• Nenhum resultado encontrado

Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) na sede municipal de Touros/RN

5 ÍNDICE DE RISCO DE INUNDAÇÃO (INRISCO) NA SEDE MUNICIPAL DE TOUROS – RN

5.2 Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) na sede municipal de Touros/RN

5.2.1 Frei Damião

No setor Frei Damião, Para alcançar a compreensão da vulnerabilidade social, foi determinado como amostra o equivalente a 50 questionários. Tais questionários foram distribuídos aleatoriamente pela área permitindo uma compreensão espacial de sua representação. No que se refere a suscetibilidade (FIGURA 64), este setor não registrou índices muitos altos em grande parte das suas áreas, isso porque várias dessas zonas mapeadas com índices muito baixos são casas de veraneio, frequentadas periodicamente e por uma parcela da população a qual possui maiores condições financeiras. No entanto, as áreas com índices muito altos (identificados em vermelho) demandam maior preocupação. Isso porque os moradores permanentes das residências estão altamente suscetíveis e estas condições, os tornando mais frágeis em relação a sofrer grandes impactos de um evento de inundação diretamente.

Os indicadores de suscetibilidade apresentaram resultados os quais se justificam justamente por problemas diversos, sendo a maior parte deles relacionados a questões de infraestrutura. Parte dessas peculiares as residências e outras associadas as próprias condições urbanas das ruas e do bairro em que vivem.

Uma dificuldade em comum é a falta de sistema de esgotamento sanitário e de um sistema de drenagem os quais atendam as condições da população daquela área não só em decorrência dos corpos hídricos, mais por questão de saúde pública. Tudo isso visando assegurar uma moradia com características adequadas a população a qual comumente joga seus dejetos como esgotos e lixo domiciliar diretamente nas lagos ou no próprio quintal (FIGURA 65).

Nessa concepção, a maioria das residências não dispõe de fossa. A coleta de lixo é recorrente e considerada pela maioria das pessoas como regular, estando o abastecimento de água da área sob responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), o qual abastece a maior parte dessa área. As ruas são bem iluminadas e a água fornecida é de boa qualidade. Ainda assim, dispõe de sérios problemas em acessibilidade com ruas não calçadas e com vários desníveis no terreno, o que dificulta o trânsito de cadeirantes, idosos e pessoas com dificuldade de locomoção.

Figura 64 - Mapa de Suscetibilidade (Frei Damião)

Fonte: Elaborado pelo autor (2020). Figura 65 - Dejetos presentes na lagoa

Dos questionários aplicados, ao menos 36 entrevistados disseram ter prejuízos recentes deixados em suas casas associados a inundações. As reclamações mais comuns foram danos aos móveis, invasão da água no quintal das casas atrapalhando criações de animais e plantações, além de problemas estruturais como, por exemplo, rachaduras nas paredes (FIGURA 66 A) e o comprometimento de pisos e calçadas (FIGURA 66 B).

Figuras 66 A e B - Problemas estruturais como rachaduras em paredes (A); Comprometimento de calçadas (B)

Fonte: Foto de Erick Jordan (2019).

No que diz respeito as condições financeiras, 23 moradores notificaram que suas rendas mensais não superam um salário-mínimo. Ainda assim, a maioria deles afirmaram receber 1 ou dois salários. Quase todas as residências recebem algum tipo de auxílio os quais se dividem entre pensões, aposentadorias e bolsa família, sendo que 17 destas não possuem nenhum de seus moradores trabalhando e dependem de algum tipo de auxílio do governo. Os imóveis quase unanimemente são próprios e precisamente metade das residências que tiveram questionários aplicados afirmaram ter acesso à internet.

Analisando a capacidade de lidar (FIGURA 67) da população do setor em comento, pode se perceber espacialmente que os índices maiores a 0,541 são considerados muito altos. Porém, de acordo com o método estatístico aplicado a diferença entre os valores oscila pouco, significando que a capacidade de lidar da maioria dessas pessoas é bem baixa. Tal fato confirma

que, de fato, essa área traz consigo uma sucessão de problemas os quais estão associados não só o quanto estão expostos, mas sim com o que as pessoas podem fazer para garantir sua sobrevivência imediatamente após o desastre.

