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Texto

(1)

Apresentação

Richard

Daft

sentimentos e ter coragem e autoconfiança para lidar com as situações mais desafiadoras de sua vida? E se pudesse acessar seu interior a qualquer momento e romper com sua procrastinação e tudo o que o impede de avançar em suas metas para viver mais e feliz? É possível ensinar o cérebro a conduzir uma vida mais serena e com prosperidade financeira e em todos os outros papéis? Ainda mais nesta nova era em que pode-mos viver com saúde até os cem anos ou mais?

Você já deve ter ouvido aquela música “deixa a vida me levar, vida, leva eu”. Neste livro o autor responde e dá o caminho para você sair do piloto automático e liderar seu destino. Ele vai instigá--lo a utilizar seu poder interior e sua liberdade de escolha para, enfim, ser dono do próprio nariz. Em Saia do Piloto Automático e Lidere seu Destino, você irá des-cobrir de uma forma surpreenden-temente fácil como funciona o seu cérebro e por que, em 95% do tempo, temos um elefante interior que controla nosso dia a dia, fazendo mais do mesmo e lutando constantemente para evitar as mudanças que você quer promo-ver em você e ao seu redor.

Você será guiado a uma fascinante viagem de autoliderança e, acima de tudo, terá ferramentas para virar o jogo de sua vida pessoal e profissional, para viver uma vida que vale a pena.

pós-graduado em

marke-ting pela ESPM e tem

es-pecialização em liderança pela

Universidade de Vanderbilt,

nos EUA. Especialista em

au-toliderança, é empreendedor

há mais de 30 anos nas áreas

de construção civil, moda e

educação para a vida. Além de

empreender, ele ama estar em

família e com os amigos. Seu

hobby preferido é cozinhar

pa-ra eles. É fundador e diretor da

empresa Domi Müller

Inspiran-do Líderes, cuja missão é

ele-var a performance e

lucrativi-dade das empresas e pessoas

por meio da transformação do

ser humano, inspirando-o a

al-cançar o seu propósito de vida

e desenvolvendo-o para

ex-pressar todo o seu potencial.

“Durante toda a sua jornada Domi teve ricas experiências pessoais e profissionais. Promoveu a transformação de muitas pessoas e mixando tudo, agora nos presenteia com este livro, que desafia nossa capacida-de empreencapacida-dedora para que licapacida-deremos nosso capacida-destino.”

Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário “Ao longo da minha vida sempre surgiram pessoas ou melhor anjos da guarda que abriram os meus olhos, a minha mente e portas que tornaram os meus sonhos realidade. Que me levaram a me apaixonar e virar designer, usar computadores etc. etc… O encontro com Domi e este livro é uma destas portas para levar o meu universo de design e vida para uma nova dimensão.”

Hans Donner, designer “Quanto mais o tempo passa, mais me surpreendo com a capacidade do Domi de liderar e fazer coisas diferentes sem nunca perder o foco no empreendedorismo. Seu livro mistura o lúdico com a técnica de uma forma didática e de fácil leitura. A visão de longo prazo ressalta a importância que daremos à construção de um futuro melhor para nós mesmos e à consolidação de nossos propósitos e valores.”

Ricardo Bomeny, presidente da Bffc (Bob's) “Domi Müller mostra um caminho de inspiração para líderes. Quando obtemos o engajamento da própria cabeça e coração e consegui-mos transformar erros em aprendizado, descobriconsegui-mos oportunidades nunca antes imaginadas.”

Marlin Kohlrausch, presidente Calçados Bibi

fora tem a impressão de que eles estão no controle de suas vidas e

de seus negócios. Mas por dentro, será que eles têm esse domínio? Como

liderar uma família, uma corporação, uma comunidade, uma cidade ou

um país se, ao final do dia, você se dá conta de que aquilo que mais

importa (você) ficou para amanhã?

www.domimuller.com

www.saiadopilotoautomatico.com

L

(2)
(3)

Editor: Rafael Martins Trombetta Revisão: 3GB Consulting

Capa: Musen

Ilustrações miolo: Gerson Kauer

Imagens da capa: Shutterstock permissão Gustavo Lima Editoração: Cristiano Marques

www.buqui.com.br www.editorabuqui.com.br

www.autopubli.com.br

CIP-Brasil, Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ

M924s Müller, Domi

Saia do piloto automático e lidere seu destino / Domi Müller 1. ed. | Porto Alegre, RS | Buqui, 2015.

336p. | 23 cm ISBN 978-85-8338-156-3

1. Liderança. 2. Empreendedorismo. 3. Administração. I. Título. 15-19113 | CDD: 808.51 | CDU: 808.51

(4)

D

edico este livro a minha mãe, que, com amor e uma enxada na mão, me deu toda a inspiração para viver uma vida que vale a pena!

A

gradeço minha família, em especial às pessoas que mais amo na vida: meus filhos, Samanta, Vinícius e Joana, e minha mulher, Charlene. Vocês me concederam o privilégio de poder me dedicar a escrever este livro, me encorajando e incentivando a ir em frente mesmo quando meu Elefante interior queria fugir.

A meus clientes, que se permitiram ao longo destes anos se desen-volverem por meio dos programas que ministro, e que me dão a cada dia a oportunidade de realizar minha missão de elevar a performance das empresas e pessoas pela transformação do ser humano.

(5)

L

ivro magnífico! A sabedoria de abrir os olhos e sugestões práticas em Saia do piloto automático e lidere seu destino vai revolucionar sua vida e sua liderança. Faça o que Domi Müller diz e verá os seus maus hábitos desaparecerem e sur-gir hábitos vencedores. Repleto de exemplos e exercícios de valor inestimável. Engaja sua cabeça e seu coração. Ler este livro agora é começar a sua transformação!

Richard Daft, professor de Gestão da Vanderbilt University e autor de O Executivo e o Elefante

A

o longo da minha vida sempre surgiram pessoas ou me-lhor anjos da guarda que abriram os meus olhos, a minha mente e portas que tornaram os meus sonhos realidade. Que me levaram a me apaixonar e virar designer, usar computado-res etc. etc… O encontro com Domi e este livro é uma destas portas para levar o meu universo de design e vida para uma nova dimensão.

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C

onheço Domi Müller, ou “amigão”, como costumamos nos chamar, há mais de 20 anos, e quanto mais o tempo passa, mais me surpreendo com sua capacidade de liderar e fazer coisas diferentes sem nunca perder o foco no empre-endedorismo. Em Saia do piloto automático e lidere seu

des-tino, Domi mistura o lúdico com a técnica para despertar a

importância da liderança em nossos próprios destinos na vida pessoal ou profissional, de uma forma didática e de fácil lei-tura. A visão de longo prazo que sempre o acompanhou pa-rece ressaltar a importância que daremos à construção de um futuro melhor para nós mesmos e à consolidação de nossos propósitos e valores.

Ricardo Bomeny, presidente da Bffc (Bob's)

APRESENTAÇÃO

E

m Saia do Piloto automático e lidere seu destino, Domi Müller mostra um caminho de inspiração para líderes. Quando conseguimos transformar erros em aprendizado e evitar repeti-los, descobrimos oportunidades nunca antes imaginadas. Ter uma visão de futuro, tanto para empresa quanto para sua vida pessoal, é de fundamental importân-cia, assim como também colocar foco, entusiasmo e otimismo para buscar sucesso pessoal e profissional. Obter o engaja-mento de sua própria cabeça e coração, bem como de um time de trabalho, é o grande desafio para ter êxito neste novo século. Domi Müller desenvolve as lideranças da Bibi, equipes de vendas e franqueados, com resultados transformadores na forma de pensar e agir das pessoas.

Marlin Kohlrausch, presidente da Calçados Bibi

APRESENTAÇÃO

I

nspirador, objetivo e prático. Nesta obra, Domi consegue conversar conosco de forma leve durante a narrativa e passar exemplos reais, dicas e ferramentas para o desenvolvimento pessoal e profissional. Aprender com as histórias passadas e aplicar no dia a dia as lições práticas podem direcionar o rumo de sua vida para melhor. Considero uma leitura obrigatória para pais, líderes ou qualquer pessoa que deseje liderar o seu destino e ser um real vencedor.

Rodrigo Abreu, presidente da Alphagraphics Brasil

D

urante toda a sua jornada Domi teve ricas experiências

pessoais e profissionais. Promoveu a transformação de muitas pessoas e mixando tudo, agora nos presenteia com este livro, que desafia nossa capacidade empreendedora para que lideremos nosso destino. A autoliderança é a palavra cha-ve para nosso sucesso pessoal e profissional, e este livro nos mostra que ela é possível e está ao alcance de todos.

