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Rev. Bras. Anestesiol. vol.68 número1

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Academic year: 2018

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110 CARTASAOEDITOR LuizAlbertoForgiariniJuniora,∗e AntonioM.Esquinasb

aCentroUniversitárioMetodista---IPA,Programade Pós-Graduac¸ãoemBiociênciaseReabilitac¸ão,Porto Alegre,RS,Brasil

bHospitalMoralesMeseguer,UnidaddeCuidados Intensivos,Murcia,Espanha

Autorparacorrespondência.

E-mail:forgiarini.luiz@gmail.com(L.A.ForgiariniJunior). DisponívelnaInternetem24demaiode2017

https://doi.org/10.1016/j.bjan.2017.01.004 0034-7094/

©2017PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedade BrasileiradeAnestesiologia.Este ´eumartigoOpenAccesssobuma licenc¸aCCBY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Ventilac

¸ão

mecânica

não

invasiva

após

o

desmame

bem-sucedido:

onde

estão

os

limites

da

máscara

Venturi?

Non-invasive

mechanical

ventilation

after

the

successful

weaning:

where

are

the

limits

of

venturi

mask?

CaraEditora,

Odesmamedaventilac¸ãomecânicaéumadasdecisõesmais desafiadorasdaUnidadedeTerapiaIntensiva(UTI)devidoà alta taxa de mortalidade associada aoscasos de falha na extubac¸ão.Além disso, apesardostestes disponíveispara umdesmame bem-sucedido, cerca de20% dos pacientes, emmédia,precisarãodeumareintubac¸ão,experimentarão umdeclíniodramáticodeseusresultadosclínicos.

Adıyekeetal.1abordamoimpactodaventilac¸ão mecâ-nicanãoinvasiva(VNI)sobreoresultadodopacientedurante oprocessodedesmameeoperíododeextubac¸ãoefazem uma comparac¸ão com a máscara Venturi. Como conclu-são, recomendam o uso de VNI por no mínimo 48h após a extubac¸ão devido à reduc¸ão observada na insuficiência respiratóriaeaotempodepermanêncianaUTI.

Porém,depoisdeanalisarcuidadosamenteoestudo, con-sideramosqueháalgunsaspectosimportantesqueprecisam sermencionados.

Primeiro, Adıyeke et al.1 estendem a recomendac¸ão de VNI não apenas para os pacientes de alto risco de reintubac¸ão,mastambémparaaquelescomprobabilidade de desenvolver insuficiência respiratória aguda que exija uma reintubac¸ão. Essa recomendac¸ão segue uma direc¸ão oposta em relac¸ão à de outros estudos maiores anterio-res, segundo os dados de Esteban et al.,2 Nava et al.3 e metanálise maior, no que diz respeito ao papel de ventilac¸ão mecânica invasiva na insuficiência respiratória pós-intubac¸ão.4Essesestudosmostrarammelhoriadastaxas demortalidadeapenasquandoaVNIfoiaplicadaa pacien-tesselecionados,maisespecificamentenoscasosdedoenc¸a cardíacaourespiratóriasubjacente.

Segundo, apenas 50 pacientes foram avaliados, confi-guraram um grupo pequeno, o que provavelmente limita consideravelmente os desfechos. Não houve reduc¸ão sig-nificativa das taxas de mortalidade ou de reintubac¸ão. No entanto, Ferrer et al.5 mostraram uma diminuic¸ão

relevantedamortalidade. Épossível que essasdiferenc¸as sejamdevidasaopequenotamanhodaamostraobservada. DignodenotaemambososestudoséqueAdıyekeetal.1e Ferreretal.4concordamcomafaltadediferenc¸anastaxas desobrevivência em 90dias entreosdoisgrupos. Porém, nãohá dadossobreo tipodecuidado apósa alta daUTI. Por exemplo, os pacientes foramencaminhados para uni-dadesdecuidadosintermediários,demonitorac¸ãooupara enfermariasregulares.Deacordocomnossapráticadiária, a transic¸ão para as enfermarias regulares àsvezes é mal tolerada.Nãohádadosdisponíveisparaconfirmarounegar a hipótese, mas talvez esse aspecto deva ser levado em considerac¸ãoquandosepensaemtaxadesobrevivênciaem 90dias.

Terceiro, o estudo não menciona as condic¸ões clínicas subjacentes dos pacientes. Considerando que três das quatro principais indicac¸ões para VNI foram insuficiência respiratória crônica ou aguda, edema respiratório car-diogênico e desmame do ventilador, seria lógico pensar nos benefícios especiais da VNI e aplicá-la aos pacientes comdoenc¸acardíacaourespiratóriasubjacente duranteo processodedesmame.

(2)

CARTASAOEDITOR 111 Concordamoscomanecessidadedeumapesquisaclínica

maisamplaparaelucidaropapelglobaldaVNInaevoluc¸ão clínicadopacientenoperíodopós-extubac¸ão.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

1.Adıyeke E, Ozgultekin A, Turan G, et al. Non-invasive

mechanical ventilation after the successful weaning: a

com-parison with the venturi mask. Rev BrasAnestesiol. 2016;66:

572---6.

2.Esteban A, Frutos-Vivar F, Ferguson ND, et al. Noninvasive

positive-pressure ventilationfor respiratoryfailure after

extu-bation.EnglJMed.2004;350:2452---60.

