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Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.37 número3

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Academic year: 2018

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(1)

Piomiosite tropical: apresentações atípicas

Tropical pyomyositis: atypical presentations

Paula S. Azevedo

1

, Mirna Matsui

1

, Luiz S. Matsubara

1

, Sérgio A.R. Paiva

1

,

Roberto M.T. Inoue

1

, Marina P. Okoshi

1

, Mauricio Morceli

2

e Leonardo A.M. Zornoff

1

1 . Disc iplina de Clínic a Médic a Geral do Departamento de Clínic a Médic a da Fac uldade de Me dic ina de B o tuc atu da Unive r sidade Estadual Paulista, B o tuc atu, SP. 2 . Disc iplina de Radio diagnó stic o do Departamento de Radio diagnó stic o e Mo léstias Infec c io sas da Fac uldade de Medic ina de B o tuc atu da Universidade Estadual Paulista, B o tuc atu, SP.

En de r e ço par a cor r e spon dê n ci a: Dra Paula Sc hmidt Azevedo . Depto de Clínic a Medic a/FMB /UNESP. Distrito de Rubião Jr s/n, 1 8 6 1 8 -0 0 0 B o tuc atu SP.

e-mail: paulasazevedo @ ho tmail.c o m Rec ebido para public aç ão em 8 /8 /2 0 0 3 Ac eito em 1 9 /4 /2 0 0 4

A piomiosite tropic al ( PT) também pode ser c hamada de pio m io s ite pr im á r ia , m io s ite in fe c c io s a , pur ule n ta o u supurativa, miosite purulenta tropic al, absc esso epidêmic o ou miosite bac teriana5. Trata-se de uma infec ç ão primária

de qualquer grupamento musc ular, geralmente c ausada pelo

Sta p h ylo c o c u s a u re u s. Existe m 3 e stágio s dife r e nte s da doenç a: infec ç ão musc ular difusa, formaç ão de absc esso e se pse . O diagnó stic o pr e c o c e c o m tr atame nto ade q uado ( dr enagem c ir úr gic a e antib io tic o ter apia adequada) , são fundamentais para o suc esso da terapêutic a. Complic aç ões graves ou óbitos são raros, sendo que a grande maioria dos c asos apresenta c ompleta rec uperaç ão, sem seqüelas.

A denominaç ão de PT se deve à sua maior inc idênc ia em regiões tropic ais c omo Améric a Latina e Áfric a3 4. Hec kman

et al1 9, em 1 9 9 7 , observaram que na tribo Chiquitano, no sul

da Amazônia, essa patologia c orrespondia a 1 0 % de todas as

RESUMO

A pi o m i o si te tro pi c a l é u m a i n f e c ç ã o pri m á ri a do s m ú sc u lo s, q u e o c o rre pri n c i pa lm e n te e m pa í se s tro pi c a i s. In i c i a lm e n te , su a s m a n i f e sta ç õ e s sã o le ve s e i n e sp e c í f i c a s, o q u e d i f i c u lta o d i a gn ó sti c o . A h i stó ri a n a tu ra l d e ssa d o e n ç a c o stu m a se r b e n i gn a , c o m ra ra s c o m p li c a ç õ e s. Essa a p re se n ta ç ã o d e sc re ve q u a tro c a so s d e p i o m i o si te , c o m m a n i f e sta ç õ e s e c o m p li c a ç õ e s p e c u li a re s.

Pal avr as-chave s: Pi o m i o si te tro p i c a l. Mi o si te . Staphyloc oc us aureus. Ab c e sso m u sc u la r.

ABSTRACT

Tro pica l pyo m yo sitis is a prim a ry infe ctio n o f the sk e le ta l m uscle s, tha t o ccurs m a inly in tro pica l co untrie s. At o nse t its m a nife sta tio n is no nspe cific, the re b y hinde ring the dia gno stic. The na tura l histo ry o f this dise a se is co m m o nly b e nign, with ra re co m plica tio ns. This pre se nta tio n de scrib e s fo ur ca se s o f pyo m yo sitis with pe culia r m a nife sta tio ns a nd co m plica tio ns.