(7)

Q

Este livro foi escrito para você desenvolver sua mente (Condutor) e seu coração (Elefante interior).

Ao mesmo tempo em que agradeço que me permita inspirá-lo, de-safio-o a Sair do Piloto Automático, trilhar esta jornada de desenvolvi-mento e liderança pessoal e escrever para mim sobre seus avanços em www.domimuller.com. Juntos estaremos conectados e apreciaremos sua evolução e superação.

Contem comigo! Domi Müller

“N

ão se pode ensinar alguma coisa a um homem; apenas ajudá-lo a encontrá-la dentro de si.” Galileu Galilei

(8)

Introdução | 17

1 Saia do piloto automático e lidere destino

1.1 O Elefante, o Condutor e o caminho | 24

1.2 Vivemos 95% de nosso tempo no piloto automático | 25

1.3 Somos liderados pelo nosso Condutor durante

5% do nosso dia | 26

1.4 Como nosso Elefante tira o Condutor do foco | 26

1.5 Converse com seu Elefante interior e

seja amigo dele | 31

1.6 Tenha atenção mental plena para conduzir seu

Elefante e sua manada | 35

1.7 Observe os sinais de cansaço, fome ou de saúde do

Condutor e do Elefante | 38

1.8 Mudando o processo e criando recompensas

para o Elefante | 40

1.9 Reaprendendo a brincar | 42

1.10 Escolha bem sua manada | 43

1.11 Liderando seu tempo, priorizando seu Condutor | 45

1.12 Por que é importante nossas crianças

conhecerem seus Elefantes? | 49

2 A proatividade já nasceu com você

2.1 Ser proativo é um dom da vida | 62

2.2 Sendo proativo com nosso Elefante, rompendo

com os espelhos sociais | 64

2.3 Ser proativo é um dom exclusivamente humano | 68

2.4 Ser proativo para liderar seu destino e ser feliz | 70

(9)

para liderar seu destino

6.1 Liderando para prosperidade nos 8 pilares | 174

6.2 Sinto que nunca tenho o bastante | 176

6.3 Dinheiro, sentido e escolhas | 177

6.4 Os 8 pilares do líder próspero | 179

6.5 Fazendo o check-up da sua liderança próspera | 200

6.6 Seu quociente da liderança próspera

(seu termostato) | 205

6.7 Sendo proativo e assumindo a responsabilidade por

sua liderança próspera | 206

7 Você é a mudança que você quer no mundo (a força do

seu caráter!)

7.1 O líder integral (utilizando

suas quatro inteligências) | 220

7.2 Liderados precisam de líderes que inspirem | 222

7.3 Noventa por cento das falhas de liderança

são de caráter | 222

7.4 Liderando com ética, moral e caráter | 225

7.5 A importância dos valores para uma liderança

integral nas empresas e a nova legislação brasileira

anticorrupção | 228

8 Construindo sua visão para uma vida que vale a pena

8.1 Seu trabalho é apenas um meio, sua vida pessoal é o

fim! | 240

8.2 Tudo o que você quer está fora da sua zona de

conforto | 243

8.3 A importância da visão para alcançar

nossa voz interior | 246

8.4 Visualização (Uma meta começa com um pensamento,

um sonho, um objetivo na mente) | 247

3 Lidere suas emoções (seu Elefante) para lidar com a

mudança, a pressão e o estresse

3.1 Sair do piloto automático gera incertezas e

insegurança | 80

3.2 Ferramentas para liderar seu Elefante em todas as

situações de mudança, pressão e estresse | 81

4 Bem vindo à gerontolescência. Todos teremos várias

vidas numa só!

4.1 Todos seremos gerontolescentes | 132

4.2 Você já pode viver com saúde por

mais de cem anos | 134

4.3 Chegando aos cem anos com saúde física e mental | 134

4.4 A alimentação como ativo de saúde física e mental | 142

4.5 Como a gerontolescência está afetando o bônus

demográfico brasileiro | 143

4.6 Viver mais de cem, abrindo a mente para novas

possibilidades e relacionamentos | 145

4.7 Experimente, reinvente-se, supere-se.

Você terá várias vidas em uma só | 146

4.8 Utilize as redes sociais e as novas tecnologias para

manter-se conectado ao longo da jornada da vida | 148

4.9 É a hora de aprender com os mais jovens | 150

5 Conduzindo seu Elefante para encontrar

seu propósito de vida

5.1 Sucesso é... | 158

5.2 Quatro premissas para construir seu

propósito de vida | 159

(10)

8.5 Uma imagem vale por 10 mil palavras | 249

8.6 Escreva suas intenções, metas, objetivos,

compromissos, desafios | 250

8.7 A fórmula ELEFANTE (um plano de ação proativo para

criar seu destino e liderar sua manada) | 252

8.8 Dramatizando nossos desafios para mover nossa

manada | 284

8.9 Três metas profissionais, três metas pessoais, é tudo

de que você e sua equipe e família precisam | 286

8.10 Só ganha o jogo quem acompanha o placar | 290

8.11 A meritocracia para comprometer você e

sua equipe. | 293

8.12 Compartilhando e comprometendo-se

com suas metas | 295

8.13 A importância de um plano estratégico empresarial

para alcançar a visão empresarial | 296

9 O poder do foco, do pensamento positivo e do entusiasmo

para alcançar suas metas

9.1 A importância do foco | 310

9.2 Foque sempre no positivo.

Seu Elefante irá resistir... | 314

9.3 Despreze o impossível e você descobrirá

que você é muito mais do que pensa que é. | 315

9.4 Transformando os pensamentos negativos em

positivos | 316

9.5 Entusiasmo significa ter Deus dentro de Si | 317

10 Você vai precisar de pessoas para realizar

seu propósito de vida

O apagão da mão de obra – um novo paradigma | 326

L

íderes em todos os níveis comandam milhares de pessoas e infinitos outros recursos. Quem olha de fora tem a impressão de que eles es-tão no controle de suas vidas e de seus negócios. Mas por dentro, será que eles têm esse domínio? Como liderar uma família, uma corporação, uma comunidade, uma cidade ou um país se, ao final do dia, você se dá conta de que aquilo que mais importa (você) ficou para amanhã?

Este livro é destinado às pessoas que querem liderar seu destino, fazer a vida valer a pena e deixar um legado. Ele foi escrito a partir das vivências do autor como empreendedor e especialista em neurolideran-ça. Há mais de 30 anos, Domi Müller lidera e desenvolve pessoas. Seus programas já transformaram milhares de pessoas, em especial por meio do S.P.A. (Saia do Piloto Automático e Lidere seu Destino).

Só temos o direito de liderar outras pessoas – na família, política, trabalho ou comunidade – se soubermos liderar a nós mesmos. Este li-vro trata de autoliderança, o que significa que você irá desenvolver suas quatro inteligências (mental, física, emocional e espiritual), para então li-derar outras pessoas. Domi Müller já está escrevendo a sequência deste livro, sobre a liderança do outro, com a qual você terá ferramentas para liderar e influenciar as outras pessoas – o lançamento ocorrerá durante o ano de 2016.

Esta obra foi desenvolvida em dez capítulos, que abordam todos os aspectos sobre liderar o seu destino. Ao final de cada capítulo, você poderá anotar metas e desafios que queira lançar e alcançar, utilizando as ferramentas e técnicas apresentadas.

Se preferir, esses mesmos desafios podem ser desenvolvidos no site

www.saiadopilotoautomatico.com/plano-de-acao, no qual você

en-contrará ferramentas para construir um plano de ação e monitoramento para o alcance e superação deles.

Ao longo dos dez capítulos, você conhecerá a história de Luca, um menino que irá transformar-se num líder empreendedor, fazendo com que você, leitor, assuma a torcida e acompanhe sua evolução.

(11)

No capítulo 1, você vai acompanhar o nascimento de Luca e conhe-cer sua família. Vai conheconhe-cer como funcionam as duas partes de nos-so cérebro, o lado racional e o lado intuitivo/emocional, por meio do Elefante e do Condutor, uma metáfora da neurociência para nos fazer entender como esses dois sistemas tão complexos podem ser facilmen-te compreendidos.

Liderar seu destino se tornará mais leve e mais divertido quando conhecer esses dois personagens que todos temos dentro de nós. Você vai compreender como conduzir com seu Elefante e sua manada, inclu-sive descobrindo por que seu Elefante vai relutar tanto em ler este livro. No capítulo 2, irei mostrar que você já nasceu proativo e que, por questões genéticas, traumas ou experiências inconscientes, ao longo de sua infância ou outros momentos de sua vida, pode ter se tornado reativo – e isso o está impedindo de avançar. A pessoa proativa é aquela que lidera seu destino, que sabe contornar e superar os desafios que a vida apresenta com liberdade de escolha e muito foco.