Figura 67 - Mapa da capacidade de lidar (Frei Damião)

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

Quanto aos indicadores da capacidade de lidar, a maioria das pessoas afirmaram não ter visto obras por parte do poder público visando a melhoria da situação a qual estão submetidos, a não ser a colocação de piçarra, recurso usado para conter parte do acúmulo periódico de água nessas ruas. Porém, essa ação gera outros problemas. A colocação desse tipo de material com uma certa frequência acabou fazendo com que parte da rua fosse mais alta que algumas casas (FIGURA 68 A). Com isso, os moradores precisaram construir pequenas muretas na frente de suas casas (FIGURA 68 B), mostrando que a medida paliativa pode se tornar um problema posteriormente.

Dentre os moradores, 19 deles afirmaram ter realizado reformas em suas residências associadas a problemas causados pela inundação. Dentre elas se destaca a elevação da residência (FIGURAS 69 A e B), revestimento dos pisos e em alguns casos específicos a substituição dos

móveis de madeira por de alvenaria (FIGURA 69 C), dando mais resistência para o caso da água entrar na casa.

Figuras 68 A e B - Casas mais baixas que a rua (A) e Muretas construídas na entrada da casa (B)

Fonte: Foto de Erick Jordan (2019).

Figuras 69 A e B - Elevação da residência (A e B); Substituição dos móveis de madeira por de alvenaria (C)

Fonte: Foto de Erick Jordan (2019).

Muitos dos moradores não reconhecem a importância da defesa civil para o município por desconhecimento de suas funções. A grande maioria acredita que os agentes só aparecem em casos extremos, quando o problema já está causado, ou seja, no pós-desastre. Porém, sem ações significativas na prevenção.

Foram registradas 8 pessoas com deficiência nesse setor, dentre elas com os seguintes tipos: mental, visual e o com limitações associadas ao comprometimento dos movimentos após fratura da coluna. Os moradores classificaram os serviços de saúde municipais como ruins ou regulares, afirmando que funcionam. Porém, com algumas dificuldades como, por exemplo, acesso a exames e consultas.

Dentre os moradores, apenas 5 deles disseram ter recursos para se manter em caso de um desastre. A maioria dos entrevistados não saberiam a quem pedir ajuda em caso de um desastre, mas que, ainda assim, poderia eventualmente contar com a ajuda de seus amigos, familiares e alguns vizinhos. E como lugar para servir de apoio imediatamente, muitos deles souberam classificar como abrigo as igrejas e alguns colégios.

No que se relaciona a capacidade de adaptação, foi certamente o aspecto mais preocupante identificado. A maior parte das famílias está classificada como muito baixa, conforme pode ser visto na Figura 70. Tal realidade mostra que de maneira prolongada após um eventual desastre as famílias teriam muitas dificuldades de se recuperar. Até mesmo os índices considerados muito altos registraram valores altos, significando que apesar de mais propício a se recuperar essa possibilidade seria gradativa e, de fato, não seria simples para os envolvidos.

Figura 70 - Mapa da capacidade de adaptação (Frei Damião)

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

Quanto aos aspetos relacionados a capacidade de se adaptar, pode ser notado a presença de vários idosos (30) e crianças (15) na área. Isso considerando o número calculado a partir dos

questionários. A escolaridade média levantada não supera o ensino fundamental completo, um aspecto bastante significativo considerando a relação entre o emprego, renda e escolaridade.

Seguindo um padrão nas respostas, todas as pessoas as quais responderam os questionários afirmaram que os corpos hídricos da cidade são poluídos, sujos e nada conservados. Ainda, relataram que, anteriormente, parte deles eram lugares de banhos e lazeres para as pessoas. Hoje, a realidade é diferenciada. Isso porque os esgotos das casas são lançados diretamente neles.

Outra fator interessante registrado foi apenas 1 pessoa ter seguro de vida, o que poderia lhe garantir alguma forma de manter-se caso algo acontecesse. Outros 4 moradores disseram ter planos de saúde, ou seja, a grande maioria depende diretamente dos serviços de saúde pública. Financeiramente, foi identificado que apenas 8 pessoas teriam condições de conseguir um empréstimo, caso precisasse se reformar a casa, comprando roupas ou até mesmo a própria alimentação.

Associando os resultados dos índices de suscetibilidade, capacidade de lidar e de adaptação, foi possível chegar ao índice de vulnerabilidade social do setor Frei Damião (FIGURA 71). Nesse sentido, observando o produto cartográfico obtido, é possível perceber que os valores de vulnerabilidade nessa área foram altos muito pelas inundações recorrentes resultantes da dinâmica das lagoas sazonais.

