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Rev. Bras. Ciênc. Esporte vol.39 número2

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www.rbceonline.org.br

Revista

Brasileira

de

CIÊNCIAS

DO

ESPORTE

ARTIGO

ORIGINAL

Efeitos

agudos

do

exercício

físico

no

tratamento

da

dependência

química

Sionaldo

Eduardo

Ferreira

a,

,

Anny

Kalinne

de

Melo

dos

Santos

b

,

Alexandre

Hideki

Okano

c

,

Bruno

da

Silva

Brandão

Gonc

¸alves

d

e

John

Fontenele

Araújo

e

aUniversidadeFederaldeSãoPaulo,CampusBaixadaSantista,DepartamentodeCiênciasdoMovimentoHumano,Santos,SP,

Brasil

bUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte,CentrodeCiênciasdaSaúde,Graduac¸ãoemEducac¸ãoFísica,Natal,RN,Brasil cUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte,CentrodeCiênciasdaSaúde,DepartamentodeEducac¸ãoFísica,Natal,RN,Brasil dInstitutoFederaldoSudestedeMinasGerais,Barbacena,MG,Brasil

eUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte,CentrodeBiociências,DepartamentodeFisiologia,Natal,RN,Brasil

Recebidoem9dejunhode2013;aceitoem26dejaneirode2014 DisponívelnaInternetem23defevereirode2016

PALAVRAS-CHAVE

Exercíciofísico;

Cocaína; Dependência;

Reabilitac¸ão

Resumo Foramavaliadososefeitosdoexercíciofísiconacapacidadedeatenc¸ão,na memó-ria,nodesejodeusardrogas,napercepc¸ãodeesforc¸oeprazerenoestadodehumorde16 indivíduos emtratamentopara dependênciade drogas.Foramusadosaescala deBrunel, o testedecancelamentodenúmeros,otestedosblocosdeCorsi,aescaladeBorgeescalade valênciaafetivaaoesforc¸ofísiconassituac¸õescontrole,préepós-realizac¸ãodeumasessão deexercíciosfísicos(60min).Foiobservadareduc¸ãonodesejodeusardrogasenotempode execuc¸ãodoteste decancelamentodenúmeros, eaumentononúmerode blocos recorda-dos.Osresultadosapontamaimportânciadoprofissionaldaeducac¸ãofísicanasequipespara tratamentodadependênciaquímica.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´e umartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

KEYWORDS

Physicalexercise;

Cocaine; Addiction; Rehabilitation

Acuteeffectsofphysicalexerciseinaddictiontreatment

Abstract Weevaluatedtheeffectsofexerciseonalertnessandmemory,thedesiretouse drugs,theperceptionofeffortandpleasureandmoodstate, of16individualsintreatment for drug addiction.Weused testsandscalestoassess mood,attention,memory,perceived effort andaffect relatedtoexercise,inthesituations:Control,Pre andPost completionof

Autorparacorrespondência.

E-mail:sionaldo@gmail.com(S.E.Ferreira).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2016.01.016

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anexercisesession(60min). We observedasignificantreductioninthedesiretouse drugs andintheexecutiontimeofthetestcancellationnumbers,andanincreaseofthenumberof blocksrecalled.TheresultssupporttheimportanceoftheProfessionalofPhysicalEducation fortreatmentofchemicaldependency.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

PALABRASCLAVE

Ejerciciofísico;

Crack; Dependencia; Rehabilitación

Efectosagudosdelejerciciofísicoeneltratamientodelaadicción

Resumen Seevaluaronlosefectosdelejerciciofísicoenelestadodealerta,memoria,el deseodeconsumir drogas,lapercepcióndelesfuerzo yplacer, yenelestadodeánimode 16personasentratamientoporadicciónalasdrogas.Seutilizaronpruebasyescalasparaevaluar elestadodeánimo,la atención,lamemoriavisuoespacial,elesfuerzoyelafecto percibido enrelaciónconelejerciciofísicoensituacionesde:control,previamenteyposteriormente alafinalizacióndeunasesióndeejercicio(60min).Seobservóunareduccióndeldeseode consumirdrogasydeltiempodeejecucióndeltestdecancelacióndenúmerosyunaumento delnúmerodebloquesrecordados.Losresultadosindicanlaimportanciadelosprofesionales delaeducaciónfísicaeneltratamientodeladependenciaquímica.

©2016Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Estees unart´ıculoOpenAccessbajolalicenciaCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).

Introduc

¸ão

Ousodedrogaspsicotrópicaséumapráticaantigaepopular. Porém,o manejo e o padrãode uso atual são completa-mente diferentes da época de nossos ancestrais. Deixou de ser um uso com fins específicos para se tornar roti-neiro,alteroufortementeseusefeitoseresultadossociais. A dependência tem se mostrado umtranstorno de saúde públicaao redordomundo.Mesmoquesejaumproblema antigo, somente no último século é que tem recebido maiorenfoquenasdiscussõesnomeioacadêmico, político e na comunidade em geral, o que resulta em estraté-giasparaintervenc¸ão.Porém,umdosprincipaisproblemas é a não adesão dos dependentes. (Crives e Dimenstein, 2003).