No capítulo 3, você descobrirá que um Elefante solto incomoda muita gente, em especial a nós mesmos. Trabalharemos com 15 fer-ramentas para conduzir seu Elefante com tranquilidade em todos os aspectos da vida, sejam de alegria, sejam de euforia, tristeza ou dor. Ensinaremos como liderar e controlar suas emoções em momentos cru-ciais da vida, pelos quais todos passamos. Você dominará ferramentas para lidar desde uma pequena situação de trânsito que o irrita até uma situação-limite de doença terminal.

No capítulo 4, você se dará conta de que viverá até os cem anos, portanto, tem uma vida inteira pela frente. Todos vivemos o limiar de uma nova era, na qual viveremos 30 ou mais anos além do que preve-mos quando nascepreve-mos. E agora? O que fazer com toda uma nova vida adulta que ganhamos? Vamos explorar esse novo paradigma e como sair do piloto automático de continuar acreditando que viverá só até os 70 anos, além de ajudá-lo a compreender o impacto que isso terá em sua vida, demonstrando a importância de liderar seu Elefante para ter uma vida que valha a pena, mais longa e feliz.

No capítulo 5, você poderá avaliar se está vivendo em seu propósito de vida ou se está fazendo mais do mesmo sem ir a lugar algum. Vamos

ajudá-lo a refletir sobre o porquê de estar aqui neste planeta, quais os seus talentos, sua paixão, seus valores, e como conduzir seu Elefante para sair do piloto automático e ir em busca de sua voz interior, seu propósito de vida. Você descobrirá que sempre haverá tempo, se você assumir as rédeas de sua vida e decidir liderar seu destino.

Você também descobrirá que podemos ter mais de uma voz inte-rior, atuando ao mesmo tempo ou em épocas diferentes. Como vai viver até os cem anos, talvez queira mudar de profissão ao longo da vida, e por que não retomar aquele sonho de infância de ser médico ou ator?

No capítulo 6, você conhecerá o líder próspero, ou seja, a pessoa que tem prosperidade nos oito papéis de nossa vida, compreendendo que dinheiro não é sinônimo de sucesso; sucesso é o equilíbrio entre o que ama e o que faz, alinhado com suas prioridades de vida. Vai poder fazer uma avaliação de quais são suas prioridades e também poderá fa-zer um Check-Up do Líder Próspero, para avaliar seu grau de liderança próspera e quais crenças e lacunas deverão ser superadas para tornar-se um.

No capítulo 7, descobrirá do que foi feito. Verá que sua voz interior está associada a valores de sua infância, sua escola e o meio em que vive e viveu, e que caráter é fundamental para ter sucesso. Em nível mun-dial, o caráter e os valores cada vez mais estão permeando as relações e negociações, e você verá como isso está impactando nos negócios e na vida

No capítulo 8, vou demonstrar que pior que ser cego é não ter vi-são, tanto para sua empresa quanto para sua vida pessoal. Vou ressaltar a importância de ter metas para liderar nosso Elefante interior, saber colocar foco e entusiasmo para alcançá-las e ter sucesso pessoal e pro-fissional. Você conhecerá a fórmula “ELEFANTE” para realizar sua visão e liderar seu destino em direção a uma vida que vale a pena.

No capítulo 9, você descobrirá ferramentas da neurociência sobre o poder do foco, a importância e as descobertas sobre o poder do pensa-mento positivo e como ter entusiasmo para realizar aquelas atividades fundamentais para uma vida valer a pena – aquelas que nosso Elefante resiste em fazer.

(12)

P

edro Mello está na sala de cirurgia, prestes a assistir ao nascimento de seu segundo filho, Luca. Casado há 14 anos com Monique, eles têm uma filha, Júlia, de nove anos, uma linda e afetuosa menina de olhos verdes que está na recepção e espera ansiosamente notícias so-bre o irmão e a mãe. A família chegou ao hospital às 6h da manhã, com Monique tendo contrações regulares desde lá.

Pedro desafiou-se a assistir ao parto, motivado pelo pediatra das crianças. Embora sendo calmo, ele sabia que poderia desmaiar, pois desde que se conhece por gente, sempre que via sangue, tinha uma sensação incontrolável de perder os sentidos. Ele herdou essa fobia de sua mãe. Quando criança, sempre ouvia ela dizer que não podia ver san-gue que desmaiava, e por isso ele também era assim.

São 9h da manhã, e o pediatra chega com uma hora de atraso. Pedro pega na mão gelada de Monique para apoiá-la e observa o movimento da equipe médica ao redor da mesa de cirurgia. As contrações já esta-vam ocorrendo havia mais de três horas, e se tornaram ininterruptas.

O parto será por cesariana, e o procedimento tem início. Pedro, percebendo toda aquela movimentação, deixa-se inebriar pelo cheiro de éter que penetra em suas narinas. Seu sangue parece descer com-pletamente da cabeça para o estômago, deixando-o sem forças para ficar de pé.

Quando acorda, está sendo atendido por um enfermeiro, e Luca já havia nascido, com o cordão umbilical enrolado ao pescoço. A essa al-tura, o bebê busca, com um ímpeto natural de quem chegou ao mundo, expelir o mecômio que aspirou durante o parto. O pediatra pega-o em seus braços como se fosse um boneco inflável sem ar, aplicando o pro-cedimento que faz Luca alcançar sua primeira vitória e chegar ao mundo forte e saudável, tendo recebido nota dois e em seguida nota nove no teste de Apgar*.

Pedro, agora recuperado, e sem entender muito o que havia ocor-rido, é levado para a sala de parto para dar apoio a Monique, enquanto as enfermeiras dão o primeiro banho em Luca.

Então apresentam-no aos pais, e está ali mais um ser humano, pron-to para fazer diferença aqui na Terra.

* Teste de Apgar: o teste de Apgar consiste na avaliação de cinco sinais: frequência cardíaca, respiração, musculatura, reflexos e cor da pele. Cada item vale dois pontos, e um bebê com nota máxima alcançará dez pontos. Na repetição do teste, cinco minutos depois, o bebê que atingir sete pontos é considerado em boas condições; quatro pontos ou menos indicam que sua adap-tação deverá ser observada, com acompanhamento cuidadoso.

No capítulo 10, você compreenderá que, dominando sua autolide-rança, utilizando suas quatro inteligências, estará apto para liderar a sua manada de Elefantes, na sua família, comunidade, trabalho ou política.

Lembre-se de que, quando estiver lendo este livro, estará adquirin-do conhecimento. Quanadquirin-do estiver aplicanadquirin-do e praticanadquirin-do essas ferra-mentas, fazendo diferença na sua vida e nas das outras pessoas, estará definitivamente vivendo uma nova era, a era da sabedoria.

(13)

O pai vai à sala de espera do hospital para contar a Júlia, ansiosa que está para ver seu irmãozinho, que tanto pediu aos pais. Ela havia comido cinco pastéis pela ansiedade da espera, e agora tinha chegado a hora. Ela e o pai dirigem-se ao berçário e através de uma janela de vidro, observam Luca ainda chorando muito, como é comum a qualquer ser humano quando é repentinamente retirado do ventre materno para esta vida.

Júlia sente uma sensação de amor e ternura encher seu coração com a visão de seu irmão, que a emociona e leva a rezar em voz alta, de felicidade. A pele alva e os olhos azuis de Luca faziam parte de seu sonho, que agora se realizava. Ela foi a maior incentivadora dos pais para ter um irmão, e a partir de agora, como que por uma força divina, passa a assumir e dar a seu irmão todo o amor e o afeto que uma irmã carinhosa pode dedicar e que uma mãe que sofre do transtorno de per-sonalidade borderline não conseguirá.

Saia do piloto automático e

lidere seu destino

(14)

1.1 O Elefante, o Condutor e o caminho

Você já se deu conta, ao final de um dia de expediente, de que traba-lhou, trabalhou e não rendeu? Parece que não fez nada, embora estivesse o tempo todo ocupado? Nesse dia você estava no piloto automático, fazen-do primeiro o que gosta, depois o que é mais fácil, deixanfazen-do o que é mais importante para o final do dia, se houvesse tempo – e não houve.

Durante essa jornada que vocês escolheram, de transformar o conhe-cimento em sabedoria, apresento dois personagens que irão permear to-das as ferramentas e aprendizados aqui contidos: o Elefante e o Condutor, uma metáfora criada pelo neurocientista Jonathan Hardt em seu livro “Uma vida que vale a pena” para explicar que nosso cérebro é dividido em duas partes e como elas interagem para deixar a vida nos levar ou criar nosso próprio destino.

