• Nenhum resultado encontrado

RAPIDEZ DE MOVIMENTOS E CONCENTRAÇÃO DETROPAS A ORGANIZAÇÃO E O EMPREGO DOS CORPOS DE EXÉRCITO

“A força de um exército, assim como o poder em mecânica, é calculada multiplicando-se a massa pela velocidade

... Então pressionar ! “ — Napoleão

A organização dos Corpos De Exército e o emprego doutrinário do bataillon carré teve significativa expressão na realização das campanhas das Guerras Napoleônicas e demonstrou maior fluidez que naquelas campanhas ao tempo de Frederico, o Grande. Estas mudanças possibilitaram a Napoleão garantir uma decisiva vantagem sobre seu oponente ate o final de 1807. Os conceitos baseados nessas duas mudanças são ainda aplicáveis até hoje.

Jomini chamou o estilo de guerra conduzido durante o tempo de Frederico, o Gran- de de “... um sistema de posições ... “e o definiu como “... a velha maneira de conduzir uma guerra metódica, com os exércitos em barracas, com seus suprimentos a mão, engajados em observar um ao outro; ... “ Este estilo de guerra era caracterizado por campanhas de combates limitados em que era, geralmente, possível a um oponente refugar o combate,

se ele assim decidisse. Uma das razões para isto era a organização dos exércitos como simples entidades, concentradas sobre ambos, deslocamento e combate. No tempo de Frederico, um exército não possuía uma sub-estrutura maior que o regimento e era, portanto, uma “besta” ponderando, que geralmente se movia ao longo de uma rota. A subdivisão do exército em regimentos separados poderia possibilitar ao adversário que subjugasse aquelas partes separadas. Esta concentração durante os movimentos, no en- tanto, fazia com que o exército se deslocasse lentamente e permitia que ao oponente que determinasse, com determinada facilidade, seu objetivo. Além disso, o suprimento deste tipo de exército requeria pesados depósitos, que tendiam a maner o exército em uma “trela curta” em relação à sua base de suprimentos. Monarcas não estavam dispostos a deixar que esses exércitos vivessem da terra, e mesmo que assim fosse, seria impraticável, uma vez que uma única rota poderia não ter produtos alimentares suficientes para suprir essa força.

As guerra napoleônica era caracterizada por “ ... suas variação e flexibilidade sem limite”. A guerra napoleônica era rápida e sangrenta, e buscava um engajamento decisivo, O exército de Napoleão era dispersado para se deslocar ao longo de itinerários separados e se concentrava para lutar. O Exército francês de 1806 não estava atado as grandes e imobilizados depósitos de suprimentos, mas vivia fora da sua terra enquanto se movia. Isto permitiu que os novos exércitos se movessem, não só mais rápido e mais longe, mas também para mudar de direção rapidamente. “... A insistência de Napoleão em velocida- de e mobilidade foi uma característica básica das campanhas do Imperador do começo ao fim, e foi a característica de sua guerra que mais confundiu e perturbou a maioria dos seus adversários, enraizados em uma tradição que ensinou mais tipo de lazer do que de guerra.” A habilidade em se dispersar e se concentrar rapidamente, e avançar or várias rotas “ possibilitou a Napoleão fazer aquilo que os exércitos de Frederico nunca consegui- ram: forçar oengajamento.” Pensadores militares não estavam ociosos durante o período entre as campanhas de Frederico, o Grande e da Revolução Francesa e da ascensão de Napoleão. Os escritores que propuzeram novas teorias de guerra foram profusos durante este tempo. Alguns dos mais influentes estavam defendendo um novo tipo de guerra de mobilidade, enfatizando a organização divisional dos exércitos, e os exércitos de cidadãos que tinham um zelo nacionalista. Esses pensadores não só afetaram a composição e a doutrina dos exércitos do século XIX, como tinham sido os da Revolução Francesa, mas influenciou profundamente as idéias de Napoleão, que tratou de adaptar e ajustar tais idéias e, em seguida, colocá-las em prática.

