A Trindade
Como entender os mistérios
da pessoa de Deus
na Bíblia e na história do cristianismo
Woodrow Whidden, Jerry Moon e John W. Reeve
Tradutor: Hélio Luiz Grellmann
Casa Publicadora Brasileira
Tatuí, SP
Título do original em inglês:
THE TRINITY
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Segunda edição
Três mil exemplares
Tiragem acumulada: 6.000
2003
Editoração: Marcos De Benedicto e Paulo R. Pinheiro
Programação Visual: M. J. Bienemann Barbosa
Capa: Alexandre Rocha
Fotos: PhotoDisc
IMPRESSO NO BRASIL
Printed in Brazil
7728/11686
r.
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e d h o r a a f i l i a d a dos, sem prévia autorização escrita do autor e da editora, sujeitando o infrator
às penas da lei disciplinadora da espécie.
Os textos bíblicos, exceto quando
indicados de outra forma, foram
extraídos da Versão Almeida Re
vista e Atualizada no Brasil.
■ djB ria* - -“T aOtto H. Christensen,
que se preocupou profundamente
com o assunto da Trindade.
Introdução
PRIMEIRA SEÇAO
Evidências Bíblicas da Plena Divindade de Cristo,
da Personalidade do Espírito Santo
e da Unidade e Unicidade da Divindade
Glossário da Primeira Seção
20
Capítulo 1: A Evidência Bíblica Mais Forte da Trindade
25
Capítulo 2: A Plena e Eterna Divindade de Cristo: Ia Parte
As Epístolas do Novo Testamento, o Antigo
Testamento e os Evangelhos
43
Capítulo 3: A Plena e Eterna Divindade de Cristo: 2a Parte
O Evangelho de João
60
Suplemento ao Capítulo 3: Exposição
Gramatical de João 1:1: “O Verbo Era Deus” 70
Capítulo 4: A Personalidade e a Divindade do Espírito
e a Unicidade Triúna da Divindade
76
Capítulo 5: Evidências Trinitarianas no Livro
de Apocalipse
89
Capítulo 6: Objeções Bíblicas à Trindade
105
Suplemento ao Capítulo 6: Outros
Textos Utilizados Contra a Trindade
122
Capítulo 7: Objeções Lógicas à Trindade
128
SEGUNDA SEÇÃO
A História da Doutrina da Trindade de 100 a 1500 d.C.
Glossário da Segunda Seção
138
Capítulo 8: A Trindade no Primeiro e Segundo Séculos 140
Capítulo 9: A Trindade no Terceiro e Quarto Séculos 153
Capítulo 10: A Trindade na Idade Média
171
Bibliografia da Segunda Seção
182
TERCEIRA SEÇÃO
Trindade e Antitrinitarianismo
da Reforma ao Movimento Adventista
Glossário da Terceira Seção
184
Capítulo 11: A Trindade na Era da Reforma: Quatro
Pontos de Vista
188
Capítulo 12: Trindade e Antitrinitarianismo nos Primórdios
dos Estados Unidos
207
Capítulo 13: Trindade e Antitrinitarianismo na História
Adventista
216
Capítulo 14: O Papel de Ellen White no Debate da
Trindade
231
Suplemento ao Capítulo 14: Ellen White e a
Trindade: Os Documentos Primários Básicos 250
Para a Prática e o Pensamento Cristãos
Glossário da Quarta Seção
270
Capítulo 15: Por Que a Trindade é Importante: Ia Parte
O Amor de Deus e a Divindade de Cristo
273
Capítulo 16: Por Que a Trindade é Importante: 2® Parte
O Espírito Santo e a Unicidade Triúna
da Divindade
288
Capítulo 17: Implicações Práticas e Conclusões
306
Bibliografia da Quarta Seção
316
índice Geral
317
Jk lguma vez uma inesperada batida à porta interrompeu a
sua tranqüila tarde de domingo? Você deixa o quer que es-
JL JL teja fazendo e vai atender. De repente, percebe que não
\c trata de um velho amigo fazendo-lhe uma visita de surpresa.
/\o contrário, é uma ardorosa dupla de representantes locais do
Salão do Reino e da Sociedade de Tratados Torre de Vigia - o bra
ço editorial das testemunhas de Jeová.
Você engole saliva, sabendo que, se convidá-los a entrar, será
submetido a um teste difícil de seus conhecimentos da doutrina
bíblica básica. Além disso, geralmente basta um só encontro para
descobrir que um dos primeiros itens da discussão será um inten
so desafio à doutrina da Trindade.
