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Defina um prazo ou uma quantia para encerrar com seu Elefante uma situação que está incomodando

No documento Completo (páginas 57-59)

(seu Elefante) para lidar com a mudança, a pressao e o estresse

3.2 Ferramentas para liderar seu Elefante em todas as situações de mudança, pressão e estresse.

3.2.8 Defina um prazo ou uma quantia para encerrar com seu Elefante uma situação que está incomodando

Essas ferramentas parecem lógicas e óbvias demais, mas o fato é que nosso Elefante não é lógico. Ele é intuitivo e emotivo e utiliza infor- mações inconscientes que desconhecemos racionalmente. Quantas vezes olhamos para trás e nos perguntamos: como foi que agi assim? De onde tirei isso para sofrer por algo tão banal? Como não me dei conta antes?

Conheci o Paulo Augusto por intermédio de uma amiga em comum. Ele me contou que fora piloto da Varig e que, quando a empresa fechou, teve de propor uma ação coletiva para receber seus direitos trabalhis- tas. Já fazia 12 anos desde então, e ele ainda não havia recebido nada. Ele me contou que tinha quatro imóveis no Brasil e na Itália e que não conseguia mover-se para nada antes da ação contra a Varig ser re- solvida. Procurei explicar para ele que determinadas situações que não fazem parte de nossa área de influência, como os casos judiciais, em especial no Brasil, devem ser tratadas como expresso nesta ferramenta: definir uma data em que vamos encerrar, com nosso Elefante, tal situ- ação, preparando-nos para o pior que pode acontecer, aceitando esse pior e tocando a vida em frente.

Imaginem que Paulo Augusto está há 12 anos esperando por uma sentença que talvez ele nunca tenha, e é provável que morra sem a so- lução dessa indenização da Varig.

Defina um prazo, dê como perdida a ação e siga seu destino proati- vamente. Sua vida é muito mais importante que qualquer outra situação futura que dependa de decisões judiciais, ou, por exemplo, situações sobre as quais você não tem nenhum controle ou capacidade de ação.

Determinados investidores de Bolsas de Valores e também joga- dores profissionais em cassinos sabem liderar seu Elefante para decidir

“Pergunte ao Elefante qual a probabilidade de a situação acontecer e visualize mentalmente com seu Elefante a situação já superada.”

quanta ansiedade um prejuízo, uma perda ou até um ganho merece, e dar um basta em seguida.

Na Bolsa de Valores, existe um termo chamado “stop loss” (pare de perder), que seguidamente é utilizado nesses casos. Ou seja, os investi- dores, ao adquirirem uma ação, definem uma perda máxima que estão dispostos a suportar, por exemplo, de 10%. Quando compram uma ação a US$ 10, definem um limite máximo de risco que estão dispostos a correr. Por exemplo, se a ação baixar a US$ 9, teto inferior previamente definido, eles imediatamente desfazem-se da ação, aceitando a perda e partindo para outra.

Da mesma forma, utilizam a ferramenta “stop gain” (pare de ga- nhar), por exemplo, definindo um percentual de 30%. Significa que, se, em determinado tempo, o valor da ação alcançou uma valorização de US$ 10 para US$ 13, eles se desfazem dela, para realizar o ganho e par- tir para outra.

As ferramentas de “stop loss” e “stop gain” são muito úteis para conduzir nosso Elefante onde emocionalmente podemos ser levados a perdas irremediáveis, e às vezes totais. Essas ferramentas também são muito úteis para jogos em cassinos.

Incrementando-as ainda mais, imagine que você comprou a ação a U$ 10 e definiu que aceita perder 10% e quer ganhar no máximo 30%. Ótimo. Mas o mercado se mexe, o que na verdade é a verdadeira graça dos investimentos em ações. Isso significa que o preço-limite e o preço -alvo devem sofrer constantes atualizações.

Seria mais inteligente definir que você aceita perder 10% compara- dos ao valor mais alto que o papel atingir em suas mãos? Por exemplo, se você comprou a R$ 10 e agora o papel vale R$ 11, qual deve ser o preço-limite da ordem de “stop loss”? Continua nos R$ 9? Ou será que você prefere R$ 9,90? Se você utilizar para investimentos essas ferra- mentas que as melhores corretoras de valores oferecem, vai ajudar em muito a liderar seu Elefante em seus investimentos e em seu destino.

Recordo-me que, na primeira vez que visitei um cassino, defini que levaria somente US$ 100, preparando meu Elefante para diversão e com limites. Lembro que, em menos de 30 minutos de jogo nas máquinas caça-níqueis, ganhei US$ 200. Nossa! Meu Elefante ficou mágico, en- gordou de entusiasmo e começou a apostar com a ambição desvairada de ganhar US$ 1.000. Em menos de 15 minutos, eu já estava sem nenhum centavo no bolso. Por sorte, havia levado apenas US$ 100, pois, se fosse

por meu Elefante, ele queria mesmo era ter mais dinheiro para “recupe- rar” o que tinha perdido. Naquele dia aprendi a lição do “stop gain”. Se eu tivesse definido um valor máximo de ganho, com o qual sairia do jogo, ou qualquer outra meta clara, teria ganhado um bom dinheiro e diversão.