Todos temos dentro de nós um Elefante e um Condutor. Esse Elefante tem em torno de sete toneladas, é pesado e muito preguiço-so. Adora ficar na zona de conforto, no piloto automático. Ele gosta do prazer imediato e que seja agora. Coisas importantes que não são urgentes, como fazer um check-up médico, uma previdência privada, exercícios físicos, não são com ele.

Aquelas atividades profissionais mais desafiadoras ele costuma deixar para depois. Nosso Elefante fará diariamente sempre o que ele gosta pri-meiro, depois o que é mais fácil, e, se houver tempo, ao final do dia fará o que é mais importante.

O Elefante aprende lentamente por repetição, e quando adestrado adequadamente tem grande parcela de responsabilidade pelos nossos su-cessos. Ele também é responsável pelos nossos sentimentos mais profun-dos de amor, ódio, empatia, raiva, medo, compaixão e todas as emoções relacionadas.

Ele é responsável por nossas decisões mais importantes, fazendo você levar para casa aquele gatinho abandonado que encontrou na rua ou se apaixonar por aquela colega de trabalho sem nem saber por quê. É ele que nos impede de embarcar no avião por medo e também de lançar aquele

novo produto por falta de coragem. Ele representa o lado emocional e intuitivo que todos temos. O nosso coração.

Pedro, ao desmaiar naquele momento tão importante do nascimento de seu filho, agiu no piloto automático de seu Elefante, que foi adestrado na infância por sua mãe, que desmaiava quando via sangue.

1.2 Vivemos 95% de nosso tempo no piloto automático

Já aconteceu de você dirigir até determinado lugar e, quando chegou lá, não lembrar por onde passou? Isso é Elefante no comando. É o piloto automático das nossas vidas. Pesquisas científicas apontam que vivemos entre 95% e 98% de nossa vida no piloto automático, ou seja, comandados por nosso Elefante. E mais, como nosso Elefante detesta sair da zona de conforto, ele tem comportamentos arredios, pessimistas, e é assustadiço.

Experimente realizar qualquer atividade nova, mesmo que seja sair de casa e mudar o seu roteiro para o trabalho. Vai perceber o quanto seu Elefante irá resistir e, quando menos perceber, estará na empresa pelo mesmo caminho de sempre, liderado por seu Elefante.

Um ser humano normal tem em torno de 60 mil pensamentos diá-rios, 80% negativos, que são produzidos pelo piloto automático de nosso Elefante. O Elefante é a dor que procuramos evitar e o prazer que quere-mos sempre e agora.

Desde a Pré-História até nossos dias, nosso cérebro não se alterou muito, segundo os neurocientistas. Quando o homem saía da caverna as-sustado com o que poderia encontrar pela frente e extremamente ansioso pela responsabilidade de trazer alimento para a família, já tínhamos esse “software mental” de sermos negativos, ansiosos e estressados. É seme-lhante a como agimos hoje, quando saímos de casa observando se não seremos assaltados, se fechamos a porta de casa, se estamos com a chave do carro, se nossos filhos estão bem, etc., etc. É o Elefante no seu mais alto grau de atividade automática e negativa.

Diferentemente do que acontecia na Pré-História, em que o homem re-cebia descargas de estresse rápidas, como quando decidia lutar ou fugir de um predador, atualmente temos situações de estresse únicas que podem levar dias, semanas ou até uma vida para se resolverem – por exemplo, uma separação litigiosa ou uma ação judicial. Ocorre que nosso cérebro não foi concebido para ter estresse e pressão por longo tempo, e isso aca-ba resultando em doenças, muitas vezes crônicas, como as enxaquecas, e outras vezes fatais, como o câncer.

"Eu só posso controlar aquilo de que tenho consciência. (Condutor) Aquilo de que não tenho consciência me controla. (Elefante)

(15)

1.3 Somos liderados pelo nosso Condutor durante 5% do nosso dia

Por outro lado, temos também dentro de nós um Condutor de Elefantes. Ele tem o nosso peso físico – no meu caso, 90 kg – e pensa que pode conduzir meu Elefante de 7 toneladas. O condutor sabe racionalizar os pensamentos, é ponderado, analítico, gosta de planejar e adiar deci-sões. Ele toma decisões centradas em fatos e, por isso, é pragmático. O Condutor é responsável pelo nosso lado racional e analítico. As pesquisas científicas atribuem, em um dia de uma pessoa normal, somente entre 2% a 5% de atenção plena desse Condutor.

O principal obstáculo para promover a autoliderança e a mudança duradoura para liderar nosso destino é o conflito de nosso cérebro, en-tre nosso lado racional/analítico (Condutor) e o lado emocional/intuitivo (Elefante), esses dois sistemas completamente diferentes, que ficam com-petindo pelo controle.

Tudo o que queremos em nossas vidas, tal como um novo trabalho, um novo negócio, um relacionamento, um filho ou qualquer outro bem ou capacitação, está fora da nossa zona de conforto e, portanto, para ser al-cançado, exige que o Condutor esteja no controle. Quando os esforços da mudança interior e exterior fracassam, normalmente a culpa é do Elefante e de sua visão de curto prazo.

As mudanças que buscamos conquistar geralmente envolvem sair do piloto automático, para ampliá-las, preço que nosso Elefante não quer pa-gar. Ocorre que o Elefante tem grandes forças e crenças que podem boi-cotar as mudanças, e nosso Condutor tem grandes debilidades para lidar com esses boicotes. Quando superamos esse conflito entre nosso Elefante e o Condutor, as mudanças começam a aparecer.

Sempre que tivermos que travar uma luta com nosso Elefante, é muito provável que, por sua força de 7 toneladas, ele irá vencer. Afinal, nossa con-dução é muito tênue, comparando o peso de cada um. Ao mesmo tempo, conduzi-lo cansa, e se tivermos que conduzir na força, ele sempre vencerá, pelo cansaço.

1.4 Como nosso Elefante tira o Condutor do foco

Nosso Elefante interior tem várias fórmulas para nos tirar do foco e levar nossa mente de volta ao piloto automático. No livro “O Executivo e o Elefante”, de Richard Daft, o autor destaca três meios de o nosso Elefante nos desviar de nosso foco.

a. O Elefante juiz interior

Quando estou viajando para uma conferência ou treinamento, muitas vezes pego meu Elefante juiz interior julgando pessoas que estão no avião. Às vezes, julgando sua aparência, seu notebook, sua roupa, seu celular. Esse é meu Elefante juiz interior, que se foca nos meus pontos fracos e nos das outras pessoas.

A marca Dove criou uma campanha no YouTube – “Você é mais bonita do que pensa” – na qual os criadores conseguiram captar quão poderoso é nosso Elefante juiz interior. Eles contrataram um desenhista de retratos falados do FBI e convidaram algumas mulheres para conversar umas com as outras. Depois pediram para determinada mulher entrar em uma sala em que ela não enxergava o desenhista, e vice-versa. Ele apenas pedia para ela descrever seu próprio rosto e fazia o retrato dela.

Logo após a mulher sair da sala, entrava outra que havia conversado com a mulher anterior. O desenhista passava a perguntar a essa segunda mulher como ela poderia descrever a mulher que ela havia conhecido e fazia o retrato falado novamente.

Ao final, são mostrados, a cada uma das mulheres que tiveram seus desenhos retratados, os dois desenhos, o descrito por ela e o descrito pela nova conhecida. Em todos os desenhos feitos, a descrição feita pela outra pessoa era muito melhor que a descrição própria. Ou seja, nosso Elefante juiz interior nos julga negativamente, na grande maioria das vezes, muito diferentemente do que fazem as outras pessoas. Vale a pena olhar esse filme no YouTube e avaliar como funciona seu Elefante juiz interior.

A maioria desses pensamentos negativos a respeito de nós mesmos é originada de nossa genética ou foi adestrada em nossa infância ou ado-lescência por nossos pais, familiares ou mesmo pelo bullying de amigos ou colegas de escola. Essas pessoas, que são ou foram tão importantes em nossas vidas, também são forjadas por juízes interiores que julgam e apon-tam os pontos negativos, afinal, os pensamentos delas apon-também são 80% negativos. Um simples comentário a um filho de que ele tem o queixo gran-de pogran-de levar a graves consequências emocionais ao longo gran-de sua vida.

Se você é ou vai ser pai ou mãe, tome muito cuidado com o que diz a respeito de seu filho já dentro da barriga da mãe, durante a gestação e durante toda a sua formação, até a idade adulta. Foque o tempo todo em palavras positivas, pois são elas que formarão a personalidade e a autocon-fiança do Elefante dos seus filhos.