A maior surpresa de meu ministério, entretanto, não é ter de
lidar com as zelosas testemunhas de Jeová na questão da Trinda
de; é o fato de ter de enfrentar essencialmente os mesmos argu
mentos antitrinitarianos provindo de companheiros adventistas
do sétimo dia. E tais argumentos estão sendo apresentados com
uma intensidade não muito inferior ao zelo dos representantes da
Torre de Vigia.
Por Que um Novo Livro Sobre a Trindade?
Alguns poderiam questionar a necessidade de um novo livro
sobre o tema da Divindade, ou Trindade, no momento. Uma vez
que a igreja aparentemente definiu o assunto com posições clara
mente trinitarianas em suas 27 crenças fundamentais, por que
reabrir a questão?' A resposta pode desdobrar-se em três.
Reavivamento das Posições Antitrinitarianas
Em primeiro lugar, como já mencionado, novos desafios à
doutrina da Trindade têm surgido tanto dentro como fora do
ad-1 0 ad-1A Trindade
ventismo. Comentários diversos e observações sugerem que a mi
nha experiência pessoal com o assunto reflete de modo muito
adequado a situação corrente.
Ao lidar com a questão da Divindade e da Trindade, sempre
apresentei a minhas congregações adventistas do sétimo dia e às
classes da Escola Sabatina algo como o que segue:
Embora o arianismo2 e o antitrinitarianismo fossem muito
fortes entre os líderes adventistas pioneiros,3 a visão trinitariana da
Divindade veio a tornar-se o ponto de vista padrão pelo menos a
partir da década de 1940, se não antes. De fato, essa visão é agora
a posição formalmente votada e expressa nas Crenças Fundamen
tais dos Adventistas do Sétimo Dia. O voto mais recente ocorreu
na sessão da Associação Geral realizada em Dallas, Texas, em 1980.
Eu havia ouvido falar de importantes professores e líderes deno-
minacionais que viveram nas décadas de 1950 e 1960 e que susten
tavam fortes posições antitrinitarianas.4 Contudo, ao longo de
meus anos de faculdade e seminário, no final da década de 1960,
eu também me comprazia em afirmar diante de minhas audiências
adventistas: “Nunca encontrei ao longo de minha vida um adven
tista antitrinitariano ou ariano.” Aquilo não constituía retórica
dramática de minha parte, antes representava a verdade honesta.
Eu realmente falava a verdade — quero dizer, até o início da dé
cada de 1990. Lembro perfeitamente de uma agradável tarde em
que caminhava pelo campus da Universidade Andrews, quando
dois jovens que entregavam panfletos nas escadarias da Bibliote
ca James White repentinamente me cumprimentaram. Sendo eu
uma pessoa muito curiosa, aceitei o material, comecei a
examiná-lo e perguntei: “O que vocês estão promovendo?”
Para minha enorme surpresa, eles informaram que haviam
conseguido uma recuperação maravilhosa de uma verdade especial
— haviam descoberto aquilo que afirmavam ter sido os ensina
mentos dos pioneiros adventistas no tocante à Divindade. Pro
moviam agora idéias que negavam a plena e eterna preexistência
de Jesus e a divindade pessoal do Espírito Santo.
Mais tarde, conversando com pessoas conhecidas em outras
partes do país, constatei que os dois jovens não constituíam um
Icnômeno isolado. Não apenas estão ocorrendo crescentes relatos
de locos de reavivamento de antitrinitarianismo em várias regiões
da América do Norte, como também através da Internet sua
mlluência tem-se espalhado por todo o mundo. À medida que
esses pequenos movimentos arianos e antitrinitarianos ganham
lerreno, igrejas locais se encontram crescentemente envolvidas
nos debates acerca dessas questões.
A Relativa Negligência Teológica da Divindade
O segundo fator que fez despertar nosso interesse pela questão
cia Divindade é uma negligência universal do assunto, embora be
nigna, por parte dos eruditos adventistas5 e das lideranças de asso
ciações e igrejas locais, em todas as partes do mundo. A igreja aceitou
amplamente a Trindade, mas pouco refletiu sobre este ensinamento
durante muitas décadas. Como resultado, acreditamos haver che
gado o tempo de se obter uma visão revigorada do assunto.
