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Avaliação da motivação, funções executivas e indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada

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Maurício José de Souza Filho

AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E INDICADORES TÁTICOS EM ATLETAS DE FUTEBOL DA CATEGORIA SUB-20 EM UMA

COMPETIÇÃO FEDERADA

Belo Horizonte

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional/UFMG 2016

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Maurício José de Souza Filho

AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO, FUNÇÕES EXECUTIVAS E INDICADORES TÁTICOS EM ATLETAS DE FUTEBOL DA CATEGORIA SUB-20 EM UMA

COMPETIÇÃO FEDERADA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências do Esporte da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências do Esporte.

Área de Concentração: Psicologia do esporte e Neurociências aplicadas ao comportamento humano.

Orientador: Prof. Dr. Varley Teoldo da Costa Co-orientador: Prof. Dr. Leandro Fernandes Malloy-Diniz

Belo Horizonte

Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional 2016

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a Deus, criador de todas as coisas! Aos meus pais, Maurício e Nilce, e aos meus irmãos, Paulo, Michel, Marcos e Márcio, por me ensinarem a lutar e a vencer na vida. À minha noiva, pelo amor, carinho e respeito!

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar a oportunidade de viver, por estar ao meu lado em todos os momentos, por me dar serenidade e sabedoria para enfrentar os problemas do dia a dia, por me guiar e colocar as pessoas certas, no momento certo e nas melhores circunstâncias para que eu pudesse superar os desafios e seguir adiante.

Aos meus familiares, especialmente meus pais, Maurício José de Souza e Nilce

Miranda por me darem a vida, por serem os melhores exemplos que eu poderia ter,

me amarem incondicionalmente, acreditarem em mim muito mais do que eu mesmo acredito e por todo apoio e encorajamento que me deram durante toda a vida, sobretudo, neste momento tão difícil e importante. Registro meu pedido de desculpas pela ausência física em muitos momentos durante todo esse processo.

À minha noiva Amanda Castro Vieira, por me apoiar e estar ao meu lado sempre, por ser companheira ao longo dessa caminhada, por compreender meus momentos de ausência, pelas palavras de incentivo, pelas inúmeras ajudas na leitura dos trabalhos acadêmicos e, principalmente, por fazer parte da minha vida. Amo você!!

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Esporte EEFFTO/UFMG, em especial, ao corpo docente pela contribuição na minha formação acadêmica.

Ao meu orientador Prof. Dr. Varley Teoldo da Costa, pelos aprendizados teóricos e metodológicos, pela orientação e atenção dispensada e pela contribuição ao meu amadurecimento acadêmico.

Ao meu co-orientador Prof. Dr. Leandro Fernandes Malloy-Diniz, pela contribuição teórica e metodológica e pela disponibilização dos testes neuropsicológicos utilizados para a realização deste estudo.

Aos membros da banca, Prof. Dr. Israel Teoldo da Costa e Prof. Dr. Maicon

Rodrigues Albuquerque, pelo tempo dedicado a leitura desse estudo, pela

contribuição com a minha formação acadêmica e pelas contribuições para o aprimoramento desse trabalho.

Ao Prof. Dr. André Gustavo Pereira de Andrade, pela arte de ensinar com tranquilidade, respeito e sabedoria, pelos ensinamentos estatísticos e pela amizade.

Ao Prof. Dr. Pablo Juan Greco, pela disponibilização dos materiais utilizados para a realização deste estudo.

Aos professores, Dr. Franco Noce, Dr. Marco Túlio de Mello, Dr. Daniel Alvarez

Pires, Dr. Márcio Mário Vieira, pelas contribuições acadêmicas.

Aos professores do UNI-BH, em especial a Dra. Maura Regina Silva da Páscoa

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A gloriosa Polícia Militar de Minas Gerais, em especial aos meus Comandantes,

Diretores, Chefes de Centro e Chefes diretos, que permitiram este graduado

cumprir suas atividades escolares com as devidas compensações de horas, de modo a não haver prejuízo ao serviço, sendo, portanto, fundamentais para os resultados aqui alcançados.

Aos profissionais, Marco Antônio Milagres, Fábio Lúcio do Vale Brostel, Rômulo

Gama Renam, Leonardo Henrique Silva Fagundes, Mauro Maravilha, Edilson Rodrigues Monteiro, Lucas Silveira Barezani, Igor Custódio, Emerson Rodrigues de Ávila, Leonardo Alves de Almeida, José Augusto Bueno, Elias Moises Junio Pereira, Aloísio Antônio da Costa Júnior, Marcos César de Oliveira Júnior, Cláudio Soares de Andrade, por abrirem as portas das suas

equipes e me darem todo o suporte para a coleta de dados do estudo.

Aos atletas de futebol da categoria sub-20 dos clubes: América, Atlético, Betinense, Cruzeiro, Social e Villa Nova, que contribuíram para realização deste estudo ao longo da fase classificatória do Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015).

Aos alunos Hiago Luan Rolla Martins, Flávio Coelho Prata, Layane Furst Ozólio,

Maíssa Ferreira Diniz e João Guimarães, por todo apoio nas filmagens dos jogos,

coletas e tabulações de dados neuropsicológicos.

Aos amigos do NUPEF, Lucas Dias Mantovani, Henrique Bueno Américo,

Henrique Ladeira Vianna, pela parceria na análise dos dados táticos deste estudo,

em especial, Rodrigo Miranda de Monteiro Santos, pelas conversas científicas e apoio nas análises dos resultados.

Ao cinegrafista Roberto Willian Barbosa Xavier (in memorian), mais conhecido como Betão da produtora Pro TV, por abrir as portas da sua produtora para me receber, pelo apoio nas filmagens, por me apresentar pessoas no futebol que contribuíram com este estudo e por deixar os momentos de filmagens mais descontraídos com a sua alegria. Esteja em paz meu saudoso amigo!!!

Ao Fábio, pela tradução do resumo desta dissertação na reta final.

Aos amigos do LAPES, Felipe Santos, pelas boas conversas e pela boa companhia em congressos; Camila Bicalho, por sempre me ouvir em momentos difíceis dessa caminhada e pela força nesta reta final; Leonardo Fagundes, por esta sua alegria para encarar a vida e sempre me passar confiança de que tudo daria certo no final;

Hiago Martins e Flávio Prata, por serem grandes parceiros nessa caminhada,

ambos merecem todo sucesso que a vida guarda para vocês; Cleiton Reis, pelas boas conversas científicas, conselhos pessoais e por todo apoio nesta reta final;

Ana Luísa, pelo auxílio na estatística; André Torres, Thiago Ferreira, Mário Simim, João Paulo, Dayane Rodrigues, Fernanda Narciso, Diego Borba,

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Analice Rodrigues e Aline Cruz, pelas conversas científicas e pela companhia de

vocês nas noites de trabalho no laboratório.

Aos amigos do mestrado e doutorado, Luciana Pesce, por todo apoio que me deu para estudar e poder passar no processo seletivo do mestrado; Tércio Apolinário, pelo apoio de sempre a todos os alunos do LAPES; Gibson Praça, por todo auxílio com os materiais do CECA utilizados na coleta de dados; Lidiane Fernandes,

Márcia Salomão, Patrick, pelo companheirismo e pelos momentos de estudo.