Ke y-words: Tro p i c a l p yo m yo si ti s. Myo si ti s. Staphyloc oc c us aureus. Mu sc le a b sc e sse s.

c onsultas médic as, sendo à doenç a musc ular mais freqüente da área1 9. Em regiões afric anas, c omo Uganda, é desc rito que

esse diagnóstic o é responsável por aproximadamente 4 % das in te r n a ç õ e s p o r c a us a s c ir úr gic a s2 0 3 7. J á e m r e giõ e s

temperadas, sua inc idênc ia é menor, sendo que o primeiro c aso reportado nos Estados Unidos foi em 1 9 7 12 5. Lo et al2 6,

em 1 9 9 3 , observaram que havia 1 0 0 c asos desc ritos de PT nos últimos 2 0 anos, na Améric a do Norte. B ic kels et al5, em

2 0 0 2 , r e a liza r a m um a r e visã o do s c a so s de ssa do e nç a public ados na língua inglesa, enc ontrando 6 7 6 pac ientes.

(2)

Caso 1 - Paciente masculino, de 24 anos, etilista crônico,

procurou o pronto socorro de outro serviço há 3 dias devido à febre e dor em articulação coxo femoral direita há 5 dias, sem outros sinais ou sintomas acompanhantes. Dois dias após, retornou ao mesmo serviço, com piora da dor, febre 3 9oC, dispnéia e

impossibilidade de deambulação. Ao exame físico, apresentava-se desidratado, taquicárdico, taquipnéico, com pressão arterial ( PA) de 80x50mmHg, dor e limitação à movimentação do quadril a direita. Foi, então, transferido para o nosso serviço, no qual chegou apresentando confusão mental, freqüência respiratória ( FR) : 40 movimentos por minuto ( mpm) , freqüência cardíaca ( FC) :150 batimentos por minuto ( bpm) , PA inaudível, temperatura de 39oC, bulhas cardíacas rítmicas com sopro sistólico em todos

os focos e atrito pericárdico, edema doloroso e endurecido nos membros superiores bilateralmente e dor à movimentação da articulação coxo-femoral direita, sem sinais flogísticos. Foram c o lhidas duas hemo c ulturas. Instituiram-se medidas para tratamento de choque séptico e antibioticoterapia.

Exames co mplementar es r ealizado s. He m o gra m a :

glóbulos branc os ( GB) : 7 .7 0 0 /mm3 c om neutrofilos ( 9 0 % ) ,

linfócitos ( 7,8%) , monócitos ( 1,5%) ; hematócrito ( Ht) : 41,2%; hemoglobina ( Hb) : 14,3g%; plaquetas ( Pl) :138.000/mm3.Enzima

fosfocreatinoquinase ( CPK) : 5775mUI/ml; creatinina: 2,4mg/dL; uréia: 1 7 4 mg/dL; potássio: 6 ,1 mEq/L, transaminase glutâmico pirúvica ( TGP) : 82mUI/ml, transaminase glutâmico oxalacética ( TGO) : 196mUI/ml, tempo de protrombina 56%, PCR: 100mg/%, albumina: 1 ,8 g% , fo sfatase alc alina ( FA) e gama glutamil transpaptidase( gamaGT) , não constam no prontuário. Ultrassom ( US) e cintilografia com Gálio: múltiplos abscessos musculares em membros superiores, coxas e região escapular direita, além de pioartrite em quadril direito e osteomielite em cabeça de fêmur à direita ( Figura 1 ) .

