www.rbceonline.org.br
Revista Brasileira de
CIÊNCIAS DO ESPORTE
ARTIGO ORIGINAL
Aplicac ¸ão das leis 10.639/03 e 11.645/08 nas aulas de educac ¸ão física: diagnóstico da rede municipal de Fortaleza/CE
Arliene Stephanie Menezes Pereira
a,b,∗, Daniel Pinto Gomes
c,d, Klertianny Teixeira do Carmo
ee Eduardo Vinicius Mota E. Silva
faInstitutoFederaldeEducac¸ão,CiênciaeTecnologiadoCeará(IFCE),GrupodePesquisaCorponexões:Corpo,Culturae Sociedade,Fortaleza,CE,Brasil
bUniversidadeFederaldoRioGrandedoNorte(UFRN),GrupodePesquisaEstesia:Corpo,FenomenologiaeMovimento,Natal, RN,Brasil
cInstitutoFederaldeEducac¸ão,CiênciaeTecnologiadoCeará(IFCE),Fortaleza,CE,Brasil
dMinistériodoEsporte,CentrodeDesenvolvimentodoEsporteRecreativoedoLazer(Cedes),NúcleoCeará,Fortaleza,CE,Brasil
eUniversidadeFederaldoCeará(UFC),InstitutodeEducac¸ãoFísicaeEsportes(Iefes),GrupodeEstudosemEducac¸ãoFísica EscolarSaberesemAc¸ão,Fortaleza,CE,Brasil
fUniversidadeFederaldoCeará(UFC),InstitutodeEducac¸ãoFísicaeEsportes(Iefes),Fortaleza,CE,Brasil
Recebidoem11demarçode2018;aceitoem20dejunhode2018 DisponívelnaInternetem29dejulhode2018
PALAVRAS-CHAVE Educac¸ãofísica;
Relac¸õesétnicas;
Lei10.639/03;
Lei11.645/08.
Resumo Otrabalhodesenvolveuumapesquisapormeiodequestionáriosonlinecom55profes- soresdeeducac¸ãofísicadaredemunicipaldeFortaleza/CE,atuantesnassériesde6◦a9◦ano.
Objetivouanalisaroconhecimentoeaaplicac¸ãodasleis10.639/03e11.645/08.Identificou-se queamaioriados professoresnãosabe doquetratamasleis. Mesmo queosdocentes não tenhamconhecimento,trabalhamatemáticaétnicanaescolaeafirmamqueoconteúdofaz partedadisciplina.Conclui-sequeéprecisoremodelaraspráticaspedagógicas,noquetangea temática,darumamaioratenc¸ãoàformac¸ãodeprofessoresparatalassunto,diantedodesafio deconstruírem-secaminhosparaoensino.
©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´e umartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/
by-nc-nd/4.0/).
KEYWORDS Physicaleducation;
Ethnicalrelations;
Law10.639/03;
Law11.645/08.
Application oflaws 10.639/03 and 11.645/08 in the lessonsof physical education:
diagnosisofthemunicipalnetworkofFortaleza/CE
Abstract Theworkdevelopedaresearchthroughonlinequestionnaireswith55PhysicalEdu- cation teachersofthemunicipal networkofFortaleza/CE,actinginthegrades6to9. The objectivewas toanalyze the knowledgeandapplicationoflaws 10.639/03and11.645/08.
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:stephaniece@hotmail.com(A.S.Pereira).
https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.06.004
0101-3289/©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobuma licenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
Ithasbeenidentifiedthatmostteachersdonotknowwhatthelawsareabout.Eventeachers whoarenotawareofit,workonethnicracialissuesatschool,andclaimthatcontentispartof thediscipline.Itisconcludedthatitisnecessarytoreshapethepedagogicalpractices,regarding thesubjectmatter,givinggreaterattentiontothetrainingofteachersforthissubject,facing thechallengeofconstructingnewavenuesforteaching.
©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense(http://creativecommons.org/licenses/by- nc-nd/4.0/).
PALABRASCLAVE Educaciónfísica;
Relacionesétnicas;
Ley10.639/03;
Ley11.645/08
Aplicación delasleyes n.10.639/03 y11.645/08 enlasclases deeducación física:
diagnósticodelaredmunicipaldeFortaleza/CE
Resumen Eltrabajoincluyóunaencuestamediantecuestionariosonlinea55profesoresde educaciónfísicadelaredmunicipaldeFortaleza/CE,quedanclasealoscursosde6.◦a9.◦a˜no.
Elobjetivofueanalizarelconocimientoylaaplicacióndelasleyes10.639/03y11.645/08.Se identificóquelamayoríadelosprofesoresnosabedequétratanlasleyes.Inclusolosdocentes quenotienenconocimientotrabajanlatemáticaétnico-racialenlaescuelayafirmanqueel contenidoformapartedeladisciplina.Seconcluyequeesnecesarioremodelarlasprácticas pedagógicas enloque se refiereala temática yhacer mayorhincapié en laformación de profesoresenesetemaanteeldesafíodetendernuevasvíasparalaense˜nanza.
©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Estees unart´ıculoOpenAccessbajolalicenciaCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/
by-nc-nd/4.0/).