Aos funcionários da EEFFTO-UFMG, Hamilton Moreira, pela atenção e presteza que nos atende na Secretaria da Pós-Graduação; Iris Silva, por todo apoio na revisão deste trabalho; aos funcionários contratados, Dona Maria, pela limpeza do nosso ambiente de estudo; aos senhores porteiros Antônio, José Alves, Lúcio,

Mário, Paulo e Eustáquio, pela atenção, presteza e paciência que sempre tiveram

comigo, mesmo até altas horas da madrugada no laboratório.

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“Não devemos confundir o essencial com o fundamental. O essencial é aquilo que não pode não ser, pois dá sentido à vida. O fundamental é o que nos ajuda a chegar ao essencial. Dinheiro não é essencial, mas sim fundamental. Sem ele as dificuldades são imensas, mas ele por si nada representa na essencialidade. Carreira é fundamental, mas de nada adianta se nos afasta do essencial.” Mário Sérgio Cortella

“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”

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RESUMO

Este estudo objetivou: (a) comparar as dimensões de motivação intrínseca, extrínseca e desmotivação de atletas de futebol da categoria sub-20; (b) comparar o índice de autodeterminação, as medidas de funções executivas e os indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos; (c) propor tabelas normativas para os atletas da categoria sub-20 em relação às variáveis: índice de autodeterminação, três medidas de funções executivas e sete indicadores táticos; (d) verificar a associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto do índice de autodeterminação, das medidas de funções executivas e dos indicadores táticos. Foram avaliados 104 atletas federados de seis clubes de futebol participantes do Campeonato Mineiro de Futebol sub-20 (2015). Para análise de jogo, a amostra foi composta por 9.310 ações ofensivas individuais realizadas em 23 partidas da competição. Foram utilizados como instrumentos (a) o questionário de dados demográficos, (b) a Escala de Motivação no Esporte (SMS), (c) o Cubos de Corsi, (d) o Teste dos Cinco Dígitos e (e) Indicadores táticos: Número de bolas recebidas (NR), Número de contatos com a bola (NCT), Número de variações de corredor (NVC), Velocidade de transmissão da bola (VTB), Número de bolas conquistadas (NC), Total de bolas jogadas (BJT). Os resultados mostraram que a confiabilidade geral dos instrumentos foi considerada aceitável para o SMS (α=0,88), Cubos de Corsi (α=0,69) e Teste dos Cinco Dígitos (α=0,78). O valor de concordância mínimo entre os observadores foi de k=0,896 (epm=0,060), indicando confiabilidade aceitável. Foi identificado que os atletas de futebol da categoria sub-20 apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca, seguidos de motivação extrínseca e escores baixos de desmotivação, com tamanho do efeito grande (ES>0,5). Os resultados apontam para maiores escores de memória de trabalho em atletas que jogam em clubes grandes comparados aos atletas que jogam em clubes pequenos. Constatou-se também que houve associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para a medida de memória de trabalho. Conclui-se que os atletas de futebol da categoria sub-20 apresentaram um perfil de motivação autodeterminada. Em relação às funções executivas, conclui-se que os atletas de clubes grandes são superiores aos atletas de clubes pequenos apenas em relação à

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memória de trabalho, indicando que o fato do atleta jogar em um clube grande parece estar associado a uma maior capacidade do atleta na memorização de informações visuais. Em síntese, de acordo com os resultados deste estudo, os atletas mineiros que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos da categoria sub-20 mostram-se semelhantes do ponto de vista motivacional, de funções executivas (controle inibitório e flexibilidade cognitiva) e nos aspectos táticos atuando como mandantes.

Palavras-chave: Motivação. Funções executivas. Tática. Atleta. Futebol. Categoria

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ABSTRACT

This study aimed to: (a) compare the dimensions of intrinsic and extrinsic motivation and demotivation of U-20 soccer athletes; (b) to compare the self- determination index, the executive function measures and the tactical indicators between the athletes that play in big and small clubs; (c) to propose normative tables for U-20 athletes in relation to the variables: self- determination index, three measures of executive functions and seven tactical indicators; (d) to verify the association between the status (big or small) of U-20 soccer clubs and the number of athletes with low and high scores of the self- determination index, in the executive function measures and of the tactical indicators. 104 athletes from six soccer clubs participating in the U-20 Minas Gerais state competition (2015) were evaluated. For match analysis, the sample was composed of 9.310 individual attacking actions, realized in 23 matches of the competition. The following instruments were used: (a) the questionnaire of demographic data, (b) the Sports Motivation Scale (SMS), (c) the “Corsi Block” test, (d) the “five digit test” and (e) tactical indicators: number of received balls (NR), number of contacts with the ball (NCT), amount of runner variation (NVC), speed of ball transmission (VTB), number of conquered balls (NC), total of played balls (BJT). The results showed that the general reliability of the instruments was considered acceptable for the SMS (α=0,88), Corsi Block (α=0,69) and the Five Digit Test (α=0,78). The minimal value of accordance between the observators were k=0,896 (epm=0,060), indicating acceptable reliability. It was identified that the U-20 soccer athletes present higher levels of intrinsic motivation, followed by extrinsic motivation and low levels of demotivation, with large effect (ES>0.5). The results point towards higher scores of working memory in athletes that play in big clubs, compared to athletes that play in small clubs. It was also found that there was an association between the status of clubs (big or small) of U-20 soccer and the number of athletes with low and high scores for the measurement of working memory. It is concluded that the U-20 soccer players presented a self-determined motivation profile. Regarding the executive functions, it is concluded that the athletes of big clubs excel athletes from small clubs only in relation to working memory, indicating that an athlete playing in a big club seems to be associated with a greater ability in memorizing visual information. In summary, according to the results of this

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study, the athletes in the U-20 Minas Gerais state competition who play in big clubs and small clubs are similar in the motivational point of view, executive functions (inhibitory control and cognitive flexibility) and tactical aspects when playing at home.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 - Continuum de autodeterminação e níveis de regulação. ... 34

FIGURA 2 - Modelo dos principais componentes das funções executivas. ... 42

FIGURA 3 - Estrutura explicativa do Teste dos cinco dígitos. ... 48

FIGURA 4 - Campograma correspondente à divisão topográfica do campo. ... 54

QUADRO 1 - Dimensões teóricas da Escala de Motivação no Esporte (SMS). ... 38

QUADRO 2 - Descrição do teste Cubos de Corsi. ... 45

QUADRO 3 - Descrição das etapas do Teste dos Cinco Dígitos. ... 48

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Principais competições na categoria sub-20 (2015). ... 30 TABELA 2 - Relação de clubes participantes do estudo. ... 60 TABELA 3 - Distribuição da participação dos atletas de futebol da categoria sub-20 por clubes. ... 65 TABELA 4 - Nível de escolaridade dos atletas de futebol da categoria sub-20. ... 66 TABELA 5 - Distribuição dos atletas avaliados por posição. ... 66 TABELA 6 - Comparação da idade, escolaridade, tempo de prática e tempo como atleta federado entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. ... 67 TABELA 7 - Confiabilidade do SMS e Cubos de Corsi em atletas de futebol sub-20. ... 68 TABELA 8 - Confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos em atletas de futebol sub-20. ... 68 TABELA 9 - Coeficiente Kappa e Erro Padrão Médio dos procedimentos de teste e re-teste. ... 69 TABELA 10 - Comparação entre os escores de posto médio das dimensões do SMS. ... 70 TABELA 11 - Níveis de motivação por dimensão do SMS em atletas de futebol da categoria sub-20. ... 70 TABELA 12 - Escores dos postos médios no teste de Wilcoxon para a comparação par a par entre as dimensões de motivação. ... 71 TABELA 13 - Comparação entre as dimensões de motivação. ... 71 TABELA 14 - Índice de autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20. ... 72 TABELA 15 - Postos médios do índice de autodeterminação dos atletas de clubes grandes e clubes pequenos... 72 TABELA 16 - Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. ... 73 TABELA 17 - Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em relação aos escores (baixo, moderado e alto) para o índice de autodeterminação. ... 73 TABELA 18 - Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação. ... 74 TABELA 19 - Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis do índice de autodeterminação e tamanho dos clubes. ... 75