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Carla foi mãe solteira com 15 anos de idade. Sua filha, nascida em um ambiente de caos, com pouquíssimas condições financeiras, absorveu todas as angústias e medos de sua mãe, que, sem o apoio da família, teve de se virar como pôde para criá-la. Sua filha cresceu muito independente e ativa, o que levou os familiares a apelidarem-na de Bin Laden. O leitor já pode imaginar o que significa para uma criança, aos 4 ou 5 anos, descobrir o que significa seu apelido. Ela tornou-se a terrorista da escolinha e da casa. Tudo o que fazia tinha um tom de agressividade e destruição. Ao pe-gar um brinquedo, quebrava-o; ao conviver com outras crianças, brigava; e assim a vida foi se passando. Tão somente quando a criança chegou aos 9 anos, quando nos encontramos para desenvolver seu Elefante, é que a mãe se deu conta do absurdo que estava fazendo com a filha.

Tão logo ela chegou em casa, orientou sua família – sim, agora ela já está casada e tem outra filha – para abandonar tal apelido e tratar a criança pelo seu nome, Letícia, além de observar qualquer pequena atitude positi-va nela e elogiar, apreciar sinceramente. Ao longo do primeiro mês dessa mudança, Letícia já começou a responder com novas atitudes, tanto na escola quanto em casa, demonstrando o que pode acontecer quando nos focamos nos pontos fortes das outras pessoas, em especial em uma crian-ça, cuja personalidade ainda está em formação.

Gosto muito de uma frase de Peter Drucker, o pai da administração moderna, que diz que “Uma pessoa jamais deve ser elevada à condição de líder, se ela foca nos pontos fracos, ao invés dos pontos fortes, das outras pessoas”.

Quando nosso Elefante juiz interior se destaca em nosso Elefante, ele nos critica e nos põe para baixo o tempo todo, diminuindo nossa autoes-tima e autoconfiança e colocando barreiras que nos impedem de liderar nosso destino. Ao mesmo tempo, nosso Elefante juiz interior, se muito pro-eminente, só consegue ver pontos negativos nas outras pessoas, desper-diçando talentos e oportunidades de inspirar pessoas a desenvolver-se e evoluir.

Saber escutar seu Elefante e liderar a mudança, devolvendo palavras positivas, alimentando-o com entusiasmo, elogios e foco no que você e os outros têm de melhor, é uma das melhores formas de superar essa situa-ção. Falarei disso mais adiante.

Desirê é uma líder que participou do nosso programa S.P.A. (Saia do Piloto Automático e Lidere seu Destino) e conseguiu dominar seu Elefante juiz interior muito acentuado. Ela havia sido adestrada, em sua infância, com críticas de seus pais de que ela era feia e burra, e isso fez com que, ao

longo de grande parte de sua vida até aqui, ela se visse com seu Elefante juiz interior julgando-a dessa forma e, consequentemente, julgando todos ao seu redor negativamente.

Quando ela percebeu a força de seu Elefante juiz interior e começou a alimentar seu Elefante com suas qualidades e foco nos seus aspectos positivos, aos poucos passou a encontrar pontos fortes nas outras pessoas também. Como veremos adiante, alimentar nosso Elefante com palavras positivas, focando nas qualidades e nas ações positivas, significa ter um diálogo em voz alta entre nosso Condutor e nosso Elefante, mostrando nossas virtudes e aspectos positivos e também os das outras pessoas, e isso se faz com muita proatividade.

Havia muitos anos que Desirê batia de frente com seu pai, que é alcoó-latra. Ela repetia no piloto automático a mesma forma de se relacionar que aprendeu com ele próprio, ou seja, criticando e focando-se nos pontos fra-cos. Quando ele estava embriagado, o Elefante juiz interior dela o julgava impiedosamente, gerando atritos, brigas e distanciamento.

Quando, proativamente, ela aprendeu a agir diferentemente, focando-se nos pontos positivos focando-seus e de focando-seu pai, começou a inverter o jogo a focando-seu favor e a obter a atenção dele para a situação do alcoolismo. Agora ela já tem diálogo, já tem pontos fortes a valorizar nele e consegue ver esse de-safio como uma doença que pode ser tratada, e não mais como um defeito de conduta de alguém que está errado o tempo todo.

b. O Elefante advogado interior

Temos também um Elefante advogado interior, que atua nos defen-dendo das causas mais perdidas. Quando erramos feio e não assumimos nossos erros, eles ficam fazendo parte do futuro, e se nosso Elefante in-terior for um forte advogado, é provável que não reconheça esse erro, às vezes por toda uma vida, embora isso afete profundamente nossa saúde e nossa felicidade.

Fábio é um consultor de muito boa reputação em sua cidade. Participa ativamente nos clubes de serviços e igreja e tem uma família exemplar, es-posa e quatro filhos, todos já adultos. Ele tinha um segredo não revelado: teve um filho fora do casamento, que assumiu com a mãe da criança, mas nunca contou para sua família.

Fábio visitou essa criança anualmente por 13 anos, e, na última visita, seu filho pediu para conhecer sua outra família. E agora, o que fazer? Ele teve que reunir seus quatro filhos, esposa e netos e reconhecer seu erro.

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Envergonhado, quis sair de casa, embora sua esposa estivesse disposta a perdoá-lo e a receber a criança como um membro da família. Enfim, che-gou o dia da visita do jovem, que foi recebido por todos com muita alegria e empatia.

Tudo passou e foi assimilado pelos familiares, e então, Fábio, agora de consciência tranquila, teve um enfarte, como que uma descarga de todo o emocional que seu Elefante conteve por 13 anos. E quem estava ao lado dele no hospital? Sua esposa, a quem ele magoou com tamanha situação. Imagine que Elefante advogado interior precisamos ter para segurar tama-nha defesa por tanto tempo, causando uma grande guerra interna entre Condutor e Elefante e gerando doenças e sofrimento para todos.

Saber reconhecer quando estamos errados é uma das atribuições do Condutor, que, com muito caráter e foco, poderá liderar seu Elefante ad-vogado interior e ter uma vida mais tranquila e feliz.

Esse Elefante advogado interior pode ter sido forjado em nossa infân-cia, especialmente se fomos educados pela dor, sendo punidos por nos-sos pais, muitas vezes com castigo físico, pelos erros cometidos. Como tínhamos que esconder tais erros, aprendemos rapidamente a desenvolver defesas interiores, criando desculpas e mentiras para evitar assumir o que devia ser assumido e, assim, escapar do castigo.

c. O Elefante mágico interior

Muitas pessoas têm um Elefante mágico interior acentuado, que cria e se ilude com situações impossíveis de serem realizadas. Esse é um dos maiores desafios nossos, e me vi em várias situações mágicas antes de co-nhecer melhor meu Elefante.

O megaempreendedor brasileiro Eike Batista tem um Elefante mágico interior de muitas toneladas. Todos conhecem sua história, sua sagacidade e capacidade de empreender. A pergunta é: como um empreendedor tão inteligente e então já bilionário deixou seu Elefante mágico iludi-lo de que ele seria o homem mais rico do mundo em tão pouco tempo? Pelas contas dele, em entrevista à revista Exame de 2011, até 2015 ele seria o número um na lista dos homens mais ricos do mundo da revista Forbes. Seu mágico foi tão convincente que convenceu investidores de todo o mundo, brasi-leiros, americanos, árabes, europeus. O resultado todos já conhecem. O mercado perdeu, ele perdeu, todos perderam.

Para avaliar se nosso Elefante ou o de outra pessoa está agindo como um mágico, faça-o responder à pergunta-chave para pôr os pés do Elefante no chão: como você vai fazer para realizar isso?

Jonathan é líder em uma rede hoteleira que tem um Elefante mágico aguçado e criativo. Ele tem uma renda mensal de R$ 3.500 e queria com-prar um automóvel Fusion 2012 no valor de R$ 70 mil. Ele tinha, para dar de entrada, um carro no valor de R$ 10 mil. Perguntei a ele como iria pa-gar o restante. E ele disparou: “Vou dar um jeito”. Nosso Elefante mágico adora quando o Condutor assume que vai dar um jeito, porque, na prática, nesse momento ele está sendo conduzido pelo Elefante, e lá na frente vai perceber o tamanho da dor de cabeça ao assumir um financiamento maior que seu próprio salário. Ou ainda, como foi o caso, ele ficou fantasiando aquele automóvel novo por dois anos, sem adquiri-lo e sem iniciar qualquer poupança que o levasse a alcançar sua meta num futuro próximo.

Portanto, conhecer nosso Elefante e nosso Condutor, descobrir seus pontos fortes e pontos a melhorar nos ajuda a compreender nossas atitu-des e nossos comportamentos e permite ao nosso Condutor realizar as ações necessárias para colocar o Elefante de volta ao chão e conduzi-lo com rédeas e foco.

