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BÁSICO PARA CARREIRAS POLICIAIS

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Academic year: 2021

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BÁSICO PARA

CARREIRAS

POLICIAIS

APOSTILA

PREPARATÓRIA

WWW.FOCUSCONCURSOS.COM.BR

(2)

LÍNGUA

PORTUGUESA

PROFESSOR

Pablo Jamilk

Professor de Língua Portuguesa, Redação e Redação Ofi cial. Formado em Letras pela Universidade Est adual do Oest e do Paraná. Mest re em Letras pela Universida-de Est adual do Oest e do Paraná. Doutorando em Letras pela Universidade Est adual do Oest e do Paraná. Espe-cialist a em concursos públicos, é professor em diversos est ados do Brasil.

(3)
(4)

SUMÁRIO

03

SUMÁRIO

1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA ...05

Introdução ... 05

Morfologia: classes de palavras ... 05

Artigo ... 05

Questões Gabaritadas... 06

2. MORFOLOGIA ... 06

Adjetivo ... 06

Classificação Quanto ao Sentido ... 06

Classificação Quanto à Expressão ... 06

Adjetivo x Locução Adjetiva ... 06

Questões Gabaritadas... 09 Advérbio ... 09 Questões Gabaritadas... 09 Conjunção ... 10 Questões Gabaritadas... 10 Preposição ... 1 1 Questões Gabaritadas... 1 1 Pronome ... 1 1 Questões Gabaritadas... 14 Substantivo ... 14 3. SINTAXE ... 16 Sujeito ... 1 7 Predicado ... 18 Termos Integrantes ... 18 Vozes Verbais ... 18 Questões Gabaritadas... 19

Tempos e Modos verbais ... 19

Formas Nominais do Verbo ... 20

Complementos Verbais ... 20 Questões Gabaritadas... 21 4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA ...22 Antecedentes ... 22 Encontros vocálicos ... 22 Regras de Acentuação ... 22

Alterações do Novo Acordo Ortográfico ... 23

Questões Gabaritadas ... 23

5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ...24

Conceituação ... 24

Concordância Verbal ... 24

Regras com Verbos Impessoais ... 25

Questões Gabaritadas ... 25 Concordância Nominal ... 26 Questões Gabaritadas ... 27 6. CRASE ...27 Casos Proibitivos ... 28 Casos Obrigatórios ... 28 Casos Facultativos ... 29 Questões Gabaritadas ... 29 7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL ... 30

Posições dos Pronomes – Casos de Colocação ... 30

Colocação Facultativa ... 31

Questões Gabaritadas... 31

8. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ...32

Principais Casos de Regência Verbal: ... 32

Questões Gabaritadas ... 33

Regência Nominal ... 35

Questões Gabaritadas ... 35

9. PONTUAÇÃO ...35

Questões Gabaritadas ... 36

Ponto Final – Pausa Total. ... 37

(5)

04

SUMÁRIO

Dois-Pontos – Indicam Algum Tipo de Apresentação ... 37

Aspas – Indicativo de Destaque. ... 38

Reticências (...) ... 38 Parênteses ... 38 Travessão ... 38 Questões Gabaritadas ... 38 10. ORTOGRAFIA ...39 Definição ... 39

Emprego de “E” e “I” ... 39

Empregaremos o “I” ... 39

Orientações sobre a Grafia do Fonema /S/ ... 40

Emprego do SC ... 40

Grafia da Letra “S” com Som de “Z” ... 41

Questões Gabaritadas... 41 11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ...42 Tipologia Textual ... 42 Texto Narrativo ... 42 Texto Descritivo: ... 42 Texto Dissertativo ... 42

Leitura e Interpretação de Textos ... 42

Vícios de Leitura ... 43

Organização Leitora ... 43

12. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM ...45

Figuras de Linguagem ... 45 Questões Gabaritadas ... 46 13. REESCRITURA DE SENTENÇAS ...46 Substituição ... 46 Deslocamento ... 47 Paralelismo ... 47 Variação Linguística ... 48 Questões Gabaritadas ... 48

14. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS ...50

Campo Semântico ... 50

Sinonímia e Antonímia ... 50

Hiperonímia e Hiponímia ... 50

Homonímia e Paronímia ... 50

Questões Gabaritadas ... 58

15. REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS ...66

Aspectos da Correspondência Oficial ... 66

Documentos Norteadores da Comunicação Oficial ... 67

Os Vocativos e Pronomes de Tratamento Mais Utilizados ... 68

Concordância dos Termos Relacionados aos Pronomes de Tratamento ... 69

Os Fechos Adequados para Cada Correspondência ... 69

Identificação do Signatário ... 69

Normas Gerais para Elaboração para Documentos Oficiais ... 70

Destaques ... 70 Documentos ... 73 Aviso ... 73 Ofício ... 74 Memorando... 74 Requerimento ... 74 Ata ... 75 Parecer... 75 Atestado ... 76 Certidão ... 76 Apostila ... 76 Declaração ... 77 Portaria ... 77 Telegrama ... 78 Exposição de Motivos ... 78 Mensagem ... 80 Fax ... 80 Correio Eletrônico ... 81 Questões Gabaritadas... 81

(6)

CAPÍTULO 01 - Como Estudar Língua Portuguesa

05

1. COMO ESTUDAR LÍNGUA

PORTUGUESA

Introdução

A parte inicial desse material se volta para a orienta-ção a respeito de como estudar os conteúdos dessa dis-ciplina. É preciso que você faça todos os apontamentos necessários, a fim de que sua estratégia de estudo seja produtiva. Vamos ao trabalho!

Teoria: recomendo que você estude teoria em 30 % do seu tempo de estudo. Quer dizer: leia e decore as re-gras gramaticais.

Prática: recomendo que você faça exercícios em 40% do seu tempo de estudo. Quem quer passar tem que conhecer o inimigo, ou seja, a prova.

Leitura: recomendo que você use os outros 30% para a leitura de textos de natureza variada. Assim, não terá problemas com interpretação na prova.

Níveis de Análise da Língua:

Fonético / Fonológico: parte da análise que estuda os sons, sua emissão e articulação.

Morfológico: parte da análise que estuda a estrutu-ra e a classificação das palavestrutu-ras.

Sintático: parte da análise que estuda a função das palavras em uma sentença.

Semântico: parte da análise que investiga o signifi-cado dos termos.

Pragmático: parte da análise que estuda o sentido que a expressões assumem em um contexto.

Exemplos: anote os termos da análise.

O aluno fez a prova.

Morfologicamente falando, temos a se-guinte análise: O = artigo. Aluno = substantivo. Fez = verbo. A = artigo. Prova = substantivo.

Sintaticamente falando, temos a se-guinte análise:

O aluno = sujeito.

Fez a prova = predicado verbal. A prova = objeto direto.

Morfologia: classes de palavras

Iniciemos o nosso estudo pela Morfologia. Assim, é

mais simples para construir uma base sólida para a re-flexão sobre a Língua Portuguesa.

Artigo: termo que particulariza um substantivo. Ex.: o, a, um, uma.

Adjetivo: termo que qualifica, caracteriza ou indica a origem de outro.

Ex.: interessante, quadrado, alemão.

Advérbio: termo que imprime uma circunstância sobre verbo, adjetivo ou advérbio.

Ex.: mal, bem, velozmente.

Conjunção: termo de função conectiva que pode criar relações de sentido.

Ex.: mas, que, embora.

Interjeição: termo que indica um estado emotivo momentâneo.

Ex.: Ai! Ufa! Eita!

Numeral: termo que indica quantidade, posição, multiplicação ou fração.

Ex.: sete, quarto, décuplo, terço.

Preposição: termo de natureza conectiva que im-prime uma relação de regência.

Ex.: a, de, em, para.

Pronome: termo que retoma ou substitui outro no texto.

Ex.: cujo, lhe, me, ele.

Substantivo: termo que nomeia seres, ações ou conceitos da língua.