Nova Compreensão da Visão dos Pioneiros
O terceiro e último fator no presente reavivamento do interesse
pelo assunto da Divindade é a convergência do conselho de Ellen
White no sentido de reimprimir e estudar as obras dos pioneiros
adventistas e sua disponibilidade em CD-ROM. A explosão de tec
nologias eletrônicas possibilitou o acesso imediato (com pequeno
investimento de tempo e dinheiro) dos leigos a todas as declarações
dos pioneiros da igreja, ao tão-somente digitarem as palavras ou
frases apropriadas. Expressando-o em termos mais simples, temos
agora uma renovada consciência da amplitude do antitrinitarianis
mo prevalecente entre os pioneiros do movimento adventista.
Nosso Público-alvo
Os autores deste livro tentam falar a membros de igrejas locais,
assim como a pastores ou administradores ocupados e a estudantes
12
/A Trindade
de nível superior que se têm defrontado com a questão da Trin
dade. De fato, embora procuremos falar a partir das melhores
bases eruditas nesta matéria, é nosso propósito apresentá-la de
uma forma tal que apele a todos os crentes, jovens e idosos, nas
classes da Escola Sabatina, classes escolares e púlpitos e bancos de
igrejas ao redor do mundo.
Como Responderemos às Questões Suscitadas pela Trindade?
Poderemos responder às questões relacionadas com a Trindade
que estão no ar a partir das Escrituras (nossa fonte primária de au
toridade), dos escritos de Ellen White, da razão santificada e da
experiência cristã? E adequado que o adventista do sétimo dia
avance em direção contrária ao pensamento da ampla maioria dos
pioneiros, que eram claramente antitrinitarianos? Sobre quais ba
ses podemos oficialmente prosseguir abraçando e professando um
ensinamento que possui uma ampla história de apoio e desenvol
vimento na ortodoxia oriental, no catolicismo romano e no pro
testantismo? Não seria isso o equivalente a aceitar as tradições
que formam a grande apostasia identificada como “Babilônia”?
Não seria melhor seguirmos a direção indicada por nossos corajo
sos pioneiros, que sempre eram dirigidos pela busca da verdade?
A Bíblia, Nossa Fonte Primária de Autoridade
No espírito dos pioneiros adventistas, os autores deste livro
têm a seguinte firme convicção: se não pudermos sustentar bi
blicamente qualquer ensinamento, não queremos saber dele.6
Assumimos humildemente este projeto no espírito de John Ne-
vins Andrews (1829-1883), um os mais capacitados dentre nos
sos eruditos pioneiros, o qual exclamou: “Eu trocaria mil erros
por uma verdade!”
Como, entretanto, saberemos o que é a verdade acerca da Di
vindade e dos reclamos trinitarianos da maioria da cristandade?
Em primeiro lugar, a verdade emergirá de uma pesquisa cuidadosa
e guiada por oração da Palavra Escrita de Deus.
Além disso, reclamamos a promessa de Jesus de que “se alguém
i|uiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é dEle, ou
se falo por Mim mesmo” (João 7:17, versão da Imprensa Bíblica
Brasileira). Ele promete que os que desejam seguir obedientemente
a Deus reconhecerão a “doutrina” de Deus. Para onde nos dirigire
mos para definir o assunto? Uma vez mais, Jesus é muito claro:
“Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade” (João 17:17).
Os leitores igualmente precisam reconhecer que a convicção
dos autores deste livro é que, qualquer que seja a amplitude da
expressão “Tua palavra”, deve incluir pelo menos os 66 livros ca
nônicos da Bíblia Sagrada. Acreditamos que a Palavra Escrita
contém mensagens reveladas suficientes para dar-nos clareza dou
trinária diante de qualquer questão controvertida - o que inclui
o assunto da Trindade.
Seremos muito sinceros com os leitores: se algo não for bíbli
co, não o queremos, ainda que a vasta maioria das autoridades do
mundo religioso o endosse (o que inclui os pioneiros adventistas
e os teólogos de “Babilônia”). Portanto, este livro começará com
as evidências bíblicas.
A Organização do Livro
O primeiro capítulo abrirá a discussão ao apresentar as mais
fortes evidências que fomos capazes de localizar sobre: (1) a natu
reza plenamente divina e eterna de Cristo; (2) a personalidade e a
divindade do Espírito Santo; e (3) a profunda unidade e unicidade
daquilo a que Ellen White se refere como “as três pessoas viventes
do trio celestial” (Ellen G. White, Evangelismo, pág. 615).*
Depois da apresentação inicial das mais fortes e diretas evi
dências bíblicas (o autor é Woodrow Whidden), prosseguiremos
nos capítulos sucessivos com apresentações mais detalhadas das
evidências bíblicas do Antigo e do Novo Testamento (uma vez
mais, o autor será Whidden).