Devido à hiper po tassemia, fo i nec essár ia uma sessão de diálise perito neal. O pac iente apresento u insufic iênc ia respiratória, derrame pleural e peric árdic o. Após punç ão,

essas c oleç ões foram c arac terizadas c omo empiema, sendo necessário drenagem pleural e pericárdica. A articulação coxo-femoral direita e os abscessos ( membros superiores e coxa) também foram drenados. As hemoculturas foram positivas para

Sta phylo co cus a ure us. O paciente permaneceu em ventilação mecânica por 27 dias e após dois meses de internação teve alta, em bom estado geral, apresentando osteoartrose de quadril direito.

CASO 2 - Paciente de 17 anos, masculino, com queixa de dor em região anterior da coxa há 3 dias, de moderada intensidade. No mesmo dia jogou futebol e nadou em rio. Houve piora da dor e queda do estado geral que levaram-no a procurar o serviço médico, onde chegou em regular estado geral, febril ( 38,5oC) ,

de sidr atado , taquic ár dic o ( FC: 1 2 0 b pm) , hipo te nso ( PA: 70x40mmHg) e dispnéico com FR: 22mpm. Exame pulmonar e cardíaco normais. A perfusão periférica estava diminuída. O paciente apresentava edema, eritema, aumento de temperatura e dor intensa em área de aproximadamente 10cm em coxa esquerda. Foram colhidas duas hemoculturas e tomadas medidas iniciais pa r a tr a ta m e nto de se pse : infusã o de c r ista ló ide s e antibioticoterapia empírica com ciprofloxacina. Após infusão de soro fisiológic o ( 5 0 0 ml) , a pressão arterial aumentou para 100x60mmHg.

Exames complementares realizados. He m o gra m a : GB: 6900/mm3 com neutrofilos ( 12%) , bastões ( 56%) , metamielócitos

( 7 %) e mielóc itos ( 1 %) , linfóc itos ( 9 %) , monóc ito ( 1 4 %) , eosinófilo ( 1%) ; Ht: 46%; Hb: 16,1 g%, Pl: 214.000/mm3 , CPK:

1925mUI/ml, Cr: 1,3 mg%, U: 54,7mg%, TGO: 46mUI/ml, TGP: 32mUI/ml, albumina: 2,5g%, FA: 227 U/L, gama GT: 104 U/L, tempo de protrombina: 50%.US: Presença de edema da musculatura da coxa e ausência de coleções sugestivas de abscesso.

No dia seguinte, houve piora do estado geral e hipotensão, necessitando de droga vasoativa. Realizado novo US que evidenciou coleção em coxa esquerda. Realizada punção e colhida cultura. No mesmo dia, foi submetido à drenagem cirúrgica e exploração do local que mostrou importante comprometimento do músculo vasto lateral. Optou-se por associar vancomicina ao antibiótico anterior, devido ao quadro grave de choque séptico. O paciente, porém, continuou com sinais de toxemia e extensão do edema local, sendo necessário nova intervenção cirúrgica. Durante o ato, evidenciou-se necrose de toda musculatura da coxa atingindo os glúteos. Como não foi possível drenagem ou retirada do material necrótico, devido à extensão do acometimento, o paciente foi submetido à desartic ulaç ão c oxo-femoral. A seguir, houve melhora clínica, mas exames seriados de ultra-som mostraram desorganização das fibras musculares do reto-abdominal e de musc ulatura para-vertebral. Nesse momento, obtivemos os resultados de hemoculturas e culturas de secreção, que foram todas positivas para Sta phylo co cus a ure us, resistente apenas à penicilina. Assim, a antibioticoterapia foi modificada para oxacilina. Com a manutenção do tratamento,houve melhora progressiva e, após 6 semanas de tratamento, o paciente teve alta hospitalar em bom estado geral. Após 6 meses do ocorrido, o paciente se e nc o ntr a e m b o m e sta do ge r a l, e m a c o m pa nha m e nto psicoterápico, mas ainda na incerteza da possibilidade do uso de prótese em membro inferior esquerdo, devido ao fato de ter sido ralizada desarticulação de todo o membro.