Introduc ¸ão
A educac¸ão básicade qualidadeé umdireito social e um processo dedesenvolvimento humano, é assim citada nas DiretrizesCurricularesNacionaisdaEducac¸ãoBásica(DCN) (Brasil,2013).Aeducac¸ãoescolarcorrespondeaumespac¸o socioculturaleinstitucional,responsávelpelotratopedagó- gicodaculturaedoconhecimento.
A promulgac¸ão das leis n◦ 10.639/03 (Brasil, 2003) e n◦11.645/08(Brasil,2008),quealteraramaLeideDiretrizes eBasesdaEducac¸ãoNacionalparaincluiraobrigatoriedade das temáticas Históriae Cultura Afro-Brasileira e História eCultura Afro-Brasileirae Indígena,respectivamente,nos estabelecimentosdeensinofundamentalemédio,foifruto deumgrandeprocessodelutaspolíticasesociais(Gomes, 2011) e representouo reconhecimento daimportância de valorizarahistóriaeculturadopovonegrocomoformade repararosdanoscausadosàsuaidentidadeeaosseusdirei- tosdesde aescravatura atéos diasatuais(Santos, 2007).
Essetipodelegislac¸ãosecoadunacomosparadigmasatuais daeducac¸ãopautadossobreaégidedaeducac¸ãoparatodos edaeducac¸ãoparaadiversidade.
Essasleisprocuramatenderànecessidadedeconstruc¸ão de uma educac¸ão igualitária, rumo a pedagogias que possibilitem a desconstruc¸ão de verdades estabelecidas e engendradas nos currículos oficiais, nos livros didáti- cos e nas diversas práticas estabelecidas no cotidiano escolar, por meio de discursos fundamentados em uma perspectivacolonizadora,reprodutora deumacosmovisão europeia,masculina,heteronormativa,elitistaeadultocên- trica(CorsinoeConceic¸ão,2016,p.7).
Apesar da grande expectativa com sua promulgac¸ão, sabe-se que a tal efetivac¸ão, como política pública, tem enfrentado diversos percalc¸os, mas que, por meio da fiscalizac¸ãogovernamentalemobilizac¸ãodasociedade,esse direito à diversidade étnica deve ser garantido (Gomes, 2011).Umdosmotivosquedificultamaaplicac¸ãodaleitem sidoaresistênciademuitosprofessoresqueentendemnão haverrelac¸ão entre suas disciplinas e a temática, nãose sentirempreparadosouobrigadosaaplicá-la.Esseentendi- mentopodetersidofomentadoporocasiãodosseuscursos deformac¸ão profissionalounasescolas onde lecionamou lecionaram.Ou seja,oscursos decomplementac¸ão peda- gógica(noscasosdeprofessorescomníveldeescolaridade superior) ou oscursos de formac¸ão de professores (equi- valentes ao segundo grau) não dedicam qualquer ênfase ou,melhorainda,desconhecemaespecificidadedaquestão étnicabrasileira. Dessamaneira, os professores assumem adirec¸ão deumasalade aula semter noc¸ão dosproble- masque irão enfrentar; na maioria das vezesas soluc¸ões paraosconflitos emergentes sãobuscadas nobomsenso, napráticacotidiana,independentementedequalquerlastro pedagógico(Munanga,2005,p.58).
Porém,como pensar aescola apública, desatentadas relac¸õesétnicasque fazemparte daconstruc¸ãohistórica, culturalesocialdestepaís?Comopensaressasrelac¸õesfora doconjuntodasrelac¸õessociais?Paraqueaescolaavance nasdiscussõesentresaberes escolarese de identidade, é precisoqueacomunidadeescolarcompreendaqueoespac¸o eocontextoescolartambémsãoformadospordimensões comoasdiferentesidentidades,acultura,adiversidade,as relac¸õesétnicas,aéticaeaalteridade,entreoutras.
É preciso abrir esse debate e tocar com forc¸a nessa questãotãodelicada.Casocontrário,continuaremosaacre- ditarqueaimplantac¸ãodepráticasantirracistasnointerior daescolasó dependerá domaioracesso à informac¸ão ou doprocessoideológicodepolitizac¸ãodasconsciênciasdos docentes.(Munanga,2005,p.150).
É necessárioque se contribuacomac¸ões afirmativase que sejam adotadas estratégias de trato pedagógico ‘‘de valorizac¸ãodadiversidade,afimdesuperaradesigualdade étnicapresente na educac¸ão escolar brasileira, nos dife- rentesníveisdeensino’’ (Brasil,2004,p. 12).Essasac¸ões necessitamserexecutadaspelosestabelecimentosdeensino dediferentes níveis e modalidades, cabeaos sistemasde ensino,noâmbitodesuajurisprudência,orientarepromo- veraformac¸ãodeprofessores.Aconstruc¸ãodeestratégias educacionaisquevisemataisac¸õeséumatarefadetodos oseducadores,independentemente doseupertencimento étnico,dadisciplinaministradaouaindadocargoqueocu- pamnainstituic¸ãoescolar.