Ex.: pedra, Jonas, fé, humanidade.

Verbo: termo que indica ação, estado, mudança de estado ou fenômeno natural e pode ser conjugado.

Ex.: ler, parecer, ficar, esquentar.

A partir de agora, estudaremos esses termos mais pontualmente. Apesar disso, já posso antecipar que os conteúdos mais importantes e mais cobrados em concur-sos são: advérbios, conjunções, preposições, pronomes e verbos.

Artigo

Termo que define ou indefine um substantivo, par-ticularizando-o de alguma forma. Trata-se da partícula gramatical que precede um substantivo.

Classificação:

Definidos: o, a, os, as.

(7)

06

LÍNGUA PORTUGUESA

Emprego do Artigo:

1 – Definição ou indefinição de termo.

Ex.: Ontem, eu vi o aluno da Sandra. Ex.: Ontem, eu vi um aluno da Sandra.

2 – Substantivação de termo:

Ex.: O falar de Juliana é algo que me encanta.

3 – Generalização de termo (ausência do arti-go)

Ex.: O aluno gosta de estudar. Ex.: Aluno gosta de estudar.

4 – Emprego com “todo”:

Ex.: O evento ocorreu em toda cidade. Ex.: O evento ocorreu em toda a cidade.

5 – Como termo de realce:

Ex.: Aquela menina é “a” dentista.

Observação: mudança de sentido pela flexão:

Ex.: O caixa / A caixa. Ex.: O cobra / A cobra.

Questões Gabaritadas

(IBFC) Veja as três palavras que seguem. Com-plete as lacunas com o artigo.___ púbis;___cal;__ mascote. Em concordância com o gênero das pala-vras apresentadas, assinale abaixo a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacu-nas. a. o/a/a b. a/a/o. c. o/o/a d. a/o/o Resposta: A

(MB) Assinale a opção em que a palavra desta-cada é um artigo.

a. Foi a pé para casa.

b. O aluno fez a prova a lápis. c. Chegamos a São Paulo no inverno. d. Convidaram a mãe para as férias. e. Não a deixaram de fora da festa.

Resposta: D

2. MORFOLOGIA

Adjetivo

Podemos tomar como definição de adjetivo a seguinte sentença “termo que qualifica, caracteriza ou

in-dica a origem de outro”. Vejamos os exemplos: • Casa vermelha.

• Pessoa eficiente. • Caneta alemã.

Veja que “vermelha” indica a característica da casa;

“eficiente” indica uma qualidade da pessoa; e “alemã”

indica a origem da caneta. No estudo dos adjetivos, o mais importante é identificar seu sentido e sua classi-ficação.

Classificação Quanto ao Sentido

Restritivo: adjetivo que exprime característica que não faz parte do substantivo, portanto restringe o seu sentido.

Exemplos: cachorro inteligente, menina dedicada.

Explicativo: adjetivo que exprime característica que já faz parte do substantivo, portanto explica o seu sentido.

Exemplos: treva escura, animal mortal.

Classificação Quanto à Expressão

Objetivo: indica caraterística, não depende da sub-jetividade.

Exemplo: Roupa verde.

Subjetivo: indica qualidade, depende de uma aná-lise subjetiva.

Exemplo: Menina interessante. Gentílico: indica origem

Exemplo: Comida francesa.

Adjetivo x Locução Adjetiva

Essencialmente, a distinção entre um adjetivo e uma locução adjetiva está na formação desses elementos. Um adjetivo possui apenas um termo, ao passo que a locução adjetiva possui mais de um termo. Veja a diferença:

Ela fez a sua leitura do dia. Ela fez a sua leitura diária.

(8)

CAPÍTULO 02 - Morfologia

07

ADJETIVO LOCUÇÃO ADJETIVA

A abdômen abdominal abelha apícola abutre vulturino açúcar sacarino águia aquilino alma anímico aluno discente anjo angelical ano anual arcebispo arquiepiscopal aranha aracnídeo asno asinino

audição ótico, auditivo

B

baço esplênico

bispo episcopal

boca bucal, oral

bode hircino

boi bovino

bronze brônzeo, êneo

C

cabeça cefálico

cabelo capilar

cabra caprino

campo campestre, bucólico ou rural

cão canino

carneiro arietino

Carlos Magno carolíngio

cavalo cavalar, equino, equídeo ou hí-pico

chumbo plúmbeo

chuva pluvial

cidade citadino, urbano

cinza cinéreo

coelho cunicular

cobra viperino, ofídico

cobre cúprico

coração cardíaco, cordial

crânio craniano

criança pueril, infantil

D

dedo digital

diamante diamantino, adamantino

dinheiro pecuniário E elefante elefantino enxofre sulfúrico esmeralda esmeraldino esposos esponsal

estômago estomacal, gástrico

estrela estelar F fábrica fabril face facial falcão falconídeo farinha farináceo fera ferino ferro férreo

fígado figadal, hepático

filho filial fogo ígneo frente frontal G gado pecuário gafanhoto acrídeo garganta gutural gato felino gelo glacial gesso típseo guerra bélico H

homem viril, humano

I

idade etário

ilha insular

irmão fraternal

intestino celíaco, entérico

inverno hibernal, invernal

irmão fraternal, fraterno

J

(9)

08 LÍNGUA PORTUGUESA L laringe laríngeo leão leonino lebre leporino

leite lácteo, láctico

lobo lupino

lua lunar, selênico

M

macaco simiesco, símio, macacal

madeira lígneo

mãe maternal, materno

manhã matutino, matinal

mar marítimo

marfim ebúrneo, ebóreo

mármore marmóreo

memória mnemônico

mestre magistral

moeda monetário, numismático

monge monacal, monástico

morte mortífero, mortal, letal

N

nádegas glúteo

nariz nasal

neve níveo, nival

noite noturno

norte setentrional, boreal

nuca occipital

núcleo nucleico

O

olho ocular, óptico, oftálmico

orelha auricular osso ósseo ouro áureo outono outonal ouvido ótico ovelha ovino P paixão passional

pai paternal, paterno

paixão passional

pâncreas pancreático

pântano palustre

pato anserino

pedra pétreo

peixe písceo ou ictíaco

pele epidérmico, cutâneo

pescoço cervical

pombo colombino

porco suíno, porcino

prata argênteo ou argentino

predador predatório professor docente prosa prosaico proteína protéico pulmão pulmonar pus purulento Q quadris ciático R raposa vulpino rio fluvial rato murino rim renal rio fluvial rocha rupestre S selo filatélico

serpente viperino, ofídico

selva silvestre

sintaxe sintático

sonho onírico

sul meridional, austral

T

tarde vesperal, vespertino

terra telúrico, terrestre ou terreno

terremotos sísmico tecido têxtil tórax torácico touro taurino trigo tritício U umbigo umbilical

(10)

CAPÍTULO 02 - Morfologia 09 urso ursino V vaca vacum veia venoso velho senil

vento eóleo, eólico

verão estival

víbora viperino

vidro vítreo ou hialino

virgem virginal

virilha inguinal

visão óptico ou ótico

vontade volitivo

voz vocal

Cuidados importantes ao analisar um adjetivo: • Pode haver mudança de sentido: • Homem pobre X Pobre homem.

Na primeira expressão, a noção é de ser desprovido de condições financeiras; na segunda, a ideia e de indiví-duo de pouca sorte ou de destino ruim.

Questões Gabaritadas

(CESGRANRIO) Em “Ele me observa, incrédu-lo”, a palavra que substitui o termo destacado, sem haver alteração de sentido, é:

a. feliz b. inconsciente c. indignado d. cético e. furioso Resposta: D

(VUNESP) Indique o verso em que ocorre um adjetivo antes e outro depois de um substantivo:

a. O que varia é o espírito que as sente b. Mas, se nesse vaivém tudo parece igual c. Tons esquivos e trêmulos, nuanças d. Homem inquieto e vão que não repousas! e. Dentro do eterno giro universal

Resposta: E

Advérbio

Trata-se de palavra invariável, que imprime uma cir-cunstância sobre verbo, adjetivo ou advérbio. É

impor-tante saber reconhecer os advérbios em uma sentença, portanto anote esses exemplos e acompanhe a análise.