(3)

CASO 3 - Paciente masculino, de 1 8 anos, que há 4 dias c omeç ou a sentir dor em artic ulaç ão c oxo-femoral direita. Negava trauma local. É dançarino de da nça de rua e sua última apresentação fora há cinco dias. Procurou serviço médico, mas c omo não apresentava sinais flogístic os foi medic ado c om antinflamatório para distensão muscular. Houve piora da dor, febre não medida e queda do estado geral. Chegou ao nosso serviço após cinco dias do início da dor. Apresentava-se febril ( 3 9 ,9oC) , desidratado, hipotenso ( 9 0 x5 0 mmHg) e taquicárdico

( FC: 1 2 0 bpm) , taquidispnéico ( FR: 6 0 mpm) , consciente, com exame pulmonar e cardíaco normais. Abdome discretamente tenso, sem ruídos hidroaéreos, presença de dor e limitação à movimentação da articulação coxo femoral direita, sem sinais flogístic os. Com este quadro, foram inic iadas medidas para tratamento de sepse e investigação diagnóstica.

He m o gra m a : GB: 1 4 2 5 0 /mm3, neutrofilos ( 8 3 %) , bastões

( 8%) , linfocitos ( 5%) , monócitos ( 3%) , eosinófilos ( 1%) ; Ht: 41,7%; Hb: 15,4%; Pl: 145.000/mm3, CPK: 242mUI/ml., Cr: 0,8

mg%, U: 26,7 mg%, TGO: 75 mUI/ml, TGP: 54mUI/ml, GamaGT: 155 U/L. Tempo de protrombina: 60%, albumina: 1,8g/%, VHS: 4 8 mm/h. US: Presenç a de área hipoec oic a na musc ulatura proximal da coxa em face lateral. Presença de coleção linear de pequeno volume, entre os planos musculares, também na face lateral da coxa ( Figura 2) . Tomografia computadorizada ( TC) : pequena imagem hipodensa, de contornos bem definidos, de 2,0 x 3 ,5 cm, localizada entre o glúteo mínimo e médio ( coleção) ( Figuras 3 e 4 ) .

Foram c olhidas duas hemoc ulturas e a punç ão loc al foi negativa.

Apó s o s e xam e s, instituiu- se antib io tic o te r apia c o m vancomicina e amicacina, devido ao quadro de choque séptico. Não houve melhora do quadro, e no dia seguinte, o paciente foi submetido à drenagem cirúrgica. No procedimento, observou-se a preobservou-sença de uma loja contendo material purulento, no glúteo mínimo e reto femoral. Colhido material para cultura e realizada

Fi gu ra 3 - TC, se m c o n tra ste , e vi d e n c i a n d o h i p o d e n si d a d e d e glú te o m í n i m o . Co le ç ã o e sp o n ta n e a m e n te h i p e rd e n sa , e n tre o s m ú sc u lo s glú te o m í n i m o e m é d i o . Glú te o m á x i m o p re se rva d o ( Gm a x ) .

Fi gu ra 2 - US e vi d e n c i a n d o : c o le ç ã o la m i n a r e n tre o s m ú sc u lo s glú te o m í n i m o ( Gm i n ) e m é d i o ( Gm e d ) .

Fi gu ra 4 - TC, se m c o n tra ste , e vi d e n c i a n d o . A: h i p o d e n si d a d e e m glú te o m í n i m o . B: c o le ç ã o e sp o n ta n e a m e n te h i p e rd e n sa , e n tre o s m ú sc u lo s glú te o m í n i m o e m é d i o ( i m a ge m a m p li a d a ) .

limpeza local. No entanto, houve piora do quadro clínico do pac iente, que desenvo lveu abdo me agudo inflamató rio . A abordagem c irúrgic a mostrou a presenç a de líquido sero-sanguinolento livre em cavidade. Além disso, desenvolveu quadro de pneumonia com derrame pleural à esquerda, cuja punção do líquido identificou empiema, sendo necessário drenagem.