A educac¸ão física,por tematizara cultura corporalde movimentos,abre espac¸o paraque sepense em elemen- tos dessa cultura, originários da África e sua diáspora, que possam ser problematizados em suas aulas, como forma de atender aos anseios da Lei n◦ 10.639/03, em quepeseoesquecimentodessecomponentecurricularem importantesdocumentosoficiais,como as‘‘Orientac¸õese ac¸ões paraeducac¸ão dasrelac¸õesétnicas’’(Brasil,2004), no qual o capítulo dedicado às licenciaturas, de autoria de Monteiro (Monteiro, 2006), não menciona a educac¸ão física como um dos cursos de formac¸ão de professores quedevemaplicar essaresoluc¸ão;ouaindacomoo docu- mento ‘‘As relac¸ões étnicas, a cultura afro-brasileira e o projeto político-pedagógico: currículo, relac¸ões étnicas e culturaafro-brasileira’’,publicadopelaSecretariaMunici- paldeEducac¸ãodeSalvador,noqual,também,aeducac¸ão físicafoiaúnicanãocontemplada,pois,nele,referências àculturacorporalocorreramapenasrelacionadasàáreade artes(Moreira,2008).
Rodrigues(2010)atribuiesseesquecimentoeaausência daeducac¸ãofísicaentreasáreasprioritáriasparaoensino da história e cultura afro-brasileira tanto ao desconhe- cimento generalizado sobre seus objetos de estudo, por parte das autoridades educacionais, de grande parcela dos próprios professores e do senso comum, quanto à
‘‘incrustac¸ão das fortes nuances preconceituosas enco- bertas pelos variados discursos procedentes do mito da democracia racial’’ (p. 137), existentes na gênese da educac¸ão físicabrasileira, quefazemcom queessa tenda asilenciaremrelac¸ãoaotema.Apesar dessaconstatac¸ão, autorescomoRodrigues(2010)eCorsinoeConceic¸ão(2016) entendem que, contrariamente, a educac¸ão física não só deve tratar dessa temática como poderia ser uma de suas áreas prioritárias grac¸as às novas representac¸ões na contemporaneidadequeaaproximamdaáreadalinguagem edomulticulturalismo,paraosquaisaeducac¸ãofísicapode desempenharpapel fundamental aoproporcionar reflexão sobre os processos de construc¸ão histórica e cotidiana, no que se refere às contribuic¸ões das manifestac¸ões da cultura corporal afro-brasileira, africana e indígena na constituic¸ão do Brasil, como a capoeira, o maculelê, o samba, os jogos indígenas e muitas outras manifestac¸ões
que foram ressignificadas e atualmente sequer sabemos quesetratadeumacontribuic¸ãodaculturaafro-brasileira, africanaouindígena(CorsinoeConceic¸ão,2016,p.8).
Todavia, no momento atual percebe-seque poucas ou nulassãoasac¸õesqueseefetivamdentrodoespac¸oesco- lar, inclusive nocampodaeducac¸ão física.Aindanãohá, namaioriadoscursosdeformac¸ãodeprofessoresdaárea, umcurrículo voltadopara a diversidade,que envolva, de maneirasignificativae crítica,asrelac¸õesétnicas(Silva&
Matthiesen,2015).Dessaforma,éfundamentalafeiturade estudosquebusquemidentificarcomotemsedado,entreos professoresdeeducac¸ãofísicaatuantesna escolapública, aaplicac¸ãodasleis10.639/03e11.645/08.
Busca-se,portanto,nesteartigoanalisaroconhecimento eaaplicabilidadedessalegislac¸ãonaopiniãodeprofessores deeducac¸ãofísicaatuantesnaredemunicipaldeensinode Fortaleza.
Métodos
O presente estudo tem caráter quantitativo e descritivo, buscacontribuirparaoestabelecimentodeumavisãosobre oconhecimentodasleis10.639/03e11.645/08esuaaplica- bilidadedeacordocomdocentesdeeducac¸ãofísicaescolar daredemunicipaldeeducac¸ãodeFortaleza/CE.
Paraaobtenc¸ãodosdadosoptou-sepelapesquisaonline, umapossibilidademetodológicaquepermiteoacompanha- mento quase imediatodos dados obtidos,o que, segundo Mendes (Mendes, 2009),representa umavantagempara o pesquisador.Foielaborado,então,umquestionárioacerca do conhecimento e aplicac¸ão das leis 10.639 e 11.645, especialmentena áreadeeducac¸ãofísica.Oreferidoins- trumentofoidistribuídoemformatodeformuláriodigitalna plataformaGoogledocs, noseguinteenderec¸oeletrônico:
https://docs.google.com/forms/d/1SWWUZkj5Xspfl5jhvvFB 6zomWpDH1cMTk8wN4H-eT3g/viewform?edit requested=
true.
O questionário versava acerca do conhecimento e da aplicac¸ão das leis 10.639 e 11.645 e sobre a questão de opiniãosobretemáticaindígenaeafricanafazerpartedos conteúdosdadisciplinadeeducac¸ãofísica.Comosseguin- tespontos:conhecimentodasleis;tratamentodatemática indígenaeafro-brasileiranasaulas;motivosparaoseunão tratamento;relac¸ãocomaeducac¸ãofísica;erelato(opci- onal)deexperiênciaexitosadeensino.
A partir das descric¸ões acima apresentadas foram fei- tasaosprofessoresasseguintes perguntas:‘‘Vocêsabedo que tratamasleis10639/03 e11.645/08?’’ ‘‘Vocêaborda questõessobreatemáticaindígenaeafro-brasileiranassuas aulas?’’‘‘Vocêachaqueasduastemáticascitadasanterior- mentefazempartedosconteúdosdadisciplinadeeducac¸ão física?’’