Apalavra ‘‘dependência’’deixa deserumtermo refe-renteàscomplicac¸õesclínicasdecorrentesdousoparaser consideradoumcomportamentoemsi,devidoàsproporc¸ões queousodessassubstânciastomou.Asconsequências nega-tivasficamnítidasnasrelac¸õesfamiliares,notrabalho,nos vínculos afetivos, em situac¸ões corriqueiras do cotidiano (como no trânsito) e até em outros contextos de saúde pública, como no aumento de casos de infecc¸ão por HIV (Brasil,2003).Percebem-sediferentesestágiosna modela-gemdesse comportamento, assimcomo nas complicac¸ões decorrentes do uso contínuo de uma droga, influenciado por fatores biológicos, psicológicos e sociais que devem ser considerados na elaborac¸ão dos cuidados terapêuti-cos,incluindotratamentosambulatoriais,terapêuticos,de internac¸õesbrevesoulongas,dentreoutros.É necessária, paraalémdas intervenc¸õesfarmacológicas, a inclusãode estratégiascomportamentais,sociaiselaborais.(Scadutoe Barbieri,2009).

Certoéqueousoabusivoeprolongadodequalquertipo de substância psicotrópica, lícita ou não, provoca danos, porvezesirreparáveis,aoorganismodoindivíduo. Normal-menteosistemanervosocentraléomaisafetado.Noque concerneaousodoálcool,porexemplo,oorganismo pro-moveneuroadaptac¸õesnofuncionamentodasmonoaminas, dos aminoácidos neurotransmissores, dos canais decálcio e de outros mecanismos desinalizac¸ão celular, adapta-se àpresenc¸adoálcool egera umaimportantesíndromeem decorrênciadesuaabstinência,comproblemasemocionais, cognitivosedepercepc¸ãosomáticacaracterísticos.(Zaleski etal.,2004).

Emmeioàsváriasdrogasdisponíveisatualmente,asmais usadas são o tabaco,o álcool e a cocaína.Essa pode ser encontrada na suaformapura ouderivada, usada porvia nasal, intravenosa ou pulmonar, como o crack. Estudos e levantamentosfeitosentreestudantesnascapitaisdos esta-dosbrasileiros,desde1997,apontamqueousodeálcoolna vidafoide54,3%entreosadolescentesde12-17anosede 78,6%entreosjovensde18a24anos,5,7%dosentrevistados entre12-17 anosapresentaramalgum problemaassociado aoseuuso,nafaixade18-24anosessepercentualsobepara 12%.(Galdurózetal.,1997;Brasil,2007).

Dessaforma,ousoabusivodedrogaséumaquestãode ordemurgente,umdostemasmaisdebatidose mobilizado-resnaatualidade.Osefeitosnegativosdessapandemiatêm desestruturadoasbasesdasociedade,ameac¸adoosvalores humanos,econômicoseculturais,infligidoprejuízos consi-deráveispelosgastosnocombateaotráficoenotratamento dosusuários,alémdoimpactonasaúdeenaqualidadede vidadasociedade.(Brasil,2011).

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diretos,como a reduc¸ão da gordura corporale dos níveis decolesteroleamelhoriacardiorrespiratória,ouindiretos, comoamelhorianaautoestimaenasensac¸ãodebem-estar, comreduc¸ãodesintomasdepressivos.Háumaconsciência de que além de tratar problemas de saúde, o condici-onamento físico previne problemas e reduz o agravo de patologias. Especificamente nosproblemas de saúde rela-cionados ao uso de drogas, o exercício físico estimula a liberac¸ão de substâncias neurotróficas, propicia melhoria funcional do sistema nervoso e até mesmo sensac¸ões de prazer e relaxamento, interfere de maneira positiva na prevenc¸ãoenotratamentodadependência(Abu-Omar; Rut-ten;Lehtinen,2004;Brum,2004;Mialick;Fracasso;Sahdm, 2010;apudFerreira,2012).

Oexercíciofísicotemsidopropostocomoadjuvanteno tratamentodadependênciadedrogaslícitaseilícitas, com-plementa abordagens psicoterapêuticas e farmacológicas tradicionais.Assim,representaumincrementosignificativo naspossibilidades paraabordagemetratamento, torna-se alvodeinteressedepesquisadoresquebuscama compre-ensãodas basesfisiológicas parasuainclusãoterapêutica, deformasegura,comvistasàreduc¸ãodasalterac¸ões neu-roquímicas, do desejo e dacompulsão pelo uso (fissura), dosdistúrbiosdohumoredacognic¸ão,bemcomodosníveis de estressee das dificuldades para relacionamentosocial e afetivo decorrentesdouso dedrogas. (Zschucke etal., 2012).