Os resultado s das hemo c ulturas e c ulturas do líquido drenado foram todos positivos para Sta phylo c o c u s a u re u s

resistentes à penicilina, tetraciclina, gentamicina e amoxacilina/ c lavulanato.

(4)

Houve piora do quadro clínico e ultra-sonográfico da região glútea à direita, sendo nec essária outra abordagem c irúrgic a c o m ressec ç ão c o mpleta do músc ulo glúteo mínimo , po r enc ontrar-se nec rótic o.

O pac ie nte c o me ç o u a apr e se ntar me lho r a c línic a; a vanc o m ic ina fo i tr o c ada po r o xac ilina, po is o pac ie nte de s e nvo lve u ne utr o pe nia , pr o va ve lm e nte induzida pe lo antibiótic o. O tratamento teve duraç ão de seis semanas e o paciente recebeu alta hospitalar em bom estado geral.

CASO 4 - Paciente de 13 anos, masculino, que há 8 dias, após ter jogado futebol, iniciou quadro de dor em região glútea de moderada intensidade, sem outros sintomas. No oitavo dia, houve piora da dor e febre não medida. Procurou o serviço médic o, sendo diagnosticada contusão muscular e prescrito antiinflamatório. Após dois dias, retornou ao PS, em bom estado geral, referindo dor importante em região sac ral e glútea à esquerda, com irradiação para face lateral da coxa e febre de 38,3oC. Ao exame físico, apresentava aumento da consistência da

região glútea com calor local, ausência de hiperemia, dificuldade para deambulação e limitação à flexão do tronco. Com as hipóteses de celulite em região glútea e sinovite coxo-femoral, as orientações da da s a o pa c ie nte fo r a m r e po uso , a ntiinfla m a tó r io e antibioticoterapia com cafalexina. O paciente ficou mais dois dias em casa, quando retornou ao hospital, dando entrada na sala de emergência clínica queixando-se de dor insuportável em região sacral, glútea e abdome. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, afebril, fácies com toxemia, FC de 110bpm, FR de 22 mpm, PA de 80x40 mmHg, impossibilidade de deambulação, além de dor e limitação da movimentação do quadril. Exame pulmonar e cardíaco normais. Abdome apresentando distensão moderada e ausência de ruídos hidroaéreos. Foram tomadas as medidas para sepse, colhidas duas hemoculturas e instituída antibioticoterapia com clindamicina e amicacina.

Exames co mplementar es r ealizado s. US da re gi ã o glúte a e a b do m ina l: compatível com a normalidade. Devido à distensão abdominal estar aumentando, foi realizada TC de urgência que evidenciou: processo inflamatório/infeccioso no músculo íleopsoas à esquerda com algumas áreas de abscesso no seu interior, sem coleções em glúteos ou musculatura para-vertebral. Hemograma: GB: 1 2 .4 0 0 /mm3, neutrófilos ( 8 0 %) ,

linfóc itos ( 8 ,6 % ) , monóc itos ( 8 ,5 % ) , eosinófilos ( 1 ,3 % ) , basófilos ( 1 ,3 %) ; Ht: 4 5 ,7 %; Hb: 1 5 ,7 g%; Pl: 2 0 7 .0 0 0 /mm3;

VHS: 6 4 mm/h. CPK: 1 3 7 U/L; U: 3 9 mg/dL; Cr: 0 ,8 mg/dL; PCR: 2 0 ,9 mg/dL; albumina: 2 ,6 g/dl.