Ossujeitosdapesquisasão55professoresdeeducac¸ão físicadeescolaspúblicasmunicipaisquelecionamde6◦ a 9◦ anodoensinofundamentalII,professoreseescolasnão foramidentificadosnapesquisa,vistoqueoestudoprezou peloanonimato.
Aprimeiraetapadesteestudofoiaelaborac¸ãoeposte- riormentea aplicac¸ãodoquestionárioparaosprofessores de educac¸ão física lotados na Secretaria Municipal de Educac¸ão deFortaleza/CE, foram usadasTICs (tecnologia
Você sabe do que se trata a lei 10639/03 e 11.645/08?
55 respostas
SIM NÃO 69,1%
30,9%
Figura1
deinformac¸ãoecomunicac¸ão).Oquestionáriofoicolocado em janeiro de 2018 pormeio dogrupo de professores de educac¸ão física da Prefeitura de Fortaleza/CE no What- sAppMessenger(grupo professores deeducac¸ão física)1 e noFacebook (grupo deprofessores de educac¸ão física da PMF)2. Nogrupode WhatsApphá 123 usuáriose nogrupo doFacebook,278.Osprofessoresacessavamerespondiamo questionáriodelivreeespontâneavontade,convidadosape- naspormeiodolink.Nofimasrespostasgeraramgráficos (pelopróprioprogramaGoogleDocs)queserãoapresentados nasfigurasdesteestudocomasporcentagensdasrespostas esuasrespectivaslegendas.
Oquestionáriofoirespondidopor21,31%deprofessores daredemunicipal(dado obtidopelocensodeprofessores de educac¸ão feitopela Secretaria Municipal de Educac¸ão em2016),totalde258professoreslotados.
Osdadosobtidos foramtotalizados e sãoapresentados pormeiodegráficosreferentesaosprincipaispontosanali- sados.Paraaúltimaquestão,optativaediscursiva,foifeita umaanálisedeconteúdoemqueasrespostasforamcatego- rizadas.Alémdisso,sãoapresentadosextratosdosprincipais discursos.
Resultados e discussão
Sobre o conhecimento acerca das leis 10.639 e 11.645, conforme pode ser verificado na figura 1, a maior parte dos professores (69,1%) que participaram do estudo ale- gou desconhecê-las.Esse fato porsi só é bastante grave, tendoem vista que a lei n◦ 10.639 foi publicada há mais deumadécada.Entretanto,essasituac¸ãonãoé exclusiva dessegrupodeprofessores.Emestudodesenvolvidocomo mesmo público,em Bagé (RS), (Pires & Souza, 2015) afir- maramtersesurpreendido como silênciocoletivodesses aoseremperguntadosarespeitodasleis,poispouquíssimos asconheciam. A gestão municipal dessarede pública,ao serconfrontada comessa informac¸ão, alegoutercomuni- cadoàsescolasanecessidadedeinclusãodatemáticaem seus projetos pedagógicos, muito embora não tenha pro- porcionado capacitac¸ão específica. Isso, nas palavras das autoras,demonstra‘‘odescasodagestãopública,quenão constróiascondic¸õesparaodesenvolvimentodessapolítica,
1OWhatsAppMessengeréumaplicativogratuitoparaatrocade mensagensdisponívelparaAndroideoutrasplataformas.
2OFacebookéumaredesocialprivada.
Você aborda questões sobre a temática indígena e afro-brasileira nas suas aulas?
55 respostas
SIM, no decorrer do ano.
SIM, apenas em datas festivas (semana da consciência negra, dia do índio, abolição da escravatura e etc) Não.
54,5% 14,5%
30,9%
Figura2
restringindo-aapenasaumsimplesinforme’’(PireseSouza, 2015,p.201).
Dessa forma, fica nítida a compreensão de Sobanski (2008) de que não basta que documentos oficiais ou legislac¸õessejamproduzidosparaqueasintenc¸õesdocur- rículo sejam realmente implantadas. Pereira e Cordeiro (2014)entendemque,nocaso daintroduc¸ãodahistória e culturaafro-brasileira e indígena,seria necessário quese criassem ‘‘formas de superac¸ão e de reconhecimento da diversidadesocial,étnicaecultural,pormeiodepolíticas públicasdeformac¸ãocontinuadadoseducadores,debates comacomunidade’’(p.18),paraqueelarealmenteacon- tecesse.ParaMoreira(2008),adificuldadedeimplantac¸ão dessasleis,aomenosnocasodacidadedeSalvador,objeto deseuestudo,nãosedápormotivossimples,massimcomo umareac¸ãoà possível quebrade‘‘hegemoniase fenôme- nosqueedificaramasdiferenc¸as’’(p.91).Issodenotaque ainda vivemos em uma sociedade racista interessada em manterasdesigualdadeseosprivilégios.Rodrigues(2013), emseuestudo,destaca,ainda,ofatodequetantoocorpo docentequantoaequipegestoradaescola,poreleinves- tigadaa respeito da presenc¸ado racismo,acreditam não havernecessidadedepolíticasafirmativasporcreremque, independentemente da etnia, todos são seres humanos e que tratar de questões que discutam o racismo acabam por incentivara sua prática. Como destaca Cunha Júnior (2013),quemassimage‘‘colaboraparaapermanênciada práticasocial racista’’ (p. 11). Mesmo porque, deacordo como documento ‘‘Orientac¸õese ac¸ões para aeducac¸ão dasrelac¸õesétnicas’’paradarvisibilidadeaessaproposta educativaé fundamental aparticipac¸ãodeprofessores/as na escolha, selec¸ão e organizac¸ão dos temas que podem integrarumplanejamentocurricular,bemcomo,eaquiestá outrodesafio,detodaacomunidadeescolar(Brasil,2006, p.57).