Assim, este trabalho aborda o tema da dependência, incorporando o exercíciofísico como umaestratégia para estimular a recuperac¸ão, reabilitac¸ão e socializac¸ão dos dependentes.Destacamosanecessidadedeespecificidades naavaliac¸ãodoestadogeraldosindivíduos,paraqueo pro-grama de exercícios físicos seja melhor dimensionado no planejamentoenaintervenc¸ãoterapêutica.

Métodos

Amostra

No iníciodo estudo, havia 54 internos do sexo masculino na Comunidade Terapêutica Nova Alianc¸a (CTNA), den-tre os quais, 16 aceitaram participar voluntariamente do estudo. A amostra apresentou idade de 32,8±8,2 anos, alturade1,72±0,1metro,massacorporalde73,9±8,7kg, índice de massa corporal de 25,1±2,3kg/m2, número de internac¸ões de 3,1±3,2 (variou de 1-13, 1a internac¸ão para 41%, 2a para 24%, 3a para 12% e 4a ou mais inter-nac¸õespara24% daamostra). Aavaliac¸ão socioeconômica detectou que 29,4% pertenciam à classe B, 47,1% à C, 23,5%àclasseD(Abep,2010).Apercepc¸ãodaqualidadede vidafoiregular(Organizac¸ãoMundialdeSaúde,1998).Em relac¸ão aodiagnósticoprimário,13sujeitosapresentavam dependênciaaocrackoucocaínaetrêsaoálcool. Secunda-riamente,quatrosujeitosfaziamusodemaconha,doisde múltiplasdrogaseumdeopiáceos.

Instrumentos

a) Cadastroe anamnese:fichacomdadospessoais, histó-ricodeusodedrogaseinternac¸ões,desaúdepessoale

familiar,avaliac¸ãodoriscocardiovascularedados antro-pométricos.

b) Massacorporal:avaliadacomumabalanc¸aportátilcom bioimpedânciaUM-080Tanita®

c) Estatura: avaliada com uma fita métrica fixada na parede.

d) Índicedemassacorporal:determinadoapartirdos valo-resobtidosparamassacorporaleestatura(IMC=amassa corporal/estatura2).

e) Qualidadedevida:foiusadaaversãobrasileirado Instru-mentodeAvaliac¸ãodeQualidadedeVidadaOrganizac¸ão MundialdeSaúde,baseado na revisãode especialistas internacionais que define qualidade de vida como ‘‘a percepc¸ãodoindivíduodesuaposic¸ãonavida,no con-textodaculturaedosistemadevaloresnosquaiselevive eemrelac¸ãoaosseusobjetivos,expectativas,padrõese preocupac¸ões’’(Organizac¸ãoMundialdeSaúde,1998). f) Classificac¸ãosocioeconômica:oCritériodeClassificac¸ão

EconômicaBrasil(CCEB)é uminstrumentobaseadoem respostasquanto à possede bense produtos e o grau deinstruc¸ãodochefedafamíliaepermiteestratificara populac¸ãoemcincoclasseseconômicas(deAE)apartir deumsistemadepontuac¸ãoinferencialsobreamédia derendafamiliareacapacidadedeconsumodos domi-cílios.(Associac¸ão Brasileirade Empresas dePesquisa, 2010).

g) Testedos blocosdeCorsi:avaliao subsistema visuoes-pacialdamemóriaoperacional;oavaliadorapontauma sequênciacrescentedeblocoseoprobandodeve repe-tirasequência,oescoreédeterminadopelasequência máximadeblocosrecordados.(Milner,1971).Esseteste foifeitonaavaliac¸ãocontrole,anteseapósasessãode exercíciosfísicosnaavaliac¸ãoexperimental.

h) Teste do cancelamento de números: avalia a atenc¸ão concentrada,arapidezdereac¸ãoeaexatidãoparauma tarefasimples,bemcomoacapacidadedediscriminac¸ão e localizac¸ão. É composto de uma folhacom diversos números.Oprobandodevecancelar (riscar) um deter-minandonúmero,conformeinstruc¸ões.Oescoreédado pelo tempo para completar a tarefa, adiciona-se um segundopara cada erro cometido. (Lezak, 1995). Esse testefoifeitonaavaliac¸ãocontrole,anteseapósa ses-sãodeexercíciosfísicosnaavaliac¸ãoexperimental. i) Escala de humor de Brunel: composta por 24 itens/

adjetivosqueindicamoestadodehumornomomento, subdivididaemseisfatores:raiva,confusão,depressão, fadiga,tensãoevigor,cadaumadelascomquatroitens, oprobandodeverespondercadaitememumaescalade 0(nada)a4(extremamente)(Rohlfs,2006).Essaescala foiaplicadanaavaliac¸ãocontrole,anteseapósasessão deexercíciosfísicosnaavaliac¸ãoexperimental. j) Percepc¸ão subjetiva de esforc¸o (PSE): é um marcador

perceptualesubjetivodaintensidadedoesforc¸ofísico feito,usadaparamonitorarassensac¸õesdeesforc¸o, ten-são,desconforto e/oufadigaduranteoexercíciofísico (Borg,1982).Essaescalafoiaplicadanaavaliac¸ão con-trole e na avaliac¸ão experimental antes da sessão de exercíciosfísicos,apósosexercíciosdeforc¸a,equilíbrio ecoordenac¸ãomotora,duranteacaminhadaenofimda sessãodeexercíciosfísicos.