O pac iente foi submetido à intervenç ão c irúrgic a para drenagem dos absc essos no músc ulo íleopsoas. Por manter feb r e e do r em r egião sac r al e glútea esquer da, o pac iente fo i s ub m e tido a r e s s o n â n c ia m a gn é tic a q ue m o s tr o u: hiperintensidade do sinal em T1 c om c ontraste e T2 , nos músculos glúteo máximo, médio e mínimo, musculatura para-vertebral lombar a esquerda, nos músculos piriforme, obturador interno e ilíaco, com grande conteúdo rechaçando o ileopsoas e preenchendo toda a fossa ilíaca esquerda. Exame compatível com processo inflamatório extenso acometendo musculatura da região glútea e pélvica, com coleção local.

De vido a o b o m e s ta do ge r a l do pa c ie n te , a e q uipe c irúrgic a optou por tratamento c onservador. Os resultados das 3 he mo c ultur as fo r am po sitivo s par a Sta p h ylo c o c u s a u re u s, resistentes a penic ilina, sulfametoxazol-trimetropin e c iprofloxac ino. O pac iente rec ebeu antibiotic oterapia por seis semanas, tendo alta em bom estado geral, mas ainda c om limitaç ão à movimentaç ão do quadril. Em retorno, após 4 m e s e s da a l ta , a i n da a p r e s e n ta va di fi c u l da de p a r a deambulaç ão e limitaç ão da movimentaç ão do quadril, mas sem sinais de infec ç ão, sendo programada investigaç ão para osteoartrose de quadril.

DISCUSSÃO

A PT é definida c omo infec ç ão bac teriana sub aguda do músc ulo e sq ue lé tic o , q ue po de c ar ac te r izar-se pe lo se u ac ometimento difuso, pela formaç ão de absc essos ou por p r o c e s s o m i o n e c r ó ti c o p r o gr e s s i vo . Qu a l q u e r gr u p o m u s c u l a r e s q u e l é ti c o p o d e s e r a ti n gi d o , i s o l a d a o u c onc omitantemente a outros, sendo que os mais c omuns são os músc ulo da c oxa5, glúteos5 6 7 e os do tronc o4 7 2 9. Outros

ac o metimento s musc ulares j á desc rito s são abdo minais2 2,

antebraç o2 9, ilíac o3 3 e psoas2 4. Nossos pac ientes apresentaram

manife staç õ e s tanto de de so r ganizaç ão difusa das fib r as m us c ula r e s , q ua n to a b s c e s s o s e n e c r o s e e x te n s a . Os gr upame nto s musc ular e s atingido s fo r am o s c o mume nte enc o ntr ado s: c o xa, glúteo s e tr o nc o . Evidenc io u-se, c o m freqüênc ia, a presenç a de infec ç ão em mais de um grupo.

A populaç ão mais atingida é do sexo masc ulino, em sua pr im e ir a o u s e gun da dé c a da de vida , n a a us ê n c ia de pa to lo gia s de b a s e5 3 8. Adulto s a c im a de 3 0 a n o s q ue

desenvolvem a doenç a, em 5 0 % das vezes, apresentam uma patologia assoc iada c omo diabetes mellitus1 5 3 2 3 6, infec ç ão

por HIV3 8 ou doenç as hematológic as ( anemia falc iforme1 1 3 1,

leuc emia, mielodisplasia, Síndrome de Felty3 8) entre outras.

Nossos pac ientes são do sexo masc ulino, c om idades entre 1 5 e 2 4 anos, sendo um deles etilista c rônic o e os outros sem fatores que pudessem predispor à doenç a.

A e ti o l o gi a da P T é a tr i b u í da p r i n c i p a l m e n te a o

St a p h ylo c o c u s a u r e u s ( 8 5 % a 9 5 % )8 1 7, s e guida po r

Stre p to c o c u s sp, Esc h e ri c h i a c o li , Sa lm o n e la e n te ri ti d u s, My c o b a c t e r i u m t u b e r c u l o s i s e Câ n d i d a a l b i c a n s5.

Observamos, também em nossos c asos, o S. a u re u s c omo o agente etiológic o enc ontrado.