Pormeiodafigura2percebemosqueamaioriadospro- fessoresqueresponderamaoquestionário(54,5%)abordaa temática,maselaaindaficarestritaadatascomemorativas efestivas.Ouseja,nãofazpartedeumcurrículoelaborado.
Apenas uma pequena parcela (30,9%) diz trabalhar a temáticanodecorrerdoano,corroboraaaplicac¸ãodasleis 10.639e11.645.
Mesma situac¸ão encontrada nos estudos de Oliveira (2012)e Pirese Souza (2015).Rodrigues (2013)denomina essa tendência de ‘‘fetiches de restric¸ões excêntrico- -comemorativas’’, que, em suas palavras se referem às datas comemorativas, geralmente folclóricas, onde, em um/nsdia/souemuma/ssemana/s,nosmomentosdeuma atividadepedagógica ouaté mesmo nasconversas defim
Se você não aborda selecione um dos motivos abaixo 17 respostas
Não vejo ligação com a disciplina.
Não abordo por questões religiosas.
Não tive formação específica.
Não tenho conhecimento suficiente.
Desinteresse pelo temática.
41,2%
58,8%
Figura3
Você acha que as duas temáticas citadas anteriormente fazem parte dos conteúdos da disciplina de educação física?
55 respostas
SIM NÃO
90,9%
9,1%
Figura4
oucomec¸odeaula,dá-secertoenfoque,muitasvezesnum sentidopluralistaeacrítico---ex.:aosefalardaabolic¸ãoda escravatura,nãodestacarasterríveisconsequênciastrazi- dasporesseepisódio,queimobilizoualegitimac¸ãopolítica dopovonegro,hátemposdeflagradapelasinsurgênciasqui- lombolas---,aos eventosonde o povonegro e suacultura pudessemserdefatoededireito,exaltados(p.145).
Esse tipodeiniciativa é,também, criticadaporMattos (2007), para a qual as intervenc¸ões relacionadas às leis não podem se restringir ao calendário folclórico. Para Canen(2007),essetipodeenfoque,apesardepropiciara
‘‘apreciac¸ãodariquezacultural’’(p.102),nãocoadunacom umprocessodeconstruc¸ãodeumacidadaniacríticaedemo- crática.Ouseja,nãofazpartedeumcurrículoelaborado.
Aosprofessoresqueafirmaramnãoabordarastemáticas indígenaeafro-brasileiraemsuas aulas(14,5%),solicitou- -seaexplanac¸ãodosmotivosqueoslevaramaassimagir.
Conformepodeserverificadonafigura3,asprincipaisjusti- ficativasforampoucoconhecimentosobreoassunto(58,8%) efaltadeformac¸ãoespecífica(41,2%).Aesserespeitofica nítidaanecessidadedequeosprocessosdeformac¸ão,inicial econtinuada,dos professores deeducac¸ãofísicacontem- plemdeformamaisefetivaasquestõesrelativasaoensino da história e cultura afro-brasileira e indígena para que sejamcapacitados ‘‘não sóa compreender a importância dasquestõesrelacionadasàdiversidadeétnica,masalidar positivamentecomelae,sobretudo,criarestratégiaspeda- gógicasque possam auxiliar a reeducá-las’’(Brasil, 2004, p. 17). Evitar, conforme Munanga (2005), que esses con- tinuem a praticar a ‘‘política de avestruz’’ (p. 15), ou seja,não ajam, pedagogicamente, perante momentos de discriminac¸ãopropiciadosousofridosporseusalunos.
Interessantedestacarqueapesardoalegadodesconhe- cimento sobre o assunto, osprofessores, em sua maioria (90,9%),entendemqueatemáticaafro-brasileiraeindígena faz parte dosconteúdos daeducac¸ão física(figura 4).Tal situac¸ão,decertaforma,reforc¸aanecessidadedequehaja maiorenfoquenaformac¸ãocontinuada,principalmenteem
relac¸ãoaaspectos metodológicosqueapresentema esses profissionaispossibilidadesdeensino.
Paraconcluir osresultados, vamosexpor ascolocac¸ões dealgunsprofessores(11respostas,20%dototaldepartici- pantesdapesquisa).Foramfeitasdeformanãoobrigatória nofimdoquestionário,comespac¸oreservadoparatal.
Aeducac¸ãofísicaescolarensina conteúdos inerentesà cultura e nela temsua origem. É impossível ensinar cer- tosconteúdossemperceberainfluênciadaculturaindígena e negra, principalmente no Brasil, país este que tem sua históriaenraizadanelas.(Professor1)
Hápráticascorporais,esportivasounão,ligadasaambas asculturaseque, ameuver,devem,sim,sertratadasno decorrerdasaulasdeEF.(Professor2)
Tentoao máximo contextualizarasatividades dos con- teúdos trabalhados com temáticas histórica, classista e étnica. Exemplo,quando trabalholutas,tentoelucidaras diversas perspectivas de lutas, no tempo e nos espac¸os.