Nosso Elefante mágico interior muitas vezes nos faz correr determina-dos riscos desnecessários, acreditando em fantasias e em outros mágicos que nos rodeiam, às vezes nossos líderes, às vezes nossos liderados.

1.5 Converse com seu Elefante interior e seja amigo dele

Uma forma de lidar com o conflito entre o Condutor e o Elefante é utilizar o método de simulação de casos desenvolvido pela Universidade de Harvard. Esse método consiste em você conversar frequentemente com seu Elefante, em voz alta, em especial quando houver conflitos ou seu Condutor precisar liderá-lo em algum desafio novo e importante.

Gilmar Roza é profissional da área de saúde e compreendeu perfeita-mente o valor de conversar com seu Elefante para conduzi-lo a atividades antes inimagináveis. Com 54 anos de idade, relutava em fazer um check-up médico, com medo do exame de sangue. Seu Elefante emocional evitou, ao longo da vida, fazer esse procedimento básico de liderança pessoal que é cuidar de seu corpo físico, seu instrumento de vida. Sintam, nas palavras dele, com que sabedoria seu Condutor conduziu seu Elefante, levando-o a uma vida mais feliz.

“Ei, valeu, Domi, como sempre você demostra estar cada vez melhor e concentrado naquilo que faz. Com isso estou conseguindo conduzir meu Elefante interior para aplicar todas as ferramentas do S.P.A. e

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co-locar em prática na minha vida pessoal e profissional. Muito obrigado. E falando no Elefante, tem um cara dentro de mim querendo te dar um oizinho” … "Ei, te liga, Domi! Você está deixando esse meu ex-escravo Gilmar muito esperto. Acredita que hoje ele foi fazer exames de san-gue? Ele passou as oito horas de jejum me sacaneando, enchendo a mi-nha xícara, dizendo que, se eu fosse junto com ele para incomodar, ele não me levaria junto ao laboratório. Bah, tchê, logo eu, ficar fora dessa! Mas acabou me levando depois que eu entrei na mente dele e o conven-ci. Porém, minutos antes de a enfermeira chamar ele, e quando pensei que estava tudo dominado, ele me olhou com aqueles olhos brilhando e disse: ‘Fica sentado aqui na recepção, meu Elefante, que vou coletar sangue sozinho...’. Fiz de tudo para que ele desistisse, mas ele se lide-rou e foi… Em minutos ele voltou sorrindo, feliz da vida, dizendo ‘Viva o S.P.A. Viva... Nem doeu’. Então, só posso desejar boa viagem, Domi, e fica por lá uns tempos. Deixa que eu cuido do Gilmar, ou melhor, agora ele está cuidando mais de mim e de nossa saúde.”

Gilmar compreendeu o poder de liderar seu destino e ser mais feliz. Quando ele quer e precisa conduzir seu Elefante, conversa com ele em voz alta e, com muito carinho, lidera e realiza as mudanças que busca, e tem a capacidade de elogiar a si mesmo pela vitória interna promovida.

Quando conversamos aberta e positivamente com nosso Elefante, ele compreende melhor a direção que queremos seguir. Quando você expres-sa em voz alta as suas orientações, seu Elefante não interrompe, e as ideias ficam mais claras. No livro “O Executivo e o Elefante”, de Richard Daft, o autor ensina um exercício para comprovar essa técnica.

Feche os olhos por um minuto e foque-se em sua respiração, pensan-do nas palavras inspirar e expirar, inspirar e expirar, enquanto respira. Ao final desse um minuto, observe quantos outros pensamentos seu Elefante traz a sua mente durante esse tempo, sem que você solicite. A cada vez que esses pensamentos vêm à mente, procure retomar o foco em inspirar, expirar...

Agora feche os olhos por um minuto novamente e, acompanhando sua respiração, repita em voz alta as palavras inspirar e expirar, inspirar e expi-rar... Ao final desse um minuto, observe como seu Elefante não conseguiu entrar em sua mente e colocar outros pensamentos, porque você estava expressando em voz alta, estava literalmente no comando.

Há mais de 2.000 anos, os budistas já sabiam como conduzir seus Elefantes, por meio da repetição de mantras em voz alta, que, além de

silenciar nosso interior, alimentam o Elefante de palavras positivas, o que contribui para a sua condução.

Ao visitar um templo budista em Três Coroas, no Rio Grande do Sul, compreendi como os budistas já sabiam, há mais de 2.500 anos, que nosso Elefante interior tem mais de 80% dos pensamentos negativos. Isso já era tão sabido que, para os budistas, alcançar a iluminação, que é o mais alto degrau de elevação espiritual do budismo, significa eliminar toda a negati-vidade da mente. E isso se faz com a repetição de mantras positivos e em voz alta.

João é um grande amigo que descobriu o poder de conduzir seu Elefante dentro da quadra de tênis utilizando o método de conversar com ele. Como é sabido, um jogador de tênis de alta performance atribui suas vitórias a seu controle emocional. João começou a conversar com seu Elefante interior durante as partidas, conduzindo-o às vitórias. Ele desco-briu o poder de separar cada ponto de uma vez e focar tão somente um ponto, e assim as vitórias passaram a se suceder. Como seu Elefante sabia o que fazer, afinal, já estava adestrado para jogar tênis muito bem, e no pi-loto automático, conduzi-lo tem sido o único foco de João, que tem colhido vitória após vitória.

Como ele mesmo relatou entusiasmado, é incrível como, quando elo-giamos nosso Elefante, ele se foca e aumenta sua capacidade de resul-tados. Quando separamos os desafios em pedacinhos, como cada ponto em uma partida de tênis, sem olhar para o passado e para o futuro, nosso Elefante dá tudo de si, e conseguimos alcançar aquela vitória interna que tanto buscamos.

Experimente conduzir seu Elefante em sua atividade física, num es-porte, para lidar com suas metas pessoais e profissionais, ou ainda para lidar com a pressão que determinada situação exija. Conduza seu Elefante interior, deixe-o bem pertinho de você e o elogie por cada progresso. Ao longo deste livro, veremos muitas ferramentas para saber como conduzir nosso Elefante em todas as situações de nossas vidas, em especial na lide-rança de nosso tempo, nossas metas, na pressão, ansiedade, estresse e em nosso destino.

Reginaldo é um líder que compreendeu o poder dos mantras para mo-ver sua equipe para o alcance de metas. Além de criar um mantra pessoal seu, que ele repete dez vezes pela manhã e ao final do dia – “A cada dia estou me tornando um melhor líder” –, ele também teve a ousadia de criar um mantra para sua equipe de trabalho. Ao chegar ao trabalho em

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deter-minado dia, ele foi até cada colaborador e disse-lhe: “Dia a dia estou vendo em você um melhor profissional”.

No primeiro dia, seus liderados ficaram surpresos, mas como ele sabia que sua equipe era muito religiosa, a cada um ele perguntava se rezava o Pai-nosso na igreja em voz alta. “Da mesma forma, este é meu Pai-nosso. É meu mantra sobre você, porque a cada dia quer ver você melhor e me-lhor”. Com essa mensagem na mão, a equipe passou a bater as metas de produção de sua unidade, e a cada dia ainda melhor. Experimente, saia do piloto automático e aja com seu filho, com um liderado, um vendedor. Vai fazer diferença.

Algumas pessoas podem chamar também os mantras de autossuges-tões que fazemos a nosso Elefante. Abaixo segue uma lista de sugesautossuges-tões de mantras para você, leitor, se inspirar e construir o seu dia a dia:

• Estou lidando melhor com o momento (se estou agindo negativa-mente com cada situação)

• Estou me sentindo mais tranquilo (se estou estressado)

• Estou diminuindo meu ritmo das respostas (se estou interrompen-do as pessoas)

• Sinto entusiasmo com a próxima reunião (se estou sem paciência para participar de reuniões)

• Meus pensamentos estão se tornando mais positivos (se sou negativo) • Estou curtindo mais meu trabalho, ou minha vida, ou meu treina-mento, ou ler livros, ou fazer academia (se meu Elefante está resis-tente)

• Estou apreciando mais as pessoas (se sou crítico de tudo e de to-dos)

• Estou me sentindo mais feliz (se sinto tristeza) • Estou mais relaxado (se fico tenso)

• Estou me tornando mais comunicativo (se sou tímido)

• Estou seguindo o fluxo de minhas prioridades (se tenho procrasti-nado)

• Estou abrindo mão do meu perfeccionismo (se demoro nos proje-tos e decisões por ser exageradamente perfeccionista)

• Estou dedicando mais tempo às pessoas

• Estou mais atento ao meu Elefante juiz interior (se estou sempre me criticando)

• Estou ouvindo com mais atenção (se preciso ser um melhor ouvinte)

1.6 Tenha atenção mental plena para conduzir seu Elefante e sua manada

O apóstolo Paulo, em 2 Coríntios I0-2, escreveu: “Porque quando sou fraco, então é que sou forte”. Ou seja, a Bíblia já sinalizava a importância de sabermos lidar com os dois lados da nossa mente, o racional/analítico do Condutor e o intuitivo/emocional do Elefante. A fraqueza de um é a força do outro.