Jacques Antoine Hypolite, Conde de Guibert, foi um desses militares e influentes pensadores. Ele propôs o emprego de exércitos de cidadãos, por causa de seu orgulho e coragem, “...não haveria nada a se temer dos exércitos mercenários de outros países.” Ele advogava a exploração da mobilidade e declarava que posições deveriam tornar-se, ne- cessariamente, menos importante. O mais importante para o assunto em questão, Guibert clamava para a organização de exércitos em divisões permanentes capazes de apoiar-se de modo a facilitar a mobilidade necessária. Bonaparte “leu e relu a famosa obra “...Essai général de Tactique ... que apreceu, primeiramente em 1772, quando o autor [Guibert] tinha somente 29 anos de idade”. Este conceito “... de subdividir o exército em divisões permanentes e independentes” não era novo “... e tinha sido primeiramente posto em prática pelo Marechal Broglie durante a Guerra dos Sete Anos, ... Em suas ‘Instruções de 1761’, e Broglie enunciou os princípios em que o sistema divisional e de corpos de Napoleão operava” O sistema foi descatado pelos franceses depois da morte de Broglie,

mas permaneceu como “uma parte integral dos ensinamentos de Guibert”, e foi revivido em 1793.

Outro desses pensadores de entre-guerras que influenciou o desenvolvimento do sistema de “Corpos de Exército” de Napoleão, foi Jean de Bourcet. Os “Principes de la guerre des montagnes” de Bourcet enfatiza a necessidade da dispersão, para forçar o inimigo a cobrir-se em face de diferentes pontos, e ele conclamava para se marchar em ordem de batalha. A dispersão das forças durante a marcha deveria ser segida por uma rápida concentração de forças sobre um ponto decisivo, antes que o inimigo pudesse fa- zer o mesmo. Isto permitiria ao atcante iniciar as ações com uma significativa vantagem durante a batalha que se seguiria.

O extrato seguinte dos escritos de Bourcet pode muito bem descrever um campa- nha napoleônica:

“... um general fará bem em dividir seu exército em um número de corpos compara- tivamente pequenos, ... o que ... é indispensável e seguro, desde que o general que adotar fazer tais arranjos possa reunir suas forças no momento em que se torne necessário. Ele deve, portanto, fazer suas disposições para que o inimigo não possa se interpor entre as frações em que seu exército foi dividido ...”.

“Um general que tem a intenção de tomar a ofensiva, deve montar seu exército em três posições, distantes não mais do que uma marcha um do outro, para, desta forma, en- quanto ele vai ameaçar todos os pontos acessíveis a partir de qualquer parte das 25 ou 30 milhas, portanto, mantidas , ele será capaz, de repente, de concentrar todo o seu exército seja no centro ou em uma ou outra asa. O inimigo vai então ser tentado a deixar tropas para defender cada uma das vias de acesso ameaçadas de abordagem, e a tentativa de ser forte em todos os pontos vai torná-lo fraco em cada parte separada. “

“No entanto, cuidadosamente, o inimigo pode ter preparado as suas comunicações entre várias partes de seu exército, ... e no caso de um ataque a qualquer momento, ele não será capaz de se concentrar as suas tropas lá a tempo, se apenas o general atacan- te ocultou seu plano e seus primeiros movimentos. O general atacante geralmente será capaz de roubar uma marcha, ... enquanto o defensor requer tempo para receber o aviso, a tempo para emitir ordens, e tempo para por em marcha suas tropas ao ponto atacado “. Em 800, Napoleão organizou de forma permanente seu exército em Corpos, os “corps d’armée”. Isto lhe permitiu utilizar múltiplas rotas de avanço e aumentou sua ca- pacidade de viver fora de sua terra, o que o libertou dos constrangimentos logísticos dos quais muitos dos seus inimigos eram prisioneiros. Por sua vez, permitiu que ao Exército francês mover-se rapidamente e distante, e ainda impedir que o inimigo determinasse o seu verdadeiro objetivo. A organização dos Corpos deu segurança a Napoleão em evitar que suas colunas separadas fossem subjugadas.