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TABELA 20 - Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação. ... 75 TABELA 21 - Medidas de funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20. ... 76 TABELA 22 - Postos médios das medidas de funções executivas em atletas de clubes grandes e clubes pequenos. ... 77 TABELA 23 - Comparações das medidas de funções executivas entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos. ... 77 TABELA 24 - Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em relação aos escores (baixo, moderado e alto) para as medidas de funções executivas. ... 78 TABELA 25 - Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas. ... 78 TABELA 26 - Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos escores das medidas de funções executivas e tamanho dos clubes. ... 79 TABELA 27 - Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas. ... 80 TABELA 28 - Indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20. ... 81 TABELA 29 - Postos médios dos indicadores táticos em atletas (clube grande e pequeno). ... 82 TABELA 30 - Comparação dos indicadores táticos entre os atletas (clube grande e pequeno). ... 82 TABELA 31 - Tabela normativa para classificação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em relação aos escores (baixo, moderado e alto) para os indicadores táticos. ... 83 TABELA 32 - Comparação entre os atletas de futebol da categoria sub-20 com escores baixo e alto para os indicadores táticos. ... 84 TABELA 33 - Frequências (absoluta e relativa) dos atletas em relação aos níveis dos indicadores táticos e tamanho dos clubes. ... 85 TABELA 34 - Associação entre o status dos clubes da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos dos atletas. ... 86

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

BJT - Total de bolas jogadas

CBF - Confederação Brasileira de Futebol

FMF - Federação Mineira de Futebol

NC - Número de bolas conquistadas

NCT - Número de contatos com a bola NR - Número de bolas recebidas

NVC - Número de variações de corredor

SMS - Escala de motivação no esporte

TAD - Teoria da Auto Determinação VTB - Velocidade de transmissão da bola

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 20 1.1 Objetivos ... 26 1.1.1 Objetivo geral ... 26 1.1.2 Objetivos específicos ... 26 1.2 Hipóteses ... 27 2 REVISÃO DE LITERATURA... 29

2.1 A categoria sub-20 de futebol ... 29

2.2 Motivação no futebol ... 32

2.2.1 Escala de motivação no esporte – SMS ... 37

2.2.2 Índice de autodeterminação – IAD ... 40

2.3 Funções executivas no futebol ... 41

2.3.1 Memória de trabalho no futebol ... 43

2.3.2 Controle inibitório e flexibilidade cognitiva no futebol ... 46

2.4 Indicadores táticos no futebol ... 50

3 MÉTODO ... 58 3.1 Delineamento do estudo ... 58 3.2 Cuidados éticos ... 58 3.3 Cálculo amostral ... 59 3.4 Amostra ... 59 3.5 Instrumentos ... 60 3.6 Procedimentos ... 61

3.6.1 Primeira parte da coleta de dados ... 61

3.6.2 Segunda parte da coleta de dados ... 62

3.7 Análise dos dados ... 62

3.7.1 Qualidade dos dados ... 62

3.7.2 Análise estatística ... 63

4 RESULTADOS ... 65

4.1 Perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20 ... 65

4.2 Avaliação da confiabilidade dos instrumentos ... 68

4.2.1 Avaliação da confiabilidade dos testes SMS e Cubos de Corsi ... 68

4.2.2 Avaliação da confiabilidade do Teste dos Cinco Dígitos ... 68

4.2.3 Avaliação da confiabilidade das observações dos indicadores táticos ... 69

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4.3.1 Comparação do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes

grandes e clubes pequenos ... 72

4.3.2 Tabela normativa para análise do índice de autodeterminação em atletas de futebol da categoria sub-20 ... 73

4.3.3 Avaliação individual do índice de autodeterminação em atletas por tamanho de clube ... 74

4.3.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para o índice de autodeterminação ... 75

4.4 Funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20 ... 75

4.4.1 Comparação das funções executivas entre os atletas que jogam em clubes grandes e clubes pequenos ... 76

4.4.2 Tabela normativa para análise das medidas de funções executivas em atletas de futebol da categoria sub-20 ... 78

4.4.3 Avaliação individual das medidas de funções executivas em atletas por tamanho de clube ... 79

4.4.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para as medidas de funções executivas ... 80

4.5 Indicadores táticos em clubes de futebol da categoria sub-20 ... 80

4.5.1 Comparação dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição de futebol sub-20 ... 81

4.5.2 Tabela normativa para análise dos indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20 ... 83

4.5.3 Avaliação individual dos indicadores táticos em atletas por tamanho de clube ... 84

4.5.4 Associação entre o status dos clubes de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto para os indicadores táticos ... 85

5 DISCUSSÃO ... 87

5.1 O perfil demográfico dos atletas de futebol da categoria sub-20 ... 87

5.2 Confiabilidades dos instrumentos ... 88

5.3 Motivação dos atletas em uma competição de futebol sub-20 ... 89

5.4 Funções executivas dos atletas em uma competição de futebol sub-20 ... 95

5.5 Indicadores táticos dos atletas em uma competição de futebol sub-20 ... 100

5.6 Limitações do estudo... 104 6 CONCLUSÃO ... 106 REFERÊNCIAS ... 108 ANEXOS ... 118 ANEXO A ... 118 ANEXO B ... 119

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APÊNDICES ... 120 APÊNDICE A ... 120 APÊNDICE B ... 121 APÊNDICE C ... 122 APÊNDICE D ... 123 APÊNDICE E ... 124 APÊNDICE F ... 127 APÊNDICE G ... 144

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1 INTRODUÇÃO

O futebol é uma modalidade esportiva coletiva em que duas equipes disputam a posse de bola em um ambiente de jogo, no qual, a partir de relações de cooperação entre os atletas da mesma equipe e de oposição com a equipe adversária, ambas as equipes têm como objetivo fazer o gol e vencer o adversário (CAMPOS; DREZNER; CORTEZ, 2016). Caracteriza-se como um esporte dinâmico e apresenta múltiplos fatores que podem influenciar o rendimento de um atleta, como capacidades táticas (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014), físicas (REBELO et al., 2014; BANGSBO, 2015) e psicológicas (AFONSO; GARGANTA; MESQUITA, 2012; RUIZ et al., 2014). Portanto, o futebol é entendido como uma modalidade complexa (CASANOVA et al., 2013). Assim sendo, são constantes as mudanças no ambiente de jogo, pelas quais os atletas percebem, avaliam, inibem ou não respostas pré-planejadas, antecipam ações, elaboram ou não uma nova resposta e coordenam movimentos baseados no complexo e dinâmico fluxo de informações sensoriais para as tomadas de decisão (LAGE et al., 2011; GONZAGA

et al., 2014).