Essa área já passou por diversos problemas relacionados ao aumento do nível das lagoas. Queda de muros, calçadas rachadas, paredes trincadas, móveis comprometidos e pisos afundados eram problemas estruturais frequentes e comuns de serem observados. Vale ressaltar que a população precisa sempre arcar com os prejuízos diretos destes problemas, muitos porque suas condições não lhe permitem mudar para outro lugar.

A maior parte das famílias não têm condições financeiras de se manterem em caso de um desastre e dependem diretamente de auxílios do governo, desacreditando nos auxílios os quais lhe poderiam serem dados. Isso os deixam à mercê de uma situação de medo e insegurança.

Figura 71 - Mapa do índice de vulnerabilidade social (Frei Damião)

Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 5.2.2 Rio Maceió (centro)

O setor Rio Maceió (Centro) é o maior dos setores analisados. Nele, foram aplicados 57 questionários. Isso porque dois setores se aproximam por suas características e foram agrupados para melhorar a análise de suas categorias de vulnerabilidade. No que diz respeito a suscetibilidade (FIGURA 72), essa área não registrou índices muito altos, e a maior parte do setor está classificada como muito baixa.

Ainda assim, os índices preocupam justamente por ser o centro da cidade. Subentende-se que a maior parte dos serviços de infraestrutura, as condições de moradia e a situação financeira dos moradores sejam melhores, pois é onde se concentram comércios, pousados, empreendimentos e a própria prefeitura da cidade.

Figura 72 - Mapa da suscetibilidade (Rio Maceió – Centro)

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

A maior parte do esgoto domiciliar é destinado a rede pública. Segundo a população, no entanto, essa rede trata de canais os quais interligam suas residências diretamente no rio Maceió (FIGURA 73). Uma informação preocupante principalmente levando em consideração o estado precário de conservação desse corpo hídrico.

Figura 73 - Canais que lançam dejetos das residências nos rios

As ruas são limpas e bem iluminadas. A rede de abastecimento é de responsabilidade do SAAE e, de acordo com a maioria dos entrevistados, a qualidade da água é regular ou boa. A acessibilidade é ruim, e a grande parte dos moradores reclamam frequentemente da dificuldade no trânsito de pessoas. Essa é uma das poucas áreas pelas quais possuem visivelmente bueiros (FIGURA 74), sendo que o destino destes está novamente ligado ao rio.

Figura 74 - Bueiro

Fonte: Foto de Erick Jordan (2019).

Apesar de haverem residências as quais registraram alta suscetibilidade muito próxima ao rio, poucos moradores disseram já haver tido algum problema relacionado ao aumento do nível deste. Ainda assim, esses poucos os quais já tiveram problemas afirmaram que a água aumenta de nível consideravelmente, não chegando a adentrar as casas, mas chegando a quebrar calçadas, danificar paredes e “alagar” as ruas.

O que chamou atenção nessa área é que, de maneira geral, os números de renda foram mais positivos e a maioria das famílias já recebem entre um e dois salários-mínimos, apesar de muitos deles ainda terem uma relação de dependência significativa de auxílios como o bolsa família e aposentadoria. Isso enquanto a maior parte das famílias dependem de um único membro trabalhando. Os imóveis em sua maioria são próprios e, pelo menos, metade das residências já dispõe de internet.

Quanto a capacidade de lidar (FIGURA 75), pode-se perceber que a população desse setor teria mais condições de agir de imediato as adversidades de um potencial desastre, por conhecimento e recursos financeiros próprios, classificando a maior parte das famílias dessa área com capacidade de lidar muito alta. Porém, o aspecto preocupante é que essa categoria em

algumas áreas muito próximas ao rio se configurou como muito baixa, mostrando que sob circunstancias naturais essas residências estariam mais vulneráveis e expostas que as outras.

Figura 75 - Mapa da capacidade de lidar (Rio Maceió – Centro)

Fonte: Foto de Erick Jordan (2020).

Praticamente, nenhum morador afirmou ter visto alguma obra da prefeitura de ordem estrutural para melhoria a situação da população, que por conta própria afirmou não precisar fazer nenhum tipo de reparo por consequência das chuvas ou de inundações, justificando que a água chega muito perto, mas nunca a invadir suas casas. Algumas residências já foram construídas mais altas considerando essa situação (FIGURA 76).