Após as evidências bíblicas, as próximas seções traçarão a histó
ria do desenvolvimento da doutrina da Trindade e os ensinamentos
141A Trindade
de seus oponentes ao longo da história da igreja. A pesquisa histó
rica se enquadrará em duas seções principais: (1) desenvolvimentos
desde o começo do segundo século até o século 16 (o autor é John
Reeve); e (2) desdobramento das idéias desde a Reforma do século
16 até a história do pensamento trinitariano e antitrinitariano no
adventismo (o autor é Jerry Moon).
Depois da pesquisa histórica, o livro refletirá sobre as implica
ções teológicas de nossas descobertas bíblicas e históricas (o autor
é Woodrow Whidden). Em outras palavras, a seção de abertura
discutirá qual é a doutrina bíblica. As duas próximas seções prin
cipais lidarão com o modo como os cristãos chegaram a expressar
essa doutrina. Finalmente, porém, teremos de abordar a questão
de por que ela é importante para o pensamento e a experiência do
cristão. Em outros termos, quais são as implicações cruciais das
crenças que sustentamos acerca da natureza do Pai, do Filho e do
Espírito Santo e o relacionamento entre essas Pessoas.
Questóes-chaves a Serem Abordadas
Quais são, pois, as questões fundamentais com as quais tere
mos de lidar? Quais os pontos que têm colocado em oposição
aqueles que aceitam a doutrina da Trindade e os que a negam?
Antes de mais nada, parece não existir uma única pessoa en
volvida no debate atual que negue a plena e eterna divindade de
Deus o Pai, a primeira pessoa da Divindade. Logo, as áreas em
que a contenda persiste e que requerem respostas bíblicas são:
A Divindade de Cristo
Esta questão diz respeito a se Cristo possuía uma natureza
divina que era, em essência, igual à de Deus o Pai. Em outras
palavras, era Jesus, o Filho de Deus, tão Deus quanto o Pai? Ou
era Ele uma espécie de semidivindade, possuindo divindade
qualificada ou parcial? Será que Ele realmente existiu como pes
soa divina desde toda a eternidade passada? Era Ele não apenas
o preexistente, como ainda o “auto-existente” Filho de Deus,
acerca de quem a Bíblia assegura que “nunca houve tempo em
que Ele não estivesse em íntima comunhão com o eterno Deus”
(ibid.)? Tal “auto-existência” significa que Ele realmente possuía
natureza divina, cuja vida era “original, não emprestada, não
derivada” (White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 530)?
A Personalidade e a Divindade do Espírito
A segunda questão central lida com os problemas da perso
nalidade e plena divindade do Espírito Santo como sendo uma
“pessoa divina” específica (White, Evangelismo, pág. 617). E o
Espírito Santo “uma pessoa como o próprio Deus” (ibid., pág.
616)? Ele realmente “anda” entre a humanidade como uma
“pessoa” que “dá testemunho com o nosso espírito de que so
mos filhos de Deus” (ibid.)? Será que o testemunho do Espírito
Santo manifesta o “poder de Deus”, capaz de manter “em xeque”
o “poder do mal”, e realiza essa grande tarefa como “a terceira
pessoa da Divindade” (ibid., pág. 617)?
A Unicidade da Divindade
Finalmente, existem “três pessoas viventes no trio celestial”
(também mencionadas por Ellen White como “os três grandes
poderes - o Pai, o Filho e o Espírito Santo” [ibid., pág. 615]), em
cujo “nome” aqueles que recebem a Cristo pela fé viva são bati
zados? Adicionalmente, são esses “três grandes poderes” verdadei
ramente seres divinos e pessoais, que cooperam “com os súditos
obedientes do Céu em seus esforços para viver a nova vida em
Cristo” (ibid.)? Podemos honestamente confessar que Cristo “era
igual a Deus, infinito e onipotente” (ibid.)? Ousaremos declarar
que Jesus, o Filho, é “eterno, existente por Si mesmo” (ibid.)? São
esses “poderes” (“os três poderes mais altos no Céu” [ibid., pág.