• Verbo. • Adjetivo. • Advérbio.

Categorias adverbiais: essas categorias resumem os tipos de advérbio, mas não essencialmente todos os sentidos adverbiais.

Afirmação: sim, certamente, claramente

etc.

Negação: não, nunca, jamais,

absolutamen-te.

Dúvida: quiçá, talvez, será, tomara.

Tempo: agora, antes, depois, já, hoje, ontem.

Lugar: aqui, ali, lá, acolá, aquém, longe.

Modo: bem, mal, depressa, debalde,

rapida-mente.

Intensidade: muito, pouco, demais, menos,

mais.

Interrogação: por que, como, quando,

onde, aonde, donde. • Designação: eis.

Advérbio x Locução Adverbial

A distinção entre um advérbio e uma locução adver-bial é igual à distinção entre um adjetivo e uma locução adjetiva, ou seja, repousa sobre a quantidade de termos. Enquanto só há um elemento em um advérbio; em uma locução adverbial, há mais de um elemento. Veja os exemplos:

• Aqui, deixaremos a mala. (Advérbio)

• Naquele lugar, deixaremos a mala. (Locução adverbial)

• Sobre o móvel da mesa, deixaremos a mala. (Locução adverbial)

Questões Gabaritadas

(FCC) Érico Veríssimo nasceu no Rio Grande do Sul (Cruz Alta) em 1905, de família de tradição e fortuna que repentinamente perdeu o poderio econômico. O advérbio grifado na frase acima tem o sentido de: a. à revelia. b. de súbito. c. de imediato. d. dia a dia. e. na atualidade. Resposta: B

(AOCP) A expressão destacada que NÃO indica tempo é

(11)

10

LÍNGUA PORTUGUESA

a. “...mortes entre os jovens, especialmente nos países...”

b. “...Mais recentemente, me admiro com a co-ragem...”

c. “...diagnosticar precocemente doenças men-tais.”

d. “...O que temos até então é um manual...” e. “...um milhão de pessoas morrem anualmen-te...”

Resposta: A

Conjunção

Pode-se definir a conjunção como um termo invari-ável, de natureza conectiva que pode criar relações de sentido (nexos) entre palavras ou orações. Usualmente, as provas costumam cobrar as relações de sentido ex-pressas pelas conjunções, desse modo, o recomendável é empreender uma boa classificação e memorizar algu-mas tabelas de conjunção.

Classificação das Conjunções Coordenativas

Ligam termos sem dependência sintática. Isso quer dizer que não desempenham função sintática uns em relação aos outros.

Exemplos: Machado escreveu con-tos e poemas.

Drummond escreveu poemas e entrou para a história.

Categoria Conjunção Exemplo

Aditiva E, nem, não só... mas também, bem como, como também.

Pedro assistiu ao fil-me e fez um cofil-men- comen-tário logo após. Adversativa Mas, porém,

contu-do, entretanto, toda-via, no entanto.

A criança caiu no chão, todavia não

chorou. Alternativa Ou, ora...ora, quer...

quer, seja...seja. Ora Márcio estu-dava, ora escrevia

seus textos. Conclusiva Logo, portanto,

as-sim, então, pois (após o verbo).

Mariana estava do-ente; não poderia vir, pois, ao baile.

Explicativa Que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

Traga o detergente, porque preciso la-var essa louça. Subordinativas

Ligam termos com dependência sintática:

Integrantes: Introduzem uma ORAÇÃO

SUBOR-DINADA SUBSTANTIVA.

Exemplos: É fundamental que o país mude sua política.

Maria não disse se faria a questão.

Adverbiais: Introduzem ORAÇÃO SUBORDINA-DA ADVERBIAL.

São 9 tipos de conjunção:

Causal: já que, uma vez que, como, porque.

Comparativa: como, tal qual, mais (do)

que.

Condicional: caso, se, desde que, contanto

que.

Conformativa: conforme, segundo,

conso-ante.

Consecutiva: tanto que, de modo que, de

sorte que.

Concessiva: embora, ainda que, mesmo

que, apesar de que, conquanto.

Final: para que, a fim de que, porque.

Proporcional: à medida que, à proporção

que, ao passo que.

Temporal: quando, sempre que, mal, logo

que.

Exemplos: Já que tinha dinheiro, resolveu comprar a motocicleta.

Questões Gabaritadas

(FCC) Ainda que já tivesse uma carreira solo de sucesso [...], sentiu que era a hora de formar seu próprio grupo. Outra redação para a frase aci-ma, iniciada por “Já tinha uma carreira...” e fiel ao sentido original, deve gerar o seguinte elo entre as orações: a. de maneira que. b. por isso. c. mas. d. embora. e. desde que. Resposta: C

(FCC) Segundo ele, a mudança climática con-tribuiu para a ruína dessa sociedade, uma vez que eles dependiam muito dos reservatórios que eram preenchidos pela chuva. A locução conjun-tiva grifada na frase acima pode ser corretamente substituída pela conjunção:

(12)

CAPÍTULO 02 - Morfologia 11 a. quando. b. porquanto. c. conquanto. d. todavia. e. contanto. Resposta: B

(FCC) Embora alguns desses senhores afortu-nados ocasionalmente emprestassem seus livros, eles o faziam para um número limitado de pes-soas da própria classe ou família. Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, substituindo-se Embora (2º parágrafo) por

a. Contudo. b. Desde que. c. Porquanto. d. Uma vez que e. Conquanto.

Resposta: E

Preposição

Trata-se de palavra invariável, com natureza tam-bém conectiva, que exprime uma relação de sentido. A preposição possui uma característica interessante que é a de “ser convidada” para povoar a sentença, ou seja, ela surge em uma relação de regência (exigência sintática). A regência pode ser de duas naturezas:

Verbal (quando a preposição é “convidada” pelo verbo)

Nominal (quando a preposição é “convida-da” por substantivo, adjetivo ou advérbio)

Exemplo: O cidadão obedeceu ao comando. (Regência verbal)

A necessidade de vitória o animava. (Regência nominal)

Classificação

As preposições podem ser classificadas em:

Essenciais

A, ante, até, após, Com, contra, De, desde, Em, entre,

Para, per, por, perante, Sem, sob, sobre,

Trás. Acidentais Salvo. Exceto. Mediante. Tirante. Segundo. Consoante.

Questões Gabaritadas

(FJG) A preposição existente em “identificar uma mentira contada por e-mail” relaciona dois termos e estabelece entre eles determinada rela-ção de sentido. Essa mesma ideia está presente em:

a. As histórias que nascem por mãos humanas são muitas vezes pura falsidade.

b. A pesquisa reforçou o que já se sabia: na internet, frequentemente, se vende gato por lebre.

c. Consumiu-o por semanas a curiosidade de estar cara a cara com sua amiga virtual.

d. Alguns deveriam ser severamente penaliza-dos, por inventarem indignidades na rede.

Resposta: A

(CEPERJ) “Cada um destes fatores constitui, para as Nações Unidas, os desafios iminentes que exigem respostas da humanidade” (7º parágrafo). Nessa frase, a preposição “para” possui valor se-mântico de: a. conformidade b. comparação c. finalidade d. explicação e. direção Resposta: A

Pronome

O conteúdo sobre pronomes é um dos mais impor-tantes (senão o mais) dentro da parte relacionada à Mor-fologia. É muito comum haver questões que exijam sua identificação, sua interpretação e sua análise funcional. Além disso, muitos examinadores gostam de cobrar as noções de “referenciação”, que – basicamente – significa perceber a que elemento o pronome faz alusão.

Por definição, pode-se dizer que o pronome é um ter-mo que substitui ou retoma algo na sentença.

(13)

12

LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplo: Comprei um carro e ele estragou logo depois.

Vamos iniciar uma classificação dos pronomes, a fim de facilitar nosso estudo.

Classificação • Pessoais; • De tratamento; • Demonstrativo; • Relativos; • Interrogativos; • Indefinidos; • Possessivos. Pessoais

São os pronomes relacionados às pessoas do discurso:

1ª pessoa = Quem fala. 2ª pessoa = Para quem se fala. 3ª pessoa = Sobre quem se fala. Caso Reto Caso Oblíquo

Átonos Tônicos

Eu Me Mim, comigo

Tu Te Ti, contigo

Ele, ela O, a, lhe, se Si, consigo

Nós Nos Nós, conosco

Vós Vos Vós, convosco

Eles, elas Os, as, lhes, se Si, consigo Funções Pronominais

A depender de como são empregados, os pronome podem possuir diferentes funções sintáticas. Veja:

01. Função de sujeito:

Exemplo: Nós compramos o car-ro. (sujeito do verbo “comprar”)

02. Função de complemento: Exemplo: Pegue a toalha e a tra-ga aqui. (complemento do verbo “trazer”)

03. Função de adjunto:

Exemplo: Ela levou-me as cane-tas. (adjunto adnominal do termo “cane-tas”)

Emprego de “O, A e LHE”

Esse conteúdo é muito frequente em provas de con-cursos, portanto convém entende-lo.

O, A: termos diretos.

Retomam elementos não introduzidos por preposi-ção.

Lhe: termo indireto.

Retoma elemento introduzido por preposição.

Exemplos: Minha irmã devolveu a carta para Jonas.

Minha irmã a devolveu para Jonas. Minha irmã lhe devolveu a carta. Minha irmã devolveu-lha. Emprego de “O” e “A” na Ênclise

Nos estudos de Colocação Pronominal, um dos ca-sos – a ênclise (pronome após o verbo) – exige especial atenção para a estrutura da sentença.

Se a palavra terminar em R, S ou Z: use lo, la, los

ou las.

Exemplos: Soltar o pensamento. Soltá-lo.

Se a palavra terminar em ÃO, ÕE ou M: use no, na, nos ou nas.

Exemplos: Compram as roupas. Compram-nas.

Pronome de Tratamento

É o tipo de pronome empregado para criar algum tipo de circunstância cerimoniosa. São exemplos de pro-nomes de tratamento:

Exemplos: Vossa Senhoria. Vossa Majestade.

(14)

CAPÍTULO 02 - Morfologia

13 Observação: há uma distinção de

emprego dos pronomes de tratamento que costuma ser alvo de questões.

Vossa Excelência: para o tratamento direto com a pessoa.

Exemplo: Vossa Excelência gos-taria de um rascunho?

Sua Excelência: para o tratamento não direto, ou seja, quando se fala sobre a pessoa.

Exemplo: Eu falei a respeito de Sua Excelência ontem, mas ele não ouviu.

Pronome Demonstrativo

Pronome que aponta para algo no espaço, no tempo ou no texto.

Masculino Feminino Neutro

Este Esta Isto

Esse Essa Isso

Aquele Aquela Aquilo

Exemplos: A saída para a crise é esta: interromper a especulação.

Interromper a especulação: essa é a sa-ída para a crise.

Manuel e Jorge chegaram: este com uma maçã; aquele com um pão.

Outros Demonstrativos

Olho vivo para esses pronomes, pois costumam apa-recer associados a pronomes relativos.

O / A (aquilo / aquela)

Exemplo: Ele dirá o que for ver-dade.

Tal / semelhante (permutáveis por outros demons-trativos)

Exemplo: Nunca vi tal pessoa passando por aqui.

Pronome Relativo

É o tipo de pronome que promove uma relação entre: Substantivo e verbo.

Pronome e verbo.

Substantivo e substantivo. Pronome e substantivo.

Vejamos quais são os pronomes relativos da língua. Não esqueça de anotar as informações pertinentes a cada pronome.

Que:

Exemplo: A matéria de que gosto é Gramática.

O qual:

Exemplo: Eis a mãe do menino, a qual passou a noite comigo.

Quem:

Exemplo: O indivíduo com quem briguei sumiu.

Quanto:

Exemplo: Ele fez tudo quanto pôde.

Onde:

Exemplo: O país onde ocorreu o evento está em crise.

Cujo:

Exemplo: Ele falou da pessoa cuja mãe surgiu anteriormente.

(15)

DIREITO

CONSTITUCIONAL

PROFESSOR

Daniel Sena

Servidor público federal, bach arel em Direit o e es-pecialist a em direit o público. Professor de direit o cons-tit ucional há 8 anos em diversos cursos preparatórios do Brasil, escrit or e palest rante motivacional na área de concursos.

(16)
(17)

SUMÁRIO

03

SUMÁRIO

1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ...07

Introdução ... 07

Fundamentos da República Federativa do Brasil ... 07

Objetivos da República Federativa do Brasil ... 08

Princípios que Regem as Relações Internacionais ... 08

Princípio da Tripartição dos Poderes ... 09

Princípio Federativo ... 10

Princípio Democrático ... 12

Princípio Republicano ... 13

Presidencialismo ... 14

Questões Gabaritadas... 14

2. APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ... 15

Introdução ... 1 5 Classificação ... 1 5 Normas de Eficácia Social Plena ... 1 5 Normas de Eficácia Social Contida ... 16

Normas de Eficácia Social Limitada ... 16

Questões Gabaritadas... 18

3. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ... 18

Introdução ... 18

Teoria Geral dos Direitos Fundamentais ... 18

Força Normativa dos Tratados Internacionais ... 19

Dimensões dos Direitos Fundamentais ... 21

Titulares dos Direitos Fundamentais ... 22

Cláusulas Pétreas e os Direitos Fundamentais ... 22

Tribunal Penal Internacional - TPI... 22

Direitos X Garantias ... 22

4. DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ...23

Direito à Vida ... 23 Direito à Igualdade ... 25 Direito à Liberdade ... 26 Direito à Propriedade ... 30 Direito à Segurança ... 32 5. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ...39 Habeas Corpus ... 39 Habeas Data ... 40 Mandado de Segurança ... 40 Mandado de Injunção ... 41 Ação Popular ... 42 Questões Gabaritadas ... 42 6. DIREITOS SOCIAIS ...43 Introdução ... 43 Direitos da Sociedade ... 43

Direitos dos Trabalhadores ... 43

Direitos Coletivos dos Trabalhadores ... 46

Direito de Greve ... 47

Direito de Representação ... 47

7. DIREITO DE NACIONALIDADE ...47

Introdução ... 47

Critérios para Fixação da Nacionalidade Originária ... 48

Conflito de Nacionalidade ... 48

Nacionalidade Originária ... 48

Nacionalidade Secundária ... 49

Cargos Privativos de Brasileiros Natos ... 50

Perda da Nacionalidade... 5 1 8. DIREITOS POLÍTICOS ...52

Introdução ... 52

Direitos Políticos Positivos ... 53

Direitos Políticos Negativos ... 54

Cassação, Suspensão e Perda dos Direitos Políticos ... 56

Prazo para Impugnação do Mandato Eletivo ... 56

(18)

04

SUMÁRIO

9. PARTIDOS POLÍTICOS ...57

Natureza Jurídica dos Partidos Políticos ... 57

Direitos dos Partidos ... 57

Questões Gabaritadas ... 58 10. ORDEM SOCIAL ...58 Seguridade Social... 59 Saúde ... 60 Previdência Social ... 60 Assistência Social ... 61 Educação ... 62 Cultura ... 63 Desportos ... 64

Ciência, Tecnologia e Inovação... 65

Comunicação Social ... 66

Meio Ambiente ... 67

Família, Criança, Adolescente, Jovem e Idoso ... 68

Índios... 70

Questões Gabaritadas... 7 1 11. PODER EXECUTIVO ...72

Princípio da Tripartição dos Poderes ... 72

Princípio Federativo ... 73 Princípio Democrático ... 74 Princípio Republicano ... 75 Presidencialismo ... 76 Questões Gabaritadas ... 80 12. SEGURANÇA PÚBLICA ... 81 Órgãos ... 81

Polícia Administrativa X Polícia Judiciária ... 82

Polícia Federal ... 82

Polícia Rodoviária Federal ... 83

Polícia Ferroviária Federal ... 83

Polícia Civil ... 83

Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar ... 84

Guarda Municipal ... 84

(19)

INTRODUÇÃO

05

Introdução ao estudo do Direito

Constitucional

Noções Gerais

O Direito Constitucional é o ramo do direito público responsável pelo estudo da norma mais importante do direito brasileiro: a Constituição Federal. Esta é a norma fundamental do Estado Brasileiro pois nela contém os princípios que regem a República Federativa do Brasil, normas de organização do estado e dos poderes e, o mais importante, os direitos e garantias fundamentais.

A Constituição atual foi promulgada em 1988 e ao longo desses anos já foi emendada mais de 90 vezes. Sig-nifica dizer que durante esse período, várias alterações foram incorporadas ao seu texto. Então tenha muito cui-dado com os textos constitucionais que você utiliza em seus estudos mantendo-os sempre atualizados.

Por ser tão importante e conter estes temas valiosos, a própria Constituição escolheu um órgão responsável para protegê-la: o Supremo Tribunal Federal. O STF é o órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro e além de guardião da Constituição, ele também é o interprete do texto constitucional. Quando o Supremo interpreta a Constituição ele produz o que chamamos de Jurispru-dência. Ao longo do nosso estudo a jurisprudência deste órgão do Judiciário será de extrema importância para nossas provas.

Mas essa função de intérprete não pertence apenas ao Supremo, pois existem estudiosos que analisam o tex-to constitucional e constroem teorias interpretativas as quais chamamos de Doutrina. A doutrina é o resulta-do resulta-do esturesulta-do realizaresulta-do por vários resulta-doutrinaresulta-dores acerca da Constituição Federal. Estes estudiosos escrevem suas obras as quais nos dão embasamento para melhor com-preensão do texto da constituição.

Para que o nosso estudo seja bem completo, nesse trabalho utilizarei várias doutrinas diferentes bem como as decisões proferidas pelo STF que são mais relevantes para sua prova. A idéia com esse material, é que você es-teja preparado para fazer inúmeros concursos públicos cujo conteúdo de direito constitucional esteja previsto no edital.

Metodologia de estudo

Para que seu estudo do direito constitucional seja mais eficaz, gostaria de deixar algumas dicas para você que está iniciando nesse mundo dos concursos. Existem três pilares fundamentais para o seu aprendizado desta disciplina. São três ações que se forem bem realizadas gerarão um grande resultado em suas provas.

Minha primeira sugestão para o seu estudo, é que você leia o texto puro da Constituição. Não é para ler toda a Constituição mas apenas os artigos previstos no seu edital. Neste material costumo salientar os dispositivos mais importantes cobrados em prova mas você precisa ler outros dispositivos relacionados com cada conteúdo pois eles te auxiliarão sobremaneira no seu aprendizado. A segunda dica que deixo para você diz respeito a

leitura deste material junto com o seu caderno. Desco-nheço material mais poderoso de estudo que um bom caderno com todas as anotações das aulas. O caderno além de conter o que mais importa em um concursos, ainda facilita sua memorização pois foi construído por você mesmo. Então nunca dispense suas anotações. A idéia desta apostila é conter os tópicos mais relevantes como se fosse um caderno, por isso sugeri que estudasse os dois, tanto a apostila quanto o caderno.

Agora, se você realmente quer ser aprovado em um concurso além de tudo isso, você precisa fazer muitos exercícios. Quando falo muitos, quero dizer que você precisa fazer inúmeros exercícios. Quanto mais exer-cícios fizer sobre a matéria, mais ela se fixará em sua mente e maior será sua chance de resgatar esse conhe-cimento no momento da prova. Essa terceira dica fará com que seu desempenho nas provas aumente de forma considerável.

Acredito que com essas dicas o seu sucesso no apren-dizado dessa matéria virá muito rápido e como conse-qüência natural, a sua aprovação chegará.

Feitas essas considerações iniciais, aproveite agora para iniciar a leitura deste material e aprender esta ma-ravilhosa disciplina chamada Direito Constitucional.

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CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais

07

1. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Introdução

Os princípios fundamentais, também chamados de princípios constitucionais, são um con-junto de diretri-zes que fundamentam a organização do estado e dos seus poderes além de orien-tar o estabelecimento dos direitos e garantias fundamentais. Seu papel essencial dentro da consti-tuição acaba por se desdobrar em toda estrutura da norma fundamental sendo possível encon-trar seus preceitos estampados em todos os artigos que compõem a Constituição Federal.

Por uma razão lógica, os princípios estão previstos topograficamente entre os artigos 1 e 4 da constituição sendo que os estudaremos em dois momentos distintos. Primeiramente, veremos três grupos distintos que estão nesses artigos:

a. Fundamentos da República Federativa do Brasil

b. Objetivos da República Federativa do Brasil c. Princípios que regem as relações interna-cionais

Uma vez comparados essas espécies, analisaremos outros princípios de natureza estrutu-rante do Estado que são de suma importância para sua prova:

a. Princípio Federativo

b. Princípio da tripartição dos poderes

c. Princípio republicano

d. Princípio democrático

e. Presidencialismo

Somente após esse estudo será possível avançar nos conteúdos mais específicos os quais são mero desdobra-mento das diretrizes aqui estudadas.

Vamos começar?

Fundamentos da República Federativa

do Brasil

O artigo 1 da Constituição federal apresenta como primeira norma fundamental o rol dos fundamentos, que como o próprio nome diz, fundamentam, embasam, dão suporte para todas as demais normas constitucionais. Inevitavelmente, cada fundamento encontra seu des-dobramento na estrutura exalando sua marca por todo texto constitucional. Leiamos o artigo 1º da Constitui-ção Federal para que você o entenda melhor

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Fe-deral, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania; II - a cidadania

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.

Este artigo possui dois tipos de abordagem em prova de concurso.

Na primeira forma, costuma-se cobrar a literalida-de do texto constitucional, ou seja, eles perguntam quais são os fundamentos da República Federativa do Brasil. Para acertar essa ques-tão, basta memorizar o dispositi-vo. Para ajudá-lo nessa tarefa, costumo compartilhar um mnemô-nico bem famoso entre os concurseiros formado pelas iniciais de cada inciso: SO CI DI VA PLU.

Como segunda forma de cobrança nas provas, já em uma perspectiva mais aprofundada, costuma-se analisar cada fundamento em particular, e é isso que faremos agora.

O primeiro fundamento é a soberania. Trata-se de um dos elementos do estado moderno. Entende-se como sendo soberania o poder que o estado tem de obrigar os indivíduos a respeita-rem sua vontade. Esta relação en-tre o estado e o povo revela a chamada soberania inter-na, que é a capacidade do estado de impor sobre o povo a sua vontade ainda que para isso tenha que utili-zar sua força coercitiva. Mas a soberania também se manifesta em sua forma externa, entenden-do-se como tal, a que gera o reconhecimento dos outros estados soberanos de que o Brasil é in-dependente dos demais países do mun-do.

Como segundo fundamento aparece a cidadania que se manifesta pelo exercício dos direi-tos políticos. Cida-dania decorre do regime de governo democrático ado-tado no Brasil, o qual per-mite aos cidadãos, membros do povo titulares de direitos políticos, de participarem das decisões governamentais interferindo nos rumos do país. Essa participação, conforme veremos em momento oportuno, se dará de forma direta ou indireta garantindo assim que os cidadão escolham seus representantes ou participem diretamente das decisões políticas mais rele-vantes. Esse tema já foi cobrado em prova de forma mais aprofundada reconhecendo como exercício da cidadania a participação de pessoas nas atividades políticas popu-lares, ainda que não titulares dos direitos políticos. É o que ocorre quando um estrangeiro ou um adolescente menor de 16 anos vai à uma manifestação de rua que protesta pelo fim da corrupção. Eles não são titulares da condição jurídica de cidadão, mas exercem a cidadania em sua amplitude mais ampla.

O terceiro fundamento é reconhecido pela doutri-na como o princípio fundamental de maior valor da constituição ou como preferem algumas bancas, como princípio de elevado nível axiológico. A dignidade da pessoa humana é considerado um “sobre-princípio”, o qual influencia até os outros princípios. Ele se manifes-tará em cada dispositivo constitucional, principalmente no campo dos direitos fundamentais, em todas as suas dimensões, os quais guardam estreita relação com esse princípio. Tanto o Estado, quanto os particulares devem observar as diretrizes que se desdobram desse princípio. Trata-se de um núcleo mínimo que deve ser garantido a todo ser humano e que a cada dia deve ser ampliado visando sempre a satisfação das necessidades vitais bá-sicas dos indivíduos.

O valor social do trabalho e da livre iniciativa

(22)

08

DIREITO CONSTITUCIONAL

dois princípios estampados em um mesmo inciso, e não é à toa. No mesmo momento em que a Constituição re-solve adotar como modelo econômico vigente no país o capitalismo, caracterizado aqui pela livre iniciativa, ela também equilibra o poder econômico com os direi-tos dos trabalhadores. Naturalmente, a livre iniciativa é uma força antagônica a preservação dos direitos dos tra-balhadores, simplesmente porque o capitalismo sempre busca o menor custo e o maior lucro, e às vezes, essa estratégia onera sobremaneira a condição de existência dos trabalhadores. Por isso eles aparecem no mesmo in-ciso, como uma balança equilibrada.

Olha como as bancas podem questionar esse tema em prova:

Questão Comentada

(CESPE/FUB/2015) A livre iniciativa, funda-mento da República Federativa do Brasil, possui valor social que transcende o interesse do em-preendedor, merecendo proteção constitucional apenas quando respeitar e ajudar a desenvolver o trabalho humano. Por isso, não se coaduna com a CF empreitada que deixe de assegurar os direitos sociais dos trabalhadores.

Questão correta.

Comentário: O princípio da livre iniciativa que protege o empreendedor no Brasil encontra-se mitigado pelo princípio do valor social do trabalho. Desta forma, toda atividade fomentada pelo capitalismo deve respeitar os direitos sociais dos traba-lhadores como obediência direta do texto constitucional.

Por fim, a constituição consagra o pluralismo po-lítico como um dos fundamentos da república. Trata-se de um princípio atrelado a liberdade de expressão pro-tegida constitucionalmente, que ampara a pluralidade de ideias e sua convivência harmônica entre os diver-sos setores ideológicos do país. Muito cuidado em prova pois as bancas costumam confundi-lo com pluralismo partidário. O pluralismo partidário é uma das formas de manifestação do pluralismo político, contudo, não se res-tringe a isso. O pluralismo político é muito mais do que a possibilidade de termos vários partidos políticos. Diz respeito também a liberdade religiosa, liberdade artís-tica, liberdade de expressão, de manifestação do pen-samento e todas as demais liberdades que registrem a diversidade cultural da nossa sociedade.

Objetivos da República Federativa do

Brasil

O artigo 3º da Constituição Federal consagra os obje-tivos da república federativa do Brasil. São metas, fins a serem perseguidos pelo estado objetivando o atingimen-to de um estado de bem-estar social. Por serem ações a serem perseguidas pelo poder público, possuem graus de concreti-zação diferentes os quais fatalmente não são realizados em sua plenitude, revelando assim, seu cará-ter de norma programática. Vejamos o que diz o artigo:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional;

III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualda-des sociais e regionais;

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Aqui também compartilho um mnemônico que o aju-dará na memorização desses dispositi-vo além de facili-tar a diferenciação entre ele e os demais princípios fun-damentais: COM GA ER PRO. Veja que aqui também se utilizou as iniciais das primeiras palavras de cada inciso. Pode ter certeza que na hora da prova isso te colocará em uma posição de vantagem sobre seus concorren-tes.

Dois pontos merecem atenção. Primeiramente, no caso do inciso III perceba que a pobreza e marginaliza-ção devem ser erradicadas enquanto que a desigualdade social deve ser reduzida. Em segundo lugar, o destaque para a decisão do Supremo Tribunal Federal que reco-nhece o direi-to à união estável dos casais homoafetivos tendo como base o inciso IV que prevê o bem de todos sem preconceito de sexo.

Princípios que Regem as Relações

Internacionais

E finalmente o artigo 4º da Constituição traz os prin-cípios que regem as relações internacionais do Brasil sempre tendo como base o fundamento da soberania co-locando-o em pé de igualdade com os demais países do mundo. E assim diz o artigo:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da hu-manidade;

X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil bus-cará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comu-nidade latino-americana de nações.

Analisando cada um dos incisos é possível encontrar algumas questões interessantes que podem ser cobradas em sua prova. O inciso I traz a independência

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nacio-CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais

09 nal como primeiro princípio, de origem direta da

sobe-rania do Estado em sua modalidade externa. Revela a relação equi-parada entre os estados soberanos cuja vi-são de soberania é recíproca entre todos. Rejeita-se aqui a ideia de qualquer forma de subjugação de um estado sobre o outro.

O inciso II como desdobramento da dignidade da pessoa humana reafirma o compromisso do país com a

prevalência dos direitos humanos. Esse princípio se desdobra ao longo da Constituição em inúmeros direi-tos e garantias fundamentais que reforçam os principais tratados internacionais ratificados pelo Brasil e que for-talecem a luta pelos direitos humanos no mundo. É um compromisso importantíssimo que explica as várias leis protetivas do ser humano adotadas no país.

O inciso III, seguindo a mesma direção do princípio anterior, defende a idéia de autodeterminação dos povos como sendo a possibilidade de cada povo escolher seu próprio destino. Isso significa que cada povo tem o direito de optar pela direção política que lhe convir bem como decidir a melhor forma de resolver seus conflitos internos. Ao mesmo tempo em que reforça a autonomia do estado, também coibi a interferência de outros países. Complementando o principio anterior, o inciso IV apresenta o princípio da não-intervenção, esse com um viés mais direto quanto a possibilidade de interven-ção dos países um no outro. A idéia aqui é reforçar mais ainda a soberania e a igualdade dos estados.

E por falar em igualdade entre os estados, esse é o princípio previsto no inciso V. Nenhum estado é mais que o outro, apensar das diferenças econômicas e polí-ticas. Ao se falar em igualdade, busca-se proteger a im-portância que cada Estado possui independente do seu tamanho geográfico ou grandiosidade econômica. Rejei-ta-se aqui a idéia de hierarquia entre os países.

De todos os princípios, nada mais atual que a defesa da paz, que para o Brasil, não é muito difícil concreti-zá-lo. A força armada brasileira tem atuado na defesa do território nacional e desempenhado uma função im-portantíssima em missões de paz pelo mundo reforçan-do sua bandeira pela paz. Não se fala na atualidade em qualquer conflito internacional em que o país participe como protagonista.

Em sentido complementar ao princípio anterior, o Brasil busca a solução pacifica dos conflitos. Perce-be-se isso claramente quando intermediamos conflitos internacionais entre outros estados, sempre com uma postura conciliadora. Essa, inclusive, tem sido uma mar-ca registrada do país no cenário mundial.

O inciso VIII, em consonância com o cenário mun-dial, proclama o repudio ao terrorismo e ao racis-mo. Em tempos de proliferação de grupos terroristas pelo mundo, o Brasil avança nesse sentido manifestando desde 1988, oposição contraria a estas práticas.

Outra medida alinhada com o atual cenário político mundial, a cooperação dos povos para o progresso da humanidade tem levado o país a uma posição de relevância, principalmente em razão das pesquisas cien-tificas que tem acelerado a evolução de inúmeras áreas do conhecimento. Destacamos a integração em prol da descoberta de curas para doenças e na preservação

am-biental.

Fechando o rol dos princípios, temos no inciso X com a garantia de concessão de asilo político oferecida pelo estado brasileiro para todos os estrangeiros que se sentirem perseguidos em seu país por questões ideoló-gicas ou políticas, que requererem o asilo, e cujo deferi-mento seja autorizado pelo país.

O rol de princípios que acabamos de ver é constante-mente cobrado em prova em questões que exigem a sua memorização. Para auxiliá-lo costumo ensinar um mne-mônico composto das iniciais de cada princípio. Para fa-cilitar minha memorização, mudei a ordem das iniciais:

A IN DE NÃO CON PRE I RE CO S.

O artigo 4º encerra o tema das relações internacio-nais do país com a diretriz para que o Brasil busque a integração com os povos da América Latina. Trata-se de integração envolvendo as áreas econômicas, política, so-cial e cultural. Esse estreitamento na relação entre os estados envol-vidos espelha o que já ocorre na Europa com a Zona do Euro. Em questões mais simples, já se substituiu o termo “América Latina” por “América do Sul, e, obviamente, a questão foi considera-da errada. Também já se perguntou se essa integração significava a participação do Brasil no Mercosul, e que também fora considerada errada em razão da orientação constitucio-nal não restringir a referida situação apenas aos países da América do Sul. Para efeito de memorização do dis-positivo, deixo-o registrado abaixo:

Art. 4º, Parágrafo único. A República Federativa do Bra-sil buscará a in-tegração econômica, política, social e cul-tural dos povos da América La-tina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Princípio da Tripartição dos Poderes

Conhecido como Princípio da Separação dos Pode-res, objetiva a limitação do poder estatal evitando assim, abusos cometidos por seu titular. Alguns filósofos perce-beram que se o Poder do Estado estivesse dividido entre três entidades diferentes, seria possível que a socieda-de exercesse um maior controle socieda-de sua utilização. Seu principal expoente foi Montesquieu que através da sua obra “O espírito das Leis” propõe a divisão dos poderes do Estado em três, sendo que cada um dos poderes de-sempenharia uma função específica:

01. Poder Executivo – função principal (típi-ca) de administrar o Estado;

02. Poder Legislativo – função principal (tí-pica) de legislar e fiscalizar as contas públicas;

03. Poder Judiciário – função principal (típi-ca) jurisdicional.

O termo separação de poderes tem recebido forte crítica da doutrina à medida que denota a existência de três poderes, enquanto na verdade só existe um poder, o poder do estado. Melhor do que enxergar três poderes, é enxergar três funções do poder do estado. Por esta razão, a doutrina tem preferido encarar o princípio como uma

(24)

10

DIREITO CONSTITUCIONAL

divisão funcional do poder estatal ao invés de considerar a existência de três poderes.

Como se pode perceber, a função principal desempe-nhada pelo poder é chamada de função típica. Apesar de cada um possuir sua própria função ela não será exerci-da de forma absoluta ou exclusiva pelo poder que a de-tém sob pena de engessar o funcionamento estatal. Para solucionar esse problema a Constituição Federal criou uma dinâmica em que cada poder exerce além da sua função, a função do outro poder de forma acessória, ou como preferem algumas bancas, de forma atípica. Sendo assim teremos o seguinte:

01. Poder Executivo – função atípica de le-gislar e julgar;

02. Poder Legislativo – função atípica de ad-ministrar e julgar;

03. Poder Judiciário – função atípica de ad-ministrar e legislar.

Caso te perguntem em prova qual dos três poderes é maior ou mais importante, a resposta a ser dada deve ser nenhum. Não existe hierarquia entre os três poderes. Ninguém manda em ninguém. O que existe entre eles é uma relação de harmonia e independência como prevê expressamente o artigo 2º da Constituição Federal:

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmôni-cos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Com o intuito de proteger esse equilíbrio, o direito constitucional brasileiro importou do direito norteameri-cano uma teoria chamada de Sistema de Freios e Contra-pesos (checks and balances). Para essa teoria, nenhum poder é tão poderoso ou independente que não dependa do outro poder. Significa dizer que em algumas situa-ções expressamente previstas na carta fundamental as atribuições de um poder dependerão da participação de outro poder em uma espécie de controle recíproco. Para facilitar sua compreensão, listo abaixo algumas situa-ções em que se percebe a aplicação desse sistema:

01. A criação de uma lei – O Poder Legisla-tivo é responsável pela elaboração da lei. Em se--guida ela deve passar pelo Poder Executivo que a sancionará. E caso essa lei seja por algum motivo inconstitucional, o responsável por essa declara-ção será o Poder Judiciário;

02. Crime de responsabilidade – Quando o Chefe do Poder Executivo da União é acusado pela prática deste crime, a formalização do pro-cesso se dará no Poder Legislativo que autorizará o início do processo e o julgará. O presidente do Supremo presidirá a sessão de julgamento;

03. A escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal – A escolha deve ser feita pelo Presidente da República que após aprovada pelo Senado possibilitará a nomeação do ministro. Como você pode perceber nestes exemplos, que já foram cobrados em prova, a execução de uma atividade

administrativa depende da participação de pelo menos dois poderes. Todas as vezes que isso ocorrer teremos o sistema de freios e contrapesos. Caso a execução da atividade administrativa seja feita apenas por um dos poderes, teremos aqui a separação dos poderes. Pode-se dizer, portanto, que o sistema de freios e contrape-sos é exceção a separação dos poderes.

Outra informação importantíssima para sua prova, é que este princípio encontra-se listado no rol de cláusulas pétreas, ou seja, ele não pode ser retirado, abolido ou diminuído da Constituição Federal nos termos do artigo 60, §4º, III:

Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

III - a separação dos Poderes;

Princípio Federativo

Temos aqui a Forma de Estado adotada no Brasil. Mas o que significa uma forma de esta-do? Significa o modo como o poder político é exercido dentro do terri-tório nacional.

A classificação mais comum acerca das formas de es-tado adotadas no mundo divide-se em duas espécies:

01. Estado Unitário – o poder político é centralizado o qual encontra-se concentrado nas mãos de apenas uma pessoa jurídica;

02. Estado Composto (complexo) – o poder político é descentralizado, ou seja, está distribuí-do nas mãos de várias pessoas jurídicas.

A forma federativa de estado é uma espécie de forma composta (complexa), visto que existe uma pluralidade de poderes políticos internos. Como característica prin-cipal, destaca-se a descentralização política do Estado cuja representação se dá por meio de quatro entes:

01. União 02. Estados 03. Distrito Federal 04. Municípios

Estes entes federativos, também chamados de entes políticos, são pessoas jurídicas de direito público interno, ou seja, possuem personalidade jurídica, cuja atuação é regulada por normas de direito público e a representati-vidade jurídica se dá no âmbito interno do país. Cada um possui sua própria autonomia política e isso não significa que sejam soberanos. Ente federativo não possui so-berania. A soberania é atributo pertencente apenas ao Estado Federal, ou seja, a República Federativa do Brasil. Em relação a esta característica, veja como já foi cobrada em concurso:

Questão Comentada

(FCC/DPE-RS/2013) Os Estados, Municípios e Distrito Federal são Estados Nacionais soberanos

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CAPÍTULO 01 - Princípios Fundamentais

11

e regem-se pelo princípio democrático. Questão errada.