(Professor3)
Já usei de forma bem trabalhada vários jogos, brin- quedos e construc¸ão de brinquedos indígenas. Foi uma semanacomcrianc¸asdofundamentalI.Comrelac¸ãoàcul- turaafro-brasileira,apenasdanc¸aecapoeira,explanac¸ão.
(Professor4)
Nas escolas do município as temáticas acima só são abordadas em eventos como os anteriormente citados e em semana cultural, onde todas as disciplinas têm que apresentartrabalhosqueenvolvematemática,maisainda ocorremcasosemquenemassimsãotratados.Nãoháincen- tivooudivulgac¸ãoporparte daSecretariadeEducac¸ãode favorecer umestudo maisaprofundado sobrea temática.
(Professor5)
Aculturanegrageralmenteéressaltadanotrabalhocom acapoeira,jogosebrincadeirasedanc¸asquetêminfluência dessacultura.Aculturaindígenaaparecetambémnocon- texto dosjogos ebrincadeiras e quando desenvolvemos o trabalhocomdanc¸aspopularesetrazemosamanifestac¸ão doboideParintins.(Professor6)
Minhapequenaexperiênciafoicomjogosindígenasque trabalhei de forma teórica em sala de aula via projetor.
Acreditoquepossamostrabalharumpoucodenossosante- passados,nemquesejamemdatasfestivas,poisnãosomos questionadospelosalunos,colegasprofessoresougrupoges- tor.Umavezqueo últimopraticamentenãoselembrade nós,anãoserquandoumcolegaprofessorfaltaenospedem parajuntarasturmas.(Professor7)
Tenho trabalhado as questões afro-brasileiras nos con- teúdos da capoeira. As questões indígenas não trabalhei diretamente,mas abordoquandotrabalho asquestõesda danc¸ananossacultura.(Professor8)
Comoeducador acho importante fazermoso eloentre asculturas afro-brasileirae indígena comaspráticas cor- porais características a eles. São aspectos muito ricos de nossahistóriaeaoportunidadedeaeducac¸ãofísicafazera abordagemdessetematãorelevante.(Professor9)
Oconteúdoquemaistrabalhoquetransversaessatemá- ticaéacapoeira.(Professor10)
Ambasfazempartedaformac¸ãodanossahistória,nossos comportamentosecostumes.(Professor11)
Percebe-sequealgunsprofessoresjáavanc¸amnoassunto e na fomentac¸ãodalei,bem comonoentusiasmodetra- balharatemática,mesmoquesemoconhecimentoprévio
da lei. Percebemos a necessidade de uma formac¸ão de professores para desmitificac¸ão e da aproximac¸ão com os conhecimentosdaculturaindígenaeafricana.
Tais práticas pedagógicas precisam estar atentas para que todos, além de ter acesso a conhecimentos básicos tidos como fundamentais para a vida integrada à socie- dade,exercícioprofissionalcompetente,recebamformac¸ão queoscapaciteaforjarnovasrelac¸õesétnicas.Paratanto, há necessidade, como já vimos, de professores qualifica- dos para o ensino das diferentes áreas de conhecimento e, além disso, sensíveise capazes de direcionar positiva- menteasrelac¸õesentrepessoasdediferentepertencimento étnico,nosentidodorespeitoedacorrec¸ãodeposturase atitudes.
Daí a necessidade de se insistir e investir para que os professores, além de sólida formac¸ão na área específica de atuac¸ão, recebam formac¸ão que os capacite não só a compreender a importância das questões relacionadas à diversidade étnica, mas a lidarpositivamente com elase sobretudocriarestratégiaspedagógicasquepossamauxiliar areeducá-las(Brasil,2004,p.17).
É importante ressaltar que o modo como a instituic¸ão escolartemaolongodotempodiscutidoatemáticaétnica éinsuficienteparaumacompreensãomaisaprofundadados processoshistóricosquetrouxeramopovoafricanoeosindí- genasaodescasoepreconceitoquesofremhoje,podeainda servir como instrumento de construc¸ão de uma imagem negativaatribuídaaeles.Representac¸ãoessaqueéampla- mente difundida pelos meios de comunicac¸ão de massa e que acaba naturalizada pelo senso comum. Além disso, esseestereótipo negativo é transmitido na escola, é fun- damentadonumamatrizeurocêntricavistacomouniversal elegítima,mostram-noscomosubalternizados,influenciam demaneiradecisivanarepresentac¸ãodessespovosemnossa sociedade.
Bourdieu(1995)conceituaoambientedaeducac¸ãocomo veículo de ascensão em diferentes classes na sociedade, buscaproblematizaroentendimento generalizadonoqual o sistema escolar é um promotor da igualdade social. O autorressalta,então,aexistênciadeum‘‘mascaramento’’
do sistemaeducacional ao se tornar indiferente oudesa- tentoàsdesigualdades sociais,que influenciaa trajetória educacionaldecadaeducando.
A escola e o sistema educacional são exemplos de instituic¸õesquedistinguemapartevalorizadadacultura,a heranc¸acultural,ahistóriaasertransmitida,daparte‘‘sem valor’’.Oaparatoacadêmicoeliterárioéoutroquedistin- guecertostiposvalorizadosdeconhecimentodeoutros.O queimportaentãonãoéomeroinventáriodescritivo---que podeteroefeitonegativodecongelaraculturapopularem ummoldedescritivoatemporal---,masasrelac¸õesdepoder queconstantementeressaltamedividemodomíniodacul- turaemsuascategoriaspreferenciaiseresiduais(Hall,2003, p.256.)