No Brasil, o futebol é um esporte de prestígio nacional, que motiva milhares de jovens a buscarem capacitação a fim de terem uma chance no restrito mercado do futebol profissional (ROCHA et al., 2011; UNNITHAN et al., 2012; PEREIRA; SILVA, 2015). A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), órgão máximo do futebol brasileiro, é a instituição responsável por dirigir e regulamentar o futebol nas diversas categorias (adulto/base). Em geral, no futebol brasileiro as categorias de base são divididas em mirim (sub-13), pré-infantil (sub-14), infantil (sub-15), juvenil (sub-17) e juniores (sub-20).

Paoli et al. (2010) apontam que o trabalho realizado nas categorias de base dos clubes de futebol é um trabalho contínuo e de longo prazo. Este trabalho visa formar atletas de futebol que agreguem um conjunto maior de qualidades tática, físicas e psicológicas, já que estão se preparando para atuarem na categoria adulta do futebol profissional (GUIMARÃES; PAOLI, 2011).

No futebol brasileiro, a categoria sub-20 é percebida como um momento decisivo para a carreira esportiva de jovens atletas, pois poderá ou não haver a transição desses atletas para a categoria adulta do futebol profissional. Um dos fatores observados na transição da fase amadora para a fase profissional é que ela ocorre em função do nível de rendimento alcançado pelo atleta em um determinado

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momento específico da sua carreira esportiva, ou seja, na categoria sub-20 o atleta precisa mostrar para os treinadores e dirigentes que possui condições de ascender a equipe principal e se tornar um atleta de futebol profissional (MARQUES; SAMULSKI, 2009). Trata-se ainda de uma categoria singular, onde a pressão e a cobrança interna dos próprios atletas aumentam em função do objetivo de se profissionalizarem. Esta busca pela profissionalização no futebol faz com que exista um aumento da disputa pela titularidade e consequentemente a luta para permanecer por um período de tempo maior em campo durante as partidas oficiais da categoria. Diante disso, as capacidades (táticas, físicas e psicológicas) que os atletas possuem para se destacarem entre os demais poderão ser determinantes para se definir quais atletas da categoria sub-20 irão ou não se profissionalizar no futebol.

Dentre inúmeras variáveis que podem influenciar o rendimento de um atleta no futebol, a comunidade científica tem investigado temáticas, como a motivação (COIMBRA et al., 2013; MONTEIRO et al., 2014; BORGES et al., 2015; OLIVEIRA et

al., 2015a), funções executivas (VESTBERG et al., 2012; GONZAGA, 2013;

GONZAGA et al., 2013; GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN

et al., 2015) e o comportamento tático (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014;

SANTOS; ANDRADE; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015, 2016). Assim, a literatura tem mostrado que essas variáveis são importantes para que o atleta possa superar seus adversários, contribuindo com o sucesso da sua equipe. Entretanto, essas variáveis têm sido investigadas isoladamente, e não se sabe se um atleta motivado e com um alto nível de funções executivas pode vir a apresentar melhores indicadores táticos em uma competição oficial federada, sobretudo na categoria sub-20. Ademais, ainda não foram encontrados na literatura, escores normativos para estas variáveis em atletas de futebol da categoria sub-20.

A motivação do atleta é considerada um dos elementos mais importantes para obter sucesso na carreira esportiva (COX, 2012), contribuindo para o rendimento de um atleta durante treinos e competições (GARCIA-MAS et al., 2010; GARCÍA-NAVEIRA; REMOR, 2011; LIMA et al., 2011; MATOS; CRUZ; ALMEIDA, 2011; COIMBRA et al., 2013). A motivação pode ser considerada como uma característica humana que nos impele à superação de nossos limites em busca de aperfeiçoamento pessoal e profissional (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000). No esporte, entre as diversas perspectivas de compreensão da motivação, a teoria da

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autodeterminação (DECI; RYAN, 1985, 2000; PELLETIER et al., 2013) tem sido amplamente utilizada para compreender e explicar o comportamento esportivo dos atletas (PELLETIER; SARRAZIN, 2007; GARCIA-MAS et al., 2010; COSTA et al., 2011; VIEIRA et al., 2013; VISSOCI et al., 2013; BORGES et al., 2015; OLIVEIRA et

al., 2015a; OLIVEIRA et al., 2015b). De acordo com esta teoria, o comportamento da

pessoa se estabelece ao longo de um continuum motivacional, diferenciado por níveis de autodeterminação, que variam desde o menos autodeterminado ao mais autodeterminado, resultando em diferentes tipos de motivação: intrínseca, extrínseca e desmotivação/amotivação (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013). A literatura esportiva ainda tem sugerido a utilização do índice de autodeterminação (IAD) que consiste em uma pontuação única, a qual é obtida pelo somatório dos escores ponderados de cada dimensão que compõem os diferentes tipos de motivação, indicando a posição do indivíduo em um continuum de autodeterminação (LEMYRE; ROBERTS; STRAY-GUNDERSEN, 2007; MORENO-MURCIA et al., 2014; OLIVEIRA et al., 2015b). No futebol, o construto motivação, ou suas dimensões, têm sido relacionados com vários outros construtos psicossociais (VIEIRA et al., 2013; VISSOCI et al., 2013; OLIVEIRA et al., 2015a) e também com o rendimento (GARCÍA-NAVEIRA; REMOR, 2011; BORGES et al., 2015; ABDULLAH

et al., 2016). Mas a literatura ainda é deficiente e há pouca informação quanto à

motivação de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos que estejam disputando uma competição no futebol.

Matos, Cruz e Almeida (2011), ao realizarem uma síntese da literatura no contexto do esporte, relatam que a excelência esportiva associa-se a níveis elevados de motivação e comprometimento. Coimbra et al. (2013) destacam que a motivação é considerada um elemento chave para a permanência e manutenção em uma atividade esportiva, sendo determinante na conduta do atleta, pois desperta e mantém níveis de ativação adequados para regular o comportamento voltado para o rendimento. Desse modo, é razoável admitir que a capacidade do atleta da categoria sub-20 em se manter motivado no futebol, ainda que em situações de pressão e incerteza profissional, pode contribuir para que um atleta consiga atingir a profissionalização ou não. Porém, até o presente momento, pouco se sabe efetivamente como é o aspecto motivacional de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada da categoria sub-20.

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Será que os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos se diferem em relação ao índice de autodeterminação?

Estudos tem investigado a contribuição de aspectos das funções executivas para o futebol. Funções executivas são vistas como capacidades que, integradas, possibilitam o indivíduo direcionar comportamentos às metas, avaliar a eficiência e a adequação desses comportamentos, abandonar estratégias ineficientes em prol de outras mais vantajosas e desse modo solucionar problemas cotidianos (MALLOY-DINIZ et al., 2008). No futebol, essas capacidades cognitivas são fundamentais para que os atletas tenham ações táticas em campo que sejam bem sucedidas ao longo das partidas. Na literatura, um modelo conceitual das funções executivas proposto por Diamond (2013) aponta para a existência de três funções executivas básicas: memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva (MIYAKE et al., 2000; MIYAKE; FRIEDMAN, 2012; DIAMOND, 2013; DIAS et al., 2015).

Voss et al. (2010) realizaram um estudo de meta-análise investigando a relação entre a expertise de atletas e medidas cognitivas avaliadas em laboratório. Os autores apontaram que as medidas de funções executivas em atletas ainda carecem de investigação, uma vez que muitos esportes dependem dessas capacidades cognitivas. Recentemente, estudos foram realizados com atletas de futebol destacando a importância das funções executivas para o sucesso no futebol, criando uma alternativa que possa auxiliar profissionais do futebol na avaliação de aspectos cognitivos dos atletas de futebol (VESTBERG et al., 2012; GONZAGA et

al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Dessa forma, a literatura

tem mostrado que as funções executivas têm papel importante para uma atuação bem sucedida no futebol em atletas de categorias mais novas (GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015) e categoria adulto (VESTBERG et al., 2012).

Vestberg et al. (2012) mostraram que os atletas de níveis competitivos mais elevados apresentaram as funções executivas mais desenvolvidas do que os atletas de níveis competitivos inferiores. Acredita-se que clubes grandes de futebol por terem uma melhor estrutura física, profissional e financeira consigam formar atletas mais capacitados do ponto de vista tático, físico e psicológico em relação aos clubes pequenos. Ou ainda, que no processo de seleção dos atletas os clubes grandes acabem selecionando aqueles mais capacitados em relação a essas variáveis. Mas, será que em uma mesma competição de futebol, atletas que jogam em clubes

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grandes apresentam medidas de funções executivas diferenciadas dos atletas que jogam em clubes pequenos? Será que existe associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto em uma bateria de testes que mede funções executivas? Estas indagações ainda não apresentam evidências consistentes na literatura, em especial na categoria sub-20. Assim, considerando que altos níveis de funções executivas podem prever o sucesso no futebol (VESTBERG et al., 2012), torna-se relevante avançar no entendimento dessa temática na categoria sub-20, uma vez que pouco se sabe efetivamente se em uma mesma competição federada da categoria sub-20 atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apresentam diferenças nas medidas de funções executivas.

Nessa mesma direção, do ponto de vista tático, o estudo do comportamento dos atletas durante o momento competitivo é importante para o entendimento das particularidades das modalidades esportivas. Assim, indicadores de rendimento podem ser entendidos como uma seleção ou combinação de variáveis que tem por objetivo mensurar o nível de rendimento de um indivíduo e, podem ser utilizados para relatar a eficácia do rendimento no jogo ou treino (HUGHES; BARTLETT, 2002). Assim, a utilização de informações objetivas decorrentes das análises durante o jogo pode contribuir positivamente para preparação das equipes e tem sido estudada no meio científico (GONZÁLEZ-VÍLLORA et al., 2015; TEOLDO; GARGANTA; GUILHERME, 2015).

Nessa situação, estudos tem buscado um melhor entendimento do padrão de comportamento ofensivo de equipes de futebol no alto rendimento através da análise de indicadores táticos utilizando variáveis de jogo (DI SALVO et al., 2007; AÑON et

al., 2014; MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; ANDRADE; TEOLDO,

2014; CASTELÃO et al., 2015; GONZÁLES-VÍLLORA et al., 2015; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015, 2016). Em competições federadas, a análise dos indicadores táticos contribui para identificação de variáveis que possam influenciar no rendimento individual e coletivo, bem como pode auxiliar no processo de seleção dos atletas que seguirão no processo de profissionalização no futebol. No entanto, no cenário esportivo do futebol brasileiro, ainda existe uma lacuna na literatura de estudos que avaliem os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada da categoria sub-20 a fim de se saber como os atletas desses clubes se comportam do ponto de vista tático durante a competição. Atletas

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que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos apresentam diferenças nos indicadores táticos em uma competição federada na categoria sub-20 de futebol?

Diante da literatura apresentada surgem inquietações sobre quais fatores dos pontos de vista motivacional, de funções executivas e táticos estão relacionados ao bom rendimento dos atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada de nível estadual. Em uma competição federada da categoria sub-20 existe diferenças nos aspectos motivacionais, de funções executivas e táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos? Existe associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto do índice de autodeterminação, das medidas de funções executivas e dos indicadores táticos. Essas inquietações sugerem a necessidade de avaliar a motivação, as medidas de funções executivas e os indicadores táticos dos atletas de futebol em uma competição federada, buscando verificar uma possível associação dessas três variáveis com o status dos clubes de futebol da categoria sub-20.

A realização deste estudo se torna relevante, pois, contribuirá para o entendimento de como essas variáveis (comportamentais, cognitivas e táticas) podem alterar de acordo com o status dos clubes (grandes ou pequenos) da categoria sub-20 de futebol que estão disputando competições federadas. Também não há na literatura uma normativa padronizada para interpretar os aspectos motivacionais, de funções executivas e de indicadores táticos. Espera-se que estas informações possam auxiliar os profissionais que trabalham no futebol no planejamento e organização das sessões de treino, aumentando o conhecimento de parâmetros que estão associados ao rendimento, objetivando formar atletas inteligentes e criativos, capazes de lidar com a complexidade e solucionar os problemas que surgem aleatoriamente no jogo, a fim de que os clubes sejam bem sucedidos em uma competição.

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1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo geral

O objetivo deste estudo foi avaliar a motivação, as funções executivas e indicadores táticos em atletas de futebol da categoria sub-20 na fase classificatória de uma competição federada.

1.1.2 Objetivos específicos

 Comparar as dimensões de motivação intrínseca, extrínseca e desmotivação de atletas de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.

 Comparar o índice de autodeterminação, as medidas de funções executivas e os indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

 Propor tabelas normativas para os atletas da categoria sub-20 em relação às variáveis: motivação, três medidas de funções executivas e sete indicadores táticos.  Verificar a associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto do índice de autodeterminação, das medidas de funções executivas e dos indicadores táticos.

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1.2 Hipóteses

H01 – Não haverá diferenças significativas entre as dimensões de motivação dos

atletas de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.

H1 – Haverá diferenças significativas entre as dimensões de motivação dos atletas de futebol da categoria sub-20 em uma competição federada.

H02 – Não haverá diferenças significativas do índice de autodeterminação entre os

atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

H2 – Haverá diferenças significativas do índice de autodeterminação entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

H03 – Não haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de

futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto no índice de autodeterminação.

H3 – Haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto no índice de autodeterminação.

H04 – Não haverá diferenças significativas das medidas de funções executivas entre

os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

H4 – Haverá diferenças significativas das medidas de funções executivas entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

H05 – Não haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de

futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nas medidas de funções executivas.

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H5 – Haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nas medidas de funções executivas.

H06 – Não haverá diferenças significativas dos indicadores táticos entre os atletas

que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

H6 – Haverá diferenças significativas dos indicadores táticos entre os atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada de futebol da categoria sub-20.