O nosso Elefante é nosso lado quente dos momentos emocionais, im-pulsivos, e o condutor é o lado frio, racional, que processa as informações de forma mais neutra – por exemplo, estar lendo este livro.

A agenda do Elefante são as emoções, o amor, a compaixão, a solida-riedade, a empatia e a lealdade, além do instinto que nos faz proteger nos-sos filhos do perigo. É também o Elefante que fornece a energia necessária para levar a cabo qualquer mudança. Uma mãe, ao perceber que há a roda de um carro em cima de seu filho, utiliza a força do Elefante para retirar o carro de cima, sem nem saber como.

Essa força é exatamente a fraqueza do Condutor. Ele perde muito tem-po sem ir a lugar algum, pensando, decidindo, adiando, dada sua tendên-cia a racionalizar demais.

Se quisermos promover mudanças em nós e nas outras pessoas, temos que desenvolver e atrair tanto o Elefante, com sua energia e motivação que são essenciais para irmos a algum lugar, quanto o Condutor, com sua capacidade de planejamento, gestão e liderança.

A maioria de nós acredita que conduzimos nossas vidas racionalmen-te, que efetivamente somos os Condutores dela e de nosso Elefante. Mas como vimos, em mais de 95% do tempo é o Elefante quem nos conduz. Quando nos damos conta, já fizemos aquilo que nosso Elefante decidiu, no piloto automático, e nosso Condutor apenas inventa um motivo ou descul-pa descul-para aceitar o que já foi feito.

Quantas vezes você se propõe a fazer um regime para emagrecer e se pega tendo comido mais que o proposto? Quando seu Condutor se dá conta, ele só consegue encontrar as desculpas para o fato, do tipo “eu não havia almoçado ainda e estava com fome”, ou ainda “amanhã eu recupero este atraso”.

Você consegue imaginar-se conduzindo de verdade um Elefante? Como será para um Condutor convencer um Elefante de 7 toneladas a ir para determinado lugar? Quando o Condutor deixa um Elefante solto, você tem ideia do estrago que isso pode gerar numa casa, jardim, cidade?

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Assim, para que tenhamos uma vida intencional e de maior realização, conduzir nosso Elefante com atenção mental plena torna-se vital, quer seja numa partida de tênis, quer seja numa grande meta profissional, quer seja em um desafio de vida ou morte.

Quanto temos atenção mental plena, nosso condutor está no coman-do, e isso impacta diretamente nos resultados de nossas atividades diárias, ou ainda no aprendizado de um estudante. Crianças que não conseguem ter atenção mental plena não conseguem aprender. E também não conse-guem se controlar.

Essa atenção mental plena pode ser desenvolvida com gatilhos men-tais ou ferramentas digimen-tais.

Flávio é um empreendedor, dono de um mercado, que descobriu que precisava de um gatilho mental para aprimorar sua habilidade de fazer co-branças. Ele tinha “alguns” cheques sem fundos no cofre e não tinha von-tade nenhuma de realizar tais cobranças. Normalmente nós, empreende-dores, estamos focados em ir pra frente, e essas pequenas atividades, tão importantes, são negligenciadas. Então ele desenvolveu um gatilho mental muito importante. Ele colocou em sua mesa de trabalho um cofre num formato de Elefante, e decidiu que, a cada cheque cobrado, ele iria colocar 10% do valor naquele cofre, e o restante numa poupança, já que tinha che-ques parados havia mais de um ano.

Ao perguntar a ele quanto em dinheiro estimava que tinha de cheques sem fundos no cofre, ele disse-me que acreditava ser R$ 30 mil. Então de-safiou-se a colocar em sua agenda um horário a cada dia, das 8h às 8h30 da manhã, quando entrasse na empresa, para abrir o cofre e organizar os che-ques por ordem de importância, ou seja, os de maiores valores em cima, e começar a agir, ligando e cobrando. No primeiro dia, organizou e so-mou todos os cheques, e para sua surpresa, totalizavam mais de R$ 75 mil. Então ele começou a ligar e a agir. Descobriu que apenas um restaurante, seu cliente, lhe devia R$ 15 mil, e o escolheu como um teste. Foi visitá-lo e, já nesse primeiro encontro, conseguiu reaver R$ 5.000, que o cliente lhe pagou em dinheiro. Os demais R$ 10 mil foram parcelados sem juros, em prestações de R$ 2.000, com cheques da esposa do proprietário do restau-rante (o que, na opinião do Flávio, era ainda mais seguro).

Flávio descobriu que seu gatilho mental do cofrinho em cima da mesa o estava lembrando o tempo todo de realizar aquelas cobranças, e já na primeira que havia priorizado, descobriu que os 10% nem caberiam no cofrinho. Resumindo, em 30 dias de foco e novas atitudes, Flávio havia

recuperado mais de R$ 40 mil em cobranças que estavam escondidas do seu Condutor em seu cofre. E agora, ele já começava a ter uma poupança para as emergências da vida, agindo como um líder próspero – que vamos desenvolver no capítulo 6.

Leandro é um líder de um restaurante que também lançou mão de um gatilho mental para ajudar sua equipe a tratar seus clientes pelo nome. Ele treinou sua equipe para se apresentar e perguntar o nome do cliente, para que pudessem tratá-los de forma mais pessoal. Além desse treinamento, apresentou a todos o Pedro, um boneco em forma de pinguim que tinha um crachá escrito “Meu nome é Pedro”. Um boneco desses foi colocado na área de recepção, outro na área de entrega dos pedidos à cozinha e outro no caixa do restaurante, de modo que a equipe, vendo o pinguim, lembra-se de tratar os clientes pelo nome. Muitos clientes acabam vendo o boneco também e perguntam por que ele está ali, o que reforça a atenção mental da equipe, ao contar a história do Pedro.

Hoje, com as ferramentas digitais – uma agenda num smartphone, por exemplo –, é ainda mais fácil gerarmos atenção mental plena, acordando nosso condutor do piloto automático com um simples registro do que que-remos fazer e com um alarme de lembrança. Você pode utilizar isso para qualquer situação em que queira adestrar seu Elefante, das mais importan-tes às mais simples, como comer uma fruta e tomar um copo de água no meio da manhã e da tarde.

Como contou o psicólogo Daniel Goleman em seu livro “Foco”, o Google é uma fortaleza do alto QI. Dizem que lá são selecionados para entrevistas apenas os 1% mais bem posicionados nas provas. Pois foi lá que ele fez uma palestra sobre inteligência emocional que captou a atenção desses profissionais – que, na teoria, são os mais bem preparados para a atenção mental plena.

Eles ficaram tão entusiasmados quando conheceram o lado emocional do cérebro, o Elefante, que um dos empregados, Chade-Meng Tan, se uniu à fundadora do Centro para a Mente Contemplativa, Mirabai Bush, para elaborar uma experiência que aprimora a atenção mental plena, por exem-plo, utilizando a meditação de consciência corporal para entrar em sintonia com seu Elefante, seus sentimentos. Meng, cuja visão é mais empreende-dora, tem uma meta: tornar essa experiência um curso de atenção mental plena disponível para líderes de todo o mundo.

Eis algumas reflexões para ajudar a avaliar seu nível de atenção mental plena:

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• Você frequentemente esquece onde deixou a chave do carro? • Não se lembra de nada do caminho para o trabalho pela manhã? • Não sente o sabor dos alimentos quando está comendo?

• Não se lembra do último parágrafo que leu deste livro, aí em cima? Resumindo, a prática da atenção mental plena, quer seja com medita-ção, quer seja com um tempo para você ficar em silêncio, quer seja utilizan-do gatilhos mentais e tecnológicos, fortalece o foco, o controle utilizan-do condu-tor sobre o Elefante. Além disso, aprimora nossa memória de trabalho para armazenar informações e manter nossa atenção no que é mais importante.

1.7 Observe os sinais de cansaço, fome ou de saúde do Condutor e do Elefante

Para liderar nosso Condutor e nosso Elefante e o das outras pessoas, é muito importante perceber os sinais de cansaço ou saúde de ambos. Muitas vezes o Condutor simplesmente não consegue se mover por estar cansado ou doente, e, consequentemente, não tem energia para conduzir o Elefante. Muitas vezes o Elefante está exausto da repetição no piloto automático – como dirigir por dez horas.