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físico, consiste em uma escala bipolar de 11 pontos quevariade+5a ---5,cominstruc¸ãoverbal:+5=muito bom; +3=bom; +1=razoavelmente bom; 0=neutro; ---1=razoavelmente ruim; ---3=ruim; ---5=muito ruim. (Hardy e Rejeski, 1989). Essa escala foi aplicada na avaliac¸ãocontroleenaavaliac¸ãoexperimentalantesda sessãodeexercíciosfísicos,apósosexercíciosdeforc¸a, equilíbrioecoordenac¸ãomotora,duranteacaminhada enofimdasessãodeexercíciosfísicos.

l) Desejodeusardrogas:avaliadoemescalacomlinha con-tínuade0a100,representaagamadodesejodeusar drogasnomomentodaavaliac¸ão,deveoindivíduo apon-taronívelnaescala.Essaescalafoiaplicadanaavaliac¸ão controle,antese apósasessãodeexercícios físicosna avaliac¸ãoexperimental.

m) Questionáriodeefeitosadversos:perguntassobreefeitos somáticoscomo tontura,visãoturva, cefaleia (sistema nervoso),taquicardia,mudanc¸asdetemperatura corpo-ral(sistemacardiovascular),dificuldadespararespirar, alergias(sistemarespiratório),azia,refluxo,dores esto-macais(sistemadigestório),doresedificuldadesparase movimentar(sistemalocomotor).Essaavaliac¸ãofoifeita para verificara possibilidade de continuidade nas ati-vidadesdoestudo eparareduzir osriscosàsaúdedos voluntários.

n) Actimetria:avaliac¸ãodoritmoatividade-repouso deter-minada com um acelerômetro reprogramável (ez430-ChronosDevelopment Tool®, TexasInstruments©),com registro de dados acumulados em períodos de 2min, durantesete dias e noitesconsecutivas, com aparelho instaladonopulso domembronão dominante. O actí-metrofoi instaladonodia deapresentac¸ãodoprojeto eretiradosete diasapós,nofimdasessão experimen-tal. Para análise dos dados, foi feita a soma do valor das10horasdemaiorecincohorasdemenoratividade (M10 e L5) e o momento dos seus inícios (F10 e F5). Tambémfoicalculadaavariabilidadeintradiária(IV)ea estabilidadeinterdiária(IS)quemedemrespectivamente afragmentac¸ão ea sincronizac¸ão doritmocircadiano. As variáveis IVe IS foramcalculadas para astaxasde amostragens de 2-60 minutos e a partir daí foi calcu-ladaamédiaeavariabilidadedosvaloresreamostrados eobtiveram-sevaloresmédios(IVmeISm)(Wittingetal., 1990).QuantomaiorovalordeIV,maisfragmentadoé oritmo,oque podesignificarpresenc¸a dedespertares noturnosousonolênciadiurna.Essavariávelpode assu-mir o valor de 0 a 2. O valor de IS indica o nível de regularidade dia a dia no ritmo dos indivíduos e essa variávelpodeter valoresentre0 e 1. Quanto maioro valorde IS, maioré a regularidade na hora dedormir e acordar, por exemplo. Os valores calculados para a actimetriaserviramparacaracterizaraamostraquanto à variabilidade na sincronizac¸ão e à fragmentac¸ão do ritmo,bemcomonaatividadenoturnaediurna.

Procedimentos

Inicialmente foi feita uma explanac¸ão sobre o projeto, foram descritos os procedimentos que seriam realizados. Em seguida, osinternos interessadosem participar foram identificadose assinaramoTermodeCompromissoLivree

Esclarecido(TCLE),aprovadopeloComitêdeÉticaem Pes-quisa daUniversidade Federal do RioGrande doNorte,e preencheramtambémafichacadastraleanamnese.Nesse diafoiinstaladooactímetro.

Nosegundo encontro,quatrodias após o encontro ini-cial, foifeitaaavaliac¸ãocontrole, queconsistia em nova explicac¸ão e aplicac¸ão dos testes e escalas, sem outras intervenc¸ões,paraobtenc¸ãodosvalorescontroleereduc¸ão doefeitonovidade.Nessediaforamcoletadasinformac¸ões sobrepercepc¸ãodequalidadedevida(Organizac¸ãoMundial deSaúde,1998)eclassificac¸ãosocioeconômica(Associac¸ão BrasileiradasEmpresasdePesquisa,2010).