617]), também mencionados como “os eternos dignitários celestes”
(ibid., pág. 616), verdadeiramente um em Sua natureza divina,
possuindo “toda a plenitude da Divindade” (Col. 2:9)? O que di
zem as Escrituras?
16 1A Trindade
Nota Útil Para os Leitores
No começo de cada seção colocamos um glossário de termos-
chaves utilizados na seção. Entendemos que parte da terminologia
por nós utilizada é um tanto técnica. Assim, desejamos ajudar os
leitores a esclarecerem rapidamente o que estamos querendo dizer
ao empregarmos tais palavras e termos especializados, freqüente
mente encontrados em discussões sobre a Divindade. Tanto quanto
possível, procuramos empregar o mínimo de termos ou jargões
técnicos. Além disso, o contexto explanará muitos desses termos;
caso não o faça, ofereceremos breves explicações nas notas finais
de cada capítulo.
Notas
*A declaração-chave sobre o trinitarianismo aparece nas Crenças Funda
mentais dos Adventistas do Sétimo Dia, número 2. As doutrinas 3 a 5
provêem posições adicionais a respeito do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. A declaração número 2 reza: “A Trindade: Há um só Deus: Pai,
Filho e Espírito Santo, uma unidade de três Pessoas coeternas”. As 27
doutrinas podem ser encontradas no Manual da Igreja Adventista do Sé
timo Dia (publicado pela Casa Publicadora Brasileira) e em Nisto Cremos
(também publicado pela Casa Publicadora Brasileira). Este volume, pro
duzido pela Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas
do Sétimo Dia, constitui uma excelente exposição concisa de cada uma
das 27 crenças fundamentais.
2 Ariana é uma pessoa que, seguindo os ensinos de Ário de Alexandria, que
viveu no começo do quarto século da era cristã, nega a eterna preexistên
cia de Jesus. Ario declarou: “Houve um tempo em que Jesus não era.”
Em outras palavras, Ário e seus seguidores defendiam que Cristo não
existia antes que o Pai O trouxesse à existência. Além disso, os arianos
têm negado regularmente a personalidade do Espírito Santo. Mais tarde,
exploraremos melhor este aspecto, quando discutirmos a história dos de
bates relacionados com a Divindade na igreja primitiva.
3 Dentre os arianos ou semi-arianos notáveis, encontravam-se Tiago Whi-
te (1821-1881), José Bates (1792-1872), J. H. Waggoner (1820-1889),
Uriah Smith (1832-1903) e E. J. Waggoner (1855-1916). Tiago White
chegou a confessar a plena divindade e eternidade de Cristo, e Uriah
Smith evoluiu da posição ariana para uma semi-ariana. E. J. Waggoner,
semi-ariano, chegou muito perto de confessar a plena divindade de Cristo.
Vários de seus admiradores do século 20 negam fortemente que ele hou
vesse sido um semi-ariano. A evidência, contudo, parece indicar com
bastante clareza que ele o era. Abordaremos mais plenamente o arianis
mo dos “pioneiros” mais adiante, na terceira seção.
4 Provavelmente os mais conhecidos dentre os arianos preeminentes de
épocas posteriores foram W. R. French, por muito tempo professor
universitário de religião e advogado da liberdade religiosa, e o editor
Charles Longacre (1871-1958). Roger Coon conta a história de um en
contro de alunos num final de semana no Pacific Union College, em
meados da década de 1960, quando o jubilado W. R. French, ao qual
fora solicitada uma breve meditação bíblica vespertina, prontamente
avançou por cerca de uma hora e meia, com um forte discurso em de
fesa de seus pontos de vista antitrinitarianos.
5 Embora artigos ocasionais sobre a Divindade tenham aparecido em
revistas e livros da igreja dedicados às crenças adventistas básicas
(normalmente, exposições das 27 crenças fundamentais), até recente
mente não existia nenhuma abordagem do assunto na extensão de um
livro desde que Otto H. Christensen publicou seu Getting Acquain-
ted With God (Washington, D.C.: Review and Herald, 1970).
6 Entre os “pioneiros” temos de incluir Ellen White. A forte ênfase quanto
à autoridade final da Bíblia, por nós defendida, de forma alguma dimi
nui a importância da contribuição de Ellen White ao nosso pensamento
sobre o assunto. Se formos levá-la a sério como a mais autorizada dentre
nossos escritores pioneiros, temos de obedecer-lhe quando ela nos orienta
a testarmos todos os ensinamentos pela Bíblia.
“ Nota dos editores: