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É hora de aprender com os mais jovens

No documento Completo (páginas 77-80)

Bem vindo á gerontolesc ncia Todos teremos várias vidas

4.9 É hora de aprender com os mais jovens

“Eu costumava pedir licença ao meu pai para lhe fazer uma pergunta. Hoje preciso pedir licença aos meus filhos para lhes dar um conselho.” Jorge Gerdau

Nunca antes na história da humanidade os pais aprenderam tanto com os filhos. A partir da era digital, somos nós, pais, que estamos aprendendo o tempo todo com eles, e se tivermos humildade para tan- to, podemos aprender muito mais. Nossos filhos é que dominam os principais canais na internet, os aplicativos para smartphones e tablets, a usabilidade das redes sociais e os meios de navegar na web. Eles tam- bém conhecem profundamente os hardwares disponíveis e tudo o mais relacionado à tecnologia. Portanto, estar emocionalmente perto de seu filho faz com que você aprenda, e muito, com ele.

Gilberto é um líder que tem uma filha de três anos. Quando fa- lamos no S.P.A. sobre a importância de externar seus sentimentos às outras pessoas, especialmente hoje, agora, ele relatou que sua filha de três anos dizia todos os dias para ele “eu te amo, papai”, e ele não sabia como conduzir essa situação, pois não havia sido treinado para transmitir seus sentimentos. Contava ele, com uma ponta de timidez e ingenuidade, que não acreditava que ela soubesse o que estava dizen- do, e que somente estava repetindo uma frase que ouvira na TV. O que ele deveria saber é que as crianças, desde o nascimento, já têm ampla capacidade de externar seus sentimentos – pelo olhar, sorriso ou movi- mentos do corpo –, portanto, a frase que ela está dizendo é verdadeira e reflete o sentimento dela por ele.

Esteja com a atenção mental plena em relação às pessoas que você ama. Expresse seus sentimentos, em especial aos mais jovens, que nos têm muito a ensinar. Elas irão surpreendê-lo, retribuindo sua atenção com mais amor, aprendizado, carinho e atenção.

Quem lidera os jovens da geração Y e Z já deve ter percebido que eles chegam ao mercado de trabalho hoje e querem ser promovidos amanhã. É fundamental compreender que suas referências de aprendi- zado e conhecimento são muito diferentes das nossas, inclusive sobre a própria infância. Se, em nosso tempo, éramos forçados a compartilhar aquilo que não queríamos, esses jovens foram forjados numa sociedade

mais individualista, e compartilhar é tudo o que eles querem. Portanto, a melhor maneira de liderá-los é fazendo perguntas e envolvendo-os, para que se sintam parte do todo. No livro “Saia do Piloto Automático e Lidere seu Destino – A liderança do Outro”, vou explicar por que as empresas de sucesso do século XXI devem ter um propósito maior para atrair e reter esses novos profissionais e aprender com eles.

Perguntas e respostas

a. Tenho 35 anos, sou sedentário, fumo e bebo sem regras. O que devo fazer para me focar em meus cem anos com saúde?

Você precisará construir um conjunto de metas que mova seu Elefante para esse objetivo. Com convicção, ele preferirá ficar onde está. A habilidade de você conduzi-lo poderá trazer o resultado que você busca.

b. Sou um líder de 30 anos e tenho em minha equipe profissionais mais experientes e com mais de 50 anos. Como liderar pessoas mais experientes?

A liderança das pessoas mais experientes que você deve ser condu- zida com humildade e reconhecimento. Se você consegue tocar o cora- ção (Elefante) dessas pessoas, demonstrando seu respeito e interesse em aprender com o conhecimento delas, com certeza elas contribuirão para sua evolução. Se isso é um fato, a habilidade de você reconhecer, com elogios a essas pessoas, fará a grande diferença em conquistá-las. Você encontrará todas as ferramentas para uma liderança integral no livro “Saia do Piloto Automático e Lidere seu Destino – A liderança do Outro”.

c. O que é independência financeira?

É ter renda mensal para suas necessidades e desejos sem necessitar trabalhar. Ou seja, você pode parar de trabalhar hoje e viver o resto de sua vida dessa renda atendendo todas as suas necessidades e desejos?

d. Como conquistar a independência financeira?

Essa é uma excelente pergunta, que remete a outra: quanto seu estilo de vida precisará mensalmente ao 70 anos para viver até os cem sem precisar trabalhar? A partir dessa resposta, se você é jovem – até 30 anos –,pode organizar uma previdência privada, e há vários simula- dores da internet para ajudá-lo nessa projeção. Você poderá também organizar um mix de investimentos, com uma carteira de imóveis de aluguel, por exemplo, ou tantas outras modalidades de investimentos que você encontra no mercado. Você também pode obter ajuda com um consultor financeiro. No Capítulo 6 falo mais a respeito.

e. Você fala em expressar sentimentos de amor. Em que momento posso saber se estou sentindo amor por alguém para expressar?

Essa pergunta me remete a outra questão: como faço para amar alguém? Eu costumo dizer que amar é um verbo, e ele se transforma em sentimento à medida que eu pratico o verbo amar. Se você se in- teressa verdadeiramente pela pessoa, está atenta aos interesses dela, aos desejos e oportunidades de demonstrar amor pela ação, ao natural essas suas atitudes começam a se traduzir em sentimentos de amor. Isso requer empatia, atenção, cuidado, interesse e várias outras opor- tunidades de exercer o verbo amar que você poderá desenvolver com as ferramentas que apresentamos no livro “Saia do Piloto Automático e Lidere seu Destino – A liderança do Outro”.

f. Tenho 58 anos, sempre trabalhei com vendas, e as oportunidades de emprego são mínimas para essa idade. Como trabalhar até os 80 dessa forma?

Há grandes oportunidades para pessoas de vendas nessa idade. É preciso ter a mente aberta para novas possibilidades. Um exemplo é co- meçar como um consultor (consultora) de produtos cosméticos da Mary Kay. Justina é diretora da Mary Kay que iniciou suas atividades quando já tinha 51 anos. Em menos de dois anos, ela alcançou o diretorado, e com três anos já tinha ganhado seu troféu sobre rodas – o famoso car- ro rosa da Mary Kay. Cada vez mais as empresas precisarão construir oportunidades de trabalho que envolvam as pessoas com mais de 50

anos, pois, além de haver um grande contingente de mão de obra nessa faixa etária, que cada vez aumentará mais com o bônus demográfico, esse público também será um dos maiores consumidores nos próximos 50 anos no Brasil, portanto, oportunizar produtos e trabalho para essa faixa pode ser uma grande oportunidade de negócio.

Transformando conhecimento em sabedoria

• O que posso fazer para cuidar-me ainda mais e chegar aos cem anos com saúde? Agendar um check-up hoje? Começar a caminhar? • Como irei agir para construir ou fortalecer minha independência

financeira?

• Quem são as pessoas que podem seguir comigo nesta jornada? • Que outras atividades posso gostar de fazer para mudar de dire-

ção ao longo da vida?

• Como posso traduzir isso num plano claro e objetivo? • Com quem posso começar hoje a praticar o verbo amar?

L

uca completou seu segundo ano vivenciando uma situação complexa e dualista. De um lado tinha sua irmã, dedicando todo o amor que ti- nha, ensinando-o e transmitindo a ele o tempo todo seu amor. Da parte do pai, recebia uma atenção incondicional durante as noites, que quem é pai já vivenciou, amamentando-o, trocando-o e fazendo-o dormir no- vamente.

Em várias das noites em que teve de acordar duas, três ou até qua- tro vezes para atender Luca, Pedro refletia sobre a fragilidade do ser humano. Ele se deu conta de que, na sua infância, tinha presenciado o nascimento de um bezerro numa feira de animais, e que o animal, tão logo nasceu, já saiu caminhando e procurando por comida. Então ele se deu conta de como o ser humano é um ser frágil, pois se o deixarmos só por poucas horas até certa idade, ele pode até morrer de fome.

De outro lado, Monique transmitia seus sentimentos de culpa e in- segurança, agredindo verbal e fisicamente Pedro e as crianças, apro- fundando-se no álcool e em drogas mais pesadas. Numa conversa com uma médica amiga da família, Pedro deduziu que Monique tinha um distúrbio psicológico chamado borderline, em que a pessoa vai ao limite do risco consigo mesma e com as pessoas ao seu redor.