No terceiro encontro, dois dias após a avaliac¸ão con-trole,foifeitaaavaliac¸ãoexperimental,quandoostestes e asescalas foram aplicados antes e após a participac¸ão emumasessãodeexercíciosfísicos,incluindoalongamento dosgrandesgruposmusculares(15min),seguidosde exer-cíciosdeforc¸a,equilíbrioecoordenac¸ãomotora(ginástica geral commovimentoscorporais orientadosemanutenc¸ão de posturas,30min de atividade) e caminhada de 12min comvelocidadeautorregulada(feitacomincentivoverbal, mas com velocidade regulada pelo própriosujeito), total aproximadode60min deexercícios físicos.Somando-se o tempoparaaplicac¸ãodostesteseescalas,aavaliac¸ão expe-rimental durou aproximadamente duas horas. Para maior controle dosprocedimentos detestageme dareduc¸ão de efeitosrelacionadosaotempoapósosexercícios físicos,a amostrafoisubdividida,foramavaliadosquatrosujeitospor diadeintervenc¸ão.Asessãodeexercíciosfísicosfoidirigida porumaprofissionaldeeducac¸ãofísicaeasavaliac¸õesforam feitasporumpesquisadorcomtreinamentoparaavaliac¸ões empsicobiologia.

Análisedosdados

Apósconferênciadosquestionáriose testes,foielaborado banco dedados para análisedescritiva e feitamontagem defigurasparaapresentac¸ãoderesultadoscomosoftware Microsoft Excel®.Foi usado o softwareGraphPad Prisma® paraverificac¸ãodadistribuic¸ãodenormalidadedosdados, feitoseotestedeShapiro-Wilke,paraavaliarosefeitosdo exercíciofísiconosdostestescomportamentais,as diferen-tesetapasdoestudoforamcomparadascomAnovadeuma via com medidas repetidas, seguidas pelo teste de Tukey paracomparac¸ãoaposteriori,efoiadotadoonívelde sig-nificânciade5%(p≤0,05).

Resultados

Estãoapresentadosconformeavaliac¸ãofeitaesemprecom acomparac¸ãodasetapasdoestudo.

Testedecancelamentodenúmeros

(5)

Teste do cancelamento de números

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10

T

empo (segundos)

0

Basal Pré EF Pós EF

∗∗

Figura 1 Teste de atenc¸ão (cancelamento de números) de umaamostrade16sujeitos.

Pré-EF,antesdasessãodeexercíciosfísicos;Pós-EF,apósa ses-sãodeexerciciosfísicos.

*Pré-EFfoisignificativamentemaiordoquecontroleepós-EF (p≤0,05).

** Pós-EF foi significativamente menor do que controle (p≤0,05).

13,7segundos.Oresultadoobtidoapósoexercíciofísicofoi menordoqueosescorescontroleepré-EF(Anova---F:35,93; p≤0,01).Osresultadossãorepresentadosnafigura1.

TestedosblocosdeCorsi

No teste de memória operacional (blocos de Corsi), observou-se que a quantidade de blocos recordados foi maior na etapa pós-EF. Na etapa controle os voluntários recordaram 4,7±1 blocos, na etapa pré-EF recordaram 4,9±0,7blocosenaetapapós-EF,5,5±0,6blocos.O resul-tado obtidopós-EF foi maiordoque o escorescontrole e pré-EF(Anova---F:8,8;p≤0,01).Osresultadossão repre-sentadosnafigura2.

Desejodeusardrogas

Emrelac¸ãoaodesejodeusardrogas(escalade0a100),os voluntáriosapresentaramescorede11,3±17,1naavaliac¸ão

8 7 6 5 4 3 2 1 0

Teste dos blocos de corsi

Número de b

locos recordados

Basal Pré EF Pós EF

Figura 2 Teste dos blocos de Corsi de uma amostra de 16sujeitos.

Pré-EF,antesdasessãodeexercíciosfísicos;Pós-EF,depoisda sessãodeexercíciosfísicos.

*Pós-EFfoisignificativamentemaiordoquecontroleepré-EF (p≤0,05).

40 35 30

20 15 10 5 0 25

Desejo de usar drogas

Escala 0-100

Basal Pré EF Pós EF

Figura3 Escoreindicadonaescalaparaodesejodeusar dro-gasporumaamostrade16sujeitos.

Pré-EF,antesdasessãodeexercíciosfísicos;Pós-EF,depoisda sessãodeexercíciosfísicos.

*Pós-EFfoisignificativamentemenordoquePré-EF(p≤0,05).

controle,de10±11,5naavaliac¸ãopré-EFede4,4±9,6na avaliac¸ãopós-EF,demonstraramreduc¸ãonodesejodeusar substâncias apósa práticado exercíciofísico (Anova--- F: 4,3;p≤0,05).Osresultadossãorepresentadosnafigura3.

Estadodehumor

Naavaliac¸ão do estado de humor (escala de Brunel), foi observadaumareduc¸ãodosfatorestensãoevigornaetapa pós-EF(Anova --- F:5,2; p ≤ 0,05).Não foramobservadas diferenc¸as significativas para osfatores depressão, raiva, fadiga, confusão mental e total de distúrbios do humor (TDH).Osresultadossãorepresentadosnatabela1.