É preciso construir uma identidade positiva e de afirmac¸ão social, do negroe do indígena. Podemosentão partir para o segundo desafio, que seria de se apro- priar de estratégias educativas decombate às formas de discriminac¸ãoétnica, apartirdeumaformac¸ãodeprofes- sores,eintroduzi-loempráticaspedagógicasquedeemaos alunos oportunidade de vivenciar, conhecer e valorizaros índioseosnegros.
Colocarasleis10.639e11.645em pautanoscurrículos dasescolas (nãosomentedurantedatas comemorativas)e nadisciplinadeeducac¸ãofísicaémuitomaisdoqueseguira lei,éfazervalerprocessossociaisehistóricosdelutaspelo reconhecimento desses povos. Enfim, entendemos que as leispodemedevemserimplantadasportodososcomponen- tescurriculareseaeducac¸ãofísicacomoumadisciplinacuja especificidadesefaz presentena áreadelinguagens pode desempenharpapel fundamental aoproporcionar reflexão sobreosprocessos deconstruc¸ãohistóricae cotidiana,no queserefereàscontribuic¸õesdasmanifestac¸õesdacultura corporalafro-brasileira,africanaeindígenanaconstituic¸ão doBrasil,comoacapoeira,omaculelê,osamba,osjogos indígenasemuitasoutrasmanifestac¸õesqueforamressig- nificadaseatualmentesequersabemosquesetratadeuma contribuic¸ãodaculturaafro-brasileira,africanaouindígena (CorsinoeConceic¸ão,2016,p.8).
Considerac ¸ões finais
O estudo conclui que a maioria dos professores não tem conhecimentosobre as leis10.639/03 e 11.645, mas que mesmodiantedetalsituac¸ãoamaioriatrabalhaoconteúdo nasaulasdeeducac¸ãofísicaescolar.
Considera-sequeesteestudooferece,mesmoqueforma inicial,informac¸õesdapráticapedagógicadaaplicac¸ãodas leissupracitadaspelosprofessoresdeeducac¸ãofísica.Com essasinformac¸ões,pensa-sequecolaboraparaaelaborac¸ão dedocumentose/ou instrumentos que busquem construir umcurrículointerculturalnaeducac¸ãofísicaescolar.Assim comoéprecisoremodelaraspráticaspedagógicas,noque tange às relac¸ões étnicas na escola, dar-se uma maior atenc¸ãoàformac¸ãoinicialecontinuadadeprofessorespara esseassunto.
Acreditamos que a educac¸ão física deve assumir sua corresponsabilidade diante do desafio de construir novos caminhospara o ensino, levar em contaasnovas deman- das sociais. O currículo é o instrumento pedagógico que deverá ser pensado com a finalidade de tratar a questão étnicacomoconteúdointeremultidisciplinardurantetodo oano letivo, estabelecerumdiálogopermanente entreo temaétnicoeosdemais conteúdostrabalhadosna escola.
Fazercomqueaescolatrabalhetambémaformac¸ãodepro- fessoreseoseuspapéiscomoseresformadoresdeopinião, responsáveispelaformac¸ão doserea construc¸ão deuma sociedadetransformadoraecrítica.
Apoio financeiro
Nãohouve.
Parecer do Comitê de Ética
Nãohouvenecessidade,poisnãoháexperimentos.
Conflitos de interesse
Osautoresdeclaramquenãoháconflitosdeinteresse.
Agradecimentos
Aos professores de educac¸ão física da rede municipal de Fortaleza.
Referências
BourdieuP.Aescolaconservadora:asdesigualdadesfrenteàescola eàcultura.In:BourdieuP,editor.Escritosdeeducac¸ão.Petró- polis:Vozes;1995.
Brasil.DiretrizesCurricularesNacionaisGeraisdaEducac¸ãoBásica.
MinistériodaEducac¸ão.SecretáriadeEducac¸ãoBásica.Diretoria deCurrículoseEducac¸ãoIntegral.---Brasília:MEC,SEB,DICEI, 2013.
BRASIL.Lei11.645,de10demarcode2008.[acesso2017jul08]Dis- ponívelem:<http://www.planalto.gov.br/ccivil03/ato2007- 2010/2008/lei/l11645.htm>.
Brasil.Orientac¸õeseAc¸õesparaaEducac¸ãodasRelac¸õesÉtnico- -Raciais. Ministério da Educac¸ão, Secretaria da Educac¸ão Continuada,Alfabetizac¸ãoeDiversidade.Brasília:SECAD,2006.
Brasil. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educac¸ão das Relac¸ões Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cul- turaAfro-BrasileiraeAfricana.Brasília:MinistériodaEducac¸ão, Secretaria Especial de Políticas de Promoc¸ão da Igualdade Racial,2004.
Brasil. Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003. [acesso 2017 jul08]Disponívelem:<http://www.planalto.gov.br/ccivil03/
leis/2003/L10.639.htm>.
Canen A. O multiculturalismo e seus dilemas: implicac¸ão na educac¸ão.Comunicac¸ãoepolítica2007;25(2.):91---107.