Os moradores dessa área, em sua maioria, mostraram ter conhecimento da existência da defesa civil, bem como do seu papel associado ao apoio às famílias expostas a algum timo de risco. Nessa área foram identificados 11 pessoas com algum tipo de deficiência, sendo elas com os seguintes tipos: mental, visual e pessoas paraplégicas ou com algum tipo de paralisia que compromete seus movimentos.

Figura 76 - Casas mais altas nas proximidades do rio

Fonte: Foto de Erick Jordan (2019).

Os serviços de saúde foram classificados variando entre ruins e regulares de forma equilibrada, elencando a falta de confiança das pessoas em ter de contar eventualmente com algum tipo de serviço. Apenas 6 pessoas disseram ter condições financeiras de se manter com relação a alimentação e moradia por conta própria, caso um desastre lhe acontecesse e precisasse sair de casa.

Justamente por nunca haver acontecido um desastre de maior proporção nessas áreas, os moradores demonstraram um certo desconhecimento do que lhe pode servir como apoio ou a quem poderiam pedir ajuda em casos extremos. A maioria disse que pode contar com a ajuda de familiares. No direcionamento da capacidade de adaptação (FIGURA 77), pode se notar que um dado se repetiu. Grande parte das casas as quais margeiam os rios abrigam pessoa que não teriam boas condições de se reestabelecer no pós-desastre. Mesmo a longo prazo esse processo de recuperação seria muito difícil.

Esse setor é o mais populoso. Desta forma, o número de crianças (20) e idosos (36) foi alto. Quanto a escolaridade, o índice médio justificou que a população tem um nível educacional um pouco mais avançado, sendo grande parte já com ensino médio completo e, em casos pontuais, graduados e pós-graduados.

Figura 77 - Mapa da capacidade de adaptação (Rio Maceió – Centro)

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

Isso se relaciona, também, com a percepção ambiental desses moradores, que por viverem nessas áreas há muito tempo conseguiram acompanhar o processo de degradação do rio destacado pela presença dos aguapés (FIGURA 78), o qual outrora já foi fonte de renda e lazer para grande parte da população. Dos residentes na área, 8 afirmaram ter seguro de vida e 14 possuem plano de saúde. A grande maioria deles explicaram não ter dificuldades em pedir um empréstimo em casos extremos, apesar de não preferirem, caso precisasse teria condições de fazê-lo.

Finalmente, associando os resultados obtidos nas categorias de vulnerabilidade, pode-se obter o mapa do índice de vulnerabilidade social (FIGURA 79). Espacialmente, pode-se notar um certo padrão. Algumas áreas tiveram condições de vulnerabilidade muito altas acompanhando os dados de cada categoria. Isso mostra que alguns lugares necessitam de ações emergenciais mais significativas e, principalmente, que tipos de suporte essas pessoas precisariam por parte da gestão.

Figura 78 - Degradação do rio destacada pela presença de aguapés

Fonte: Foto de Erick Jordan (2019).

Figura 79 – Mapa do índice de vulnerabilidade social (Rio Maceió - Centro)

Fonte: Elaborado pelo autor (2020).

Diferentemente da área anterior, esse setor não possui inundações recorrentes e a maior parte da população teria condições de se reestabelecer caso sofresse danos. O suporte familiar, escolaridade, condições de renda, além da infraestrutura da área ser urbanisticamente superior a outra, foram fatores cruciais para que as pessoas justificassem sua capacidade de responder

positivamente após um desastre. No entanto, o que mais preocupou é o fato de não haver um padrão no nível de vulnerabilidade. Apesar da maioria se classificar variando de médio a baixo, algumas áreas mais próximas ao rio possuem vulnerabilidade muito alta. Isso mostra que, independente do desastre não ter se concretizado, essas famílias necessitam ser devidamente assistidas.

5.2.3 São Sebastião

O São Sebastião consiste no menor setor delimitado. O mesmo é composto por 71 residências e nele foram aplicados 35 questionários. A suscetibilidade (FIGURA 80) foi bastante diversa nessa área, contendo índices os quais variaram consideravelmente entre muito baixo e muito alto. Isso porque essa variável considera o entendimento das pessoas sobre as condições as quais rodeiam e que os deixam potencialmente suscetíveis.