H07 – Não haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de

futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nos indicadores táticos.

H7 – Haverá associação entre o status dos clubes (grandes ou pequenos) de futebol da categoria sub-20 e o número de atletas com escores baixo e alto nos indicadores táticos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A categoria sub-20 de futebol

As categorias de base no futebol têm como principal objetivo formar atletas capazes de atuarem na categoria adulta do futebol profissional (GUIMARÃES; PAOLI, 2011) para que futuramente, possam assegurar um maior retorno econômico do valor investido pelo clube na formação dos atletas (VERARDI; BURGOS, 2013).

No Brasil, as categorias de base no futebol são classificadas de acordo com a idade dos atletas. As categorias mirim (sub-13), infantil (sub15), juvenil (sub17) e juniores (sub20) são as comumente encontradas nos principais clubes de formação para o futebol no país. De acordo com a Lei 9.615/98 (Lei Pelé) que regulamenta o esporte brasileiro, os clubes formadores tem o direito de assinar o primeiro contrato de trabalho com os atletas a partir de 16 (dezesseis) anos de idade. Portanto, sobretudo na categoria sub-20, a qual antecede o futebol profissional, é habitual os atletas encararem a prática do futebol como um trabalho.

A categoria sub-20 é formada por jovens atletas com idades de 18 a 20 anos, os quais já passaram por processos de captação e seleção, e encontram-se no período de desenvolvimento caracterizado por longos períodos de formação (tática, física e psicológica) envolvendo os treinamentos e competições (SALMELA, 1994; COSTA et al., 2010). No futebol brasileiro, a categoria sub-20 é percebida como um momento decisivo para a carreira esportiva de jovens atletas, pois se trata da transição ou não para a categoria adulta do futebol profissional. Um dos fatores observados na transição da fase amadora para a fase profissional é que ela ocorre em função do nível de rendimento alcançado pelo atleta em um momento específico da sua carreira esportiva, ou seja, na categoria sub-20 o atleta precisa mostrar para os treinadores e dirigentes que possui condições de ascender a equipe principal e se tornar um atleta profissional no futebol (MARQUES; SAMULSKI, 2009). Trata-se ainda de uma categoria singular, onde a pressão e a cobrança interna dos próprios atletas aumentam em função do objetivo de se profissionalizarem.

Na categoria sub-20 é possível classificar os clubes de futebol em clubes grandes e clubes pequenos. Os clubes grandes são aqueles que disputam as principais competições nacionais da categoria promovidas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apresentam uma infraestrutura de qualidade no centro de treinamento, normalmente tem profissionais mais bem qualificados e suas

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equipes principais estão na primeira divisão do futebol brasileiro. Por outro lado, clubes pequenos normalmente estão localizados no interior dos estados, a qualidade da infraestrutura do centro de treinamento desses clubes não proporciona um melhor desenvolvimento do atleta. Além disso, clubes pequenos não são convidados pelas confederações de futebol para disputarem as principais competições nacionais da categoria sub-20, como o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a Copa São Paulo de Futebol Júnior.

Durante a temporada esportiva, a competitividade presente na categoria sub-20 fica evidente quando se observa as principais competições disputadas na categoria no ano de 2015 (TABELA 1).

TABELA 1

Principais competições na categoria sub-20 (2015).

Competição Nível 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Camp. Mineiro Estadual X X X X X X

Camp. Brasileiro Nacional X X X X

Copa do Brasil Nacional X X X

Copa São Paulo Nacional X

Legenda: Camp.= Campeonato; 1=Janeiro; 2=Fevereiro; 3=Março; 4=Abril; 5=Maio; 6=Junho; 7=Julho; 8=Agosto; 9=Setembro; 10=Outubro; 11=Novembro; 12=Dezembro.

Fonte: Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Federação Mineira de Futebol (FMF).

Normalmente, em clubes grandes da categoria sub-20 aproximadamente três atletas de um elenco de 30 (trinta) formado nas categorias de base dos clubes são absorvidos pela equipe profissional e os demais atletas são emprestados, negociados ou liberados (LAIGNIER, 2015; FREIRE, 2016). Assim, os atletas que não se destacam bem nos clubes grandes são emprestados para clubes menores para atuarem nas equipes profissionais e quem sabe um dia voltarem a atuar em um clube grande. Aqueles que não são emprestados devido à falta de interesse de outros clubes menores normalmente têm garantidos a sua liberdade profissional por parte do clube formador. Nos clubes pequenos, atletas que se destacaram se juntam ao elenco profissional do mesmo clube ou de outro clube interessado no seu futebol. Já aqueles atletas que não se destacam são liberados pelo clube.

No atual panorama esportivo, a pressão vivenciada pelos atletas da categoria sub-20 para entrar no mundo do futebol profissional faz com que os atletas passem

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diversos anos de suas vidas envolvidos em treinamentos regulares, e participando de competições de elevada exigência durante a temporada, além da restrição do convívio familiar e do seu meio social (MARQUES; SAMULSKI, 2009). Assim, esses atletas se encontram em um período de transição no futebol (base/profissional). Além disso, em função da idade esses indivíduos também se encontram em fase final do processo de maturação cerebral (GOGTAY et al., 2004). A partir disso, surgem inquietações acerca das características (comportamentais, cognitivas e táticas) apresentadas por esses atletas, sobretudo, para saber até que ponto essas características são relevantes para o bom rendimento dos atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos da categoria sub-20 em uma competição federada de nível estadual.

Evidentemente, para o atleta de futebol alcançar altos níveis de excelência esportiva na categoria sub-20 depende de inúmeras variáveis (táticas, físicas e psicológicas). Porém, a motivação se apresenta como um componente importante para a permanência e manutenção na modalidade, sendo determinante na conduta do atleta, pois desperta e mantém níveis de ativação adequados para regular o comportamento voltado para o rendimento (COIMBRA et al., 2013). Mas, como se caracteriza a motivação dos atletas de futebol em relação às demandas da categoria sub-20 de futebol? Atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos possuem diferenças nos níveis de motivação em uma competição? Essas questões parecem relevantes, visto que a motivação tem relação positiva com o comprometimento dos atletas no futebol (GARCIA-MAS et al., 2010). Além disso, em alguns casos, a falta de motivação dos atletas para a prática do futebol pode levá-los ao abandono da modalidade (CALVO et al., 2010).

Outras variáveis que têm sido apontadas na literatura como importantes para a atuação bem sucedida dos atletas no futebol são as funções executivas (VESTBERG et al., 2012; GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et al., 2014; HUIJGEN et al., 2015). Estudos têm mostrado o efeito positivo destas variáveis, particularmente, em categorias mais novas (GONZAGA et al., 2014; VERBURGH et

al., 2014; HUIJGEN et al., 2015) e na categoria adulto (VESTBERG et al., 2012).

Mas, atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos possuem diferentes níveis de funções executivas em uma competição federada da categoria sub-20?