Vejam o exemplo do Renan, um gestor de lojas que participou conosco do S.P.A. Ele vinha havia muito tempo criticando sua mãe por estar obesa, ter pressão alta e fumar. Ele queria ajudá-la a mudar sua atitude, mas a forma como abordava isso tão somente deixava o Elefante dela irritado e contrariado. Desenvolvendo as ferramentas que propomos neste livro, ele inspirou sua mãe a fazer caminhadas com ele. Na primeira delas, na qual Renan começou a ser um ouvinte de qualidade, fazendo perguntas, sua mãe relatou que se sentia muito triste, vazia. Ele, tão logo encerrou a caminhada, com a atenção plena de seu Condutor, combinou com ela uma visita a um médico, na qual foi diagnosticado que ela estava com depres-são. Ou seja, Renan estava querendo inspirar a mudança em um Condutor doente. Isso é quase impossível. Quando sua mãe obteve o diagnóstico e o tratamento adequado, seu Elefante se ergueu novamente, e hoje ambos caminham três vezes por semana, melhorando sua disposição mental, emo-cional e física.

A tendência natural de nosso Condutor, ao estar faminto, cansado ou ainda doente, é deixar que o Elefante conduza no piloto automático. Deixa a vida me levar, vida leva eu...

Se você tem filhos, sabe do que estou falando. Ou consegue liderar um elefantinho faminto? Ou com sono? Ou doente? Eu presencio isso conti-nuamente em minha casa, onde tenho a Jojo, uma enteada de quatro anos que amo muito.

Essa doce e meiga menina geralmente está de bem com a vida, pois está bem alimentada, com o sono em dia e saudável. Eventualmente, se a percebemos impaciente ou reclamando, pode saber que estava brincando tanto que se esqueceu de se alimentar ou dormir, e nós nos esquecemos de conduzir seu Elefante. E é incrível como nosso Condutor, ficando no piloto automático do Elefante, leva um tempo até se dar conta disso, às vezes lutando com o Elefante dela, chamando a atenção e corrigindo-a sem se dar conta do momento dela. Quando nos damos conta e tratamos de alimentá-la ou colocá-la para dormir, seu Elefante e seu Condutor reco-nhecem e aceitam tranquilamente a direção. Novamente o diálogo em voz alta é fundamental para alimentar positivamente o Elefante, nosso e das outras pessoas.

Portanto, é fundamental ter a atenção mental plena do Condutor para perceber os sinais de fadiga, cansaço ou doenças que nosso Elefante ou nossa manada podem estar sentindo e ajudá-los positivamente quando ne-cessário.

Um exemplo disso foi relatado no livro “Rápido e Devagar”, de Daniel Khanemann, no qual ele compartilha o resultado de uma pesquisa feita a respeito da tênue liderança de nosso Condutor sobre o Elefante, especial-mente quando ele está cansado. Essa pesquisa foi realizada com juízes da alta corte de Israel. Os cientistas acompanharam as decisões sobre pro-mover indultos a presos, e perceberam que, em determinados horários do dia, aumentava dramaticamente o percentual de negativas de conceder os indultos. Eles então acompanharam, durante três meses, os juízes, ana-lisando como era sua alimentação em relação às decisões. Eles atuavam das 8h às 18h, sendo que às 10h faziam um lanche, às 12h almoçavam e às 16h faziam outro lanche. Descobriram que, quando faltavam em torno de 30 minutos para fazer o lanche ou almoço, os juízes duplicavam as nega-tivas de liberdade. Descobriu-se que, quando começa a faltar glicose no organismo dos juízes, e nos de todos nós, o Condutor fica cansado e fraco, delegando ao Elefante, no piloto automático, tomar as decisões. Dessa forma, os juízes, naqueles horários, evitavam avaliar mais profundamente os processos, deixando o piloto automático decidir pelo não, que era mais fácil, menos trabalhoso e comprometedor.

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A conclusão é que a glicose é de suma importância para a energia de nosso Condutor e de nosso Elefante. Precisamos estar bem alimentados para realizar qualquer tarefa. Observe, em sua empresa, seu departamen-to ou entre departamendepartamen-tos, como os atridepartamen-tos e mal-entendidos ocorrem no período antes do lanche ou do almoço. Se em sua empresa ou em seu tra-balho não há espaço para lanche ou você não tem tempo para esse lanche a cada três horas, observe quão irritadiço e sem controle fica o Elefante.

Em nosso programa S.P.A., sempre desafio os gestores de empresas que não fazem pausa para um lanche a cada três horas para fazerem uma experiência de produtividade em um único setor, fornecendo uma barra de cereal, um suco ou uma fruta a cada duas ou três horas, e comparar durante seis semanas em relação às seis semanas anteriores. Aposto que sua produtividade aumentará, e os atritos entre pessoas e departamentos diminuirão consideravelmente.

1.8 Mudando o processo e criando recompensas para o Elefante

Para mover nosso Elefante em direção a mudanças, é fundamental per-ceber se a mudança precisa ser feita nele ou pode ser feita no processo.

Imagine o desafio da líder Márcia, que precisava emagrecer cinco qui-los para superar uma arritmia cardíaca, diagnóstico que poderia levá-la a uma cirurgia.

Ela descobriu que, para emagrecer, além de definir uma meta clara, precisava mudar alguns processos no entorno do seu Elefante. Uma das mudanças foi passar a almoçar em restaurante por quilo, definindo uma meta de reduzir o peso do prato de alimentos de 550 g para 350 g em duas semanas, diminuindo 50 g de alimentos a cada três dias. Com a simples re-dução do tamanho do prato e a reformulação da dieta, com cinco refeições diárias contendo frutas e cereais, ela conseguiu emagrecer 2 kg em duas semanas. Isso motivou seu Elefante a iniciar a natação, o que desencadeou outros processos positivos de redução de peso e melhora da disposição e do humor para enfrentar seu dia a dia. Em apenas cinco semanas, ela con-seguiu reduzir seu peso em 5,8 kg, desenvolver o hábito da natação três vezes por semana, e mais, ao realizar novo exame médico, estava superada a arritmia cardíaca!

Ou seja, em muitas oportunidades de mudança em nossas vidas e nas vidas das outras pessoas, será muito importante estarmos atentos

mental-mente para saber conduzir nosso Elefante e o dos outros para a mudança. Muitas vezes, é o processo que pode ser aprimorado, e não necessaria-mente as pessoas.

Ernani é um líder que também percebeu o valor de rever os processos, em vez de focar-se na mudança das pessoas. Ele é líder de produção em uma fábrica de móveis, no setor de furação das portas, no qual havia muito retrabalho por conta de erros de furação. Havia quatro operadores que faziam tal processo, cada um em sua máquina, todos furando todos os mo-delos de portas. Ele descobriu que a incidência de erros ocorria, na maioria das vezes, com um determinado modelo de porta.

Então, decidiu eleger apenas um único operador para realizar a fura-ção daquele modelo. Ao mudar o processo, obteve mais de 80% de re-dução no retrabalho e aumentou a produtividade em 42%, simplesmente porque um único operador fazendo mais operações da mesma porta fazia melhor, mais rápido e com mais qualidade. E mais, se ele errasse, era fácil identificar quem tinha cometido o erro e corrigi-lo.

Como moro em uma das regiões mais frias do país, quando tenho que levantar às 6h da manhã para fazer meus exercícios físicos, muitas vezes meu Elefante resiste, argumentando que posso adiar para mais tarde, fazer outro dia, ou criando qualquer outra desculpa que ele me impõe automa-ticamente para me convencer a ficar na cama. Então, nessa hora, se meu Condutor estiver com muito sono ou cansado, perderá a liderança, e eu acabo ficando deitado.

Uma forma de conduzir nosso Elefante é criar alguma recompensa de que ele goste para levá-lo até a academia. Como o meu Elefante adora um pedaço de bolo com café, eu mostro pra ele como vai ser prazeroso retor-nar da academia, tomar um banho relaxante e tomar aquele café. Eu levo ele mentalmente para a situação do café e então ele resiste muito menos, e eu consigo me levantar e fazer meu exercício físico. O sentimento de vitória é mútuo, pois, no fundo, ele reconhece a importância do exercício físico para nós.

Meu Elefante também é um entusiasta da música, então, se vou para a academia e escolho uma trilha sonora de que ele gosta, meu condutor pode pôr até mais peso nos equipamentos, que ele faz feliz da vida.

Como nosso Elefante é do prazer imediato, descubra aquelas ações que dão prazer a ele e construa as recompensas que possam movê-lo para as mudanças que sua vida merece. Você perceber como será mais fácil lide-rar seu emocional e ter uma vida mais plena.

Referências

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