3.NavaS,GregorettiC,FanfullaF,etal.Noninvasiveventilationto

preventrespiratoryfailureafterextubationinhigh-riskpatients.

CritCareMed.2005;33:2465---70.

4.Agarwal R, Aggarwal AN, Gupta D, et al. Role of

nonin-vasive positive-pressure ventilation in postextubation

res-piratory failure: a meta-analysis. Respir Care. 2007;52:

1472---9.

5.Ferrer M, Valencia M, Nicolas JM, et al. Early

noninva-sive ventilation averts extubation failure in patients at risk:

a randomized trial. Am J Respir Crit Care Med. 2006;15:

164---70.

6.Thille AW, Boissier F, Ben-Ghezala H, et al. Easily identified

at-riskpatientsforextubationfailure maybenefitfrom

nonin-vasiveventilation:aprospectivebefore-afterstudy.CritCare.

2016;20:48.

JacoboBacarizaBlancoa,∗e AntonioM.Esquinasb

aHospitalGarciadeOrtaEPE,UnidadedeTerapia Intensiva,Almada,Portugal

bHospitalMeseguer,UnidadedeTerapiaIntensiva,Murcia, Espanha

Autorparacorrespondência.

E-mail:jacobobacariza@hotmail.com(J.B.Blanco). DisponívelnaInternetem10deagostode2017

https://doi.org/10.1016/j.bjan.2017.01.005 0034-7094/

©2017PublicadoporElsevierEditoraLtda.emnomedeSociedade BrasileiradeAnestesiologia.Este ´eumartigoOpenAccesssobuma licenc¸aCCBY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Ventilac

¸ão

não

invasiva

após

a

extubac

¸ão

Noninvasive

ventilation

after

extubation

CaraEditora,

LemoscomgrandeinteresseoestudoconduzidoporAdiyeke et al.1 Nesse trabalho prospectivo, os autores descrevem umareduc¸ão muito importante dainsuficiência respirató-ria pós-extubac¸ão e uma grande melhoria no tempo de internac¸ãoem unidadedeterapiaintensivaproporcionada pelaprofilaxiasistemáticacomventilac¸ãonãoinvasiva(VNI) apósaextubac¸ão.

Porém, algumas falhas metodológicas que, de alguma forma, limitam as conclusões, devem ser sublinhadas. Primeiro, os autores não descreveram precisamente a populac¸ão.Logo,onúmerodepacientescomaltoriscode insucessonaextubac¸ãonãoaparecenoartigo.Noentanto, comoafirmamosautores,dadosrecentessugeremqueaVNI profiláticaé útilapenasnessesubgrupodepacientes. Por-tanto,parecequeo princípiodeequilíbriodedistribuic¸ão nãofoirespeitado,o quesignificaquea necessidade pre-visíveldaintervenc¸ãotestadapodenãotersidolevadaem considerac¸ão e que alguns pacientes com indicac¸ão clara para a intervenc¸ão testada podem ter sido randomizados no grupo que não a forneceu. Essa questão é reforc¸ada pela taxa inesperadamente alta de insuficiência respira-tória no grupo designado para máscara Venturi. De fato, pode-se sugerir que umaincidência tão alta (istoé, 56%) deinsuficiênciarespiratória pós-extubac¸ãoépouco prová-velemumgrupodepacientescombaixorisco defalhana extubac¸ão.Segundo,namaioriadosestudosrecentesnessa

áreaaincidência defalha naextubac¸ãovariaentre10%e 20%.Devemos salientarquea pequenacoorte descrita no estudo eramuito improvável de representar poder sufici-enteparadescreverumefeitosignificativodaintervenc¸ão descrita,pelomenosemumapopulac¸ãogeraldeUTI.Isso pode sugerir que a populac¸ão incluída ou tinha caracte-rísticas específicas, embora não descritas, ou resultaram como efeito do acaso. Terceiro, a despeito da avaliac¸ão entusiástica dos autores sobre o uso de VNI como trata-mentodeprimeiralinhana falhapós-extubac¸ão,devemos terem menteque estudosbemdesenhadosapresentaram conclusõesdiferentes.Defato,emseuestudoprospectivo erandômico,Estebanetal.evidenciaramumataxamaior deóbitoemUTInosubgrupodepacientestratados sistema-ticamentecomapoiovia VNIqueprecisaramdeintubac¸ão subsequenteapósoinsucessonaextubac¸ão.2EmboraaVNI nafalha pós-extubac¸ãopossaser benéficaem alguns con-textosespecíficos(doenc¸apulmonarobstrutivacrônica,por exemplo),aetiologiaestimadadainsuficiênciarespiratória pós-extubac¸ãonãofoifornecidanoartigo. Portanto, acre-ditamosque a aplicac¸ão de VNI a todosospacientes que apresentamfalha pós-extubac¸ão permanece uma questão dedebate.Emgeral, emboraaVNIcontinue aserumdos principaisdestaquesnosucessodaextubac¸ão,acreditamos queasevidênciasatuaisaindaprecisamseracompanhadas comatriagemdospacientesquepodemserbeneficiadospor essaferramentaaplicadaantesdaextubac¸ãoparaaVNI pro-filáticaeaVNI‘‘deresgate’’emcasodefalhapós-extubac¸ão combaseemanálisecasoacaso.

Conflitos

de

interesse

Referências

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