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Apesar da relevância de se compreender como se caracteriza a motivação de atletas em uma competição da categoria sub-20 do futebol e se as funções executivas diferem em atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos, outros fatores devem ser considerados para o melhor entendimento do futebol, considerando a natureza multifatorial do rendimento na modalidade (BANGSBO, 2015). Frente às exigências da categoria sub-20 de futebol, é de grande importância conhecer os indicadores táticos de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição oficial da categoria, o que nos leva a identificar as características desses atletas, possibilitando um melhor entendimento das sequências de ações táticas e identificação de comportamentos que possam conduzir os clubes para o sucesso no futebol (MORAES; CARDOSO; TEOLDO, 2014; SANTOS; MORAES; TEOLDO, 2015).

Em síntese, a categoria sub-20 de futebol configura-se como um ambiente extremamente competitivo, tanto entre os atletas que buscam uma vaga no profissional, quanto entre os clubes que competem por títulos nos campeonatos da categoria. A categoria sub-20 ainda apresenta um maior volume de treinamento e competições de elevada exigência, quando comparada às demais categorias de base. Contudo, ainda não há na literatura estudos que tenham procurado investigar simultaneamente características (comportamentais, funções executivas e táticas) apresentadas por atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos para saber até que ponto essas características tem destacada importância para o sucesso dos atletas desses clubes da categoria sub-20 em uma competição federada de nível estadual.

2.2 Motivação no futebol

O termo motivação vem da palavra em Latim “movere” que significa mover. Na literatura, existem inúmeras definições para o termo motivação. De acordo com o dicionário Aurélio (FERREIRA, 2009), a motivação é um conjunto de fatores psicológicos (conscientes ou inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo.

No contexto do esporte, Samulski (2009) caracteriza a motivação como um processo ativo, intencional e dirigido a uma determinada meta, o qual depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Barbanti

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(2011) define a motivação como energia, necessidade, desejo que regula a direção, intensidade e a persistência do comportamento e é dirigida a certos objetivos.

A motivação influencia o modo como as pessoas pensam, sentem e agem, sendo, portanto, um importante fator que determina o comportamento humano (RYAN; DECI, 2000). Além disso, a motivação é considerada um elemento chave para a permanência e manutenção em uma atividade esportiva, sendo determinante na conduta do atleta, pois desperta e mantém níveis de ativação adequados para regular o comportamento voltado para o rendimento (COIMBRA et al., 2013; MONTEIRO et al., 2014).

Este estudo adotará o modelo teórico da Teoria da Auto Determinação (TAD) desenvolvida por Deci e Ryan (1985). Nessa teoria, a motivação é entendida como a busca do indivíduo pela satisfação de suas necessidades básicas através de sua relação com o meio ambiente, a partir das quais os motivos se desenvolvem, sendo que a motivação varia ao longo de um continuum motivacional (DECI; RYAN, 1985; NASCIMENTO JÚNIOR et al., 2014).

Nessa perspectiva, a motivação do comportamento humano é caracterizada como sendo regulada por três necessidades psicológicas básicas que parecem ser essenciais para o desenvolvimento social e o bem-estar pessoal do indivíduo: (I)

autonomia: refere-se ao nível de independência e de controle de escolha percebido

por um indivíduo, consequentemente determinando o seu próprio comportamento.

(II) competência: está relacionada à confiança do indivíduo em se sentir capaz de

produzir resultados comportamentais. (II) relação social: refere-se à necessidade das pessoas de terem interações sociais satisfatórias dentro da sociedade (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000).

A Teoria da Autodeterminação (TAD) tem sido amplamente utilizada para compreender e explicar o comportamento esportivo dos atletas (PELLETIER; SARRAZIN, 2007). De acordo com esta teoria, o comportamento da pessoa se estabelece ao longo de um continuum motivacional, diferenciado por níveis de autodeterminação, que variam desde o não autodeterminado ao autodeterminado (FIGURA 1), resultando em três diferentes tipos de motivação: intrínseca, extrínseca e desmotivação (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013).

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FIGURA 1 - Continuum de autodeterminação e níveis de regulação.

Fonte: Fernandes e Vasconcelos-Raposo (2005).

A motivação autodeterminada pode ser considerada como característica humana que nos impele à superação de nossos limites em busca de aperfeiçoamento pessoal e profissional (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000). Indivíduos motivados se apresentam proativos, persistentes e comprometidos com seus objetivos e projetos (COIMBRA et al., 2013). Nas categorias de base de futebol os atletas estão constantemente buscando o aperfeiçoamento profissional, portanto, a característica autodeterminada dos atletas é considerada um fator importante que impulsiona os atletas a alcançarem as metas estabelecidas, sobretudo na categoria sub-20, pois se trata de um momento decisivo na carreira esportiva desses jovens atletas com a transição ou não para a categoria adulta do futebol profissional.

Com base na Teoria da Autodeterminação (DECI; RYAN, 1985) os processos regulatórios incluem a motivação intrínseca (para conhecer, para atingirem objetivos, para experiências estimulantes) motivação extrínseca (regulação externa, de introjeção, de identificação) e desmotivação (PELLETIER et al., 1995; COSTA et al., 2011).

A motivação intrínseca está relacionada a fazer algo prazeroso ou agradável (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013). Na categoria de futebol sub-20 é muito importante que o atleta esteja motivado intrinsecamente, pois desta forma ele demonstra interesse em aprender mais sobre sua modalidade, tende a ter mais empenho na prática do futebol a fim de superar seus desafios e atingir objetivos, além de realizar as atividades do futebol com satisfação e prazer (PELLETIER et al. 1995; PELLETIER et al., 2013).

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A motivação extrínseca se refere a fazer algo estimulado por fatores externos, como por exemplo, algum tipo de recompensa (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et

al., 2013). Na categoria de futebol sub-20 as recompensas e/ou premiações não são

uma constante, quando comparada com o futebol profissional. Portanto, devido às peculiaridades da categoria sub-20, os atletas tendem a não se preocuparem muito com os aspectos de recompensa externa, já que o maior prêmio é ser alçado para a categoria profissional.

Já a desmotivação consiste na falta de motivação intrínseca e extrínseca, estado no qual o indivíduo não tem a intenção de agir e acaba se entregando ao processo. (RYAN; DECI, 2000; PELLETIER et al., 2013). Na categoria sub-20 é importante que o atleta não fique desmotivado, pois desta forma poderá apresentar queda de rendimento, tende a ter pouca inserção nas atividades da equipe, e consequentemente terá dificuldade em desenvolver e aprimorar as técnicas esportivas com risco de abandonar a modalidade (CALVO et al., 2010).

No futebol, a motivação é um dos conceitos mais citados entre as razões que justificam o sucesso dos atletas em uma partida (SARMENTO; CATITA; FONSECA, 2008). Na categoria sub-20, avaliar a motivação se torna importante, visto que é um constructo psicológico que determina o comportamento dos atletas e mostra-se como um fator importante, no sentido de compreender as razões pelas quais atletas optam fazer algo ou desempenhar tarefas com maior empenho do que outras sejam nos treinos ou durante a competição.

García-Mas et al. (2010) buscaram estabelecer a relação entre a motivação e o empenho de atletas de futebol de campo com idades entre 14 e 16 anos. Os resultados indicaram que os atletas tinham níveis mais altos de motivação intrínseca comparada à motivação extrínseca e desmotivação.

Vieira et al. (2013) analisando o fator motivacional, verificaram que os atletas de futebol das categorias de base (infantil e juvenil) obtiveram menores níveis de desmotivação comparados com as motivações extrínsecas e intrínsecas.