Percepc¸ãosubjetivadeesforc¸oeprazer

Aavaliac¸ãoda percepc¸ão subjetiva deesforc¸o (escala de Borg)detectouumaumentodasensac¸ãodeesforc¸ofísicoao longodasessãoexperimental,demonstrouqueosindivíduos fizeramesforc¸osuficienteparaalterarseuestadofisiológico edepercepc¸ão deesforc¸o(Anova ---F:8,2;p ≤0,01). Já aavaliac¸ãodapercepc¸ãosubjetivadavalênciaafetivanão detectoudiferenc¸assignificativasduranteoexercíciofísico. Osresultadossãorepresentadosnatabela2.

Actimetria

A figura 4 apresenta dois exemplos de actimetria para avaliac¸ãodoritmoatividade-repouso.Observa-seque ape-sardeosdoisindivíduosapresentaremperiodrogramabem característicode1.440min(24horas),opadrãorítmicode atividadeederepousoapresentam-sebemdiferentes.

Osdadosindividuais(n=14)referentesàsomadascinco horasdemenoratividade(L5)eseuinício(F5),geralmente coincidentecomafasedesono,easomadas10horasde maioratividade(M10)e seuinício(F10),geralmente coin-cidentecom afasede vigília,sãoapresentadosna tabela 1.TantoL5 quantoM10apresentamumagrande variabili-dade,comopodeserobservadopelosseusvaloresmínimo, máximoeocoeficientedevariac¸ão(CV).

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Tabela1 Estadodehumor,avaliadopelaescaladeBrunel,deumaamostrade16sujeitos

Controle Pré-EF Pós-EF Anova

Tensão 4,6±3,1 3,8±3,6 2,1±2,2a F:5,2;p0,05

Depressão 2,4±3,6 2,6±3,5 1,4±2,3 F:0,9;p=0,41 Raiva 1,5±2,6 2,7±3,6 0,6±1,5 F:12,9;p=0,09 Vigor 11,8±2,6 9,8±3,8 3,8±3,8b F:5,2;p0,05

Fadiga 3,7±4,1 3,5±2,9 3,8±3,8 F:0,2;p=0,81 Confusão 3,4±3,4 3,1±3,2 1,9±2,0 F:1,6;p=0,23 TDH 3,9±12,8 5,9±14,5 6,0±5,5 F:0,4;p=0,63

Pré-EF,antesdasessãodeexercíciosfísicos,Pós-EF,apósasessãodeexercíciosfísicos.

aTensão--- Pós-EFfoisignificativamentemenordoquecontrole(p0,05). b Vigor---Pós-EFfoisignificativamentemenordoquecontroleepré-EF(p0,05).

Tabela 2 Percepc¸ão subjetiva de esforc¸o físico (avaliado pela escala deBorg) e percepc¸ão subjetiva davalência afetiva associadaaoexercíciofísicoemumaamostrade16sujeitos

Pré-EFa Ginástica Caminhada Pós-EF Anova

Esforc¸o 2,3±2,1 4,2±2,2 4,1±2,4 4,8±2,0 F:8,2;p≤0,01 Valênciaafetiva 2,9±1,6 3,8±1,7 3,4±2,6 2,6±2,5 F:1,5;p=0,25

Pré-EF,antesdasessãodeexercíciosfísicos;Ginástica,alongamentoaliadoaexercíciosdeforc¸a;Caminhada,compassadasfortese largas,em12minutos;Pós-EF,depoisdasessãodeexercíciosfísicos.

aEsforc¸oempré-EFfoisignificativamentemenordoqueosdemaismomentos(p0,05).

Figura4 Exemplosdeactograma,periodrograma,representac¸ãomédiaemformadeondaecosinordeumindivíduocomritmo atividade-repousoregular(A)edeumindivíduocomritmoirregular(B).

ritmo atividade-repouso, são apresentados na tabela 3.

Oelevadocoeficientedevariac¸ão(CV)mostraumagrande variabilidade dos dados, que pode ser percebida tam-bém pelos valores mínimos e máximosdessa variável. Os

dadosreferentes(n=14)àvariabilidadeintradiária(IV),um índice relacionado à fragmentac¸ão/consolidac¸ão do ritmo atividade-repouso,sãoapresentadosnatabela3. Percebe--seumIVmuitovariável,quedemonstraumpadrãopouco

Tabela3 Caracterizac¸ãodeumgrupodedependentesdedrogasemreabilitac¸ãoporvariáveisdeactimetria

Mínimo Máximo Média Desvio Desvio/Média(CV) M10 471110 829981 645420 114340 0,18

InícioM10(minutos) 182 275 249 24 0,10

L5 9835 22510 14026 4219 0,31

InícioL5(minutos) 1351 1791 1417 43 0,11

IVm 0,49 0,73 0,61 0,06 0,10

ISm 0,18 0,58 0,40 0,12 0,30

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consolidadopara oritmoatividade-repouso e caracteriza,

comoesperado,distúrbiosrítmicosdossujeitosemterapia

paramanutenc¸ãodaabstinência,emespecialdacocaína.