A pato ge nia da pio m io site ainda é inc e r ta. Entr e as h ipó te s e s le va n ta da s pa r a e x plic a r s e u a pa r e c im e n to de sta c a m - se : tr a um a tism o pr é vio7 1 7 2 7 3 2 3 8 , e s tr e s s e da

musc ulatura durante o exerc íc io físic o9 2 1 2 3 3 0, desnutriç ão1 2 2 9,

hipovitaminose5 8 1 3, infec ç ão parasitária e viral7 2 9 3 9. Os fatores

(5)

Em relação às manifestações clínicas, podemos identificar três fases5 3 8: a) f a se I o u i n va si va : geralmente ignorada pelas

manifestações inespecíficas como febre variável, geralmente baixa, dor e rigidez muscular que podem simular câimbras, sem edema ou eritema, devido à profundidade da musculatura e proteção pela fáscia. Podem ocorrer leucocitose e eosinofilia; b) fa se II o u supura tiva : ocorre 10 a 21 dias após o início dos sintomas. O quadro c línic o é mais c laro, c om definiç ão do grupamento muscular envolvido, que se apresenta doloroso e com rigidez impo r tante, desc r ita c o mo c o nsistênc ia lenho sa. Feb r e e leucocitose estão presentes. A punção local pode evidenciar a presença de material purulento. Nessa fase, 90% dos diagnósticos são realizados; c) fa se III o u ta rdia : dor importante, febre alta e flutuação dos músculos geralmente estão presentes, além das manifestações sistêmicas decorrentes de septicemia.

A evoluç ão da piomiosite c ausada pelo Sta p h ylo c o c u s a ure us geralmente é benigna, sendo que a doença raramente leva ao óbito5. Complicações como síndrome compartimental,

absc essos metastátic os, pneumonia, osteomielite, destruiç ão articular e sepse podem ser encontradas5 2 9. Alguns casos de

insuficiência renal por mioglobinúria foram descritos3 2 9. Já a

piomiosite causada por Stre pto co cussp, principalmente os beta-hemolíticos do grupo A, pode ser muito agressiva levando a extensa necrose e septicemia, apesar da antibibioticoterapia e a b o r da ge m c ir úr gic a a de q ua da s1 1 8. Es s e fa to s e de ve ,

principalmente, à presença de fatores como a proteína M e à exotoxina pirogênica estreptocóccica4 0.

Nos pacientes relatados nesse artigo, é interessante observar a gravidade das manifestações clínicas e as complicações da PT. Todos os pacientes chegaram na fase III e tiveram complicações peculiares, como choque séptico, pneumonia com empiema, insuficiência renal, osteoartrite, osteomielite, abdome agudo, pericardite, miocardite, ressecção muscular e amputação de membro ( Tabela 1 ) . Não houve óbitos, apesar dos pacientes apresentarem complicações graves que deixaram algum grau de seqüela ( osteartrose, desarticulação do membro, ressecção do glúteo mínimo e limitação da movimentação do quadril com alteração da marcha) .

A ressonância magnética é o método mais útil e indicado no diagnóstico da piomiosite, já que em estágios iniciais consegue detec tar inflamaç ão difusa da musc ulatura5 1 0 2 9. A TC e o US

( Figuras 1, 2, 3, 4) são bastante úteis, mas são menos sensíveis em estágios iniciais da doença29 38. A planigrafia, a cintilografia

com Gálio 67 e a biópsia muscular, também podem ser úteis no diagnóstico5 13 16 29 35. O US foi o método de imagem mais usado,

inclusive no seguimento dos pacientes, seguido pela TC, RM e c intilografia c om Gálio 6 7 , em nossos c asos. A ressonânc ia magnétic a não foi muito utilizada pela falta de disponibilidade desse exame no atendimento inic ial dos pac ientes. Os outros métodos utilizados c onseguiram evidenc iar o ac ometimento musc ular, provavelmente pelo fato dos pac ientes c hegarem ao hospital já em estágios avanç ados da doenç a. No quarto c aso apresentado, o US não foi útil e a TC evidenc iou a presenç a de c o l e ç ã o n o m ú s c u l o i l e o p s o a s , m a s n ã o m o s tr o u o ac ometimento da musc ulatura glútea e da c oxa, que só foi c onfirmada pela RM ( Figura 5 ) .

