar a c t erizar , que viv e nas mar g ens da ar t e , do design e da in t er v enç ã o polític o -cultur al. Usando t écnic as e f err amen tas pouc o c on v encionais t em vindo a criar um c orpo de tr abalho que , pelas suas c ar a c t erístic as div ersific a das e c on tr a -c orren t e , se c onstituír am c omo um ma terial de pesquisa rele
v an t e par a pensar / pesquisar /e xplor ar modos alt erna tiv os par a a pr á tic a do design gr á fic o . O s c ar taz
es, impressos em serigr
a fia , sã o os objec t o/ t écnic a pelo quais sã o mais c onhecidos, funcionam c omo uma ‘mon tr a ’ par a pr á tic as gr á fic as que f omen tam um diálog o en tre e xpressã o cria tiv a , espa ç o públic o e in t er v enç ã o c olec tiv a . Embor a hist oric amen t e a visibilida de do c ar
taz seja a sua c
ondiç ã o c en tr al, os c ar taz es da O ficina Ar ar a enc enam e permit em um olhar crític o sobre o c ar taz de in t er v enç ã o numa perspec tiv a c on t empor ânea , t ornando o c
aso de estudo rele
v
an
t
e
par
a o estudo do design por
tuguês. Em con ver sa com o Joã o Alv es, ele per gunt ou-me , “ c omo está a c orrer o tr abalho ?” , rapidament e r espondi “ seria mais f á cil escre v er sobre v oc ês se nã o v os c onhec esse ”.
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A O fi ci n a A ra ra - C on te xtu al iz aç ão T eó ri ca A O ficina Ar ar a , funda da em 2010 por um grupo de artistas, designers e um eng
enheiro (Miguel Carneiro
, D a y ana Luc as, V
on Calhau! E Luís Silv
a) , é um estúdio de ar tes gr á fic as equipa do par a tr abalhar em serigr a fia . É projec ta do c omo um espa ç o aut ónomo e aber to de e xperimen ta ç ã o em t orno da produç ã o de c ar taz es, livros e outr as ediç ões, t en tando estabelec er uma rela ç ã o direc ta , c on tínua e inin terrupta en tre o a c to de desenhar e a impressã o de múltiplos. 1 É desta f
orma que a Oficina Arara se descr
e ve na sua pá gina o ficial. Entr e outr os ar tig os que apar ecem pela s pá gina s da int erne t (e nã o só ), t odos fa zem questã o de r ef
erir que o colectiv
o está sedia do , pr oduz e a g e , de forma aut ónoma e independent e , na cida de do Por to . T orna -se ób vio que é nest e pont
o do mapa que eles se sent
em bem, e a c ada opor tunida de tentam mant er um vínculo , dentr o e f
ora do seu espa
ço de trabalho , pelo modo como f a zem cir cular a s sua s pr oduções, muita s v e zes a par tir de uma int er venç ã o polític a lig a da à s rua s da ‘sua ’ cida de . Contudo , a s sua s a ctivida des criativ as est
endem-se para outr
os loc ais do país e at é mesmo fora dele . 1 Disponív el em ht tp:/ /w w w .o ficina -arara .or g/ about / [Data de a cesso: 12/ 0 7/ 2 018]