Vissoci et al. (2013) analisando o fator motivacional, verificaram que os atletas (13 a 20 anos de idade) de uma equipe da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca quando comparado aos de motivação extrínseca, identificando que os atletas de futebol possuem um perfil de motivação autodeterminada.

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Oliveira et al. (2015a) compararam os traços de perfeccionismo e os níveis de motivação entre os atletas de futebol profissional e das categorias de base (sem remuneração) de uma equipe da primeira divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol. Os autores observaram que as orientações de perfeccionismo adaptativo (padrões de realização pessoal e organização) têm um impacto positivo na motivação intrínseca de atletas profissionais. Além disso, verificou-se que os atletas profissionalizados se encontraram mais próximos da motivação autodeterminada, pois apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca (experiências estimulantes e atingir objetivos) e mostraram-se menos desmotivados em comparação aos atletas das categorias de base.

Borges et al. (2015) analisando o fator motivacional, verificaram que os atletas das categorias de base (sub-15 e sub-17) de um centro de formação em futebol, apresentaram maiores níveis de motivação intrínseca em comparação com as demais dimensões. Ainda foi evidenciado que a desmotivação foi a dimensão menos percebida pelos atletas, em comparação com as dimensões de motivação intrínseca e extrínseca.

Em síntese, os estudos sobre a motivação em atletas de futebol de base e profissional têm mostrado que independente do nível, os atletas apresentam maiores níveis de motivação intrínseca, seguida da motivação extrínseca e desmotivação que, por sua vez, tem sido a menos evidenciada.

Com base nas evidências apontadas em estudos desenvolvidos com os atletas de futebol até o presente momento, verifica-se que ainda existem poucas evidências em relação a motivação de atletas de futebol da categoria sub-20, uma vez que os estudos não têm investigado a motivação especificamente na categoria sub-20. Nesta última categoria do futebol de base, um determinado atleta ao perceber que tem chances de se profissionalizar no clube pode ficar mais motivado a buscar seu objetivo. Por outro lado, a sensação de que as chances de se profissionalizar no clube são mínimas pode desencadear a desmotivação nesses atletas. Assim, a motivação desempenha um papel importante dentro do processo de transição ou não da categoria sub-20 para o profissional. No entanto, até o presente momento, pouco se sabe efetivamente como os aspectos motivacionais são percebidos por atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição federada.

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Pelo exposto, este estudo busca avançar no entendimento acerca de quais fatores do ponto de vista motivacional, cognitivo e tático podem estar relacionados ao bom rendimento de atletas que jogam em clubes grandes e em clubes pequenos em uma competição, buscando identificar quais são as variáveis que mais podem contribuir para um atleta da categoria sub-20 se tornar um atleta profissional.

2.2.1 Escala de motivação no esporte – SMS

A importância de se medir a motivação no esporte se dá pelo fato de existir diferentes tipos de motivação, os quais podem servir de indicadores de relacionamento e de bem-estar dos indivíduos (DECI; RYAN, 2008). Portanto, saber como é regulado o comportamento do atleta, pode ajudar no entendimento do aspecto motivacional do atleta, com o intuito de se obter um melhor rendimento do mesmo (PINEDA-ESPEJEL et al., 2016).

Diante da necessidade de ter um instrumento capaz de medir a motivação em atletas, inicialmente foi desenvolvido um questionário denominado “Eclelle de

Motivation dans les Sports” no idioma francês (BRIERE et al., 1995). Posteriormente,

quando de sua tradução e adaptação para o idioma inglês recebeu a denominação “Sport Motivation Scale” (PELLETIER et al., 1995). Este instrumento é composto por 28 itens que se dividem igualmente em sete dimensões: “Motivação intrínseca para conhecer” (MI-C); “Motivação intrínseca para atingirem objetivos” (MI-AO); “Motivação intrínseca para experiências estimulantes” (MI-EE); “Motivação extrínseca de regulação externa” (ME-RE); “Motivação extrínseca de introjeção” (ME-I); “Motivação extrínseca de identificação” (ME-ID); “Desmotivação” (DES). Cada item é respondido a partir do enunciado “Pratico o esporte porque…”, em uma escala de medida do tipo Likert de sete pontos que varia de 1 a 7 pontos (1= Não corresponde nada; 2 e 3= Corresponde um pouco; 4= Corresponde moderadamente; 5 e 6= Corresponde muito; 7= Corresponde exatamente). Os resultados atribuídos a cada dimensão são obtidos a partir da média aritmética das respostas dadas aos quatro itens correspondentes a cada dimensão do SMS. O Quadro 1 apresenta cada dimensão do SMS na versão brasileira, as definições conceituais e os itens que compõem cada dimensão.

(38)

QUADRO 1 - Dimensões teóricas da Escala de Motivação no Esporte (SMS).

Dimensão Definição Conceitual Itens

“Motivação intrínseca para conhecer” (MI-C)

Relacionada a fatores pessoais ligados a curiosidade e a busca de compreensão que o atleta deseja obter sobre a modalidade praticada.

2, 4, 23 e 27

“Motivação intrínseca para atingirem objetivos” (MI-AO)

Relacionada a fatores pessoais onde o atleta sente prazer na busca de novas habilidades e

movimentos dentro da modalidade esportiva.

8, 12, 15 e 20

“Motivação intrínseca para experiências estimulantes”

(MI-EE)

Relacionada a fatores pessoais que fazem o atleta buscar experiências estimulantes no esporte que podem causar excitação, prazer e

divertimento.

1, 13, 18 e 25

“Motivação extrínseca de regulação externa” (ME-RE)

Relacionada a fatores ambientais externos ligados a recompensas oriundas de um bom desempenho, como por exemplo, a conquista de

troféus, recompensas financeiras ou mesmo status perante o treinador e o grupo.

6, 10, 16 e 22

“Motivação extrínseca de introjeção” (ME-I)

Pressões internas que o atleta pode colocar em si mesmo. Constrangimento ou vergonha de estar envolvido em situações onde falham ou

não conseguem o seu melhor desempenho.

9,14, 21 e 26

“Motivação extrínseca de identificação” (ME-ID)

Associada aos atletas que participam ativamente de esportes porque sentem que isto os ajuda a crescer pessoalmente, consideram o esporte e a

vida em geral.

7, 11, 17 e 24

“Desmotivação” (DES)

Caracteriza-se pelo sentimento de desesperança onde as motivações extrínsecas ou intrínsecas

não afetam o desempenho do atleta que não sente razão para continuar praticando o esporte.

3, 5, 19 e 28

Fonte: Pelletier et al. (1995) e Costa et al. (2011).

No presente estudo, as subescalas de motivação intrínseca (“para atingir objetivos”, “para experiências estimulantes” e “para conhecer”) foram agrupadas e denominadas de: motivação intrínseca, contendo 12 (doze) itens. Já, as subescalas de motivação extrínseca (“externa”, “introjeção” e “identificação”) foram agrupadas e formaram a dimensão de motivação extrínseca, contendo 12 (doze) itens. A dimensão de desmotivação também foi avaliada, contendo quatro itens. Este tipo de agrupamento já foi adotado em outros estudos no futebol (GARCÍA-MAS et al., 2010; BORGES et al., 2015).

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