Tabela 1- Com plicações raras encontradas em 4 casos clínicos de piom iosite tro pica l a tendido s no HC-UNESP, Bo tuca tu-SP.

Complicações Pacientes/ total Complicações Pacientes/total Choque séptico 4/4 insuficiência renal 1/4 Osteoartrite 1/4 abdome agudo 2/4 Pneumonia com empiema 2/4 miocardite 1/4 Ressecção muscular 1/4 derrame pericárdico 1/4 Amputação de membro 1/4 limitação para deambulação 4/4 Osteomielite 1/4

Considerando os métodos diagnósticos, as hemoculturas são positivas em menos de 4 0 % dos c asos6 2 8 3 2 3 8. Bic kels et al5

identificaram o patógeno por hemocultura em 16% a 38% e por cultura de secreção em 21% a 41% de 144 pacientes, em 8 estudos analisados. Nossos pacientes tiveram hemoculturas e culturas de secreção positivas para S. a ure us em todos os casos. Esse valor foi surpreendente, já que não existem relatos na literatura de positividade das culturas em 100% dos casos.

Fi gu ra 5 - RM, e m STIR, e vi d e n c i a n d o . Pro c e sso i n f la m a tó ri o e x te n so , a c o m e te n d o m u sc u la tu ra d a re gi ã o glú te a e p é lvi c a , c o m c o le ç ã o lo c a l.

Outros exames complementares inespecíficos podem auxiliar no diagnóstico e acompanhamento. A leucocitose e o aumento da velocidade de sedimentação geralmente estão presentes3 8. As

enzimas musculares, por sua vez, raramente estão alteradas5 16 29.

No e ntanto , o b se r vam o s q ue as e nzim as m usc ular e s se apresentaram de forma incomum, com elevação importante em dois casos.

O tratamento deve ser realizado c om antibiotic oterapia ade q uada par a Sta p h ylo c o c u s a u re u s, c o m dr e nage m e de b r idam e nto do lo c al ac o m e tido5. A antib io tic o te r apia

recomendada é a administração de penicilinas semi-sintéticas não inativadas pelas beta-lac tamases estafiloc óc ic as c omo o xa c ilin a , m e tic ilin a , c lo xa c ilin a o u c e fa lo s po r in a s de primeira a terceira geração. A associação dessas drogas com aminoglicosídeo é indicada em casos de sepse. Sendo assim, a administração devancomicina e ciprofloxacina para alguns dos pacientes desse relato pode não ter sido adequada. No entanto, a mesma foi realizada devido à gravidade dos casos, à presença de choque séptico e por receio da existência de Sta phylo co cus

(6)

Em c onc lusão, observamos que os c asos de piomiosite tropic al, atendidos em nosso serviç o, tiveram manifestaç ões e evoluç oes mais graves que as enc ontradas na literatura, semelhantes às que oc orrem quando o agente etiológic o é do grupo Stre p to c o c u s sp. No entanto , desc artamo s essa possibilidade quando enc ontramos Sta p h ylo c o c u s a u re u s

presente em todos os c asos. Sendo assim, é importante atentar para quadros de dor e rigidez musc ular, ac ompanhados de febre em pac ientes jovens ou em adultos c om patologias que le ve m a im un o s s up r e s s ã o . O dia gn ó s tic o p r e c o c e da pio mio site tr o pic al é fundame ntal par a a instituiç ão do tratamento adequado e o c ontrole das c omplic aç ões.

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Tabela 1- Com plicações raras encontradas em  4 casos clínicos de piom iosite tro pica l a tendido s no  HC-UNESP, Bo tuca tu-SP.

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