Assim como você pode e deve criar um limite máximo de perda, também pode e deve criar um limite de ganho máximo que esteja dis- posto a realizar em seu negócio, sua margem de lucro ou sua aposta.

A partir desse aprendizado, nas demais vezes que fui a um cassino, e só vou por lazer mesmo, defini, além do máximo a perder, que sempre são US$ 100, um valor de stop gain, ou seja, uma parada de ganho, no meu caso, de US$ 200.

Se porventura meu dinheiro aumentar para R$ 200, o que ainda não aconteceu novamente, encerro a brincadeira e vou comemorar com meu Elefante. Ou seja, sei que vou me divertir com uma perda máxima de R$ 100 ou um ganho máximo de R$ 100.

Um exemplo recorrente com empreendedores acontece quando lançamos um novo produto, abrimos uma nova loja, um novo negócio, e passamos dois, três, às vezes cinco anos no prejuízo, e ainda assim relutamos a sair do negócio. Nosso Elefante detesta assumir perdas, as- sumir erros, até porque, em nossa infância, fomos treinados no sentido de que erros e perdas geram punições.

Só eu sei o quanto relutei em fechar algumas lojas próprias defi- citárias nos anos 90. Eu tinha uma rede de franquias, e meu Elefante construía raciocínios e argumentava com as mais falaciosas desculpas para envolver meu Condutor e deixar que as coisas piorassem ainda mais. Ele começava a expor argumentos, por exemplo, fazendo-me re- fletir sobre o que os outros iriam pensar sobre o fechamento da loja? O que iria representar para o mercado? E os empregos que você estará deixando de oferecer? E o ganho dos volumes que você tem nas com- pras incluindo esta loja? Etc., etc., etc. Se não estipulamos um stop loss, nosso Elefante nos leva literalmente à falência.

A ferramenta de definir um prazo para encerrar com o Elefante de- terminada situação também pode e deve ser utilizada quando você está num relacionamento afetivo que não prospera.

Irno é um líder participante do S.P.A. que, embora liderasse mais de cem pessoas em sua divisão de aços especiais, estava num grande de- safio pessoal. Havia mais de dois anos que seu Condutor tinha decidido encerrar um relacionamento amoroso doentio de cinco anos. Só que seu

Elefante continuava a manter o relacionamento e fazendo o que bem entendesse. Ele tomava a decisão de não ligar mais para ela, mas seu Elefante continuava a pressioná-lo e a encontrar maneiras de mudá-lo. Quando via, estava novamente naquela situação de atrito, desgaste e agressões, inclusive físicas, embora as primeiras horas sempre fossem prazerosas, como o Elefante gosta.

Ao relatar-me tal desafio, expliquei a ele que, no caso de relacio- namentos afetivos, nosso Elefante que é o líder emocional, nos lidera e faz gato e sapato de nós. Quando nosso Condutor percebe, já está na mesma situação novamente, ou seja, caiu no conto do Elefante, no piloto automático.

Para ajudar a superar essa situação, precisamos motivar o Elefante com algo mais desafiador. Se ele ficar só, sem ocupação, sua mente vol- tará ao passado e a defender os pontos positivos do relacionamento, dando a entender que tudo será superado. Ele faz isso porque ele é a parte emocional e precisa ocupar essa lacuna com algo. Defina com ele um prazo para virar o jogo, e que durante esse prazo você fará de tudo para que a relação se desenvolva e avance. Se isso não ocorrer até tal data, encerre-a com firmeza.

Parece fácil, mas, mesmo tendo negociado previamente com o Elefante, ele buscará argumentos para prorrogar, postergar ou qual- quer outra negociação que permita que ele continue na zona de con- forto, embora esteja dramaticamente desconfortável para o impotente Condutor.

Uma das maneiras de viabilizar isso nos relacionamentos amorosos é encontrar uma ponte. Encontre um novo relacionamento, mesmo que seu Condutor entenda que não é o que você quer. O fato é que, se você ocupar seu Elefante com um novo relacionamento, será mais fácil para ele se desconectar do anterior.

Chamo isso de ponte, pois, desde o primeiro momento, pode ficar claro ao Elefante e ao Condutor que essa pessoa não tem nada a ver comigo, mas é a ponte que eu preciso atravessar para esquecer aquele relacionamento que não funciona mais. Isso pode levar alguns dias ou

até alguns meses, mas o afastará do sentimento que o Elefante tanto quer preservar e mostrará a ele que vocês podem superar a situação e seguir para outra, firmes e fortes. E mais, talvez o destino possa sur- preendê-lo com uma ponte permanente, que com amor pode até ser correspondido.

3.2.9 Seja do bem. Faça seu Elefante feliz, fazendo os outros

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