Discussão

Tomadosemconjunto,osresultadosobtidosapoiama

hipó-tesedequeumasessãoagudadeexercíciosfísicosécapaz

depromovermodificac¸õessignificativasepositivasna

capa-cidadecognitivaenodesejodeusardrogaspordependentes

emtratamentoparamanutenc¸ãodaabstinência,oque

cor-roboradadosapresentadosemumestudoderevisãosobreos

efeitosdoexercíciofísiconessapopulac¸ão(Zschuckeetal.,

2012).

Poroutrolado,naavaliac¸ãodapercepc¸ãodeesforc¸oeda valênciaafetivaduranteosexercíciosfísicos,ficou eviden-ciadoqueenquantooníveldeesforc¸oaumenta,avalência afetiva(prazer)diminui.Esseresultadoeraesperado,uma vezquenoiníciodeumprogramadecondicionamentofísico, apósasprimeirassessõesdetreino,o corpoficadolorido, devido,porexemplo,àfadigaeamicrolesõesdecorrentes doesforc¸o.Noentanto,sabe-sequesepraticadoconforme a capacidade individual,em poucas semanaso organismo seadaptaeassensac¸õesprazerosasficammaisevidentes. (Williams,2008).

Esse resultado também pode ser decorrente do baixo nível decondicionamento físico daamostra. Isso fez com que oestadode fadigasobressaísseem relac¸ãoao prazer relacionado à prática.Acreditamosque aregularidade na práticareduzaesseefeitoaparentementeruimedecorrente doesforc¸ofísico.Valeressaltarqueapopulac¸ãoinvestigada nesteestudonecessitadeavaliac¸ão,orientac¸ãoemotivac¸ão específicasequalificadasparaaadequadarealizac¸ãodessas práticas.

Ao observar o desempenho dos voluntários no teste decancelamentodenúmeros,verificamosumareduc¸ãode 31,7% do tempo para realizac¸ão da tarefa no momento pós-EF em relac¸ãoà avaliac¸ão pré-EF, oque demonstra a eficiênciaagudadaintervenc¸ãonacapacidadedeatenc¸ão. Nomesmo sentido,osescoresobtidos noteste de memó-ria operacional demonstraram um aumento de 12,2% do desempenho quando comparados com os momentos pré--EFepós-EF.Essesresultadosestãodeacordocomestudos em outraspopulac¸ões,idosos,porexemplo. Eles observa-ram que a capacidade de atenc¸ão concentrada, memória de curto prazo e desempenho no planejamento de ac¸ões sequenciaislogicamenteestruturadasenecessáriasnavida cotidiana é estimulada pela prática de exercícios físicos. Esseefeitoémantidoconformeoníveldepráticaedeoutros hábitosdevida.(KramereErickson,2007).

Em relac¸ão ao desejo de usar drogas, provavelmente devidoàscaracterísticasdotratamentooferecidona comu-nidade terapêutica (baseado na fé e religiosidade), os participantesindicaramumnívelrelativamentebaixopara o desejo de usar drogas e eventualmente o negaram. Na avaliac¸ão controle, os indivíduos apresentaram escore de 11,3 no desejo de usar sua droga habitual, na avaliac¸ão pré-EF o escore foi de 10, apresentou uma reduc¸ão não significativaem relac¸ão à avaliac¸ão controle, enquanto o escorepós-EF foide4,4,apresentou-sesignificativamente reduzido(61,1%).Lynchetal.(2010)demonstraramque a

práticadeexercíciosaeróbiosécapazdereduzira vulnera-bilidadeàrecaída,porreduzirodesejodeconsumircocaína, especialmentepelareduc¸ão noprejuízofuncionaldo cór-texpré-frontal,observadonoperíodoagudodeabstinência. Essa modulac¸ão neurofuncional pode estar relacionada à liberac¸ão de dopamina, serotonina, peptídeos opioides e cortisol,durantee imediatamenteapós exercícios físicos, oqueresultanareduc¸ãododesejodeusardrogas.(Taylor etal.,2007).

Naavaliac¸ãodoestadodehumor,foiobservadareduc¸ão significativa nos aspectos de tensão e vigor pós-EF. Esse últimoeraumefeitoesperado,emespecialparainiciantes dapráticadeexercíciosfísicos.Areduc¸ãona sensac¸ãode tensãoéumresultadopositivoepossivelmentecolaborana reduc¸ãonodesejodeusardrogas.Emboraestejamnoinício dapráticafísica,aliberac¸ãodeneurotransmissores, hormô-niose outrassubstânciasassociadasàpráticadoexercício físicoresulta em umainterferência positivano estadode humor,aliviaoestadodetensãopresenteantesdaprática. (PelusoeAndrade,2005).

Foi observada uma interferência positiva do exercício físico no estado emocional e cognitivo, o que corrobora atese deque suaprática é umaestratégia potente para reabilitac¸ão de doentes crônicos, inclusive de dependen-tes de drogas. Ainda que a intervenc¸ão tenha ocorrido de forma aguda, e essa é uma importante limitac¸ão do estudo,osresultadosobtidoscorroboramestudosda litera-tura(Zschuckeetal.,2012).Outralimitac¸ãoimportantefoi adificuldade paramensurarademandafisiológicadurante aprática,massabe-se,pelasinformac¸õesobtidasnaescala depercepc¸ãodeesforc¸oerelatosindividuais,quetodosos indivíduosfizeramesforc¸osuficienteparaestimularo orga-nismo.