Os Corpos eram compostos de todas as armas do seviço; eram auto-sustentáveis, e podiam combater por si só, até que outro Corpo se juntasse à batalha. Os Corpos tinham seus próprios Estados-Maiores aos quais unidades podiam ser adidas. Poderiam ser adi- das de 2 a 4 Divisões de Infanaria com suas artilharias orgânicas e suas próprias divisões de cavalaria e corpos de artilharia, mais as unidades de apoio.Com esta organização, esperava-se que um Corpo fosse capaz de manter seu terreno contra, ou

lutar contra um exército inimigo no mínimo por um dia, quando o Corpo vizinho po- deria vir em seu auxílio. “Bem manseado, poderia lutar ou, alternativamente, evitar a ação, e manobrar de acordo com as circunstâncias, sem qualquer dano que fosse imposto a ele, porque o adversário não poderia forçá-lo a aceitar um engajamento, mas se decidisse

fazê-lo, ele poderia lutar sozinho por um longo tempo “

Finalmente, os comandantes de Corpos no Exército de Napoleão operavam segun- do ordens tipo missão. Esperava-se que os comandantes operassem em um modo se se- mi-autonomia usando seus “... próprios melhores julçamentos e experiência de combate, tendo como comum, o propósito estratégico”. O comandante de Corpo seguia um proce- dimento padrão, quando manobrando sua unidade. Sua linha geral de avanço era ditada pelo Imperador, mas a ele era dada total flexibilidade na escolha de suas técnicas de mar- cha e formações de batalha. Uma vez engajado, ele seria o responsável por sua luta com o inimigo, enquanto os outros comandnates seguiam o procedimento padrão de marchar em direção ao som dos canhões, a menos que fossem insruídos de forma diversa.

A “Grande Armée”, composta de vários “corps d’armée”, podia fazer uso de dife- rentes formações estratégicas para um avanço: por escalão, com uma ala recusada; em cunha; e e “en potencé”, em que um flanco era reforçado. O desenvolvimento doutrinário considerado mais surpreendente que os “corps d’armée” permitiam Napoleão fazer uso era o de avançar o exército em quadrados de batalhões (bataillon carré). A formação era simples e oferecia uma “... infinita flexibilidade ...” Nesta formação, os Corpos separados deveriam marchar ao longo de estradas paralelas dentro de um ou dois dias de marcha um do outro. Com uma guarda avançada, um flancoguarda esquerda e direita, um Corpo em reserva e uma ativa cavalria como força de cobertura e recohecimento, o exército provia a si próprio todos os meios de proteção e segurança e podia, facilmente se concentrar em qualquer direção, dependendo de qual Corpo que fez o contato inicial com o inimigo. A frente de um “bataillon carré” em avanço podia ser tanto quanto 120 milhas. Este sistema não só forneceu aos franceses um grau de flexibilidade nas operações nuna visto antes, como também foi a chave para enganar o inimigo quanto ao seu verdadeiro objetivo.

O “bataillon carré”assustava o inimigo com a possibilidade de um ataque vindo de muitas direções e o forçava a tentar cobrir todas as vias de acesso. Isto também propicia- va a Napoleão forçar seus oponentes ao combate, antes que ele estivesse pronto. Não seria necessário saber a exata localização do exército inimigo, por causa da dispersão operacional das forças, pois ist permitia a Napoleão localizar e, então fixar o inimigo, com uma porção do seu exército, enquando os demais Corpos convergiam sobre a sua vítima. Os comandantes oponentes achavam difícil, na melhor das hipóteses, e, geralmente im- possível, manobrar para fora do caminho do rolo compressor avançando.

Os efeitos dessas mudanças na organização e na doutrina foram profundos na fei- tura das campanhas das Guerras Napoçeônicas, tornando-as mais rápidas e mais flúidas que aquelas do tempo de Frederico, o Grande. Tais alterações possibilitaram que Napo- leão operasse em um ambiente incerto, quando a exata localização do inimigo, permane- cia vaga. “ ... pouco importando o ponto da bússola em que o inimigo fosse descoberto ... “ Sua formação lhe permitiu engajar o inimigo em qualquer direção com pelo menos um Corpo, enquanto os outros convergiram para a batalha. Isso lhe deu infinita flexibili- dade para mudar de direção de uma só vez e concentrar-se em qualquer lugar dentro de 24 horas tornando a guerra muito mais fluida. Mudar a frente era apenas uma questão de emitir ordens ou de marchar ao som dos canhões. A capacidade de se mover ao longo de várias estradas, encontrar o inimigo, mudar frente e concentrar-se contra ele tornou difícil para o inimigo o evitamento do combate com Napoleão. Esta capacidade de força de com- bate sobre seus adversários, permitiu a Napoleão ganhar a batalha decisiva que buscava, e a levar uma campanha a uma rápida conclusão. Esta foi uma razão significativa para a rapidez da Guerra Napoleônica.

Estas mudanças foram perfeitamente reveladas na Campanha de 1806, que re- sultou na batalha dupla de JenaAuestadt. Em 8 de outubro, Napoleão iniciou seu avanço através da florets de Thuringian, para forçar o Exército prussiano ao combate. Ele avançou em “bataillon carré” com cerca de 180.000 homens em 3 colunas de dois Corpos cada. Os Corpos de cavalaria e a Guarda Imperial seguiram o meio de coluna e a Divisão de bávaros seguiu a coluna da direita.

Ele não tinha conhecimento da localização exata do exército prussiano, mas estava confiante de que sua formação lhe permitiria encontrá-lo e lutar contra o inimigo em termos favoráveis. Sua frente estendia-se a 200 quilômetros, quando começou seu avanço. Ele encolheu a frente para 45 km para a passagem através da Floresta da Turíngia, e então ele expandiu para 60 quilômetros, uma vez que a passagem estava completa. Isso mante- ve os prussianos fora de equilíbrio quando eles dispersaram o exército tentando proteger todas as possíveis vias de abordagem, e os confundiu quanto à localização do corpo prin- cipal francês e seu objetivo.

Quando Napoleão descobriu o inimigo em seu flanco esquerdo, no dia 13, ele virou o “carré bataillon” à esquerda para trazer os prussianos para a batalha. Em um período “de ... 24 horas Napoleão estava em posição de concentrar 145.500 homens em um ponto decisivo; não é necessária uma melhor prova da excelência da coordenação flexível do sistema bataillon carré”. O exército prussiano, recuando, foi espalhado para fora e pego em um cerco. Napoleão foi capaz de concentrar o poder esmagador contra uma parte do exército prussiano e destruí-lo em Jena, enquanto um de seus corpos sofria ataques de- sesperados por uma força maior prussiana e, finalmente, conseguiu colocá-lo “para correr” em Auerstadt. Tendo forçado o inimigo a combater em seus termos, derrotou-o, Napoleão começou, então, uma perseguição implacável dos remanescentes do Exército prussiano, outrora orgulhoso. Dentro de 33 dias, ele havia ocupado Berlim e praticamente destruido o Exército prussiano. “Toda a guerra tinha durado apenas sete semanas.”

Em 1805, Napoleão avançou contra os austríacos sobre o Danúbio, em Ulm, com sete “corps d’armée” em escalão, ao longo do Reno. Sua frente estendia-se por cerca de 200 quilômetros, mas quando os Corpos giraram para a direita e convergiram sobre o Ge- neral Mack, sua frente reduziu-se paa 9 quilômetros. O impotente Mack foi pego em uma armadilha antes que ele tivesse qualquer idéia sobre o que estava ocorrendo com ele, e finalmente rendeu-se com 30.000 de seus homens, antes que qualquer batalha importante tivesse sido travada. O sistema de Corpos tinha conseguido um triunfo operacional e até 60.000 soldados inimigos foram feitos prisioneiros durante a campanha.

Em 1805, a natureza da guerra tinha mudado drasticamente desde o tempo de Fre- derico, o Grande. A Guerra Napoleônica tornou-se mais rápida e mais fluida. Duas razões significativas para estas mudanças foram a organização dos “corps d’armée” e o uso do sistema de “bataillon carré”. Estas mudanças, que ocorreram há mais de 190 anos atrás, ainda tem profunda influência em nossas organizações e doutrina atuais..

No tocante à logística, há de se ter em conta que Napoleão aboliu os trens de lo- gística que acompanhavam os exércitos em marcha e que por conterem vários vagões de suprimentos puxados por bois, contribuíam e muito para a diminuíção da velocidade dos°xército em marcha.