Para chamar atenção em seus ataques de fúria, ela costumava pegar uma faca e colocar junto ao berço de Luca quando este estava dormin- do, ameaçando Pedro de que iria matar Luca e suicidar-se.

Num momento de lucidez de Monique, Pedro conseguiu convencê -la a se consultar com um psiquiatra para compreender e diagnosticar se seu quadro era normal, afinal, em menos de três anos ela tornara-se muito agressiva, sem equilíbrio e ao mesmo tempo depressiva. Isso es- tava impactando na criação dos calçados para a exportação, o que já si- nalizava um decréscimo nas vendas, sem contar com a pressão chinesa, que estava chegando, lenta e profundamente.

Júlia, que já estava com 12 anos, tinha plena lucidez dos aconteci- mentos, insistia com seu pai para separar-se da mãe, pois aquela situ- ação estava prejudicando toda a família. Pedro argumentava que não poderia deixá-la naquele estado com as crianças, e assim, com sua paci- ência que deixava as outras pessoas impacientes, conduziu tal situação

por mais três anos, os mais desafiadores pelos quais Pedro e seus filhos tiveram que passar.

Monique nasceu em uma família de posses. Seu pai, Armando, havia herdado os negócios e patrimônio da família e educou os filhos para apenas passar pela vida, pois seu futuro estaria garantido, assim como o de seu pai esteve. Monique nunca conheceu desafios financeiros até chegar à idade adulta, e ao mesmo tempo cresceu sob a cultura da es- cassez.

O Elefante do seu pai passava o tempo todo dizendo que os negó- cios não iam bem e que não podia gastar. Era a forma como ele sabia dizer aos seus filhos que deviam cuidar do dinheiro. Desde que Pedro o conheceu e cada vez que se encontravam, tinha que ouvir a mesma lamúria de que as coisas não iam bem e poderiam piorar ainda mais.

Armando tanto apregoou que estava indo de mal a pior que acabou perdendo praticamente todo o patrimônio da família e jogando-se com- pletamente na bebida, para compensar suas perdas.

Ao mesmo tempo, Monique tinha um Elefante muito carinhoso e amável, o que ajudava a minimizar sua culpa em relação a cuidar dos filhos, transmitindo amor e sentimentos a todo tempo a Julia e Luca. Como ela se sentia culpada por sua impotência em controlar a situação em relação ao álcool e às anfetaminas, em seus momentos de lucidez os compensava com presentes, pois era a forma que tinha de expressar seu amor.

Assim, Luca cresceu sendo cuidado por Gilda durante o dia, e à noite por Pedro, que envidava todos os esforços para alimentar, trocar fraldas e conduzir Luca durante as noites.

No início da noite em que Luca completou três anos, Pedro convi- dou seu irmão Marco com a esposa e dois filhos, mais a irmã de Monique com seus filhos, para um jantar. Quando Monique e Pedro estavam se arrumando no quarto, ela entrou em estado de total desequilíbrio por Pedro ter convidado seu irmão e passou a agredi-lo fisicamente.

Pedro, que já havia sido alertado pelo psiquiatra de Monique para evitar qualquer confronto físico, teve de sair do quarto correndo, mas Monique conseguiu puxar com fúria sua camisa, que se rasgou de cima

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a baixo. Quando ele passou pelo corredor que dava para a escada do térreo da casa, Júlia, que já estava escutando os gritos da mãe, assistiu a toda a situação e começou a desesperar-se, pois sua mãe se trancou no quarto, e ela temia o pior. Num gesto de amor e empatia, Júlia foi ao encontro do pai e o abraçou chorando copiosamente, perguntando até quando ele iria levar aquela situação. E assim foi o clima do jantar de aniversário de Luca, com Monique trancada no quarto, Júlia angustiada sobre o que poderia a mãe estar fazendo e Pedro e Luca conduzindo o aniversário junto aos demais familiares, sem que eles percebessem algo muito além de Monique estar apenas indisposta.

Conduzindo seu Elefante para

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