Em relac¸ão à actimetria, a maioria dos voluntários apresentouperíodorítmicode1.440min(sincronizado em 24horas,n=11-78,5%),possivelmentedecorrentedoritmo socialdacomunidadeterapêutica.Asvariáveisde actime-triaforamusadasparacaracterizarogrupoquantoaoseu nível de atividade física (M10), eficiência do sono (L5), fragmentac¸ão do ritmo (IVm) e sincronizac¸ão (ISm). Foi observadagrandevariabilidadenovalordeM10,oque carac-terizou um grupo heterogêneo quanto à atividade física geral.Esseresultadousadoindividualmentepodeauxiliarno planejamentodasatividadespropostasparacadapaciente. NomesmosentidoovalordeL5podeserusadoparaorientar apráticadeexercíciosfísicosqueaumentemaeficiênciado sononosindivíduoscomvaloresmaiselevadosdeL5. Estu-dosmostramquetrêsmesesdeexercíciosfísicosregulares sãosuficientesparareduzirafragmentac¸ãodoritmo.(Van Somerenetal., 1997).Quanto àavaliac¸ãodo ISm,é pos-sívelperceberindivíduoscombaixasincronizac¸ão(18%),o quedeverefletirodesafiotemporaldecorrentedaentrada emoutroritmosocial,apartirdainternac¸ãonacomunidade terapêutica.

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rítmicose nos conhecimentos sobre os efeitos do exercí-ciofísiconoorganismo, sugerimosque aaplicac¸ãode um programadecondicionamentofísico,associadoaumadieta adequada em termosnutricionais e de regularidade horá-ria,éumaintervenc¸ãoterapêuticapotentenoprocessode recuperac¸ãofisiológica,emocional,cognitivaesocial.

Ocorpoécapazdeseadaptaraoestresseprovocadopelo exercíciofísicopormeiodeajustesmetabólicos, coordena-dos pelos sistemas nervoso e endócrino, necessários para oequilíbriofuncional(Ament eVerkerke, 2009).Ocorrea liberac¸ão de substâncias como catecolaminas, endorfinas, anandamidaefatoresneurotróficos,oqueproporcionaum estadodeativac¸ãogeralcomposteriorrelaxamento acom-panhadodesensac¸õesdebem-estareprazer(Kwonetal., 2013).Assim, deve-se estimular arealizac¸ão doexercício físicoconformeapercepc¸ãodeesforc¸o,buscarassensac¸ões deprazeresatisfac¸ãoapartirdaatividadefísica,incentivar amanutenc¸ãodaprática.(Cabanac,2006).

Éimportanteressaltarqueaolongododesenvolvimento dadependênciahá umprocesso,desdeafaseinicial, que submeteosindivíduosalimitac¸õessociais,cognitivas, emo-cionaisefisiológicas,caracterizadapelaperdaprogressiva deseadaptareresponderasobrecargasfísicas,cognitivase emocionais,quereduzemtambémoscuidadoscomasaúdee aumentaaexposic¸ãoesusceptibilidadeadoenc¸ascrônicas. (RobertseKoob,1997).

Avariac¸ãodasobrecargafisiológicaemtermosde inten-sidadeedurac¸ãodeveserbaseadanacapacidadefísicado indivíduo,respeitarsuaindividualidadebiológica,para atin-girosefeitospositivossemagravaroutrascondic¸õesclínicas presentes(Roeder,1999).Apartirdessepressuposto,os pro-cedimentos deste estudo respeitaram as particularidades dosparticipantes,sempreatentosàpresenc¸ade comorbida-des,adequouasorientac¸õeseasupervisãodaprática,com vistasaosmelhoresresultadosindividuaiscomainserc¸ãodo exercíciofísicocomocomponentecotidianodecuidadocom asaúdeeparaareabilitac¸ãodadependência.

Faz-senecessáriodivulgaraimportânciadosprofissionais da educac¸ão física no âmbito do tratamento da depen-dência de drogas, inserir programas de exercícios físicos nas estratégias terapêuticas para acelerar o processo de recuperac¸ãoe oferecer aosdependentesumapoio fisioló-gicoparaprevenc¸ãoderecaídase melhoriadasaúdeeda qualidadedevida.

Financiamento

UniversidadeFederal deSãoPaulo (Unifesp),Universidade Federal do RioGrande do Norte(UFRN) e Conselho Naci-onaldeDesenvolvimentoCientíficoe Tecnológico(CNPQ ---Processo159.736/2011).

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

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Figura 2 Teste dos blocos de Corsi de uma amostra de 16 sujeitos.
Tabela 1 Estado de humor, avaliado pela escala de Brunel, de uma amostra de 16 sujeitos

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