Nos séculos XVII e XVIII, os militares haviam evoluído um sistema de abasteci- mento com base na acumulação de suprimentos em contenedores e fortificações que era aumentada por compras feitas a empreiteiros civis que seguram na esteira de cada exér-

cito. Estes sistemas de abastecimento eram rudimentares na melhor das hipóteses, e não seria possível para qualquer exército sustentar-se a qualquer distância de suas reservas de suprimetos. Esta restrição levou a um sistema de operações militares que eram cuida- dosamente planejadas, com muita antecedência, e apoiada pela acumulação de material militar por meses antes do início efetivo da campanha.

Uma vez que uma guerra tivesse começado, ela era fortemente influenciada por considerações de abastecimento. Não havia manobras-relâmpago, e as tropas eram obri- gadas a marchar centenas de milhas como foi visto na campanha 1805. As guerras deste período eram como um torneio medieval de tartarugas e raramente penetravam profunda- mente no país de qualquer nação envolvida. Estas guerras eram principalmente guerras de manobra, onde um exército tentava estabelecer-se no território do inimigo em uma posição forte. ... Estas guerras resultaram em uma disputa contínua sobre as províncias fronteiriças que trocavam de mãos a cada poucos anos.

Quando a Revolução Francesa eclodiu, o estabelecimento militar francês viu-se submetido a uma grande revolução. A administração logística e seu sistema de abasteci- mento rapidamente deteriorou, provando-se incapaz de fornecer o apoio logístico neces- sário aos exércitos franceses recém-levantados. Como resultado, os exércitos franceses viviam, freqüentemente, à beira da inanição. ... Por necessidade, viram-se forçados a cuidar de si mesmos, ua vez que o seu governo tinha se mostrado incapaz de supri-los. O que começou inicialmente como a simples pilhagem do campo por soldados morrendo de fome, rapidamente evoluiu para uma requisição sistemática e o acúmulo de suprimentos em uma determinada área. Um sistema relativamente sofisticado evoluiu, onde as compa- nhias, individualmente, deveriam destacar de 8 a 10 homens sob a direção de um cabo ou um sargento em uma base periódica. Esses esquadrões operavam independentementte do corpo principal por períodos de uma semana ou um dia, o necesáriopara a coleta de suprimentos e materiais necessários para sustentar a sua companhia-mãe. Eles, então, voltavam e distribuíam este material entre seus companheiros. ... No caso dos franceses movendo-se através de território conquistado, houve, raramente, alguma remuneração. No entanto, só raramente foram tomados os suprimentos com o uso da força.

Durante os séculos anteriores, os exércitos dependiam de contenedores de supri- mentos, e os exércitos de famintos, muitas vezes, moviam-se através das províncias, des- pindo e desperdiçando muito do que eles encontraram. Em contraste, o sistema francês altamente organizado sofreu menos.

O francês tornou-se rapidamente especialista em estimar a capacidade de uma área para suprir um exército e em localizar suprimentos em áreas onde outros exércitos teriam ficado rapidamente famintos se forçados a viver da terra. Essas habilidades tinham permitido aos franceses executar as manobras maciças que lhes deram vitórias esmaga- doras em 1800, 1805, 1806, e 1809. Ele também levou à mística que o exército francês poderia ultrapassar qualquer outro exército na Europa. “A habilidade para manobrar es-

trategicamente tinha sido seriamente prejudicada por anos pela necessidade de organizar longos trens de abastecimento. ... O modelo francês, sem este comboio militar, e tendo a capacidade de viver da terra que eles estavam atravessando, possibilitou que os exércitos marchasem tão rápido quanto as pernas de seus soldados, em vez de seguir no ritmo dos bois puxando as carroças. “(George Nafziger -”. invasão da Rússia por Napoleão “pp 83-

85, 1998)

(No entanto, as tropas francesas foram incapazes de viver da terra em 1812 durante a campanha na Rússia. A Rússia foi descrita por muitos ocidentais como um “deserto”,

com estradas precárias, poucas cidades e longas distâncias. Havia também o exército russo em retirada e a tática da terra arrasada. Napoleão foi forçado a reorganizar e ex- pandir seu sistema de trem e de abastecimento militar. Supromentos foram armazenadas ao longo dos rios Vístula e Odra. As munições que Napoleão reuniu para sua campanha em 1812 é comparável ao resultado dos esforços das nações fortemente industralizdas, durante a Primeira Guerra Mundial.)