• Nenhum resultado encontrado

A BATALHA DE WATERLOO

No documento Estratégias e Táticas de Napoleão Bonaparte (páginas 105-116)

AS GUERRAS NAPOLEÔNICAS E

A BATALHA DE WATERLOO

Napoleão, em seguida, enviou mensagens para Ney ordenando-lhe para se engajar com Wellington imediatamente. Ney não estava ciente de retirada de Wellington, e tam- bém não recebeu as ordens de Napoleão, durante três horas. Napoleão chegou naquela

tarde em Quatre Bras, assumiu o comando das forças de Ney, deixou uma pequena força guardando Quatre- Bras, e partiu com seu exército para perseguir Wellington.

Esquema das posições iniciais da Batalha de Waterloo

No entanto, fortes chuvas e estradas lamacentas prejuducaram a perseguição. No início daquela noite, Napoleão avistou o esquema do exército anglo-holandês sobre um planalto ao sul de Mont-Saint-Jean. Ambos os lados, em seguida, preparara-se para a batalha. Na manhã do dia 18 junho de 1815 os exércitos franceses e anglo-holandeses estavam em posição de batalha. As forças anglo-holandesas, voltadas para o sul eram compostas de 67.000 homens com 156 canhões, além de que Wellington tinha recebido garantias de que reforços fortes de Blücher deveriam chegar durante o dia. A estratégia de Wellington foi, portanto, a de resistir a Napoleão, até que as forças de Blücher pudessem chegar, dominar a direita do imperador, e tomar toda a linha francesa.

O exército de Napoleão, voltado para o norte, possuía 74.000 homens com 246 canhões. Assim, inicialmente, ele tinha um poder de combate superior no campo de bata- lha. O plano de batalha do Imperador era capturar a aldeia de Mont-Saint-Jean e, assim, cortar a via de retirada anglo-holandesa para Bruxelas. A batalha começou às 11:30 hs, com um ataque de despistamento realizado por Napoleão à direita de Wellington (I Corpo de D’Erlon). Esta manobra, mal sucedida, foi seguida por um bombardeio francês por 80 canhões projetado para enfraquecer o centro aliado. Por volta de 13:00 hs Napoleão viu os elementos avançados do exército de Blücher se aproximando vindo do leste ..

Uma vez mais o Imperador enviou uma mensagem a Grouchy, informando-o da situação e ordenando-lhe que bloqueasse as forças prussianas. Ferozes batalhas de cavalaria e de infantaria foram sendo travadas ao longo do cume, ao sul de Mont-Saint-Jean. Em cada instância, os ataques franceses foram fortemente repelidos.

Às 16:00 hs, tropas avançadas de Blücher, que estavam esperando por um momento oportu- no, entraram na batalha e forçaram os franceses a recuar cerca de uma milha e meia. Um contra-a- taque restaurou as linhas francesas e empurrou os prussianos de volta uma milha para o nordeste para uma melhor proteção contra o fogo de artilharia. Pouco depois das 18:00 hs, Ney realizou um profundo ataque de cavalaria sobre o centro anglo-holandês e ameaçou seriamente a linha inteira de Wellington.

No entanto, Wellington reagiu e Ney foi levado de volta. Napoleão, em seguida, montou uma ofensiva desesperada, durante a qual ele empregou todos os cinco batalhões de sua Velha Guarda para um ataque ao centro aliado.

A infantaria aliada infligu uma punição severa sobre os franceses, esmagando a ofensiva. Por volta das 20:00 hs os prussianos, que haviam assumido posições na extrema esquerda da linha de Wellington, dirigiram-se contra a ala direita francesa, colocando a maior parte das tropas de Napo- leão em pânico. Somente ações realizadas por alguns batalhões da Velha Guarda permitiram que o Imperador escapasse.

Quando o exército de Napoleão fugiu ao longo da estrada de Charleroi, Wellington e Blücher conferenciaram e concordaram que as brigadas prussianas deveriam perseguir os franceses bati- dos. Durante a noite de 18 de junho os prussianos expulsssaram de volta os francesa através do rio Sambre. Napoleão assinou a sua segunda abdicação em 22 de junho 1815 e as guerras napoleô- nicas terminaram.

ANÁLISE DA CAMPANHA

A falta de um C2 (comando e controle) eficaz foi a principal razão por trás da derrota de Napo- leão. Os erros táticos cometidos pelos comandantes de Napoleão também reforçam a visão de que ele não era mais capaz de supervisionar adequadamente as suas forças. Ney não conseguiu atacar em Quatre Bras em 16 de junho de 1815, onde ele poderia ter vencido o flanco prussiano. Esta ina- ção deixou o Exército prussiano intacto e permitiu que os britânicos recuassem de forma ordenada. O plano elaborado por Napoleão visualizava separar as forças e derrotá-las individualmente, como o fizera no passado. Mas isto tornou-se impossível depois de Ligny. A manobra realizada pelos fran- ceses, em particular por d’Erlon e seu Corpo, em última análise, foi descoordenada e desperdiçou uma oportunidade que poderia ter garantido uma vitória francesa.

Reações francesas mais rápidas poderiam ter sido capazes de compensar as condições do tempo em 17 de junho que impediram os franceses de realizar uma perseguição bem sucedida ao Exército britânico em retirada. Napoleão poderia ter derrotado os britânicos enquanto eles estavam em coluna de marcha e impedi-los de escolher o campo de batalha. Mas tudo isso é especulação - um fato desconhecido.

A força de proteção também desempenhou um papel importante para os britânicos em Wa- terloo. Os franceses contavam com sua artilharia para amolecer a posição britânica e para garantir uma resolução rápida para a batalha. No entanto, Wellington, sabiamente, escolheu posições (con- tra-encosta) que abrigaram as suas tropas do bombardeio maciço inimigo.

Wellington reconheceu o campo de batalha de Waterloo e escolheu as posições para melhor conduzir a batalha. Em essência, ele escolheu o campo de batalha onde ele poderia melhor controlar as suas forças e oferecer a melhor proteção às tropas. Além disso, Waterloo foi uma vitória aliada emprndida pelos britãnicos e os prussianos. As consequências das falhas franceses em Ligny e Quatre Bras permitramu que as forças dos dois aliados se juntassem e impusessem a última derrota esmagadora sobre Napoleão. Assim, os três níveis de guerra combinaram-se durante esta última campanha das guerras napoleônicas para realmente acabar em uma batalha decisiva - embora não como o Imperador tivesse imaginado,

CONCLUSÕES

As funções de combate, quando empregadas como uma ferramenta analítica, revelam clara- mente as forças, as fraquezas, e os resultados de uma campanha militar.

A campanha de Ulm-Austerlitz demonstrou o que pode acontecer quando uma força com maior mobilidade (devido à uma liderança superior e adestramento das tropas) engaja um inimigo com uma Inteligência ineficaz (devido à falta de consciência situacional, manobras de despistamen- to, tempo, etc).

A campanha russa mostrou como uma força menor, operando em território familiar, e através do uso hábil de movimentos retrógrados, pode manobrar com sucesso sobre um adversário que lhe é superior e destruí-lo através da carência logística. Finalmente, Waterloo revelou a importância da proteção da força (neste caso, um terreno bem selecionado) e os efeitos do isolamento de um supe- rior comandante operacional de suas tropas, devido a uma avaria no sistema de comando e controle (ordens conflitantes, perda da centralização, pequena equipe de Estado-Maior, e falta de iniciativa do comando subordinado).

Ao longo da história das guerras, líderes militares bem-sucedidos têm procurado uma van- tagem sobre seu oponente aplicando a força contra a fraqueza, agindo mais rapidamente do que o adversário possa responder, e minimizando baixas das tropas amigas.

Este estudo que ora chega ao seu fim, reforça esses preceitos. No entanto, o seu objetivo foi o de revelar esses princípios ao exame de algumas das campanhas realizadas por Napoleão. Vale dizer que este processo pode ser utilizado para o estudo de outros conflitos.

E sobre Napoleão? Seu legado permanece como o de um gênio militar na arte da guerra. Os sucessos e os fracassos de Napoleão continuam a fazer parte dos estudos daqueles que se interessam pelo tema guerra.

FONTES

BRASIL, Ministério da Defesa. Manual de ampanha C-124-1 Estratégia, 3ª Edição. Brasi- lia. 2001.

BROWN, G. R. F. (Major USMC).. Napoleonic ars and USMC fighting functions, USMC Command and Staff College. Quantico, VA. 2001

CEPEN – Centro de Estudos de políticas e estratégias nacionais – General Carlos de Meira Mattos

KILIAN, Rudbert Junior. (CMG FN) . Revista O Anfíbio, 2005.

Napoleon, His Army and Enemies Napoleonic Battles Uniforms Maps Tactics.htm - Na- poleonic Stratgy and tactics

No documento Estratégias e Táticas de Napoleão Bonaparte (páginas 105-116)