Comentário: Como acabamos de ver, os entes federativos não são dota-dos de soberania. Este atributo pertence a República Federativa do Brasil como um todo. O que os entes federativos possuem é autonomia.

Ao falar em autonomia, dizemos que que cada ente federativo possui sua própria capacidade política, ou seja, cada ente terá a liberdade para se auto determinar, e esta capacidade se manifesta por meio da auto-organi-zação, autogoverno, autoadministração e auto-legislação.

Auto-organização é a capacidade que o ente tem de se auto-organizar através de sua norma fundamental. Os estados se organizam através das constituições esta-duais, já os municípios e o DF através da lei orgânica.

Autogoverno é a capacidade que cada ente possui de escolher seus próprios representantes do poder exe-cutivo e legislativo através das eleições.

Autoadministração é a capacidade que cada ente possui para administrar-se, gerir suas contas, planejar seus orçamentos, cobrar seus tributos conforme a distri-buição das competências na Constituição Federal.

Auto-legislação é a capacidade que cada ente tem de criar suas próprias normas conforme a distribuição das competências constitucionais.

Mesmo reconhecendo a autonomia destes entes, al-gumas características de preservação do pacto federati-vo são essenciais nesta forma de estado. Primeiramente, destaca-se a existência de uma Constituição Fede-ral como norma fundamental do Estado Federal. Ela di-tará as regras de funcionamento do estado e repartirá as competências entre os entes federativos.

Decorre também deste princípio a proibição de se-cessão ou separação dos entes (Princípio da Indis-solubilidade do vínculo federativo). Este princípio impede que algum ente federativo tente se desvincular do pacto garantindo-se assim a unidade do estado fede-ral. Caso algum ente federativo tente se separar, a Cons-tituição Federal permitirá a relativização da autonomia federativa através da Intervenção Federal ou Estadual.

Não existe hierarquia entre os entes federati-vos, ou seja, nenhum ente federativo é maior que o outro ou mais poderoso. Todos os entes se encontram na mes-ma posição jurídica distinguindo-se pelas competências.

Ressalte-se ainda a possibilidade de participação dos Estados e do Distrito Federal na construção da vontade política nacional através do Senado Fe-deral. Cada Estado e o Distrito Federal serão represen-tados no Congresso Nacional através de três membros. Essa representação é um instrumento importantíssimo no fortalecimento da autonomia federativa desses entes.

E por fim, uma das características mais importantes do estado federal, a existência de uma norma

fun-damental, a Constituição Federal, bem como de um guardião desta norma, o Supremo Tribunal Federal.

Acerca da formação da federação brasileira, a dou-trina apresenta algumas características que norteiam nosso modelo federativo:

01. Tricotômica – diz-se que a federação é tricotômica em razão da divisão de poder em três níveis: federal, estadual e municipal. Significa dizer que em cada esfera de poder, haverá uma manifestação da competência distinta e adequada a sua abrangência terri-torial. Muitos perguntam: e o Distrito Federal? Ele não é considerado nesta classifica-ção? Não, pois o DF possui competên-cia híbrida, funcionando como se fosse um estado ao mesmo tempo que poderá agir como se fosse município;

02. Centrífuga – a federação brasileira é classificada como centrífuga em razão da forma como foi criada, ou seja, ela surgiu em um movi-mento “de dentro para fora”, como em uma centri-fugadora. Havia um estado unitário, com o poder político centralizado. Com a criação do estado fe-deral, este poder sai das mãos de uma só pessoa e passa a per-tencer a várias pessoas. Deixa de ser centralizado para se tornar descentralizado. É um movimento de dentro (centro) para fora. Diferen-temente foi a formação norte-americana, que é classificada como centrípeta. Lá, o movimento foi ao contrário. Vários estados soberanos abriram mão da sua soberania em prol do Estado Federal. De fora para dentro.

03. Por desagregação – essa característi-ca só reforça a ideia de que o poder central se descentraliza com a formação do estado federal. É como se o poder central se desagregasse per-mitindo que os demais entes federativos também usufruíssem do poder político.

E lembrem-se: a Forma Federativa de Estado é uma cláusula pétrea. Essa é a leitura do texto consti-tucional no artigo 60, § 4º, I da CF:

Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I – a forma federativa de estado;

Quando juntamos esses dois princípios constitucio-nais, o princípio da tripartição dos poderes e o princípio federativo, torna-se possível enxergar de forma mais clara como o estado brasileiro está organizado:

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12 DIREITO CONSTITUCIONAL

UNIÃO

Poder Exercutivo= Presidente da República Poder Legislativo= Congresso Nacional Poder Judiciário= STF e demais órgãos judiciais federais

ESTADOS

Poder Exercutivo= Governador Poder Legislativo= Assembléia Legislativa Poder Judiciário= Tribunais de Justiça

MUNICÍPIOS

Poder Exercutivo= Prefeito Poder Legislativo= Câmara de Vereadores Poder Judiciário= NÃO EXISTE

DISTRITO

FEDERAL

Poder Exercutivo= Governador Poder Legislativo= Câmara Legislativa Poder Judiciário= Tribunal de Justiça

Princípio Democrático

A democracia é o Regime de Governo ou Regime Político adotado no Brasil. Esse princípio informador decorre da adoção feit a pelo const it uinte originário pelo Est ado Democrático de Direit o, est e, fruto da evolução

do Est ado de Direit o e do Est ado Democrático. Essa com-posição exige do est ado brasileiro o respeit o às leis e a dignidade da pessoa humana.

Abraham Lincoln defi ne com muit a precisão o que seria a democracia:

Democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo.

Esse conceit o, fruto da soberania popular, fi cou es-tampado na nossa Const it uição no parágrafo único do artigo 1º da CF:

Art. 1º, Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou direta-mente, nos termos desta Constituição.

Veja que a Const it uição Federal afi rma que o poder do Est ado não nasce do Est ado, ele nasce das mãos do povo. É o povo quem confere ao Est ado o poder para que represente e satisfaça as necessidades de toda a socie-dade. Gost aria que você tivesse muit o cuidado com os termos jurídicos utilizados nesse tema pois a Const it ui-ção acaba não fazendo dist inções relevantes e que cos-tumam cair em prova.

O termo jurídico “povo” quando utilizado aqui, acaba induzindo o leit or a uma compreensão equivocada. Povo são todos os indivíduos que possuem vínculo jurídico com o Est ado, ou seja, são os sujeit os de direit os e obri-gações. Est á relacionado a nacionalidade do indivíduo. O povo é formado pelos brasileiros natos e naturalizados.

Quando falamos no exercício da democracia, obriga-toriamente precisamos analisar o conceit o de cidadania, princípio fundamental que rege o Brasil. A cidadania é a condição jurídica que permit e ao indivíduo participar das decisões políticas e governamentais. Para ser cida-dão é preciso fazer parte do povo, mas nem todos do povo podem ser considerados cidadãos. A cidadania no Brasil é adquirida com o alist amento eleit oral que só ocorre a partir dos 16 anos de idade. Logo, é possível que um brasileiro, membro do povo, não seja cidadão.

Conclui-se portanto que, os conceit os de naciona-lidade e cidadania são dist intos. Nacionalidade é o que gera a condição de povo enquanto que a cidadania é a tit ularidade dos direit os políticos.

Mesmo havendo essa diferença no conteúdo dos dois inst it utos jurídicos, a Const it uição não se preocupou muit o com esse detalhe aqui ao afi rmar que o poder do est ado é exercido pelo povo de forma direta ou por meio de representantes. Quem exerce o poder são os cidadãos que podem fazê-lo de duas formas: direta ou indireta.

Falamos de democracia direta quando o tit ular do po-der político a exerce sem intermediários, ou seja, quando o cidadão utiliza-se de ferramentas específi cas para in-terferir diretamente na vontade política do Est ado. Veja o que prevê o caput do artigo 14 da CF:

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito; II - referendo;

Referências

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