CorsinoLN,Conceic¸ãoL.Educac¸ãofísicaescolarerelac¸õesétnicas:
subsídiosparaaimplantac¸ãodasleis10.639-03e11.645-08,11.
Curitiba:CRV;2016.
CunhaJuniorH.Conversacomoseducadoressobreasafricanidades eafrodescendência.In:CunhaJuniorH,NunesC,DomingosRF, SilvaMS,BatistaRCF,DukeDA,HolandaJ,editors.Artefatosda culturanegranoCeará:formac¸ãodeprofessores:10anosda Lein◦10639/2013:cadernosdetextos.Fortaleza:GráficaLCR;
2013.p.11---22.
Gomes NL. Diversidade étnico-racial, inclusão e equidade na educac¸ão brasileira. Revista Brasileira de Política e Administrac¸ãodaEducac¸ão,PortoAlegre,v.27,n.1,p.109-121, jan./abr.2011.
HallS.Dadiáspora.Identidadesemediac¸õesculturais.BeloHori- zonte:Ed.UFMG,Brasília:UNESCO,2003.
MattosIG.Anegac¸ãodocorponegro:representac¸õessobreocorpo noensinodaeducac¸ãofísica.2007.148f.Dissertac¸ão(Mestrado emEducac¸ãoeContemporaneidade)---UniversidadedoEstadoda Bahia,Salvador.
MendesCM. Apesquisaonline: potencialidadesdapesquisaqua- litativa no ambiente virtual. Hipertextus: revista digital,
n. 2, jan. 2009. [acesso 2014 mai 14] Disponível em:
<http://www.hipertextus.net/volume2/Conrado-Moreira- -MENDES.pdf>.
Monteiro RB. Licenciaturas. In: BRASIL. Ministério da Educac¸ão - Secretaria de Educac¸ãoContinuada, Alfabetizac¸ãoe Diver- sidade. Orientac¸ões e Ac¸ões para Educac¸ão das Relac¸ões Étnico-Raciais.Brasília:SECAD2006:123---38.
MoreiraAJ.AculturacorporaleaLein◦10.639/03:umestudosobre osimpactosdaLeinoensinodaEducac¸ãoFísicaem Salvador.
2008.100f.Dissertac¸ão(MestradoemEducac¸ão)---Faculdade deEducac¸ão,UniversidadeFederaldaBahia,Salvador.
MunangaK.SuperandooRacismonaescola.Brasília:Ministérioda Educac¸ão,SecretariadeEducac¸ãoContinuada,Alfabetizac¸ãoe Diversidade2005.
Oliveira LM. O ensino da história e cultura afro-brasileira e a educac¸ãofísica:um estudosobreo currículovividoemSanto André.2012.156f.Dissertac¸ão(MestradoemEducac¸ão:currí- culo)---PontifíciaUniversidadeCatólicadeSãoPaulo,SãoPaulo.
[acesso 2015 out 06] Disponível em: <http://www.sapientia.
pucsp.br/tdebusca/arquivo.php?codArquivo=13917>.
Pereira,GR,CordeiroMJA.Adiversidadedasrelac¸õesétnico-raciais eocurrículoescolar:algumasreflexões.Interfacesdaeducac¸ão.
Parnaíba,v.5.n.14,p7-22,2014.
Pires JVL, Souza MS. Educac¸ão física e a aplicac¸ão da Lei n◦ 10.639/03: análise da legalidade do ensino da cultura afro-brasileira e africana em uma escola municipal do RS.
Movimento, Porto Alegre, v. 21, n. 1, p. 193-204, jan./mar.
2015.
RodriguesACL.Corposeculturasinviabilizadosnaescola:racismo, aulasdeEducac¸ãoFísicaeinsurgênciamulticultural.2013.237 f.Tese(DoutoradoemEducac¸ão)---FaculdadedeEducac¸ão,Uni- versidadedeSãoPaulo,SãoPaulo.
RodriguesACL.AEducac¸ãoFísicaescolareLDB:assumindoarespon- sabilidadenaaplicac¸ãodasLeis10.639/03e11.645/08.Reflexão e ac¸ão, Santa Cruz do Sul 2010;18(1):125---50 [acesso 2017 dez 15] Disponível em: <http://online.unisc.br/seer/index.
php/reflex/article/download/1242/1078>.
SantosMV.Oestudantenegronaculturaestudantilenaeducac¸ão físicaescolar.2007.240f.Dissertac¸ão(MestradoemCiênciasdo MovimentoHumano)---EscoladeEducac¸ãoFísica,Universidade FederaldoRioGrandedoSul,PortoAlegre.
Silva EVM, Matthiesen SQ. História e cultura afro-brasileira na formac¸ão de professores de educac¸ão física nas universida- des públicas paulistas. Congresso Internacional de Formac¸ão Profissional em Educac¸ão Física, 3, 2015/Seminário de Estu- dos e Pesquisas em Formac¸ão Profissional no Campo da Educac¸ãoFísica,7,2015,Ilhéus.Anais.RedeIbero-Americana de Investigac¸ão da Formac¸ão em Educac¸ão Física 2015:
30.
SobanskiAQ.ComoosprofessoresejovensestudantesdoBrasile PortugalserelacionamcomaideiadeÁfrica.Curitiba:UFPR;
2008,Dissertac¸ãodemestrado.