Figura 80 – Mapa da suscetibilidade (São Sebastião)

A maior parte do esgoto dessa área é depositado em fossas, ou seja, nesse caso, o lixo ou os dejetos não possuem lagoas e os corpos hídricos próximos como destino. A coleta de lixo foi considerada regular pelas pessoas. Apesar de ruas visivelmente não tão limpas, os moradores afirmaram que os carros passam três dias por semana, atendendo as necessidades da população as quais se consideram satisfeitas em sua maioria.

O abastecimento de água dessa região é realizado por poços o que, segundo a população, fornece uma água limpa e de qualidade muito boa. As ruas são bem iluminadas. No entanto, a acessibilidade é complicada. Calçadas altas, falta de rampa e ruas sem calçamento ou pavimentação (FIGURA 81) dificulta o fluxo de pessoas.

Figura 81 – Ruas sem calçamento

Fonte: Foto de Erick Jordan (2019).

Dentre os entrevistados, 10 deles disseram ter tido algum tipo de prejuízo deixado em sua casa associado às chuvas ou inundações nos últimos 10 anos. Dentre eles, os mais comuns foram os pisos quebrados, pinturas das casas caindo e danos diretos a plantações. Nesse setor foram registradas as rendas médias mais baixas. A maioria dos moradores recebem menos de um

salário-mínimo, sendo que 13 deles dependem diretamente de bolsa família, 2 de pensão e 10 por aposentadoria. 13 casas são mantidas sem nenhum membro trabalhando formalmente. Todos os imóveis da área são próprios, mas poucos deles possuem acesso à internet.

Considerando a capacidade de lidar (FIGURA 82) das pessoas desse setor, pode-se perceber que uma certa tendência se repetiu considerando a espacialização dos mapa de suscetibilidade. No entanto, em maior intensidade apresentando manchas com índices muito baixos, mostrando principalmente que aquelas pessoas mais suscetíveis ainda possuem, também, uma baixa capacidade de lidar

Figura 82 – Mapa da capacidade de lidar (São Sebastião)

Fonte: Foto de Erick Jordan (2020).

Nenhum dos moradores responderam terem visto nos últimos períodos qualquer obra realizada pela prefeitura de ordem estrutural na região. Mas que por conta própria já precisou fazer reparos em suas casas buscando evitar danos maiores no futuro. Como exemplo disso, pode-se ver a construção calçadas mais elevadas que o entorno (FIGURA 83) edificadas pelos moradores para evitar a entrada de água nas residências.

Figura 83 – Calçadas mais elevadas que o entorno

Fonte: Foto de Erick Jordan (2019).

A maioria das pessoas tem conhecimento da defesa civil, mas muitos não sabem ao certo como eles agem ou são indiferentes as suas ações, considerando que só os veem quando algo extremo acontece. Três pessoas com deficiência foram contabilizadas e os serviços de saúde nessa área foram considerados ruins pela maior parte das pessoas. Apenas 4 pessoas afirmaram ter condições de se manter financeiramente de imediato após um desastre. Muitos afirmaram não saber a quem poderiam pedir ajuda imediatamente, mas, ainda assim, consideram poder contar com parentes na sede de Touros ou nos distritos próximos.

A capacidade de adaptação (FIGURA 84) dessas pessoas foi o fato mais chamativo. Certamente porque até mesmo os valores os quais representam essa capacidade como muito alta, ainda assim, são complicados considerando que pessoas com esse índice poderiam até se recuperar em longo prazo, mas há muito custo e dificuldade. Os índices de muito baixa capacidade de lidar registraram números altos de domicílios e preecheram espacialmente a maior

parte do mapa, o que de fato faz pensar que essa área necessita de algo emergencial, de ordem educativa e infraestrutural pela qual prepare e instrua corretamente essas pessoas.

Figura 84 – Mapa da capacidade de adaptação (São Sebastião)

Fonte: Foto de Erick Jordan (2020)

Essa área possui um índice populacional pequeno se comparada as outras, e o número de idosos (16) e crianças (11) é proporcionalmente baixo. Mas, ainda assim, dentro da sua própria realidade, é um número consideravelmente expressivo e a escolaridade média não supera o ensino fundamental incompleto.

Quanto a percepção ambiental dessas pessoas, as mesmas deixaram claro em sua